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DA
ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA
AULA 4 – O PROCESSO ARBITRAL
SOFIA VALE
ÍNDICE
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II. FASES DO PROCESSO ARBITRAL
FASE DE
INSTAURAÇÃO
DO PROCESSO
FASE DE
CONSTITUIÇÃO
DO TRIBUNAL
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• Apresentação da petição e da contestação
FASE DE • Se arbitragem institucional, esta fase fica a cargo do Centro de Arbitragem
INSTAURAÇÃO
• As partes e os árbitros reúnem-se e assinam a Acta de Missão, que define as regras do processo
FASE
CONFIRMATÓRIA
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REQUERIMENTO DE ARBITRAGEM
Mesmo que não haja uma cláusula arbitral no contrato, se a parte demandada
responde ao requerimento estamos perante uma aceitação tácita da arbitragem –
o processo segue.
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REVELIA
Nos centros de arbitragem há listas de árbitros que as partes podem consultar, com
o nome e um resumo do CV dos árbitros, que lhes permite escolherem o árbitro mais
adequado.
Se não houver acordo das partes, a nomeação dos árbitros cabe ao Coordenador Administrativo
do CREL.
Nas arbitragens ad hoc, as partes nomeiam cada uma o seu árbitro e, depois, os
árbitros de parte nomeiam o presidente do tribunal arbitral.
Em arbitragens institucionais ou ad hoc é comum fazer-se uma reunião preliminar
interna antes da Audiência de Instalação do Tribunal Arbitral, que tem em vista:
Explicar aos árbitros os seus deveres éticos (Código de Deontologia dos Árbitros do CREL);
Explicar aos árbitros a dinâmica do calendário processual;
Definição do calendário processual a aplicar àquela concreta arbitragem, que será, depois,
proposto às partes.
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Artigo 27.º do Regulamento do CREL - (Definição ou recusa de constituição do tribunal arbitral)
1. Apresentados o Requerimento de Arbitragem e eventuais Respostas, e decididos eventuais incidentes
que hajam sido suscitados, o Coordenador Administrativo do CREL define a composição do tribunal
arbitral, designando o árbitro ou árbitros que lhe caiba nomear, nos termos da convenção de arbitragem
e do Regulamento, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
2. O Coordenador Administrativo do CREL recusa a constituição do tribunal arbitral nos seguintes casos:
• Inexistência ou manifesta nulidade da convenção de arbitragem;
• Incompatibilidade manifesta entre a convenção de arbitragem e disposições inderrogáveis do
Regulamento;
• Quando, não existindo convenção de arbitragem, o demandante tenha apresentado proposta de
celebração de convenção de arbitragem que remeta para o Regulamento e a outra parte, depois
de citada, não apresente defesa ou recuse expressamente a realização da arbitragem;
• Quando as partes não prestem a provisão inicial para encargos da arbitragem.
3. O tribunal arbitral considera-se constituído com a aceitação do encargo pelo árbitro ou árbitros que o
compõem. 13
AUDIÊNCIA DE INSTALAÇÃO DO TRIBUNAL ARBITRAL
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Desta reunião lavra-se uma acta, que vai assinada pelos árbitros e pelas partes.
IV. O PROCESSO ARBITRAL PERANTE OS ÁRBITROS
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CALENDÁRIO DE TRABALHOS
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ACTA DE MISSÃO (OU TERMOS DE REFERÊNCIA)
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Artigo 30.º do Regulamento do CREL (Audiência preliminar)
2. O tribunal arbitral, ouvidas as partes ou no prazo máximo de trinta (30) dias,
define:
• As questões a decidir;
• O calendário processual provisório, incluindo a data ou datas da audiência;
• Os articulados a apresentar, os meios de prova e as regras e prazos quanto à sua produção;
• A data até à qual podem ser juntos pareceres;
• As regras aplicáveis à audiência, incluindo, se tal for julgado conveniente, o tempo máximo
disponível para a produção de prova, respeitando o princípio da igualdade;
• O prazo e modo de apresentação de alegações finais;
• O valor da arbitragem, sem prejuízo da possibilidade de modificação superveniente.
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REUNIÕES E DELIBERAÇÕES DO TRIBUNAL
São reuniões de trabalho que os árbitros têm e que, em regra, não estão
disciplinadas nos Regulamentos dos centros de arbitragem:
As partes não estão presentes. Só participam os árbitros e as pessoas que
apoiam o tribunal arbitral (o Secretário).
As reuniões são confidenciais.
Discute-se a dinâmica do calendário processual e elaboram-se informações que
servem de guia para os árbitros.
Preparam-se decisões interlocutórias sobre questões processuais.
O presidente do tribunal é quem conduz as reuniões, como entender.
Podem ocorrer em qualquer lugar que o tribunal arbitral entenda conveniente.
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NOTIFICAÇÕES
Promovem a oralidade.
Servem para:
Discutir questões processuais
Ouvir testemunhas e peritos
Ouvir as partes
O tribunal é que determina como se organiza a audiência.
O número de audiências varia de acordo com a natureza de cada processo:
Audiências de produção de prova: no CREL deve realizar-se sempre uma audiência para
produção de prova, desde que uma das partes a requeira (31.º, n.º 3, Regulamento do CREL)
Audiência para alegações orais (eventual)
Confidencialidade: só podem estar presentes as pessoas autorizadas pelo tribunal.
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ALEGAÇÕES
As alegações devem:
Resumir os argumentos de direito que justificam que a razão assiste à parte em questão
Não devem repetir o já peticionado, mas efectuar o pedido tendo em conta o que foi
dado como provado ou não provado ao longo do processo
Ser apresentadas de modo claro e conciso
Podem ser orais, escritas ou ambas – art. 32.º, n.º 1, do Regulamento do CREL, que confere
margem aos árbitros para determinar como devem ser apresentadas
Deve indicar-se um tempo limite para as alegações orais que, em regra, é de 1 hora.
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V. ARBITRAGENS MULTIPARTES
• É a regra geral
2 PARTES
PLURALIDADE DE
• Quando há lugar à intervenção de terceiros no processo arbitral
PARTES
SUBSEQUENTE
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PLURALIDADE DE PARTES ORIGINÁRIA
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PLURALIDADE DE PARTES SUBSEQUENTE
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Artigo 25.º do Regulamento do CREL (Intervenção de terceiros)
1. É admissível a intervenção de terceiros no procedimento arbitral sempre que:
• Os mesmos estejam vinculados a todas as partes, pela mesma convenção de arbitragem;
• Os mesmos estejam vinculados por outra convenção de arbitragem, compatível com a convenção de arbitragem na qual se funda o
respectivo Requerimento, quando as circunstâncias do caso concreto revelem que, no momento da celebração das convenções de
arbitragem, todas as partes aceitaram que o procedimento arbitral pudesse decorrer com a sua presença.
2. Se a intervenção for requerida antes da constituição do tribunal arbitral, compete ao Coordenador Administrativo do CREL
decidir sobre a sua admissão, depois de ouvidas as partes e o terceiro.
3. Sendo admitida a intervenção requerida antes da constituição do tribunal arbitral, esta rege-se pelo disposto para a
pluralidade de partes, ficando sem efeito a designação de árbitro, efectuada pela parte associada ao terceiro interveniente e
fixando-se prazo de oito (8) dias, para que estes acordem sobre o árbitro que lhes compete designar.
4. A decisão do Coordenador Administrativo do CREL que admita a intervenção de terceiros, nos termos dos números
anteriores, não vincula o tribunal arbitral, mantendo-se inalterada a sua constituição, qualquer que seja a decisão que o
tribunal arbitral venha a tomar quanto à intervenção daqueles.
5. Se a intervenção for requerida após a constituição do tribunal arbitral, a decisão sobre a admissão da intervenção compete
ao tribunal, ouvidas as partes e o terceiro, só podendo ser admitida a intervenção de terceiro que declare aceitar a
composição do tribunal.
6. Em qualquer caso, a intervenção espontânea implica sempre a aceitação da composição do tribunal naquele momento. 27
VI. A PRODUÇÃO DE PROVA
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REGRAS DO TRIBUNAL ARBITRAL QUANTO À PRODUÇÃO DE PROVA
O tribunal arbitral tem uma grande margem de conformação das regras relativas
à produção de prova, que acorda com as partes, e fixa na Acta de Missão. Decide,
por ex:
• A base instrutória (selecção da matéria de facto para a decisão da causa) deve existir?
• As partes podem testemunhar sem limitações?
• Que limites e regras para a obtenção de meios de prova em poder da parte contrária ou
de terceiros?
• Devem existir depoimentos escritos das testemunhas? E entregues com os articulados?
• Perícia colegial ou testemunhas peritos (“expert witnesses”)? A questão da prova do
Direito e dos pareceres jurídicos.
• Que regras para os interrogatórios (“cross examination”, até que ponto?)
• As alegações finais de facto e de direito, orais ou escritas, em conjunto ou separadas?
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Artigo 31.ºdo Regulamento do CREL - (Diligências de instrução)
2. Compete ao tribunal arbitral determinar a admissibilidade, pertinência e valor de qualquer
prova produzida ou a produzir.
3. O tribunal arbitral procede à instrução, no mais curto prazo possível, podendo recusar
diligências que as partes lhe requeiram, se entender não serem relevantes para a decisão ou
serem manifestamente dilatórias.
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QUANDO DEVE A PROVA SER APRESENTADA?
A prova deve ser apresentada juntamente com a petição, com a contestação e com
a resposta à reconvenção.
mas o tribunal arbitral pode sempre autorizar a apresentação de provas em
momento ulterior.
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QUEM REQUER A PROVA?
A prova pode ser requerida pelas partes ou pelo tribunal – 21.º, n.º 1, LAV
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OBTENÇÃO DE MEIOS DE PROVA EM PODER DA PARTE CONTRÁRIA
OU DE TERCEIROS
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QUESTÃO PRÁTICA 3
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QUESTÃO PRÁTICA 2
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Muito Obrigada!
Sofia Vale
vale_sofia@hotmail.com