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Dourados – MS
Junho de 2013
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Unidade Universitária de Dourados
Programa de Pós- Graduação em Recursos Naturais
Dourados – MS
Junho de 2013
V249d Valente, Fábio Roberto
Desenvolvimento vegetal de espécies arbóreas nativas em
práticas de recuperação de áreas degradadas em área de reserva
legal/ Fábio Roberto Valente. Dourados, MS: UEMS, 2013.
78p.; 30cm.
iii
AGRADECIMENTOS
Sou grato à todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste
trabalho, em especial:
Ao meu orientador, prof. Felipe, que me deu ânimo no começo quando aceitou me
orientar e quando, no final, não desistiu de mim no momento em que até eu mesmo teria
desistido;
Aos professores do mestrado, cada um com sua experiência e dedicação, que a cada
instante nos mostraram o caminho certo. Tanto a avaliação crítica do prof. Laércio e as
palavras de apoio do prof. Sandro foram fundamentais.
À UFGD que muito gentilmente nos forneceu o trator e o tratorista para o preparo da
área para o plantio;
À Usina São Fernando que nos forneceu o bagaço-de-cana para ser utilizado como
matéria orgânica morta;
iv
Aos meus companheiros de pesquisa que muito me ajudaram no campo: Sirlene, Sara,
Michele e Micael;
Ao meu amigo Tales pelo incentivo e apoio, antes e durante o desenvolvimento deste
trabalho. Sua esposa Fabiana (Bia) e suas lindas filhas Lara e Luana que fizeram parte desta
jornada.
Por fim, agradeço à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul pela oportunidade
de ter iniciado e continuado minha carreira acadêmica, à Pós-Graduação em Recursos
Naturais e à CAPES pela bolsa de mestrado que viabilizou o desenvolvimento deste trabalho.
v
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................... 1
ABSTRACT....................................................................................................................... 2
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................. 3
TÍTULO: Desenvolvimento vegetal de espécies arbóreas nativas em práticas de
recuperação de áreas degradadas em área de reserva legal................................................ 3
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 12
CAPÍTULO 2 ............................................................................................................. 18
TÍTULO: Desenvolvimento inicial de espécies arbóreas em modelos heterogêneos de
recuperação de área degradada. ....................................................................................... 18
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 18
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 21
RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 29
Sintomática geral ............................................................................................................. 29
Taxa de sobrevivência ..................................................................................................... 31
Desenvolvimento inicial (Diâmetro e altura) ................................................................... 39
Fluorescência da Clorofila a ............................................................................................ 44
Condutância estomática ................................................................................................... 49
CONCLUSÕES ............................................................................................................... 52
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 55
vi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Área total da UEMS com a Reserva Legal (hachurada em verde) e parcelas do
experimento (Quadrados dentro da área hachurada). .......................................................... 23
Figura 2 – Precipitação média mensal e temperatura (ºC) entre Nov/2011 e Dez/2012 em
Dourados-MS. (Fonte: Embrapa) ........................................................................................ 24
Figura 3 – Distribuição dos tratamentos entre as parcelas P1 e P4 (B – Bagaço), P2 e P3
(BL – Bagaço + Leguminosa), P5 (Controle) e P6 (Leguminosa). ..................................... 25
Figura 4 – Avaliação mensal do estado das plantas nos primeiros doze meses. A seta indica
resposta ao estresse causada pela geada significativo ao teste de Tukey (p<0,01) entre os
tratamentos sem cobertura (L) e com cobertura (B e BL). .................................................. 29
Figura 5 – Frequência de Sobrevivência entre os tratamentos para plantas jovens de
espécies arbóreas nativas implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do
bagaço de cana de acucar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e
com leguminosa (L). ............................................................................................................ 32
Figura 6 – Precipitação média mensal na região de Dourados entre 2001 e 2010
comparadas à média mensais entre julho/2011 e junho de 2012. Fonte: EMBRAPA ........ 35
Figura 7 – Diâmetro médio do colo das plantas (mm) para plantas jovens de espécies
arbóreas nativas implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço
de cana-de-açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com
leguminosa (L). .................................................................................................................... 41
Figura 8 – Altura média das plantas (cm) para plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-
açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).
............................................................................................................................................. 42
Figura 9 – Danos causados pelas geadas em plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo em escala de 0 à 3. .................................................... 43
Figura 10 – Danos causados pelas geadas em plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-
açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L)
em escala de 0 à 3. ............................................................................................................... 44
Figura 11 – Eficiência Quântica Fotoquímica em plantas jovens de G. americana (G) e M.
urundeuva (A) em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana de
açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).
............................................................................................................................................. 47
Figura 12 – Índice de Performance em plantas jovens de G. americana (G) e M. urundeuva
(A) em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana de açúcar (B);
com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L). ................. 47
Figura 13 – Dinâmica de fluorescência da clorofila a em plantas jovens de G. americana L.
antes da aplicação do bagaço de cana de açúcar (A) e leituras após o emprego de bagaco
(B-D), para os tratamentos B (com bagaço), BL (com bagaço e leguminosa), C (Controle)
e L (com leguminosa) .......................................................................................................... 49
Figura 14 – Sintomática das espécies M. urundeuva, P. guajava, T. histrix, G. ulmifolia e
E. uniflora avaliadas mensalmente entre dez/2011 e dez/2012 em Dourados, MS. ........... 51
vii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Caracterização química do solo na camada se 0 à 20 cm da área de estudo,
Dourados, MS. ..................................................................................................................... 26
Tabela 2 – Taxas de sobrevivência (TS), diâmetro a altura do solo (DAS) e altura (Alt.) das
mudas nos primeiros doze meses. ....................................................................................... 39
Tabela 3 – Fluorescência média da clorofila a em quatro tratamentos: B (com bagaço), BL
(com bagaço e leguminosa), C (Controle) e L (com leguminosa) de Genipa americana (G)
e Myracrodruon urundeuva (M). ........................................................................................ 45
Tabela 4 – Condutância estomática (mmol.m-2s-1) em quatro tratamentos: B (com bagaço
de cana-de-açúcar), BL (com bagaço de cana-de-açúcar e Leguminosa), C (Controle) e L
(com leguminosa). ............................................................................................................... 50
viii
ÍNDICE DE ANEXOS
Anexo 1 – Espécies plantadas na Reserva Legal da UEMS no período entre dez./2011 e
Nov./2012. Gs-Grupo Sucessional (P – Pioneira; NP – Não-Pioneira), Procedência das
mudas – Pro. (I – Escola Família Agrícola de Itaquiraí; M – Viveiro Municipal de Mundo
Novo; D – E ......................................................................................................................... 64
Anexo 2 – Imagem de satélite da área em junho/2004. ....................................................... 66
Anexo 3 – Imagem de satélite da área em janeiro/2012. Em destaque o experimento recém
implantado. .......................................................................................................................... 66
Anexo 4 – Diferentes tamanhos de mudas utilizadas no plantio. ........................................ 67
Anexo 5 – Diferentes recipientes utilizados na produção das mudas.................................. 67
Anexo 6 – Área antes do plantio (out/2011)........................................................................ 68
Anexo 7 – Área após sendo prepara para o plantio. ............................................................ 68
Anexo 8 – Estaqueamento, marcação das covas e perfuração. ........................................... 69
Anexo 9 – Plantio das mudas (dez/2011) ............................................................................ 70
Anexo 10 – Mudas logo após o plantio. .............................................................................. 70
Anexo 11 – Deposição da matéria orgânica morta - Bagaço de cana-de-açúcar. ............... 71
Anexo 12 – Deposição da matéria orgânica morta - Bagaço de cana-de-açúcar. ............... 71
Anexo 13 – Leitura da Condutância estomática. ................................................................. 72
Anexo 14 – Área coberta por plantas daninhas. .................................................................. 72
Anexo 15 – Controle mecânico das plantas daninhas ......................................................... 73
Anexo 16 – Controle mecânico das plantas daninhas. ........................................................ 73
Anexo 17 – Jaracatiá (Jacaratia spinosa) antes e depois do ataque de formigas cortadeiras.
............................................................................................................................................. 74
Anexo 18 – Ipê (Handroanthus chrysotrichus) antes e depois do ataque de formigas
cortadeiras. ........................................................................................................................... 74
Anexo 19 – Armadilhas com iscas para o controle de formigas cortadeiras. ...................... 75
Anexo 20 – Danos provocados pelas geadas ocorridas no mês de julho de 2012. .............. 75
Anexo 21 – Schinus terebinthifolius frutificando após um ano de plantio. ......................... 77
Anexo 22 – Distribuição das plantas em 31/08/2012 na Reserva Legal da Universidade
Estadual de Mato Grosso do Sul, Dourados-MS. ................................................................ 78
ix
RESUMO
A degradação ambiental pode ocorrer por diversos motivos e, de igual forma, ações
que visam a interrupção ou reversão deste processo também podem ser diversas, dentre as
quais, destaca-se o plantio de mudas de espécies nativas. Estudos regionalizados
contribuem para um melhor entendimento dos processos de restauração e do
comportamento das espécies em diferentes biomas. O plantio de espécies arbóreas nativas
tem por objetivo acelerar a regeneração natural durante o processo de restauração de áreas
degradadas. Este estudo apresenta a avaliação de 33 espécies arbóreas plantadas na área de
Reserva Legal da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, no município de
Dourados, MS em um período de doze meses. A área de plantio foi de 0,25 ha. dividida em
6 parcelas com 100 indivíduos cada. As combinações utilizando a leguminosa arbustiva
Sesbania virgata (L) e bagaço de cana-de-açúcar como cobertura orgânica morta (B)
geraram quatro tratamentos: C (Controle), L (com leguminosa), B (com bagaço) e BL
(com leguminosa e bagaço). Para avaliar o desempenho das espécies, foi feito o
monitoramento da adaptabilidade (taxa de sobrevivência e vigor) e do desenvolvimento
(altura e diâmetro à altura do solo – DAS) das mudas plantadas. A taxa de mortalidade
geral foi alta (37,5%), mas dentro do esperado. Espécies como Cecropia pachystachya e
Cedrela fissilis apresentaram uma taxa de mortalidade superior a 80%, enquanto Psidium
guajava e Myracrodruon urundeuva sobreviveram em quase a sua totalidade (5% de
mortalidade). Entre os tratamentos não houve diferença significativa em relação à taxa de
mortalidade, sendo observado um maior desenvolvimento no diâmetro em L e na altura em
L e BL quando comparados ao grupo Controle. O bagaço de cana-de-açúcar utilizado
como cobertura morta não propiciou um desenvolvimento significativamente melhor e
contribuiu para um grau maior de danos causado pelas geadas em algumas espécies. O
desempenho das espécies frente às adversidades do experimento em campo pode ser mais
bem avaliado pelo acompanhamento mensal do vigor das plantas do que pelas taxas de
mortalidade e desenvolvimento em diâmetro e altura ou pelas variáveis de fluorescência da
clorofila a.
PALAVRAS-CHAVE
Bagaço de cana-de-açúcar, Sesbania, Fluorescência, Condutância estomática.
ABSTRACT
Environmental degradation can occur for several reasons and, similarly, the. actions
aimed at stopping or reversing this process can also be various, among which stands out
the planting of native species. Regionalized studies contribute to a better understanding of
the processes of restoration and behavior of the species in different biomes. The planting of
native tree species aims to accelerate the natural regeneration during the process of
restoration of degraded areas. This study presents an evaluation of 33 tree species planted
in the area of Legal Reserve at State University of Mato Grosso do Sul, in the city of
Dourados-MS, Brazil, for a period of twelve months. The planting area was 0.25 ha.
divided into six plots with 100 individuals each. Combinations using the shrubby legume
Sesbania virgata (L) and bagasse cane sugar as organic mulch (B) generated four
treatments: control (C), L (with legumes), B (bagasse) and BL (with legumes and bagasse).
To evaluate the performance of the species, monitoring was done adaptability (survival
rate and vigor) and development (height and diameter at ground - DAS) of young plants
after planting. The overall mortality rate was high (37.5%), but within the expected range.
Some species showed a mortality rate exceeding 80% (Cecropia pachystachya and
Cedrela fissilis), while others showed less than 5% mortality (Psidium guajava and
Myracrodruon. urundeuva). Among the treatments there was no significant difference in
the mortality rate, with further development in diameter L and height L and BL when
compared to control group. The sugar cane bagasse used as mulch not provided a
significantly better development and contributed to a greater degree of damage caused by
frost in some species. The performance of the species in the face of adversity the field
experiment can be best observed by monthly monitoring of plant vigor than the rates of
mortality and development in diameter height, or chlorophyll – a fluorescence variables.
KEY-WORDS
Sugarcane bagasse, Sesbania, Chlorophyll-a fluorescence, Stomatal conductance.
2
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
INTRODUÇÃO
A exploração dos recursos naturais no Brasil tem sido efetuada de forma não
sustentável desde os primeiros períodos do seu descobrimento até os dias atuais, com
agravamento deste quadro pela adoção de modelos econômicos que exploram os recursos
naturais de forma irracional (BACHA, 2004). A visão de território vasto a ser explorado
desencadeou, por meio de programas governamentais, a marcha para o oeste em meados
do século XX (SANTOS, 2012), tendo ainda no início do século XXI reflexos na Amazônia
legal na forma de constante pressão desenvolvimentista e sobre seus recursos (SOARES-
FILHO et al., 2005).
O estado de Mato Grosso do Sul, desde antes da sua criação em 1977, quando ainda
pertencia ao Mato Grosso, apresentava sua economia vinculada à extração de produtos
primários e de recursos naturais, sendo que, durante o século XIX, foram explorados os
chamados “ervais nativos”. No século XX as suas florestas foram sendo transformadas em
campos para a pecuária e, a partir da década de 1970, devido ao modelo de ocupação da
fronteira proposto pelos governos militares, iniciou-se o plantio expansivo da cultura de
soja (SILVA & WENCESLAU). Recentemente, muitas destas áreas têm se transformado em
plantios de cana-de-açúcar (AZEVEDO, 2008; VIEIRA JUNIOR et al., 2008).
A preocupação com as questões ambientais, no Brasil, passou a ser mais evidente a partir
da forte influência dos movimentos ambientalistas ou ecologistas da Europa Ocidental que,
3
progressivamente, se organizaram e, cada vez mais, ganharam espaço na mídia (MOLETTA,
2005), como resultado tornaram-se mais efetivas políticas protecionistas específicas no
sentido de regular o uso da terra e seus recursos incluindo as atividades no âmbito da
recuperação de áreas degradadas, como por exemplo, a Lei de Crimes Ambientais, 9.605 e
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação-SNUC (BRASIL, 2000).
5
Regeneração natural - estratégia indicada quando a área apresenta pequeno grau
de perturbação, onde se observa a presença dos processos ecológicos (banco de sementes,
de plântulas, rebrota, chuva de sementes) e há possibilidade de autorrecuperação (BRUEL,
2006; SOARES, 2009; TOMAZI et al., 2010). O simples abandono da área (pousio) pode
propiciar o desenvolvimento de arbustos e árvores que, com o passar dos anos, formarão
uma vegetação com característica de floresta secundária, em que muitas das funções da
floresta primária são parcialmente restabelecidas (WADT et al., 2003).
O plantio de espécies arbóreas nativas é feito, na maioria dos casos, por meio de
mudas provenientes de viveiros municipais ou particulares de regiões próximas. A
qualidade das mudas é fator determinante no sucesso do desenvolvimento e sobrevivência
das plantas (NEVES et al., 2005) e nem sempre há a disponibilidade de mudas na maioria
dos viveiros (GONÇALVES et al., 2004). O cuidado na produção das mudas deve considerar
6
desde as matrizes que fornecerão as sementes para a produção das mudas (BARBOSA, 2006)
até o tamanho do recipiente e a qualidade do substrato (NEVES et al., 2005).
De acordo com Ricklefs (2010) a sucessão pode ser caracterizada como primária
pelo estabelecimento e desenvolvimento de comunidades em habitats recentemente
formados ou perturbados anteriormente e destituídos de vida ou secundária pela
regeneração de uma comunidade após uma perturbação.
O simples plantio de espécies arbóreas por si só pode não ser o suficiente para que
um ambiente degradado possa retornar a uma condição próxima da original. Além do
preparo do terreno por meio da restauração da qualidade do solo empregando-se técnicas
de descompactação mecânica do solo (BECHARA, 2006; NAVE et al., 2009), adubação
(CALGARO et al., 2008), controle de ervas daninhas, insetos e outros predadores (NOFFS et
al., 2000; MORAES et al., 2006), a área deve ser isolada com cercas, principalmente quando
há a possibilidade de pastejo de animais de grande porte, como gado, e precisa ser
constantemente monitorada (ATTANASIO, 2008; CHAER, 2008; TAVARES, 2008).
8
(NASCIMENTO et al., 2003) como também o mais rápido acúmulo de biomassa, crescimento
e cobertura do dossel (SIDDIQUE et al., 2008).
Uma leguminosa arbustiva que tem sido utilizada em plantios mistos para a
recuperação de áreas degradadas é Sesbania virgata (Cav.) Pers. (COUTINHO et al., 2005),
uma arvoreta leguminosa com flores amarelas, de até 6 m de altura, 25 cm de diâmetro na
altura do peito e 5 m de diâmetro de copa, nativa ou espontânea de vários pontos do Brasil,
principalmente em vegetações ciliares pioneiras, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. A
espécie tem vida curta (não mais que 8 anos), apresenta capacidades moderadas de
competir com gramíneas e rebrotar da cepa após corte ou fogo, desenvolve-se naturalmente
em terrenos úmidos e associa-se com Rhizobium (CARPANEZZI & FOWLER, 1997).
A cobertura morta é feita com materiais orgânicos de diversas origens, sendo mais
comumente utilizados os restos vegetais de roçadas, onde são incluídos como adubos
verdes, restos de culturas comerciais, produto de capineiras, instaladas com esta finalidade,
resíduos industriais diversos e vários outros resíduos orgânicos, inclusive lonas plásticas
fabricadas para este fim (LOURENÇO & MEDRADO, 1998).
Um produto que pode ser utilizado como cobertura morta é o bagaço de cana-de-
açúcar. No Mato Grosso do Sul os plantios de cana-de-açúcar têm aumentado
consideravelmente com a instalação de usinas para a produção de álcool e açúcar
(AZEVEDO, 2008; VIEIRA JUNIOR et al., 2008). Durante os processos de produção são
gerados resíduos que, quando não reutilizados podem causar impactos ambientais, entre
esses resíduos estão: bagaço, torta de filtro, vinhaça, levedura seca e óleo fusel
(MENEGUETTI et al., 2010; MEZAROBA et al., 2010).
O bagaço representa o maior resíduo sólido gerado, pois para cada tonelada de
cana-de-açúcar processada são gerados entre 250 e 320 kg (COSTA & BOCCHI, 2012) de
bagaço. Durante muito tempo o bagaço foi um problema para as usinas, mas hoje tem sido
utilizado, na sua grande maioria, para a geração de energia (SILVA et al., 2010; COSTA &
9
BOCCHI, 2012). No entanto, de acordo com Costa & Bocchi (2012), o aproveitamento de
todo potencial energético do bagaço está longe do ideal, muito por conta do uso apenas de
parte da produção de bagaço e do desperdício de energia com as tecnologias intermediárias
e obsoletas apresentadas pelas termoelétricas das usinas.
10
de técnicas de avaliação do estado fisiológico como a fluorescência da clorofila a e a
condutância estomática são importantes.
11
REFERÊNCIAS
BRIENZA JÚNIOR, S.; PEREIRA, J. F.; YARED, J. A. G.; MOURÃO JÚNIOR, M.;
GONÇALVES, D. D. A.; GALEÃO, R. R. Recuperação de áreas degradadas com base em
12
sistema de produção florestal energético-madeireiro: indicadores de custos, produtividade e
renda. Amazônia: Ci. & Desenv., v. 4, n. 7, 2008.
13
de mudas de Sesbania virgata (Cav.) Pers. plantadas em uma área degradada por extração
de argila. Floresta, v. 35, n. 2, p. 231-239, 2005.
14
MEZAROBA, S.; MENEGUETTI, C. C.; GROFF, A. M. Processos de produção do açúcar
de cana e os possíveis reaproveitamentos dos subprodutos e resíduos resultantes do
sistema. In: IV ENCONTRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL, 2010, Campo
Mourão-PR. Anais. Campo Mourão-PR: FECILCAM, 17 a 19 de novembro de 2010.
15
POTT, A.; POTT, V. J. Plantas nativas para recuperação de áreas degradadas e
reposição de vegetação em Mato Grosso do Sul. Campo Grande-MS: 2002.
(Comunicado Técnico 75)
REIS, A.; TRES, D. R.; SCARIOT, E. C. Restauração na Floresta Ombrófila Mista através
da sucessão natural. Pesq. Flor. bras., n. 55, p. 67-73, 2007.
SIDDIQUE, I.; ENGEL, V. L.; PARROTTA, J. A.; LAMB, D.; NARDOTO, G. B.;
OMETTO, J. P. H. B.; MARTINELLI, L. A.; SCHMIDT, S. Dominance of legume trees
alters nutrient relations in mixed species forest restoration plantings within seven years.
Biogeochemistry, v. 88, p. 89-101, 2008.
16
SILVA, V. S.; GARCIA, C. D. A.; SILVA, C. M. D. O Destino do Bagaço da Cana-de-
Açúcar: um Estudo a Partir das Agroindústrias Sucroalcooleiras do Paraná. Revista em
Agronegócios e Meio Ambiente, v. 3, n. 1, p. 59-76, 2010.
TRES, D. R.; SANT’ANNA, C. S.; BASSO, S.; LANGA, R.; JR., U. R.; REIS, A. Poleiros
Artificiais e Transposição de Solo para a Restauração Nucleadora em Áreas Ciliares
Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. supl. 1, p. 312-314, 2007.
VIEIRA JUNIOR, P. A.; VIEIRA, A. C. P.; BUAINAIN, A. M.; LIMA, F. D.; SILVEIRA,
J. M. F. J. D. Produção Brasileira de Cana-de-açúcar e deslocamento da Fronteira Agrícola
no Estado do Mato Grosso. Informações Econômicas, v. 38, n. 4, p. 58-77, 2008.
17
CAPÍTULO 2
INTRODUÇÃO
O plantio de mudas, para que a recomposição seja bem conduzida, deve atender
alguns pré-requisitos básicos em relação à quantidade de espécies e qualidade das mudas
(BRANCALION et al., 2009). O número de espécies varia de acordo com o grupo sucessional
e o tamanho da área a ser recuperada (BRANCALION et al., 2010). É importante que se
considere ou que se efetuem levantamentos florísticos com a finalidade de se determinar a
frequência e a importância das espécies presentes em fragmentos florestais no entorno da
área a ser recuperada (ISERNHAGEN et al., 2009). As árvores matrizes, que fornecerão as
sementes para a produção das mudas, devem atender a um número mínimo e não devem
estar muito distantes da área onde serão implantadas (SANTOS JUNIOR, 2006; SCREMIN-
DIAS et al., 2006a; SHIMIZU, 2007).
As diversas etapas de produção de mudas podem gerar algum tipo de estresse nas
plantas. O estresse, segundo Larcher (2000), é considerado como um desvio significativo
das condições ótimas para a vida que induz a mudanças e respostas em todos os níveis
funcionais do organismo. Essas alterações podem ser reversíveis ou permanentes. Mesmo
se uma condição de estresse é somente temporária, a vitalidade da planta toma-se cada vez
menor conforme a duração do estresse e, quando o limite de capacidade de ajuste da planta
18
é alcançado, os distúrbios que antes não se manifestavam aparecem na forma de doenças
crônicas ou injúrias irreversíveis.
19
aumento da atividade de produção de álcool e açúcar a partir da cana-de-açúcar (AZEVEDO,
2008).
O controle dos processos vitais da planta está relacionado à atividade dos estômatos
que apresentam variações de acordo com as diferenças de potencial de água na folha que,
por sua vez, dependem da interação de diversos fatores ambientais (RODRIGUES et al.,
2011). Em determinadas condições, a abertura ou fechamento dos estômatos que, regulam
as trocas gasosas entre a planta e a atmosfera, são dirigidos pelo conteúdo de água no solo
disponível ao sistema radicular, sendo frequentemente utilizada como indicador de déficit
hídrico (MCDERMITT, 1990).
20
Um importante mecanismo fisiológico que as plantas terrestres vasculares possuem
para o controle da transpiração é a condutância estomática (JARVIS & MCNAUGHTON,
1986) que é controlada pela turgidez das células-guarda, que regulam a abertura ou
fechamento dos estômatos, na qual as plantas limitam suas perdas de água. Assim, a
deficiência hídrica resulta na redução da condutância estomática que atua evitando a perda
excessiva de água pela transpiração (TONELLO & TEIXEIRA FILHO, 2012). As respostas
estomáticas são bastante variáveis, não apenas entre as espécies, que apresentam
estratégias de sobrevivência variadas, mas entre indivíduos de uma mesma espécie, devido
à localização dos galhos nas árvores, das folhas nos galhos, e dos estômatos nas folhas
(LARCHER, 2000). A condutância estomática varia também em um mesmo indivíduo
durante o dia: geralmente são observados maiores valores pela manhã e valores reduzidos à
tarde (KALLARACKAL & SOMEN, 1997).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia do uso do bagaço de cana-
de-açúcar empregado como cobertura orgânica morta, associado à leguminosa arbustiva
Sesbania virgata, sobre o desenvolvimento de espécies arbóreas nativas implantadas em
modelo de recuperação de áreas degradadas. Para tanto, são discutidos os parâmetros de
crescimento e sobrevivência das plantas, bem como aspectos fisiológicos pela técnica de
fluorescência da clorofila a e condutância estomática.
MATERIAL E MÉTODOS
A temperatura média anual fica em torno dos 22,5° C, com máximas médias em
torno de 29,4° C e mínimas médias em torno dos 17,4º C. Com temperatura máxima de
21
40,7 °C e mínima de -1,9° C e índice pluviométrico médio anual de 1.460 mm, com
mediana mínima anual de 35 mm no mês de julho (EMBRAPA, 2012).
O preparo da área de plantio foi efetuado com a roçada mecânica e abertura das
covas com perfuratriz acoplada a um trator. A profundidade da cova foi de
aproximadamente 40 cm e diâmetro de 160 mm com coroamento em formato côncavo com
70 cm de diâmetro e 10 cm de profundidade efetuado pelos discos adjacentes à broca. O
espaçamento utilizado foi de 2 x 2 m entre as mudas para todo o experimento deixando um
metro de bordadura nos extremos da área. Foram plantadas inicialmente 600 mudas das
quais 528 pertenciam a 24 espécies e
22
Figura 1 – Área total da UEMS com a Reserva Legal (hachurada em verde) e parcelas do
experimento (Quadrados dentro da área hachurada).
23
demais. Nos casos em que a disponibilidade não permitiu múltiplos de seis, a distribuição
foi efetuada de modo que a diferença entre as parcelas para a mesma espécie não fosse
maior que um indivíduo.
Foi efetuada a adubação superficial cinco dias após o plantio composta de esterco
bovino, torta de mamona, farinha de osso e adubo químico NPK 4:14:8. Cada muda
recebeu uma porção aproximada de 500g composta por 300g de terra, 192g de esterco, 5g
de NPK, 2g de torta de mamona e 1g de farinha de osso.
Nos quinze dias que sucederam ao plantio não choveu na região de Dourados
(Figura 2) e a rega das mudas foi efetuada neste período. Dois dias após o plantio ocorreu a
primeira rega seguindo-se mais cinco em dias alternados. No dia 30/11 houve uma chuva
de 35 mm e as regas foram efetuadas novamente nos dias 3, 6 e 9/01/2012. Com o
estabelecimento das mudas e a volta de chuvas periódicas não foram efetuadas regas nos
meses seguintes.
40
340
38
320 36
300 34
280 32
260 30
Precipitação mensal (mm)
240 28
26
220
24
200
Temperatura
22
180 20
160 18
140 16
120 14
100 12
10
80
8
60
6 Precip.
40 4 Temp.
20 2 Max
Min
0 0
dez/11 fev/12 abr/12 jun/12 ago/12 out/12 dez/12
Figura 2 – Precipitação média mensal e temperatura
A (ºC) entre Nov/2011 e Dez/2012 em
Dourados-MS. (Fonte: Embrapa)
24
O delineamento experimental consistiu em 6 parcelas (Figura 3) separadas nos
tratamentos: C – Controle (sem nenhuma intervenção de cobertura ou associação com
plantio de S. virgata); L – Leguminosa (sem cobertura com plantio de S. virgata); B –
Bagaço (com bagaço de cana-de-açúcar como cobertura) e BL – Bagaço/Leguminosa (com
bagaço de cana-de-açúcar como cobertura e plantio de S. virgata).
16 13 23 6 8 19 23 14 16 17 13 6 19 3 22 8 23 12 5 16
14 22 13 11 15 12 13 6 13 18 10 7 10 12 12 22 8 20 18 9
12 6 11 5 8 19 23 7 23 22 4 23 15 18 13 1 15 23 13 12
3 10 15 18 6 23 6 3 21 18 19 14 10 20 11 19 23 9 10 4
23 7 12 15 18 20 18 19 11 6 15 3 4 18 20 19 6 23 4 23
19 1 4 10 13
P1
18 6 15 4 3 10 19 3 21
P2
6 6 8 19 3 4
3 5 23 5 8 9 10 14 10 4 15 12 6 1 19 18 14 23 15 18
12 23 17 8 4 2 9 13 2 20 6 6 13 14 17 13 11 13 8 7
22 7 15 19 18 20 13 12 1 22 16 15 7 6 15 18 12 2 17 11
20 10 14 22 15 18 4 3 15 20 14 4 14 13 3 5 10 20 18 5
6 3 19 9 14 23 15 17 19 5 16 4 10 14 18 6 12 13 3 15
3 4 8 19 1 4 10 13 12 6 4 10 7 11 14 20 8 10 9 18
15 10 20 18 14 19 13 19 15 12 12 20 15 12 11 15 3 17 19 6
11 6 22 13 11 15 23 12 12 4 7 19 21 2 4 22 6 3 17 8
3 17 5 3 20 10 5 12 3 6 4 15 18 13 3 14 11 6 22 5
18 20 10 19
P3
23 6 3 7 2 13 7 19 13 11
P4
15 1 14 23 4 18
4 8 14 10 15 23 19 8 13 15 8 3 2 3 18 7 23 13 22 14
20 22 22 14 10 10 18 13 7 6 15 18 13 10 19 18 13 23 13 23
20 18 10 8 6 18 4 12 7 9 9 6 12 13 12 6 10 13 10 20
16 13 23 19 8 14 11 15 6 16 7 19 6 1 6 18 15 23 5 16
6 23 20 3 6 5 15 8 6 20 22 20 10 9 2 20 23 7 23 8
5 14 8 15 12 17 10 4 4 7 17 6 19 14 12 5 21 18 6 23
15 5 19 2 4 15 4 13 15 19 15 19 13 19 6 4 23 6 17 20
8 14 11 15 19 3 10 3 6 4 14 15 4 5 12 5 13 12 6 10
15 19 20 23 9 10 12 10 7 14 19 3 12 15 13 6 10 13 23 20
19 6 3 9
P5
23 1 10 2 18 12 13 1 15 13
P6
12 6 14 23 19 23
13 10 20 11 13 11 10 18 14 13 3 19 10 4 3 13 2 4 11 20
8 21 12 22 23 22 12 13 19 7 19 18 9 10 19 22 13 18 3 1
19 12 17 18 6 23 19 18 12 19 8 15 8 6 18 13 23 4 18 7
16 15 18 6 10 13 3 7 1 6 6 11 15 23 15 10 14 8 7 16
25
Após três meses foram plantadas, entre as mudas das espécies arbóreas nativas, 135
mudas da leguminosa herbácea Sesbania virgata (Cav.) Pers., como espécie funcional
repositora de Nitrogênio no solo. Foram distribuídas em três parcelas (P2, P3 e P6)
intercalando entre as linhas de plantio de forma alternada.
S
(soma
pH H+ das T V (Sat.
(CaCl2) C MO Ca Mg K Al Al bases) (CTC) P Fe Mn Cu Zn Bases)
g/dm3 Cmolc /dm3 mg/dm3 %
5 18.1 31.2 4.9 1.7 0.3 0.09 5.3 6.8 12.2 8.06 31 24.6 11 1.5 53.3
26
inicial multiplicado por cem. O cálculo foi efetuado para cada espécie, grupo sucessional e
tratamento.
Fluorescência da clorofila
Cada sessão de leitura foi realizada em dezoito plantas sendo três de cada parcela.
Em cada dia houve três sessões de leituras em intervalos aproximados de meia hora
totalizando 54 leituras diárias. Para a obtenção dos dados referentes a uma semana foram
repetidas as sessões em três dias totalizando 162 leituras. Esse procedimento foi realizado
durante quatro semanas, a primeira no final de junho e as seguintes no mês de julho. A
primeira semana de leituras aconteceu antes da deposição do bagaço de cana e as demais
semanas de leituras após a deposição do bagaço nas parcelas 1, 2, 3 e 4.
Condutância estomática
28
Análise estatística dos dados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sintomática geral
O vigor aparente das plantas variou ao longo do primeiro ano de plantio, sendo que
o comportamento das parcelas, com diferentes coberturas, foi semelhante exceto no sétimo
mês do plantio (Figura 4). De maneira geral, houve aumento do vigor nas plantas em todas
as parcelas nos primeiros quatro meses após o plantio (MAP), com maior homogeneidade
entre as parcelas entre o 4º e o 6º (MAP). Apesar da queda acentuada ao 7º MAP, em todas
as parcelas, a avaliação do vigor aparente sugere uma melhora qualitativa das plantas
quando comparadas às condições iniciais no plantio.
0,50
1,00
1,50
Vigor (u.a)
B
2,00
2,50 BL
3,00 C
3,50
L
4,00
Figura 4 – Avaliação mensal do estado das plantas nos primeiros doze meses. A seta indica
resposta ao estresse causada pela geada significativo ao teste de Tukey (p<0,01) entre os
tratamentos sem cobertura (L) e com cobertura (B e BL).
Legenda: 1 - Muito Alto Vigor (MAV); 2 - Alto Vigor (AV); 3- Vigor (V); 4 - Baixo Vigor (BV); 5 -
Muito Baixo Vigor (MBV) e 6 - Sem Vigor (SV).
29
mês. Essa estabilidade diminui drasticamente no mês de julho, sete meses após o plantio,
com a deposição da cobertura morta e as baixas temperaturas. Nos meses seguintes as
plantas começam a recuperar o vigor (Figura 4).
A análise química do solo não sugere a condição inicial química do mesmo como
fator limitante ao desenvolvimento das plantas, pois os principais condicionantes de
estresse como altos valores de Alumínio, Saturação das bases e baixo valor de pH não
foram constatados na área (Tabela 1).
Ainda que a taxa de mortalidade possa indicar o ajuste das mudas de algumas
espécies no campo, o vigor aparente foi mais eficaz para demonstrar o estresse sofrido
pelas plantas que não tiveram uma taxa de mortalidade alta.
O maior vigor das mudas a partir do 4º mês com tendência à estabilidade também
foi observado por Ceconi (2010). Porém, a autora relata uma taxa de mortalidade crescente
nos primeiros doze meses, sendo zero no primeiro mês chegando a 28,95% após um ano.
Em nosso estudo, a o vigor foi alterado também a partir do mês de julho em função dos
extremos climáticos ocorridos na região. A tendência ascendente das curvas de vigor a
partir do 8º mês explica-se pela rebrota da maioria das plantas atingidas pela geada.
Apesar de algumas espécies terem sido visualmente mais afetadas pelas geadas, não
houve diferenças estatísticas entre elas para esta variável, assim como não houve
diferenças entre os grupos sucessionais. Considerando os tratamentos, as parcelas com
bagaço de cana foram mais afetadas pela geada quando comparadas às parcelas sem
cobertura morta (Figura 4)
30
Vieira et al. (2003) encontrou diferentes níveis de danos provocados por geadas ao
comparar cinco espécies arbóreas na região de Florianópolis, SC. Os autores descreveram
que não houve relação com o grupo sucessional, porém as taxas de sobrevivência e de
rebrota foram proporcionais à média da taxa de plantas com folhas danificadas, ou seja,
morreram as que sofreram maior dano. Resultados semelhantes foram obtidos por Barbosa
et al. (1993), porém os danos causados pela geada não foram proporcionais à mortalidade
para todas as espécies estudadas por esses autores.
A sintomática geral das plantas (Figura 4) foi a única variável sensível o suficiente
para demonstrar a resposta das plantas às geadas e à deposição da matéria orgânica morta
em comparação às variáveis taxa de sobrevivência e os valores de crescimento em
diâmetro e em altura , também discutidos em nosso estudo.
Taxa de sobrevivência
31
Guerrini (2007) consideraram baixa sobrevivência menor que 60% e média entre 61 e 80%
em área de Cerrado.
100 B
Frequência de Sobrevivência (%)
BL
90 C
L
80
70
60
50
0 3 6 9 12
Tempo (meses)
A taxa de sobrevivência geral das espécies, apesar de baixa (55,7%), está dentro
dos padrões observados em outros trabalhos com características semelhantes a este.
Antunes (2006), em recuperação de solos arenosos finos no sudoeste goiano, verificou uma
taxa de 68,8% de sobrevivência das espécies aos 12 meses, alcançando 56,4% aos dois
anos. Silva (2007) observou aos dez meses 77% de sobrevivência em plantios de
recuperação em áreas degradadas pela mineração. Após 22 meses os sobreviventes
chegaram a pouco mais de 60%. Antezana et al. (2008) observaram 66,6% de
sobrevivência aos dez meses, enquanto Ceconi (2010) observou 71% de sobrevivência
após doze meses em mata ciliar de córrego em Santa Maria-RS.
A alta mortalidade das espécies nos três primeiros meses (37,4%) pode ser atribuída
a diversos fatores dos quais podem ser sugeridos a baixa pluviosidade, predação por
formigas e cupins, a qualidade das mudas, qualidade do solo, competição interespecífica,
entre outros. O fato das mudas terem diferentes origens, idades e tamanhos, se por um lado
contribuem para a maior diversidade genética das plantas utilizadas na recomposição, por
outro lado evidenciam a incerteza de um material com qualidade aceitável (NOFFS et al.,
2000; HOPPE, 2004) consistindo em fator de maior variabilidade nas respostas observadas
32
tanto intra quanto interespecíficas (REIS et al., 2006). De acordo com Hoppe (2004), a
maior ou menor sobrevivência das mudas no campo podem estar relacionadas ao tamanho
da embalagem e ao tipo de substrato, além de depender do clima, da espécie, do solo e de
aspectos sanitários.
Os recipientes mais utilizados ultimamente para a produção das mudas são sacos
plásticos ou tubetes de diferentes volumes, e a escolha de qual deles usar depende de
fatores como custo, finalidade e qualidade das mudas (GONÇALVES et al., 2004). Os
tubetes, apesar de um custo maior em comparação com os sacos plásticos, resultam no uso
de menor área do viveiro e no menor consumo de substrato. Além disso, há maior
economia de mão-de-obra e possibilidade de mecanização das operações com redução dos
custos com transporte, distribuição e plantio (FARIAS, 2006; MORAES et al., 2006). As
sacolas plásticas são recomendadas para espécies de maior porte ou de mudas grandes que
necessitam de uma quantidade maior de substrato, como as utilizadas na arborização
urbana (GONÇALVES et al., 2004).
Situação semelhante foi descrita por Ceconi (2010) que no Rio Grande do Sul
utilizou mudas de espécies nativas dos viveiros da região produzidas em tubetes de
diferentes tamanhos. Mesmo considerando que o ideal seja a utilização de mudas em
condições relativamente uniformes, isto nem sempre é possível cabendo a opção por
mudas de diferentes tamanhos ou aquelas oriundas de tubetes incompatíveis com as
condições implementadas para cada ação de plantio.
Segundo Moraes et al. (2006), para que as mudas adquiram resistência e possam
sobreviver em condições adversas após o plantio, é feita a rustificação, com cortes graduais
da irrigação nos últimos 15 a 30 dias antes do plantio, movimentação das mudas no
canteiro e poda da parte aérea ou redução de até 2/3 na quantidade de folhas inferiores. Há
que se considerar que as plantas utilizadas neste trabalho foram provenientes de diferentes
viveiros, em diferentes municípios, o que pode gerar além do estresse no transporte,
incerteza quanto à uniformidade na rustificação das mudas.
34
Na época do plantio os índices pluviométricos estiveram abaixo da média (Figura
6). Não ocorreram chuvas nos quinze dias que sucederam o plantio e a média para o mês
de dezembro/2011 foi de 77,6 mm, enquanto a média dos últimos dez anos para o mês de
dezembro foi de 214,2 mm no município de Dourados. A remoção das plantas daninhas foi
efetuada através de roçada mecânica que não impediu a rebrota de plantas competidoras
como Brachiaria sp (braquiária) e Vernonia polyanthes (assa-peixe) em um curto espaço
de tempo.
250
200
150
100 2001/2010
2011/2012
50
Figura 6 – Precipitação média mensal na região de Dourados entre 2001 e 2010 comparadas à
média mensais entre julho/2011 e junho de 2012. Fonte: EMBRAPA
35
Porém, como menciona o próprio autor, “tal afirmação merece uma análise mais
aprofundada”. Carvalho (2012), avaliando os efeitos da herbivoria em diferentes coberturas
vegetais, observou uma drástica redução na sobrevivência das plantas ocasionada por
formigas cortadeiras. O autor sugere a necessidade de um controle mais efetivo para
garantir a redução nas taxas de mortalidade das plantas. De qualquer modo, o controle da
herbivoria é fundamental para o sucesso nas intervenções de reposição de cobertura
florestal nativa em áreas degradadas tais procedimentos devem ser efetuados nas diferentes
etapas da intervenção, inclusive após o primeiro ano de plantio.
36
estabeleceu o 21° mês como o ponto crítico, tempo em que a taxa de mortalidade atinge o
seu pico. Silva (2007), num intervalo de 22 meses de observação, relatou não ter havido a
estabilidade da curva de mortalidade.
38
ficaria em torno de 100 metros (SCREMIN-DIAS et al., 2006a) ou duas vezes a altura da
árvore (REIS et al., 2007)
Tabela 2 – Taxas de sobrevivência (TS), diâmetro a altura do solo (DAS) e altura (Alt.) das
mudas nos primeiros doze meses.
3 meses 6 meses 9 meses 12 meses
TS DAS Alt. TS DAS Alt. TS DAS Alt. TS DAS Alt.
(%) (mm) (cm) (%) (mm) (cm) (%) (mm) (cm) (%) (mm) (cm)
B 62.5 6.50 31.83 61 7.90 38.61 58 9.65 46.10 56a 13.41 ab 65.37 ab
BL 64 6.47 32.40 62.5 8.06 39.51 58.5 9.99 46.10 54a 14.60 ab 68.96b
C 56 5.67 27.08 52 6.89 31.72 51 8.34 35.16 51a 11.22 a 49.96a
L 67 6.98 31.76 64 8.67 39.34 64 10.83 44.92 63a 15.32 b 72.02b
Silva & Corrêa (2008), utilizando cavaco de madeira como cobertura morta,
relatam uma taxa levemente superior na sobrevivência das espécies, quando comparadas à
tratamentos sem cobertura 18 meses após o plantio. Porém, considerando apenas o período
seco (entre seis e doze meses após o plantio), seus dados demonstram uma taxa de
mortalidade nos tratamentos com cobertura morta (13,9%) superior aos tratamentos sem
cobertura (2,8%). Os dados são semelhantes aos observados neste experimento e sugerem
uma influência negativa da cobertura morta nas plantas no período seco compreendido no
primeiro ano de implantação.
Os valores médios das mudas após doze meses foram de 13,8 mm para o diâmetro
do colo e 68,5 cm para a altura. Sete espécies tiveram diâmetro médio do colo superior a
39
20 mm (Anexo 1), com destaque para Cecropia pachystachya (40,5), Enterolobium
contortisiliquun (28,9) e Jacaratia spinosa (27,2). Em relação à altura, média superior a 90
cm foi encontrada em oito espécies. Os maiores valores foram observados em Cecropia
pachystachya (148,3), Enterolobium contortisiliquun (118,8), Guazuma ulmifolia (104,7) e
Anadenanthera columbrina (104,4).
Entre os tratamentos
40
beterraba, relata um menor crescimento em altura das plantas quando comparadas ao
tratamento sem cobertura e no solo coberto com palha de café. Os autores sugerem que o
menor crescimento deveu-se à menor concentração de N e à lenta decomposição do
bagaço, que tem alta relação C/N (132/1). De maneira geral, coberturas orgânicas com
relação C/N maior que 30:1 podem causar deficiência de N no solo, pela imobilização
temporária durante o processo de decomposição (ROBINSON, 1988, apud, SEDIYAMA et
al., 2010).
18
16
14
12
B
10
8 BL
6 C
4 L
2 Média
0
Figura 7 – Diâmetro médio do colo das plantas (mm) para plantas jovens de espécies arbóreas
nativas implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-
açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).
41
A influência de Sesbania virgata não pôde ser satisfatoriamente averiguada devido
à alta mortalidade em parte do experimento. Em uma das parcelas houve a predação por
formigas cortadeiras de quase a totalidade das plantas quando estas tinham pouco mais de
dois meses de plantio. Com isto, o fornecimento de N pode não ter ocorrido de forma
significativa, dado o tamanho da área e a idade das plantas.
A predação de Sesbania virgata pela formiga cortadeira Atta sexdens sexdens não
ocorreu durante todo o período nem foi observada ocorrendo ao mesmo tempo que em
outras espécies. De modo geral, não foi perceptível uma preferência das formigas
cortadeiras por uma determinada espécie ou grupo de espécies, sendo predadas com maior
ou menor intensidade em diferentes épocas do ano. Essa preferência foi aparentemente
influenciada pela proximidade das plantas aos olheiros dos formigueiros.
80
70
60
50 B
40 BL
30
C
20
L
10
Média
0
Figura 8 – Altura média das plantas (cm) para plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-açúcar (B);
com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).
42
Impacto da geada
Segundo Camargo & Igue (1973), a cobertura orgânica morta aumenta os efeitos
das geadas por atuar como um isolante térmico, impedindo o aquecimento do solo durante
o dia e a irradiação do calor do solo à noite. Para que a cobertura morta exerça uma
influência mais positiva para as plantas, recomenda-se a sua aplicação após a fase crítica
de ocorrência de geada (LOURENÇO & MEDRADO, 1998).
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
Figura 9 – Danos causados pelas geadas em plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo em escala de 0 à 3.
43
1,72 1,72
1,21
0,96
B BL C L
Figura 10 – Danos causados pelas geadas em plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-açúcar (B);
com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L) em escala de 0 à 3.
Fluorescência da Clorofila a
44
respectivamente) e no índice de performance (PI), entre os tratamentos BL e B. (2,42 e
1,55, respectivamente) (Tabela 3).
45
eficiência fotoquímica em todos os tratamentos, embora tenha influenciado no aumento de
PI. Estes resultados sugerem que para ambas as espécies nenhum dos tratamentos foi
suficientemente eficiente para evitar o estresse de plantio.
46
1.0
0.8
0.6
Fv/Fm (u.a)
0.4
0.2
0.0
4
Indice de Performance (a.u)
-1
-2
47
durante as quatro semanas de leitura. Nas leituras anteriores à aplicação do bagaço, a maior
intensidade de fluorescência foi observada no controle, Na segunda leitura (Figura 13B)
observou-se a sobreposição das curvas de todos os tratamentos, ao passo que na terceira e
quarta leitura (Figura 13C e D) o tratamento com bagaço diferenciou-se dos demais,
apresentando a maior intensidade de fluorescência. Na quarta leitura (Figura 13D) com
exceção do tratamento B (Bagaço) destaca-se a redução do comportamento sigmoide das
curvas dos demais tratamentos.
48
1000 1200
A B
600
600
B B
BL BL
400 C C
300
L L
800
C 800
D
Intensidade de Fluorescência (u.a)
B B
BL BL
400 400
C C
L L
Condutância estomática
49
Tabela 4 – Condutância estomática (mmol.m-2s-1) em quatro tratamentos: B (com bagaço de
cana-de-açúcar), BL (com bagaço de cana-de-açúcar e Leguminosa), C (Controle) e L (com
leguminosa).
M. urundeuva P. guajava T. hystrix G. ulmifolia E. uniflora C. urucurana
B 444.67a 364.37a 467.21a 493.90a 92.67a 261.28ab
BL 306.85a 458.21a 532.00a 711.12a 89.75a 304.76a
C 483.54a 90.44 b 603.25a 361.93a 6.42* 307.87ab
L 334.05a 161.43b 474.67a 353.13a 38.78a 177.43b
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Kruskal-
Wallis seguido de Dunn. * Leitura prejudicada pela queima total das folhas causada pelas geadas.
50
Myracrodruon urundeuva
0,50
1,00 B
Vigor (u.a)
1,50 BL
2,00 C
2,50 L
3,00
3,50 Total
Psidium guajava
0,50
Vigor (u.a)
1,50
2,50 B
BL
3,50 C
L
4,50 Total
Tabernaemontana hystrix
0,50
Vigor (u.a)
1,50
B
2,50 BL
C
L
3,50 Total
Guazuma ulmifolia
0,50
Vigor (u.a)
1,50
2,50 B
BL
3,50 C
L
4,50 Total
Eugenia uniflora
0,50
1,00
Vigor (u.a)
1,50
B
2,00 BL
C
2,50 L
3,00 Total
51
Parece mais seguro afirmar que considerações sobre a condutância estomática das
espécies nativas implantadas sejam mais profícuas quando restritas a períodos específicos,
como por exemplo, durante os períodos de déficit hídrico ou geadas, como também para se
tecer considerações sobre as respostas fisiológicas das espécies. Para Tonello & Teixeira
Filho (2012) o padrão de transpiração e condutância estomática são afetados pelo déficit
hídrico, de forma que plantas sob estresse apresentam baixas taxas de transpiração e
condutância estomática, mesmo com o aumento da demanda de evaporação. Estes mesmos
autores ainda defendem que espécies de status sucessionais distintos exibem respostas
diferenciais em relação às características fisiológicas.
CONCLUSÕES
52
como a eliminação de plantas competidoras e o controle severo da herbivoria constituem-
se em medidas importantes para a maior sobrevivência das plantas e sucesso na
restauração.
53
arbóreas nativas no campo, o uso de ambas as técnicas não pode ser descartado, sobretudo,
quando sanados os problemas de predação excessiva sobre as sesbânias. Não são
descartados também estudos que investiguem o emprego de diferentes proporções do
bagaço como cobertura orgânica morta, bem como a possibilidade de sua utilização, não
como cobertura, mas incorporado ao solo.
54
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63
Anexo 1 – Espécies plantadas na Reserva Legal da UEMS no período entre dez./2011 e Nov./2012. Gs-Grupo Sucessional (P – Pioneira; NP – Não-Pioneira),
Procedência das mudas – Pro. (I – Escola Família Agrícola de Itaquiraí; M – Viveiro Municipal de Mundo Novo; D – E
Medidas após 12 Taxa de
Sob.
meses crescimento
Nome Pro.. Rec..
Qtde %
Comum Família Nome Científico GS T Ø h Ø% h%
Açoita-
Malvaceae Luehea divaricata Mart. NP 7 86 M S 7 16,3 88,3 166,8 214,6
cavalo
Amoreira Moraceae Maclura tinctoria (L.) Steud. NP - - U S - 11,4 48,3 145,9 100,4
Araçá Myrtaceae Psidium cattleianum Sabine NP - - U T - 3,0 16,8 94,0 113,4
Aroeira Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão NP 18 94 I S 18 15,9 74,4 168,7 113,7
Baru Fabaceae-Faboideae Dipteryx alata Vogel NP - - U S - 3,3 15,3 117,6 102,2
Timburi Fabaceae-Mimosoideae Enterolobium contortisiliquun (Vell.) Morong P 29 55 D T 29 28,9 118,8 219,3 185,5
Cedro Meliaceae Cedrela fissilis Vell. NP 39 18 D T 39 20,9 53,4 144,2 163,8
Embaúba Urticaceae Cecropia pachystachya Trecul P 43 9 U/M S 43 40,5 148,3 215,1 208,1
Figueira Moraceae Ficus sp. NP 4 - M S - 17,6 67,7 162,8 153,8
Jenipapo Rubiaceae Genipa americana L. NP 40 60 U/M S 40 9,5 21,3 141,3 164,5
Goiaba Myrtaceae Psidium guajava L. P 19 95 M S 19 11,2 62,2 176,2 162,4
Ingá-Feijão Fabaceae-Mimosoideae Inga marginata Willd. NP 19 21 M S 19 12,6 75,0 184,9 196,1
Ipê-Bóia Bignoniaceae Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum. P 48 ** D T 26 19,4 67,8 157,0 168,1
Ipê-Roxo Bignoniaceae Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos NP 26 92 D T - 11,2 70,7 183,0 241,9
Ipê-
Bignoniaceae Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A. DC.) Mattos NP 31 87 D T 31 8,5 58,7 161,9 213,5
Amarelo
Jaracatiá Caricaceaea Jaracatia spinosa (Aubl.) A. DC. NP 10 70 I S 10 27,2 98,2 134,4 115,3
Jatobá Fabaceae-Caesalpinioideae Hymenaea courbaril L. NP - - I S - 7,2 27,4 88,7 107,6
Leiteiro Apocynaceae Tabernaemontana hystrix Steud P 40 75 I S 40 9,0 51,6 167,6 151,6
Mutambo Malvaceae Guazuma ulmifolia Lam. P 34 68 M M 34 21,5 104,7 222,5 192,3
64
Continuação...
Medidas após 12 Taxa de
Sob.
meses crescimento
Nome Comum Família Nome Científico GS Qtde % Pro.. Rec.. T Ø h Ø% h%
Paineira Malvaceae Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) NP 5 * I S - 14,6 45,8 122,1 134,7
Pata-de-vaca Fabaceae-Cercideae Bauhinia forficata Link P 6 33 I S 6 15,0 92,5 332,2 308,3
Pitanga Myrtaceae Eugenia uniflora L. NP 59 44 M S 59 4,8 26,0 140,9 121,9
Café-de-bugre Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. NP - - I S - 3,9 26,8 48,4 74,3
Sangra d'água Euphorbiaceae Croton urucurana Baill. P - - M M - 16,6 99,9 197,8 190,2
Ingá-do-Brejo Fabaceae-Mimosoideae Inga vera Willd. P - - M M - 11,3 47,0 159,4 112,8
Canafístula Fabaceae-Caesalpinioideae Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. P 6 * M M - 16,3 48,5 210,5 154,8
Angico Fabaceae-Mimosoideae Anadenanthera columbrina (Benth.) Brenan NP 12 * M M - 12,7 104,4 184,0 172,8
Aroeira
Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi P 6 * M M - 23,1 102,0 178,2 136,6
Pimenteira
Ipê-Branco Bignoniaceae Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith NP 24 ** D T - 6,2 27,0 124,8 137,4
Candeia Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera P 2 - M M - 24,5 75,0 257,9 130,4
Guajuvira Boraginaceae Cordia americana (L.) Gottsb. & J. S. Mill. P 1 - M M - 12,5 70,0 161,3 181,8
Vacum Sapindaceae Allophylus edulis Hieron. Ex Niederl. P - - M M - 6,7 41,0 121,8 143,0
Não-
- - - 72 ** - - - 8.1 38.7 125.5 130.2
identificadas
Não tiveram sua taxa de sobrevivência considerada: espécies com um número inferior a sete exemplares (*), cuja identificação não foi possível no período inicial (**) e
plantadas após dezembro/2012 (-).
65
Anexo 2 – Imagem de satélite da área em junho/2004.
66
Anexo 4 – Diferentes tamanhos de mudas utilizadas no plantio.
67
Anexo 6 – Área antes do plantio (out/2011).
68
Anexo 8 – Estaqueamento, marcação das covas e perfuração.
69
Anexo 9 – Plantio das mudas (dez/2011)
70
Anexo 11 – Deposição da matéria orgânica morta - Bagaço de cana-de-açúcar.
71
Anexo 13 – Leitura da Condutância estomática.
72
Anexo 15 – Controle mecânico das plantas daninhas
73
Anexo 17 – Jaracatiá (Jacaratia spinosa) antes e depois do ataque de formigas cortadeiras.
74
Anexo 19 – Armadilhas com iscas para o controle de formigas cortadeiras.
75
76
Anexo 21 – Schinus terebinthifolius frutificando após um ano de plantio.
77
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T
1 16 13 23 6 8 19 19 14 16 17 13 6 5 3 22 8 23 5 15 16
2 15 3 24 11 15 10 13 28 13 18 24 7 10 12 28 22 8 20 18 9
3 12 6 11 5 25 19 23 7 23 22 4 23 15 18 13 1 15 23 13 3
4 15 10 19 18 6 23 6 3 21 18 19 14 10 20 11 19 23 9 10 29
5 23 7 12 15 18 20 18 19 11 28 15 2 29 18 20 25 6 23 4 12
6 19 1 4 10 24 18 27 15 4 5 10 28 3 21 28 6 8 19 3 4
7 3 5 23 28 8 19 26 14 8 4 15 12 6 20 19 18 14 23 15 18
8 27 23 17 3 4 2 9 13 2 20 27 6 13 14 26 19 11 13 23 7
9 22 7 15 19 18 20 13 12 20 22 16 15 7 6 15 18 7 2 17 11
10 20 10 14 22 15 18 4 10 15 24 14 4 14 13 24 5 10 20 18 5
11 6 3 19 9 14 24 15 3 19 5 16 4 10 14 18 6 12 13 3 15
12 24 4 26 1 20 4 10 28 12 6 29 10 7 11 14 20 5 10 9 18
13 15 10 20 18 13 27 13 25 15 12 12 20 20 15 11 15 3 28 19 25
14 11 6 22 13 11 15 23 12 12 4 27 19 21 2 9 22 28 3 17 8
15 19 27 5 3 20 10 24 5 3 28 4 15 18 13 3 13 11 6 22 5
16 18 20 10 19 23 6 2 19 2 13 7 19 13 11 15 1 14 23 29 18
17 29 15 14 19 15 23 19 8 13 15 8 24 2 3 18 7 23 13 26 14
18 20 22 22 14 10 10 18 13 7 6 15 18 13 10 5 18 13 27 13 23
19 20 18 10 8 28 18 4 12 19 9 14 28 12 13 12 6 24 13 10 20
20 16 13 23 13 3 14 11 15 6 16 7 19 6 1 6 18 15 3 19 16
21 9 24 20 3 6 5 13 8 6 20 22 20 10 9 2 20 23 7 23 8
22 3 14 8 15 12 17 25 4 4 7 17 6 3 14 26 5 21 25 27 19
23 13 5 19 2 26 15 3 13 15 19 15 19 13 19 28 4 23 6 17 20
24 22 14 11 15 19 3 10 24 27 4 15 15 4 3 24 16 13 26 6 10
25 15 19 20 23 7 10 5 10 6 14 28 5 12 19 13 28 10 13 24 20
26 19 28 3 9 23 20 10 2 18 12 13 20 15 13 7 28 14 23 19 23
27 13 10 28 11 13 11 10 18 14 13 3 19 10 4 3 13 2 4 11 20
28 8 21 24 22 23 5 12 13 19 7 19 18 19 10 19 26 13 18 3 1
29 19 12 17 18 6 23 19 18 16 19 8 15 24 6 18 13 23 4 18 5
30 16 13 18 27 10 13 3 29 1 28 28 11 15 23 15 10 14 8 7 16
Anexo 22 – Distribuição das plantas em 31/08/2012 na Reserva Legal da Universidade Estadual de
Mato Grosso do Sul, Dourados-MS.
Legenda: 01-Açoita-cavalo; 02-Amoreira; 03-Araçá; 04-Aroeira; 05-Baru; 06-Timburi; 07-Cedro; 08-Embaúba;
09-Figueira; 10-Jenipapo; 11-Goiaba; 12-Ingá-Feijão; 13-Ipê-Bóia; 14-Ipê-Roxo; 15-Ipê-Amarelo; 16-Jaracatiá;
17-Jatobá; 18-Leiteiro; 19-N.I.; 20-Mutambo; 21-Paineira; 22-Pata-de-vaca; 23-Pitanga; 24-Café-de-bugre;
25-Sangra D'agua; 26-Ingá-do-Brejo; 27-Canafístula; 28-Angico; 29-Aroeira Pimenteira; 30-Ipê-Branco;
31-Bacuri; 32-Candeia; 33-Guajuvira; 34-Vacum. < >
78