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SERMÃO BÍBLICO
SUBTEMA: O SIGNIFICADO BAPTISMO DO SENHOR JESUS CRISTO
TEXTO: MATEUS 3:13-17

I. PASSAGEM BIBLICA
13 Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser
batizado por ele. 14 Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser
batizado por ti, e vens tu a mim? 15 Jesus, porém, respondendo, disse-lhe:
Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o
permitiu. 16 E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe
abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre
ele. 17 E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem
me comprazo.

II. INTRODUÇÃO
Porque Jesus Cristo foi baptizado? Que significado tem o seu Baptismo? Quais
as implicações ou lições do Baptismo de Jesus para a nossa vida cristã hoje?
São as perguntas que pretendemos responder ao longo deste sermão.
III.OBSERVAÇÃO DO TEXTO

III.1. Jesus vai ao encontro de João Baptista para o baptismo (v13)


O nosso texto começa falando da ida do Senhor Jesus Cristo ao encontro de
João Baptista para ser baptizado. Jesus saiu da Galileia e foi até o rio Jordão,
onde João Baptista baptizava. Segundo o Evangelho de Lucas 3:23, nesta
altura, Jesus tinha quase trinta anos de idade. Até este episódio, a ultima vez
em que os evangelhos tratam sobre a vida de Jesus era quando Ele ainda tinha
doze anos de idade em Lucas 2:42. Portanto não temos informações sobre a
vida e obra do Senhor Jesus Cristo desde os treze anos aos vinte e nove anos
de idade. A única informação concreta sobre Jesus nesta fase é a que ele
viveu na Província da Galileia, concretamente na cidade de Nazaré. Dai a
razão de Ele ser apelidado de o Nazareno (Mateus 26:71; Marcos 16:6; João
1:45; Actos 2:22; 22:8). Qualquer outra informação sobre a vida de Jesus dos
treze aos vinte e nove anos, não passa de mera especulação.
A ida do Senhor Jesus Cristo ao encontro de João Baptista para ser baptizado,
não foi por acaso ou coerciva. A resposta de Jesus a João Baptista, “deixa por
agora, porque assim nos convém cumprir a justiça”, mostra que era vontade de
Deus que Jesus fosse baptizado naquele momento e que Ele tinha consciência
disso. Segundo João 1:29-34, era o momento determinado por Deus para
Jesus sair do anonimato e manifestar-se publicamente como único e
verdadeiro Filho de Deus. Essa passagem diz o seguinte:
29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30 Este é aquele do
qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque
foi primeiro do que eu. 31 E eu não o conhecia; mas, para que ele
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fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. 32 E
João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba,
e repousar sobre ele. 33 E eu não o conhecia, mas o que me mandou
a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o
Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito
Santo. 34 E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.

Até o momento de Jesus Cristo passar pela experiencia do baptismo, por João
Baptista, Jesus Cristo era visto apenas como um ser humano qualquer, filho de
José e Maria. A afirmação de João Baptista de não conhecer Jesus até o
momento do seu baptismo está a se referir ao conhecimento como o Unigénito
Filho de Deus. Pois, pelo facto de João Batista ser primo de Jesus e serem da
mesma época, deduzimos que João Baptista o conhecia, mas não como Filho
de Deus. É também por esta razão que quando Jesus começa o seu ministério
publico e a identificar-se como Filho de Deus, as pessoas que já o conheciam
tiveram muita dificuldade em aceita-lo, porque o conheciam apenas como filho
de José e Maria (Lucas 4:16-30).
Portanto, o baptismo de Jesus Cristo marca o fim da sua vida no anonimato,
em que ele era conhecido como um ser humano qualquer e o início da sua vida
pública em que ele se revelaria como único e verdadeiro Filho de Deus. É
muito interessante o que o evangelho de João relata sobre logo depois do seu
baptismo. Em João 1:49, dois dias depois de Jesus ser baptizado, Natanael
confessa Jesus como filho de Deus e Rei de Israel por Jesus dizer quem ele
era e onde estava, sem ninguém dizer a Jesus. Em João 2:11, os discípulos
Creram em Jesus por ter transformado água em vinho. De facto, o baptismo de
Jesus Cristo acaba com a sua vida anonima como um ser humano qualquer e
dá início a sua vida pública, revelando-se como Filho de Deus.
A semelhança do Senhor Jesus Cristo, e vontade de Deus que todos aqueles
que crêm no evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, passem pela
experiência do baptismo. Ao subir aos céus, quarenta dias depois da sua
ressurreição, em Mateus 28:19-20, Jesus ordenou aos seus discípulos a irem
por todo o mundo fazerem discípulos, baptizando as pessoas em nome do Pai,
do Filho e do Espirito Santo. Ao longo do livro de Actos dos Apóstolos, várias
pessoas que creram em Jesus como salvador, como o Eunuco (Actos 8:26-40),
o apostolo Paulo (Actos 9:18), o centurião Cornélio (Actos 10:1-48), o
carcereiro e sua família (Actos 16:33) e outros, foram baptizados em nome de
Jesus pelos apóstolos e discípulos. Segundo Paulo, em Romanos 6:1-14,
diferente do baptismo de Jesus que marcou o fim de uma vida como um ser
humano qualquer e o início de uma vida em que se revelaria como Filho
unigénito de Deus, o baptismo ministrado pela igreja, simboliza o fim de uma
vida dedicada ao pecado e o início de uma vida dedicada a Deus:
1 QUE diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça
abunde?2 De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o
pecado, como viveremos ainda nele? 3 Ou não sabeis que todos
quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua
morte? 4 De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na
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morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela
glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. 5
Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da
sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; 6 Sabendo
isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o
corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao
pecado. 7 Porque aquele que está morto está justificado do pecado. 8
Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele
viveremos; 9 Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os
mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. 10
Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas,
quanto a viver, vive para Deus. 11 Assim também vós considerai-vos
como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus
nosso Senhor. 12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo
mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; 13 Nem
tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por
instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos
dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de
justiça. 14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não
estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.

Pelo facto do baptismo não ser uma exigência necessária para a salvação,
muitos ignoram o baptismo e outros abusam do baptismo. Os que o ignoram
são aqueles que já passaram pela experiencia da salvação, creram em Cristo,
mas não aceitam ser batizados. Alguns dizem que não se sentem preparados;
outros dizem que não querem se comprometer com a igreja por ter muitas
regras e não querem se submeter a estas regras e outros por causa do status
social. No geral, são pessoas que não querem assumir publicamente a sua
vida cristã, para que a igreja e o mundo não lhes cobre uma vida digna do
evangelho.
Para esse grupo de pessoas, aqueles que não querem assumir publicamente o
seu relacionamento com Deus, é bom que saibam que Jesus também não os
vai assumir diante de Deus, o Pai. Em Mateus 10: 32-33 diz o seguinte: 32
Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o
confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. 33 Mas qualquer que
me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que
está nos céus.

Se estiver a pregar para alguém nesta noite, que esta nesta condição, o nosso
apelo é que se arrependa e mude de actitude a fim de não ser negado por
Jesus quando tivermos que nos apresentar diante de Deus. A fé em Deus não
é uma experiencia para estar em segredo, mas para se assumir publicamente,
independentemente dos riscos que se originarem dela.
Os que abusam são aqueles que o fazem sem passar pela experiencia da
conversão. Fazem-no para enganar os homens e ganharem alguma vantagem
da igreja. São aqueles que se batizam com o objetivo de conquistar alguém da
igreja, para ter o seu casamento realizado na igreja local, para poder dedicar os
filhos ou simplesmente pensar que com o baptismo em si tem a vida eterna.
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Todo o baptismo que não resulte de uma verdadeira experiencia de conversão,


não tem nenhum significado diante de Deus. Não passa de um falso
testemunho. Por esta razão é que quando Joao Baptista baptizava e
apareceram os fariseus e saduceus, sem arrependimento para também serem
baptizados ele os chamou de raças de víbora e os apelou a produzirem frutos
dignos de arrependimento (Mateus 3:7-10).
Que o baptismo para nos, signifique de facto uma mudança de vida.

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