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I – RELATÓRIO:
Das informações constantes do SIMP, extrai-se que a notícia de fato teve origem a
partir do protocolo de petição pela Associação Paraense de Síndrome de Willians e outras
doenças raras – APSW e ODR. No expediente, a Associação dá ciência de processos
administrativos e judiciais de pacientes portadores de Epidermólise Bolhosa que tramitam
junto a SESPA e, requer providências ministeriais, quanto a garantia de tratamento
especializado aos portadores da doença.
Além disso, a Associação citou três casos de pacientes que tiveram o processo
licitatório para compra de medicamentos abertos pelo Poder Público, mas sem conclusão.
Por esta razão requereu:
1- “Acompanhamento desta Promotoria na dispensação de materiais e
insumos adequados para o tratamento tópico dos pacientes portadores de
Epidermólise Bolhosa, conforme recomendação médica e acompanhamento
familiar. Importante asseverar que até o presente momento, os medicamentos
prescritos pelos médicos competentes, estão amparados pela CONITEC –
COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (...);
2- Seja disponibilizada equipe multidisciplinar (Dentistas, Ortopedistas,
Psicológos, dentre outros...) para o tratamento e acompanhamento terapêutico e
clínico desses pacientes, conforme relação de profissionais da área da saúde acima
explanados, conforme recomendação da CONITEC, Associação e ONG’s
espalhadas por todo Brasil;
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Procuradoria-Geral de Justiça CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÃO SIMP Nº. 000319-117/2020
Procuradoria-Geral de Justiça
É o relatório.
II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:
(...)
Da análise dos autos, bem como do teor dos referidos dispositivos da Resolução nº.
020/2013-CPJ, verifica-se que tanto a 2ª Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais
Fundamentais e Direitos Humanos de Belém como a 2ª Promotoria de Justiça da Infância e
Juventude de Belém possuem atribuição para atuar, de forma autônoma ou concorrente, no
que diz respeito aos procedimentos relacionados à defesa do direito fundamental à
saúde de crianças e adolescentes.
A discussão girará em torno de problemas tais como: saber como são fornecidos
medicamentos e insumos a pacientes diagnosticados com Epidermólise Bolhosa, se há
profissionais capacitados para prestação do serviço, se as rotinas adotadas são adequadas,
quais protocolos adotados para atendimentos dos pacientes e seus familiares, os motivos da
demora no atendimento de demandas judicializadas e processos licitatórios deflagrados e,
de outro lado, quais as medidas a adotar para o aprimoramento do serviço. Todos esses são
aspectos que encontram perfeita inserção na temática de atuação do órgão ministerial com
atribuição na área da saúde.
É bem verdade que, muitas vezes, no curso das apurações, são coletadas
informações que sugerem a ocorrência de casos específicos a garantir o direito à saúde à
criança e adolescente específico, mas ainda que isso venha a ocorrer nada impede uma
atuação, inclusive, conjunta de ambas Promotorias de Justiça em discussão.
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