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RESUMO
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Allemão (2009, p.2) resume o Fluxo de Caixa em uma “[...] movimentação entre a
origem de todo o dinheiro que entra na empresa, ou seja, no caixa; e a aplicação de todo o
dinheiro que sai em um período de tempo”.
Em uma percepção também sintetizada esta Tófoli (2008), que relata o Fluxo de
Caixa como uma planilha pelo qual o gestor exerce o planejamento dos recursos
monetários da empresa, através das entradas e saídas de dinheiro do caixa.
Dolabela (1999, p.237) visualiza o Fluxo de Caixa como “a ferramenta adequada
para um bom controle financeiro de curto prazo [...], ou seja, um acompanhamento das
entradas e saídas de recursos financeiros no caixa da empresa”.
Zdanowicz (1998, p.35) conceitua o Fluxo de Caixa como “[...] é o instrumento de
programação financeira, que corresponde às estimativas de entradas e saídas de caixa em
certo período de tempo projetado”. Para o autor o mesmo é uma representação ativa da
situação financeira da empresa, visto que, considera todas as fontes de recursos e todas as
aplicações.
Buscando uma apresentação visual de seu conceito o Zdanowicz (1998)
esquematiza o sistema de Fluxo de Caixa da seguinte forma (Figura 1):
Figura 1 – Sistema de Fluxo de Caixa
Investimentos
(ativo permanente ou
Vendas à vista mercado financeiro)
Cobrança de vendas a
prazo Amortizações
CAIXA (empréstimos ou
Capital próprio
Capital de terceiros financiamentos)
Operacional
(custos ou despesas)
Para Oliveira et.al. (2007) dissertar sobre o Fluxo de Caixa remete a pensar em um
instrumento que permite a empresa interpretar sobre a parte financeira de seu negócio.
Neste cenário se definem os valores dos investimentos, a parte operacional e as
disponibilidades. É ainda através do Fluxo de Caixa que a empresa pode tomar decisões de
sobre como empreender no mercado. Destacando-se também que esta ferramenta
proporciona a projeção dos resultados de modo que se podem evitar perdas futuras de
capital.
Rosa e Silva (2002) apontam o Fluxo de Caixa como uma ferramenta de aferição e
interpretação das variações dos recursos financeiros disponíveis na empresa. Reafirmam os
autores que esta interpretação é do produto final das “Contas a Receber” com as “Contas a
Pagar”, de tal modo que possa permitir uma comparação e projetar as medidas financeiras
da empresa.
Em uma visão de responsável pelo dimensionamento das necessidades futuras de
recursos é que Assaf (2003, p.1) expõe seu conceito de Fluxo de Caixa, onde é através dele
que a empresa poderá saber qual é sua capacidade de pagamento dos compromissos
assumidos, bem como da disponibilidade para investimentos.
Dentro deste marco de análise, observa-se a relevância deste instrumento no cenário
empresarial. Sem dúvida alguma é indispensável para o conhecimento dos rumos
financeiros dos negócios. Destaca Santos (2001, p.57) que o Fluxo de Caixa é “[...] capaz
de traduzir em valores e datas os diversos dados [...]”. Ou seja, demonstra a realidade
financeira da empresa.
Neste sentido, Salotti e Yamamoto (2004, p.7) abordam sobre a DFC
(Demonstração dos Fluxos de Caixa) “é uma valiosa ferramenta para analisar os efeitos das
atividades operacionais, de investimento e de financiamento no fluxo de caixa de um
determinado período”.
Para Matarazzo (1998) essa demonstração somente é possível se existe um
movimento, neste caso, de caixa. Tal averbação coloca em destaque o próprio sentido da
palavra “Fluxo” que é de direcionar, caminhar, e para tanto, é imperativo um movimento
em relação a algo que aqui se pode dizer um direcionamento que movimenta os recursos
disponíveis de uma empresa.
Em uma visão bem concisa, Beuren et.al. (2003, p.132) relatam que
Origem Aplicação
Diminuição em qualquer ativo Aumento em qualquer ativo
Aumento em qualquer passivo Diminuição em qualquer passivo
Lucro líquido após o imposto de Prejuízo líquido
renda
Depreciação e outros encargos Dividendos pagos
não- financeiros
Venda de ações Recompra ou resgate de ações
Quadro 1 – as origens e aplicações de caixa.
Fonte: Gitman (2001).
Para Zambon (2001) o objetivo primaz do Fluxo de Caixa é de oferecer meios para
a análise dos excedentes de caixa, ainda para projetar movimento futuros, verificar a
capacidade da empresa em quitar seus objetivos (pagamento de fornecedores, dividendos e
outros).
Corrobora Zdanowicz (1998), que o Fluxo de Caixa tem por objetivo basilar reunir
todas as necessidades da empresa, para que possa cumprir com todas as obrigações nos
prazos certos, buscando com isso, alcançar resultados positivos de acordo com saídas de
dinheiro necessárias para o bom funcionamento organizacional.
Ainda como objetivos específicos do Fluxo de Caixa, Zdanowicz (1998), aborda:
• Proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários para a
execução do planejamento das operações e das transações econômico-
financeiras da empresa;
• Empregar eficazmente os recursos financeiros disponíveis, evitando a
ociosidade;
• Antecipar a aplicação em um tempo seguro;
• Planejar e controlar os recursos financeiros, em relação às entradas e saídas
de caixa, através das projeções de vendas, produção e despesas
operacionais;
• Saldar as obrigações nas datas de vencimento;
• Buscar o equilíbrio entre ingressos e desembolsos;
• Analisar as fontes de crédito que oferecem empréstimos menos onerosos;
• Evitar desembolsos de grandes quantias em época de baixo encaixe;
• Desenvolver o controle dos saldos de caixa e dos créditos a receber;
• Permitir a coordenação entre os recursos financeiros que serão alocados em
ativo circulante vendas, investimentos e débitos.
Segundo Zambon (2001) existem vários tipos de fluxos de caixas para várias
finalidades, dentro de uma empresa, que compõem o chamado Fluxo de Caixa Gerencial.
Neste caso se apresenta segundo a literatura acadêmica três componentes da
Demonstração de Fluxo de Caixa: o fluxo operacional; fluxo de investimento; fluxo
financeiro.
Silva, Santos e Ogawa (1993) começam dissertando sobre este tema por meio de
uma classificação do Fluxo de Caixa que se pode conceber segundo o Quadro 2 a seguir.
Atividades de Investimento
(-) aquisição de imobilizado, inclusive juros e despesas capitalizadas
(-) aquisição de novos negócios e empresas
(-) aquisição de debêntures e investimentos financeiros a longo prazo, exclusive aplicações de caixa.
(-) aquisição de ações de outras empresas, incluindo os investimentos regulados pela equivalência
patrimonial.
(-) empréstimos feitos a outras entidades
(-) compra por transferência de debêntures de outras entidades
(+) venda de imobilizado
(+) venda de negócios
(+) cobrança do principal relativo a empréstimo feito a outras entidades
(+) venda, por transferência, de debêntures de outras entidades
(+) venda de debêntures ou ações de outras entidades, exclusive aplicações de caixa
Atividades de Financiamento
(-) remuneração aos proprietários (dividendos e outros)
(-) pagamento de valores tomados por empréstimos, inclusive Ieasing, resgate de debêntures e
empréstimos de curto e longo prazo
(-) requisição de ações próprias e outros títulos relacionados com o patrimônio líquido
(+) emissão de ações
(+) subscrição de debêntures, hipotecas e empréstimos de curto e longo prazo
Atividades Operacionais
(-) aquisição de materiais para produção ou revenda
(-) salários e encargos sociais dos empregados
(-) juros sobre empréstimos
(-) impostos, multas e outras despesas legais
(-) materiais e serviços gerais
(+1-) outras transações não definidas nos outros grupos, inclusive pagamentos de causas judiciais,
donativos e devolução de pagamentos a clientes
(+) venda de mercadorias e serviços
(+) rendas de empréstimos feitos a terceiros (ouros) e sobre investimentos em ações (dividendos)
(-) aquisição de materiais para produção ou revenda
Quadro 2- Classificação do Fluxo de Caixa
Fonte: Silva, Santos e Ogawo (1993)
Sendo assim, considera-se relevante abordar mais sobre esses tipos de fluxos de
caixa.
Confirma Pinho (1996) que o fluxo operacional pode ser classificado como uma
categoria de atividades normalmente decorrente da operação da empresa, ou seja, referem-
se às atividades cotidianas tais como o recebimento de venda de produtos e serviços, ainda
o pagamento de fornecedores; despesas operacionais; salários; encargos sociais e entre
outros.
Aclara Marques (2001, p.10) que,
Neste sentido, uma das formas de se obter o fluxo de caixa operacional é através da
verificação da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC). Esta ferramenta oferece à empresa
com uma maior probabilidade a informação desejada de como se encontra, e esta preparada
para atuar no mercado (SALOTTI e YAMAMOTO, 2004).
1.3.2. Fluxo de caixa de investimentos
[...] ao somatório dos demais fluxos, onde, no caso de sobra de recursos, ocorre à
saída para aplicação deste valor no mercado e, no caso de insuficiência de
recursos, ocorre à entrada por meio de resgate de investimentos, ou por meio de
captação de recursos com terceiros.
Considera Frezatti (1997) que em geral não existe um formato único de Fluxo de
Caixa para todas as empresas. O que se percebe é que na maioria das vezes esse
instrumento se adapta as necessidades organizacionais. Contudo, para atender as
obrigações normais da empresa, o Fluxo de Caixa se baseia em dois métodos: método
direto e método indireto.
Neste sentido, Campos Filho (1999, p.41) buscando uma definição para o
método direto o apresenta como um instrumento que busca “[...] relatar os fluxos de
caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as principais classes de
recebimentos e pagamentos operacionais [...]".
Para Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000), o método direto, aponta as entradas e
saídas de dinheiro dos principais elementos das atividades operacionais, como por
exemplo, o recebimento pelas vendas de produtos e serviços e os pagamentos a
fornecedores e empregados, que apresenta no final o volume líquido de caixa provido
ou consumido pelas operações da empresa.
Rosa e Silva (2002) verificam que o método direto é um tipo de demonstração
que facilita ao gestor a análise da solvência da empresa, uma vez que evidencia toda a
movimentação de seus recursos financeiros, indo desde as origens dos recursos de caixa
e até onde foram aplicados.
Azzolin (2005, p.2) aborda que a Demonstração de Fluxo de Caixa quando
apresentada pelo método direto descrevendo:
Tabela 1
Fluxo de caixa de período – método direto
I - OPERACIONAL $
RECEBIMENTOS 21.900
Clientes
PAGAMENTOS
Fornecedores (14.500)
Salários e Encargos Sociais (2.790)
Despesas Gerais (1.440)
Impostos sobre Mercadorias (640)
Impostos sobre o Lucro (700)
Soma (20.070)
TOTAL 1.830
II – FINANCIAMENTOS
Novos Empréstimos e Financiamento 500
Amortizações de Empréstimos e Financiamento (1.200)
Aumento de Capital em Dinheiro 1.000
Distribuição de dividendos (800)
TOTAL 500
III - INVESTIMENTOS
Aquisição de Imobilizados (720)
Aumento do Realizável a Longo Prazo 0
Aumento de Investimentos e Diferido 0
TOTAL (720)
Versa Assaf Neto (2003, p.25) que a administração financeira está diretamente
relacionada ao ato de decidir, visto que, “o processo de tomada de decisões reflete a
essência do conceito de Administração”.
Nesse sentido, Gitman (2001) observa que é a administração financeira que
provê meios para a tomada de decisões sobre como investir os recursos da empresa
tanto para obter recursos como para expansão. Agrega o autor que é através das
finanças que se pode medir o desempenho empresarial, através do planejamento e
gerenciamento financeiro.
Tais argumentos é que permitem a Gitman (2001, p.12) o conceito de Finanças
como “a arte e a ciência de administrar fundos”.
Souza (1997, p.174) busca na The Encyclopaedia of Management o conceito de
Finanças que significa “[...] a ciência e a profissão do manejo do dinheiro”.
Observa-se que os autores citados nesta parte do trabalho utilizam dos termos
gestão, administração ou finanças para descrever uma área da empresa que visa o
planejamento, produção, controle e direcionamento dos capitais de uma empresa.
Desta feita, a administração financeira segundo Helfert (2000) foi criada para
orientar à empresa a encontrar respostas para as questões importantes, sejam os
resultados totalmente quantificáveis ou não.
Considera Oliveira et.al. (2007, p.2) que a administração financeira:
Para Assaf Neto e Silva (1997) a forma mais sábia de administrar uma empresa
na atualidade é através de um gerenciamento eficaz de suas finanças. Descrevem os
autores que o cenário econômico contemporâneo marcado por uma intensa concorrência
de mercado exige cada vez mais uma maior eficiência na gestão financeira dos recursos
de da empresa.
Dissertam os autores:
O planejamento a longo prazo, identifica com antecedência o impacto da implementação de ações projetadas sobre a
situação financeira da organização, ficando fácil ao administrador financeiro visualizar se haverá excesso ou escassez de
recursos financeiros. A curto prazo, o planejamento financeiro demonstra a preocupação de avaliar, no detalhe, as entradas e
saídas de dinheiro geradas pela própria atividade da organização. E o planejamento operacional atenta-se ao controle preciso
das disponibilidades, a fim de reduzir os encargos financeiros oriundos dos empréstimos e aumentar os rendimentos das
aplicações frente aos excessos de caixa.
Para ser eficaz, a gestão financeira precisa estar baseada e orientada por um
uma das ferramentas mais eficazes na gestão financeira das empresas. Haja vista, que
organizações.
CONCLUSÃO
Neste estudo, não houve uma preocupação maior com a gestão de longo prazo.
Somente com os pagamentos e recebimentos, com foco em potência de geração de caixa
da organização, visando sua liquidez no curto prazo.
REFERÊNCIAS
HAX, Arnoldo C. And WILDE II, Dean L. The Delta Project. Editions Palgrave, 278 p,
2001.
JENSEN, M.C. Paying People to Lie: the truth about the budgeting process. European
Financial Management, 2003, vol 9, nº 3.