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Na realização dessa pesquisa, utilizei dois artigos relacionados ao sistema

Wood Frame, voltados ao Brasil. Sendo que, um deles conta mais a parte
histórica e de desenvolvimento dessa técnica em nossa região, e o outro artigo,
parte do custo e benefício da sua utilização, no final do texto estará disponíveis
os links de ambos os artigos.

Light Wood Frame no Brasil

O light wood frame (LWF) representa grande inovação para o setor de construção civil
no Brasil, devido a suas características de racionalização de material, flexibilidade
operacional, agilidade produtiva, custos competitivos e, também, pelos níveis
eficientes de limpeza e tempo de montagem. Por esses motivos, esse sistema é
considerado uma alternativa construtiva promissora. Analisamos as variáveis críticas
que devem ser gerenciadas dentro do setor, investiga as necessidades e os potenciais
do sistema construtivo e formula estratégias competitivas para a difusão do LWF no
país. Os resultados da pesquisa mostram que a expansão do LWF no Brasil é
fortemente dependente dos incentivos governamentais, do aumento da integração dos
agentes tanto da cadeia de valor da construção civil como do setor de madeireiro, da
necessidade de disseminar mais informações aos usuários finais como forma de
combate ao preconceito em relação ao uso da madeira e, por fim, da necessidade de
formar profissionais para atuar de forma direta com a construção em madeira.
O sistema construtivo light wood frame (LWF), por décadas, tem sido uma tecnologia
relevante e popular em países desenvolvidos da Europa, Oceania e América do Norte.
Hoje mais de 90% das novas construções americanas são feitas com alguma versão
do sistema. Já no Brasil a realidade é outra. O principal sistema construtivo ainda é a
alvenaria de blocos. Culturalmente a grande aplicabilidade deste sistema construtivo
está na presunção de que a alvenaria tem maior durabilidade, embora essa vantagem
seja questionada por diversos autores.
Percebe-se mesmo assim que, em função de suas características promissoras, o LWF
começa a ser explorado também no Brasil, por conta principalmente da necessidade
de novos insumos, pela flexibilidade no processo de fabricação, pela alta velocidade
de montagem, pela padronização dos processos (THALLON, 2008) e, ainda, devido à
preocupação pela busca de sistemas construtivos mais eficientes para contribuir com
a sustentabilidade ambiental (MAHAPATRA; GUSTAVSSON; HEMSTRÖM, 2012).
Para Wang, Toppinen e Juslin (2014), aumentar o uso da madeira na construção
ajudaria a atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável de forma mundial.
Segundo Mahapatra (2007), a substituição do material de madeira por outros materiais
de construção, como concreto e aço, pode reduzir as emissões líquidas de CO2 e o
uso de energia primária, visto que, de acordo com Jadid e Badrah (2012), o setor de
construção civil é um dos maiores consumidores desses insumos no mundo. Além
dessas vantagens, o Brasil possui enorme disponibilidade de áreas de
reflorestamento. As duas espécies mais utilizadas para esse fim, pínus e eucalipto,
apresentam elevada taxa de crescimento. A madeira, em sua maioria, tem fácil
trabalhabilidade e excelente desempenho térmico e acústico, além de elevada relação
resistência-peso (MOLINA; CALIL, 2010), o que faz dela um insumo promissor para o
setor da construção civil no país. Segundo Gold e Rubik (2009), a madeira como um
recurso renovável pode contribuir para estabelecer padrões de consumo e produções
mais sustentáveis. Entretanto, a difusão de uma nova tecnologia nem sempre é um
caminho simples a percorrer. Segundo Mahapatra (2007), a difusão de uma inovação
depende dos atores da cadeia de suprimentos (fornecedores, fabricantes, prestadores
de serviço) e instituições (universidades, associações de interesse público ou privado
e órgãos governamentais), por onde o conhecimento transita. Além disso, o processo
de inovação é influenciado por fatores econômicos, sociais, políticos e
organizacionais. Dessa forma, cabe à academia promover a difusão dessa tecnologia
e buscar por meio da pesquisa a disseminação do conhecimento. Em pesquisas
internacionais nota-se a preocupação com a discussão de estudos futuros e de
tendências nessa área, principalmente ao que remete a prédios em LWF na China
(QU ., 2012), na Suécia (HEMSTRÖM; MAHAPATRA; GUSTAVSSON, 2011), na
Alemanha, Suécia e Reino Unido (MAHAPATRA; GUSTAVSSON; HEMSTRÖM, 2012)
e em toda a Europa (HUMERKOSKI; JONSSON; NORD, 2015), visto que a análise
prospectiva é uma forma de gerar vantagens competitivas para os agentes do setor da
construção civil.
Vale ressaltar que, o sistema Light Wood Frame permite a utilização de qualquer tipo
de acabamento exterior e interior, que pode ser aplicado em qualquer estilo
arquitetônico.
Foi realizado um levantamento dos custos do processo construtivo de dois sistemas
distintos, alvenaria e Light Wood Frame. Utilizando a planta do projeto construtivo de
uma casa padrão da COHAB do Paraná, onde a casa possui: 2 (dois) quartos, 1 (uma)
sala, 1 (um) banheiro, 1 (uma) cozinha, 1 (uma) área de serviço, perfazendo um total
de 33 m².
Após a obtenção dos custos do mesmo projeto de casa para os dois sistemas
construtivos foi
realizada uma análise de custo / benefício.
Para a análise dos custos, foi realizada a comparação do preço final da casa
construída,
considerando os mesmos tipos de acabamento e qualidade de material para a
construção das casas.
E para a análise dos benefícios foi considerado: agilidade na construção,
sustentabilidade do
processo e preferência pelo sistema construtivo.
Para os itens agilidade na construção e sustentabilidade do processo construtivo
utilizou
dados secundários, fazendo uma avaliação descritiva desses itens. Para as
informações sobre a
preferência dos consumidores utilizou dados primários, onde foram obtidos através de
entrevistas.
As informações referentes à preferência foram coletadas durante uma exposição que
ocorreu
entre os dias 20 e 21 de outubro no SENAI – São José dos Pinhais- PR. Os
participantes da
pesquisa eram as pessoas que visitavam o stand que fornecia esclarecimentos sobre
o Sistema
Construtivo Light Wood Frame. Antes de iniciar o esclarecimento, os participantes
eram indagados
sobre a sua preferência pelo sistema construtivo. Em seguida os participantes
participavam de uma
palestra explicando a diferença entre os sistemas construtivos e questionado mais
uma vez sobre a
sua preferência
Com as informações foi realizada a análise de Custo/Benefício, que consiste em
comparar os
custos de cada sistema construtivo com os Benefícios recebidos. Segundo Kopittke &
Casarotto
Filho (2000), um investimento pode ser considerado recomendado se:
Benefícios > Custos <==> Benefícios / Custos > 1
Para avaliar quantitativamente os custos e benefícios, foram estipulados pesos para
cada
uma das situações previstas para a análise.
a) Custo
O menor custo do sistema construtivo recebeu o valor: 1
O maior custo do sistema construtivo recebeu o valor: 2
b) Benefícios
O maior benefício para sistema construtivo recebeu o valor: 1
O menor benefício para o sistema construtivo recebeu o valor: 0
Após a avaliação dos pesos para cada um dos itens, foi somado a quantidade obtida
de
benefícios e dividido pelo peso atribuído para o custo, identificando desse modo qual
dos sistemas
construtivo apresenta um melhor investimento.
3 RESULTADOS
Na Tabela 1 é possível verificar os valores encontrados para a construção de uma
casa de
33m² padrão COHAB do Paraná para o sistema construtivo de alvenaria e de Light
Wood Frame.
Tabela 1 – Avaliação de custo do sistema construtivo
Sistema Construtivo Valor final da casa Valor do m² PESO
Casa de alvenaria R$ 27.201,24 R$ 824,28 2
Casa de Light Wood Frame R$ 25.819,08 R$ 782,39 1
Em relação ao menor custo de construção, o sistema construtivo Light Wood Frame
apresentou o menor valor em relação ao sistema construtivo tradicional de alvenaria,
com uma
diferença de R$ 41, 89 por metro quadrado.
Para a avaliação dos benefícios foi avaliado e definido o peso aos três temas

individualmente e depois somados, Agilidade na construção, Sustentabilidade do processo,


Preferência pelo sistema construtivo.

Fontes:
https://www.scielo.br/j/ac/a/Rtrt8PVLhMJWjQzzZ8y9j6M/?lang=pt
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/12/10

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