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Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Unidade Universitária de Dourados


Programa de Pós- Graduação em Recursos Naturais

DESENVOLVIMENTO VEGETAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS


NATIVAS EM PRÁTICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS EM ÁREA DE RESERVA LEGAL

Fábio Roberto Valente

Dourados – MS
Junho de 2013
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Unidade Universitária de Dourados
Programa de Pós- Graduação em Recursos Naturais

DESENVOLVIMENTO VEGETAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS


NATIVAS EM PRÁTICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS EM ÁREA DE RESERVA LEGAL

Fábio Roberto Valente


Etenaldo Felipe Santiago

“Dissertação apresentada ao programa de pós-


graduação em Recursos Naturais, área de
concentração em Recursos Naturais, da
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul,
como parte das exigências para a obtenção do
título de Mestre em Recursos Naturais”.

Dourados – MS
Junho de 2013
V249d Valente, Fábio Roberto
Desenvolvimento vegetal de espécies arbóreas nativas em
práticas de recuperação de áreas degradadas em área de reserva
legal/ Fábio Roberto Valente. Dourados, MS: UEMS, 2013.
78p.; 30cm.

Dissertação (Mestrado) – Recursos Naturais – Universidade


Estadual de Mato Grosso do Sul, 2013.
Orientador: Prof. Dr Etenaldo Felipe Santiago.

1. Bagaço de cana-de-açúcar 2. Fluorescência 3.


Condutância estomática I. Título.

CDD 20.ed. 633.61

iii
AGRADECIMENTOS

Sou grato à todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste
trabalho, em especial:

Ao meu orientador, prof. Felipe, que me deu ânimo no começo quando aceitou me
orientar e quando, no final, não desistiu de mim no momento em que até eu mesmo teria
desistido;

Ao prof. William que me acolheu no início e me orientou, não apenas na pesquisa,


mas nas decisões que culminaram na elaboração deste trabalho;

Aos professores do mestrado, cada um com sua experiência e dedicação, que a cada
instante nos mostraram o caminho certo. Tanto a avaliação crítica do prof. Laércio e as
palavras de apoio do prof. Sandro foram fundamentais.

Aos funcionários do CInAM, Seu Ronaldo, D. Inês, D. Raimunda, Michele e Seu


Aloisio pelas palavras de apoio, pelo bate-papo e incentivo. Agradeço ao Vitinho que não
mediu esforços para me ajudar com as mudas e continua dando atenção às árvores em que
estão se transformando;

À UFGD que muito gentilmente nos forneceu o trator e o tratorista para o preparo da
área para o plantio;

Ao IMAD que nos emprestou a broca para a abertura das covas;

À Escola Família Agrícola de Itaquiraí, Escola Agrícola de Dourados e à Prefeitura de


Mundo Novo, por intermédio da Iana Dalla Valle, que me forneceram as mudas necessárias
ao plantio;

À Usina São Fernando que nos forneceu o bagaço-de-cana para ser utilizado como
matéria orgânica morta;

Aos meus colegas de mestrado, sobretudo os que me ajudaram diretamente no campo


ou em algum momento da pesquisa: Ariadne, Daleth, Elaine, Letícia, Luciana, Lucilene e Ana
Lemke;

iv
Aos meus companheiros de pesquisa que muito me ajudaram no campo: Sirlene, Sara,
Michele e Micael;

Aos meus pais e meus irmãos pelo apoio incondicional;

À Gisele pelo companheirismo e por estar ao meu lado em todos os momentos;

Ao meu amigo Tales pelo incentivo e apoio, antes e durante o desenvolvimento deste
trabalho. Sua esposa Fabiana (Bia) e suas lindas filhas Lara e Luana que fizeram parte desta
jornada.

Muitos amigos eu fiz e refiz no período de desenvolvimento deste trabalho e que em


algum momento me deram força e me apoiaram, como a minha eterna orientadora profa. Bia
Landa, o Thiago, a Viviana, o Eurípedes, a Vanessa, a Isabelle, a Jalina, a Dinamar e tantos
outros. Aos que aqui eu não tenha citado, espero ter sido capaz de demonstrar minha gratidão
ao longo dos últimos três anos.

Por fim, agradeço à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul pela oportunidade
de ter iniciado e continuado minha carreira acadêmica, à Pós-Graduação em Recursos
Naturais e à CAPES pela bolsa de mestrado que viabilizou o desenvolvimento deste trabalho.

v
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................... 1
ABSTRACT....................................................................................................................... 2
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................. 3
TÍTULO: Desenvolvimento vegetal de espécies arbóreas nativas em práticas de
recuperação de áreas degradadas em área de reserva legal................................................ 3
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 12
CAPÍTULO 2 ............................................................................................................. 18
TÍTULO: Desenvolvimento inicial de espécies arbóreas em modelos heterogêneos de
recuperação de área degradada. ....................................................................................... 18
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 18
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 21
RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 29
Sintomática geral ............................................................................................................. 29
Taxa de sobrevivência ..................................................................................................... 31
Desenvolvimento inicial (Diâmetro e altura) ................................................................... 39
Fluorescência da Clorofila a ............................................................................................ 44
Condutância estomática ................................................................................................... 49
CONCLUSÕES ............................................................................................................... 52
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 55

vi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Área total da UEMS com a Reserva Legal (hachurada em verde) e parcelas do
experimento (Quadrados dentro da área hachurada). .......................................................... 23
Figura 2 – Precipitação média mensal e temperatura (ºC) entre Nov/2011 e Dez/2012 em
Dourados-MS. (Fonte: Embrapa) ........................................................................................ 24
Figura 3 – Distribuição dos tratamentos entre as parcelas P1 e P4 (B – Bagaço), P2 e P3
(BL – Bagaço + Leguminosa), P5 (Controle) e P6 (Leguminosa). ..................................... 25
Figura 4 – Avaliação mensal do estado das plantas nos primeiros doze meses. A seta indica
resposta ao estresse causada pela geada significativo ao teste de Tukey (p<0,01) entre os
tratamentos sem cobertura (L) e com cobertura (B e BL). .................................................. 29
Figura 5 – Frequência de Sobrevivência entre os tratamentos para plantas jovens de
espécies arbóreas nativas implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do
bagaço de cana de acucar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e
com leguminosa (L). ............................................................................................................ 32
Figura 6 – Precipitação média mensal na região de Dourados entre 2001 e 2010
comparadas à média mensais entre julho/2011 e junho de 2012. Fonte: EMBRAPA ........ 35
Figura 7 – Diâmetro médio do colo das plantas (mm) para plantas jovens de espécies
arbóreas nativas implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço
de cana-de-açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com
leguminosa (L). .................................................................................................................... 41
Figura 8 – Altura média das plantas (cm) para plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-
açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).
............................................................................................................................................. 42
Figura 9 – Danos causados pelas geadas em plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo em escala de 0 à 3. .................................................... 43
Figura 10 – Danos causados pelas geadas em plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-
açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L)
em escala de 0 à 3. ............................................................................................................... 44
Figura 11 – Eficiência Quântica Fotoquímica em plantas jovens de G. americana (G) e M.
urundeuva (A) em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana de
açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).
............................................................................................................................................. 47
Figura 12 – Índice de Performance em plantas jovens de G. americana (G) e M. urundeuva
(A) em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana de açúcar (B);
com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L). ................. 47
Figura 13 – Dinâmica de fluorescência da clorofila a em plantas jovens de G. americana L.
antes da aplicação do bagaço de cana de açúcar (A) e leituras após o emprego de bagaco
(B-D), para os tratamentos B (com bagaço), BL (com bagaço e leguminosa), C (Controle)
e L (com leguminosa) .......................................................................................................... 49
Figura 14 – Sintomática das espécies M. urundeuva, P. guajava, T. histrix, G. ulmifolia e
E. uniflora avaliadas mensalmente entre dez/2011 e dez/2012 em Dourados, MS. ........... 51

vii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Caracterização química do solo na camada se 0 à 20 cm da área de estudo,
Dourados, MS. ..................................................................................................................... 26
Tabela 2 – Taxas de sobrevivência (TS), diâmetro a altura do solo (DAS) e altura (Alt.) das
mudas nos primeiros doze meses. ....................................................................................... 39
Tabela 3 – Fluorescência média da clorofila a em quatro tratamentos: B (com bagaço), BL
(com bagaço e leguminosa), C (Controle) e L (com leguminosa) de Genipa americana (G)
e Myracrodruon urundeuva (M). ........................................................................................ 45
Tabela 4 – Condutância estomática (mmol.m-2s-1) em quatro tratamentos: B (com bagaço
de cana-de-açúcar), BL (com bagaço de cana-de-açúcar e Leguminosa), C (Controle) e L
(com leguminosa). ............................................................................................................... 50

viii
ÍNDICE DE ANEXOS
Anexo 1 – Espécies plantadas na Reserva Legal da UEMS no período entre dez./2011 e
Nov./2012. Gs-Grupo Sucessional (P – Pioneira; NP – Não-Pioneira), Procedência das
mudas – Pro. (I – Escola Família Agrícola de Itaquiraí; M – Viveiro Municipal de Mundo
Novo; D – E ......................................................................................................................... 64
Anexo 2 – Imagem de satélite da área em junho/2004. ....................................................... 66
Anexo 3 – Imagem de satélite da área em janeiro/2012. Em destaque o experimento recém
implantado. .......................................................................................................................... 66
Anexo 4 – Diferentes tamanhos de mudas utilizadas no plantio. ........................................ 67
Anexo 5 – Diferentes recipientes utilizados na produção das mudas.................................. 67
Anexo 6 – Área antes do plantio (out/2011)........................................................................ 68
Anexo 7 – Área após sendo prepara para o plantio. ............................................................ 68
Anexo 8 – Estaqueamento, marcação das covas e perfuração. ........................................... 69
Anexo 9 – Plantio das mudas (dez/2011) ............................................................................ 70
Anexo 10 – Mudas logo após o plantio. .............................................................................. 70
Anexo 11 – Deposição da matéria orgânica morta - Bagaço de cana-de-açúcar. ............... 71
Anexo 12 – Deposição da matéria orgânica morta - Bagaço de cana-de-açúcar. ............... 71
Anexo 13 – Leitura da Condutância estomática. ................................................................. 72
Anexo 14 – Área coberta por plantas daninhas. .................................................................. 72
Anexo 15 – Controle mecânico das plantas daninhas ......................................................... 73
Anexo 16 – Controle mecânico das plantas daninhas. ........................................................ 73
Anexo 17 – Jaracatiá (Jacaratia spinosa) antes e depois do ataque de formigas cortadeiras.
............................................................................................................................................. 74
Anexo 18 – Ipê (Handroanthus chrysotrichus) antes e depois do ataque de formigas
cortadeiras. ........................................................................................................................... 74
Anexo 19 – Armadilhas com iscas para o controle de formigas cortadeiras. ...................... 75
Anexo 20 – Danos provocados pelas geadas ocorridas no mês de julho de 2012. .............. 75
Anexo 21 – Schinus terebinthifolius frutificando após um ano de plantio. ......................... 77
Anexo 22 – Distribuição das plantas em 31/08/2012 na Reserva Legal da Universidade
Estadual de Mato Grosso do Sul, Dourados-MS. ................................................................ 78

ix
RESUMO
A degradação ambiental pode ocorrer por diversos motivos e, de igual forma, ações
que visam a interrupção ou reversão deste processo também podem ser diversas, dentre as
quais, destaca-se o plantio de mudas de espécies nativas. Estudos regionalizados
contribuem para um melhor entendimento dos processos de restauração e do
comportamento das espécies em diferentes biomas. O plantio de espécies arbóreas nativas
tem por objetivo acelerar a regeneração natural durante o processo de restauração de áreas
degradadas. Este estudo apresenta a avaliação de 33 espécies arbóreas plantadas na área de
Reserva Legal da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, no município de
Dourados, MS em um período de doze meses. A área de plantio foi de 0,25 ha. dividida em
6 parcelas com 100 indivíduos cada. As combinações utilizando a leguminosa arbustiva
Sesbania virgata (L) e bagaço de cana-de-açúcar como cobertura orgânica morta (B)
geraram quatro tratamentos: C (Controle), L (com leguminosa), B (com bagaço) e BL
(com leguminosa e bagaço). Para avaliar o desempenho das espécies, foi feito o
monitoramento da adaptabilidade (taxa de sobrevivência e vigor) e do desenvolvimento
(altura e diâmetro à altura do solo – DAS) das mudas plantadas. A taxa de mortalidade
geral foi alta (37,5%), mas dentro do esperado. Espécies como Cecropia pachystachya e
Cedrela fissilis apresentaram uma taxa de mortalidade superior a 80%, enquanto Psidium
guajava e Myracrodruon urundeuva sobreviveram em quase a sua totalidade (5% de
mortalidade). Entre os tratamentos não houve diferença significativa em relação à taxa de
mortalidade, sendo observado um maior desenvolvimento no diâmetro em L e na altura em
L e BL quando comparados ao grupo Controle. O bagaço de cana-de-açúcar utilizado
como cobertura morta não propiciou um desenvolvimento significativamente melhor e
contribuiu para um grau maior de danos causado pelas geadas em algumas espécies. O
desempenho das espécies frente às adversidades do experimento em campo pode ser mais
bem avaliado pelo acompanhamento mensal do vigor das plantas do que pelas taxas de
mortalidade e desenvolvimento em diâmetro e altura ou pelas variáveis de fluorescência da
clorofila a.

PALAVRAS-CHAVE
Bagaço de cana-de-açúcar, Sesbania, Fluorescência, Condutância estomática.
ABSTRACT
Environmental degradation can occur for several reasons and, similarly, the. actions
aimed at stopping or reversing this process can also be various, among which stands out
the planting of native species. Regionalized studies contribute to a better understanding of
the processes of restoration and behavior of the species in different biomes. The planting of
native tree species aims to accelerate the natural regeneration during the process of
restoration of degraded areas. This study presents an evaluation of 33 tree species planted
in the area of Legal Reserve at State University of Mato Grosso do Sul, in the city of
Dourados-MS, Brazil, for a period of twelve months. The planting area was 0.25 ha.
divided into six plots with 100 individuals each. Combinations using the shrubby legume
Sesbania virgata (L) and bagasse cane sugar as organic mulch (B) generated four
treatments: control (C), L (with legumes), B (bagasse) and BL (with legumes and bagasse).
To evaluate the performance of the species, monitoring was done adaptability (survival
rate and vigor) and development (height and diameter at ground - DAS) of young plants
after planting. The overall mortality rate was high (37.5%), but within the expected range.
Some species showed a mortality rate exceeding 80% (Cecropia pachystachya and
Cedrela fissilis), while others showed less than 5% mortality (Psidium guajava and
Myracrodruon. urundeuva). Among the treatments there was no significant difference in
the mortality rate, with further development in diameter L and height L and BL when
compared to control group. The sugar cane bagasse used as mulch not provided a
significantly better development and contributed to a greater degree of damage caused by
frost in some species. The performance of the species in the face of adversity the field
experiment can be best observed by monthly monitoring of plant vigor than the rates of
mortality and development in diameter height, or chlorophyll – a fluorescence variables.

KEY-WORDS
Sugarcane bagasse, Sesbania, Chlorophyll-a fluorescence, Stomatal conductance.

2
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

TÍTULO: Desenvolvimento vegetal de espécies arbóreas nativas em práticas


de recuperação de áreas degradadas em área de reserva legal.

INTRODUÇÃO

A exploração dos recursos naturais no Brasil tem sido efetuada de forma não
sustentável desde os primeiros períodos do seu descobrimento até os dias atuais, com
agravamento deste quadro pela adoção de modelos econômicos que exploram os recursos
naturais de forma irracional (BACHA, 2004). A visão de território vasto a ser explorado
desencadeou, por meio de programas governamentais, a marcha para o oeste em meados
do século XX (SANTOS, 2012), tendo ainda no início do século XXI reflexos na Amazônia
legal na forma de constante pressão desenvolvimentista e sobre seus recursos (SOARES-
FILHO et al., 2005).

O estado de Mato Grosso do Sul, desde antes da sua criação em 1977, quando ainda
pertencia ao Mato Grosso, apresentava sua economia vinculada à extração de produtos
primários e de recursos naturais, sendo que, durante o século XIX, foram explorados os
chamados “ervais nativos”. No século XX as suas florestas foram sendo transformadas em
campos para a pecuária e, a partir da década de 1970, devido ao modelo de ocupação da
fronteira proposto pelos governos militares, iniciou-se o plantio expansivo da cultura de
soja (SILVA & WENCESLAU). Recentemente, muitas destas áreas têm se transformado em
plantios de cana-de-açúcar (AZEVEDO, 2008; VIEIRA JUNIOR et al., 2008).

A ideia da produção a qualquer custo como sinônimo de desenvolvimento


(BARBOSA, 2006) persistiu no Brasil até meados da década de 1970 quando ainda não eram
comuns atitudes efetivas dos governos em relação às questões ambientais. A chamada
“revolução verde” caracterizada pela importação de tecnologias agrícolas não adequadas
para as condições tropicais resultaram no aumento da produtividade, mas com alto custo
social e ambiental (GRAEML, 1996).

A preocupação com as questões ambientais, no Brasil, passou a ser mais evidente a partir
da forte influência dos movimentos ambientalistas ou ecologistas da Europa Ocidental que,

3
progressivamente, se organizaram e, cada vez mais, ganharam espaço na mídia (MOLETTA,
2005), como resultado tornaram-se mais efetivas políticas protecionistas específicas no
sentido de regular o uso da terra e seus recursos incluindo as atividades no âmbito da
recuperação de áreas degradadas, como por exemplo, a Lei de Crimes Ambientais, 9.605 e
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação-SNUC (BRASIL, 2000).

Diferentes terminologias são utilizadas de acordo com o tipo de degradação


ambiental e intervenção a ser efetuada numa determinada área, no entanto, ainda se discute
a finalidade de cada um. O termo Reabilitação está associado à ideia de que a área alterada
deverá ser destinada a uma dada forma de uso do solo, ou seja, trata-se de reaproveitar a
área para outra finalidade (NOFFS et al., 2000), adequada ao uso humano, conduzindo-a a
uma situação alternativa e estável (BARBOSA, 2006). Recuperação é adotado quando a
meta é basicamente recuperar a função da vegetação, como, por exemplo, o controle da
erosão do solo, sem preocupação com a composição florística, enquanto a Restauração
(ou Revegetação) visa ao restabelecimento dos processos naturais que retornarão a
vegetação ao mais próximo possível da sua condição original, requerendo, assim, o uso
exclusivo de espécies nativas (MORAES et al., 2006).

De maneira geral o objetivo destas intervenções consiste em procurar restabelecer


as condições originais do sítio degradado, de forma tal que a estabilidade do ambiente e a
sua sustentabilidade sejam garantidas (TAVARES, 2008). Quando o distúrbio é pequeno e
uma área ainda mantém a possibilidade de regenerar-se naturalmente ou estabilizar-se em
outra condição, utiliza-se o termo Área Perturbada. Neste caso a intervenção para
recuperação pode consistir apenas em iniciar o processo de sucessão (BARBOSA, 2006).
Além disso, é notável a crescente abordagem de recuperação de áreas degradadas como um
processo que deve ser realizado mediante um plano previamente elaborado com objetivos
bem estabelecidos e explicitados (TAVARES, 2008).

A abordagem científica no âmbito das intervenções em áreas degradadas, aliada à


maior conscientização da sociedade para os aspectos ambientais tem avançado nos últimos
anos, culminando na elaboração de modelos assentados sobre três princípios básicos: a
fitogeografia, a fitossociologia e a sucessão secundária (BARBOSA, 2006). Esses modelos
visam contribuir de forma mais eficaz nos estádios de sucessão ecológica, fazendo com
que ocorram em um período menor de tempo ou, em muitos casos, propiciando meios para
que eles possam acontecer (NAPPO et al., 1999; NOFFS et al., 2000; BARBOSA, 2006). A
4
intervenção do homem se faz necessária a fim de estabilizar e reverter os processos de
degradação, acelerando e direcionando a sucessão natural (ENGEL & PARROTTA, 2008)

Existem vários modelos de reflorestamentos utilizados de acordo com os


propósitos. Para fins comerciais normalmente utiliza-se o plantio homogêneo de espécies
exóticas ou nativas com potencial econômico. Normalmente são plantados em linha e em
espaçamentos que garantam as operações de manejo e corte através de máquinas para este
fim. Em boa parte do Brasil o cultivo de Pinus (Pinus sp.) e Eucalipto (Eucalyptus sp.) têm
se consolidado e expandido com o incentivo de um mercado em ascensão. Há também
plantio de exóticas como Teca (Tectona grandis) e nativas da região amazônica como o
Paricá (Schizolobium parahyba) o Mogno (Swietenia macrophylla), dentre outros
(BRIENZA JÚNIOR et al., 2008). Ultimamente têm-se aprimorado técnicas que visam o
consórcio de espécies arbóreas com ou sem fins comerciais com o plantio de lavouras
perenes e/ou criação de gado, sendo chamadas de Agrossilviculturais.

Em áreas de proteção permanente ou onde o objetivo não seja a exploração


comercial e sim a conservação, utiliza-se o plantio heterogêneo de espécies nativas com o
intuito de propiciar as interações entre a fauna e a flora para que a área restaurada esteja o
mais próximo possível de um ambiente estável.

Os níveis de degradação e o que a ocasionou servem de parâmetros para a escolha


da melhor forma de se recuperar um ambiente (NOFFS et al., 2000). Em áreas que sofreram
a remoção dos horizontes superficiais, onde não há um banco de sementes e nem nutrientes
para o estabelecimento de espécies colonizadoras como nos casos de terrenos de mineração
(LIMA, 2012) têm-se utilizado de topsoil (adição de solo superficial) para se restabelecer
condições mínimas de qualidade do solo (MOREIRA, 2004).

O sucesso nas intervenções em áreas degradadas é dependente de muitas variáveis


que envolvem desde a construção participativa de uma resolução estadual de caráter
técnico e orientador para a restauração, como também na execução de práticas de correção
de características edáficas perdidas durante o processo de degradação dos ambientes,
critérios de seleção de espécies a serem utilizadas, produção de mudas, plantio,
acompanhamento e manutenção das plantas, entre outras (BARBOSA, 2006; REIS et al.,
2007; CASAGRANDE & SOARES, 2008; BRANCALION et al., 2010). Neste contexto,
destacam-se genericamente três técnicas básicas (SANTOS JUNIOR, 2006):

5
Regeneração natural - estratégia indicada quando a área apresenta pequeno grau
de perturbação, onde se observa a presença dos processos ecológicos (banco de sementes,
de plântulas, rebrota, chuva de sementes) e há possibilidade de autorrecuperação (BRUEL,
2006; SOARES, 2009; TOMAZI et al., 2010). O simples abandono da área (pousio) pode
propiciar o desenvolvimento de arbustos e árvores que, com o passar dos anos, formarão
uma vegetação com característica de floresta secundária, em que muitas das funções da
floresta primária são parcialmente restabelecidas (WADT et al., 2003).

Plantio direto ou semeadura direta - empregado para áreas de difícil acesso ou


montanhosas, embora não se restrinja a estes casos. Mesmo que o desempenho não seja
satisfatório, este método tem sido recomendado com o objetivo de redução nos custos de
implantação (ARAGÃO, 2009; SANTOS et al., 2012).

Implantação de espécies arbóreas - procedimento que permite pular as etapas


iniciais da sucessão natural plantando-se mudas de espécies arbóreas e arbustivas, num
solo previamente corrigido e preparado. No plantio heterogêneo com espécies nativas
regionais a implantação dos espécimes arbustivo-arbóreos pode ocorrer de forma
simultânea, possibilitando a acomodação tanto de espécies pioneiras, quanto de não-
pioneiras (SANTOS JUNIOR, 2006).

As três técnicas podem ser utilizadas individualmente, dependendo da característica


da área e da degradação à que foi submetida, ou de modo complementar. A implantação de
espécies arbóreas por meio de mudas produzidas em viveiros tem como objetivo não
apenas a recomposição com as espécies plantadas, mas uma forma de garantir os processos
de sucessão ecológica e o enriquecimento da área. A existência de matas ou fragmentos
florestais no entorno garantem, dependendo das condições destes, o enriquecimento
florestal e o aumento da diversidade (NOFFS et al., 2000). Como forma de acelerar este
processo, além do plantio de mudas podem ser adotadas técnicas de nucleação (REIS et al.,
2003; BECHARA, 2006; SOARES, 2009).

O plantio de espécies arbóreas nativas é feito, na maioria dos casos, por meio de
mudas provenientes de viveiros municipais ou particulares de regiões próximas. A
qualidade das mudas é fator determinante no sucesso do desenvolvimento e sobrevivência
das plantas (NEVES et al., 2005) e nem sempre há a disponibilidade de mudas na maioria
dos viveiros (GONÇALVES et al., 2004). O cuidado na produção das mudas deve considerar

6
desde as matrizes que fornecerão as sementes para a produção das mudas (BARBOSA, 2006)
até o tamanho do recipiente e a qualidade do substrato (NEVES et al., 2005).

No âmbito do plantio de mudas, merecem destaque aspectos relacionados ao


diferentes estádios sucessionais das plantas utilizadas e suas respostas durante o
estabelecimento. A recuperação natural de uma área impactada se processa por meio de
sucessivas mudanças na associação de espécies até que o sistema atinja novamente um
equilibro dinâmico, especialmente em termos tróficos, o que é característico de estádios
mais avançados da sucessão (RICKLEFS, 2010). Este processo é chamado de sucessão e
constitui uma parte natural da dinâmica da comunidade. Durante a sucessão, a composição
de espécies da comunidade muda continuamente, bem como a disponibilidade de recursos
como luz, água e nutrientes (ENGEL & PARROTTA, 2008).

De acordo com Ricklefs (2010) a sucessão pode ser caracterizada como primária
pelo estabelecimento e desenvolvimento de comunidades em habitats recentemente
formados ou perturbados anteriormente e destituídos de vida ou secundária pela
regeneração de uma comunidade após uma perturbação.

Nas sucessões secundárias é possível o reconhecimento das fisionomias do


processo de sucessão representadas por espécies particularmente adaptadas, com
habilidades diferentes de crescimento, sobrevivência e reprodução (BRANCALION et al.,
2009). Essas espécies são usualmente classificadas como pioneiras, secundárias iniciais,
secundárias tardias e climácicas, formando os grupos sucessionais (BUDOWSKI, 1965).
Alguns critérios utilizados para as classificações das espécies nos grupos ecológicos são a
velocidade de crescimento, a tolerância à sombra, o tamanho das sementes e frutos
dispersados, a dormência das sementes, a idade da primeira reprodução, o tempo de vida,
entre outros (BRANCALION et al., 2009). De um modo geral as espécies pioneiras têm
função cicatrizadora de ambientes perturbados e as climácicas são as espécies finais na
substituição sequencial de espécies na sucessão. Entre esses dois extremos existe um
grande número de espécies com características ou adaptações ecológicas intermediárias
(ARAGÃO, 2009). Porém, não há um consenso em relação à inclusão de certas espécies nos
grupos sucessionais. Segundo Silva et al. (2003), a classificação nos respectivos grupos
ecológicos tem esbarrado em dois fatores primordiais: a) os critérios utilizados diferem
entre autores, o que leva algumas espécies a serem classificadas em grupos distintos; b)
uma espécie, dependendo de sua característica genética, pode responder de forma
7
diferente, diante das condições ambientais ocorrentes em regiões com solos e climas
distintos, uma vez que estas respostas não se dão para um único fator do meio
isoladamente.

A prática de plantio de mudas envolve o emprego em larga escala de espécies


arbóreas pioneiras, uma vez que estas promovem o sombreamento da superfície e o
acúmulo de matéria orgânica e umidade no solo, favorecem a formação de agregados de
outras espécies ao seu redor, servem de poleiros naturais contribuindo para propagar
sementes de fragmentos florestais próximos, funcionando como de elemento promotor do
processo de sucessão primário (REIS et al., 2003; CORTINES et al., 2005; TRES et al., 2007).

O simples plantio de espécies arbóreas por si só pode não ser o suficiente para que
um ambiente degradado possa retornar a uma condição próxima da original. Além do
preparo do terreno por meio da restauração da qualidade do solo empregando-se técnicas
de descompactação mecânica do solo (BECHARA, 2006; NAVE et al., 2009), adubação
(CALGARO et al., 2008), controle de ervas daninhas, insetos e outros predadores (NOFFS et
al., 2000; MORAES et al., 2006), a área deve ser isolada com cercas, principalmente quando
há a possibilidade de pastejo de animais de grande porte, como gado, e precisa ser
constantemente monitorada (ATTANASIO, 2008; CHAER, 2008; TAVARES, 2008).

Uma alternativa de baixo custo para a restauração da qualidade do solo degradado e


no controle da emergência de plantas daninhas é a utilização de espécies arbóreas e
arbustivas da família Fabaceae, conhecidas como leguminosas (FRANCO et al., 1996;
ALVINO, 2006) e de cobertura orgânica morta (OLIVEIRA et al., 2008).

Espécies da família das leguminosas são estratégicas na recuperação de áreas


degradadas devido à sua relação mutualística com as bactérias fixadoras de nitrogênio
atmosférico. Essas espécies, quando associadas a fungos micorrízicos, propiciam melhor
aproveitamento do fósforo e outros nutrientes do solo (FRANCO et al., 1992). Em áreas
onde o impacto de atividades mineradoras foi extremo, a introdução de leguminosas
arbóreas e arbustivas contribui para o enriquecimento do solo e o desenvolvimento de
outras espécies arbóreas (FRANCO et al., 1996; FERREIRA et al., 2007; LIMA, 2012) . Em
plantios mistos utilizando leguminosas é possível verificar alterações tanto nos teores de
nutrientes do solo com incrementos significativos de pH e de cátions trocáveis

8
(NASCIMENTO et al., 2003) como também o mais rápido acúmulo de biomassa, crescimento
e cobertura do dossel (SIDDIQUE et al., 2008).

Uma leguminosa arbustiva que tem sido utilizada em plantios mistos para a
recuperação de áreas degradadas é Sesbania virgata (Cav.) Pers. (COUTINHO et al., 2005),
uma arvoreta leguminosa com flores amarelas, de até 6 m de altura, 25 cm de diâmetro na
altura do peito e 5 m de diâmetro de copa, nativa ou espontânea de vários pontos do Brasil,
principalmente em vegetações ciliares pioneiras, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. A
espécie tem vida curta (não mais que 8 anos), apresenta capacidades moderadas de
competir com gramíneas e rebrotar da cepa após corte ou fogo, desenvolve-se naturalmente
em terrenos úmidos e associa-se com Rhizobium (CARPANEZZI & FOWLER, 1997).

A cobertura morta é feita com materiais orgânicos de diversas origens, sendo mais
comumente utilizados os restos vegetais de roçadas, onde são incluídos como adubos
verdes, restos de culturas comerciais, produto de capineiras, instaladas com esta finalidade,
resíduos industriais diversos e vários outros resíduos orgânicos, inclusive lonas plásticas
fabricadas para este fim (LOURENÇO & MEDRADO, 1998).

O uso da cobertura morta é importante no controle da erosão e contribui para a


conservação da água, a diminuição da amplitude de variação da temperatura do solo, a
estabilização da matéria orgânica no solo e o aumento da atividade microbiana no solo,
além da redução da infestação de ervas daninhas (OLIVEIRA, 2005; ALVINO, 2006;
SEDIYAMA et al., 2010).

Um produto que pode ser utilizado como cobertura morta é o bagaço de cana-de-
açúcar. No Mato Grosso do Sul os plantios de cana-de-açúcar têm aumentado
consideravelmente com a instalação de usinas para a produção de álcool e açúcar
(AZEVEDO, 2008; VIEIRA JUNIOR et al., 2008). Durante os processos de produção são
gerados resíduos que, quando não reutilizados podem causar impactos ambientais, entre
esses resíduos estão: bagaço, torta de filtro, vinhaça, levedura seca e óleo fusel
(MENEGUETTI et al., 2010; MEZAROBA et al., 2010).

O bagaço representa o maior resíduo sólido gerado, pois para cada tonelada de
cana-de-açúcar processada são gerados entre 250 e 320 kg (COSTA & BOCCHI, 2012) de
bagaço. Durante muito tempo o bagaço foi um problema para as usinas, mas hoje tem sido
utilizado, na sua grande maioria, para a geração de energia (SILVA et al., 2010; COSTA &
9
BOCCHI, 2012). No entanto, de acordo com Costa & Bocchi (2012), o aproveitamento de
todo potencial energético do bagaço está longe do ideal, muito por conta do uso apenas de
parte da produção de bagaço e do desperdício de energia com as tecnologias intermediárias
e obsoletas apresentadas pelas termoelétricas das usinas.

Mesmo com a queima do bagaço para a geração de energia necessária para


demanda da usina e a comercialização do bagaço in natura, há um excedente que nem
sempre é utilizado ou descartado corretamente. Segundo Silva et al. (2010), 28% do
bagaço gerado no Paraná formam pilhas e abarrotam os pátios das usinas, fermentam com
rapidez e adquirem características inflamáveis, o que implica na necessidade de
alternativas para o melhor aproveitamento dos resíduos desta cadeia produtiva.

O bagaço de cana-de-açúcar pode ser empregado como substrato para a produção


de mudas (HOPPE, 2004; COUTINHO et al., 2005) e também como matéria orgânica morta
de cobertura no cultivo de diversas culturas como hortaliças (PUIATTI et al., 2004;
OLIVEIRA et al., 2008; SEDIYAMA et al., 2009) e erva-mate (LOURENÇO & MEDRADO,
1998). De acordo com Sediyama et al. (2010), a deposição do bagaço de cana-de-açúcar
nas plantas contribui para o controle de ervas daninhas.

O controle de ervas daninhas precisa ser periódico de acordo com a incidência e


pode ser efetuada por meio de roçadas, capinas mecânicas ou mesmo químicas (NAPPO et
al., 1999). De igual modo há a necessidade de monitoramento e controle de formigas
cortadeiras que contribuem para um aumento na mortalidade das mudas afetando
comprometendo o sucesso da restauração (CAPECHE et al., 2008; CHAER, 2008). O controle
de formigas tem sido efetuado por meio de produtos químicos em pó ou com iscas
granuladas (ATTANASIO, 2008). Há também várias técnicas sugeridas que não utilizam
produtos químicos como: barreiras mecânicas, uso de plantas com ação repelente (POTT &
POTT, 2002; NAVE et al., 2009) ou compostos homeopáticos (GIESEL et al., 2007). Porém
nem sempre é possível a utilização desses mecanismos que, dependendo do tamanho da
área e da quantidade de formigueiros, tornam-se inviáveis ou pouco eficazes.

Além do emprego adequado das técnicas e práticas de plantio, a avaliação do


desenvolvimento é fundamental para a determinação do sucesso na intervenção. Neste
sentido, o acompanhamento das taxas de crescimento e mortalidade das plantas bem como

10
de técnicas de avaliação do estado fisiológico como a fluorescência da clorofila a e a
condutância estomática são importantes.

11
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17
CAPÍTULO 2

TÍTULO: Desenvolvimento inicial de espécies arbóreas em modelos


heterogêneos de recuperação de área degradada.

INTRODUÇÃO

A recuperação de um ambiente degradado pode ser efetuada empregando-se


diversas metodologias como a condução da regeneração natural com o abandono e
isolamento da área com a finalidade de permitir os processos sucessionais (TAVARES,
2008), o plantio de sementes ou enriquecimento com mudas de espécies arbóreas nativas.
Sendo o último indicado para a recomposição de áreas que sofreram um impacto tal que
não permite a resiliência em curto prazo ou quando se pretende pular a etapa de sucessão
primária e obter resultados mais rapidamente (BARBOSA, 2006; MORAES et al., 2006;
BALIEIRO & TAVARES, 2008).

O plantio de mudas, para que a recomposição seja bem conduzida, deve atender
alguns pré-requisitos básicos em relação à quantidade de espécies e qualidade das mudas
(BRANCALION et al., 2009). O número de espécies varia de acordo com o grupo sucessional
e o tamanho da área a ser recuperada (BRANCALION et al., 2010). É importante que se
considere ou que se efetuem levantamentos florísticos com a finalidade de se determinar a
frequência e a importância das espécies presentes em fragmentos florestais no entorno da
área a ser recuperada (ISERNHAGEN et al., 2009). As árvores matrizes, que fornecerão as
sementes para a produção das mudas, devem atender a um número mínimo e não devem
estar muito distantes da área onde serão implantadas (SANTOS JUNIOR, 2006; SCREMIN-
DIAS et al., 2006a; SHIMIZU, 2007).

As diversas etapas de produção de mudas podem gerar algum tipo de estresse nas
plantas. O estresse, segundo Larcher (2000), é considerado como um desvio significativo
das condições ótimas para a vida que induz a mudanças e respostas em todos os níveis
funcionais do organismo. Essas alterações podem ser reversíveis ou permanentes. Mesmo
se uma condição de estresse é somente temporária, a vitalidade da planta toma-se cada vez
menor conforme a duração do estresse e, quando o limite de capacidade de ajuste da planta

18
é alcançado, os distúrbios que antes não se manifestavam aparecem na forma de doenças
crônicas ou injúrias irreversíveis.

A mudança das plantas da condição de viveiro para o campo ocasiona o estresse de


plantio (SOUTH & ZWOLINSKI, 1996). As respostas das plantas a essa condição pode ser
determinada por meio de processos adaptativos (resistência determinada, adquirida por
processos de seleção durante muitas gerações) e/ou pela aclimatação (tolerância aumentada
como consequência de exposição anterior ao estresse). Em ambas exercerão forte
influência fatores abióticos como umidade, temperatura, recursos hídricos, radiação e
características físico-químicas do solo; e fatores bióticos como a presença ou ausência de
microrganismos, predadores e a competição com outras espécies vegetais (LARCHER,
2000).

Após o plantio, o estabelecimento e o desenvolvimento das plantas no campo


podem ser influenciados por diversos fatores. Além das condições físico-químicas do solo,
a presença de microrganismos, animais e outras espécies vegetais podem contribuir de
forma positiva ou negativa. Dentre as espécies vegetais que podem contribuir para o
desenvolvimento de outras espécies destacam-se as leguminosas. Estas têm sido
amplamente estudadas e utilizadas devido à sua capacidade de simbiose com
microrganismos fixadores de Nitrogênio atmosférico (FRANCO et al., 1996), sendo
recomendadas para as fases iniciais de sucessão em solos pobres em nutrientes
(NASCIMENTO et al., 2003; FERREIRA et al., 2007) ou em conjunto com outras espécies para
favorecer o desenvolvimento destas (FRANCO et al., 2003).

Outra técnica utilizada para melhorar a qualidade do solo e o desenvolvimento é o


uso de cobertura orgânica morta (mulch) de diversas fontes (LOURENÇO & MEDRADO,
1998; PUIATTI et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2008; SEDIYAMA et al., 2011). Além do
aumento da matéria orgânica do solo e da solubilização de alguns metais essenciais ou
tóxicos às plantas (LOURENÇO & MEDRADO, 1998), a cobertura contribui para a
manutenção da umidade, atenuação das variações bruscas de temperatura do solo e
diminuição dos processos erosivos (CAPECHE et al., 2008), podendo ainda retardar ou
impedir o desenvolvimento de plântulas de plantas daninhas pela liberação de compostos
alelopáticos (PIRES & OLIVEIRA, 2011). Dentre as coberturas utilizadas, o bagaço de cana-
de-açúcar mostra-se com grande potencial de utilização no Mato Grosso do Sul devido ao

19
aumento da atividade de produção de álcool e açúcar a partir da cana-de-açúcar (AZEVEDO,
2008).

Os estresses ambientais e injúrias sofridas pelas plantas podem causar danos no


aparelho fotossintético destas. Um método sensível, eficiente, rápido e não destrutivo
capaz de detectar com segurança e confiabilidade esses efeitos é a análise da fluorescência
da clorofila a (YUSUF et al., 2010). Esse método baseia-se no fato das moléculas de
clorofila alterarem temporariamente as suas configurações eletrônicas, passando do estado
basal para o estado excitado quando absorvem a energia luminosa. Como esse estado é
muito instável com duração aproximada de 10-8s, os pigmentos fotossintéticos dissipam a
energia dos fótons por três vias: fotoquímica, fluorescência e não-fotoquímica
(CAMPOSTRINI, 1997).

Fluorímetros portáteis podem ser utilizados para induzir a fluorescência da clorofila


que podem ser estimadas por meio das características de detecção dos sinais de
fluorescência emitidos (LAZÁR, 2006). Normalmente ocorre um rápido aumento da
fluorescência partindo de um nível basal (F0) a um nível máximo conhecido como
fluorescência máxima (Fm). A diferença entre os níveis forma a curva de fluorescência
obtida após incidência de luz branca saturante (LICHTENTHALER et al., 1998).

Além de detectar os danos, os parâmetros de fluorescência da clorofila a são


frequentemente utilizados como indicadores para medir a resposta das plantas aos estresses
abióticos (PANDA et al., 2006). Danos irreversíveis para a planta podem ocorrer quando há
um excesso na capacidade fotoquímica decorrente do desalinhamento do balanço entre a
absorção e a utilização da energia luminosa. Esses danos são minimizados expondo
gradativamente as plantas à ambientes com maior iluminação antes do plantio (WALTERS,
2005).

O controle dos processos vitais da planta está relacionado à atividade dos estômatos
que apresentam variações de acordo com as diferenças de potencial de água na folha que,
por sua vez, dependem da interação de diversos fatores ambientais (RODRIGUES et al.,
2011). Em determinadas condições, a abertura ou fechamento dos estômatos que, regulam
as trocas gasosas entre a planta e a atmosfera, são dirigidos pelo conteúdo de água no solo
disponível ao sistema radicular, sendo frequentemente utilizada como indicador de déficit
hídrico (MCDERMITT, 1990).

20
Um importante mecanismo fisiológico que as plantas terrestres vasculares possuem
para o controle da transpiração é a condutância estomática (JARVIS & MCNAUGHTON,
1986) que é controlada pela turgidez das células-guarda, que regulam a abertura ou
fechamento dos estômatos, na qual as plantas limitam suas perdas de água. Assim, a
deficiência hídrica resulta na redução da condutância estomática que atua evitando a perda
excessiva de água pela transpiração (TONELLO & TEIXEIRA FILHO, 2012). As respostas
estomáticas são bastante variáveis, não apenas entre as espécies, que apresentam
estratégias de sobrevivência variadas, mas entre indivíduos de uma mesma espécie, devido
à localização dos galhos nas árvores, das folhas nos galhos, e dos estômatos nas folhas
(LARCHER, 2000). A condutância estomática varia também em um mesmo indivíduo
durante o dia: geralmente são observados maiores valores pela manhã e valores reduzidos à
tarde (KALLARACKAL & SOMEN, 1997).

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia do uso do bagaço de cana-
de-açúcar empregado como cobertura orgânica morta, associado à leguminosa arbustiva
Sesbania virgata, sobre o desenvolvimento de espécies arbóreas nativas implantadas em
modelo de recuperação de áreas degradadas. Para tanto, são discutidos os parâmetros de
crescimento e sobrevivência das plantas, bem como aspectos fisiológicos pela técnica de
fluorescência da clorofila a e condutância estomática.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área destinada à Reserva Legal da UEMS com


total de 21.150 m2, dos quais foram utilizados 2.604 m2 para este experimento. A mesma
tem como ponto central as coordenadas S 22º 11' 55,4" e W 54º 55' 54,3" e altitude de 459
m, no município de Dourados – MS (Figura 1). Historicamente a fitofisionomia dominante
na área tratava-se de Floresta Estacional Semidecidual com ecossistemas associados a
fragmentos de cerrado e de savana (SCIAMARELLI, 2004). O solo é classificado como
Latossolo Vermelho Distroférrico e o clima predominante, segundo a classificação de
Köppen, é do tipo Aw, que se caracteriza por ser tropical úmido, com estação chuvosa
concentrada no verão e seca no inverno.

A temperatura média anual fica em torno dos 22,5° C, com máximas médias em
torno de 29,4° C e mínimas médias em torno dos 17,4º C. Com temperatura máxima de

21
40,7 °C e mínima de -1,9° C e índice pluviométrico médio anual de 1.460 mm, com
mediana mínima anual de 35 mm no mês de julho (EMBRAPA, 2012).

O preparo da área de plantio foi efetuado com a roçada mecânica e abertura das
covas com perfuratriz acoplada a um trator. A profundidade da cova foi de
aproximadamente 40 cm e diâmetro de 160 mm com coroamento em formato côncavo com
70 cm de diâmetro e 10 cm de profundidade efetuado pelos discos adjacentes à broca. O
espaçamento utilizado foi de 2 x 2 m entre as mudas para todo o experimento deixando um
metro de bordadura nos extremos da área. Foram plantadas inicialmente 600 mudas das
quais 528 pertenciam a 24 espécies e

22
Figura 1 – Área total da UEMS com a Reserva Legal (hachurada em verde) e parcelas do
experimento (Quadrados dentro da área hachurada).

72 mudas a outras espécies não identificadas previamente. A profundidade de plantio foi


equivalente à altura do recipiente da muda, preenchendo com o próprio solo retirado pela
perfuratriz até que a profundidade fosse tal que o coleto da muda estivesse rente ao solo.
As mudas utilizadas estavam em diferentes tipos de recipientes como tubetes e sacos
plásticos de tamanhos variados, diferentes tamanhos e idades e de quatro origens: Escola
Agrícola de Dourados, Viveiro da UEMS, Escola Família Agrícola de Itaquiraí e Viveiro
Municipal de Mundo Novo.

Para minimizar os efeitos do recipiente e da origem das mudas sobre os tratamentos


o plantio foi efetuado distribuindo-se equitativamente as plantas entre as parcelas de modo
que cada parcela recebeu a mesma quantidade de mudas nas mesmas condições que as

23
demais. Nos casos em que a disponibilidade não permitiu múltiplos de seis, a distribuição
foi efetuada de modo que a diferença entre as parcelas para a mesma espécie não fosse
maior que um indivíduo.

A partir das informações dos viveiros e das características morfológicas, as mudas


foram classificadas de acordo com a literatura em dois grupos sucessionais: Pioneiras (P) e
não-pioneiras (NP). Após essa classificação foi efetuada a distribuição das plantas entre as
parcelas em proporções iguais e de forma intercalada entre pioneiras e não-pioneiras.

Foi efetuada a adubação superficial cinco dias após o plantio composta de esterco
bovino, torta de mamona, farinha de osso e adubo químico NPK 4:14:8. Cada muda
recebeu uma porção aproximada de 500g composta por 300g de terra, 192g de esterco, 5g
de NPK, 2g de torta de mamona e 1g de farinha de osso.

Nos quinze dias que sucederam ao plantio não choveu na região de Dourados
(Figura 2) e a rega das mudas foi efetuada neste período. Dois dias após o plantio ocorreu a
primeira rega seguindo-se mais cinco em dias alternados. No dia 30/11 houve uma chuva
de 35 mm e as regas foram efetuadas novamente nos dias 3, 6 e 9/01/2012. Com o
estabelecimento das mudas e a volta de chuvas periódicas não foram efetuadas regas nos
meses seguintes.

40
340
38
320 36
300 34
280 32
260 30
Precipitação mensal (mm)

240 28
26
220
24
200
Temperatura

22
180 20
160 18
140 16
120 14
100 12
10
80
8
60
6 Precip.
40 4 Temp.
20 2 Max
Min
0 0
dez/11 fev/12 abr/12 jun/12 ago/12 out/12 dez/12
Figura 2 – Precipitação média mensal e temperatura
A (ºC) entre Nov/2011 e Dez/2012 em
Dourados-MS. (Fonte: Embrapa)

24
O delineamento experimental consistiu em 6 parcelas (Figura 3) separadas nos
tratamentos: C – Controle (sem nenhuma intervenção de cobertura ou associação com
plantio de S. virgata); L – Leguminosa (sem cobertura com plantio de S. virgata); B –
Bagaço (com bagaço de cana-de-açúcar como cobertura) e BL – Bagaço/Leguminosa (com
bagaço de cana-de-açúcar como cobertura e plantio de S. virgata).

16 13 23 6 8 19 23 14 16 17 13 6 19 3 22 8 23 12 5 16

14 22 13 11 15 12 13 6 13 18 10 7 10 12 12 22 8 20 18 9

12 6 11 5 8 19 23 7 23 22 4 23 15 18 13 1 15 23 13 12

3 10 15 18 6 23 6 3 21 18 19 14 10 20 11 19 23 9 10 4

23 7 12 15 18 20 18 19 11 6 15 3 4 18 20 19 6 23 4 23

19 1 4 10 13
P1
18 6 15 4 3 10 19 3 21
P2
6 6 8 19 3 4

3 5 23 5 8 9 10 14 10 4 15 12 6 1 19 18 14 23 15 18

12 23 17 8 4 2 9 13 2 20 6 6 13 14 17 13 11 13 8 7

22 7 15 19 18 20 13 12 1 22 16 15 7 6 15 18 12 2 17 11

20 10 14 22 15 18 4 3 15 20 14 4 14 13 3 5 10 20 18 5

6 3 19 9 14 23 15 17 19 5 16 4 10 14 18 6 12 13 3 15

3 4 8 19 1 4 10 13 12 6 4 10 7 11 14 20 8 10 9 18

15 10 20 18 14 19 13 19 15 12 12 20 15 12 11 15 3 17 19 6

11 6 22 13 11 15 23 12 12 4 7 19 21 2 4 22 6 3 17 8

3 17 5 3 20 10 5 12 3 6 4 15 18 13 3 14 11 6 22 5

18 20 10 19
P3
23 6 3 7 2 13 7 19 13 11
P4
15 1 14 23 4 18

4 8 14 10 15 23 19 8 13 15 8 3 2 3 18 7 23 13 22 14

20 22 22 14 10 10 18 13 7 6 15 18 13 10 19 18 13 23 13 23

20 18 10 8 6 18 4 12 7 9 9 6 12 13 12 6 10 13 10 20

16 13 23 19 8 14 11 15 6 16 7 19 6 1 6 18 15 23 5 16

6 23 20 3 6 5 15 8 6 20 22 20 10 9 2 20 23 7 23 8

5 14 8 15 12 17 10 4 4 7 17 6 19 14 12 5 21 18 6 23

15 5 19 2 4 15 4 13 15 19 15 19 13 19 6 4 23 6 17 20

8 14 11 15 19 3 10 3 6 4 14 15 4 5 12 5 13 12 6 10

15 19 20 23 9 10 12 10 7 14 19 3 12 15 13 6 10 13 23 20

19 6 3 9
P5
23 1 10 2 18 12 13 1 15 13
P6
12 6 14 23 19 23

13 10 20 11 13 11 10 18 14 13 3 19 10 4 3 13 2 4 11 20

8 21 12 22 23 22 12 13 19 7 19 18 9 10 19 22 13 18 3 1

19 12 17 18 6 23 19 18 12 19 8 15 8 6 18 13 23 4 18 7

16 15 18 6 10 13 3 7 1 6 6 11 15 23 15 10 14 8 7 16

Figura 3 – Distribuição dos tratamentos entre as parcelas P1 e P4 (B – Bagaço), P2 e P3 (BL –


Bagaço + Leguminosa), P5 (Controle) e P6 (Leguminosa).

25
Após três meses foram plantadas, entre as mudas das espécies arbóreas nativas, 135
mudas da leguminosa herbácea Sesbania virgata (Cav.) Pers., como espécie funcional
repositora de Nitrogênio no solo. Foram distribuídas em três parcelas (P2, P3 e P6)
intercalando entre as linhas de plantio de forma alternada.

A deposição do bagaço-de-cana foi efetuada no início de julho em quatro parcelas


(P1, P2, P3 e P4), sendo que cada planta recebeu um volume de 15 litros
(aproximadamente 1,5 kg) distribuídos em camada de a 3 cm de altura e raio de 40 cm
desde o caule.

Ao longo do experimento foram efetuadas roçadas para controlar plantas daninhas


de acordo com a incidência. As formigas cortadeiras foram monitoradas e controladas com
a deposição de iscas granuladas nos trilhos e próximas aos olheiros dos ninhos sempre que
eram observados vestígios de forrageamento.

 Análise química do solo

A composição química do solo (Tabela 1) foi avaliada utilizando as amostras de


solo extraídas das camadas 0 - 20 cm, coletadas em 3 pontos de uma área adjacente que
não sofreu nenhuma interferência no período do experimento servindo como testemunha.
Foram retirados previamente cinco centímetros superficiais de solo para evitar material
orgânico bruto da superfície. O foi homogeneizado e encaminhado para a análise
laboratorial dos teores de nutrientes e pH realizada no Laboratório Central de Análises
Ltda. - Solanálise, Cascavel, PR. A análise granulométricas revelou 20% de areia, 17,5%
de silte e 62,5% de argila.

Tabela 1 – Caracterização química do solo na camada se 0 à 20 cm da área de estudo, Dourados,


MS.

S
(soma
pH H+ das T V (Sat.
(CaCl2) C MO Ca Mg K Al Al bases) (CTC) P Fe Mn Cu Zn Bases)
g/dm3 Cmolc /dm3 mg/dm3 %
5 18.1 31.2 4.9 1.7 0.3 0.09 5.3 6.8 12.2 8.06 31 24.6 11 1.5 53.3

 Coleta dos dados

A taxa de sobrevivência foi avaliada trimestralmente subtraindo a quantidade de


plantas mortas da quantidade inicial e, em seguida, dividindo o resultado pela quantidade

26
inicial multiplicado por cem. O cálculo foi efetuado para cada espécie, grupo sucessional e
tratamento.

O desenvolvimento das espécies foi avaliado utilizando dados quantitativos (altura


e diâmetro) e qualitativos (sintomática geral). As medidas de diâmetro e altura foram
efetuadas seis, nove e doze meses após o plantio. O valor do diâmetro (milímetros) de cada
planta foi obtido com um paquímetro digital medindo-se o diâmetro à altura do solo (DAS)
e a altura com uma régua graduada (centímetros) medindo-se do solo até a máxima altura
alcançada pelo meristema apical das plantas. Para o cálculo da taxa de crescimento foi
utilizada a metodologia adotada por Silva (2007) na qual os valores eram igualados às
medições anteriores quando o valor da variável (altura ou diâmetro) ao final do período era
menor que o valor no início, devido à morte do ponteiro, corte na roçada ou erros de
medição, com este procedimento o crescimento assume nestas circunstancias o valor zero
evitando-se valores negativos.

A sintomática geral das plantas foi obtida mensalmente observando o vigor


aparente das mesmas e atribuindo-lhes valores de acordo com a condição apresentada por
cada uma, com base nos seguintes critérios: 1. Muito Alto Vigor (MAV) - foi atribuído o
valor 01 (um) para as plantas que no período de leitura, estavam bem estabelecidas, com
folhas verdes e sem sinais aparentes de deficiência ou estresse de plantio; 2. Com Alto
Vigor (AV) foi atribuído o valor 02 (dois) para as plantas que estavam bem estabelecidas,
mas com algum tipo sinal de estresse, expresso na forma de queda ou clorose nas folhas
causadas por diferentes agentes estressores; 3. Com Vigor (V) foi atribuído o valor 03
(três) às plantas aparentando sinais de estresse, mas com rebrota; 4. Baixo Vigor (BV) foi
atribuído o valor 04 (quatro) às plantas com necrose ou perda total da parte aérea ou
considerada morta na leitura anterior, mas que no ato da nova observação apresentava
brotamento. 5. Muito Baixo Vigor (MBV), foi atribuído nota 05 para plantas que estavam
mortas ou sem folhas, aparentemente mortas, mas com potencial para rebrota; 6. Sem
Vigor (SV) foi atribuído nota 06 (seis) às plantas mortas, sem condições de regeneração ou
rebrota.

Os valores obtidos mensalmente para o estabelecimento da sintomática geral foram


utilizados para complementar as informações de sobrevivência das plantas avaliadas
trimestralmente e gerar dados mais seguros. Com isto, plantas que estavam aparentemente
mortas e que receberam nota 05 na avaliação de vigor, foram consideradas mortas na
27
avaliação de sobrevivência quando nas avaliações dos meses seguintes não apresentaram
rebrota ou efetivamente morreram.

 Fluorescência da clorofila

Para se avaliar as possíveis alterações no estado fisiológico das plantas pelos


diferentes tratamentos foram efetuadas as leituras de fluorescência da clorofila a de folhas
das plantas de Genipa americana (Jenipapo), escolhida como espécies indicadora devido à
aparente suscetibilidade às variações das condições experimentais no plantio, e
Myracrodruon urundeuva (Aroeira).

As leituras de fluorescência foram tomadas entre 9 e 10 horas da manhã a partir de


folhas completamente diferenciadas pré-adaptadas no escuro por 30 min com o auxílio de
pinças (leaf clips), as mesmas foram submetidas a um pulso de 1.500 μmol m-2.s-1 durante
1s, utilizando um Sistema de Análise para Fluorescência da Clorofila (PEA) Handy Pea
Hansatech, por meio do qual foram obtidos os parâmetros instantâneos, por fluxo
energético fenomenológico, bem como dados para a avaliação da cinética de fluorescência
(STRASSER et al., 2004).

Cada sessão de leitura foi realizada em dezoito plantas sendo três de cada parcela.
Em cada dia houve três sessões de leituras em intervalos aproximados de meia hora
totalizando 54 leituras diárias. Para a obtenção dos dados referentes a uma semana foram
repetidas as sessões em três dias totalizando 162 leituras. Esse procedimento foi realizado
durante quatro semanas, a primeira no final de junho e as seguintes no mês de julho. A
primeira semana de leituras aconteceu antes da deposição do bagaço de cana e as demais
semanas de leituras após a deposição do bagaço nas parcelas 1, 2, 3 e 4.

 Condutância estomática

As leituras de condutância estomática foram efetuadas considerando a


disponibilidade de folhas sadias em exemplares presentes nas seis parcelas, dessa forma, as
espécies selecionadas foram: Myracrodruon urundeuva Allemão (Aroeira), Psidium
guajava L (Goiaba), Tabernaemontana hystrix Steud. (Leiteiro), Guazuma ulmifolia Lam.
(Mutambo), Eugenia uniflora L. (Pitanga) e Croton urucurana Baill. (Sangra d’água). Em
cada planta foram efetuadas leituras em três ou mais folhas, de acordo com a
disponibilidade entre as 10 e 12 horas da manhã, com auxílio de um porômetro Delta T.

28
 Análise estatística dos dados

Para a análise estatística dos dados, empregou-se a Análise de Variância (ANOVA)


1 critério e teste de Tukey para comparação das médias. Para dados que não apresentaram
homogeneidade de variâncias empregou-se o Kruskall Wallis seguidos do teste de Dunn,
com auxílio do programa Bioestat 5.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sintomática geral

O vigor aparente das plantas variou ao longo do primeiro ano de plantio, sendo que
o comportamento das parcelas, com diferentes coberturas, foi semelhante exceto no sétimo
mês do plantio (Figura 4). De maneira geral, houve aumento do vigor nas plantas em todas
as parcelas nos primeiros quatro meses após o plantio (MAP), com maior homogeneidade
entre as parcelas entre o 4º e o 6º (MAP). Apesar da queda acentuada ao 7º MAP, em todas
as parcelas, a avaliação do vigor aparente sugere uma melhora qualitativa das plantas
quando comparadas às condições iniciais no plantio.

Avaliação mensal do vigor das plantas

0,50
1,00
1,50
Vigor (u.a)

B
2,00
2,50 BL

3,00 C
3,50
L
4,00
Figura 4 – Avaliação mensal do estado das plantas nos primeiros doze meses. A seta indica
resposta ao estresse causada pela geada significativo ao teste de Tukey (p<0,01) entre os
tratamentos sem cobertura (L) e com cobertura (B e BL).
Legenda: 1 - Muito Alto Vigor (MAV); 2 - Alto Vigor (AV); 3- Vigor (V); 4 - Baixo Vigor (BV); 5 -
Muito Baixo Vigor (MBV) e 6 - Sem Vigor (SV).

O comportamento ascendente das curvas até o terceiro MAP refletiu o


estabelecimento das plantas no campo, sendo o ajuste máximo alcançado entre o 4º e o 7º

29
mês. Essa estabilidade diminui drasticamente no mês de julho, sete meses após o plantio,
com a deposição da cobertura morta e as baixas temperaturas. Nos meses seguintes as
plantas começam a recuperar o vigor (Figura 4).

Os baixos valores de vigor apresentados pelas plantas no início do plantio está


relacionado com o “estresse de plantio” sofrido pelas mudas nos primeiros meses. Esse
estresse pode ser ocasionado por diversos fatores como o déficit hídrico, as novas
condições de luz, ventilação, umidade relativa, pH do solo, balanço de nutrientes, fatores
bióticos como herbivoria e a própria ação de transplante das mudas que em muitos casos
promove quebra de raízes. Dessa forma, expressam respostas relacionadas à fuga do
estresse (como síntese de compostos anti-oxidantes), ou respostas deletérias associadas a
morte da planta (LARCHER, 2000; MØLLER & KRISTENSEN, 2004).

A análise química do solo não sugere a condição inicial química do mesmo como
fator limitante ao desenvolvimento das plantas, pois os principais condicionantes de
estresse como altos valores de Alumínio, Saturação das bases e baixo valor de pH não
foram constatados na área (Tabela 1).

Ainda que a taxa de mortalidade possa indicar o ajuste das mudas de algumas
espécies no campo, o vigor aparente foi mais eficaz para demonstrar o estresse sofrido
pelas plantas que não tiveram uma taxa de mortalidade alta.

O maior vigor das mudas a partir do 4º mês com tendência à estabilidade também
foi observado por Ceconi (2010). Porém, a autora relata uma taxa de mortalidade crescente
nos primeiros doze meses, sendo zero no primeiro mês chegando a 28,95% após um ano.
Em nosso estudo, a o vigor foi alterado também a partir do mês de julho em função dos
extremos climáticos ocorridos na região. A tendência ascendente das curvas de vigor a
partir do 8º mês explica-se pela rebrota da maioria das plantas atingidas pela geada.

Apesar de algumas espécies terem sido visualmente mais afetadas pelas geadas, não
houve diferenças estatísticas entre elas para esta variável, assim como não houve
diferenças entre os grupos sucessionais. Considerando os tratamentos, as parcelas com
bagaço de cana foram mais afetadas pela geada quando comparadas às parcelas sem
cobertura morta (Figura 4)

30
Vieira et al. (2003) encontrou diferentes níveis de danos provocados por geadas ao
comparar cinco espécies arbóreas na região de Florianópolis, SC. Os autores descreveram
que não houve relação com o grupo sucessional, porém as taxas de sobrevivência e de
rebrota foram proporcionais à média da taxa de plantas com folhas danificadas, ou seja,
morreram as que sofreram maior dano. Resultados semelhantes foram obtidos por Barbosa
et al. (1993), porém os danos causados pela geada não foram proporcionais à mortalidade
para todas as espécies estudadas por esses autores.

O crescimento em diâmetro e altura e a taxa de sobrevivência são comumente


utilizados como parâmetros para avaliar o desenvolvimento das plantas em campo. Porém,
estas variáveis nem sempre fornecem informações robustas das reais condições das plantas
em espaços menores de tempo, sobretudo em períodos em que ocorram interferências por
fatores que afetam o crescimento, como fenômenos climáticos, incidência de pragas ou
ações antrópicas.

A sintomática geral das plantas (Figura 4) foi a única variável sensível o suficiente
para demonstrar a resposta das plantas às geadas e à deposição da matéria orgânica morta
em comparação às variáveis taxa de sobrevivência e os valores de crescimento em
diâmetro e em altura , também discutidos em nosso estudo.

Taxa de sobrevivência

Foram observadas diferenças significativas quando comparadas as taxas de


sobrevivência entre os períodos iniciais e finais de plantio. Nos primeiros meses de
implantação do experimento houve a maior mortalidade de plantas. A frequência de
sobrevivência das plantas reduziu drasticamente nos primeiros três meses após o plantio
(Figura 5). De maneira geral, aos seis meses de plantio, a taxa de mortalidade geral das
espécies aumentou para 39,5% chegando a 44,3% na última avaliação, doze meses após o
plantio.

São consideradas normais, em projetos de recuperação de áreas degradadas, taxas


de sobrevivência próximas de 90% em Florestas Estacionais Semideciduais (ALMEIDA &
SÁNCHEZ, 2005; BELLOTTO et al., 2009) e 80% em áreas de Cerrado (CORRÊA & CARDOSO,
1998). Esses valores nem sempre são facilmente alcançados e podem ser justificados por
diversos fatores intimamente relacionados com as características de cada área. Duboc &

31
Guerrini (2007) consideraram baixa sobrevivência menor que 60% e média entre 61 e 80%
em área de Cerrado.

100 B
Frequência de Sobrevivência (%)
BL
90 C
L
80

70

60

50

0 3 6 9 12
Tempo (meses)

Figura 5 – Frequência de Sobrevivência entre os tratamentos para plantas jovens de espécies


arbóreas nativas implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana
de acucar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).

A taxa de sobrevivência geral das espécies, apesar de baixa (55,7%), está dentro
dos padrões observados em outros trabalhos com características semelhantes a este.
Antunes (2006), em recuperação de solos arenosos finos no sudoeste goiano, verificou uma
taxa de 68,8% de sobrevivência das espécies aos 12 meses, alcançando 56,4% aos dois
anos. Silva (2007) observou aos dez meses 77% de sobrevivência em plantios de
recuperação em áreas degradadas pela mineração. Após 22 meses os sobreviventes
chegaram a pouco mais de 60%. Antezana et al. (2008) observaram 66,6% de
sobrevivência aos dez meses, enquanto Ceconi (2010) observou 71% de sobrevivência
após doze meses em mata ciliar de córrego em Santa Maria-RS.

A alta mortalidade das espécies nos três primeiros meses (37,4%) pode ser atribuída
a diversos fatores dos quais podem ser sugeridos a baixa pluviosidade, predação por
formigas e cupins, a qualidade das mudas, qualidade do solo, competição interespecífica,
entre outros. O fato das mudas terem diferentes origens, idades e tamanhos, se por um lado
contribuem para a maior diversidade genética das plantas utilizadas na recomposição, por
outro lado evidenciam a incerteza de um material com qualidade aceitável (NOFFS et al.,
2000; HOPPE, 2004) consistindo em fator de maior variabilidade nas respostas observadas

32
tanto intra quanto interespecíficas (REIS et al., 2006). De acordo com Hoppe (2004), a
maior ou menor sobrevivência das mudas no campo podem estar relacionadas ao tamanho
da embalagem e ao tipo de substrato, além de depender do clima, da espécie, do solo e de
aspectos sanitários.

Os recipientes mais utilizados ultimamente para a produção das mudas são sacos
plásticos ou tubetes de diferentes volumes, e a escolha de qual deles usar depende de
fatores como custo, finalidade e qualidade das mudas (GONÇALVES et al., 2004). Os
tubetes, apesar de um custo maior em comparação com os sacos plásticos, resultam no uso
de menor área do viveiro e no menor consumo de substrato. Além disso, há maior
economia de mão-de-obra e possibilidade de mecanização das operações com redução dos
custos com transporte, distribuição e plantio (FARIAS, 2006; MORAES et al., 2006). As
sacolas plásticas são recomendadas para espécies de maior porte ou de mudas grandes que
necessitam de uma quantidade maior de substrato, como as utilizadas na arborização
urbana (GONÇALVES et al., 2004).

O tipo e o tamanho do recipiente, bem como o substrato utilizado, influenciam


diretamente na qualidade da muda produzida baseada geralmente em parâmetros
morfológicos como a haste e a região do colo bem espessas, sistema radicular bem
formado e sem enovelamento e aspecto sadio, expresso pela coloração e tamanho das
folhas (SCREMIN-DIAS et al., 2006b). Neves et al. (2005), avaliando diferentes recipientes
na produção de Acacia mearnsii, verificaram a influencia destes no sistema radicular no
campo, tanto no que diz respeito à quantidade de raízes quanto à arquitetura, com a
indução do desenvolvimento de raízes curvadas.

A qualidade da muda influencia na sua sobrevivência no campo, porém a tendência


é de não haver diferenças no crescimento das plantas originarias dos diferentes recipientes
de produção das mudas (KELLER, 2006). Tal fato foi constatado por José et al. (2005) que
aos 250 dias após o plantio não foram constatadas diferenças significativas em altura e
diâmetro do coleto das mudas de Schinus terebinthifolius produzidas em tubetes (50 e 150
mL de capacidade) e sacos plásticos (2250 mL de capacidade). De igual modo, Malavasi &
Malavasi (2006) relatam que o crescimento em altura e diâmetro no campo de mudas de
Cordia trichotoma e Jacaranda micranta resultou em similaridade estatística entre as
originadas de tubetes com diferentes volumes (120, 180 e 300 cm3) ao final de 180 dias
após plantio.
33
Nos estados de São Paulo e Paraná, verifica-se maior know how em programas de
restauração já estabelecidos e uma intensa produção de mudas de espécies arbóreas nativas
em viveiros bem estruturados onde a disponibilidade de mudas dentro de um padrão de
qualidade é evidentemente maior. No Mato Grosso do Sul, ainda não são satisfatórias as
estruturas capazes de amparar ações de plantio de essências nativas em larga escala, sendo
fundamental espelhar-se nas experiências positivas daqueles estados, sobretudo, por
encontrarmos aqui fragmentos de vegetação nativa com integridade suficiente para
fornecer sementes para a produção de mudas com qualidade genética.

A carência de mudas de espécies nativas com variabilidade genética e boas


condições fitossanitárias é um fator limitante nos plantios descritos por outros autores.
Lopes et al. (2009), investigando a capacidade instalada de produção de mudas na região
norte do Estado do Rio de Janeiro, apontam a produção de mudas de espécies arbóreas
nativas com pouca diversidade e variabilidade genética, insuficiente para atender a
demanda local. Os autores alertam para a necessidade de um aporte de recursos públicos
ou privados para o aperfeiçoamento do sistema de produção de mudas que vai desde a
identificação de matrizes e coleta de sementes até a fase final de implantação, gerando uma
maior sensibilização e renda pela atividade de produção de mudas.

Situação semelhante foi descrita por Ceconi (2010) que no Rio Grande do Sul
utilizou mudas de espécies nativas dos viveiros da região produzidas em tubetes de
diferentes tamanhos. Mesmo considerando que o ideal seja a utilização de mudas em
condições relativamente uniformes, isto nem sempre é possível cabendo a opção por
mudas de diferentes tamanhos ou aquelas oriundas de tubetes incompatíveis com as
condições implementadas para cada ação de plantio.

Segundo Moraes et al. (2006), para que as mudas adquiram resistência e possam
sobreviver em condições adversas após o plantio, é feita a rustificação, com cortes graduais
da irrigação nos últimos 15 a 30 dias antes do plantio, movimentação das mudas no
canteiro e poda da parte aérea ou redução de até 2/3 na quantidade de folhas inferiores. Há
que se considerar que as plantas utilizadas neste trabalho foram provenientes de diferentes
viveiros, em diferentes municípios, o que pode gerar além do estresse no transporte,
incerteza quanto à uniformidade na rustificação das mudas.

34
Na época do plantio os índices pluviométricos estiveram abaixo da média (Figura
6). Não ocorreram chuvas nos quinze dias que sucederam o plantio e a média para o mês
de dezembro/2011 foi de 77,6 mm, enquanto a média dos últimos dez anos para o mês de
dezembro foi de 214,2 mm no município de Dourados. A remoção das plantas daninhas foi
efetuada através de roçada mecânica que não impediu a rebrota de plantas competidoras
como Brachiaria sp (braquiária) e Vernonia polyanthes (assa-peixe) em um curto espaço
de tempo.

250

200

150

100 2001/2010
2011/2012
50

Figura 6 – Precipitação média mensal na região de Dourados entre 2001 e 2010 comparadas à
média mensais entre julho/2011 e junho de 2012. Fonte: EMBRAPA

O ataque de formigas cortadeiras, bem como de cupins, também merece destaque


como fator que contribuiu para a maior mortalidade de mudas. Neste caso, ações como a
aplicação de iscas e substituição de plantas infestadas ou mortas é desejável para o sucesso
da ação de restauração, sendo estas as práticas mais efetivas de controle implantadas em
nosso estudo. A utilização de iscas químicas para controle da herbivoria excessiva por
formigas mostrou-se necessária. Na maioria dos trabalhos há relatos de ataques de
formigas cortadeiras, mas nem sempre se tem informações de como o controle foi
efetuado. A aplicação de formicidas em iscas granuladas tem sido a mais utilizada
(ALVINO, 2006; ANTEZANA, 2008; SOARES, 2009; CECONI, 2010) nos plantios tradicionais.
Silva (2007) relata o controle utilizando formicida em pó, pulverizado dentro dos
formigueiros encontrados na área. Já Bechara (2006), utilizando técnicas nucleadoras,
questiona o combate às formigas e sugere que “a disposição das mudas em grupos de
Anderson pode ter potencial na função ecológica de saciação de formigas cortadeiras”.

35
Porém, como menciona o próprio autor, “tal afirmação merece uma análise mais
aprofundada”. Carvalho (2012), avaliando os efeitos da herbivoria em diferentes coberturas
vegetais, observou uma drástica redução na sobrevivência das plantas ocasionada por
formigas cortadeiras. O autor sugere a necessidade de um controle mais efetivo para
garantir a redução nas taxas de mortalidade das plantas. De qualquer modo, o controle da
herbivoria é fundamental para o sucesso nas intervenções de reposição de cobertura
florestal nativa em áreas degradadas tais procedimentos devem ser efetuados nas diferentes
etapas da intervenção, inclusive após o primeiro ano de plantio.

Ferreira et al. (2008) destacaram que a baixa pluviosidade e a escassa irrigação


manual influenciaram em maior grau a mortalidade das espécies, para esses autores a
competição com gramíneas e o ataque de formigas cortadeiras tiveram um impacto menor,
mas não menos importante nas taxas de mortalidade. Além do corte por formigas, Ceconi
(2010) relatou o corte por outros insetos e as geadas intensas como fatores capazes de
afetar a capacidade de brotamento das plantas. No presente estudo a ocorrência de geadas
aliadas a uma estiagem que durou quase três meses, entre junho e setembro, também foram
significativas para explicar a mortalidade de plantas (Figura 2).

Entre os grupos sucessionais não houve diferença entre as taxas de sobrevivência.


Tanto as espécies pioneiras quanto as não-pioneiras apresentaram valores médios próximos
de 55% de sobrevivência após doze meses.

Ferreira et al. (2008) ainda consideraram que a presença de espécies climácicas


tenha influenciado na taxa de sobrevivência das mudas, o que não foi confirmado neste
experimento. Do mesmo modo, Antunes (2006) e Silva (2007) também não encontraram
diferenças na taxa de sobrevivência entre os grupos fitofisionômicos e Aragão (2009), em
projeto de restauração ciliar na Região do Baixo Rio São Francisco, relatou que as espécies
pioneiras e climácicas utilizadas no experimento não apresentaram diferenças
significativas para as características de crescimento avaliadas.

Mesmo que a taxa de mortalidade tenha uma tendência de redução a partir do


terceiro mês, a morte de plantas pode ocorrer ao longo do processo de restauração, uma
vez que o estresse de plantio pode variar de acordo com diversos fatores, sendo o potencial
genético das mudas um dos mais relevantes (NAPPO et al., 1999; HOPPE, 2004; BARBOSA,
2006; SCREMIN-DIAS et al., 2006a). Marcuzzo (2012), após 24 meses de observação,

36
estabeleceu o 21° mês como o ponto crítico, tempo em que a taxa de mortalidade atinge o
seu pico. Silva (2007), num intervalo de 22 meses de observação, relatou não ter havido a
estabilidade da curva de mortalidade.

Já entre as espécies aqui plantadas, foi possível observar taxas variáveis de


sobrevivência. Psidium guajava (95%), Myracrodruon urundeuva (94%) e Handroanthus
heptaphyllus (92%) apresentaram as maiores taxas enquanto Cecropia pachystachya (7%),
Cedrela fissilis (18%) e Inga marginata (21%) apresentaram valores muito abaixo da
média (Anexo 1).

Myracrodruon urundeuva tem sido recomendada para restauração por diversos


pesquisadores devido à sua adaptabilidade em ambientes degradados. Taxas de
sobrevivência acima de 80% nos primeiros doze meses foram relatadas também por Silva
(2007); Melotto et al. (2009a); Venturoli et al. (2011). A alta sobrevivência de Psidium
guajava foi observada por Costa et al. (2010), cujo experimento apresentou 100% de
sobrevivência para a espécie. Wimmer, P. et al. (2009) observaram uma taxa de
sobrevivência de 60%. Os autores consideram o déficit hídrico e a ocorrência de geadas
nos primeiros meses como fatores determinantes para os baixos valores observados. Para
Handroanthus heptaphyllus a taxa de sobrevivência está próxima das encontradas por
Melotto et al. (2009b) Taxas de sobrevivências diferentes são relatadas para Cedrela
fissilis, demonstrando não haver um padrão de estabelecimento das mudas da espécie no
campo. São citadas 40% e 100% (SEIDEL et al., 2009), 80% (WIMMER, P. et al., 2009),
38% (NUNES & SOUZA, 2011) e 25% (MELOTTO et al., 2009a). Porém, para Inga marginata
as taxas de sobrevivência aos doze meses foram elevadas, variando entre 75% (WIMMER,
P. et al., 2009), 93,3% (SILVA & CORRÊA, 2008; POESTER, 2012) e 100% (BRUEL, 2006;
KELLER, 2006).

Espécies pioneiras como Cecropia pachystachya, costumam apresentar uma alta


taxa de sobrevivência sendo recomendadas para a recuperação de áreas degradadas por
diversos autores. Bruel (2006), em área de restauração de Floresta Atlântica no litoral do
Paraná, relata que Cecropia pachystachya e Inga marginata apresentaram as mais altas
taxas de sobrevivência. O autor ainda destaca que as espécies resistiram a um ambiente
com solo compactado e empobrecido e com abundância de gramíneas apesar do pequeno
tamanho que foram levadas ao campo. A taxa máxima de sobrevivência também foi
alcançada por Miranda et al. (2008) com mudas produzidas em viveiro e selecionadas para
37
plantio em Taguatinga, DF e por Aguiar et al. (2011) em Quirinópolis, GO. Porém, valores
diferentes foram encontrados no Mato Grosso do Sul. Seidel et al. (2009), avaliando duas
áreas no município de Bonito, obteve 20% e 75% de sobrevivência. Mancino (2007), no
município de Jardim, relata uma taxa de sobrevivência de 11% aos 13 meses. Como neste
experimento, Mancino (2007) observou que a taxa de mortalidade foi mais alta no início
dos experimentos, especificamente nos três primeiros meses.

A baixa sobrevivência de Cecropia pachystachya observada no presente estudo


pode ser atribuída à qualidade das mudas, porém, cabe destacar que foram utilizadas
mudas provenientes de dois viveiros distintos, com diferentes idades e tamanhos. Mesmo
para mudas de origens diferentes não é possível assegurar a qualidade genética destas por
não se ter um controle quanto ao número de matrizes de origem das sementes. Nem sempre
se consegue obter sementes de indivíduos diferentes e, muitas vezes, os viveiros produzem
mudas meio-irmãs, a partir de apenas um ou poucos indivíduos, o que causa a geração de
mudas com baixa diversidade genética (REIS et al., 2007) e os cruzamentos futuros entre
esses indivíduos podem resultar em descendentes pouco vigorosos e com baixo potencial
de adaptação (BRANCALION et al., 2009).

De acordo com Shimizu (2007), o cruzamento entre indivíduos aparentados


(endogamia) aumenta a probabilidade de se gerar genótipos homozigotos de alelos letais,
semi-letais ou deletérios idênticos por descendência, fator que contribui para a geração de
sementes e mudas inviáveis, já que a maioria das espécies florestais apresenta reprodução
cruzada.

Para produzir mudas com diversidade genética é necessária a obtenção de sementes


de um número considerável de matrizes. Santos Junior (2006), citando vários autores,
sugere um número entre 12 e 15 matrizes, baseado no fato de que a amostragem de 1
indivíduo representa 4 indivíduos em populações naturais. Assim, o tamanho efetivo de
populações estaria entre 48 e 60. Scremin-Dias et al. (2006a) sugerem que o número
mínimo de 12 matrizes seja selecionado a partir de um número não inferior a 20 árvores,
fazendo-se um rodízio entre as árvores a cada coleta. A distância entre as matrizes também
deve ser considerada, assim como matrizes muito próximas podem gerar endogamia,
indivíduos muito distantes entre si podem gerar exogamia, o que compromete o sucesso
reprodutivo das próximas gerações (SHIMIZU, 2007). A distância ideal entre as matrizes

38
ficaria em torno de 100 metros (SCREMIN-DIAS et al., 2006a) ou duas vezes a altura da
árvore (REIS et al., 2007)

Os tratamentos aos três meses, antes do plantio das leguminosas (Sesbânias),


apresentaram valores de sobrevivência diferentes, porém os mesmos não foram
estatisticamente significativos. Aos seis meses, pouco antes da deposição do bagaço-de-
cana, a sobrevivência geral havia diminuído em torno de 4% em relação ao trimestre
anterior. Com a deposição do bagaço-de-cana, a taxa de mortalidade aumentou. Seis meses
após a aplicação, os tratamentos sem bagaço (C e L) apresentam taxas de mortalidade
inferiores a 2%, enquanto os tratamentos com bagaço-de-cana apresentam taxas de 8,2%
(B) e 13,6% (BL) em relação ao número de sobreviventes antes da aplicação (Tabela 2).

Carvalho (2012), analisando a influência de coberturas vegetais em uma área


próxima deste experimento, não encontrou diferenças significativas nas taxas de
sobrevivência entre plantas com e sem cobertura.

Tabela 2 – Taxas de sobrevivência (TS), diâmetro a altura do solo (DAS) e altura (Alt.) das
mudas nos primeiros doze meses.
3 meses 6 meses 9 meses 12 meses
TS DAS Alt. TS DAS Alt. TS DAS Alt. TS DAS Alt.
(%) (mm) (cm) (%) (mm) (cm) (%) (mm) (cm) (%) (mm) (cm)
B 62.5 6.50 31.83 61 7.90 38.61 58 9.65 46.10 56a 13.41 ab 65.37 ab
BL 64 6.47 32.40 62.5 8.06 39.51 58.5 9.99 46.10 54a 14.60 ab 68.96b
C 56 5.67 27.08 52 6.89 31.72 51 8.34 35.16 51a 11.22 a 49.96a
L 67 6.98 31.76 64 8.67 39.34 64 10.83 44.92 63a 15.32 b 72.02b

Silva & Corrêa (2008), utilizando cavaco de madeira como cobertura morta,
relatam uma taxa levemente superior na sobrevivência das espécies, quando comparadas à
tratamentos sem cobertura 18 meses após o plantio. Porém, considerando apenas o período
seco (entre seis e doze meses após o plantio), seus dados demonstram uma taxa de
mortalidade nos tratamentos com cobertura morta (13,9%) superior aos tratamentos sem
cobertura (2,8%). Os dados são semelhantes aos observados neste experimento e sugerem
uma influência negativa da cobertura morta nas plantas no período seco compreendido no
primeiro ano de implantação.

Desenvolvimento inicial (Diâmetro e altura)

Os valores médios das mudas após doze meses foram de 13,8 mm para o diâmetro
do colo e 68,5 cm para a altura. Sete espécies tiveram diâmetro médio do colo superior a
39
20 mm (Anexo 1), com destaque para Cecropia pachystachya (40,5), Enterolobium
contortisiliquun (28,9) e Jacaratia spinosa (27,2). Em relação à altura, média superior a 90
cm foi encontrada em oito espécies. Os maiores valores foram observados em Cecropia
pachystachya (148,3), Enterolobium contortisiliquun (118,8), Guazuma ulmifolia (104,7) e
Anadenanthera columbrina (104,4).

 Entre os grupos sucessionais

Os maiores valores de diâmetro e altura foram observados nas espécies pioneiras,


com exceção de Jaracatia spinosa e Anadenanthera columbrina. Resultados semelhantes
foram observados por Ceconi (2010) que destaca um maior crescimento em altura das
espécies pioneiras Enterolobium contortisiliquun, Luehea divaricata e Schinus
terebinthifolius em seu experimento. Guazuma ulmifolia foi destacada também por Melotto
et al. (2009a) por ter atingido 1,2 m de altura em 12 meses e taxa de sobrevivência de 75%.

Apesar do crescimento descrito para essas espécies, os resultados se contrapõem às


suas taxas de sobrevivência. Espécies que atingiram os valores mais altos de crescimento
tiveram taxas de sobrevivência inferior a 70%. De igual modo, Antunes (2006) constatou
não haver uma correlação numérica entre sobrevivência e parâmetros biométricos finais
para a maioria das espécies por ele estudadas. O autor sugere que a ausência de relações
desses dados com a condição sucessional de cada espécie restringe qualquer possibilidade
de extrapolação de exigências nutricionais a partir da posição de cada espécie em sucessão
ecológica.

 Entre os tratamentos

Houve diferenças significativas na média do diâmetro das mudas apenas entre os


tratamentos C e L. A altura média das plantas ao final dos doze meses foi maior nos
tratamentos com leguminosas (com e sem bagaço-de-cana) em relação ao grupo Controle
(Tabela 2).

A cobertura não influenciou no crescimento das plantas de forma significativa.


Situação semelhante foi observada por Silva & Corrêa (2008) utilizando cavaco de madeira
como cobertura morta em área minerada e por Carvalho (2012) utilizando podas de
espécies arbóreas e de gramíneas como cobertura. Sediyama et al. (2010), avaliando o
efeito da cobertura do solo com bagaço de cana-de-açúcar na produtividade de raízes de

40
beterraba, relata um menor crescimento em altura das plantas quando comparadas ao
tratamento sem cobertura e no solo coberto com palha de café. Os autores sugerem que o
menor crescimento deveu-se à menor concentração de N e à lenta decomposição do
bagaço, que tem alta relação C/N (132/1). De maneira geral, coberturas orgânicas com
relação C/N maior que 30:1 podem causar deficiência de N no solo, pela imobilização
temporária durante o processo de decomposição (ROBINSON, 1988, apud, SEDIYAMA et
al., 2010).

O bagaço de cana-de-açúcar poderia exercer uma influência maior, sobretudo no


aumento da matéria orgânica no solo e na disponibilidade de nutrientes para as plantas se,
ao invés de utilizado como cobertura morta, fosse incorporado ao solo. Essa incorporação
poderia ser efetuada no momento em que ocorresse o revolvimento da camada superficial
durante o processo de descompactação mecânica do solo.

A leguminosa Sesbania virgata pareceu influenciar positivamente no crescimento


em diâmetro quando comparados os tratamentos sem cobertura. A presença de cobertura
morta não influenciou no diâmetro das plantas significativamente (Figura 7). Já para a
variável altura, houve maior crescimento das plantas nos tratamentos com leguminosas
quando comparados aos tratamentos com cobertura (BL) ou sem cobertura (L), sugerindo
que o fornecimento de N pelas leguminosas às plantas não foi influenciado pela presença
do bagaço de cana-de-açúcar (Figura 8).

18
16
14
12
B
10
8 BL
6 C
4 L
2 Média
0

Figura 7 – Diâmetro médio do colo das plantas (mm) para plantas jovens de espécies arbóreas
nativas implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-
açúcar (B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).

41
A influência de Sesbania virgata não pôde ser satisfatoriamente averiguada devido
à alta mortalidade em parte do experimento. Em uma das parcelas houve a predação por
formigas cortadeiras de quase a totalidade das plantas quando estas tinham pouco mais de
dois meses de plantio. Com isto, o fornecimento de N pode não ter ocorrido de forma
significativa, dado o tamanho da área e a idade das plantas.

A predação de Sesbania virgata pela formiga cortadeira Atta sexdens sexdens não
ocorreu durante todo o período nem foi observada ocorrendo ao mesmo tempo que em
outras espécies. De modo geral, não foi perceptível uma preferência das formigas
cortadeiras por uma determinada espécie ou grupo de espécies, sendo predadas com maior
ou menor intensidade em diferentes épocas do ano. Essa preferência foi aparentemente
influenciada pela proximidade das plantas aos olheiros dos formigueiros.

80
70
60
50 B
40 BL
30
C
20
L
10
Média
0

Figura 8 – Altura média das plantas (cm) para plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-açúcar (B);
com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).

Diante da dificuldade em se estabelecer um controle efetivo das formigas e de


identificar os focos antes do início da predação, uma alternativa seria o plantio de espécies
arbustivas comumente atacadas pelas formigas no entorno dos ninhos. A sesbânia poderia
atuar, neste caso, como uma espécie indicadora da atividade dos formigueiros para que
pudesse ser efetuado o controle antes que as espécies arbóreas fossem atacadas.

42
 Impacto da geada

Após a deposição do bagaço-de-cana ocorreu uma geada, seguida de mais duas de


menor intensidade em um intervalo de dez dias. As espécies que sofreram um maior dano
aparente em consequência das geadas foram Genipa americana, Psidium guajava e
Peltophorum dubium. Espécies como Myracrodruon urundeuva, Tabernaemontana hystrix
e Guazuma ulmifolia apresentaram uma resistência maior aos efeitos da geada (Figura 9).
Entre os tratamentos o efeito da geada foi mais percebido onde estava presente o bagaço-
de-cana (Figura 10). As espécies mais suscetíveis às variações de temperatura
apresentaram danos muito maiores se comparadas aos tratamentos sem bagaço.

Segundo Camargo & Igue (1973), a cobertura orgânica morta aumenta os efeitos
das geadas por atuar como um isolante térmico, impedindo o aquecimento do solo durante
o dia e a irradiação do calor do solo à noite. Para que a cobertura morta exerça uma
influência mais positiva para as plantas, recomenda-se a sua aplicação após a fase crítica
de ocorrência de geada (LOURENÇO & MEDRADO, 1998).

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00

Figura 9 – Danos causados pelas geadas em plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo em escala de 0 à 3.

43
1,72 1,72

1,21

0,96

B BL C L

Figura 10 – Danos causados pelas geadas em plantas jovens de espécies arbóreas nativas
implantadas em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana-de-açúcar (B);
com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L) em escala de 0 à 3.

Um dos benefícios ocasionados pela cobertura morta seria a inibição do


desenvolvimento das plantas daninhas. Aparentemente o bagaço de cana-de-açúcar não
contribuiu para a diminuição da emergência dessas plantas. Uma quantidade maior de
bagaço distribuída por toda a área e camadas mais espessas poderiam exercer uma maior
influência no controle das plantas daninhas (CORREIA & DURIGAN, 2004; SEDIYAMA et al.,
2010), seja oferecendo uma barreira física ou por meio da liberação de compostos
alelopáticos (PIRES & OLIVEIRA, 2011).

Fluorescência da Clorofila a

Houve diferenças significativas entre as médias dos parâmetros da fluorescência da


clorofila a (Fm, Fv e PI) avaliados em Genipa americana e (Fo e PI) para Myracrodruon
urundeuva para os tratamentos com bagaço de cana-de-açúcar ou associação com
leguminosas. Em Genipa americana, a fluorescência máxima (Fm) apresentou maior
média para o tratamento B (853,17) e menor para o tratamento L (724,53). Os tratamentos
C e BL não diferiram entre si nem com os demais apresentando valores intermediários.
Para a fluorescência variável (Fv) e o índice de performance (PI), as maiores médias
ocorreram no tratamento com bagaço (507,91 e 0,64) e as menores no tratamento com
leguminosas (386,54 e 0,35). Para Myracrodruon urundeuva as maiores e menores médias
na fluorescência inicial (Fo) ocorreram nos tratamentos C e BL (306,10 e 275,81

44
respectivamente) e no índice de performance (PI), entre os tratamentos BL e B. (2,42 e
1,55, respectivamente) (Tabela 3).

O aumento em Fm isoladamente, não representou, necessariamente, uma resposta


positiva como indicativo do estado fisiológico do PSII para Genipa americana nas
condições testadas. Os maiores valores de Fm e Fv embora estejam relacionados ao maior
Índice de Performance com a aplicação do bagaço, esta não diferiu do controle e não foram
suficientes para elevar a eficiência quântica fotoquímica do PSII; variável que não diferiu
entre os diferentes tratamentos. Jaquetti (2012), estudando os efeitos de diferentes
adubações no crescimento inicial de espécies de leguminosas arbóreas, verificou que em
Dipteryx odorata, as maiores médias de Fm, Fv e PI para esta espécie, ocorreram nos
tratamentos com aplicação de adubação química associada à adubação verde, e as menores
médias ocorreram nos tratamentos sem adubação. A elevação de Fm representa o efeito
máximo de fechamento dos centros de reação do PSII, quando a redução das quinonas é
máxima (BAKER & ROSENQVIST, 2004), no entanto, o aumento dessa variável somente
contribuiria com o aumento da eficiência quântica ou do desempenho fotoquímico das
plantas, caso ocorresse significativa redução da fluorescência inicial (Fo), ou seja, caso os
diferentes tratamentos implicassem em redução no nível de fluorescência quando as
quinonas, aceptores primários de elétrons, estão em seu nível máximo de oxidação (centros
de reação abertos).

Tabela 3 – Fluorescência média da clorofila a em quatro tratamentos: B (com bagaço), BL (com


bagaço e leguminosa), C (Controle) e L (com leguminosa) de Genipa americana (G) e
Myracrodruon urundeuva (M).
Fo Fm Fv Fv/Fm P.I.
Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
(G) B 345.26 76.20 853.17a 314.70 507.91a 294.95 0.55 0.16 0.64a 0.90
(G) BL 332.21 65.34 769.38ab 337.00 437.17ab 311.19 0.50 0.18 0.54ab 0.75
(G) C 335.83 77.71 783.77ab 290.27 447.94ab 258.17 0.52 0.17 0.52ab 0.61
(G) L 337.99 73.80 724.53b 269.81 386.54b 228.99 0.49 0.14 0.35b 0.39
(M) B 284.29ab 45.38 874.82 195.89 590.53 196.65 0.66 0.09 1.55a 1.12
(M) BL 275.81a 33.23 913.48 181.51 637.68 169.57 0.69 0.06 2.42b 1.43
(M) C 306.10b 38.18 926.95 186.90 620.85 167.18 0.66 0.06 1.73ab 0.91
(M) L 275.89ab 33.57 789.50 169.23 513.61 157.43 0.64 0.06 1.58ab 1.01
Médias seguidas de mesma letra em coluna não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5%.
Fo = Fluorescência inicial, Fm = fluorescência máxima, Fv = fluorescência variável, Fv/Fm =
eficiência quântica, PI = índice de performance.

A redução das médias de Fo ocorreu em Myracrodruon urundeuva, no entanto, Fm


não diferiu entre os tratamentos, o que implicou na não variação entre as médias de

45
eficiência fotoquímica em todos os tratamentos, embora tenha influenciado no aumento de
PI. Estes resultados sugerem que para ambas as espécies nenhum dos tratamentos foi
suficientemente eficiente para evitar o estresse de plantio.

Comparando ambas as espécies quanto as médias de Fv/Fm e PI (Figura 11 e


Figura 12), verificou-se que ambas apresentaram respostas distintas em função dos
tratamentos. A eficiência quântica fotoquímica do PSII foi maior em Myracrodruon
urundeuva, no entanto, ambas as espécies apresentaram baixos valores médios para esta
variável.

Os valores de Fv/Fm considerados adequados para plantas em condições normais


de desenvolvimento estão entre 0,75 e 0,85 (BJÖRKMAN & DEMMIG-ADAMS, 1987), ou
seja, os baixos valores para esta variável sugerem condições sub ótimas de
desenvolvimento, em nosso estudo, o estado de estresse de plantio.

Gonçalves et al. (2012) estudando as respostas de plantas de Genipa spruceana


submetidas a diferentes condições de alagamento, descreveram acentuada redução da
Fv/Fm e PI após a submersão total das plantas. Por outro lado, Souza et al. (2010)
estudando as respostas de morte celular programada em plantas de Genipa americana
submetidas a diferentes doses de cádmio, não verificaram variações significativas em
Fv/Fm. Queiroz et al. (2002) verificaram que plantas jovens de aroeira, sob estresse hídrico
moderado apresentam redução na atividade fotossintética relacionada mais à limitação na
condutância estomática do que à danos irreversíveis ao FSII. As respostas ao estresse são
dependentes de variáveis como o tipo de fator, o patrimônio gênico da planta, o tempo de
duração e intensidade do estresse (Larcher, 2000).

Ainda comparando as duas espécies, o melhor desempenho verificado em


Myracrodruon urundeuva no tratamento bagaço de cana-de-açúcar associado com as
leguminosas está próximo dos valores descritos por Percival & Fraser (2001) para
genótipos de Crataegus submetidos ao estresse salínico e por baixa temperatura; também
aos dados obtidos por Appenroth et al. (2001) para Spirodela polyrhiza submetida ao
estresse por cromo. O Índice de Performance (PI) é uma variável que caracteriza o estado
de vigor das plantas reduções nesta variável é descrita como resposta comum às condições
de estresse (Strasser et al., 2000; Silva et al 2011).

46
1.0

0.8

0.6
Fv/Fm (u.a)

0.4

0.2

0.0

B_G BL_G C_G L_G B_A BL_A C_A L_A

Figura 11 – Eficiência Quântica Fotoquímica em plantas jovens de G. americana (G) e M.


urundeuva (A) em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana de açúcar
(B); com bagaço e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).

4
Indice de Performance (a.u)

-1

-2

B_G BL_G C_G L_G B_A BL_A C_A L_A

Figura 12 – Índice de Performance em plantas jovens de G. americana (G) e M. urundeuva (A)


em plantio heterogêneo nas condições: Aplicação do bagaço de cana de açúcar (B); com bagaço
e leguminosa (BL), condição controle (C) e com leguminosa (L).

Analisando a dinâmica de fluorescência da clorofila a (Figura 13) em Genipa


americana, verificou-se que a intensidade de fluorescência variou entre os tratamentos

47
durante as quatro semanas de leitura. Nas leituras anteriores à aplicação do bagaço, a maior
intensidade de fluorescência foi observada no controle, Na segunda leitura (Figura 13B)
observou-se a sobreposição das curvas de todos os tratamentos, ao passo que na terceira e
quarta leitura (Figura 13C e D) o tratamento com bagaço diferenciou-se dos demais,
apresentando a maior intensidade de fluorescência. Na quarta leitura (Figura 13D) com
exceção do tratamento B (Bagaço) destaca-se a redução do comportamento sigmoide das
curvas dos demais tratamentos.

A redução da intensidade e sigmoidicidade das curvas de fluorescência são tratadas como


indicadoras do estado de estresse nas plantas (APPENROTH et al., 2001; PERCIVAL &
FRASER, 2001; ZUSHI et al., 2012). Independentemente dos tratamentos, o estresse de
plantio consiste no fator determinante na redução de ambas as características (Figura 13A),
que apresentaram intensidades bem abaixo das descritas por Gonçalves et al. (2010) para
as espécies nativas Carapa guianensis e Dipteryx odorata submetidas a diferentes
condições de luz. A sobreposição das curvas observado após a aplicação do bagaço (Figura
13B) não pode ser creditado a este tratamento, posto que a elevação na intensidade de
fluorescência nas plantas de Genipa americana ocorreu também no controle e nas parcelas
com leguminosas, logo, tal resposta está mais associada à reação das plantas ao estresse de
plantio. Segundo Larcher (2000) a dinâmica do estresse em plantas envolve uma sucessão
de fases características nas quais a Fase de Alarme, no início do distúrbio é manifestada
como perda de estabilidade de estruturas como a integridade de biomembranas, além de
alterações funcionais com mudanças metabólicas e reduções de processos relacionados à
produção de energia. A Restituição é caracterizada pelos processos de reparo e síntese “de
novo” de substâncias de proteção. As variações nas condições ambientais, além da própria
superação da resistência ao estresse de plantio nos indivíduos de Genipa americana no
campo, provavelmente foram mais efetivos para justificar as quedas de intensidade
observadas ao longo do tempo, embora a aplicação do bagaço sugira a atenuação dos
efeitos do estresse de plantio.

48
1000 1200

A B

Intensidade de Fluorescência (u.a)


Intensidade de Fluorescência (u.a)
800 900

600
600

B B
BL BL
400 C C
300
L L

0.01 0.1 1 10 100 1000 0.01 0.1 1 10 100 1000

Tempo (seg) log Tempo (seg) log

800
C 800
D
Intensidade de Fluorescência (u.a)

Intensidade de Fluorescência (u.a)


600 600

B B
BL BL
400 400
C C
L L

0.01 0.1 1 10 100 1000 0.01 0.1 1 10 100 1000


Tempo (seg) log Tempo (seg) log

Figura 13 – Dinâmica de fluorescência da clorofila a em plantas jovens de G. americana L. antes


da aplicação do bagaço de cana de açúcar (A) e leituras após o emprego de bagaco (B-D), para
os tratamentos B (com bagaço), BL (com bagaço e leguminosa), C (Controle) e L (com
leguminosa)

Condutância estomática

A condutância estomática apresentou diferenças estatísticas em três das seis


espécies avaliadas (Tabela 4). Para Myracrodruon urundeuva, Tabernaemontana hystrix e
Guazuma ulmifolia não houve diferenças entre os tratamentos. Para Eugenia uniflora,
mesmo havendo diferenças significativas entre os tratamentos com bagaço e controle, os
dados foram desconsiderados devido à indisponibilidade de indivíduos com folhas sadias
para um número suficiente de leituras no grupo Controle. As espécies Croton urucurana e
Psidium guajava apresentaram valores diferentes entre os tratamentos, sendo que na
primeira a diferença foi significativa entre os tratamentos BL e L e na segunda entre os
tratamentos com cobertura (B e BL) e sem cobertura (C e L).

Em linhas gerais, os maiores valores de condutância estomática nas espécies


testadas foram observados nos tratamentos B e BL, e os menores nos tratamentos C e L,
estes dados foram concordantes com os dados de Índice de Performance, por outro lado,
contrastam com os de sobrevivência e vigor aparente das plantas.

49
Tabela 4 – Condutância estomática (mmol.m-2s-1) em quatro tratamentos: B (com bagaço de
cana-de-açúcar), BL (com bagaço de cana-de-açúcar e Leguminosa), C (Controle) e L (com
leguminosa).
M. urundeuva P. guajava T. hystrix G. ulmifolia E. uniflora C. urucurana
B 444.67a 364.37a 467.21a 493.90a 92.67a 261.28ab
BL 306.85a 458.21a 532.00a 711.12a 89.75a 304.76a
C 483.54a 90.44 b 603.25a 361.93a 6.42* 307.87ab
L 334.05a 161.43b 474.67a 353.13a 38.78a 177.43b

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Kruskal-
Wallis seguido de Dunn. * Leitura prejudicada pela queima total das folhas causada pelas geadas.

Do mesmo modo que plantas de diferentes espécies apresentaram respostas


diferentes ao estresse no campo (Figura 14), não houve uma relação entre a condutância e
o vigor. Os tratamentos com menor vigor aparente apresentaram valores maiores de
condutância estomática em Psidium guajava e Guazuma ulmifolia e os valores de
condutância estomática em Eugenia uniflora foi maior no tratamento onde as plantas
aparentavam estar com vigor maior. Para essas três espécies a condutância estomática foi
maior nos tratamentos com cobertura morta, enquanto Myracrodruon urundeuva,
Tabernaemontana histrix e Croton urucurana não apresentaram nenhum tipo de relação
entre vigor, tratamento e condutância estomática.

A menor condutância estomática normalmente está associada às respostas ao


estresse, uma vez que, quanto mais efetivo o estresse a resposta imediata da planta consiste
no fechamento dos estômatos (Larcher, 2000), no entanto, nossos resultados indicam que
as respostas fisiológicas de condutância são muito influenciadas pela tolerância da espécie
ao fator de estresse, neste caso, o plantio; gerando incerteza quanto à extrapolação aos
tratamentos utilizados. Consideração semelhante foi realizada por Sousa et al. (2012) que,
estudando o crescimento e respostas fisiológicas de espécies arbóreas em solo salinizado
tratado com corretivos, verificaram que embora a condutância estomática tenha aumentado
em Anadenanthera columbrina e em Myracrodruon urundeuva, após os tratamentos
corretivos, para as demais espécies testadas pelos autores estas variáveis fisiológicas não
apresentaram padrão definido.

50
Myracrodruon urundeuva

0,50
1,00 B
Vigor (u.a)

1,50 BL
2,00 C
2,50 L
3,00
3,50 Total

Psidium guajava
0,50
Vigor (u.a)

1,50
2,50 B
BL
3,50 C
L
4,50 Total

Tabernaemontana hystrix
0,50
Vigor (u.a)

1,50
B
2,50 BL
C
L
3,50 Total

Guazuma ulmifolia
0,50
Vigor (u.a)

1,50
2,50 B
BL
3,50 C
L
4,50 Total

Eugenia uniflora
0,50
1,00
Vigor (u.a)

1,50
B
2,00 BL
C
2,50 L
3,00 Total

Figura 14 – Sintomática das espécies M. urundeuva, P. guajava, T. histrix, G. ulmifolia e E.


uniflora avaliadas mensalmente entre dez/2011 e dez/2012 em Dourados, MS.

51
Parece mais seguro afirmar que considerações sobre a condutância estomática das
espécies nativas implantadas sejam mais profícuas quando restritas a períodos específicos,
como por exemplo, durante os períodos de déficit hídrico ou geadas, como também para se
tecer considerações sobre as respostas fisiológicas das espécies. Para Tonello & Teixeira
Filho (2012) o padrão de transpiração e condutância estomática são afetados pelo déficit
hídrico, de forma que plantas sob estresse apresentam baixas taxas de transpiração e
condutância estomática, mesmo com o aumento da demanda de evaporação. Estes mesmos
autores ainda defendem que espécies de status sucessionais distintos exibem respostas
diferenciais em relação às características fisiológicas.

Em nosso estudo, o ajuste das respostas fisiológicas em função do estádio


sucessional não foi evidente, embora para os dados de desenvolvimento inicial, como o
esperado, as espécies pioneiras tenham apresentado maiores médias de crescimento em
altura e diâmetro do colo. De qualquer modo, inferências sobre a condutância dos
estômatos e os tratamentos utilizados devem ser feitas com cuidado devido aos diversos
fatores de variação que envolvem desde as condições de campo quanto os fatores
intrínsecos às espécies como seu potencial gênico e estádio sucessional.

CONCLUSÕES

A análise do vigor aparente foi eficiente para se efetuar a avaliação qualitativa


sobre o estabelecimento das plantas ao longo do primeiro ano de plantio bem como para
indicar as respostas de estresse de plantio e do estresse promovido pelas geadas. Por sua
praticidade este método pode ser aplicado nos períodos iniciais de plantio de forma
complementar aos dados quantitativos de desenvolvimento e taxas de mortalidade. Estudos
futuros são recomendados para testar sua validade sendo necessária a complementação
com dados fisiológicos como de condutância estomática e fluorescência da clorofila a.

A taxa geral de sobrevivência das plantas, considerando as condições de campo, foi


satisfatória. Esta foi mais influenciada pelo estresse de plantio e herbivoria que pelos
fatores abióticos normalmente considerados como a baixa pluviosidade e as características
físico-químicas do solo. De qualquer modo, a despeito da dificuldade de controlar as
diferentes variáveis no campo, adotar medidas prévias como a descompactação,
uniformização das condições químicas por meio de adubação e correção do solo, bem

52
como a eliminação de plantas competidoras e o controle severo da herbivoria constituem-
se em medidas importantes para a maior sobrevivência das plantas e sucesso na
restauração.

No que diz respeito ao desenvolvimento inicial destacaram-se as espécies:


Anadenanthera columbrina, Schinus terebinthifolius, Croton urucurana, Enterolobium
contortisiliquun, Cecropia pachystachya, Jaracatia spinosa, Guazuma ulmifolia e
Bauhinia forficata. O emprego de espécies de crescimento rápido podem ser priorizadas na
fase inicial de plantio, sobretudo se o rápido crescimento implicar também em alta taxa de
sobrevivência. Plantas com essas características podem ser mais competitivas e, quando
implantadas em maior adensamento, podem ser importantes para a formação de um dossel
capaz de limitar o desenvolvimento de gramíneas invasoras. Um percentual maior dessas
plantas em plantios heterogêneos proporcionaria condições mais favoráveis ao
desenvolvimento das espécies de crescimento tardio. Ainda que seja mais oneroso no
início da restauração, este procedimento permitiria um menor custo no manejo da área ao
longo do tempo, sobretudo com mão de obra.

A influência de Sesbania virgata não pôde ser satisfatoriamente averiguada em


virtude de sua alta mortalidade no campo devido, principalmente, à alta predação desta
espécie no campo por formigas do gênero Atta. No entanto, não se descarta o potencial de
Sesbania virgata como fornecedora de nitrogênio às demais espécies nativas. Destaca-se
ainda, a possibilidade da utilização de Sesbania virgata como faixa de proteção às demais
espécies arbóreas implantadas, neste caso, Sesbania virgata poderia ser utilizada no
monitoramento da herbivoria para um controle mais efetivo das formigas e identificação de
olheiros.

A deposição do bagaço de cana-de-açúcar como cobertura orgânica morta, apesar


dos benefícios citados pela literatura, em nosso estudo, não favoreceu o desenvolvimento
das espécies no campo e aparentemente aumentou a taxa de mortalidade, principalmente
no período seco com a ocorrência de geadas. A quantidade aplicada também não se
mostrou eficiente no controle das espécies invasoras.

A despeito dos resultados obtidos pelo emprego da leguminosa Sesbania virgata e


incorporação do bagaço de cana-de-açúcar como cobertura não terem evidenciado a efetiva
influência dessas práticas como forma de aperfeiçoar o desenvolvimento das espécies

53
arbóreas nativas no campo, o uso de ambas as técnicas não pode ser descartado, sobretudo,
quando sanados os problemas de predação excessiva sobre as sesbânias. Não são
descartados também estudos que investiguem o emprego de diferentes proporções do
bagaço como cobertura orgânica morta, bem como a possibilidade de sua utilização, não
como cobertura, mas incorporado ao solo.

De um modo geral, se as variáveis introduzidas nos tratamentos apresentaram


poucas vantagens estatisticamente significativas em relação ao desenvolvimento das
plantas, as mesmas não foram prejudiciais, excetuando-se a já conhecida influência da
cobertura morta em extremos climáticos. Os parâmetros fisiológicos sugerem que melhores
resultados no desenvolvimento não foram alcançados em função dos estresses de plantio e
estes foram mais influenciados pela variabilidade genética entre indivíduos da mesma
espécie que pelas diferenças entre os tratamentos. A metodologia utilizada pode ser
aplicada na recuperação de áreas degradadas na região de Dourados-MS, porém,
intervenções prévias para o restabelecimento das características físicas e químicas do solo
antes do plantio e o controle mais efetivo de competidores são fundamentais para o sucesso
da prática.

54
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63
Anexo 1 – Espécies plantadas na Reserva Legal da UEMS no período entre dez./2011 e Nov./2012. Gs-Grupo Sucessional (P – Pioneira; NP – Não-Pioneira),
Procedência das mudas – Pro. (I – Escola Família Agrícola de Itaquiraí; M – Viveiro Municipal de Mundo Novo; D – E
Medidas após 12 Taxa de
Sob.
meses crescimento
Nome Pro.. Rec..
Qtde %
Comum Família Nome Científico GS T Ø h Ø% h%
Açoita-
Malvaceae Luehea divaricata Mart. NP 7 86 M S 7 16,3 88,3 166,8 214,6
cavalo
Amoreira Moraceae Maclura tinctoria (L.) Steud. NP - - U S - 11,4 48,3 145,9 100,4
Araçá Myrtaceae Psidium cattleianum Sabine NP - - U T - 3,0 16,8 94,0 113,4
Aroeira Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão NP 18 94 I S 18 15,9 74,4 168,7 113,7
Baru Fabaceae-Faboideae Dipteryx alata Vogel NP - - U S - 3,3 15,3 117,6 102,2
Timburi Fabaceae-Mimosoideae Enterolobium contortisiliquun (Vell.) Morong P 29 55 D T 29 28,9 118,8 219,3 185,5
Cedro Meliaceae Cedrela fissilis Vell. NP 39 18 D T 39 20,9 53,4 144,2 163,8
Embaúba Urticaceae Cecropia pachystachya Trecul P 43 9 U/M S 43 40,5 148,3 215,1 208,1
Figueira Moraceae Ficus sp. NP 4 - M S - 17,6 67,7 162,8 153,8
Jenipapo Rubiaceae Genipa americana L. NP 40 60 U/M S 40 9,5 21,3 141,3 164,5
Goiaba Myrtaceae Psidium guajava L. P 19 95 M S 19 11,2 62,2 176,2 162,4
Ingá-Feijão Fabaceae-Mimosoideae Inga marginata Willd. NP 19 21 M S 19 12,6 75,0 184,9 196,1
Ipê-Bóia Bignoniaceae Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum. P 48 ** D T 26 19,4 67,8 157,0 168,1
Ipê-Roxo Bignoniaceae Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos NP 26 92 D T - 11,2 70,7 183,0 241,9
Ipê-
Bignoniaceae Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A. DC.) Mattos NP 31 87 D T 31 8,5 58,7 161,9 213,5
Amarelo
Jaracatiá Caricaceaea Jaracatia spinosa (Aubl.) A. DC. NP 10 70 I S 10 27,2 98,2 134,4 115,3
Jatobá Fabaceae-Caesalpinioideae Hymenaea courbaril L. NP - - I S - 7,2 27,4 88,7 107,6
Leiteiro Apocynaceae Tabernaemontana hystrix Steud P 40 75 I S 40 9,0 51,6 167,6 151,6
Mutambo Malvaceae Guazuma ulmifolia Lam. P 34 68 M M 34 21,5 104,7 222,5 192,3

64
Continuação...
Medidas após 12 Taxa de
Sob.
meses crescimento
Nome Comum Família Nome Científico GS Qtde % Pro.. Rec.. T Ø h Ø% h%
Paineira Malvaceae Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) NP 5 * I S - 14,6 45,8 122,1 134,7
Pata-de-vaca Fabaceae-Cercideae Bauhinia forficata Link P 6 33 I S 6 15,0 92,5 332,2 308,3
Pitanga Myrtaceae Eugenia uniflora L. NP 59 44 M S 59 4,8 26,0 140,9 121,9
Café-de-bugre Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. NP - - I S - 3,9 26,8 48,4 74,3
Sangra d'água Euphorbiaceae Croton urucurana Baill. P - - M M - 16,6 99,9 197,8 190,2
Ingá-do-Brejo Fabaceae-Mimosoideae Inga vera Willd. P - - M M - 11,3 47,0 159,4 112,8
Canafístula Fabaceae-Caesalpinioideae Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. P 6 * M M - 16,3 48,5 210,5 154,8
Angico Fabaceae-Mimosoideae Anadenanthera columbrina (Benth.) Brenan NP 12 * M M - 12,7 104,4 184,0 172,8
Aroeira
Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi P 6 * M M - 23,1 102,0 178,2 136,6
Pimenteira
Ipê-Branco Bignoniaceae Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith NP 24 ** D T - 6,2 27,0 124,8 137,4
Candeia Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera P 2 - M M - 24,5 75,0 257,9 130,4
Guajuvira Boraginaceae Cordia americana (L.) Gottsb. & J. S. Mill. P 1 - M M - 12,5 70,0 161,3 181,8
Vacum Sapindaceae Allophylus edulis Hieron. Ex Niederl. P - - M M - 6,7 41,0 121,8 143,0
Não-
- - - 72 ** - - - 8.1 38.7 125.5 130.2
identificadas
Não tiveram sua taxa de sobrevivência considerada: espécies com um número inferior a sete exemplares (*), cuja identificação não foi possível no período inicial (**) e
plantadas após dezembro/2012 (-).

65
Anexo 2 – Imagem de satélite da área em junho/2004.

Anexo 3 – Imagem de satélite da área em janeiro/2012. Em destaque o experimento recém


implantado.

66
Anexo 4 – Diferentes tamanhos de mudas utilizadas no plantio.

Anexo 5 – Diferentes recipientes utilizados na produção das mudas.

67
Anexo 6 – Área antes do plantio (out/2011).

Anexo 7 – Área após sendo prepara para o plantio.

68
Anexo 8 – Estaqueamento, marcação das covas e perfuração.

69
Anexo 9 – Plantio das mudas (dez/2011)

Anexo 10 – Mudas logo após o plantio.

70
Anexo 11 – Deposição da matéria orgânica morta - Bagaço de cana-de-açúcar.

Anexo 12 – Deposição da matéria orgânica morta - Bagaço de cana-de-açúcar.

71
Anexo 13 – Leitura da Condutância estomática.

Anexo 14 – Área coberta por plantas daninhas.

72
Anexo 15 – Controle mecânico das plantas daninhas

Anexo 16 – Controle mecânico das plantas daninhas.

73
Anexo 17 – Jaracatiá (Jacaratia spinosa) antes e depois do ataque de formigas cortadeiras.

Anexo 18 – Ipê (Handroanthus chrysotrichus) antes e depois do ataque de formigas cortadeiras.

74
Anexo 19 – Armadilhas com iscas para o controle de formigas cortadeiras.

Anexo 20 – Danos provocados pelas geadas ocorridas no mês de julho de 2012.

75
76
Anexo 21 – Schinus terebinthifolius frutificando após um ano de plantio.

77
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T
1 16 13 23 6 8 19 19 14 16 17 13 6 5 3 22 8 23 5 15 16
2 15 3 24 11 15 10 13 28 13 18 24 7 10 12 28 22 8 20 18 9
3 12 6 11 5 25 19 23 7 23 22 4 23 15 18 13 1 15 23 13 3
4 15 10 19 18 6 23 6 3 21 18 19 14 10 20 11 19 23 9 10 29
5 23 7 12 15 18 20 18 19 11 28 15 2 29 18 20 25 6 23 4 12
6 19 1 4 10 24 18 27 15 4 5 10 28 3 21 28 6 8 19 3 4
7 3 5 23 28 8 19 26 14 8 4 15 12 6 20 19 18 14 23 15 18
8 27 23 17 3 4 2 9 13 2 20 27 6 13 14 26 19 11 13 23 7
9 22 7 15 19 18 20 13 12 20 22 16 15 7 6 15 18 7 2 17 11
10 20 10 14 22 15 18 4 10 15 24 14 4 14 13 24 5 10 20 18 5
11 6 3 19 9 14 24 15 3 19 5 16 4 10 14 18 6 12 13 3 15
12 24 4 26 1 20 4 10 28 12 6 29 10 7 11 14 20 5 10 9 18
13 15 10 20 18 13 27 13 25 15 12 12 20 20 15 11 15 3 28 19 25
14 11 6 22 13 11 15 23 12 12 4 27 19 21 2 9 22 28 3 17 8
15 19 27 5 3 20 10 24 5 3 28 4 15 18 13 3 13 11 6 22 5
16 18 20 10 19 23 6 2 19 2 13 7 19 13 11 15 1 14 23 29 18
17 29 15 14 19 15 23 19 8 13 15 8 24 2 3 18 7 23 13 26 14
18 20 22 22 14 10 10 18 13 7 6 15 18 13 10 5 18 13 27 13 23
19 20 18 10 8 28 18 4 12 19 9 14 28 12 13 12 6 24 13 10 20
20 16 13 23 13 3 14 11 15 6 16 7 19 6 1 6 18 15 3 19 16
21 9 24 20 3 6 5 13 8 6 20 22 20 10 9 2 20 23 7 23 8
22 3 14 8 15 12 17 25 4 4 7 17 6 3 14 26 5 21 25 27 19
23 13 5 19 2 26 15 3 13 15 19 15 19 13 19 28 4 23 6 17 20
24 22 14 11 15 19 3 10 24 27 4 15 15 4 3 24 16 13 26 6 10
25 15 19 20 23 7 10 5 10 6 14 28 5 12 19 13 28 10 13 24 20
26 19 28 3 9 23 20 10 2 18 12 13 20 15 13 7 28 14 23 19 23
27 13 10 28 11 13 11 10 18 14 13 3 19 10 4 3 13 2 4 11 20
28 8 21 24 22 23 5 12 13 19 7 19 18 19 10 19 26 13 18 3 1
29 19 12 17 18 6 23 19 18 16 19 8 15 24 6 18 13 23 4 18 5
30 16 13 18 27 10 13 3 29 1 28 28 11 15 23 15 10 14 8 7 16
Anexo 22 – Distribuição das plantas em 31/08/2012 na Reserva Legal da Universidade Estadual de
Mato Grosso do Sul, Dourados-MS.
Legenda: 01-Açoita-cavalo; 02-Amoreira; 03-Araçá; 04-Aroeira; 05-Baru; 06-Timburi; 07-Cedro; 08-Embaúba;
09-Figueira; 10-Jenipapo; 11-Goiaba; 12-Ingá-Feijão; 13-Ipê-Bóia; 14-Ipê-Roxo; 15-Ipê-Amarelo; 16-Jaracatiá;
17-Jatobá; 18-Leiteiro; 19-N.I.; 20-Mutambo; 21-Paineira; 22-Pata-de-vaca; 23-Pitanga; 24-Café-de-bugre;
25-Sangra D'agua; 26-Ingá-do-Brejo; 27-Canafístula; 28-Angico; 29-Aroeira Pimenteira; 30-Ipê-Branco;
31-Bacuri; 32-Candeia; 33-Guajuvira; 34-Vacum. < >

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