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Modelo de Lucas (1990): Why Capital Does not Flow from Rich to Poor countries?

A função de produção é dada por:


y = Ak  (1)

Utilizando a equação acima podemos reescrever:


1
 y 
k=  (2)
 A

A produtividade marginal do capital é dada por:

r = Ak  −1 (3)

Substituindo a equação do capital (2) em (3).


 −1
 1

  y   
r = Ak  −1 = A   
  A 
 
 −1
 y 
r = A  
 A

Desta forma, temos uma equação q eu pode comparar o retorno do capital comparando a
renda per capita dos países:
 −1
 −1  −1
 y  1−
r = A  = A 
y 

 A

Logo, temos:
1  −1
r = A y
 

Desta forma, podemos fazer a razão entre a taxa de juros de dois países
1  −1  −1
ri A y  y  
= = i
i 
rj 1  −1 y 
A  y j   j 

Comparando a taxa de retorno dos EUA e da índia, temos:


 −1 1−
rIndia  y India   y  
=  =  EUA 
rEUA  y EUA   y India 
Como o produto per capital americano é 15 vezes maior do que o da Índia, teríamos
para uma participação do capital na renda de 40% ( = 0,4) , o diferencial de taxa de
juros seria de:

rIndia
= 151,5 = 58
rEUA

Conclusão: ∃ algo errado.

Desta forma, Lucas busca incluir os diferenciais de capital humano entre os países.

Utilizando o trabalho de Anne Krueger (1968) que combina o nível de educação, idade
e o setor com estimativas para os EUA de como estes fatores afetam a produtividade
dos trabalhadores, mensurada pelos ganhos relativos.

Ou seja, neste caso se calcula a renda por “unidade efetiva” de trabalho, com o
diferencial de renda caindo para 3. Com isso, temos:

rIndia
= 31,5 = 5
rEUA

Ou seja, mesmo com este ajuste a produtividade marginal do capital na Índia deveria ser
500% superior à dos EUA. Um diferencial tão elevado de taxa de juros atrairia grande
quantidade de capital na Índia, o que não se observa na prática.

Adicionalmente, existiria uma forte migração de capital entre os países.

Benefícios do Capital Humano

Desta forma, a função de produção é alterada para:

y = Ak  h  (1)

Utilizando a equação acima podemos reescrever:


1
 y 
k=   (2)
 Ah 

A produtividade marginal do capital é dada por:

r = Ak  − 1 h  (3)

Substituindo a equação do capital (2) em (3).


 −1
 1

 −1    y   
r = Ak h = A     h
  Ah  
 
 −1
 y  
r = A    h
 Ah 

Desta forma, temos uma equação que pode comparar o retorno do capital comparando a
renda per capita dos países:
 −1
 −1  −1 
 y  

1−
r = A   h = A 
y 
h 

 Ah 

Logo, temos:

1  −1 
r = A  y 
h

Estimando  e aplicando às estimativas de h de Anne Krueger, podemos ter uma medida


do diferencial de retorno do capital.

A estimativa de  é que  = 0,36 . Isso significa que uma elevação de 10% do capital
humano elevaria a produtividade em 3,6%, sendo esta a externalidade fruto da elevação
do capital humano na economia.

Desta forma, o diferencial entre a Índia e os EUA seria dado pela equação:

1  −1   −1 
rÍndia A  y Índia  hIndia  y    hIndia  
= 1
=  Índia   
 −1 
rEUA  y EUA   hEUA 
A  y EUA  hEUA 

Com isso, temos:


1−  
y    hIndia  1−
 = 3   
rÍndia 1 
=  EUA 


rEUA  y Índia   hEUA  5
rÍndia
= 31,5 5 −1 = 1,04
rEUA

Neste caso, temos que o diferencial de retorno é de somente 4%, o que explicaria a
baixa migração de capital. No entanto, as externalidades ficam restritas ao país.

Imperfeição do Mercado de Capitais

O fluxo de capital hoje afeta o fluxo de bens e serviços.


Até 1945, existiam as colônias, logo não existia risco político e de “rule of law”.

A maximização de lucros das empresas é dada por:

Com isso, temos que maximizar o seguinte problema:

 = max f (k ) − Rk −  

A maximização de lucro da equação acima fornece:

R = f ´(k )
 = f (k ) − Rk

No entanto, como são colônias, a metrópole maximiza o lucro sujeito ao salário que será
explorado:

 = f (k ) − f ´(k )k

Logo, o lucro a ser maximizado é dado por:

 = max f (k ) − Rk − ( f (k ) − f ´(k )k 

Assim sendo a condição de primeira ordem da maximização do capital, enviado pela


metrópole é dada por:

f ´(k ) = R − kf ´´(k )

Lembrando que f ´´(k )  0 , o que implica que a produtividade marginal do capital é


artificialmente elevada, com uma demora na entrada de capital.

Adicionalmente, sabemos que o salário segue  = f (k ) − f ´(k )k e que o impacto do capital


sobre o salário é dado por:

d
= f ´(k ) − f ´(k ) − f ´´(k )k = − f ´´(k )k
dk

Ou seja, podemos escrever a condição de primeira ordem acima como:

d
f ´(k ) = R +
dk

O que significa que a manutenção de um baixo estoque de capital ajuda a manter os


salários mais baixos. Sendo ótimo ter um baixo estoque de capital para pagar baixos
salários.

Assim sendo utilizando a função de produção f (k ) = k  , temos que o retorno do capital


é dado por:
f ´(k ) = r − kf ´´(k )  k  −1 = r − k ( − 1)k  − 2

r = k  −1 +  ( − 1)k  −1 =  2 k  −1

Podemos reescrever a equação acima, como:

r =  2 k  −1 = f ´(k )

Desta forma, temos que a produtividade marginal do capital fica mais elevada com
baixa entrada de capital:

r
f ´(k ) =  f ´(k ) = 2,5r se  = 0,4 .

Ou seja, para o detentor do capital é interessante ter uma baixa entrada de capital para
manter o retorno do mesmo mais elevado.

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