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EMENTA
Estudo da relação jurídica obrigacional. Modalidades das obrigações. Transmissão das Obrigações. Adimplemento
e Inadimplemento das obrigações. Analisar a interpretação e aplicação dos princípios e regras do direito
obrigacional brasileiro na formação prático-profissional, com vistas a articular o conhecimento teórico em
atividades curriculares de pesquisa com a resolução de problemas (cases). Interação do conteúdo da disciplina
com as atividades e ações de extensão realizadas pela Universidade como, por exemplo, as desenvolvidas pelo
Juizado Especial Cível posto UPF e pelo Balcão do Consumidor.
JUSTIFICATIVA:
O Direito Civil é de suma importância tanto para o estudo da ciência jurídica, como para a
formação do profissional de direito, pois acompanha o homem antes de seu nascimento,
durante sua vida e após sua morte. Já o direito obrigacional, como ramo específico do
direito civil, objetiva que o discente estude a conceituação dos direitos obrigacionais,
distinguindo-os dos direitos reais, conheça a evolução conceitual das obrigações, reconheça
e distinga as diversas modalidades de obrigações e a transmissão do vínculo obrigacional.
Neste semestre em específico serão abordadas as formas de adimplemento e
inadimplemento das obrigações. O Direito Obrigacional passou a assumir importância
ímpar na sociedade brasileira, especialmente em decorrência do fenômeno da globalização
da economia. Para caracterizar a importância do Direito Obrigacional, observa-se que o
Novo Código Civil de 2002 passou a tratar a matéria em seu livro I da Parte Especial,
contrariamente com o que ocorria no Código de 1916, que privilegiava as relações
familiares, iniciando a parte especial com o Direito de Família, o qual foi deslocado no
atual Código Civil para o Livro IV da Parte Especial.
OBJETIVO:
1. Conceituar direito das obrigações;
2. Reconhecer e distinguir as diversas modalidades de obrigações.
3. Investigar as formas de transmissão do vínculo obrigacional.
4. Reconhecer e distinguir as várias modalidades de extinção das obrigações e identificar o
estado patológico do vínculo obrigacional.
5. Estudo do adimplemento das obrigações.
6. Estudo do inadimplemento das obrigações.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
AVALIAÇÃO
Os trabalhos podem ser em grupos com, no máximo, 10 alunos. Após escolha, leitura e
análise do caso concreto com o grupo, deverá ser realizada a seguinte atividade de
curricularização da pesquisa:
O trabalho terá peso 10,0, e na data aprazada no cronograma deverá ser enviado para o
seguinte email: janainars@upf.br (um envio para cada grupo), bem como postado no
ambiente do moodle da nossa disciplina, NA PASTA TRABALHO DE ESTUDO DE
CASO. Será preciso que o aluno aguarde a confirmação do recebimento com email de
retorno da professora.
A atividade de correção dos trabalhos se dará durante todo o período de nossas aulas, onde
os alunos apresentarão oralmente os casos práticos de seu trabalho no decorrer das aulas.
Ficarei à disposição para acompanhar vocês nesta elaboração, por email. O intuito é realizar
avaliações não apenas classificatórias, mas que possam também ser um objeto de
aprendizagem, onde a avaliação é um dos elementos.
A organização do grupo faz parte da avaliação. Acaso o aluno não queira fazer o trabalho
em grupo, poderá fazer a terceira avaliação, que é a prova de recuperação, para aqueles que
não puderam realizar alguma das avaliações ordinárias da disciplina.
A participação em aula, com a apresentação dos estudos de caso, será considerada na
avaliação final.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil, v.4 : direito das obrigações: 1ª parte. São
Paulo Saraiva 2015 1 recurso online - Acervo Virtual
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil, v. 2 : obrigações e responsabilidade civil. Rio de Janeiro Atlas
2020 1 recurso online - Acervo Virtual
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2014. 8 v.
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, v. 2: obrigações. São Paulo: Saraiva, 2019. 1
recurso online - Acervo Virtual
SILVA, Clóvis do Couto e. A obrigação como processo. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getúlio Vargas,
2007. 176 p.
TARTUCE, Flávio. Direito civil, v. 2: direito das obrigações e responsabilidade civil. Rio de Janeiro:
Forense, 2020. 1 recurso online - Acervo Virtual
ESQUEMA:
I. DIREITO OBRIGACIONAL
a) Conceito de Obrigação:
“Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e
cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo
primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio.”
Washington de Barros Monteiro
Código Civil – Parte Especial – Livro I– DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES. art. 233 e ss.
b) Importância e caracterização:
c) Fontes: contrato, ato ilícito, ato unilateral e lei
a) Conceito:
Relação jurídica a que o legislador retirou a ação correspondente. Nem o credor tem
direito de exigir a prestação, nem o devedor está adstrito a solvê-la. Embora reúna todos os
elementos da obrigação civil, a lei nega-lhe eficácia e tutela judicial. É obrigação civil cuja
evolução não se completou, por não ter chegado a adquirir a indispensável tutela judicial,
ou que se degenerou, por haver perdido a ação que a resguardava. (Arts. 882 e 564, III CC).
1. Conceito: A obrigação de dar coisa certa e específica consiste no vínculo jurídico pelo
qual o devedor fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente
individuado, móvel ou imóvel, explicitando que a coisa certa há de constar de objeto
preciso, que se possa distinguir por características próprias, de outros da mesma espécie.
2.Princípios:
a) direito pessoal (jus ad rem) e não real (jus in re)
Só confere, a obrigação de dar, ao credor, um simples direito pessoal. Efetivamente,
antes da tradição, o objeto continua a pertencer ao alienante. Ver art. 1.267 CC, - o
domínio das coisas não se transfere pelos contratos. Só com a tradição, real ou
simbólica, o comprador adquire o domínio, ainda que tenha pago todo o preço.
b) Nemo aliud pro alio invito creditore solvere potest
O credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra, ainda que mais
valiosa (art. 313 CC). O devedor não pode realmente liberar-se mediante entrega de
coisa diversa da ajustada, porque não lhe é lícito, unilateralmente, modificar o
objeto da prestação. Nem se pode substituir a coisa devida pelo respectivo valor. A
recíproca é verdadeira: O credor não pode exigir coisa diferente, ainda que menos
valiosa. O devedor não pode desobrigar-se por partes, se assim não convencionado.
A entrega parcelada só é possível mediante pacto expresso.
c) Acessorium sequitur suum principale
(art. 233 CC). O acessório segue o principal, salvo se compactuado entre as partes.
Tais acessórios não têm individualidade própria e por isso desprovidos são de
autonomia jurídica. Quem aliena um imóvel transmite simultaneamente o ônus do
imposto como acessório, além das servidões existentes. Questionado dispositivo só
deixará de ser observado em duas hipóteses: expressa declaração em contrário no
título da obrigação e exclusão resultante de circunstâncias evidentes (ex.
conhecimento do vício pelo adquirente).
d) Res perit domino (casum sentit domino)
3) Princípios:
As obrigações de restituir estão regidas pelos mesmos princípios das obrigações de dar.
O devedor não pode restituir coisa diferente daquele do negócio jurídico. O acessório segue
o principal, a coisa se perde para o dono, onde na de dar o prejuízo é da conta do devedor,
que é o proprietário, e na de restituir quem sofre é o credor.
4) Disposições legais:
a)perda da coisa, antes da tradição, sem culpa do devedor – efeitos. Art. 238 CC
Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá sem
indenização, salvos, porém, a ele, os seus direitos até o dia da perda.
b)perda da coisa, antes da tradição, por culpa do devedor – efeitos. Art. 239 CC
Se a coisa se perder, por culpa do devedor, responderá ele pelo equivalente, mais as
perdas e danos.
c)deterioração da coisa, antes da tradição, sem culpa do devedor – efeitos. Art. 240
CC. (degradação física, diminuição material do valor respectivo)
Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á tal qual se
ache, o credor, sem direito a indenização. O dono, que é o credor, sofre o prejuízo.
Quem é o credor? O depositante, dono da coisa.
d)deterioração da coisa, antes da tradição, por culpa do devedor – efeitos. Art. 240
CC, segunda parte.
Se o devedor omitiu, por exemplo, o dever de custodiar, cabe-lhe suportar as
conseqüências de sua desídia. Poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a
coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso,
indenização das perdas e danos.
5)Direito aos melhoramentos e acrescidos.
Os melhoramentos são de direito do dono, credor.
a) Melhoramentos ocorridos sem interferência do devedor.
Art. 241 - Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
1) Conceito:
Nessa modalidade de obrigação, o respectivo objeto ou conteúdo da prestação é
indicado genericamente no começo da relação, vindo a ser determinado por um ato de
escolha, no instante do pagamento. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero
a que pertence e quantidade devida. (Art. 243 CC)
O pagamento é precedido de ato preparatório de escolha, que individualizará ou
determinará a coisa a ser entregue ao credor. Realizada a escolha, de acordo com as
condições estabelecidas no contrato ou segundo regras legais, a obrigação de dar coisa
incerta transmuda-se na obrigação de dar coisa certa.
2) Diferenças entre obrigações de dar coisa certa e dar coisa incerta
Dar coisa certa
- prestação tem desde logo conteúdo determinado
- o devedor libera-se entregando a própria coisa devida, já qualificada e individuada, o
que a distingue das demais de mesma espécie.
dar coisa incerta
- a prestação não é determinada, mas determinável em meio a uma pluralidade
indeterminada de coisas ou objetos, desobrigando-se o devedor mediante entrega de
qualquer das coisas ou objetos incluídos no respectivo gênero.
- O pagamento é precedido de um ato preparatório de escolha, que individualizará a coisa
a ser entregue ao credor. Realizada a escolha, a obrigação de dar coisa incerta
transmuda-se em dar coisa certa, e a prestação passará a objetivar precisamente o ato de
entrega da coisa escolhida.
4) Direito de escolha.
Nas coisas determinadas pelo gênero e quantidade, a escolha pertence ao devedor, mas não
poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. (Art. 244 CC) A escolha
efetua-se mediante ato jurídico unilateral denominado concentração.
Concentração: que é a individuação da coisa manifestada no ato do pagamento ou
cumprimento da obrigação. Cabe ao devedor, se não houver pacto expresso em contrário.
Mas, em tal conjuntura, o devedor deve guardar o meio-termo, entre os congêneres de
melhor e pior qualidade. Para a escolha, não basta que o devedor separe o produto para
entregá-lo ao credor. É mister realize ainda o ato positivo de colocá-lo à disposição deste.
5) Princípio genus nunquam perit (Art. 246 CC) – genus limitatum e genus illimitatum.
O gênero nunca perece. O devedor não pode alegar perda da coisa antes da escolha para
exonerar-se do vínculo obrigacional. A liberação da obrigação não se dá nem por caso
fortuito ou força maior.
Genus limitatum – existe uma limitação. É circunscrita às coisas que se acham num
certo lugar, no patrimônio de alguém, ou sejam relativas à determinada época ou
acontecimento. Se o gênero é delimitado, o perecimento ou inviabilidade de todas as
espécies que o componham acarretará o fim da obrigação. Ou, se o gênero se reduz a
1) Conceito:
A prestação consiste na prática de um ato ou na realização de um trabalho pelo devedor
em proveito do credor.
c) quanto à execução:
-dar: geralmente comportam execução específica, pela entrega da coisa devida.
-fazer: geralmente não comportam execução específica, execução in natura, pois o
credor não pode constranger o devedor a fazer. A sentença pode condenar o devedor,
mas não obrigá-lo a fazer.
5) Inadimplemento
(Art. 248 CC) Cumpre lembrar que a impossibilidade, suscetível de produzir efeito
liberatório, há de ser provada pelo interessado que a invoca. E ainda, para conter o
efeito liberatório, deve ser absoluta, permanente e irremovível. Se se trata de simples
dificuldade, a ser superada com maior esforço, não exonera o devedor. (Art. 106 CC)
Verificada a impossibilidade, cumpre averiguar se ela sobreveio sem culpa, ou por
culpa do devedor. No primeiro caso, resolvida fica a obrigação. No segundo caso, por
culpa, a impossibilidade foi intencionalmente provocada, e o obrigado deve suportar as
conseqüências de seu ato lesivo.
Nas prestações fungíveis, vigora o art. 249 CC. Nas obrigações infungíveis, vigora o
art. 247.
6) Casos de urgência
Conforme art. 249, parágrafo único do CC, em casos de urgência, pode o credor,
independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo
depois ressarcido.
1) Conceito
Obrigação de não-fazer é aquela pela qual o devedor se compromete a não praticar certo
ato, que poderia livremente praticar, se não houvesse se obrigado. É um direito pessoal,
incide sobre a pessoa.
Não fazer: Negativa:
-Natureza particular ou especial -inerente aos direitos reais, geral e abstrata
-Compromete-se o devedor, -a obrigação é vaga e indeterminada - não
especificamente, a abster-se da prejudicar direito alheio.
prática de determinado ato
-relação de direito pessoal, só -direito real, oponível erga omnes, atingindo
vincula o próprio devedor. todos indivíduos.
2) Princípio “nemo potest precise cogi ad factum”
Tudo o que a lei anteriormente estabeleceu para as obrigações de fazer se aplica por
igual às de não fazer.
3) Adimplemento e inadimplemento
Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e
danos. (Art. 251 CC). Agora, se tornar-se impossível abster do ato a que se obrigou não
praticar, sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação de não fazer. (Art. 250 CC)
Mora: Art. 390 CC - Nas obrigações negativas, o devedor fica constituído em mora,
desde o dia em que executar o ato a que se devia abster. Confunde-se a mora com o
próprio inadimplemento.
1. Conceito e caracteres
Nas obrigações alternativas, várias prestações são contempladas na relação jurídica, mas o
devedor se libera com a satisfação de uma única. Em tese o devedor deve todas as
prestações, mas se exonera com a entrega de uma delas apenas.
a) multiplicidade de prestações
b) fato de o devedor exonerar-se entregando apenas 1 delas.
Realizada a escolha, as demais prestações desligam-se do vínculo.
4. Inexecução
I- Escolha do Devedor
1. SEM CULPA DO DEVEDOR
a) impossibilidade de uma prestação: art. 253 CC – subsiste na prestação remanescente.
b) impossibilidade de todas as prestações: art. 256 CC – extingue a obrigação.
II – Escolha do Credor
1) Noção e compreensão:
2) Distinção entre obrigações divisíveis e indivisíveis.
Divisíveis: aquelas cujas prestações possibilitam cumprimento parcial ou fracionado.
Cada credor só tem direito a uma parte, podendo reclamá-la, independentemente dos
demais sujeitos. Por seu turno, cada devedor responde exclusivamente por sua quota,
liberando-se assim como o respectivo pagamento. Vale a regra geral (Arts. 1.297;
1.272; 1.326; 1.007 CC).
Indivisíveis: aquelas cujas prestações somente por inteiro podem ser cumpridas. Cada
credor pode exigir o cumprimento integral, como cada devedor responde pela
totalidade. Vários credores: indivisibilidade ativa. Vários devedores: indivisibilidade
passiva. (art. 259)
3) Disposições legais:
Art. 314 CC – Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o
credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Art. 257 CC - Regra concursu partes fiunt – cada um só responde pela sua parte – regra
geral das obrigações divisíveis. Cada credor não pode exigir senão sua quota e cada
devedor não responde senão pela parte respectiva. A prestação é assim distribuída
rateadamente. Exceções à regra: indivisibilidade e solidariedade. Numa e noutra, embora
concorram várias pessoas, cada credor tem direito de reclamar a prestação por inteiro e
cada devedor responde também pelo todo.
7) Consequências jurídicas
Divisíveis
a) cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito
b) cada um dos devedores só tem de pagar a própria quota no débito
c) se o devedor solver integralmente a dívida a um só dos vários credores, não se
desobrigará com relação aos demais cocredores
d) o credor que recusar o recebimento de sua quota, por pretender solução integral,
pode ser constituído em mora.
e) A insolvência de um dos codevedores não aumentará a quota dos demais
1. Conceito: Art. 264 e 265 CC - Segunda exceção ao princípio concurso partes fiunt.
Existindo pluralidade de credores ou devedores, pode qualquer daqueles exigir a prestação
total, como se fora único credor, ou pode qualquer destes ser compelido a solver a dívida
toda, como se fora único devedor
A solidariedade não se presume, resulta da lei ou vontade das partes. Se a lei não impõe e o
contrato não a estipula, inexiste solidariedade. Precisa ser expressa, por manifestação
equivalente das partes, explícita ou implícita. Na dúvida, presume-se não exista a
solidariedade.
Art. 268 CC - Enquanto algum dos credores solidários não demandar o devedor comum, a
qualquer daqueles poderá este pagar. Se ainda não existe cobrança judicial, pode o devedor
pagar a qualquer dos credores, à sua escolha. Mas o direito de escolha cessa desde que um
dos credores já tenha ingressado em juízo com ação de cobrança.
2. SOLIDARIEDADE PASSIVA
Art. 275 CC – “o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.”. Pode o credor demandar o
pagamento a um, alguns ou todos, a sua escolha. Se um dos devedores for acionado
isoladamente, não pode invocar benefício de divisão, isto é, direito do réu de fazer citar o
outro, ou os outros codevedores, para juntos se defenderem e juntos serem absolvidos ou
condenados. Cada devedor responde, individualmente, por si e pelos outros, por toda
dívida. O credor que aciona um devedor isolado, conserva intacto seu direito quanto aos
demais, se não chega a receber a prestação. Recebida esta, integralmente, liberados ficam
todos. Se parcial o recebimento, assiste-lhe direito de obter a complementação não só do
demandado, como de qualquer dos outros coobrigados. Há inúmeros casos no direito
positivo: CC art. 154; 1460; 585, 680, 829, 942.
Art. 266 CC – A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou
codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. Assim,
diferentes podem ser as relações jurídicas, referentes a cada titular, evidenciando a presença
de múltiplas obrigações a integrarem o conteúdo da obrigação solidária.
Falecimento do credor solidário: deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir
e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a
obrigação for indivisível (Art. 270 CC).
Falecimento do devedor solidário (art. 276 CC). Deixando herdeiros, nenhum destes será
obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a
obrigação for indivisível. Em relação a cada um deles fragmenta-se a dívida, se divisível.
Mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais
devedores. Respondem os herdeiros pela dívida do falecido desde que não ultrapasse as
forças da herança (Arts. 1.792; 1.821 e 1.997 do CC).
Pagamento parcial: art. 277 CC – o pagamento parcial feito por um dos devedores e a
remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da
quantia paga ou relevada.
c) quanto ao pagamento
S- sendo vários os credores, pode qualquer deles reclamar a dívida inteira, e o
pagamento a um dos credores libera o devedor, independente da prestação de
caução
I- o devedor só se desobrigará pagando a todos conjuntamente, ou a um deles apenas,
desde que autorizado pelos demais. Faltando a autorização só deverá pagar se
aquele que demanda o pagamento der caução de ratificação dos outros credores.
(art. 260 CC)
1. Conceito:
Negócio jurídico bilateral gratuito ou oneroso pelo qual o credor de uma obrigação
(cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), independentemente do
consentimento do devedor (cedido) sua posição na relação obrigacional, com todos os
acessórios e garantias, salvo disposição em contrário, sem que se opere a extinção do
vínculo obrigacional. É um ato inter vivos pelo qual alguém se priva de um direito seu,
em favor de outrem, ou mediante o qual se transmite um crédito a um novo credor.
É uma alteração subjetiva, sem extinção da obrigação, logo não se confunde com a
novação.
2. Modalidades:
4. Efeitos:
a) entre as partes contraentes (art. 288, 295 a 297 CC)
O cedente terá responsabilidade pela existência do crédito (295), e pela solvência do
devedor, havendo estipulação nesse sentido (arts. 295 e 296).
1. Conceito:
Negócio jurídico bilateral pelo qual o devedor, com a anuência expressa ou tácita do
credor, transfere a terceiros os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua
posição na relação jurídica, substituindo-o.
2. Pressupostos:
a) Existência e validade da obrigação transferida
b) Substituição do devedor sem alteração da substância do vínculo obrigacional
c) Concordância do credor:
d) Observância dos requisitos atinentes aos atos negociais, por ser esta a sua natureza
jurídica:
3. Espécies:
I- por expromissão: o devedor não participa da assunção de dívida. O negócio é feito
entre credor e terceiro (expromitente), mesmo contra a vontade do devedor, é este
liberado da obrigação, onde fica substituído pelo terceiro. O terceiro não assume a
dívida por ordem do devedor, mas assume espontaneamente. Pode ser:
a) Liberatória: quando há uma perfeita sucessão de débito, no sentido em que o devedor
é substituído e excluído da relação, ficando em seu lugar o terceiro que avençou com o
credor. Substituição do devedor da relação obrigacional pelo expromitente.
b) Cumulativa: quando o terceiro, expromitente, entra na relação obrigacional ao lado do
devedor primitivo. Haverá uma responsabilidade subsidiária do devedor originário, que
só responderá se o terceiro não tiver patrimônio para realizar o pagamento da dívida.
Solidariedade não se presume, apenas se convencionada expressamente.
II- por delegação: da qual participa o devedor. Se o ajuste se proceder entre devedor e
terceiro, dependendo da anuência do credor. Haverá um contrato entre terceiro e
devedor. O devedor-cedente designar-se-á delegante; o que transfere o débito,
delegado, e o credor, delegatário. Pode ser:
a) Liberatória: quando o delegante (devedor) se exonera do vínculo, e o delegado
(terceiro) assume toda responsabilidade pelo cumprimento da obrigação, sem responder
pela insolvência deste.
b) Cumulativa: quando o novo devedor entra na relação obrigacional unindo-se ao
primitivo devedor, que continua vinculado, mas o devedor primitivo não poderá ser
compelido a pagar senão quando o novo devedor deixar de cumprir a obrigação que
assumiu, inexistindo, portanto, entre eles, solidariedade, somente responsabilidade.
1. Acepções da palavra
É o cumprimento do vínculo obrigacional, a execução voluntária da obrigação ou a entrega
da coisa devida. Efeito natural da obrigação, o escopo para o qual ela tende. Emprega-se
igualmente a palavra solução ou cumprimento.
Mª Helena Diniz: tem-se o pagamento quando o devedor, por livre vontade ou, não sendo
compelido atende solicitação do credor, cumprindo exatamente a prestação devida, sem
nenhuma modificação relevante fundada em lei e sem modificações no vínculo
obrigacional. O pagamento vem a ser uma espécie do gênero adimplemento, ou seja, um
meio direto e voluntário de extinguir a obrigação.
3. Requisitos do pagamento:
a) existência de um vínculo obrigacional - sem uma obrigação anterior, nada seria devido
e, pois, não teria lugar o pagamento. Um eventual pagamento se revelará em pagamento
indevido, ensejando a repetição.
6. Lugar do pagamento
Art. 327 CC - O lugar do pagamento determina onde o devedor pode liberar-se e o credor
tem o direito de exigir. Em regra, será no domicílio do devedor, para favorecê-lo.
Justamente por ser um favor, pode o devedor renunciar-lhe, de sorte que, caso o credor não
apareça para procurar o pagamento, é lícito ao devedor dirigir-se ao domicílio daquele, para
efetuá-lo, ou fazer o depósito em caso de recusa de recebimento, caso não prefira aguardar
que o credor venha procurar-lhe.
a) obrigações querables e portables
querable: o credor tem o dever de ir buscar a prestação no domicílio do devedor.
portable: o pagamento deve ser oferecido pelo devedor no domicílio do credor, onde este
tem de recebê-lo.
b) exceções:
Diverso será o lugar do pagamento se assim convencionarem as partes, de forma
expressa ou tácita. O contrato faz lei entre as partes. Ainda, existem casos em que
circunstâncias especiais exigem outro lugar para o pagamento, como o trabalho em
determinada fábrica, ou a construção de um prédio em determinada localidade, onde o
pagamento será na fábrica, ou na edificação. A terceira exceção é de acordo com a
natureza da obrigação. P. ex.: representação teatral, cumpre-se a obrigação na casa de
espetáculos. Se houver designação de dois ou mais lugares, o art. 327, § único diz que
quem faz a escolha é o credor. Se for um imóvel, far-se-á no lugar em que ele se
encontra. (Art. 328 CC)
7. Tempo do pagamento:
Pagamento só pode ser exigido no dia do vencimento da obrigação. Fixada a data, nem o
devedor pode retardar a execução, nem o credor antecipar a exigência. Consonância do art.
331 com o art. 134 CC. O termo não afeta a existência da obrigação, mas somente sua
execução.
II – objetivos:
a) existência de débito líquido e certo:
b) Oferta da totalidade da prestação devida:
c) expiração do prazo ajustado em favor do credor:
d) observação de todas as cláusulas estipuladas na relação obrigacional:
e) oferta no lugar do pagamento:
1. Conceito:
Em sentido amplo, é colocar uma coisa ou pessoa em lugar de outra. Duas são,
portanto, as espécies de sub-rogação: real e pessoal.
2. Espécies de sub-rogação:
a) sub-rogação legal (Art. 346 CC)
I- Credor que paga a dívida do devedor comum ao credor, a quem competia
direito de preferência – Requisitos: aquele que paga seja também credor do
devedor; e que o crédito do accipiens desfrute de preferência sobre o do solvens.
II- Do adquirente do imóvel hipotecado que paga ao credor hipotecário, bem
como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito
sobre o imóvel
III- Terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no
todo ou em parte.
2. Requisitos da imputação
a) pluralidade de débitos:
b) Identidade de sujeitos:
c) Igual natureza das dívidas:
d) dívidas líquidas e vencidas:
e) Possibilidade de a prestação ofertada resgatar mais de um débito:
2) Requisitos:
a) entrega pelo devedor ao credor de coisa dada com ânimo de efetuar um
pagamento. Animus solvendi – entrega de uma prestação por outra.
b) acordo entre o credor e o devedor verbal ou por escrito, expresso ou tácito.
c) diversidade entre a prestação devida e a entregue.
1. Conceito:
É a criação de uma obrigação nova para extinguir a anterior. É um modo de extinção de
obrigações, mas ao mesmo tempo que através dela a primitiva obrigação perece, uma
outra surge, tomando seu lugar. Tem duplo conteúdo:
Extintivo – referente à obrigação antiga;
Gerador – relativo à obrigação nova.
3. Pressupostos da novação:
a) existência da obrigação anterior:
b) criação de uma obrigação nova para extinguir a anterior:
c) elemento novo (aliquid novi)
d) animus novandi
3. Efeitos da novação.
O principal efeito da novação é extinguir a dívida anterior. Extinguindo-se esta, que é a
principal, extinguem-se os acessórios que guarnecem o crédito (Art. 364 do CC). Os
acessórios da obrigação anterior só passam para a obrigação nova se houver estipulação
expressa. Se o credor faz novação a um dos devedores solidários, extingue-se a dívida
para os outros devedores, e só permanece a obrigação para este devedor, (Art. 365 CC),
mas ele tem ação regressiva contra os demais, mas só pelo valor da dívida anterior.
Entretanto, a própria lei possibilita a sobrevivência dos acessórios, na obrigação nova,
quando as partes ajustem em tal sentido, mas este acordo entre as partes não pode
vincular terceiros que não consentiram.
2. Espécies:
a) legal: é aquela que atua automaticamente, independente da manifestação das partes, por
força de lei, de pleno direito, desde que se encontrem presentes os requisitos
necessários à sua efetivação. Ocorrerá no instante preciso em que se constituírem
créditos recíprocos entre duas pessoas.
b) Voluntária ou convencional: decorre da manifestação de vontade das partes, que
declaram o desejo de verem extintas as suas obrigações recíprocas. Não passa de um
contrato. Pode não ter elementos necessários. A voluntária pode ser também facultativa,
quando consiste em renúncia unilateral, por meio da qual, na falta de um requisito
essencial para compensação legal, uma das partes, em favor da qual exclusivamente se
exigia aquele requisito, renuncia a vantagem de prevalecer-se dessa exigência e alega
compensação. O fato de a compensação legal não ocorrer não impede que as partes, por
acordo, supram essa falta de um ou mais requisitos.
c) Judicial: quando realizada em juízo pela autoridade judiciária nos casos legais, acha-se
incluída nos casos de compensação legal. Seria a proclamada pelo juiz quando o
devedor, executado por uma dívida, opusesse ao exequente um crédito, mesmo não
sendo líquido ou exigível, em que o juiz ordena a compensação.
3. Pressupostos:
a) reciprocidade das obrigações: Art. 368, 376 e 377 CC
O débito do devedor deve corresponder ao crédito deste contra o credor. Encontro de
direitos opostos.
b) liquidez das dívidas: Art. 369 CC
Só dívidas líquidas são compensáveis, que são as certas quanto à existência e
determinadas quando ao objeto. Deve-se ter a certeza da existência da dívida e a
determinação de sua quantia.
c) exigibilidade atual das prestações: Art. 369 CC
Deve-se ocorrer o respectivo vencimento normal ou antecipado. Em rigor, enquanto não
chega o termo de vencimento o devedor tem direito ao prazo, não podendo ser
compelido a dele abrir mão, por motivo de compensação (arts. 331, 332 e 333 CC)
Todavia, os prazos de favor, concedidos obsequiosamente pelo credor, não poderão ser
alegados pelo beneficiário para ilidir a compensação de sua dívida com a de seu
devedor (Art. 372 CC), de forma que os prazos de favor não obstarão a compensação.
d) fungibilidade dos débitos (mesma natureza e qualidade): Art. 369 CC
2. Modalidades:
a) total ou parcial:
b) expressa ou tácita:
X. MORA
1. Conceito e requisitos
É o retardamento na execução da obrigação ou imperfeito cumprimento. Imputável
tanto ao devedor como ao credor. (Art. 394 CC).
2. Mora e inadimplemento absoluto: Art. 395 CC
Haverá mora quando a obrigação não foi cumprida no tempo, lugar e forma devidos ou
convencionados, mas ainda poderá sê-lo com proveito para o credor. Haverá
inadimplemento absoluto se, por causa do retardamento ou do imperfeito cumprimento,
não houver tal possibilidade, porque o bem objeto da lide pereceu ou se tornou inútil ao
credor. A mora pode ser purgada, não o podendo o inadimplemento absoluto. O novo
dispositivo legal é mais perfeito do que a anterior redação. Agora, ficou explícito que a
responsabilidade pela mora não se restringe apenas aos prejuízos, mas também aos
juros, correção monetária e honorários de advogado, o que se coaduna com o
princípio da reparação integral.
b) mora creditoris
I - Requisitos:
1. existência de dívida positiva, líquida e vencida
2. o devedor se acha em condições de efetuar o pagamento – estado de solvabilidade
do devedor
3. o devedor se oferece para efetuá-lo
4. recusa por parte do credor injustificada, expressa ou tácita.
5. Constituição do credor em mora – mediante consignação em pagamento.
II- Efeitos: (art. 400 CC)
1. liberação do devedor, isento de dolo, da responsabilidade pela conservação da coisa.
2. Obrigação do credor moroso ressarcir ao devedor despesas efetuadas com
conservação da coisa
3. Obrigação do credor de receber a coisa pela sua mais alta estimação, se o valor
oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o de sua efetivação.
4. Possibilidade de consignação judicial da coisa pelo devedor.
1. Conceito:
Quando o devedor não cumpre voluntariamente o que deve no tempo e pelo modo
devidos, responde por perdas e danos (além de atualização monetária, juros e
honorários advocatícios). (Art. 389 CC) O ressarcimento consiste em substituir, no
patrimônio do credor, soma correspondente à utilidade que ele teria obtido, se se
cumprisse a obrigação. Não pode jamais provocar lucro ao credor. Só vai até o ponto
que lhe recomponha a situação patrimonial.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos
efetivos (DANO EMERGENTE) e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do
disposto na lei processual.
1. Conceito e classificação
São obrigações acessórias (Art. 95 CC)
Podem ser:
-Compensatórios (constituem um rendimento do capital emprestado). Rendimentos do
capital. Frutos produzidos pelo capital. Assim como o aluguel constitui o preço
2) Função:
a) funciona como meio de coerção, como força intimidativa, a fim de induzir o
devedor a satisfazer o prometido (intimidação) Meio de pressão, reforça o vínculo,
compelindo o devedor a honrar sua palavra.
b) fixa, ainda, antecipadamente, o valor das perdas e danos devidos à parte inocente,
no caso de inexecução do contrato pelo outro contratante. Determina com
antecedência o valor dos prejuízos resultantes do não cumprimento do contrato.
(ressarcimento). Instrumento de indenização, fixa a priori cifra que o contratante
terá de pagar, caso se torne inadimplente.
7) Prova do prejuízo
Para exigir a pena convencional não é necessário que o credor alegue prejuízo (art. 416
CC). Ainda que o credor não tenha sofrido dano com a mora ou a inexecução da
obrigação, total ou parcial, assiste-lhe o direito de reclamar a penalidade.
8) Indenização suplementar
Art. 416 parágrafo único CC. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula
penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi
convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo de indenização, competindo
ao credor provar o prejuízo excedente. Trata-se de dispositivo original do CC/2002.
1. Conceito:
Sinal ou arras é a quantia em dinheiro ou outra coisa fungível entregue por um
contratante ao outro a fim de assegurar um pontual cumprimento da obrigação.
As arras constituem a importância em dinheiro ou coisa dada por um contratante ao
outro por ocasião da conclusão do contrato com o escopo de firmar a presunção de
acordo final e tornar obrigatório o ajuste, ou ainda, excepcionalmente, como propósito
de assegurar para cada um dos contratantes o direito de arrependimento.
Asseguram eventual cumprimento da obrigação e eventual indenização dos danos. Tem
caráter acessório.
3. Espécies:
a) confirmatórios – Art. 417 CC. Tem tríplice função:
I- confirmação do contrato, que se torna obrigatório. A entrega deste sinal indica o
aperfeiçoamento do contrato e que se acha concluído, fazendo lei entre as partes.
II- Além disso, é a antecipação da prestação prometida pelo contratante, começo de
pagamento, e seu quantum é imputado no preço avençado, se do mesmo gênero da
obrigação principal. Art. 417 CC – as arras em dinheiro só são princípio de
pagamento se o que se deve na prestação for dinheiro, salvo estipulação em
contrário. Se deve café e dá como arras dinheiro, este não se une ao pagamento, e ao
prestar a obrigação, deve-se devolvê-lo a quem o deu. É possível também dar o sinal
de outra natureza o mesmo destino, como o devedor que deve soja, e a título de
arras dá a soja, será princípio de pagamento.
III- E é prévia determinação das perdas e danos pelo inadimplemento - (Art. 418 CC) –
“Se a parte que deu arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por
desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as
deu haver o contrato por defeito, e exigir a sua devolução mais o equivalente, com
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e
honorários de advogado”.
Indenização suplementar – art. 419 – a parte inocente pode pedir indenização
suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também,
a parte inocente, exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras
como o mínimo da indenização.