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O AVC é uma urgência neurológica e deve ser tratado prontamente. Assim, os sintomas que
acontecem na fase aguda devem ser identificados .
Tipos de AVC
O infarto lacunar possui tamanho pequeno (chamado de lacuna), menor do que 1,5 cm,
secundário a uma doença de pequenos vasos, como as que acometem as artérias cerebrais
lenticuloestriadas, talamoperfurantes e talamogeniculadas.
É um tipo de AVC isquêmico devido a um trombo que se solta do coração, viaja pelas
artérias (êmbolo) e obstrui alguma artéria cerebral. No geral,este tipo de AVC cursa com
instalação súbita de déficit neurológico durante uma atividade física ou mudança de
posição. Esses pacientes possuem uma cardiopatia evidente detectada ao exame físico ou
no ecocardiograma. A tomografia computadorizada ou a ressonância magnética
demonstram infarto cerebral cortical, infarto com transformação hemorrágica ou infartos
cerebrais em territórios vasculares diferentes, alguns deles assintomáticos. São várias as
cardiopatias de maior risco para embolia cerebral (Tabela 1).
Endocardite infecciosa
Exames Complementares
(Tabela 2).
Dosagem de colesterol, glicemia, exames para avaliar funções renal e hepática, íons,
hemograma, fibrinogênio e tempo de protrombina
Dados Epidemiológicos
A mortalidade na fase aguda, nos primeiros 30 dias, oscila entre 8 a 20 por cento. O risco
acumulado de mortalidade no final do primeiro ano é de 22 por cento, sendo maior nos
AVCs aterotrombóticos e cardioembólicos e menor nos infartos lacunares.
O risco de recorrência de um AVC é maior nos primeiros 30 dias após um infarto cerebral.
As taxas de recorrência a longo prazo oscilam entre 4 a 14 por cento ao ano. Os fatores de
risco de recorrência do AVC são: diabetes e hipertensão arterial diastólica.
Fatores de Risco
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Há uma série de fatores de risco para AVC. Um deles, não modificável, é a própria idade. O
processo de envelhecimento aumenta o risco de AVC, sendo que a partir dos 55 anos, a
incidência duplica a cada década. Há também diferenças raciais e de sexo na distribuição da
arteriosclerose e da isquemia cerebral. A aterosclerose carotídea é mais frequente em
pessoas brancas do sexo masculino, enquanto que a arteriosclerose intracraniana é mais
frequente em negros.
Outros fatores de risco reconhecidos são diabetes mellitus, tabagismo, obesidade, vida
sedentária, uso de álcool, uso de anticoncepcionais, uso de drogas e enxaqueca (Tabela 3).
Não modificáveis
Idade
Sexo
Fatores racias
Fatores genéticos
Modificáveis
Hipertensão arterial
Diabetes mellitus
Doenças cardíacas
Tabagismo
Etilismo
Dislipidemia
Obesidade
Enxaqueca
Inatividade física
Hiperhomocisteinemia
Uso de anticoncepcionais
Tabagismo
O tabagismo é um fator de risco muito claro para o AVC e aumenta em duas vezes o risco,
uma vez que favorece o desenvolvimento da arteriosclerose (envelhecimento das artérias
com depósito de colesterol e formação de placas ulceradas, que levam a trombose ou
estenose das artérias). Além disso, pode produzir placas de ateroma nas artérias das
extremidades inferiores provocando a claudicação intermitente e é, ainda, causa de
cardiopatia, isquemia e infarto do miocárdio.
Ingestão de Álcool
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É importante identificar as pessoas com risco de recorrência de AVC. Através de estudos
epidemiológicos sabe-se que cerca de 10% das pessoas que sofreram um AVC têm risco de
voltarem a apresentar novo AVC no primeiro ano após o evento.
As pessoas com cardiopatia têm maior risco de sofrerem AVC cardioembólico. É importante
afastar a presença de trombos no coração e o uso de varfarina previne a formação de
coágulos.
A mudança no estilo de vida é muito importante. Uma vida mais ativa, com atividades
físicas regulares, dieta rica em frutas e fibras e pobre em gorduras ajudam a perder peso,
diminuir os níveis de colesterol e controlar a pressão arterial. Redução do sal na dieta
diminui a pressão arterial. A diminuição de álcool e a abstenção de fumo podem, também,
ajudam a prevenir o AVC. O consumo de café não aumenta o risco. A hipercolesterolemia
favorece a progressão de placas de arteriosclerose nas artérias. Os níveis de colesterol total
e da fração LDL estão relacionados diretamente com a progressão da arteriosclerose;
entretanto, os níveis de HDL ("colesterol bom") são protetores e aumentam com o exercício
físico.
Nas pessoas que tiveram um infarto cerebral devido a embolia de origem cardíaca (por
arritmia cardíaca ou infarto do miocárdio recente) recomenda-se varfarina oral como
prevenção de novos AVCs.
São necessários exames periódicos de sangue para que sejam determinados os níveis de
anticoagulantes.
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Sintomas que indicam a necessidade de procurar o médico:
Repetição dos sintomas que ocorreram durante o AVC, como, nova perda de força,
formigamento numa parte do corpo ou perda de visão Dor no peito, dificuldade na
respiração e dor irradiada para o ombro esquerdo (risco de angina ou infarto do miocárdio
principalmente em quem teve AVC tromboembólico). Perda da consciência, síncope ou crise
convulsiva. Inchaço com aumento da temperatura da perna (possibilidade de trombose
venosa profunda). Dor e edema no ombro com limitação dos movimentos (possibilidade de
subluxação da articulação umeral ou capsulite). Hemorragia nasal, nas fezes ou urina, em
quem estiver em uso de anticoagulantes, pois a dose em uso pode ser maior que a
necessária. Mudança na cor da urina, sensação de queimação e aumento da freqüência ao
urinar podem indicar infecção urinária. Dor e ardência no estômago e náuseas podem estar
relacionadas com os fármacos antiagregantes como aspirina e clopidogrel. Desinteresse,
tristeza, perda da energia e abandono das atividades da vida diária podem indicar
depressão pós-AVC.
DESORDENS ASSOCIADAS
Alterações Cognitivas
Após uma lesão cerebral, algumas pessoas podem apresentar dificuldades na utilização de
habilidades cognitivas que já haviam sido adquiridas anteriormente e na aquisição de novos
conhecimentos.
Alterações da memória, atenção, raciocínio lógico matemático e leitura são alguns dos
déficits cognitivos mais comuns. Estas alterações estarão presentes conforme a localização
e a gravidade da lesão e, por este motivo, variam significativamente de uma pessoa para
outra.
Alterações Comportamentais
Alterações de Linguagem
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Também, conforme a localização e a gravidade da lesão, alguns pacientes podem
apresentar alterações da linguagem, sendo frequente a afasia, que pode incluir alteração da
capacidade de se expressar através da fala e da escrita, assim como da compreensão.
Dificuldades na Deglutição
O ambiente deve ser calmo. A alimentação não deve ser oferecida na frente da televisão ou
com o rádio ligado. Evitar distrações durante as refeições. Manter o paciente
preferencialmente na posição sentada em 90o. (em cadeira). Alguns pacientes, após
avaliação, recebem orientações individuais e mais adequadas quanto ao posicionamento
para se alimentar. O ideal é que o paciente se alimente sem ajuda (quando consegue). Por
isto, deve-se proporcionar-lhe as condições: prato fundo, colher de sobremesa para que
uma quantidade menor de alimento seja ingerida, copo adequado. O uso de canudo para a
ingestão de líquidos não é recomendado, pois com canudo não se consegue controlar a
quantidade ingerida, podendo ocorrer engasgos. Uma pessoa com disfagia leva tempo
acima do normal para fazer uma refeição. Ela não deve ser apressada a deglutir. O paciente
pode apresentar mais dificuldade com determinada consistência (alimentos líquidos,
pastosos ou sólidos). A consistência mais adequada deve, portanto, ser pesquisada. No
caso de disfagia, não deve ser iniciada dieta oral antes de o paciente ser avaliado por
profissionais especializados.