Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 30
Coordenadas esféricas
Seja P = (x, y, z) um ponto do espaço R3 em que x, y e z são coordenadas cartesianas de P.
Vamos denotar por d a distância entre a origem e o ponto (x, y, 0). Temos que
d
sin ϕ = ρ
⇒ d = ρ sin ϕ
cos θ = x
⇒ x = d cos θ
d
y
sin θ = ⇒ y = d sin θ
d
Logo, y = ρ sin ϕ sin θ. E
z
cos ϕ = ⇒ z = ρ cos ϕ
ρ
x
= ρ sin ϕ cos θ
y = ρ sin ϕ sin θ
z = ρ cos ϕ
Consideremos a função
e o conjunto
em que r ≥ 0.
∂x ∂x ∂x
∂θ ∂ρ ∂ϕ
−ρ sin ϕ sin θ sin ϕ cos θ ρ cos ϕ cos θ
∂(x, y, z) ∂y ∂y ∂y
= = ρ sin ϕ cos θ sin ϕ sin θ ρ cos ϕ sin θ
∂(θ, ρ, ϕ) ∂θ ∂ρ ∂ϕ
0 cos ϕ −ρ sin ϕ
∂z ∂z ∂z
∂θ ∂ρ ∂ϕ
= ρ2 sin3 ϕ sin2 θ + ρ2 sin ϕ cos2 ϕ sin2 θ + ρ2 sin3 ϕ cos2 θ + ρ2 sin ϕ cos2 ϕ cos2 θ
= ρ2 sin ϕ[sin2 ϕ sin2 θ + cos2 ϕ sin2 θ + sin2 ϕ cos2 θ + cos2 ϕ cos2 θ]
= ρ2 sin ϕ[sin2 ϕ(sin2 θ + cos2 θ) + cos ϕ(sin2 θ + cos2 θ)]
= ρ2 sin ϕ[sin2 ϕ + cos2 ϕ]
= ρ2 sin ϕ
Portanto,
∂(x, y, z) 2
∂(θ, ρ, ϕ) = ρ sin ϕ
Assim, aplicando-se coordenadas esféricas à fórmula de mudança de variável na integral tripla, obtemos
Z Z Z Z Z Z
f (x, y, z) dxdydz = f (ρ sin ϕ cos θ, ρ sin ϕ sin θ, ρ cos ϕ)ρ2 sin ϕ dθdρdϕ
E Eθρϕ
Z Z Z 3
Calcule dV , onde B é a bola unitária
2
+y 2 +z 2 ) 2
Exemplo 1 e(x
B
B = {(x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y 2 + z 2 ≤ 1}
Resolução:
2
Para que um ponto P , com coordenadas esféricas θ, ρ e ϕ, percorra toda bola unitária B , devemos ter
0 ≤ θ ≤ 2π
0≤ρ≤1
0≤ϕ≤π
Para
x
= ρ sin ϕ cos θ
y = ρ sin ϕ sin θ
z = ρ cos ϕ
temos que
Portanto,
Z Z Z 3
Z Z Z
2 2 3
+y 2 +z 2 ) 2
e(x dV = e(ρ )2
ρ2 sin ϕ dθdρdϕ
B Bθρϕ
Z Z Z
3
= eρ ρ2 sin ϕ dθdρdϕ
Bθρϕ
Z 2π Z π Z 1
3
= eρ ρ2 sin ϕ dρdϕdθ
0 0 0
Temos que
Z 1 Z 1 1
ρ3 2 ρ3 2 1 3
e ρ sin ϕ dρ = sin ϕ e ρ dρ = sin ϕ eρ
0 0 3 0
1 h 3 i1 1 h 3 3
i
= sin ϕ eρ = sin ϕ e1 − e0
3 0 3
1 e−1
= sin ϕ(e − 1) = sin ϕ
3 3
Logo,
2π π 2π π
e−1 e−1
Z Z Z 3
Z Z Z Z
(x2 +y 2 +z 2 ) 2
e dV = sin ϕ dϕdθ = sin ϕ dϕdθ
B 0 0 3 3 0 0
3
Temos agora que,
Z π π
sin ϕ = − cos ϕ = [− cos π + cos 0] = [1 + 1] = 2
0 0
Portanto,
2π 2π
e−1 e−1 e−1
Z Z Z Z
3
(x2 +y 2 +z 2 ) 2 4
e dV = 2 dθ = 2θ = [2.2π − 2.0] = π(e − 1)
B 3 0 3 0 3 3
Exemplo 2 Utilize coordenadas esféricas para determinar o volume do sólido que ca acima do cone z =
e abaixo da esfera x2 + y 2 + z 2 = z .
p
x2 + y2
Resolução:
x2 + y 2 + z 2 − z = 0
2 2
1 1 1
x2 + y 2 + z 2 − 2. .z + =
2 2 2
2 2
2 2 1 1
(x − 0) + (y − 0) + z − =
2 2
1 1
Portanto, essa equação representa a esfera de centro no ponto 0, 0, e raio .
2 2
A equação dessa esfera em coordenadas esféricas é dada por
p
ρ cos ϕ = (ρ sin ϕ cos θ)2 + (ρ sin ϕ sin θ)2
q
= ρ2 sin2 ϕ cos2 θ + ρ2 sin2 ϕ sin2 θ
q
= ρ2 sin2 ϕ(cos2 θ + sin2 θ)
= ρ sin ϕ
π π
Portanto, cos ϕ = sin ϕ. Como 0 ≤ ϕ ≤ π , temos que ϕ = . Logo ϕ = é a equação do cone
4 4
x2 + y 2 em coordenadas esféricas.
p
z=
4
Para melhor visualização do sólido, que vamos denotar por E , determinemos a intersecção da esfera com
o cone, embora isso não seja necessário para o cálculo da integral
( (
z = x2 + y 2 + z 2 z2 = z − x2 − y 2
p ⇒
z = x2 = y 2 z2 = x2 + y 2
1
2z 2 = z ⇒ 2z 2 − z = 0 ⇒ z(2z − 1) = 0 ⇒ z = 0 ou z =
2
1
Para z = 12 , obtemos x2 = y 2 = . Portanto,
2
1
z =
2
√ !2
2 2 2
x +y =
2
1 1
Portanto, a esfera e o cone também se interceptam na circunferência de centro no ponto (0, 0, ), raio
2 2
e contida em um plano paralelo ao plano xy .
Esse sólido pode ser descrito, em coordenadas polares, por
n πo
(θ, ρ, ϕ); 0 ≤ θ ≤ 2π, 0 ≤ ρ ≤ cos ϕ, 0 ≤ ϕ ≤
4
π
Z Z Z Z Z Z Z 2π Z 4
Z cos ϕ
V = volume de E = dxdydz = dθdρdϕ = ρ2 sin ϕ dρdϕdθ
E Eθρϕ 0 0 0
Temos que
Portanto,
"Z π
#
Z 2π 4 1 3
V = sin ϕ cos ϕ dϕ dθ
0 0 3
5
Z π Z π π4
4 1 1 4 1 1
sin ϕ cos3 ϕ dϕ = sin ϕ cos ϕ dϕ = 34
− cos ϕ
0 3 0 3 3 4 0
π4
1 1 h π i
= − cos4 ϕ =− cos4 − cos4 0
12 0 12 4
√ !4
1 2 1 1
= − −1 =−
−1
12 2 12 4
1 3 1
= − − =
12 4 16
Logo,
Z 2π Z 2π 2π
1 1 1 1 π
V = dθ = dθ = θ = [2π − 0] =
0 16 16 0 16 0 16 8
Resolução:
Vamos usar coordenadas esféricas. Para isso, devemos considerar o seguinte conjunto
e, assim, temos,
Z Z Z Z 2π Z π Z r
V = θρϕ ρ2 sin ϕ dθdρdϕ = ρ2 sin ϕ dρdϕdθ
E 0 0 0
Temos que,
r r r
ρ3 r3 03 r3
Z Z
ρ2 sin ϕ dρ = sin ϕ ρ2 dρ = sin ϕ = sin ϕ − = sin ϕ
0 0 3 0 3 3 3
Então,
2π π 2π π
r3 r3
Z Z Z Z
V = sin ϕ dϕdθ = sin ϕ dϕdθ
0 0 3 3 0 0
6
Z π π
sin ϕ dϕ = − cos ϕ = [− cos π + cos 0] = [1 + 1] = 2
0 0
Portanto,
2π 2π
r3 r3 r3
Z
4
V = 2 dθ = 2θ = [2.2π − 2.0] = πr3
3 0 3 0 3 3
Exemplo 4 Use integrais triplas para determinar o volume do cone circular reto de altura h e raio da base r.
Resolução:
r h h
= ⇒ z= ρ
ρ z r
Vamos usar coordenadas cilíndricas. Para que um ponto P percorra todo o cone é necessário que as suas
coordenadas cilíndricas variem nos seguintes intervalos
0 ≤ θ ≤ 2π
0≤ρ ≤r
h
ρ≤z≤h
r
Denotando por C o cone, devemos ter então
h
Cθρz = (θ, ρ, z) ∈ R3 ; 0 ≤ θ ≤ 2π; 0 ≤ ρ ≤ r, ρ ≤ z ≤ h
r
Temos então
Z Z Z Z Z Z Z 2π Z r Z h
V = volume do cone = dxdydz = ρ dθdρdz = ρ dzdρdθ
h
C Cθρz 0 0 rρ
Temos que,
Z h Z h h
h h
ρ dz = ρ dz = ρ z = ρ h − ρ = hρ − ρ2
h
rρ
h
rρ
h
ρ r r
r
Assim,
Z 2π Z r
h 2
V = hρ − ρ dρdθ
0 0 r
7
Logo,
Z r r
h 1 2 h 3 1 h
hρ − ρ2 dρ = hρ − ρ = hr2 − r3
0 r 2 3r 0 2 3r
1 2 h 2 1 1
= hr − r = − hr2
2 3 2 3
1 2
= hr
6
Portanto,
Z 2π Z 2π 2π
1 2 1 1 2 1 1
V = hr dθ = hr2 dθ = hr θ = hr2 [2π − 0] = πr2 h
0 6 6 0 6 0 6 3