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Os Desafios do Professor na Sala de Aula

Nos dias de hoje, mais do que em qualquer outra época, o professor enfrenta desafios na
sala de aula que dificultam a realização do seu trabalho. Vivemos em um mundo em
mudanças, em que há grande quantidade de informações, a tecnologia evolui em um
ritmo estonteante, a sociedade se transforma e os valores parecem ser cada dia menos
importantes.

O professor hoje precisa ter em sua bagagem uma quantidade enorme de informação e
conhecimento, e ainda procurar transformar tudo isso em práticas diárias. Seu tempo é
curto: ele precisa preparar aulas, provas, corrigir testes e exercícios, participar de
reuniões, atender a pais e alunos, manter-se informado, fazer cursos de atualização...
Ufa! Isso tudo sem contar o tempo que passa dentro da sala de aula.

Apesar disso, cada vez mais o professor vê seu valor ser diminuído diante da nova
realidade. Sente-se impotente e assiste a outras profissões sendo mais valorizadas e bem
remuneradas pela sociedade, como se sua função não fosse vital para a formação das
crianças para as quais ensina. O interesse que suas aulas despertam nos alunos é muito
menor que o de um mundo tão repleto de atrações rápidas que eles encontram na
internet, em videogames, em Ipods e Ipads, que dão acesso a um mundo de informações
ao toque dos dedos.

O professor recebe em suas mãos, muitas vezes, uma classe apática, desinteressada,
indisciplinada, agressiva. Outras vezes, contestadora, dispersa, ou mesmo hiperativa,
desatenta e ansiosa. Uma classe que muitas vezes o trata como mero empregado ou
prestador de serviços, que deve entreter os alunos. A participação da família na vida
escolar diminui cada vez mais. Mesmo assim, pais cobram dos professores e da escola
resultados que só podem ser conseguidos com a atuação conjunta de pais, mestres e
alunos.
É muito comum que o professor se sinta desmotivado nessa situação, em que a rotina e
as dificuldades corroem boa parte dos sonhos que o levaram a se tornar educador. O que
observamos é que a verdadeira fonte das dificuldades na sala de aula está na questão
dos relacionamentos e da busca dos alunos por reconhecimento e aceitação. Aliás, tenho
percebido que grande parte dos problemas que o professor enfrenta em sala de aula tem
a ver com a dificuldade de dar e receber estímulo e reconhecimento – tanto por parte do
próprio professor quanto por parte dos alunos.

E o mais importante: observando de perto, é possível perceber que os comportamentos


inadequados de jovens e crianças em sala de aula muitas vezes são apenas o pedido de
socorro de pessoas que não se sentem tratadas apropriadamente pela família e pela
sociedade. Os alunos não se sentem compreendidos em suas necessidades, não se
sentem acolhidos em suas carências, e por isso manifestam comportamentos que visam,
na maioria das vezes, a chamar a atenção do professor e dos colegas.

Veja se você reconhece alguns desses comportamentos em seus alunos: falta de atenção,
imaturidade, impaciência, pouca autonomia, agitação, ansiedade, angústia, depressão,
irritação, tédio, desmotivação, agressividade, violência... Sem uma linguagem comum e
atraente para unir professor e alunos no mesmo objetivo e na mesma energia, os
relacionamentos não encontram meio de serem agradáveis e produtivos.

É claro que, por trás de tudo isso, existem muitas causas, que vão desde a falta de tempo
e energia dos pais para se dedicar à educação dos filhos, a falta de valorização da
educação como um todo, a delegação da educação dos filhos pela família à escola, até a
falta de afinidade entre professores e alunos, provocada por uma barreira de gerações,
ou mesmo pelas difíceis condições de o educador se preparar de modo adequado.

Nessas condições, então, ser um bom professor significa, além de ensinar bem a matéria,
providenciar estímulos, contato, reconhecimento, estrutura e motivação para o
aprendizado dos alunos. Como se não bastasse, em meio a tudo isso, o
professor precisa também lidar com suas próprias questões internas, que também
dependem de estímulos, contato, reconhecimento e motivação para serem bem
resolvidas.
Imagino que, neste momento em que você lê, deve estar pensando em como está difícil
para o professor cumprir todas essas exigências e ainda separar alguns minutos por dia
para cuidar de si mesmo. Acho que agora você tem ideia de quanto trabalho dá ser
professor e da importância de seu papel. Então, que tal passar a olhar para ele de forma
mais cooperativa e com mais reconhecimento?

Pense sobre isso!

Por: Roberto Shinyashiki


*Psiquiatra, empresário e doutor em Administração de Empresas. Assessor empresarial
de governadores, ministros de Estado, empresários, atletas olímpicos, artistas e outros
profissionais. Criador de programas que visam à melhora do relacionamento entre
professores, alunos e pais. Palestrante e autor de vários livros, como Conquiste seus
alunos, Problemas? Oba!, Os segredos dos campeões, Tudo ou nada, A coragem de
confiar e A revolução dos campeões.

www.conquisteseusalunos.com.br

Fonte: http://linhadireta.com.br/publico/images/pilares/fqkd0lz838.pdf

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