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“Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.

”(1Co
6.20)

Confissão:Eu fui comprado por um alto preço, o sangue de Jesus. Eu sou muito valioso para
Deus, por isso nunca ,mais direi que não tenho valor, pois o meu valor é o preço que foi pago
por mim, o preço da vida de Jesus derramada no Calvário. Como eu fui comprado, agora eu
sou d’Ele. Ele é o meu Senhor.

07.05.17 [15º Dia Jejum O PÃO DOS FILHOS] – OS QUE DECAEM DA GRAÇA

Sempre que falamos a respeito da graça de Deus algumas pessoas gostam de mencionar o
texto de Hebreus 12 que diz que sem santidade ninguém verá o Senhor. Mas essas pessoas
não lêem todo o texto que na verdade exorta os irmãos a não se apartarem da graça de Deus.

Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando,
diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja
alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam
contaminados. Hb. 12:14-15

A única maneira de seguirmos a paz com todos e termos santificação é tendo certeza de que
não estamos nos separando da graça de Deus. Sem a graça de Deus a santidade é impossível.

Algumas pessoas, porém, pensam que a salvação é uma questão de santidade, mas o Novo
Testamento enfatiza todo o tempo que a salvação é somente pela graça mediante a fé no
evangelho.

São as boas novas do evangelho de que os nossos pecados foram cravados na cruz, é a
revelação de que somos justificados pela fé e não por obras da lei, é a fé que Cristo já pagou
por todas as nossas iniquidades que nos salva. A nossa santificação é apenas o resultado da
nossa fé na obra da cruz.

Quando pela fé nós contemplamos o Senhor o resultado é que andamos em santidade. Você
precisa ter clareza de que santidade não é o tamanho do seu cabelo, o comprimento da sua
saia e nem a maquiagem no seu rosto. A santidade é Cristo. Algumas pessoas fazem tudo isso,
e no entanto possuem o coração cheio de amargura e ressentimento como diz o texto de
Hebreus. Tais pessoas não andam em santidade.

O que acontece quando nos separamos da graça?

A exortação do autor de Hebreus é para que não nos separemos da graça de Deus. Separar-se
da graça é sair de debaixo do favor de Deus. Ele menciona algumas consequências de
separação do favor.

Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus;
nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos
sejam contaminados; nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um
repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente,
querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora,
com lágrimas, o tivesse buscado. Hb. 12:15-17
Hebreus 12 nos mostra que sem a graça de Deus não podemos ter paz com os homens e nem
seguir a santidade. Sem a graça de Deus inevitavelmente cairemos no ressentimento e na
amargura. Qual a relação entre separar-se da graça e cair no ressentimento? Essa relação nem
sempre é fácil de entender. Toda pessoa ressentida é cheia de justiça própria. Ela se julga
merecedora de coisas boas e quando alguém erra com elas então pensam que têm o direito de
cobrar justiça. Ressentimento é o maior sinal de justiça própria.

A única coisa que nos separa da graça de Deus é a justiça própria. Quando nós confiamos em
nossa justiça própria nós estamos dizendo que não precisamos da graça de Deus. Somente
pode desfrutar da graça aquele que reconhece que não tem merecimento algum. E aquele que
reconhece que não possui merecimento nenhum também não cobra justiça e perfeição dos
outros. Uma vez que ele foi tão generosamente perdoado, ele está pronto a perdoar os outros
também. Assim se estamos na graça não há lugar em nós para amargura.

Jesus disse na oração do Pai nosso que se não perdoarmos aos homens as suas ofensas tão
pouco o vosso pai celestial vos perdoará as vossas. Muitos equivocadamente enxergam aqui
algum tipo de barganha com Deus: eu perdoo então o Senhor me perdoa. Não é nada disso.

A pessoa que se recusa a perdoar está dizendo com a sua atitude que ela é boa e tem mérito o
suficiente para exigir justiça do outro. Ela se acha boa e não pode admitir que outros errem
com ela. Ela na verdade é cheia de justiça própria.

Quem possui justiça própria está dizendo que não precisa da justiça que vem de Cristo. E se ele
não precisa da justiça de Cristo então o seu pecado permanece. Então você não troca com
Deus o perdão do seu pecado quando perdoa os outros, mas você admite precisar do perdão
de Cristo quando reconhece que não possui justiça própria e por isso mesmo não exige justiça
dos outros.

O que o Senhor disse foi que não podemos receber favor e graça se permanecemos na justiça
própria. Ficou claro então que nos separamos da graça quando confiamos em nossa justiça
própria. Mas ainda não ficou completamente claro como a justiça própria produz em nós
ressentimento.

Para entendermos a relação entre amargura e justiça própria precisamos entender como surge
a justiça própria. Será que aqueles que possuem justiça própria querem desagradar a Deus?
Claro que não. Na verdade eles procuram cumpriur todos os mandamentos para merecer o
amor e a aprovação de Deus. A justiça própria surge do nosso desejo de conquistar o amor de
Deus.

Onde está o problema é se tentar conquistar o amor de Deus para merecer a sua bênção?
Suponha que você fez tudo o que achava necessário para ter uma bênção de Deus e nos
entanto o irmão do lado que nem é tão fiel recebeu a bênção e você não. O que você sente
nessa hora? Amargura e reissentimento. Muitos não vão admitir, mas vivem ressentidos com o
próprio Deus, pois afinal eles são fieis, mas não recebem o favor de Deus.

Essa situação pode ser claramente percebida na vida do irmão do filho pródigo na parábola
que Jesus contou em Lucas 15. O irmão do filho pródigo é um exemplo de como a amargura
vem sobre aquele que é cheio de justiça própria.

Jesus disse que um homem tinha dois filhos. Um dia o mais novo chegou ao seu pai e pediu a
herança a que tinha direito. Pedir a herança com o pai em vida é o mesmo que desejar a sua
morte, um grande desrespeito. Mas o pai lhe deu a herança e ele ntão saiu e foi para um país
distante onde gastou todo o dinheiro na orgia e na bebedice.

Quando acabou todo o dinheiro, não tendo como sobreviver, arrumou um trabalho de
cuidador de porcos. Ali ele passava tanta fome que deseja comer a comida dos porcos.

Um dia ele caiu em si e disse: “Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei
contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos
teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o
avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei
contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos
seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias
nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este
meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se”
(Lc. 15:18-24).

Se pararmos a história nesse ponto nos alegraremos com o pai que teve de volta o seu filho
que estava perdido. Todos dirão o quanto o pai é amoro e perdoador para aceitar um filho
como aquele.

Mas a história se complica quando o filho mais velho chega em casa. O filho mais velho estava
tão longe de casa quanto seu irmão mais novo. Ele enxergava a si mesmo como um servo do
seu pai e se julgava merecedor das bênçãos.

Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a
música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou:
Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele
se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo. Mas ele
respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e
nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse
teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho
cevado. Lc. 15:25-30

Vamos ser francos, as razões do filho mais velho parecem bem lógicas. Se ele fosse conversar
com você e lhe contasse a história você certamente ficaria do lado dele. Tudo parece uma
grande injustiça. Ele sempre foi um bom filho, fez tudo para agradar o pai e nunca ganhou dele
nenhum cabritinho para fazer um churrasco com os yamigos.

Ele disse: “eu nunca desobedeci suas ordens”. O que talvez você não perceba é que ele era
cheio de justiça própria. Eu fico pensando o quanto seria difícil para o irmão mais velho fazer o
mesmo que fez o filho pródigo – cair de joelhos e dizer: “Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já
não sou digno de ser chamado teu filho”.

Imaginem este homem que se achava tão responsável caindo de joelhos, enterrando a cabeça
no peito de seu pai e dizendo que ele era indigno de ser chamado de filho. É quase impensável.
Ele não tinha feito nada de errado. Ele não tinha pecado contra o céu ou contra o seu pai. Ele
certamente não podia ver que ele não era digno de ser chamado filho de seu pai. Mas isso é
exatamente o que ele precisava fazer, porque o seu coração não era um com o seu pai.

O irmão do filho pródigo tentou ganhar o amor do Pai sem saber que já era amado. Ele tentou
ganhar o amor do pai sendo um filho obediente e por isso ele achava que merecia pelo menos
um cabrito assado. Mas em vez dele receber o seu irmão pecador é que tinha recebido o
novilho cevado e uma festa. Por não se sentir amado ele caiu na amargura e ressentimento,
pois do seu ponto de vista o pai era injusto. Essa é a maneira como surge a justiça própria, é
quando tentamos conquistar o amor e o elogio do Pai. Do seu ponto de vista o pai não o
amava ou pelo menos amava mais o irmão do que a ele. Isso o enchia de revolta e
ressentimento. Tudo isso porque ele se achava bom e justo. Se ele se visse tão pecador quanto
o irmão não haveria espaço para a amargura e ele estaria também festejando.

Toda pessoa cheia de justiça própria vive cheia de amargura, pois ela pensa que tem praticado
todos os mandamentos e mesmo assim não consegue ter a bênção ou o favor de Deus.

A justiça própria é o resultado do nosso desejo de conquistar o amor e a aprovação de Deus.


Para ter o seu amor nós nos esforçamos fazendo boas obras e tentando obedecer os
mandamentos. Quando achamos que conseguimos cumprir o padrão nos enchemos de justiça
e merecimento próprio. O problema é que perdemos o favor de Deus quando confiamos em
nossa justiça e o resultado é que ficamos ressentidos porque outros notórios pecadores
recebem o favor e nós não.

Essa é a explicação para a amargura em todos os relacionamentos. Se o marido se esforça para


agradar a sua esposa e percebe que ela não reconhece seus méritos, ele se encherá de
ressentimento se ela, por exemplo não elogiá-lo e em vez disso elogiar o líder da célula.

Qual o problema desse marido? Ele faz todas as suas obras para ter o amor da esposa e não
porque sente que é amado por ela. Podemos aplicar esse princípio para todos os nossos
relacionamentos. Você faz as boas obras para conquistar o amor ou porque sabe que é
amado? A resposta a isso o coloca debaixo da lei ou da graça. Lei é amar a Deus, mas graça é
ser amado por ele.

Uma esposa procura de todas as formas agradar o seu marido, ela cozinha, lava, passa e faz
sexo sempre que ele deseja, mas um dia o marido resolve elogiar uma outra mulher na frente
dela. Nesse momento a mulher se encherá de amargura, porque se vê injustiçada. Se ela não
tivesse justiça própria, mérito próprio, ela não ficaria ressentida. A justiça própria é a origem
de todos os pecados.

Isso também é muito comum na vida de pastores. Ele se esforça para ser um bom pastor, ele
procura viver uma vida absoulutamente íntegra e irrepreensível, mas a bênção parece que
vem sempre para aquele pastor da congregação ao lado que ele acha que é muito pecador. Ele
vive lutando com a finanças, mas aquele pastor comprou um grande prédio para se reunir. Ele
se esforça para crescer, mas as multidões sempre vão para a igreja do outro. Ele não consegue
entender por isso presume que aquela igreja não é de Deus, pois Deus não abençoaria alguém
assim. A verdade porém é que ele vive amargurado como o irmão do filho pródigo. Nunca
quebrou nenhum mandamento, mereceia muitas bênçãos, mas o outro pecador recebe maior
graça.

Creio que agora ficou fácil perceber como a amargura está relacionada com a justiça própria.
Sempre que procuramos conquistar o amor de Deus em vez de crer que já somos amados
caímos na justiça própria.

O texto de Hebreus 12 diz que a amargura é contagiosa, uma vez que ela surge ela vai
contaminar a muitos. Toda pessoa amargurada gosta de compartilhar com os outros as razões
do seu ressentimento. A amargura simplesmente destrói a vida da igreja.
O texto de Hebreus diz que uma vez que há amargura a próxima consequência é a impureza.
Mas há alguma relação entre amargura e impureza? Tenho visto, por exemplo, em minha
experiência que normalmente uma mulher só cai em adultério se estiver ressentida com o seu
marido. Ela pensa que não é amada e por isso se permite pecar. Um crente está propenso ao
pecado quando sente que não é amado por Deus. É triste, mas quando caem em pecado
muitos presumem que Deus não os ama mais. Mal sabem que isso fará com que caiam ainda
mais no pecado.

A impureza sexual não é a raiz, ela é o fruto. Tudo começa quando a pessoa se separa da graça
de Deus. Uma vez que ela sai da graça ela cai no ressentimento e do ressentimento vem a
impureza sexual.

O resultado final é que a pessoa pode se tornar como Esaú que não atribuiu valor às coisas
espirituais, pois vendeu a bênção da primogenitura por um prato de comida. Quanto mais nos
separamos da graça, mais nos tornamos naturais e indiferentes às bênçãos de Deus.

No passado eu pensei que Esaú não podia se arrepender ou não teve um arrependimento
genuíno. Mas lendo outras traduções percebi que isso é um erro. A tradução na linguagem de
hoje diz que Esaú vendeu os seus direitos de filho mais velho por um prato de comida. E depois
ele quis receber a bênção do seu pai. Mas foi rejeitado porque não encontrou um modo de
mudar a mente de Isaque para receber a bênção, embora procurasse fazer isso até mesmo
com lágrimas. Na verdade foi Isaque que não se arrependeu, ou mudou de mente, em relação
à bênção da primogenitura. Isso está claro na versão da Bíblia na linguagem de hoje.

E tomem cuidado também para que ninguém se torne imoral ou perca o respeito pelas coisas
sagradas, como Esaú, que, por causa de um prato de comida, vendeu os seus direitos de filho
mais velho. Como vocês sabem, depois ele quis receber a bênção do seu pai. Mas foi rejeitado
porque não encontrou um modo de mudar o que havia feito, embora procurasse fazer isso até
mesmo com lágrimas. Hb. 12:16-17

Esaú é colocado em Hebreus como exemplo de alguém que decaiu da graça. Mas decair da
graça significa tentar se justificar cumprindo a lei e Esaú viveu muito antes da lei. Como então
ele decaiu da graça? Creio que ele sempre tentou conquistar o amor do pai por meio de sua
performance, suas boas obras.

Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó. Gn.
25:28

Isaque amava a Esaú por causa de suas boas obras, mas Rebeca amava a Jacó, ponto final!
Evidentemente Esaú percebia que o amor do seu pai era condicional. Esaú é o bom filho, Jacó
e´que era o problemático. Esaú tentou de agradar o seu pai, mas no fim o seu irmão é que
recebeu a bênção. Isso o deixou furioso, mas o problema é que seu pai não quis lhe dar a
mesma bênção. Ele deve ter pensado: “de que adiantou eu ser um bom filho?” Certamente
veio o ressentimento e a amargura. Todas as vezes que tentamos conquistar o amor de Deus
por meio de nossas obras nós caímos na justiça própria e consequentemente decaímos da
graça.

Os pais devem ser cuidadosos para não condicionar o seu amor aos filhos à performance deles.
Isso faz com que os filhos fiquem toda a vida buscando conquistar o amor dos pais. O garoto
procurou ser um bom estudante, um filho obediente toda a sua vida, mas um dia seu pai elogia
seu primo falando o quanto ele é motivo de orgulho. Ao ouvir isso o menino se enche de
ajargura, pois ele está cheio de méritos. Ele fez o melhor, se comportou bem e não adiantou
nada. Depois disso ele pode vir a se tornar um filho muitop problemático cheio de todo tipo de
comportamento ruim. Essa é a origem de todos os distúrbios familiares.

A Palavra de Deus diz que Esaú se casou com mulheres fora da vontade de seus pais e isso se
tornou motivo de angústia para Rebeca e Isaque. Obedecer para ser amado é justiça própria,
obedecer porque sabe que é amado é graça de Deus. Essa é a diferença entre o Novo e o Velho
Testamento.

É importante frisar que todas essas consequências como amargura, impureza e desprezo pelas
coisas espirituais acontecem por uma única razão: porque nos separamos da graça de Deus.
Essa é a raiz de onde procedem todos os nossos problemas.

O que nos separa da graça?

De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Gl. 5:4

Paulo diz aos gálatas que nos desligamos de Cristo, nos separamos dele, quando procuramos
nos justificar pelas obras da lei. Estar desligado de Cristo é algo terrível. Há uma tradução que
diz que Cristo não tem efeito em nossas vidas. Ele está em nossa vida, mas sem efeito prático.
Desligar-se de Cristo significa que Cristo não tem efeito em nosso casamento, nossas finanças,
nossos relacionamentos ou nosso trabalho. Quando você está doente você quer que Cristo
tenha efeito, faça diferença em você. Se você precisa de direção você quer que Cristo tenha
efeito em você.

Desligar-se de Cristo aqui em Gálatas não significa perder a salvação. Desligar de Cristo é como
ser casado e não se relacionar com a esposa. Ela está em casa, vive junto com você, mas você
não desfruta das bênçãos do casamento. Paulo está dizendo exatamente isso, que embora
sejamos salvos não desfrutamos de Cristo e seu favor.

O que faz com que Cristo, que já faz parte de sua vida, não tenha efeito algum em seu corpo,
sua alma, em sua vida ou seu casamento? Muitos dirão que o problema é o pecado, mas o
pecado nunca foi impedimento para que as pessoas recebessem o milagre do Senhor Jesus. A
maior acusação que os fariseus fizeram ao Senhor foi chamá-lo de amigo de pecadores.

As prostitutas, os coletores e impostos e todos os pecadores receberam o Senhor com alegria.


Todos eles quando tocaram no Senhor receberam o milagre. Para eles Cristo tinha um efeito
poderoso. Quando eles receberam do Senhor eles não eram perfeitos, mas a imperfeição deles
não foi impedimento para o milagre.

Paulo diz que o aquilo que nos separa de Cristo e nos faz decair da graça é a justiça própria,
nas palavras dele é tentar nos justificar na lei. Sempre que procuramos ser aceitos por Deus
pela nossa performance, pela nossa obediência aos mandamentos, nós decaímos da graça.

Os pecadores podiam receber os milagres do Senhor, mas os fariseus não receberam nada. Por
que? Porque eles pensavam que mereciam receber os milagres uma vez que obedeciam os
mandamentos. Na verdade não obedeciam, mas pensavam que sim.

Precisamos ter muito cuidado para não receber a graça de Deus em vão. Receber a graça em
vão é ter a graça de Deus em nossa vida e mesmo assim continuar tentando merecer a bênção
de Deus.
Se vivemos confiando em nossos méritos e nossa força própria estamos desprezando o
suprimento perfeito da graça de Deus. O resultado é como ter uma esposa, mas viver sem
desfrutar dela.

Hebreus 4 diz que há um trono da graça. Se chegarmos a ele receberemos graça para socorro.

Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos


misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. Hb. 4:16

Qual a condição para nos achegarmos ao trono da graça? Simplesmente não merecer nada de
Deus. Não possuir nenhuma justiça própria. Se você se acha merecedor, então esse trono não
é para você. O problema é que somente a partir do trono da graça podemos receber
misericórdia. Se alguém não vier a esse trono, para onde ele irá?

Permanecer em Cristo é permanecer na graça

Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si
mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em
mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado
fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se
permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que
quiserdes, e vos será feito. Jo. 15:4-7

Em João 15 o Senhor disse que devemos permanecer nele. Alguns pensam que permanecerão
em Cristo se orarem bastante, jejuarem ou lerem a Bíblia. Todas essas coisas são boas, mas
podemos fazer todas elas e ainda estarmos separados de Cristo. Como então permanecer
nele?

Creio que Paulo nos dá a resposta. Nós permanecemos em Cristo quando permanecemos na
graça. Quando decaímos da graça nós nos separamos de Cristo. Isso evidentemente não
significa perder a salvação como pensam alguns, mas significa que não desfrutamos do seu
favor em nossas vidas.

Se permanecer em Cristo é permanecer na graça, então fica fácil entendermos a promessa do


verso 7 que diz: “pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” Eu penso que é a maior promessa
de toda a palavra de Deus. Não há limites de bênção para quem permanece na graça. Debaixo
do favor de Deus podemos pedir tudo o que quisermos.

A justiça própria é a maior expressão da carne e do ego. Todas as vezes que confiamos em
nossa própria justiça, em nosso próprio mérito ou em nossa força nós decaímos da graça.
Muitos pensam que ser fiel implica em prometerem que farão o máximo para obedecer e não
entendem que dar o máximo tem a confiança na carne envolvida.

Isso significa que não podemos prometer fazer o melhor ou dar o máximo? Sim, mas devemos
fazer isso segundo a graça de Deus. Devemos sempre dizer, pela graça de Deus vou fazer isso
ou aquilo.

Rejeite hoje toda tentação de merecimento próprio. Viva a sua vida como quem não tem
mérito, isso vai afetar todos os seus relacionamento e o livrará da amargura. O favor de Deus
afeta todas as áreas de sua vida e quando você está debaixo do favor a glória do céu invade a
terra.Não aceite viver nenhum dia sem a bênção do favor.

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