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Educação,
Liberdade, TIC
e EJA.
- Dr. Eduardo Jorge Lopes da Silva - DFE - UFPB
- Doutoranda Profa. Rosalinda Falcão Soares PPGE - UFPB – GEPeeeS
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Sumário
A PRÁTICA DOCENTE COMO ESPAÇO DE EMPREENDIMENTO ÉTICO:
REFLEXÕES NA EJA ................................................................................................ 542
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A PRÁTICA DOCENTE COMO ESPAÇO DE EMPREENDIMENTO ÉTICO:
REFLEXÕES NA EJA
INTRODUÇÃO:
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normas que regulam a vida em comum e que não há nada a fazer sobre isso, somente
obedecer, fazer cumprir, sem questionamentos.
Já na professora A deixa claro que o alvo de suas preocupações foram as
singularidades e os interesses individuais que caraterizaram cada estudante matriculado
em sua turma. E ela se deu o direito de conhecer essas particularidades, sem juízo de
valor. Assim, temos que foi o empreendimento ético que pautou suas escolhas e que este
precisa ser exercitado na liberdade do ser.
Tal abordagem se coaduna com aquilo que Gomes (2001, p. 209) se refere como
um empreendimento ético em educação, portanto, o que se constrói “quer suportado por
valores e normas (dimensão moral do empreendimento ético) quer por um saber
profissional que permita interpelações sustentadas e consequentes”, vai impactar o
cotidiano e a realidade, consequentemente, todos os envolvidos. O primeiro cerceando a
liberdade de pensamento e de consciência. O segundo promovendo a emancipação, como
defende as ideias freireanas.
E, é evidente que como a professora B (e a gestora) temos muitos outros educadores
Brasil afora. Aqueles que ainda acreditam que atitudes como as da professora A são
imorais, pois desafiam as regras instituídas. Nós, no entanto, concordamos com Freire
(1999, 2001), com Gomes (2001) e Azevedo e Duarte (2015), quando refletem sobre o
papel da educação, em tempos modernos, ou seja, de que “a condição de cidadão
cumpridor das leis e participativo tem no estado e nos seus códigos o quadro de
referência”, mas não podem ser distanciadas das subjetividades dos estudantes, pois delas
também dependem a construção da ética (AZEVEDO & DUARTE, 2015, p. 52).
Por fim, concluímos que não basta ser ético, se não compreendermos que existem
abordagens – e atitudes – distintas, mesmo no campo da ética. Como educador,
concluímos convencidos de que é preciso fazer uso de um paradigma de empreendimento
ético dentro de uma visão interpelativa da ética. Somente, nesse modelo consideraremos
as particularidades dos indivíduos e dos grupos, dando a eles a possibilidade de se
fazerem críticos e lúcidos frente ao mundo, à vida, assumindo o papel de autores ou
atores, escrevendo ou se inscrevendo na sua história e na história do mundo.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA:
FREIRE, P. Carta de Paulo Freire aos professores. Estudos avançados, São Paulo, 2001,
v. 15, n. 42 , p. 259-268.
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