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Criminologia

Vídeo QAP 1 e 3

Introdução

Método de estudo:
- Ler/assistir os vídeos do estratégia! Achei bem completo e organizado, e montar caderno ou apenas
sublinhar o mais importante.
- Depois revisar tudo, conforme as dicas da LS.
- Gostei dos vídeos indicados pela LS, do prof. QAP.

Conceito
- Ciência empírica e interdisciplinar que se ocupada do estudo do crime, do criminoso, da vítima e do
controle social do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida,
contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime — contemplado este como
problema individual e como problema social —, assim como sobre os programas de prevenção eficaz do
mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas
de respostas ao delito.
*Atenção! Interdisciplinar é diferente de multidisciplinar!
- A criminologia é uma ciência que, entre outros aspectos, estuda as causas e as concausas da
criminalidade e da periculosidade preparatória da criminalidade.
CRIMINOLOGIA ----------------------------------------------------------------- CIÊNCIA EMPÍRICA E
INTERDISCIPLINAR
- Parte da doutrina nega que a criminologia seja uma ciência, pois não é capaz de formular proposições
de validade universal e a falta de um método unitário e específico que sirva de sustento.
- Seria um "corpo de conhecimento", de acordo com a fórmula de Sutherland, uma disciplina que
fornece informação e conhecimento - uma "arte", mesmo - mas não "ciência".
*HOJE, CRIMINOLOGIA E DIREITO SÃO CONSIDERADAS CIÊNCIA! POLÍTICA CRIMINAL NÃO É.
DIREITO PENAL E CRIMINOLOGIA ---- CIÊNCIA
POLÍTICA CRIMINAL ----------------------- NÃO É CONSIDERADA CIÊNCIA

Origem Histórica
- Paul Tpoinard foi o primeiro a usar esse termo em 1879.
- Raffaele Garofalo primeiro publicou obra chamada criminologia.

Criminologia x Criminalística
- Criminalística - estudo de todos os vestígios em uma cena de crime. Em regra, após o crime.
- Criminologia – estudo do crime, que cuida da etiologia do comportamento criminoso, e de seus meios
preventivos.

Objetos
i. delito
ii. delinquente
iii. vítima
iv. controle social
*Cai muito!
Métodos
- Empirismo
- Interdisciplinaridade

Funções
- Explicar e prevenir o crime
- Intervir na pessoa do infrator – evitar a reincidência.
*Prevenção terciária.
- Avaliar os diferentes modelos de resposta ao crime.
Ex.: você coloca luz nos bairros e é verificado que a criminalidade diminuiu ali, essa é a função de avaliar
as respostas do crime.
*Molina fala também em ressocialização/reparação da vítima.
- “Pode-se dizer com acerto que é função da criminologia desenhar um diagnóstico qualificado e
conjuntural sobre o delito (...)”.
- Davi Tangerino lembra que as ações intencionais de prevenção à criminalidade encontram-se
agrupadas em duas grandes categorias: as estatais e as patrocinadas pela sociedade civil.
- A criminologia busca explicar o fenômeno criminógeno (raiz do crime), de forma a permitir a
compreensão do crime e suas condicionantes de forma a permitir o seu combate e a sua prevenção.

Características
- Preocupa-se com a etiologia do delito.
*Etiologia – pesquisa e determinação das causas e origens de um determinado fenômeno.
- Ciência do “ser” – empírica. O objeto é visível, mundo real, indutivo (particular pro geral), os fatos
prevalecem sobre argumentos subjetivos, é visível no mundo real e no dos valores.
*O direito penal é diferente! O direito é “dever-ser”, é lógico e abstrato, dedutivo.
- Não é ciência exata.
- Não esgota sua tarefa na mera acumulação de dados sobre o delito, mas sim na informação,
interpretando-os, sistematizando e valorando-os, e conforma-se com uma informação válida, confiável e
não refutada.
*Não refutada pois a qualquer momento podem mudar.
- A criminologia não é algo ligado ao metafísico.

CRIMINOLOGIA DIREITO PENAL POLÍTICA CRIMINAL


Crime enquanto fato Crime enquanto norma Crime enquanto valor

- É próprio à CRIMINOLOGIA diagnosticar e perquirir uma aproximação entre os índices de criminalidade


de um determinado local (país, região, estado, cidade, bairro etc.), em um determinado tempo (mês,
ano, hora do dia etc.), de modo a fornecer ao Poder Público e à sociedade civil dados válidos e confiáveis
aptos a subsidiar a opção pela POLÍTICA CRIMINAL que pareça mais adequada a cada situação.
- A política criminal, por seu turno, incumbe-se de transformar a experiência criminológica em opções e
estratégias concretas assumíveis pelo legislador e pelos poderes públicos.
- “a criminologia reúne uma informação válida e confiável sobre o problema criminal, que se baseia em
um método empírico de análise e observação da realidade”.
- A criminologia com o conhecimento da realidade, e o direito penal com a valoração interessada dessa
mesma realidade. Hoje é possível precisar, perfeitamente, a autonomia de ambas as disciplinas e, ao
mesmo tempo, firmar sua interdependência recíproca.
- Hoje, o principal objetivo da criminologia é: a prevenção do delito.

Método Clássico x Método Positivista


-> Escola Clássica – não era considerada uma ciência, era um método abstrato, formal e dedutivo. Só se
estudava o crime, o delito em si.
*É chamado também de fase humanitária.
-> Escola Positivista – método empírico, observação e indução. Aqui que surgiu a ideia de ciência, a
criminologia passou a ter status de ciência autônoma.
*Lombroso está inserido aqui, tentava fazer análise científica.

Objetos da Criminologia

Delito
- Para a sociologia criminal – é CONDUTA DESVIADA.
*Diferente da definição do DP, que é ação típica, ilícita e culpável e censurada por lei.
- Empírico, real e dinâmico.
- Criminologia estuda o comportamento antissocial, e suas causas, problema social comunitário.
- Não apenas problema individual, mas, sobretudo, como problema social e comunitário.
- Conceito do delito: relatividade e problematicidade. Comportamento que a lei penal define como
crime.
- Critérios:
- Incidência massiva na população
- Incidência aflitiva (quando causa insegurança na sociedade)
- Persistência no tempo e no espaço
- Razoável concordância sobre as causas e medidas de intervenção para seu combate.

Criminoso
- Conceito atual: Examinado em suas “interdependências sociais”, como UNIDADE BIOPSICOSSOCIAL.
*Importante!
- Escola clássica – pecador que optou pelo mal (livre arbítrio).
- Escola positiva (fatores internos + externos) - fatores determinantes internos, endógenos
(determinismo biológico) ou externos e exógenos (determinismo social) explicam em sua conduta
inexoravelmente.
- Escola correlacionista – pena com função terapêutica, pedagógica. Necessita de ajuda.
- Marxismo – atribui a responsabilidade a estruturas econômicas – culpável é a sociedade.
- Definição para Molina: parte da premissa da “normalidade”. É o homem real e histórico do nosso
tempo (um ser como qualquer outro).
*Molina sempre lembra de normalidade.

Vítima
- Pessoa física ou jurídica e ente coletivo prejudicado por ação ou omissão humana que constitua
infração penal, ou não, desde que este ato seja uma agressão a um direito seu fundamental.
- Passou por 3 períodos:
- Protagonismo (idade de ouro) – Lei de Talião, a vítima que ia lá e se vingava.
- Neutralização – Reação assumida pelos poderes públicos.
- Redescobrimento (vitimologia) – Enfoque mais humanista, respeitando a integridade física e
ressarcindo danos patrimoniais. (Pós 2GM).
*Aqui surge a vitimologia!
Vitimologia
- Pioneiros: Benjamim Mendelsohn e Von Henting.
- Objeto de estudo – relação da vítima com o delito, sua personalidade, suas características, suas
relações com o delinquente, com o sistema legal, a sociedade, os poderes públicos, a ação política.
Ex.: LMP veio pensando na vítima.
- Vítima: capaz de influir significativamente no próprio fato delitivo, em sua estrutura, dinâmica e
prevenção.
- Importância do estudo da vítima:
- Seu papel do fato criminal.
- Estudar a problemática da assistência criminal, moral, psicológica.
- Criminalidade real, delitos não averiguados (cifra negra da criminalidade).

Vitimização
- Consiste no ato ou efeito de alguém tornar-se vítima de sua própria conduta (autolesão, suicídio), da
conduta de terceiros (crimes diversos) ou mesmo de fato da natureza (acidentes, catástrofes).
i. primária – danos decorrentes do crime, no ato, no momento da ação e omissão. Ex.: no
estupro é no momento da violência sexual.
ii. secundária (sobrevitimização) – decorrente do sistema criminal, ações do poder público. Ex.:
exame de corpo de delito, prestar depoimento.
iii. terciária (rotulação) – decorre da omissão do estado e da sociedade, estigmatização social.
Ex.: os vizinhos comentando.
- Vitimização indireta – os familiares, que acabam sofrendo juntos. Ex.: o pai que se sente com a honra
ferida, por não ter protegido a filha.
- Para Molina:
- Não existe vítima nata, mas sim vítima propícia.
- O risco de vitimização é seletivo e diferencial.
- Prevenção vitimária – programa de conscientização para evitar que as pessoas se tornem
vítima.
- Molina fala ainda de características da vítima que aumentam as chances do crime:
- Município maior mais chances de vítima
- Idade – taxas mais elevadas, maior propensão (26 a 35 anos)
- Sexo – não faz diferenciação.
- Nível econômico – maior renda são mais fáceis de se tornarem vítimas.
- O CP traz que o juiz ao aplicar a dosimetria deve analisar o comportamento da vítima. Ex.: homicídio
privilegiado.
*”injusta provocação da vítima”.
- A isso se chama VITIMODOGMÁTICA.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da
vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
- Tese do Molina:
- Reparação dos danos é um dos objetivos principais.
- Defende um modelo participativo que movimente todas as energias sociais.

Métodos
- Método científico na criminologia = sociológico + biológico.
- Método empírico – processo indutivo (particular pro geral). A criminologia utiliza-se da metodologia
experimental.

Controle Social
- Conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que pretendem promover e garantir referido
submetimento do indivíduo aos modelos e normas comunitários.
- O controle social é composto por:
- Agentes informais – caráter social e educativo (família, religião, escola).
*Pode ter regras, pode ser normativo também.
- Agentes Formais – caráter punitivo (Polícia, MP, SEAP, Justiça).
- A melhor forma de prevenção é aliar o controle social formal e controle social informal.
Há algum órgão que seja agente formal e informal ao mesmo tempo? Sim! A polícia comunitária, ela
tem caráter social e educativo e também punitivo.
- Controle social penal – finalidade de prevenção ou repressão do delito, através de penas ou medidas de
segurança e pelo grau de formalização que exige.

Finalidade
- Controle – controle razoável do delito.
*Sua total erradicação é utópica.
- Prevenção criminal – indicar diagnostico qualificado e conjuntural sobre o crime.
FINALIDADE DA CRIMINOLOGIA --------------------------------------------------------- CONTROLE + PREVENÇÃO

Funções
- Conhecimento científico obtido com métodos e técnicas de investigação rigorosas, confiáveis e não
refutadas, que tomam corpo em proposições, depois de contrastados e elaborados dados empíricos
iniciais.
*As proposições são confiáveis até que refutáveis.
- Não pode ser tão somente um gigantesco banco de dados centralizado, mas uma fonte dinâmica de
informação, do mesmo modo que a tarefa do criminólogo é sempre provisória, é inacabada. Nunca
definitiva.

Programas Prevencionista
- O conhecimento cientifico (etiológico) do crime, de sua gênese, dinâmica e variáveis mais significativas
deve conduzir a uma intervenção mediata e seletiva capaz de se antecipar ao mesmo tempo preveni-lo,
neutralizando-o com programas e estratégias adequadas às suas raízes.
*Intervenção mediata – não instantânea, a longo prazo.
- Devem ser programas seletivos – para determinados delitos. Ex.: crimes sexuais um tipo, crimes contra
o patrimônio outro.
- Relevância de outras técnicas de intervenção não-penais – Ex.: reparação dos danos, mediação.
*Além de prender, Molina fala em outros métodos além da pena.
- Pena – efeito traumático, causa desviação secundária, devido a estigmatização negativa do infrator. Ex.:
Anderson que vai ser visto agora como criminoso, e pode acabar continuando, por isso.
- Prevenção do crime é um problema de todos e não só do sistema legal e de seus agentes.
- Prevenção não só contramotivando o infrator potencial com a ameaça de castigo.

TEC QUESTÕES
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/20489679/caderno
68/73 93%
2/5
68/73 93%
- Microcriminologia é sinônimo de criminologia clínica, é a ciência que, valendo-se dos conceitos,
princípios e métodos de investigação médico-psicológica (e sociofamiliar), ocupa-se do indivíduo
condenado, para nele investigar a dinâmica de sua conduta criminosa, sua personalidade e seu “estado
perigoso” (diagnóstico) e as perspectivas de seus desdobramentos futuros (prognóstico), para, assim,
propor estratégias de intervenção, com vista à superação ou contenção de uma possível tendência
criminal, e para evitar a reincidência (tratamento).
- Objetivos da criminologia moderna:
- A ressocialização do delinquente,
- A reparação do dano à vítima e
- Prevenção do crime.
- A moderna criminologia tem por seus protagonistas o delinquente, a vítima e a COMUNIDADE.
- Uma das finalidades da Criminologia, no seu atual estágio de desenvolvimento, é questionar a própria
existência de alguns tipos de crimes.
- Criminologia – método indutivo.
- Etiologia = criminogênese.
- Quando usamos o termo criminologia tradicional, em regra, há referência tanto à Escola Clássica,
quanto à Escola Positivista. 
- A Criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, que utiliza os métodos biológico e sociológico.
Utiliza-se, no processo de estudo do seu objeto, de
uma metodologia predominantemente experimental, naturalística e indutiva.
*Cai muito!
- Método empírico, indutivo e interdisciplinar.
- Teorético = especulativo, teórico.
- Política criminal é a ciência ou a arte de selecionar os bens (ou direitos), que devem ser tutelados
jurídica e penalmente, e escolher os caminhos para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a
crítica dos valores e caminhos já eleitos.
- Política Criminal: tem no seu âmago a específica finalidade de trabalhar as estratégias e meios de
controle social da criminalidade (caráter teleológico). 
- É característica da Política Criminal a posição de vanguarda em relação ao direito vigente, vez que,
enquanto ciência de fins e meios, sugere e orienta reformas à legislação positivada.
- A política criminal que é orientada pela criminologia para a prevenção dos crimes, seja ela geral ou
especial, direta ou indireta. 
- Entre outros, a reparação do dano é um dos objetivos da criminologia contemporânea. Sim, pela visão
da vitimologia.
- Fins básicos da criminologia: a prevenção e o controle do fenômeno criminal.
- A Profilaxia criminal busca as causas e origens da criminalidade para combatê-las como se fosse uma
grave doença social com medidas de prevenção indireta, atingindo o delito em potencial, e as medidas
diretas, atacando diretamente o crime em formação. 
*profilaxia – combater doenças pela prevenção.
- São suas finalidades a explicação e a prevenção do crime bem como a intervenção na pessoa do
infrator e avaliação dos diferentes modelos de resposta ao crime.

Aula 01 Estratégia

Genealogia e evolução histórica do Direito Penal

Vingança penal
- Revide contra o comportamento agressivo de alguém, penas cruéis e desumanas.
- Vingança divina
- Privada – código de Hamurabi, lei de talião.
- Pública – os órgãos estatais passaram a aplicar sanções penais.

- Direito Penal na Grécia – evoluiu da vingança divina e privada para um período político, com bases
morais e cívicas.
- Direito Penal em Roma – separava o direito da religião, os delitos poderiam ser públicos ou privados.
- Direito Penal Germânico – quando o criminoso atingia os interesses da comunidade poderia perder o
direito à vida, podendo qualquer cidadão o matar.
- Direito penal na Idade média – penas cruéis, com caráter intimidador. Tribunal da Santa Inquisição.
- Iluminismo - Foi durante o Iluminismo (século XVIII) que se passou a buscar a verdadeira evolução das
normas de caráter sancionador, pregando-se o afastamento da incidência do Direito Penal então
vigente. *Beccaria foi o marco do momento.

Escolas da Criminologia

Período da Antiguidade
- A criminologia não era vista como ciência, não havia uma mínima sistematização, criminoso visto como
um ser pecador, diabólico.
- Protágoras – prevenção da pena de caráter geral e especial.
- Sócrates – o homem só é livre ao superar os próprios instintos de paixões. A pena com caráter de
prevenção especial negativa e positiva.
- Platão – entender a origem do crime (etiologia criminal).
- Aristóteles – os delitos mais graves eram cometidos para alcançar bens supérfluos, e não os essenciais.

Idade média
- São Tomás de Aquino – justiça distributiva (dar a cada um o que é seu segundo certa igualdade),
defendia o furto famélico como hipótese de estado de necessidade.
- Santo Agostinho – criticava a pena de talião, a pena deveria ter caráter de ressocialização e prevenção.

Idade Moderna
-> Fase pré-científica – escola clássica.
- Pseudociência – frenologia (estudo da mente), demonologia (estudo dos demônios), fisionomia
(aparência de delinquente).
*ÉDITO DE VALÉRIO – QUANDO SE TEM DÚVIDAS ENTRE DOIS PSICOCULPADOS CONDENA-SE O MAIS
FEIO.
-> Fase científica – escola positivista.
- Criminoso como principal objeto merecedor de estudos.
- A fase pré-científica carecia de métodos e instrumentos capazes de apresentar resultados seguros, ou
seja, abusava de critérios subjetivos, enquanto que a fase científica passou a buscar apoio em métodos
científicos.
-> Criminologia Moderna – crime, criminoso, vítima e controle social.

Surgimento da Criminologia no Brasil


- Século XIX – ganhou contornos.
- João Vieira de Araújo, em 1944, trouxe as ideias de Lombroso.
- Raimundo Nina Rodrigues - existência de diferenças intelectuais e cognitivas ente raças.
*Era médico legista, antropólogo e psiquiatra.
**”Lombroso dos trópicos”
- Esterelização eugenista em criminosos contumazes – com a ideia de DNA criminoso, passou-se a
ventilar essa ideia, em tal período.

Escola Clássica
- Legado liberal, racionalista e humanista do iluminismo.
- Principal influenciador Beccaria no século XVII - humanizar a resposta do Estado à infração penal. Nova
forma de pensar o sistema punitivo.
- Imposição de limites ao poder punitivo estatal, garantias e direitos individuais de todo cidadão.
- Crime como um fato individual, mera infração à lei, sem relação com a personalidade do autor ou da
sua realidade social.
- Para os clássicos a lei é igual para todos, o delinquente se baseia em uma decisão livre e soberana de
infringir ou não a lei (LIVRE ARBÍTRIO).
- Método dedutivo.
OS CLÁSSICOS PARTIRAM DO JUSNATURALIMOS E DO CONTRATO SOCIAL
- Jusnaturalismo – inerentes à natureza do homem.
- Contratualismo – teoria do contrato social.
- Os Clássicos partiram de duas teorias distintas: o jusnaturalismo (direito natural, de Grócio), que
decorria da natureza eterna e imutável do ser humano, e o contratualismo (contrato social ou
utilitarismo, de Rousseau), em que o Estado surge a partir de um grande pacto entre os homens, no qual
estes cedem parcela de sua liberdade e direitos em prol da segurança coletiva.
- Não considera crime como uma ação, mas sim como um ENTE JURÍDICO (FICÇÃO JURÍDICA).
- A pena como meio (instrumento) de proteção.
- Caráter retribucionista – a pena deve ser certa, célere e severa para alcançar a paz social. Retribuir o
mal causado pelo criminoso.
- A pena deve ser proporcional ao crime praticado.
- Teorias contemporâneas que se alicerçaram na Escola Clássica:
- Teoria da Escolha Racional – o criminoso escolhe o crime quando os ganhos superam os riscos.
- Teoria das Atividades Rotineiras – crime motivado, vítima ou alvo apropriado e ausência de
vigilância.
*Ambas advêm da ideia de livre arbítrio da Escola Clássica.
- Francesco Carrara
- Delito como ente jurídico, o crime não pode ser considerado mero fato, mas uma relação de
contrariedade entre a conduta humana e a lei.
*Carrara divergia da Escola Clássica, pois defendia que a pena não deveria servir como
retribuição pelo mal causado pelo criminoso, mas sim como meio necessário para eliminar uma
ameaça contra a sociedade.
- Beccaria
- As penas devem estar baseadas em critérios de NECESSIDADE/UTILIDADE e PRINCÍPIO DE
LEGALIDADE. Daí, pode-se afirmar, pelo contrato social, que as penas deveriam ser
proporcionais, necessárias, úteis.
- Dano Social – justificativa para a criação do tipo penal (seria elemento fundamental
da Teoria do Crime)
- Defesa Social – Justificativa para a aplicação da pena (seria elemento fundamental da
Teoria da Pena).
- A base da justiça humana de Beccaria seria a utilidade comum.
- A criminologia surgiu na escola clássica, apesar de o termo criminologia só haver surgido
posteriormente.

Escola Positivista.
- Método empírico e indutivo.
- Determinismo – criminoso como um ser anormal, desprovido de livre-arbítrio (prisma biológico e
psicológico).
- Pena – função preventiva, instrumento de defesa social.
- Fases:
- Antropológica – aspectos físicos (Lombroso).
- Sociológica – busca resultados em outros ramos do saber: meios reparatórios, preventivos,
repressivos e excludentes (Enrico Ferri).
- Jurídica – leis e entendimentos (Rafaelle Garofalo).
- Adolphe Quetelet – falou da teoria das leis térmicas, mas Lombroso é entendido como o fundador na
criminologia positivista.
- Rousseau - a criminologia deveria procurar a causa do delito na sociedade (tendências sociológicas).
-> Lombroso – considerado pai da criminologia, a causa estava no próprio delinquente (tendências
orgânicas).
- O estudo da criminologia se inicia com a publicação de “O homem delinquente”, com Lombroso.
- Atavismo - herdava as características de criminoso de seus ancestrais.
- Degeneração epilética.
- Delinquente nato.
*Lombroso fala também do pseudodelinquente (crimes ocasionais e passionais) e criminaloides
(meio louco, meio delinquente).
- Tipos de criminoso:
a) nato;
b) por paixão;
c) louco;
d) de ocasião;
e) epilético.
-> Enri Ferri – a delinquência decorria de fatores sociais e físicos, além dos antropológicos. Criticava o
livre arbítrio, entendendo pelo afastamento da responsabilidade moral para a responsabilidade social.
*Crime como a lei da saturação criminal – assim como um líquido dilui em determinadas temperaturas,
assim é com o criminoso em determinadas condições.
- Hoje, prevalece o elemento BIOPSICOSSOCIAL.
-> Rafael Garofalo - a posição de Garofalo era a da defesa social como principal justificativa para a pena
de morte para os criminosos natos, já que estes não se adequariam de nenhuma forma às normas que
regulam a vida em sociedade.
*Lembrar de pena de morte, de defesa social, prevenção especial.
- Augusto Comte – caráter plurifatorial, para ele o indivíduo é compelido a delinquir por causas externas,
que não consegue controlar. As punições impostas teriam o objetivo de proteção da sociedade e
reeducação do delinquente.

ESCOLA CLÁSSICA ESCOLA POSITIVISTA

CRIMES É um ente jurídico, pois Decorre de fatores naturais e


consiste na violação de um sociais.
direito (ficção jurídica).

DELINQUENTE É um ser livre que pratica o Não é dotado de livre arbítrio, é


delito por escolha moral, alheia um ser anormal sob as óticas
a fatores externos (livre- biológica e psíquica.
arbítrio).

PENA É forma de prevenção de novos Funda-se na defesa social, deve


crimes. ser indeterminada (base:
- Caráter retribucionista – periculosidade).
proporcional. - Caráter preventivo.

PRINCIPAIS NOMES Cesare Bonesana (Marquês de Cesare Lombroso, Enrico Ferri e


Beccaria), Francesco Carrara, Rafaelle Garófalo.
Giovani Carmignani,
Giandomenico Romagnosi
OBSERVAÇÕES Se funda nos ensinamentos de É uma doutrina determinista,
Cesare Beccaria (Dos delitos e tendo introduzido a ideia do
das Penas); é uma reação ao “criminoso nato”.
absolutismo.
- É mais dogmática, teórica.

*Para os positivistas o homem deve ser analisado na sua totalidade, os Clássicos ficaram muito presos a
ideia de livre arbítrio e vontade racional, fato que não pode ser desconsiderado, mas para os positivistas
os fatores antropológicos, físicos e jurídicos também importam.
- Baratta diz que para a escola Positivista o crime também é um ente jurídico, mas deve ser analisado em
sua totalidade, com outros fatores além do livre arbítrio.
- A ideia central das observações e estudos de Romagnosi é que o que nos rege em sociedade é a
conservação da espécie humana. Para ele a pena constitui um contraestimulo ao impulso criminoso.
“Se depois do primeiro delito existisse uma certeza moral de que não ocorreria nenhum outro,
a sociedade não teria direito algum de punir o delinquente”. (Giandomenico Romagnosi –
Defesa social, traz ideias de prevenção).
- Clássica – felicidade para o maior número de pessoas, utilitarismo, contrato social, humanismo, valores
morais.
- Beccaria era contra a pena de morte.

Era pós moderna


- A criminologia tem substituído a ideia de causa pela de fator, fatores que desencadeiam o efeito
criminoso.
- Pouca importância que se presta ao estudo do delito e o muito que se outorga a conduta que altera a
sociedade e cria a incredibilidade.
- Política orientada de apresentar quem delinque como uma pessoa má que livremente decide violar a
lei.

Escola Sociológica do Direito


- O homem é um ser social.
- As normas servem para disciplinar a vida em sociedade.
- Autores: Herbert Spencer, Émile Durkheim, Léon Duguit e Nordi Greco.

Escola Lyon
- Lacassagne e Pasteur.
- Delinquência = predisposição pessoal + meio social.
- Coloca toda a culpa na sociedade: “as sociedades têm os criminosos que merecem”.
- Compara o delinquente com um micróbio ou vírus.

Terza Scuola Italiana


- 3ª Escola Italiana.
- Tentou conciliar a escola clássica e positivista.
- O direito penal não poderia ser absorvido pela sociologia, e se servia de outros ramos do saber.
- Caráter aflitivo, o objetivo era defender a sociedade.
- A Terza Scuola acolhe o princípio da responsabilidade moral e a consequente distinção entre
imputáveis e inimputáveis, mas não aceita que a responsabilidade moral fundamente-se no livre-
arbítrio, substituindo-o pelo determinismo psicológico: o homem é determinado pelo motivo mais forte,
sendo imputável quem tiver capacidade de se deixar levar pelos motivos. A quem não tiver tal
capacidade deverá ser aplicada medida de segurança e não pena.
- O fim da pena é a defesa social, embora sem perder seu caráter aflitivo, e é de natureza absolutamente
distinta da medida de segurança.

Escola Correcionalista
- Defendia o desenvolvimento da piedade e do altruísmo na aplicação do direito penal.
- Delinquente - portador de patologia de desvio social.
- Pena – remédio social, pedagógico.
- Juiz – médico social.

Escola de Política Criminal (Alemã)


- Também conhecida como Escola Sociológica Alemã, Escola de Marburgo, Escola Moderna e Nova
Escola.
- Defendia a preponderância de FATORES SOCIAIS na ocorrência de delitos (contraposição à Escola
Positivista, de tipos antropológicos de criminosos).
- Ampliação da conceituação das ciências penais: criminologia (estudo do crime) e penologia (estudo da
pena).
- Aplicação do método indutivo-experimental para a criminologia.
- Distinção entre imputáveis e inimputáveis – sai do livre arbítrio (Escola Clássica) para a noção de
normalidade.
- Culpabilidade – pena para os normais.
- Periculosidade – MS para os anormais, perigosos.
- Enxerga o crime como fenômeno humano-social e como fato jurídico.
- Função finalística da pena: prevenção especial, com adaptação artificial (transformação do criminoso
em cidadão útil à sociedade) e inocuização (afastamento do criminoso da sociedade).

Movimento Psicossociológico
- Principal autor: Gabriel Tarde.
- Aspectos de ordem biológica ou física até poderiam influenciar na prática de crimes, mas nada seria
tão decisivo comparado às influências do corpo social.
- Lei da imitação ou integração social – o crime passa por um processo de aprendizagem, de repetição.
- “Todo mundo é culpável, exceto o criminoso” - apresentando a ideia do delinquente como um
receptor passivo dos impulsos delitivos.

Escola Técnico-Jurídica
- Autossuficiência da Criminologia.
- O Direito Penal deve se limitar ao direito positivo em vigor.
- Crime como relação jurídica - social e individual.
- Finalidade da pena - prevenção geral e especial.
- Previsão de aplicação de medida de segurança aos inimputáveis.
- Resgate do livre-arbítrio.

Escola da Nova Defesa Social (Abolicionismo)


- As ideias surgiram no iluminismo, mas os movimentos de defesa social no pós 2GM.
- Defendiam a abolição do Direito Penal.
- Pedagogia da responsabilidade – o criminoso deve ser educado e não punido.
- Substituição de penas em crimes para medidas individualizadas.
- Adoção exclusiva de sistema preventivo e (re)educativo.

Movimento “Lei e Ordem”


- Alemão Ralf Dahrendorf - liderou o movimento do Direito Penal Máximo (penas incriminadoras,
estabelecimentos de segurança máxima).
- Tolerância de pequenas infrações podem ensejar crimes cada vez mais graves.
- Alguns autores dizem que é inspirado no direito penal do inimigo.
- Anos 70 EUA – Política de tolerância zero, Janelas quebradas em NY (1991) - o delito é maior nas zonas
onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.
- BR – criação da lei de crimes hediondos – Lei 8.072/90.

Quando surgiu a criminologia?


- Há muita discussão doutrinária acerca desse tema!
a) O termo “Criminologia”: foi utilizado pela primeira vez pelo antropólogo francês, Paul Topinard , em
1879, todavia, o termo só foi difundido internacionalmente por meio da publicação da obra
Criminologia, de 1885, por Rafaelle Garofalo.
b) Marco científico da Criminologia: prevalece, segundo a maioria, ter surgido a partir dos estudos de
Cesare Lombroso (para alguns, surgiu antes com os estudos estatísticos de Adolphe Quetelet). Vale
destacar que, para a maioria da doutrina, Cesare Lombroso é considerado o pai da Criminologia,
especialmente pelo fato de ter empregado o método empírico em suas pesquisas.
c) Criminologia como estudo de fenômenos sociais: para os adeptos da corrente que defendem uma
criminologia resumida nos estudos de fenômenos sociais, sua origem se dá com os trabalhos de Adolphe
Quetelet.
d) Criminologia abrangendo a política-criminal: segundo aqueles que entendem que Criminologia
absorve a política-criminal, sua origem ocorre com Cesare Bonesana (Marquês de Beccaria).
e) Criminologia no Brasil: tem origem com os estudos de João Vieira de Araújo (fez a tradução), no final
do século XIX, ganhando relevância, posteriormente, com os estudos de Raimundo Nina Rodrigues
(“Lombroso dos trópicos”).

ESTRATÉGIA QUESTÕES – AULA 01


14/14 100%
- Cai muito escola positivista e seus autores e a escola clássica.
- Positivismo:
- Determinismo.
- Método empírico-indutivo.
- Pena – instrumento de defesa social (preventiva)
- Autores: Lombroso, Ferri e Rafaelle Garófalo.
- Divide-se em: antropológico, sociológico e jurídico.
- Escola Clássica:
- Crime – ente jurídico (ficção jurídica). Não é uma ação.
- Livre arbítrio – retribuição.
- Lógico-dedutivo.
- Escola Nova Defesa Social – Fillipo Gramatica, pedagogia da responsabilidade social, abolição do DP.

TEC QUESTÕES
39/53 74%
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- Na escola técnico-jurídico o entendimento era que nenhuma ciência jurídica deveria interferir no
Direito Penal positivado. Busca a valorização da lei.
- No movimento de defesa social se almeja a utilização preventiva do Direito Penal, evitando que o
agente delituoso volte a delinquir, sendo que a pena não é instrumento utilizado com o fim apenas
retributivo.
DEFESA SOCIAL ------------- PREVENÇÃO
- A noção de Direito Penal como barreira intransponível da política é de Von Liszt, relacionado com a
Escola Sociológica Alemã.
- Von Lizt (final do século XIX) sustentou uma teoria de prevenção especial vinculada à escola
sociológica. Para ele, a pena teria o objetivo de prevenir os delitos assegurando a comunidade frente
aos delinquentes mediante o encarceramento. A prevenção especial é focada na intimidação, na
correção e na inocuização.
-  Na verdade, as principais características da escola alemã moderna são, em apertada síntese, estas: a)
adoção do método lógico-abstrato e indutivo-experimental — aquele para o Direito Penal e este para
as demais ciências criminais.
- Na escola correlacionista o que se pretende é compreensão e a proteção do agente delituoso,
objetivando a sua recuperação e reinserção no convívio social.
- Modelo dissuasório (clássico ou retributivo): tem como foco a punição do criminoso. Está punição deve
ser intimidatória ao proporcional dano causado.
- As teorias biológicas buscam explicar o crime a partir de fundamentos biológicos, como o nome sugere,
dentre eles fatores psíquicos. Uma delas é a Teoria dos Instintos, desenvolvida por Freud, que busca
explicar o comportamento delitivo e agressivo do ser humano, tendo em vista suas características
psicológicas (psicanálise).
- Pelo sistema vicariante não se aplica dupla sanção, ou seja, não se aplica ao mesmo tempo pena e
medida de segurança. 
- Terza Scuola Italiana (escola eclética) - escola crítica ou positivismo crítico. Esta corrente funcionou
como uma fusão das escolas clássica e positiva, que também têm matrizes italianas. Utilizou as
características da escola clássica como a classificação de criminosos como imputáveis e inimputáveis,
mas rechaçava a teoria do livre-arbítrio. Da escola positiva aproveitou dos estudos sobre etiologia do
crime, bem como antropologia e sociologia criminal. Via o crime como um fenômeno individual e social,
tendo a pena um caráter de prevenção especial, ou seja, meramente aflitivo e com vistas a evitar o
cometimento de crimes pela sociedade em geral.
- A prevenção visa apenas aquele indivíduo que já delinquiu para fazer com que não volte a transgredir
as normas jurídico-penais. Os partidários da prevenção especial preferem falar de medidas e não de
penas (periculosidade).
- A técnica de identificação de criminosos, desenvolvida por Alphonse Bertillon, em 1882, que consiste
na análise do conjunto de medidas corporais, marcas individuais, como cicatrizes, marcas de nascença e
tatuagens, é chamada de ANTROPOMETRIA CRIMINAL. (Pós Lombroso).
*Criou um método de identificação de criminosos por impressões digitais, denominado de
antropometria (1882).
- No tocante à prevenção do crime temos dois modelos teóricos de prevenção: o modelo clássico e o
modelo neoclássico. Ambos partem da ideia de que a forma mais adequada de prevenção do crime ou
desvio é a punição, já que a ameaça da punição faria com que o criminoso ou desviante desistisse de seu
intento.
- O modelo clássico leva em conta o rigor ou severidade da pena como mecanismo de
prevenção, assim quanto mais rigorosa a pena maior sua eficácia na prevenção.
- O modelo neoclássico, por sua vez, leva em conta o bom funcionamento do sistema legal, ou
seja, a efetividade da punição, assim quanto melhor o funcionamento do sistema legal menor a
criminalidade já que o criminoso conhece a efetividade do sistema.
- Ferri - foi autor da obra Sociologia Criminal; para ele a criminalidade deriva de fenômenos
antropológicos, físicos e sociais.
- Para Raffaele Garófalo (1851-1934), a defesa social era a luta contra seus inimigos naturais carecedores
dos sentimentos de piedade e probidade.

Aula 02

Vitimologia

Etapas Evolutivas da Vítima no DP


-> Vingança Privada
- Protagonismo da vítima, idade de ouro. Lei de Talião.
- Autotutela.

-> Vingança Pública


- Neutralização da vítima.
- Poder de punir do estado.

-> Período Humanista


- Redescobrimento da vítima.
- Começou com os estudos da escola Clássica.
- Marco: ONU, pós 2GM.
*Corrente ultraminoritária entende que a vitimologia é ciência autônoma.

Origem no Brasil
- Pai da vitimologia: Benjamin Mendelsohn - conferência em Israel.
- Hans Von Henting – EUA, The Criminal na his Victim.
- No Brasil:
- Tradução de escritos de Paul Cornil
- Edgard de Moura Bittencour – “A vítima”.
- Tendência de inserção da vítima na persecução penal!
- Dupla penal: criminoso + vítima = justiça restaurativa.

Conceito
- Estudo científico responsável por diagnosticar a natureza, extensão e causas da vitimização em um
conflito criminal, mesmo em casos de não intervenção do Direito Penal, analisando também as
consequências sobre as pessoas envolvidas no conflito, bem como as razões do corpo social, com
destaque para as forças policiais e para o sistema de justiça criminal.
- A vitimologia analisa também aspectos do comportamento da vítima que contribuem para o crime – é
chamado de VITIMODOGMÁTICA!

Processos de Vitimização
*Cai muito!
- “iter victimae”.
-> Vitimização direta – sofrimento diretamente suportado pela vítima.
- Vitimização primária – impactos diretos. Ex.: momento do estupro.
- Vitimização secundária – revitimização, sobrevitimização. Ex.: vítima na delegacia repetindo a
história.
- Vitimização terciária – estigmatização social. Ex.: igreja que julga.
*Leva a cifra negra, escolher não denunciar.
- Vitimização quaternária – medo de se tornar vítima, seja por já ter sido ou pelas notícias. Ex.:
medo de andar sozinha a noite pois tem muito assalto.
-> Vitimização indireta – pessoas que se relacionam com a vítima, com vínculo de afeto. Ex.: pai que
sofre ao saber que a filha foi vítima de estupro.
-> Heterovitimização - a vítima se culpa pelo fato, autorrecriminação.
Ex.: vítima de estupro se sente culpada por ter usado aquela roupa, vítima de furto se sete culpada por
ter deixado o carro aberto.
-> Vitimização difusa – não apresentam vítimas certas. Ex.: propaganda enganosa, crimes ambientais.
Paulo Sumariva e a Revitimização
- Ele divide a revitimização em:
i. heterovitimização secundária – relação com outras pessoas ou instituições estranhas ao
crime.
ii. autovitimização – a própria vítima se vitimiza psicologicamente.
*Minoritário!
- Tendências de Criminalização da vítima – linhas de defesa que dizem que a “vítima” pediu.

Classificação das Vítimas


-> Classificação de Benjamin Mendelsohn
*É o que mais cai!
- Vítima ideal/vítima completamente inocente – Ex.: vítima de bala perdida.
- Vítima menos culpada do que o delinquente/vítima por ignorância – Ex.: vítimas frequentando
lugares perigosos.
- Vítima tão culpada quanto o delinquente – atos bilaterais, mas a vítima não será
responsabilizada, criminalmente. Basta que a vítima ofereça o aceite. Ex.: vítima de estelionato,
roleta russa.
*Há autores que exigem má-fé.
- Vítima mais culpada que o delinquente/vítima provocadora – fomenta, provoca ou incentiva a
prática do crime. Ex.: homicídio em legítima defesa.
*Podemos estar diante de uma causa de diminuição (Ex.: homicídio privilegiado) ou atenuante.
**Não se confunde com a teoria da periculosidade vitimal – aqui a vítima se conduz
inconscientemente ao crime.
- Vítima como única culpada/ Vítima Simuladora / Vítima Agressora / Vítima Imaginária /
Pseudovítima – culpa exclusiva da vítima, então não há crime “pseudovítima”. Ex.: vítima de
suicídio, sujeito embriagado que atravessa rodovia movimentado.
- Mendelsohn divide todas as classificações em 3:
i. vítima inocente – não concorre de nenhuma forma para o crime.
ii. vítima provocadora – aquela que provoca o crime, seja voluntariamente, seja negligente ou
imprudente.
iii. vítima agressora – é a vítima simuladora, pseudovítima, imaginária ou suposta vítima, em
casos de vítima como única culpada.
-> Classificação de Hans Von Henting
-> Grupo de Criminoso-vítima:
- Indivíduo Sucessivamente Criminoso-vítima-criminoso – comete um crime atras do outro,
reincidente, por não ter outra alternativa, vítima da sociedade.
- Indivíduo Simultaneamente Criminoso-vítima-criminoso – ao mesmo tempo é criminoso e
vítima. Ex.: usuário de drogas, que é vítima da sociedade e criminoso quando trafica.
- Criminoso-Vítima Imprevisível – o sujeito passa de vítima para criminoso. Ex.: marido é
injuriado pelo patrão, e chega em casa e agride a esposa.
-> Grupo de Vítimas
- Vítima resistente – é a vítima que se vale da legítima defesa, vítima reativa, não se conforma
com a agressão.
- Vítima coadjuvante ou cooperadora – aquela que concorre para a produção do resultado, seja
por imprudência, negligência ou imperícia.

Teorias e Síndromes com Enfoque nas Vítimas


-> Teoria da Periculosidade vitimal e as vítimas latentes (potenciais) – pessoas predispostas à condição
de vítima.
- Pessoas briguentas.
- Pessoas que provocam outras entendidas como passivas.
- Pessoas descuidadas com os próprios pertences.
*Não se confundem com a “potencial receptividade vitimal” que são grupos vulneráveis, como
crianças, PCD.
- Hoje, há programas de prevenção vitimária de caráter informativo.

-> Síndrome da Mulher de Potifar


- Estado psicológico carregado de vingança e ódio cuja finalidade é imputar falsamente um fato definido
como crime, desencadeado por algum ato de rejeição ou desafeto.
- Após a Lei 12.015/2009 o homem também pode ser vítima de estupro.

-> Síndrome de Estocolmo


- Estado psicológico de autopreservação desenvolvido por algumas pessoas vitimadas em sequestros ou
em qualquer outro crime limitador do direito de ir e vir capaz de gerar um ambiente de extremo
estresse, passando a criar até mesmo laços de afeto e apreço com seu algoz.
*Ocorre uma “transferência” como possibilidade de autopreservação.
Ex.: durante sequestro a vítima se apaixona pelo sequestrador, como forma de autopreservação.
- Especialistas dizem que pode levar 15 a 45 minutos pra se manifestar, e aumenta com o tempo.

-> Síndrome de Londres


- A vítima passa a desenvolver um sentimento de ódio, repulsa, extremo desconforto, com a presença do
criminoso.
- Ataque, inconformismo.
-> Síndrome da mulher maltratada
- Convivência abusiva com seu cônjuge, que ao sofrer violência reage de forma impulsiva, ou até
premeditada contra o abusador, como instinto de autopreservação.
Ex.: homem estuprava e espancava a mulher por 20 anos, até que ela comprou uma arma e o matou.
*A tese que prevaleceu nos EUA foi de INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
**Metáfora da panela de pressão que estoura.

-> Síndrome do desamparado aprendido


- O sentimento de desamparo poderia ser aprendido, tratando-se de um estado emocional e psicológico
em que a vítima, após passar por inúmeras punições sem a possibilidade de reação, acaba absorvendo a
crença de que não possui forças ou alternativas para mudar o cenário em que se encontra.
Ex.: cachorro que leva choque e não pode sair do lugar, e fica desanimado, e não responde a estímulos.
- Depressão.
- Algumas vezes são rotuladas como “mulher de malandro”, por continuar com o companheiro
agressivo.

-> Síndrome da Gaiola de Ouro


- A vítima sabe que possui o poder de cessar com o relacionamento abusivo, mas mesmo assim
continua.
- Recebe algum benefício secundário. Ex.: presentes, estabilidade financeira, segurança.
- Acredita que ali não passara nenhuma necessidade ou vergonha.
*Caso Duda Abreu.

-> Síndrome de Oslo


- A vítima passa a acreditar ser a responsável pelas agressões suportadas, e que pode mudar isso.
(processo de heterovitimização).
- Pode acometer de forma individual ou coletiva.
Ex.: abusos físicos em crianças ou violência contra a mulher, em que ela acredita que se se vestir melhor
a violência vai parar.

Processos de Criminalização
-> Criminalização primária
- Processo legislativo de criação do Direito Penal.
- Agentes: cabe ao CN, com sanção do PR.
- Criação do Direito Penal Objetivo.

-> Criminalização secundária


- Aplicação do Direito Penal Objetivo – concretização do processo de criminalização primária.
Ex.: o autor do crime passa a ser investigado pela polícia, MP e depois PJ.
- O sistema penal não se limita a aplicação as leis, mas também a concretização de DFs.
- Agentes: Delegados, promotores, juízes, agentes penitenciários.

Cifras/Cores Criminais e Estatística Criminal


- Temos a seguinte conceituação:
- Criminalidade real – número efetivo, registrado ou não, em tempo e lugar determinado.
- Criminalidade registrada (aparente ou revelada) – número que chegou ao conhecimento do
Estado.
- Criminalidade oculta (cifra negra) - número que não chegou ao conhecimento do Estado.
*Diferença entre criminalidade real e registrada.
- Espécies:
(É possível que um crime seja de duas cifras ao mesmo tempo, é preciso prestar atenção em qual
enfoque a questão está dando).

-> Cifra negra (cifra oculta) – o que não chega ao conhecimento do estado.
Ex.: crimes contra a honra, crimes contra a dignidade sexual e de colarinho branco.

-> Cifra dourada – criminalidade praticada pelas elites.


Ex.: mensalão, lava-jato, crime contra o sistema financeiro.
*A corrente majoritária se baseia nos ensinamentos de Edwin Sutherland que criou a expressão
“colarinho branco”.

-> Cifra cinza – são registradas, mas não chega ao processo ou ação penal por serem solucionados na
delegacia.
Ex.: retratação da vítima na APP condicionada, perdão do ofendido.

-> Cifra amarela – crimes de abuso ou violência praticados por funcionários públicos contra particulares.
- Ex.: policial que bate em homem negro que está andando na rua, ou decreta a prisão de forma ilegal,
por abuso de autoridade.
*Parte da doutrina entende que está dentro da cifra negra.

-> Cifra verde – não chegam ao conhecimento policial e que a vítima é o meio ambiente.
Ex.: maus tratos, ferir animais silvestres, pichar paredes de prédios históricos.

-> Cifra azul (crime de colarinho azul) – são os praticados pelos mais pobres.
Ex.: roubo, estelionato, dano.
*Origem na revolução industrial pois os funcionários usavam colarinho azul do macacão.

-> Cifra rosa – motivação homofóbica, contra homossexuais por serem homossexuais.
Ex.: ofensas e lesões contra homossexuais.

-> Cifra branca – efetivamente solucionados, abrangendo todas as etapas regulares e necessárias,
mesmo com absolvição.
- Ex.: sujeito é processado cumpre a pena e é solto.

-> Cifra vermelha – crimes de homicídio praticados por serial killers, psicopatas.
Ex.: assassino que mata apenas pessoas ruivas, deixa assinatura.

Prevenção da Criminalidade
- Primários - Esta tem por finalidade coibir o crime criando condições para que o indivíduo se desenvolva
na sociedade (educação, trabalho cultura etc.). Trata-se da prevenção propriamente dita uma vez que
opera muito antes de se formar um agente criminoso.
- Secundários - A prevenção secundária atua nos locais onde o crime, que não foi sanado na origem pela
prevenção primária, objetiva seus resultados. Ex.: Programas de prevenção policial, de controle dos
meios de comunicação, de ordenação urbana e utilização do desenho arquitetônico como instrumento
de auto-proteção, desenvolvidos em bairros de classes menos favorecidas.
- Terciários - Em última instância, após o delito não ter sido evitado, aplica-se a punição. Aqui entra a
prevenção terciária com o intuito de evitar que o recluso volte a incidir em erro, ou seja, é prevenção de
caráter punitivo a qual tem com objetivo evitar a reincidência.

Modelos de Reação do delito


- Há basicamente três modelos: a) dissuasório (clássico ou retributivo), b) ressocializador e c)
restaurador. Vamos resumi-los brevemente:
- Modelo dissuasório (clássico ou retributivo): tem como foco a punição do criminoso. Está
punição deve ser intimidatória ao proporcional ao dano causado. Neste modelo, os
protagonistas são o Estado e o criminoso, sendo a vítima e a sociedade excluídas do processo.
Aqui busca-se persuadir o delinquente para que não cometa delitos a partir da intimidação, ou
seja, medo da punição que lhe pode ser atribuída.
- Modelo ressocializador: Tem atuação na pessoa do delinquente. A finalidade da punição
criminal não é apenas o castigo (modelo dissuasório), mas também a ideia de reinserir o
criminoso na sociedade. Aqui a sociedade tem papel fundamental neste processo. Contudo, a
vítima continua tendo pouca importância.
- Modelo restaurador (ou integrador): É também conhecido como justiça restaurativa, pois seu
foco é restabelecer a situação anterior à prática do crime (status quo ante). Assim a finalidade é
restaurar o criminoso, ajudar a vítima e ainda restabelecer a ordem social abalada. Nesse
modelo de reação ao delito a finalidade precípua não é punir o criminoso, mas sim solucionar o
problema criminal a partir da conciliação entre as partes, por isso a vítima passa a ter
participação fundamental. É o que acontece por exemplo nos crimes de menor potencial
ofensivo nas ações penais de competência dos juizados criminais especiais (Lei 9.099/95).

PÁG 37 – LER RESUMO!


LER ESTA AULA NO MEU CADERNO E FAZER AS 27 QUESTÕES!

TEC QUESTÕES
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/23333540/caderno
35/38 92%
- Para a teoria da reação social, a norma jurídica, com o fulcro de controlar a sociedade, é quem diz o
que é crime, e, portanto, cria o próprio criminoso, daí o acerto em dizer que o delinquente é fruto de
uma construção social, tendo como causa a própria lei. Assim sendo, torna-se mais apropriado falar em
criminalização e criminalizado que falar em criminalidade e criminoso
- São três os modelos: o dissuasório, o ressocializador e o integrador; o primeiro, também conhecido
como modelo clássico, tem o foco na punição do criminoso, procurando mostrar que o crime não
compensa; o segundo tem o foco no criminoso e sua ressocialização, procurando reeducá-lo para
reintegrá-lo à sociedade; e o terceiro, conhecido como justiça restaurativa, que defende uma
intervenção mínima estatal em que o sistema carcerário só atuará em último caso.

Aula 03

Teorias Sociológicas Explicativas da Criminalidade

Teorias de nível individual


i. Teorias biológicas (bioantropológicas) – liga a pratica do delito a fatores congênitos do indivíduo, do
seu próprio organismo. Atavismo, doenças mentais, deformidades.
ii. Teorias psicológicas – causas do delito a partir do estado anímico do criminoso (vivências ou
subconsciente).
- Podem ser da espécie “psicodinâmicas” – houve falha no processo de aprendizagem ao longo da vida.

Teorias de nível sociológico (macrossociológica ou sociologia criminal)


- Partindo da ideia de crime como fenômeno social, as teorias sociológicas partem da ideia de crime, sob
uma perspectiva:
- Etiológica – causa do crime.
- Interacionista – reação social.
- 2 grandes movimentos que influenciam o pensamento criminológico contemporâneo:
-> Teorias do conflito – ligada à esquerda.
- Luta de classes, cooperação para dissolução, mudança continua.
- A convivência harmônica em sociedade decorre de imposição, COERÇÃO, dominantes x
dominados.
- Delinquente como um “agente revolucionário ou de transformação social”, sucessores do
proletariado.
Ex.: Labelling approach e teoria crítica.
-> Teorias do consenso – ligadas a direita.
- Sinônimos: teoria funcionalista, teoria da integração.
- Entende a sociedade como uma máquina, cada engrenagem é um indivíduo, e alguns
começam a apresentar falhas e precisam ser separados e corrigidos.
- Cada um é responsável pela função que lhe é conferida, toda a sociedade deve ser integrada.
- Postulados: perenes, integrados, funcionais e estáveis.
Ex.: Escola de Chicago, teoria da associação diferencial, teoria da anomia, teoria da
desorganização social, teoria da neutralização e teoria da subcultura delinquente.

Teorias Criminológicas em Espécie

Escola de Chicago (1920 – 1940)


- O crescimento das cidades era responsável por produzir a criminalidade.
*No campo todos se conheciam, nas cidades não há freios inibitórios.
- Características:
- Valia-se do método empírico: trabalhava com a observação dos fatos concretos;
- Apresentava finalidade pragmática: tentava explicar as causas do delito de forma específica e
segura, voltada para os problemas de Chicago à época;
- Utilizava Inquéritos Sociais (social surveys): bairros e cidades eram investigados por meio de
índices de criminalidade como meio para se enxergar o real grau de delinquência localizada.
- Influenciou no surgimento de outras teorias: teoria da desorganização social (ecológica), teoria
espacial, teoria das janelas quebradas e teoria/política de tolerância zero.
- Nos guetos as casas não são pintadas, há lixo nas ruas, um ambiente em degradação, de modo que
também seus habitantes jogam lixo nas ruas, falam palavrões, vivem de forma imoral.
*Propõe uma política de higienização dessas áreas, praças abertas, bem iluminadas (limpeza da miséria,
limpeza da pobreza).

Teoria da Desorganização Social (Teoria Ecológica)


- Obra principal: The City: Suggestion for the Investigation of Human Bahavior in the City Environment,
dos autores Robert Park e Ernest Burguess.
- Enfraquecimento dos meios de controle social informal, desordem e falta de integração.
- Expansão dos centros urbanos.
- Nas cidades menores tinha mais civismo, amizades, companheirismos.
- A desorganização social causa a delinquência.

Teoria Espacial Defensável


- 1940.
- Mecanismo de prevenção da criminalidade: reestruturação arquitetônica e urbanística das grandes
cidades.
- Principal obra: Oscar Newman, por meio da obra Defensible Space.
Teoria das Janelas Quebradas
- James Wilson e George Kelling, com a obra: The Police and Neiborghood Safety.
- Quando algo está abandonado demonstra a ausência de vigilância, gerando sensação de impunidade
que leva a prática de mais crimes.
- Tolerar delitos menores leva a pratica de delitos maiores. A repressão deve ser forte para evitar que se
criem bairros como verdadeiras zonas de concentração de delinquência.
Ex.: no BR, pode-se citar a LMP, pois não aceita as medidas despenalizadoras.

Teoria da Tolerância Zero


- Ex-prefeito de NY, Rudolph Giuliani.
- Decorre da teoria das janelas quebradas e das políticas de lei e ordem.
- Aplicar medidas criminais sem quaisquer discricionariedades, penas severas, 0 impunidade.
- O sistema criminal apresentava punições iguais a todos aqueles que cometessem os mesmos crimes,
independentemente do grau de culpa do indivíduo.
- Reconquistar a confiança da população, e o hábito de respeitar a lei, o que levaria a redução dos
índices de criminalidade.

Teoria dos Testículos Despedaçados/Quebrados/Esmagados


- Atuação policial firme, até contra crimes mais leves, para que os criminosos fujam.
- Crítica: não é capaz de eliminar a criminalidade, apenas de realoca-la aonde tem menos policiais.

Teoria da Associação Diferencial/Aprendizagem/Social Learning


- Se aprende o crime assim como se aprende uma boa ação, uma profissão.
- O delito não tem como causa fatores hereditários, mas sim influência do meio.
- Defendia que ser criminoso era uma escolha, não uma herança.
- É aprendido mediante comunicação com outras pessoas.
- Autor: Edwin Sutherland (1883-1950), seguindo os ensinamentos de Gabriel Tarde.
- Edwin Sutherland entendia que era preciso comunicação pessoal e direta para que se “aprendesse” o
crime, Gabriel Tarde defendia que era possível a aprendizagem por meio de imitação.
* Edwin Sutherland, na década de 1930 cunhou a expressão White-collor crime (colarinho branco)
dizendo que ricos também são criminosos, muitas vezes, crimes de corrupção (ordem econômica), pelos
meios que estão envolvidos.
Citações da obra de Sutherland
“Comportamento criminoso é aprendido pela interação com outras pessoas em um processo de
comunicação”.
“A principal parte da aprendizagem do comportamento criminoso ocorre dentro de grupos íntimos e
pessoais”.
“Quando um comportamento criminoso é aprendido, a aprendizagem inclui: técnicas para executar o
crime, que podem ser complicadas ou simples; e as direções específicas de motivos, impulsos,
racionalizações e atitudes.”
“A direção específica dos motivos e impulsos é aprendida a partir de definições dos códigos legais como
favoráveis ou desfavoráveis”
“Uma pessoa torna-se delinquente por causa de um excesso de definições favoráveis à violação das leis
sobre definições desfavoráveis à violação delas”
“Associações diferenciais podem variar em frequência, duração, prioridade e intensidade”.
“O processo de aprendizagem do comportamento criminoso por associação com padrões criminosos e
anticriminosos envolve todos os mecanismos envolvidos em qualquer aprendizagem”.
“Enquanto comportamento criminoso é uma expressão de necessidades e valores gerais, ele não é
explicado por essas necessidades e por esses valores, dado que comportamento não criminoso é uma
expressão das mesmas necessidades e dos mesmos valores”.

Teoria da IDENTIFICAÇÃO Diferencial


- Desenvolvida por Daniel Glasser.
- Há a possibilidade do indivíduo aprender o crime a partir da identificação com o criminoso tomados
como referência, INDEPENDENTEMENTE DE APROXIMAÇÃO OU CONVÍVIO PESSOAL.
- Criticam a mídia por venderem filmes dos bandidos como heróis, incentivando, pela identificação a
criminalidade.

Teoria do Condicionamento Operante


- Robert Burguess e Ronald Akers - The Differential Association Reinforcement Theory of Criminal
Behavior (1966).
- A conduta do delinquente é fruto das experiências passadas vividas, derivando de estímulos contínuos
que recebe ao longo da vida.
Ex.: pai que bate muito no filho e estimula a se tornar um criminoso.

Teoria do Vampiro
- Vítimas de abusos são propensas a se tornarem abusadores.
Ex.: vítimas de violência sexual acabam se tornando abusadoras também.

Teoria do Reforço Diferencial


- O comportamento criminoso está em processo de constante interação com o meio social que se
insere.
- Incidência de condicionamentos – por meio de saciedade e privação.
- Algumas pessoas saciadas por algum anseio responderiam de forma diversa daquelas não saciadas
(privadas de algum desejo).
Ex.: pessoa pobre seria mais propensa a roubar um tênis para saciar algo que é privada.
- Influenciada pela escola clássica – melhor forma de prevenir crimes é com a certeza da punição.

Teoria da Neutralização
- David Matza e Gresham Sykes.
- Utilização de técnicas de neutralização pelos próprios delinquentes, para justificar sua própria conduta.
- Negação da própria responsabilidade, negação da lesão praticada, negação da vítima, condenação dos
condenadores, apelo à lealdade.

Teoria da Subcultura Delinquente


- Ideia de classe inferior.
- Sustenta que algumas subculturas, na verdade, valorizam a violência, tratando com desdém ou
indiferença os indivíduos que não se adaptam aos padrões do grupo.
Ex.: pichadores, gangues, o hip hop não seria música pois pertence a uma subcultura.
- Autor: Albert Cohen.
- 3 fatores:
- Não utilitarismo – sem motivação racional. Ex.: furtar roupas que não irão usar.
- Malícia da conduta – prazer em prejudicar.
- Negativismo da conduta – oposição aos padrões predominantes na sociedade. Ex.: pichação
por rebeldia.
*Crítica: ela só explica os crimes das classes menos favorecidas.
Teoria da Anomia/Estrutura-funcionalista
- É ligado ao consenso (à direita).
- No início o termo foi trazido por Durkheim – sempre falando de consciência coletiva. Para ele, a
anomia não significa ausência de normas, mas o enfraquecimento de seu poder de influenciar condutas
sociais.
- O delito é algo normal de toda estrutura social. Um delito causa uma desorganização na sociedade. Faz
parte da sociedade.
- A função da pena é reforçar a consciência coletiva.
- Normalidade e funcionalidade – o delito é importante para gerar um sentimento coletivo, e evitar
chegar no estado de anomia.
- Anomia é a crise estrutural cultural, que se verifica uma forte discrepância entre normas e fins
culturais.
- Depois foi trabalhada por Robert King Merton, que trouxe:
- Conformidade – Ex.: o trabalhador comum, que aceita o sistema, e viaja nas férias.
- Inovação – Ex.: ladrão que rouba joias, relógios (aceita a cultura, mas não seus meios).
- Ritualismo – Renuncia aos meios culturais, mas respeita quem consegue. Ex.: hippes,
naturebas.
- Evasão/retraimento – Abrem mão tanto das metas, como dos meios. Ex.: mendingos,
andarilhos.
- Rebelião – Proposta de novos meios e metas. Ex.: Black Blocks.
- O fracasso na perseguição das metas culturais (insucesso, por exemplo), somado a escassez dos meios
institucionalizados (desemprego, desigualdade social, ensino público precário, etc.), a sociedade
caminhará para um estado de anomia, ou seja, estado de desordem com comportamentos desviados e
estranhos às normas sociais (crimes).
- Anomia: crimes que não possuíam motivações racionais. Ex.: Jovens que furtam comida que não irão
comer.

Teoria do Labelling Approach/Rotulação/Etiquetamento/ Interacionismo Simbólico/Reação Social


- Criada por Erving Goffman, Edwin Lemert e Howard Becker (autores da Nova Escola de Chicago), em
1960, inspirados pela doutrina de Émile Durkheim.
- O crime é produto de um processo social formal e informal de interação, seleção, discriminação e
estigmatização.
- As normas são preparadas pelas elites dominantes com a finalidade de subjugar outras classes.
- 1ª corrente – radical - o processo de etiquetamento é aplicado por agentes de controle social
formal, tais como policiais, promotores, juízes, etc.
- 2ª corrente – ampliativa – o processo de etiquetamento é feito por todos, escola, família,
polícia, juízes.
- Ocorre inversão: Não é porque o indivíduo fez aquele crime, e sim porque criminalizaram uma conduta
dele.
- Para essa teoria a pena seria instrumento estatal gerador de desigualdades.
- Etiquetas: FAC, divulgação em jornais sensacionalistas.
- Sugestão: medidas despenalizadoras - Br adotou JECRIM, e PR.
- É uma teoria de esquerda, teoria de conflito.
- Edwin Lemert traz tipos de desvio:
- Desvio Primário - ocorre por fatores sociais, culturais ou psicológicos. O indivíduo delinque por
circunstâncias sociais, como observamos no paradigma da reação social.
- Desvio Secundário - é consequência da incriminação, da estigmatização, da reação social
negativa a respeito daquele outsider. Os efeitos psicológicos causados pela rotulação são tão
danosos ao indivíduo que ele se torna marginalizado e excluído da sociedade. Ele passa a entrar
na carreira criminosa.
Teoria Crítica, Radical, Marxista ou Nova Criminologia
- Marx.
- Na américa latina - Eugênio Raul Zaffaroni e Rosa Del Omo.
- O Direito Penal se ocupa de defender os interesses do grupo social dominante.
- Reclama compreensão e até apreço pelo criminoso – “agente revolucionário”.
- O capitalismo é a base da criminalidade.
*Crítica: retira totalmente a responsabilidade do indivíduo e não explica crimes cometidos pela classe
dominante, nem em países comunistas.
- Essa teoria inspirou 3 outras de esquerda: neorrealismo de esquerda; abolicionismo penal e direito
penal mínimo.

Teoria Abolicionista (Liberdade individual máxima)


- Surgiu na Escandinávia em 1990.
- O direito penal não soluciona conflitos, e sim traz mais estigmatizações.
- Ausência total de pena.
- Apresentam as seguintes ideias:
- Anarquismo
- Marxismo
- Cristão e liberal

Teoria Minimalista
- É um “aboliscionismo moderado”.
- O direito penal deve ser aplicado de forma mínima, apenas em situações estravagantes.
- A prisão deve ser evitada ao máximo, preferindo medidas alternativas.
Ex.: entendem que não deve haver prisão para crimes de organização criminosa pois isso não resolveria.

Teoria Neorrealista de Esquerda (Anti-liberal)


- De forma oposta, defendem um RIGOR MÁXIMO para o direito penal.
*Inspirados nas janelas quebradas e tolerância zero.
- Não apenas a pobreza que gera o crime, mas o machismo, consumismo, homofobia.
- Defendem o afastamento da discricionariedade do PJ, devendo restringir a aplicação a lei.

Criminologia cultural e mídia


- O crime e as agências de controle como produtos culturais – como construções criativas. Como tais,
devem ser lidas nos termos dos significados que carregam.
- A mídia exerce fortíssima influência em mudanças culturais. Ex.: novelas, filmes, documentários.

Teoria “Queer”
- Esquisito, excêntrico.
- Violência contra homossexuais:
- Violência simbólica – questões culturais de menosprezo sobre os homossexuais.
- Violência das instituições – o próprio Estado criminalizando as identidades homossexuais.
- Violência interpessoal – agressões e insultos contra homossexuais.

Teoria Feminista
- Pauta-se na luta por igualdade entre homens e mulheres.
- Há uma espécie de sexismo institucionalizado, que objetifica a mulher, desde a criação das leis até a
aplicação concreta.
Teoria dos Instintos
- Adaptação da teoria freudiana do delito por sentimento de culpa.
- O ser humano possui instinto natural criminoso, que são reprimidos, quando pratica o crime supera o
sentimento de culpa e realiza sua tendência.

Criminologia ambiental e teorias


- Analisa os alvos do crime (processos de vitimização) e lugar/tempo do crime e suas características.
- A preocupação não recai sobre quem praticou o crime, mas sim em como o delito é praticado.
COMO > QUEM
- Ela se desdobra nas seguintes teorias:

Teoria das atividades rotineiras


- Ambiente propício para o crime seria:
- Agressor provável – motivado por doença, ganância.
- Alvo adequado – pessoa, objeto ou local.
- Ausência de guardião ou vigilância adequada capaz de evitar o delito.
Ex.: ausência de policiais, cerca elétrica.

Teoria da escolha racional


- “pense como um criminoso”.
- O criminoso é imediatista, analisando as características presentes no momento da decisão,
não se importando com eventual punição.

Teoria do Padrão Criminal


- Volta as atenções para a investigação policial.
- Padrões:
- Espécie de crime.
- Modus operandi.
- Ambiente/local – hot spots, locais com mais roubo.
- Pessoas – padrões de criminosos ou vítimas.
- Tempo – Ex.: assaltos no período noturno.
- Eventos – Ex.: estupro que ocorre mais no carnaval.

Teoria da Oportunidade
- “A oportunidade faz o ladrão”.
- A oportunidade é a causa.
- Varia conforme tempo e lugar, as tecnologias podem ajudar.
- Conclusão: a prevenção se traduz por meio de reduções das oportunidades.

Teoria do Autocontrole
- O criminoso teria pouca resistência contra as vontades criminosas que possui, seria um sujeito
impulsivo.
- Problemas de autocontrole podem ter sido gerados por problemas e falta de orientação na infância.

Teoria da Graxa sobre Botas


- “rouba, mas faz”.
- Procura enxergar aspectos positivos em algumas práticas corruptas e criminosas no âmbito da
Administração Pública.
- Certos atos corruptos fariam com que o indivíduo sujasse as próprias mãos, mas faria a máquina
estatal andar com mais eficiência.
Teoria do Delito como Eleição
- Sintetiza pensamentos da escola clássica.
- Livre-arbítrio – o criminoso é um ser racional, que escolhe praticar crimes.
- Finalidade dissuasória da pena – a pena tem a finalidade de intimidá-lo, por meio do medo,
desestimulando a praticar novos crimes.
*Crítica: se preocupa com as bases etiológicas do crime, sem se importar com causas internas e
externas.

Teoria das Predisposições Agressivas


- Escola positivista, influenciada por Lombroso:
- Determinismo biológico – o acaso não existe, o criminoso tem carga genética.
- Criminoso nato – características físicas e morais visíveis nos indivíduos.
- Atavismo – características no organismo fruto de gerações passadas.

Teoria Behaviorista ou do Comportamento


- Comportamento, conduta.
- Autor: Broadus Watson.
- A teoria behaviorista analisa comportamentos de maneira funcional e reacional, ou seja, por meio de
ESTÍMULOS e REAÇÕES.
Ex.: durante a execução penal dar elogios e regalias para quem se comportar bem, e punição para quem
se comportar mal.

Teoria do Mimetismo
- Rene Girard.
- “mímica”, imitação, paixão pelo que vem do outro.
- Sujeitos que idealizam e passam a imitar criminosos.

Teoria do Cenário da Bomba-Relógio (Tincking time bomb scenario)


- Jean Larteguy
- Há hipóteses em que a aplicação da tortura seria admitida (flexibilização de direitos e garantias
fundamentais de suspeitos) em casos de terrorismo.
- Teoria não aceita no Brasil.
- Nos países em que é aceita, devem seguir requisitos:
i. casos específicos,
ii. ataque iminente,
iii. potencialidade do ataque,
iv. envolvimento direto,
v. ausência de opções,
vi. utilitarismo, subsidiariedade, motivação específica, excepcionalidade.

Teoria da Coculpabilidade e o Princípio da Parcialidade Positiva do Juiz


- Zaffaroni.
- O Estado fracassou, pois não garante os direitos fundamentais aos indivíduos, o que leva a ideia de
igualmente culpado.
- Corresponsabilidade, responsabilidade do Estado, desigualdade social.
Como o Estado responderia junto?
- Afastamento da punição
- Aplicação de atenuante genérica.
- Princípio da parcialidade positiva do juiz – o juiz agiria como agente social, compensando diferenças
sociais, culturais, raciais e econômicas, como forma de garantir a justiça.
*Coculpabilidade às avessas – o Estado favorece os mais ricos, com a extinção da punibilidade nos
crimes tributários, por exemplo; e a punição da vadiagem.

Aula 04

Temas Controvertidos da Criminologia

Cárcere e marginalidade social

-> Corrente abolicionista


- A cadeia funcionaria como universidade para o crime, sendo capaz de corromper até os condenados
por delitos não tão graves.
- Baratta: Processo negativo de socialização, que tem as sociedades capitalistas contemporâneas, e
divide em uma dupla perspectiva:
- Desaculturação – desadaptação às condições necessárias à vida em liberdade.
- Aculturação – valores típicos da subcultura.

-> Corrente do Garantismo Integral


- Defendem a manutenção da prisão como medida necessária para a proteção da sociedade e
retribuição.
- Punição de gestores públicos que se omitem dolosamente no dever de manutenção do sistema
penitenciário.

Sistema Penal e Reprodução da Realidade Social


- Adotado por Baratta.
- Escola – primeiro lugar em que ocorrem estigmas, desigualdades.
- Critica a meritocracia, professor como preconceituoso que favorece alunos considerados bons e
segrega os ruins.

Mídia e Criminalidade
- 1º papel – eleição de bodes expiatórios, coloca o rótulo no criminoso, etiqueta certos grupos, condena.
- 2º papel – defende os criminosos, transformando em heróis, justiceiros sociais os traficantes.

Fatores Sociais da Criminalidade


- Baseada em estudos empíricos, atribui a criminalidade a fatores sociais negativos, tais como:
- Sistema econômico – má distribuição de renda leva a desigualdades sociais, precária situação
econômica.
- Pobreza e miséria – miséria geraria revolta e exclusão social.
- Desnutrição e fome – Ex.: furto famélico.
- Habitação – ambientes precários, propícios para revoltas, subculturas. Ex.: favelas sem
saneamento, acessibilidade.
- Educação – restrição de acesso a escolas para algumas crianças.
- Mal vivência – Ex.: andarilhos, prostitutas e mendigos.

Política Criminal Atuarial


- Cálculos de probabilidade, matemática, estatística, finanças, economia, computação, dentre outras
ciências exatas para a avaliação de riscos.
- Métodos objetivos.
- Alcançam todo o sistema de justiça.
- Os criminosos serão classificados a partir de perfis de risco:
- Alto risco – processo mais célere, penas mais duras, proteção da sociedade através da
inocuização/neutralização do criminoso.
- Baixo risco – processo normal, penas mais brandas, admite-se a recuperação do criminoso.

Política Criminal de Drogas


- Tem-se o traficante e o usuário de drogas.
- Política nacional sobre drogas estabeleceu 5 vetores:
- Prevenção
- Estudos, pesquisas e avaliações
- Redução de oferta – segurança pública, repressão ao tráfico ilícito de drogas.
- Tratamento, recuperação e reinserção social.
- Redução de danos.
- Sistema misto:
- Políticas criminais – combate, redução e prevenção da circulação indevida de drogas.
- Políticas sanitárias – diminuição dos impactos negativos na vida dos usuários.
*Percebe-se uma tendência que abrange fatores de proteção ao usuário, com vistas a não o
estigmatizar.
**Gilmar mendes afirmou em voto que criminalizar o usuário seria incriminação da autolesão.
***Hoje, é entendido como conduta criminalizada, mas despenalizada.

Teoria Psicanalíticas da Criminalidade e da Sociedade Punitiva


- Instâncias da personalidade:
- ID – princípio do prazer, impulsivo.
- EGO – mediador entre o impulso e a censura.
- SUPEREGO – instância superior, consciência, censura.

-> Teoria Psicanalistas de crime


- O homem é naturalmente antissocial.
- O delito é desdobramento lógico de uma tentativa fracassada de domesticar o animal selvagem.
- A infância é que amolda a personalidade do homem, e determina seu futuro.
*Sentido oposto ao criminoso nato (Lombroso), pois aqui o meio é que influencia, mas Freud não nega a
presença de fatores biológicos.
- O crime se traduz na inibição do superego e submissão do ego ao id.
- Para Freud, dentro de todo ser humano há um criminoso.
Ex.: o mais correto dos homens se imagina matando seu inimigo (fantasias).
- Criminalidade neuroticamente condicionada:
- Processos de neurose que atenuam o vínculo do ego com o superego, ocultam o sentido do
ato.
- São 4:
i. Há o delito-obsessão,
ii. Mecanismos patológicos de sofrimento,
iii. Delito “legitimado” por meio de racionalização – se invocam razões aceitáveis,
iv. Crime por sentimento de culpa – a punição como alívio, ele quer a punição para se
aliviar do crime. (Culpa -> crime -> punição).

-> Teorias da Sociedade Punitiva


- Para o convívio harmônico em sociedade, é necessário impor FREIOS AOS IMPULSOS negativos
(prevalência do vínculo entre o superego e o ego).
- A sociedade cria tabus com aplicação de pena para os seus violadores.
- O tabu e a criação de toda a estrutura social punitiva são explicados a partir do sentimento de cada
indivíduo em aceitar (geralmente de forma inconsciente) que possui instintos negativos e de que precisa
contê-los.
- Ordenamento jurídico - sistema que impõe proibições sobre determinados comportamentos
antissociais, porém, desejados pelos seres humanos.
- Há um sentimento de analogia entre os indivíduos.
- A coletividade passa a aceitar a pena sobre o criminoso, por enxergá-la como um freio racional aos
impulsos primitivos desviantes. Portanto, A PENA SURGE COMO UMA ESPÉCIE DE EGO SOCIAL.
- Se há uma proibição é porque há um desejo impedido/reprimido.

TEC QUESTÕES
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/22096281/caderno
53/60 88%
6/8
(REVISÃO GERAL)
- A prevenção de infrações penais pode ser primária, secundária ou terciária:
*Cai muito muito muito muitoooo!
- Primária: É a realizada antes que o crime ocorra. Educação, saúde, emprego, segurança,
cultura. São destinas a toda a sociedade, indistintamente.
- Secundária: setores sociais que já tenham maior probabilidade de envolvimento criminal.
Comunidades carentes de grandes centros urbanos. As ações são voltadas para um grupo social
e não a um indivíduo em especial. Ex.: ação policial, controle por câmeras, programas de apoio,
controle da mídia, etc.
- Terciária: Incide sobre o já criminoso, evitando a reiteração delitiva. Ocorre quando as outras
prevenções já falharam, atuando no próprio sistema prisional, visando a regeneração do
indivíduo. São ações como: terapias, profissionalização, prestação de serviços comunitários,
liberdade assistida, dentre outras.
- Prevenção delitiva, pode ser entendida como o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do
delito. Pode ocorrer de maneira direita ou indireta.
- A prevenção Indireta se caracteriza com um conjunto de ações que visam atingir as causas do
crime. Essas ações cuidam geralmente do indivíduo em si, moldando sua personalidade para
evitar a ocorrência do crime, com a cultura, esporte, por exemplo, e do ambiente em que ele
está inserido, trazendo condições gerais que inibam o delito, como políticas públicas, oferta de
emprego, programas sociais, etc.
- A prevenção direta é voltada para o crime em si seja em formação ou para evitar que ele
ocorra novamente. É o que ocorre por exemplo na atuação da polícia ostensiva, a criação de
mecanismos legais que evitem a impunidade, o investimento em polícia judiciária, etc.
- A Política Criminal é uma disciplina que estuda estratégias estatais para atuação preventiva sobre a
criminalidade, e que tem como uma das principais finalidades o estabelecimento de uma ponte eficaz
entre a criminologia, enquanto ciência empírica, e o direito penal, enquanto ciência axiológica.
CRIMINOLOGIA ------------------------------------------------------------------------------------------------- DIREITO
PENAL
(Ciência empírica) POLÍTICA CRIMINAL (Ciência
axiológica)
- A política criminal tem a função de propor medidas para a redução das condições que facilitam o
crime. Ex.: urbanização e a iluminação de ruas.
 Direito Penal: é ciência normativa, visualizando o crime como conduta anormal para a qual fixa
uma punição.
 Política Criminal: finalidade de trabalhar as estratégias e meios de controle social da
criminalidade (caráter teleológico). "É característica da Política Criminal a posição de
vanguarda em relação ao direito vigente, vez que, enquanto ciência de fins e meios, sugere e
orienta reformas à legislação positivada”.
 Criminologia:  é ciência empírica que estuda o crime, a pessoa do criminoso, da vítima e o
controle social. Não se trata de uma ciência teleológica, que analisa as raízes do crime para
discipliná-lo, mas de uma ciência causal-explicativa, que retrata o delito enquanto fato,
perquirindo as suas origens, razões da sua existência, os seus contornos e forma de
exteriorização. Importante: a criminologia é uma ciência empírica e experimental.
- A criminologia moderna ocupa-se com a pesquisa científica do fenômeno criminal.
- Para a teoria do etiquetamento as agências formais de controle (polícia, MP, Judiciário) acabam por
fomentar ainda mais a criminalidade.
*Não se autorregula.
- O sistema penal é entendido como um processo articulado e dinâmico de criminalização.
- Nas Escolas clássicas identifica-se uma grande preocupação com os conceitos de crime e pena
(contradição entre o fato e a norma e a respectiva retribuição) como entidades jurídicas e abstratas de
modo a estabelecer a razão e limitar o poder de punir do Estado.
- Os estudos da ciência da Vitimologia se iniciam com Hans Gross em 1901, e continuam com Benjamin
Mendelsohn em 1950.
- O que se quer evitar com o empirismo criminológico é justamente o subjetivismo, as impressões
pessoais e preceitos dos operadores. Quer-se um diagnóstico qualificado e conjuntural.
- Para os correcionalistas, criminoso é um ser inferior, incapaz de dirigir livremente os seus atos: ele
necessita ser compreendido e direcionado, por meio de medidas educativas.
- Ferri classificou os criminosos como: natos, loucos, habituais, de ocasião e por paixão.
- A defesa social é tomada como o principal objetivo da justiça criminal. - Correta. Esse é um dos
fundamentos da teoria positivista de Ferri. Como dito, para ele a punição era importante para gerar a
chamada “prevenção geral”, ou seja, servir de exemplo para que outras pessoas não cometessem o
mesmo delito, gerando assim a defesa social.
FERRI ---------- PREVENÇÃO GERAL --------------- DEFESA SOCIAL
- As teorias subculturais sustentam a existência de uma sociedade pluralista com diversos sistemas de
valores divergentes em torno dos quais se organizam outros tantos grupos desviados.
- As teorias do conflito têm matriz comunista e apregoam que a harmonia social decorre da coerção e
desigualdade entre as classes sociais. Ao contrário da teoria do consenso, não existe uma situação de
voluntariedade, mas sim a imposição e coerção.
- Teoria funcionalista, integração = teoria do consenso.
- Os modelos teóricos de CONFLITO partem da premissa de que toda a sociedade está, a cada momento,
sujeita a processos de mudança, exibindo dissensão e conflito, haja vista que todo elemento em uma
sociedade contribui, de certa forma, para sua desintegração e mudança. Sendo assim, a sociedade é
baseada na coerção de alguns de seus membros por outros.
- As teorias sociológicas de consenso vinculam-se a orientações ideológicas e políticas conservadoras.
- Cunho argumentativo (denominada por teorias do conflito).
- A teoria do etiquetamento não recai na análise causal do delito, mas, sim, na análise dos processos de
criminalização e do funcionamento das agências de punitividade.
- Criminologia tradicional = positivista.
- Dentre as teorias do consenso, está a Escola de Chicago (também é conhecida como teoria ecológica
do delito) e apregoa que o crime sofre um forte fator do meio-ambiente, ou seja, do local onde estão os
criminosos.
- A teoria da ecologia criminal defende a preponderância de ações preventivas em detrimento de ações
repressivas. Ex.: mudança efetiva nas condições econômicas e sociais das crianças; reconstrução da
“solidariedade social” por meio do fortalecimento das forças construtivas da sociedade (igrejas, escolas,
associações de bairros); apoio estatal para redução e diminuição da pobreza e desemprego).
- Teoria do labeling approach - o delito carece de consistência material, sendo um processo de reação
social, arbitrário e discriminatório de seleção do comportamento desviado.
- O atavismo era fator de classificação do criminoso nato, segundo Lombroso.
- O conceito de periculosidade (temeritá) foi desenvolvido por Rafael Garofalo, em 1887, na chamada
fase jurídica do positivismo. Era utilizada para mensurar a quantidade de mal que podemos esperar do
criminoso, em razão de sua perversidade.
- Garafolo recorrendo à metáfora da guerra contra o delito, sustentaram a possibilidade de aplicação
das penas de deportação ou expulsão da comunidade para aqueles que carecessem do sentido de
justiça ou o tivessem aviltado.
- Para Raffaele Garófalo (1851-1934), a defesa social era a luta contra seus inimigos naturais carecedores
dos sentimentos de piedade e probidade.
- A anomia é uma situação de fato em que faltam coesão e ordem, sobretudo no que diz respeito a
normas e valores. Isso pode ocorrer da lacuna da lei ou pela não obediência às leis já postas. O fracasso
no atingimento das aspirações ou metas culturais em razão da impropriedade dos meios
institucionalizados pode levar à anomia, isto é, a manifestações comportamentais em que as normas
sociais são ignoradas ou contornadas.
- A teoria da anomia, sob a perspectiva de DURKHEIM, define-se a partir do momento em que a função
da pena não é cumprida, por exemplo, instaura-se uma disfunção no corpo social que desacredita o
sistema normativo de condutas, fazendo surgir a anomia. Portanto, a anomia não significa ausência de
normas, mas o enfraquecimento de seu poder de influenciar condutas sociais.
- A teoria da anomia, sob a perspectiva de ROBERT MERTON, define-se a partir do sintoma do vazio
produzido no momento em que os meios socioestruturais não satisfazem as expectativas culturais da
sociedade, fazendo com que a falta de oportunidade leve à prática de atos irregulares para atingir os
objetivos almejados.
- De acordo com a teoria da anomia, o crime se origina da impossibilidade social do indivíduo de atingir
suas metas pessoais, o que o faz negar a norma imposta e criar suas próprias regras, conforme o seu
próprio interesse.
- Uma das principais críticas às teorias da subcultura delinquente é a de que ela não consegue oferecer
uma explicação generalizadora da criminalidade, havendo um apego exclusivo a delinquência juvenil de
grandes centros urbanos.
- O NÃO-utilitarismo da ação é um dos fatores que caracterizam a subcultura deliquencial sob a
perspectiva de Albert Cohen.

TEC QUESTÕES
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/22230221/caderno
42/51 82%
(Muitas questões repetidas da Revisão geral 1)
- Escola de nova defesa social – caráter humanista, universal. O condenado deve ser educado e não
punido.
- Política Criminal - específica finalidade de trabalhar as ESTRATÉGIAS E MEIOS de controle social da
criminalidade (caráter teleológico).
- Para Ferri - a defesa social é tomada como o principal objetivo da justiça criminal (servir de exemplo
pra que as pessoas não cometam crime).
FERRI ------------- PREVENÇÃO GERAL ---------- DEFESA SOCIAL
- Rafael Garófalo foi o responsável por integrar o pensamento positivista e as normas do Direito. Rafael
refutava a ideia de Lombroso do crime como um fator antropológico. Focava em fatores psicológicos.
Esta fase é chamada jurídica do positivismo. Para Raffaele Garófalo (1851-1934), a defesa social era a
luta contra seus inimigos naturais carecedores dos sentimentos de piedade e probidade.
- Teoria estrutural-funcionalista da sociologia criminal = teoria da anomia.

TEC QUESTÕES
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/22232453/caderno
29/30 97%
(Conceito e Evolução Histórica da Criminologia)
- São referências de teorias penais e criminológicas latino-americanas e brasileiras que tiveram grande
repercussão entre os anos 60 a 80 do século XX: O Realismo jurídico-penal marginal, a partir do ponto
de vista de uma região marginal do poder planetário, desenvolvido pelo argentino Eugenio Raúl
Zaffaroni.
- Em sua obra “A Política”, Aristóteles, ressaltou que a miséria causa rebelião e delito. Para o referido
filósofo, os delitos mais graves eram os cometidos para possuir o voluptuário, o supérfluo.

META 17 – FEITA!
META 18 – FEITA!
META 19 – FEITA
META 20 – FALTA FAZER OS FAZER EXERCÍCIOS (TEC E PF).
META 21 – FALTA LER AS DICAS (5 PAG) E TERMINAR VÍDEO.
META 22 – LER UM ARTIGO DE 30 PÁGINAS.
META 23 – Dicas LS APENAS 3 PÁG.
META 24 – LER ARTIGO (20 PÁG) E EXERCÍCIOS.

https://www.youtube.com/watch?v=x-_mySn3XBQ
VIDEO DO GRAN CONCURSOS – Revisão geral (META 25)

TEC QUESTÕES
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/24293016/caderno
4/9
(Só FGV)
*Questões muito específicas!
- Organizações Criminosas Tradicionais - Também são chamadas de clássicas, sendo o principal exemplo
as máfias, famílias, apresentam estrutura hierárquico-piramidal, possuem rituais de inicialização para a
investidura de seus membros.
- Rede (Network)– Surge entre os anos 80 do século XX e início do século XXI, decorrente principalmente
do fenômeno da globalização, são grupos que se organizam temporariamente em volta de criminosos
profissionais, aproveitando-se da existência de oportunidades em locais específicos.
- Empresarial - É constituída nos moldes de uma empresa lícita, porém para a prática de atividades
ilegais. 
- Endógena - É aquela organização criminosa que atua dentro das próprias instituições públicas,
atingindo todas as esferas estatais de poder. É formada principalmente por funcionários públicos que
praticam, portanto, delitos contra a Administração Pública.
- Justiça Restaurativa - tem como principal finalidade, portanto, não a imposição da pena, mas o
reequilíbrio das relações entre agressor e agredido, o crime deixa de constituir-se em ato contra o
Estado para ser ato contra a comunidade, contra a vítima e ainda contra o seu próprio autor, pois ele
também é agredido com a violação do ordenamento jurídico.
- A Escola Clássica e a Escola Positiva partem do paradigma de uma ciência penal integrada na qual está
abarcada tanto a ciência jurídica propriamente dita, quanto a concepção geral do ser humano em
sociedade, o que conflui para o que se chama de ideologia da defesa social;

TEC QUESTÕES
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/24294196/caderno
23/24 96%
- A prevenção Indireta se caracteriza com um conjunto de ações que visam atingir as causas do crime.
Assim sendo cessadas as causas, cessam seus efeitos. Ex.: esporte, cultura.
- A prevenção direta é voltada para o em si crime seja em formação ou para evitar que ele ocorra
novamente. Ex.: polícia ostensiva.
- Teoria absoluta da pena = retribucionista, apenas retribuir.
- A teoria preventiva geral positiva considera que a pena tem a função de inibir comportamentos
antissociais e moldar comportamentos socialmente aceitos.
- Teoria da reação social = labelling approach.

PAREI AQUI:
PC-RN
- Fiz 2 baterias: uma só com FGV e outra da área policial (delegado + escrivão) da matéria prevenção e
modelo de reação ao delito (fui bem!).
- Prox.: bateria sobre: métodos, objetos, funções + política criminal.
- Prox.: bateria sobre: modelos teóricos + teorias sociológicas.

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