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CEBP HENRIQUE MEYERFREUND


ENSINO MÉDIO INTEGRADO AO ENSINO PROFISSIONAL

ANA CAROLINE FERREIRA PEREIRA


GABRIELA SOARES DE OLIVEIRA
MATHEUS MESQUITA GOMES MOURA
YASMIN CHAVES DOS SANTOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


Irrigação Automatizada em Jardins

SERRA – ESPÍRITO SANTO


2020
2

ANA CAROLINE FERREIRA PEREIRA


GABRIELA SOARES DE OLIVEIRA
MATHEUS MESQUITA GOMES MOURA
YASMIN CHAVES DOS SANTOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


Irrigação Automatizada em Jardins

Trabalho de pesquisa sobre o tema “Irrigação


Automatizada em Jardins” apresentado ao
SESI/SENAI CIVIT como requisito obrigatório para
obtenção certificatória do cumprimento da carga
horária.

Orientadores:
Carolina Guio Coradi
Renato Ferreira Costa
Saulus Yuri Milli Rangel
Sérgio Fernando Provete

SERRA – ESPÍRITO SANTO


2020
3

ANA CAROLINE FERREIRA PEREIRA


GABRIELA SOARES DE OLIVEIRA
MATHEUS MESQUITA GOMES MOURA
YASMIN CHAVES DOS SANTOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


Irrigação Automatizada em Jardins

Trabalho de pesquisa apresentado SESI/SENAI


CIVIT como exigência para cumprimento de carga
horária do Trabalho de Conclusão de Curso.

Banca Examinadora

____________________________________________________
Carolina Guio Coradi

____________________________________________________
Renato Ferreira Costa

____________________________________________________
Saulus Yuri Milli Rangel

____________________________________________________
Sérgio Fernando Provete
4

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agredecer às seguintes pessoas:


A princípio, agradecemos à Deus pela oportunidade que Ele nos deu na
conclusão de mais uma etapa acadêmica e por nos sustentar diariamente com seu
infinito amor.
À nossa família, que nos apoiou em todos os momentos e acreditou que
seriamos capazes de realizar este projeto com excelência.
Ao Instrutor Sérgio Fernando Provete por nos conceder as informações
necessárias e nos apoiar com generosidade e confiança.
Ao nosso orientador Saulus Yuri Milli Rangel por aceitar acompanhar a nossa
pesquisa e por toda dedicação para que concluíssemos este trabalho.
Ao Instrutor Renato Ferreira Costa pela atenção e disponibilidade em sanar
todas as nossas dúvidas.
Ao amigo Lucas Rigo Tofoli por nos direcionar durante toda a jornada com os
seus conhecimentos.
À docente Carolina Guio Coradi por nos apoiar com carisma.
Por fim, agradecemos aos amigos que acompanharam essa jornada e
compartilharam conosco as dificuldades e alegrias.
5

“Que todos os nossos esforços estejam sempre


focados no desafio à impossibilidade. Todas as
grandes conquistas humanas vieram daquilo que
parecia impossível.”
(Charles Chaplin)
6

RESUMO

A irrigação é uma área que apresenta defasagens no Brasil devido à escassez de


investimentos e é encontrada majoritariamente de forma manual. Assim, percebeu-se
a oportunidade de otimizar esse processo implementando um projeto inovador. Este
trabalho tem como objetivo automatizar a irrigação dos jardins existentes da instituição
educacional SESI/SENAI CIVIT. Além disso, há um sistema emergencial que abrange
irrigação e a iluminação, uma vez que ele é capaz de funcionar com a ausência de
energia elétrica. Sob esse viés, a inserção dessa técnica trouxe benefícios com o
melhor aproveitamento de água, o aumento da produtividade e uso tecnológico,
dispensando a intervenção humana. No estudo, o Arduino foi utilizado como o
microcontrolador a partir da lógica de programação para a realização do sistema de
funcionamento. Assim, por meio dos comandos especificados, foi desenvolvido um
protótipo para a comprovação da análise de dados tendo em vista que a simulação
exemplifica a eficácia da identificação de umidade do solo e quando há necessidade,
irriga-o automaticamente. Por outro lado, ao observar a interrupção de energia
elétrica, o circuito continua o seu funcionamento normalmente. Portanto, notou-se as
respostas para o desafio em questão.

Palavras-chaves: Irrigação; Manual; Automatizar; Arduino; Interrupção de energia.


7

ABSTRACT

Irrigation is an area that lags in Brazil due to a lack of investments and is found mostly
by hand. Thus, the opportunity to optimize this process was realized by implementing
an innovative project. This work aims to automate the irrigation of the existing gardens
of the educational institution SESI / SENAI CIVIT. In addition, there is an emergency
system that addresses irrigation and lighting, since it is able to work with the absence
of electricity. Under this bias, the insertion of this technique has brought benefits with
better use of water, increased productivity and technological use, eliminating human
intervention. In the study, Arduino was used as the microcontroller based on the
programming logic for the realization of the operating system. Thus, using the specified
commands, a prototype was developed to prove the data analysis, considering that the
simulation exemplifies the effectiveness of identifying soil moisture and, when
necessary, irrigates it automatically. On the other hand, when observing the power
interruption, the circuit continues to function normally. Therefore, the answers to the
challenge in question were noted.

Key-Words: Irrigation; Manual; Automate; Arduino; Power interruption.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Nilômetros ................................................................................................ 17

Figura 2 - Primeira tubulação de cimento ................................................................. 18

Figura 3 - Técnica Shaduf ........................................................................................ 18

Figura 4 - Roda d’água (Noria) ................................................................................. 19

Figura 5 - Parafuso de Arquimedes .......................................................................... 19

Figura 6 - Primeira bomba d’água alimentada por um motor a óleo ......................... 20

Figura 7 - Métodos de irrigação ................................................................................ 21

Figura 8 - Sistema de irrigação por inundação ......................................................... 22

Figura 9 - Sistema de irrigação por sulcos ............................................................... 23

Figura 10 - Sistema por aspersão convencional....................................................... 24

Figura 11 - Sistema por aspersão mecanizada ........................................................ 25

Figura 12 - Irrigação localizada por gotejamento ..................................................... 27

Figura 13 - Irrigação localizada por microaspersão .................................................. 28

Figura 14 - Sistema de irrigação por gotejamento subterrâneo ................................ 29

Figura 15 - Irrigação por elevação do lençol freático ................................................ 30

Figura 16 - Sistemas de subirrigação em ambientes protegidos .............................. 30

Figura 17 - Distribuição das áreas irrigadas no Brasil .............................................. 32

Figura 18 - Irrigação em escala mundial .................................................................. 33

Figura 19 - Componente Arduino Uno R3 SMD CH340 ........................................... 35

Figura 20 - Arduino IDE ............................................................................................ 35

Figura 21 - Componente aspersor ............................................................................ 37

Figura 22 - Componente bateria estacionária .......................................................... 37

Figura 23 - Componente diodo ................................................................................. 38

Figura 24 - Funcionamento interno do diodo ............................................................ 39

Figura 25 - Exemplo de fonte chaveada ................................................................... 39


9

Figura 26 - Semiciclos positivos ............................................................................... 40

Figura 27 - Semiciclos negativos .............................................................................. 41

Figura 28 - Componente relé .................................................................................... 42

Figura 29 - Componente relé fotoelétrico ................................................................. 43

Figura 30 - Funcionamento interno do relé ............................................................... 44

Figura 31 - Sensor de umidade ................................................................................ 44

Figura 32 - Válvula solenoide ................................................................................... 45

Figura 33 - Entradas do Arduino............................................................................... 49

Figura 34 - Fonte chaveada ..................................................................................... 50

Figura 35 - Plataforma Arduino IDE.......................................................................... 53

Figura 36 - Ângulo frontal do jardim ......................................................................... 55

Figura 37 - Parte lateral do jardim ............................................................................ 56

Figura 38 - Rhapis excelsa e Cordyline fruticosa ..................................................... 57

Figura 39 - Alstonia scholaris ................................................................................... 58

Figura 40 - Ceratozamia hildae ................................................................................ 58

Figura 41 - Duranta erecta ....................................................................................... 58

Figura 42 - Agave americana ................................................................................... 59

Figura 43 - Fraxinus griffithii ..................................................................................... 59

Figura 44 - Tabela de referência para o tipo de instalação do circuito ..................... 65

Figura 45 - Tabela de referência para o dimensionamento dos condutores ............. 66


10

LISTA DE DIAGRAMAS

Diagrama 1 - Diagrama da metodologia ................................................................... 54

Diagrama 2 - Diagrama elétrico do sistema.............................................................. 63

Diagrama 3 - Diagrama de blocos da lógica de programação .................................. 64

Diagrama 4 - Diagrama esquemático do Arduíno..................................................... 65


11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Componentes do Sistema ........................................................................ 60

Tabela 2 - Orçamento do projeto .............................................................................. 68

Tabela 3 - Tarifas tributárias ..................................................................................... 69


12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................ 14

1.1.1 Objetivo geral................................................................................. 14

1.1.2 Objetivos específicos .................................................................... 15

1.2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 15

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16

2.1 A IRRIGAÇÃO ............................................................................................ 16

2.1.1 A história da irrigação ................................................................... 16

2.2 MÉTODOS E SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO ................................................ 20

2.2.1 Irrigação por superfície ................................................................. 21

2.2.2 Irrigação por aspersão .................................................................. 23

2.2.3 Irrigação localizada ....................................................................... 26

2.2.4 Irrigação por subsuperfície ou subterrânea................................ 28

2.3 A IRRIGAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO ................................................ 31

2.3.1 Aplicação no Brasil ....................................................................... 32

2.3.2 Aplicação Mundial ......................................................................... 33

2.3.3 Vantagens e desvantagens da irrigação brasileira .................. 34

2.4 O SISTEMA ELETROELETRÔNICO .......................................................... 34

2.4.1 Arduino UNO R3 SMD CH340 ....................................................... 34

2.4.2 Aspersor ......................................................................................... 36

2.4.3 Bateria ............................................................................................ 37

2.4.4 Diodo .............................................................................................. 38

2.4.5 Fontes de alimentação .................................................................. 39

2.4.6 Lâmpadas LED............................................................................... 41

2.4.7 Relé ................................................................................................. 42


13

2.4.8 Relé fotoelétrico ............................................................................ 42

2.4.9 Relé 5 pinos ................................................................................... 43

2.4.10 Sensor higrômetro ...................................................................... 44

2.4.11 Válvula solenoide ........................................................................ 45

2.5 TARIFA ATIVA PONTA E FORA PONTA ................................................... 45

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 47

3.1 DIAGRAMA DE AÇÕES DA METODOLOGIA ............................................ 54

4 ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................ 55

4.1 DELIMITAÇÃO DO LOCAL......................................................................... 55

4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DO JARDIM ........................................ 57

4.3 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES DO SISTEMA .................... 60

4.3.1 Dados de operação dos componentes ........................................ 60

4.3.2 Dimensionamento da bateria........................................................ 61

4.4 TEMPO DE ATUAÇÃO DO SISTEMA EMERGENCIAL ............................. 61

4.5 DIAGRAMA ELÉTRICO DO CIRCUITO DO PROJETO ............................. 62

4.6 LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA ............................................ 64

4.7 DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DO ARDUINO.............................................. 65

4.8 DIMEMSIONAMENTO DOS CONDUTORES ............................................. 65

4.9 ANÁLISE FINANCEIRA .............................................................................. 67

4.9.1 Custo dos equipamentos .............................................................. 67

4.9.2 Custo da utilização de energia elétrica ....................................... 68

4.9.3 Custo geral do projeto .................................................................. 70

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 73

APÊNDICE ................................................................................................................ 78
14

1 INTRODUÇÃO

É fato que, desde a antiguidade, as civilizações dependem do plantio e cultivo


para sua sobrevivência. Sendo assim, percebe-se a importância da irrigação para que
tal ação seja sustentada até os dias atuais. Em paralelo a isso, é indubitável o quanto
o mundo globalizado usufrui dos recursos tecnológicos para o seu pleno
funcionamento. Diante disso, há a presença do acionamento automatizado, o qual
utiliza mecanismos que não necessitam da interferência humana. Em contrapartida,
diversos setores ainda não utilizam essas ferramentas de forma absoluta, como por
exemplo, a irrigação em jardins e hortas. Assim, há a possibilidade não somente da
automação e diminuição da mão de obra, mas também o uso racional da água com
sensores eficientes e capazes de calcular precisamente a quantidade de água a ser
gasta. Dessa forma, observando a viabilidade de gerar uma melhoria à função de
irrigação dos jardins da instituição SESI/SENAI CIVIT, verifica-se a oportunidade de
desenvolver um sistema automatizado, para facilitar a ação humana. Esse projeto é
direcionado ao jardim interno do local, localizado entre o auditório e o bloco com as
salas de aula. Para isso, serão utilizados conhecimentos e técnicas adquiridos durante
o percorrer do curso, envolvendo lógicas de programações na plataforma Arduino,
automações e conhecimentos gerais de elétrica.
Portanto, pensa-se, “Como projetar um sistema automatizado de irrigação
inteligente aliado a um sistema de emergência para falta de energia nos jardins do
SESI/SENAI CIVIT?”

1.1 OBJETIVOS

Sendo assim, é importante definir os objetivos para que o plano de ação seja
desenvolvido com organização e alcançado com êxito. Dessa forma, estes são:

1.1.1 Objetivo geral

Desenvolver um projeto de automatização para os jardins da instituição


SESI/SENAI CIVIT, promovendo uma otimização no processo de irrigação, iluminação
com o uso do Arduino e um sistema de emergência para a atuação em casos de
interrupções no fornecimento de energia elétrica.
15

1.1.2 Objetivos específicos

• Realizar uma pesquisa aplicada para desenvolver a lógica de funcionamento do


sistema de irrigação.
• Selecionar os componentes do sistema eletroeletrônico baseado no uso do
Arduino como controlador.
• Desenvolver um programa para a aplicação no Arduino possibilitando a
implementação da lógica de funcionamento do sistema de irrigação.
• Dimensionar um sistema de emergência acionado durante as interrupções de
energia elétrica na unidade.
• Elaborar uma simulação de funcionamento do sistema automatizado.
• Produzir um protótipo para análise de funcionamento do circuito.

1.2 JUSTIFICATIVA

De acordo com Danilo Eduardo Lastória da Silva (2010), em seu TCC sobre
Sistema Automático de Irrigação, no Brasil, a prática de irrigação é recorrente já que
ela aumenta a produtividade agrícola em grande escala se feita de forma adequada.
Diante disso, a irrigação consiste no fornecimento de água em quantidade suficiente
e controlada através de métodos disponíveis, sendo usada em vários países. Sob
esse viés, é notável que esse sistema proporciona muitos benefícios, entre eles, a
expansão e melhoria dos produtos agrícolas, a diminuição de custos e proporciona a
regularização do local em que é instalada. Sendo assim, é viável que ela seja
introduzida e aprimorada aos recursos tecnológicos para atender e inovar as suas
demandas, otimizando o processo. Pensando nisso, será implantado um sistema de
irrigação eficiente com o intuito de oferecer versatilidade aliada ao uso tecnológico.
Ademais, haverá o emprego de baterias como fonte de alimentação para um sistema
de emergência em casos de falta de energia. Logo, o projeto abordará programações
desenvolvidas utilizando o Arduino, que segundo José Wilian Barbosa (2013), é
considerada uma plataforma muito útil pela sua facilidade de utilização e devido ao
baixo custo de desenvolvimento de programas. Além disso, ele fornecerá recursos
capazes de manter a iluminação do jardim mesmo com a interrupção de energia
elétrica. Portanto, utilizar a automatização para a irrigação dos jardins no SESI/SENAI
será de grande utilidade, pois além de elaborar um sistema eficaz e de fácil manuseio,
será também um projeto de baixo custo e sem a necessidade da mão de obra.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Visando obter as informações necessárias para a realização de um projeto de


excelência, é fundamental realizar pesquisas sobre todos os aspectos contribuintes
para o desenvolvimento de um sistema de irrigação automatizado, tal como os seus
contextos históricos e conceitos de funcionamento do sistema eletroeletrônico. Dessa
forma, foi realizada uma captação profunda de conhecimentos acerca dos assuntos
aplicáveis à elaboração desse projeto.

2.1 A IRRIGAÇÃO

A irrigação é uma técnica criada a milênios de anos, possui a finalidade de


fornecer água às plantas para seu desenvolvimento, seja ele feito através de uma
mangueira normal ou através de equipamentos mais sofisticados, como as irrigações
automatizadas. Com o passar dos anos e os avanços tecnológicos, essa técnica foi
sendo aprimorada até os dias atuais, na qual é possível fazer o controle do tempo,
local e quantidade de água necessária para o crescimento da planta. Hodiernamente,
o mercado proporciona diversos meios de produções agrícolas que, juntamente com
uma gestão equilibrada de fertilização e o tratamento cultural, realizam o processo de
irrigação adequado, para que as plantas desenvolvam corretamente o seu potencial
de produção. No entanto, ao escolher o sistema de irrigação, deve se atentar e se
basear nas análises técnicas e econômicas levando em consideração o clima,
topografia, tipo e solo, cultura, custos de equipamentos e energia, a água que será
utilizada para a regagem e a qualidade da mão de obra. Ademais, para o manejo
“racional” da irrigação é necessário delimitar o tempo certo de iniciar e finalizar a
aguagem e averiguar qual a quantidade certa de água se deve usar. Da mesma forma,
uma compreensão do solo, períodos críticos de consumo de água, o impacto na
produtividade e a fisiologia da cultura é essencial para uma boa gestão da água.

2.1.1 A história da irrigação

A irrigação é um dos métodos mais utilizados pelos humanos, que se baseia


no crescimento de alimentos cultivados para sua sobrevivência. Este método iniciou-
se na época de 6000 AC, no Egito, entre os países Iraque e Irã (Mesopotâmia); no
qual os egípcios utilizavam a água das inundações dos rios Nilo ou Tigre/ Eufrates.
17

Dessa forma, os egípcios desviavam as águas das enchentes para o campo e


utilizavam para o cultivo.

• O primeiro medidor nilômetro

Devido a temporada de enchentes do rio Nilo ser imprevisível e sem registros,


os egípcios, para acompanhar o nível de água do rio, criar um medidor de inundação
conhecido como Nilômetro (Figura 1). Era uma coluna vertical com intervalos
marcados submersa no rio para indicar a profundidade. Após certo tempo, houve a
criação de um projeto com lances de escadas para marcar a profundidade, sendo
utilizado pelo sacerdócio para prever quando o dilúvio ocorreria.

Figura 1 - Nilômetros

Fonte: Irrigation Museum, 2014

• A primeira tubulação e regulamentação da água

A primeira tubulação (Figura 2) foi feita em 2000 AC pelos romanos para


transportar água. Feita de cimento e pedra britada, que transportava a água até as
colheitas existentes, além de abastecer a cidade. Em 1792, o rei da Babilônia
Hammurabi, instituiu regulamentos na utilização da água em seu reino. Esse código
abordava sobre a distribuição de água proporcional aos hectares cultivados, a
responsabilidade do fazendeiro em manter canais em sua propriedade e a
administração coletiva do canal por todos os usuários.
18

Figura 2 - Primeira tubulação de cimento

Fonte: Irrigation Museum, 2014

• Técnicas Shaduf e Noria

Outras técnicas criadas foram a Shaduf (Figura 3) e a Noria. Em 1700 AC,


houve a criação da irrigação Shaduf, que se baseia na utilização de uma grande vara
equilibrada em uma viga, no qual há uma corda com um balde em uma extremidade
e na outra um contrapeso. Ao puxar a corda, o balde desce até um canal ou rio e
então, o operador levando o balde cheio de água empurrando o contrapeso. A este
desenvolvimento permitiu a irrigação mesmo na falta de inundações fazendo com que
terrenos mais altos pudessem ser utilizados para o cultivo de alimentos.

Figura 3 - Técnica Shaduf

Fonte: Irrigation Museum, 2014


19

Em 700 AC, houve a criação da roda d’água egípcia (Noria) (Figura 4); movida
pela correnteza do rio. Ela possuía diversos baldes ou potes de barro em sua
circunferência, que era abastecida durante o fluxo do rio e esvaziados pela gravidade
em uma calha ou aqueduto, que voltavam para serem reabastecidos.

Figura 4 - Roda d’água (Noria)

Fonte: Irrigation Museum, 2014

• Parafuso de Arquimedes

Um dos maiores passos da evolução da irrigação foi a criação do parafuso de


Arquimedes (Figura 5), em 250 AC, para a irrigação dos jardins suspensos. Consiste
em um parafuso dentro de um tubo oco que, ao ser girado, sua extremidade inferior
girava e coletava água, viajando por todo o comprimento do parafuso até escorrer pelo
topo do tubo. Essa foi a primeira invenção relacionada a bomba hidráulica, tornando
possível levar a água de ambientes mais baixos ao topo sem a necessidade de
correnteza.
Figura 5 - Parafuso de Arquimedes

Fonte: Irrigation Museum, 2014


20

• A evolução da irrigação

Com o passar dos anos e as revoluções industriais ocorridas, houve um grande


avanço tecnológico no decorrer dos séculos. Devido a isso, a eletricidade foi aliada ao
processo de irrigação, tornando capaz uma irrigação mais eficaz e otimizada. Um
exemplo disso é a criação da bomba (Figura 6) para irrigação, que se tornou
imprescindível para as propriedades rurais que necessitam do bombeamento de água
para suas atividades. Esse aparelho ajuda no bombeamento e transporte de água,
mantendo a pressão e vazão da água mesmo em terrenos desnivelados. Ela possui
um sistema elétrico que, ao ser alimentado por uma corrente, gira um sistema (RPM)
que aumenta a velocidade da água e mantém essa determinada pressão.

Figura 6 - Primeira bomba d’água alimentada por um motor a óleo

Fonte: Irrigation Museum, 2014

2.2 MÉTODOS E SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO

Na área de irrigação, há a presença dos métodos e sistemas. Entretanto,


muitos indivíduos não sabem diferenciá-los. Dessa forma, é importante ressaltar a
diferença entre ambos os termos para que o projeto de irrigação seja eficiente. Assim,
segundo o dicionário online:

Método (sm): “Emprego de procedimentos ou meios para a realização de


algo, seguindo um planejamento; rumo.”
Sistema (sm): “Conjunto metódico de princípios interdependentes, sobre os
quais se estabelece uma doutrina, uma crença ou uma teoria.” (Michaelis,
2020)
21

Diante disso, entende-se como método, a forma de desenvolvimento


proveniente de um processo e o sistema refere-se ao conjunto de mecanismos que
desencadeará na irrigação como por exemplo, os equipamentos e o manuseio do
processo. Portanto, através da compreensão dos termos, é possível verificar a
aplicação deles na irrigação tendo em vista que os métodos (Figura 7) se relacionam
com a aspersão, superfície, localizada, subsuperfície ou subterrânea e os sistemas
envolvem a inundação, gotejamento, elevação do lençol freático, entre outros.

Figura 7 - Métodos de irrigação

Fonte: Eos Consultores, 2017

2.2.1 Irrigação por superfície

A irrigação por superfície utiliza o solo de forma parcial ou total na aplicação da


água por ação da gravidade. É um dos métodos mais antigos, já que deixam a água
escoar pelo solo e possibilitando a infiltração durante essa movimentação. Essa
movimentação não necessita de muitas técnicas, já que o necessário é o controle dos
canais. É utilizada desde as primeiras civilizações, no qual desviavam a água de rios
para áreas de inundação, por barragens e canais. Hodiernamente, ainda é muito
utilizada em todo o mundo, principalmente em países menos desenvolvidos, onde a
produção de arroz é a principal atividade, pois não emprega muita tecnologia
avançada e possui baixo custo. De acordo com o Rebouças, em 1999, a irrigação por
superfície representava cerca de 51% da área irrigada em todo o Brasil.
22

• Sistemas de Irrigação por superfície por inundação

A água é aplicada em toda área e se acumula. Com isso, a água se infiltra


durante a movimentação e também pode permanecer acumulada de forma
permanente ou temporária (Figura 8).

Figura 8 - Sistema de irrigação por inundação

Fonte: Roberto Testezlaf, 2017

Esse sistema possui como vantagem a pouca perda de água, pois o recurso
hídrico acumulado será todo consumido pelas plantas, a baixa demanda de mão-de-
obra, já que não há necessidade de regar a todo momento, a simples operação, as
poucas perdas de plantio, caso ela for bem implantada, e o aproveitamento da chuva,
uma vez que ficará acumulada para uso. Entretanto, apesar de vantajoso, esse
método de irrigação também possui desvantagens, como a delimitação da passagem
de máquinas, o local, que deve ser alto com manutenções adequadas, a falta de
adaptação em solos com alta capacidade de inflação e, caso for implantada em
pequena dimensão, a mesma dificulta a mecanização exigindo trabalhos manuais.

• Sistemas de irrigação por superfície por sulcos

É a aplicação da água pela inundação parcial na área, sendo escoada por


sulcos ou por canais construídos na superfície. A água se infiltra durante a
movimentação e o tempo que permanecer acumulada na superfície do solo após
atingir o final do sulco (Figura 9).
23

Figura 9 - Sistema de irrigação por sulcos

Fonte: Roberto Testezlaf, 2017

Esse sistema possui como vantagem o não uso de mão-de-obra especializada,


a utilização em regiões desprovidas de energia elétrica, já que não necessita de um
bombeamento e a menor interferência na qualidade física e biológica da água.
Entretanto, essa irrigação possui um acúmulo de sais entre os sulcos, caso seja mal
planejado, dificuldade no tráfego de equipamentos e tratores sobre os mesmos, um
aumento no custo inicial devido a esses sulcos e possibilidade de perdas de águas
devido ao escoamento superficial.

2.2.2 Irrigação por aspersão

O método por aspersão é um dos mais utilizados na irrigação tendo em vista


que o seu funcionamento oferece praticidade. Inicialmente, há a aplicação de custos
mais elevados para a sua implantação de forma que o seu sistema usufrui de uma
tecnologia mais avançada, em que são utilizados motobombas, aspersores,
tubulações e manômetros. Essa forma de irrigação é empregada em áreas pequenas
sendo que para instalar o método por aspersão em áreas maiores, é necessário que
elas sejam divididas para que o procedimento atenda todas as partes. Ademais, o
sistema por aspersão proporciona a irrigação através do fornecimento da água em
forma de gotas sendo que o seu funcionamento é semelhante ao da chuva. Além
disso, para que as gotas sejam concebidas, ocorre a pressurização da água em
equipamentos denominados aspersores. Sob esse viés, esse método é dividido em
convencional e mecanizado.
24

• Sistemas de irrigação por aspersão convencional

De acordo com a Editora Aprenda Fácil, o sistema por aspersão convencional


ocupa cerca de 700 mil hectares no Brasil. Nesse sistema, os componentes mais
comuns são as motobombas e tubulações. Por outro lado, esse sistema é classificado
em três partes, estas são: portáteis, móveis e fixos (Figura 10).

Sistemas portáteis: Nesse sistema, as tubulações principais e laterais podem ser


modificadas de área conforme as necessidades vigentes, assim, as tubulações
apresentam como material o PVC ou o aço zincado com conexões para que a
movimentação seja facilitada.

Sistemas móveis: Esse sistema é semelhante ao sistema portátil já que há a


movimentação manual do mesmo pela área a ser irrigada, sendo diferenciado pela
posição da tubulação principal, que é fixa ao solo.

Sistemas fixos: Nesse sistema, não há a movimentação dos mecanismos para a


irrigação tendo em vista que ele ocupa a área sempre na mesma posição e não requer
de mão de obra constantemente já que a sua instalação é fixa.

Figura 10 - Sistema por aspersão convencional

Fonte: Renato Rodrigues, 2018

Esse sistema traz benefícios como o fato de se adaptar às áreas declinadas,


por poder ser utilizada em diversos tipos de solo, pela constante distribuição de água,
por não possuir nenhuma interferência nas atividades agrícolas e pela redução de
temperatura do ar e proteção contra geadas. Entretanto, apesar de trazer benefícios,
ele também traz desvantagens, como a possibilidade de erosão ao solo, o fato de não
25

pode ser utilizada em locais com ventos fortes, malefícios para as plantas com a
umidade e a não utilização de água salina.

• Sistemas de irrigação por aspersão mecanizada

Esse sistema usufrui da irrigação em áreas grandes e oferece uma diminuição


na mão de obra. Nesse processo, são implantados os aspersores em estruturas
mecanizadas a fim de permitir o deslocamento por meio de movimentos lineares e
circulares. Além disso, a linha lateral do sistema é responsável pela locomoção à fonte
de água que geralmente são tubulações, as quais apresentam hidrantes ou canais de
água. Ademais, o recurso natural é aplicado com o auxílio de motores elétricos, os
quais são instalados em torres de sustentação para realizar a movimentação de forma
constante. O pivô central e o carretel enrolador são exemplos de sistemas por
aspersão mecanizada (Figura 11).

Figura 11 - Sistema por aspersão mecanizada

Fonte: Vitor Santos, 2017

Esse sistema apresenta vantagens como a diminuição da mão de obra, a


automatização do sistema, o abrangente de áreas maiores e a facilidade de
implantação e manutenção. Porém, também traz desvantagens, como o elevado
investimento inicial, o propicio desenvolvimento de doenças nas espécies vegetais,
ele não é recomendável para áreas com ventos fortes e é limitado à declividade do
solo.
26

2.2.3 Irrigação localizada

A irrigação localizada é um método de aplicação da água bem próxima ao


ambiente em questão, de forma que a água é liberada em uma baixa intensidade, mas
com uma frequência maior, visando manter o solo sempre em sua maior capacidade
de retenção de água. Tal sistema é organizado por tubos de baixa pressão distribuídos
por toda a plantação, além de serem dispostos em uma relação linear, facilitando a
regagem de pontos específicos do solo e a economia de água. Esse tipo de irrigação
é indicado para plantações que requerem uma umidade maior do solo para a
produção, como é o caso do milho verde, e apresenta uma economia maior de água
em relação às demais, já que atinge com uma maior eficiência a necessidade de cada
planta. A partir desse meio, obtém-se uma produtividade e qualidade maior para
certos tipos de plantações, assim como uma facilidade na aplicação de fertilizantes e
a possibilidade de dispensar boa parte da mão de obra, tornando o processo muito
mais mecanizado. Dentre os tipos mais usados, pode-se citar o por gotejamento e o
de microaspersão, como descrito a seguir.

• Sistemas de irrigação localizada por gotejamento

O método de irrigação por gotejamento (Figura 12) é muito utilizado para evitar
desperdícios de água e para a obtenção de um sistema mais controlado, reduzindo
gastos desnecessários. Assim, esse sistema dispõe a água em uma área bem
próxima às raízes da planta através de gotejadores, os quais tem uma vazão bem
baixa, de cerca de 2 a 10 litros de água por hora. Tais mecanismos podem ser um
pequeno furo na tubulação ou um dispositivo externo com mais furos para conduzir a
água. Por fim, a irrigação por gotejamento é indicada, por exemplo, para a regagem
de jardins, hortas, estufas, vasos com plantas e arbustos.
27

Figura 12 - Irrigação localizada por gotejamento

Fonte: Vitor Santos, 2017

Esse sistema é composto de vantagens como a dispensabilidade da mão de


obra, a aplicabilidade em terrenos de diversas topografias, a economia e melhor
distribuição da água, a instalação mais simples pela flexibilidade do sistema, além de
não variar de acordo com o vento e não provocar a erosão do solo. Ademais, o mesmo
possui desvantagens como um alto custo inicial no investimento e a possibilidade de
entupimento dos gotejadores.

• Sistemas de irrigação por microaspersão

A irrigação por microaspersão (Figura 13) disponibiliza uma vazão um pouco


superior a do sistema por gotejamento e os microaspersores lançam ao solo pequenas
gotas de água (também muito próximo às raízes das plantas, por isso é caracterizada
como irrigação localizada), formando uma umidificação suave da região. Tal método
compõe tubulações e emissores rotativos de pressão inferior que são distribuídos de
acordo com as características topográficas de cada região, assim, a água é oferecida
às plantas exatamente de acordo com o seu local de maior absorção, evitando
desperdícios dos recursos hídricos. A irrigação por microaspersão é utilizada, por
exemplo, na regagem de plantações de café, laranja, maçã, limão, goiaba, etc.
28

Figura 13 - Irrigação localizada por microaspersão

Fonte: Thiago Campos, 2016

Esse sistema de irrigação possui como vantagem a umidificação uniforme do


solo, a adaptação da instalação aos diferentes tipos de topografias, uma resistência à
interferência dos ventos, gastos menores de energia e um melhor aproveitamento da
água. Além disso, possui como desvantagem a possibilidade de entupimento dos
miroaspersores e os altos investimentos iniciais com preparo da terra, máquinas etc.

2.2.4 Irrigação por subsuperfície ou subterrânea

A irrigação subterrânea é um método que envolve a aplicação direta de água


no solo, geralmente formando, mantendo e controlando os níveis de água
subterrâneos artificiais ou controlando os níveis naturais de água para mantê-los em
uma profundidade adequada. O princípio básico deste método é o processo de ação
capilar ou de capilaridade, no solo ou substrato, fazendo com que a água suba sob a
ação da gravidade. Esse método pode ser aplicado em condições de campo e culturas
protegidas. No cultivo feito no campo, a aplicação é realizada sobre o volume do solo
abaixo da superfície monitorando o bulbo úmido ou a zona de saturação de um jeito
artificial além de manter a profundidade ideal para que a água chegue até as raízes
das plantas por ação capilar.
No Brasil, não há áreas expressivas de culturas irrigadas pelo método de
irrigação subterrânea, sua prática é limitada ao modo de gotejamento enterrado nos
cultivos de café, cana de açúcar e outros cultivos anuais. Além disso, ainda não há
levantamentos oficiais de áreas irrigadas pela irrigação subterrânea em ambientes
protegidos, mas ao comparar com outros métodos, sua participação é considerada
sem sentido, visto que é uma tecnologia relativamente nova que ainda não foi incluída
29

em métodos de irrigação, e por necessitar de mais desenvolvimento tecnológico,


principalmente com equipamentos, processamento e mais operações.

• Sistemas de irrigação por gotejamento subterrâneo ou subsuperficial

A profundidade da linha de irrigação por gotejamento subterrâneo (Figura 14)


deve ser enterrada no solo de tal modo que a aplicação de água atinja o volume
comprovado da raiz.

Figura 14 - Sistema de irrigação por gotejamento subterrâneo

Fonte: Roberto Testezlaf, 2017

Esse sistema apresenta como vantagem a redução da demanda total de água,


o melhor aproveitamento de água e nutrientes, menos evaporação de água, a redução
de danos mecânicos ao sistema de irrigação e na incidência de doenças. Entretanto,
o mesmo apresenta desvantagens como entupimentos, condições de umidade para
germinação das sementes ou retirada das mudas não são satisfatórias e não umedece
a superfície do solo.

• Sistemas de irrigação por elevação do lençol freático

O sistema é utilizado em áreas onde existem barreiras subterrâneas, que


podem saturar o perfil do solo e controlar a profundidade do lençol freático, tornando-
o próximo às raízes das plantas. Esta situação é típica de locais onde ocorrem
inundações. O aumento do nível do lençol freático pode ser alcançado usando
estruturas de drenagem ou dutos de irrigação subterrâneos (Figura 15).
30

Figura 15 - Irrigação por elevação do lençol freático

Fonte: Roberto Testezlaf, 2017

Esse sistema possui vantagens, estas são a maior uniformidade de distribuição


de água e a redução da água de irrigação. Ademais, possui também desvantagem
como alagamento.

• Sistemas de subirrigação em ambientes protegidos

Além dos sistemas de campo, também existem sistemas utilizados em


ambientes protegidos, cujo princípio é a irrigação direta das raízes das lavouras. Por
exemplo, existem bancadas de trabalho capilares, drenos hidropônicos, entre outros
(Figura 16).

Figura 16 - Sistemas de subirrigação em ambientes protegidos

Fonte: Roberto Testezlaf, 2015


31

Assim como todos os outros sistemas, esse possui vantagens como o aumento
da produtividade das culturas, o controle efetivo de plantas daninhas, a eliminação
das perdas de água e nutrientes para o meio ambiente, o fornecimento adequado dos
nutrientes minerais e a redução da dispersão de contaminantes químicos no meio
ambiente, da quantidade de água aplicada e dos custos com mão-de-obra. Entretanto,
possui também desvantagens como a alta concentração de sais nas camadas
superiores do substrato, o alto custo inicial de implantação e manutenção, o aumento
do risco de disseminação de fitopatógenos, a dificuldade de adequar o manejo hídrico
e nutricional das culturas e a limitação do reaproveitamento da infraestrutura de
produção disponível.

2.3 A IRRIGAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO

O Brasil é um país que está entre os maiores produtores agrícolas. De acordo


com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
em 2015, o território brasileiro apresentava 851 milhões de hectares, que são divididos
com diversas finalidades, entre elas, estão presentes a lavoura e as pastagens. Dessa
forma, é evidente a relevância que o Brasil apresenta em extensão territorial e as
ações que envolvem as práticas realizadas nas áreas. Entretanto, segundo a Agência
Nacional de Águas (ANA), em 2009, o país possuía aproximadamente 4,6 milhões de
hectares irrigados. Sob esse viés, é notável que a irrigação no Brasil está em
desenvolvimento e deve ser aprimorada para ocupar extensões maiores e propiciar
os benefícios com tal procedimento tendo em vista que os investimentos privados são
os maiores responsáveis pela ampliação do setor. Posteriormente, apesar do índice
de irrigação ser considerado baixo no território brasileiro, de acordo com
BERNARDES (1998), as áreas brasileiras irrigadas correspondem à 35% da
produtividade agrícola, ou seja, a irrigação apresenta um destaque na agricultura.
Ademais, é possível verificar a distribuição da irrigação nas regiões brasileiras (Figura
17).
32

Figura 17 - Distribuição das áreas irrigadas no Brasil

Fonte: Esther Monteiro, 2015

Pode-se observar que as áreas mais expressivas estão presentes na região


Sudeste, Sul e Nordeste, as quais correspondem à 37%, 27% e 22% das áreas
irrigadas, respectivamente. Por outro lado, a região Centro-Oeste e Norte possuem
índices inferiores, destacando a necessidade de expansão da irrigação nesses locais.
Contudo, nota-se que a carência da irrigação nessas áreas decorre de muitos fatores
como por exemplo, as características climáticas, produtividade e investimentos.
Por outro lado, há a distribuição dos métodos de irrigação no território nacional.
Com base nos estudos desenvolvidos por REBOUÇAS (1999), o sistema por
superfície refere-se à 51%, a aspersão compreende à 41% e a localizada aborda 8%.
Diante desses dados, percebe-se que o método por superfície é o mais utilizado entre
os demais.

2.3.1 Aplicação no Brasil

Segundo o Programa Nacional de Irrigação (PRONI), o Brasil possui 55 milhões


de hectares sendo o segundo país que exibe o potencial de áreas irrigadas. Dessa
forma, ressalta-se a influência do país para a irrigação tendo em vista que as
características hídricas, topográficas, pedológicas e biológicas proporcionam a
implantação e manutenção da irrigação de forma eficiente. Em contrapartida, não são
encontrados grandes investimentos na área com tanta facilidade tendo em vista que
o processo requer de tecnologias e recursos para o seu desenvolvimento. Por
conseguinte, é indubitável os benefícios que o regadio oferece através do aumento da
33

produtividade agrícola, ampliação da economia, geração de empregos, utilização de


áreas abandonadas, entre outros.
Posteriormente, verifica-se a presença de legislações no país que objetivam
expandir o setor. Estas são:

• Programa Nacional de Várzeas Irrigáveis (PROVÁRZEAS);


• Programa de Financiamento a Equipamentos de Irrigação (Profir);
• Programa de Incentivo à Irrigação (Moderinfra);
• Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

2.3.2 Aplicação Mundial

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e


Agricultura (FAO), em 2015, a área irrigada em escala mundial (Figura 18) refere-se
à 301 milhões de hectares. Assim, a Índia ocupa o maior percentual aproximado de
56 milhões, a China com 54 milhões, os Estados Unidos compreendem à 22 milhões
e o Paquistão apresenta 18 milhões. Além disso, aponta-se que 40% da produção de
alimentos no âmbito mundial provém da irrigação em torno dos 17%, ou seja, a
irrigação está diretamente ligada à produtividade dos países com ênfase na fabricação
de alimentos.
Figura 18 - Irrigação em escala mundial

Fonte: Fórum Agricultura Irrigada, 2014


34

2.3.3 Vantagens e desvantagens da irrigação brasileira

Diante das pesquisas feitas, pode-se perceber que a irrigação possui diversas
vantagens, assim como possui também desvantagens. Dentre as vantagens, sabe-se
que ao utilizar a técnica de irrigação para seu plantio, os agricultores ganham
benefícios como o aumento na produtividade de suas agriculturas, além da diminuição
no trabalho mecanizado, economia em água, um bom resultado final de seus cultivos
e um aumento nas colheitas. Por outro lado, apesar de ser um crescimento no
agronegócio brasileiro, a irrigação traz desvantagens como em alguns tipos a
dependência da declividade e/ou dano do solo, aumento no desenvolvimento de
doenças e um custo elevado para sua instalação.

2.4 O SISTEMA ELETROELETRÔNICO

Para que o projeto seja desenvolvido e concretizado, é necessário observar as


funções que ele possui a fim de selecionar os componentes que irão compor o sistema
eletroeletrônico. Diante disso, é possível verificar as relações entre os itens e as
finalidades que eles têm, as quais permitem o seu desempenho. Além disso, ressalta-
se que o Arduino atua como o controlador, sendo utilizado para comandar os circuitos
e consequentemente, fornecer as informações necessárias aos componentes para
que eles executem as atividades previstas. Assim, é indubitável compreender os
conceitos do sistema e os componentes que serão integrados nele.

2.4.1 Arduino UNO R3 SMD CH340

Segundo a especialista em Cibercultura Karla Soares, o Arduino (Figura 19) é


uma plataforma de código aberto muito utilizado em projetos eletrônicos, como
automação e robótica. Diante disso, a plataforma consiste em uma placa com circuitos
programáveis que utiliza o microcontrolador ATmega328p, possuindo uma linguagem
de programação baseada na C++. Ele é responsável por enviar os comandos para o
projeto, sendo capaz de guardar as informações necessárias da programação e
conduzir o funcionamento dos aparelhos eletrônicos utilizados.
35

Figura 19 - Componente Arduino Uno R3 SMD CH340

Fonte: Arduino Mega, 2017

Para desenvolvimento da programação, é viável a utilização da plataforma


Arduino IDE (Figura 20), que consiste em um espaço com todas as funções essenciais
para o desenvolvimento de projetos baseados na plataforma de maneira mais eficiente
e rápida.

Figura 20 - Arduino IDE

Fonte: Usina Info, 2018

Além disso, é possível identificar alguns comandos na lógica de programação:


• setup(): Utilizada com o objetivo de inicializar variáveis, definir modos de entrada
ou saída de pinos, utilizar bibliotecas, etc. É executa somente uma vez, no
momento em que o Arduino é iniciado ou resetado;
36

• loop(): Realiza continuamente o processo descrito na função, permitindo a placa


Arduino executar o processo de forma mais dinâmica;

• DigitalWrite(): Aciona valores HIGH (5V ou 1) ou LOW (0V ou 0) em um pino


digital;

• DigitalRead(): Responsável por ler os valores de um pino digital (HIGH ou LOW);

• AnalogRead(): Lê os valores de um pino analógico. Para isso, a placa Arduino


possui um conversor analógico-digital de 10 bits, capaz de mapear as voltagens
de 0 a 5V e transformá-la em valores inteiros de 0 a 1023;

• delay(): Pausa o programa por determinado tempo em milissegundos (1 segundo


= 1000 milissegundos);

• map(): Utilizado para mapear um intervalo para outro;

• const: Abreviação de constante, tornado uma variável em apenas leitura (Sem seu
valor mudado;

• int: variáveis que armazenam números.

2.4.2 Aspersor

Segundo Edson Eiji Matsura (p. 16, 1997), o aspersor (Figura 21) é um
equipamento essencial na irrigação sendo que ele possui a capacidade de uniformizar
a água e otimizar o processo de regagem. Diante disso, os aspersores são
componentes instaurados na aguagem das espécies por meio do método de
aspersão, em que o recurso hídrico exerce uma pressão sobre ele, o qual libera a
água em forma de gotas, sendo idêntico à chuviscos. Assim, para a escolha do
aspersor ideal, é necessário observar diversos fatores, como por exemplo, a extensão
da área e a rotatividade a fim de que todo o ambiente seja irrigado.
37

Figura 21 - Componente aspersor

Fonte: Magazine Luiza, 2018

2.4.3 Bateria

Segundo o site Moura (2019), a bateria estacionária (Figura 22) é programada


para armazenar corrente e fornecer energia por bastante tempo, ou seja, por possuir
placas de chumbo bem consistentes, são consideradas baterias de ciclo profundo, as
quais fornecem pouca energia de partida, mas com um longo período de duração.
Assim, ela é capaz de ser carregada e descarregada sempre que preciso sem que
sua vida útil seja muito afetada.

Figura 22 - Componente bateria estacionária

Fonte: Energia Total, 2019


38

2.4.4 Diodo

O diodo (Figura 23) é um componente com dois terminais capaz de conduzir


corrente elétrica em somente um sentido. Segundo a empresa Athos Eletronics, o
diodo realiza essa tarefa através da sua junção PN (estrutura dos semicondutores que
possuem essa propriedade). Nesse contexto, o diodo só permite a passagem de
corrente elétrica se estiver diretamente polarizado (Condução do lado preto do
componente para sua listra cinza, ou seja, pelo polo positivo para o negativo). Além
disso, é importante salientar sobre a polarização inversa, no qual se comporta como
um inibidor de passagem da corrente, evitando correntes reversas em circuitos
eletrônicos.

Figura 23 - Componente diodo

Fonte: Athos Eletronics, 2020

Esse componente é fabricado com silício ou germânio, com suas duas regiões
sempre de características diferentes. Nesse sentido, o diodo possui uma região P,
com lacunas que podem ser preenchidas com elétrons (Figura 24). E uma região N,
com muitos elétrons e que é incapaz de atravessar para a região P devido a zona
nomeada de Região de Depleção, que consiste em um local neutro entre as regiões
P e N. Sendo assim, ao ser energizada diretamente, os elétrons podem fluir da região
P para N, o que não acontece caso for inversamente polarizada.
39

Figura 24 - Funcionamento interno do diodo

Fonte: Athos Eletronics, 2020

2.4.5 Fontes de alimentação

As fontes de alimentação (Figura 25) têm como objetivo transformar a corrente


alternada das concessionárias em corrente contínua, para alimentar os componentes
que necessitam dessa forma de energia. Além disso, certas fontes podem também
baixar ou elevar o nível de tensão, existindo as que somente baixam ou elevam esse
nível e outras que mantém o mesmo nível de tensão pois necessitam apenas de isolar
o circuito da rede (PAIVA, 2018).

Figura 25 - Exemplo de fonte chaveada

Fonte: Mercado Livre, 2019

• Fontes lineares

Essas fontes possuem o objetivo de isolar o circuito da rede, baixando o nível


de tensão e transformando-a de tensão alternada para contínua. Nessa fonte, a
tensão alternada é aumentada ou reduzida por um transformador, que após isso é
retificada por diodos ou por uma ponte de diodos retificadores, que separa os ciclos
40

positivos ou negativos para serem utilizados. Após isso, são filtrados para redução de
ruídos por um capacitor eletrolítico e por fim, é reduzido a tensão e corrente de saída
através do regulador de tensão.

• Fontes chaveadas

São dispositivos capazes de converter a corrente alternada em corrente


contínua sem necessitar de um transformador. Nela, controla-se a tensão em uma
carga abrindo e fechando um circuito comutador, mantendo a tensão desejada pelo
tempo de abertura e fechamento (PAIVA, 2018).

• Ponte retificadora de diodos

A ponte retificadora é um componente responsável por converter tensão


alternada em contínua, filtrando e mantendo somente os semiciclos positivos (Figura
26) e desconsiderando os semiciclos negativos (Figura 27). Para isso, utiliza-se o
diodo, que permite somente a passagem de corrente elétrica por um sentido,
impossibilitando o inverso. Sendo assim, a ponte retificadora consiste em um
esquema de diodos posicionados estrategicamente para passagem de tensão
somente positiva.

Figura 26 - Semiciclos positivos

Fonte: Mundo da Elétrica, 2020


41

Figura 27 - Semiciclos negativos

Fonte: Mundo da Elétrica, 2020

• Transformadores de tensão e suas relações matemáticas

Os transformadores são dispositivos capazes de aumentar ou reduzir uma


tensão. Para isso, a aparelho possui um núcleo, altamente imantável com duas
bobinas de números diferentes de espiras isoladas entre si (Bobina primária, a que
recebe tensão; e bobina secundária, a que sai a tensão transformada). Seu
funcionamento é através da corrente induzida na bobina secundária, que surge a partir
de uma variação ne fluxo gerada no primário (BRAGA, 2016). Sendo assim, a tensão
de entrada e saída são proporcionais ao número de espiras, no qual:

Tensão do primário Número de espiras do primário


=
Tensão do secundário Número de espiras do secundário

Portanto, o transformador irá reduzir a tensão somente se o número de espiras


do secundário for menor que o número de espiras no primário e vice-versa.

2.4.6 Lâmpadas LED

As lâmpadas LED foram lançadas em 1962, para apenas sinalizações devido


ao baixo fluxo luminoso e baixa potência. Entretanto, em 1990, Dr.Shuji Nakamura da
NichiaChemical Corporation inventou o LED azul com alto fluxo luminoso que,
juntamente a uma camada de fósforo, gera luz branca. Portanto, deu-se início da
utilização do LED na iluminação (BLEY, 2012).Segundo o site Mundo da Elétrica, os
LED’s são componentes que geram luz a partir de um baixo consumo, no qual
necessitam menores quantidades de potência para gerarem o mesmo fluxo luminoso
que uma lâmpada incandescente, sem o reator. Alguns dos benefícios dessas
42

lâmpadas são: luz visivelmente confortável, baixa geração de calor, fácil descarte e
reciclagem e baixa geração de calor. Além disso, essas lâmpadas não possuem
filamento, o que prolonga sua duração e diminui a quantidade de calor gerada.

2.4.7 Relé

O relé (Figura 28) é um dispositivo eletromecânico utilizado quando há


necessidade de acionar um mecanismo de alta potência. Além disso, ele
é responsável por controlar circuitos isolados através do microcontrolador. Assim, seu
funcionamento ocorre quando a bobina é alimentada e o eletroímã presente nele é
acionado de modo que, o par de contatores muda de posição. Desse modo, através
de sinais elétricos, o controlador pode inverter o sinal (NA para NF ou NF para NA) do
relé e acionar o sistema.
Os contatos NA (Normalmente abertos), como o nome diz, eles mantêm
desligados uma carga até o momento em que o relé é energizado. Por outro
lado, os contatos NF (Normalmente Fechados) permanecem conduzindo a
corrente para a carga até o momento em que o relé é energizado. (Instituto
NCB)

Figura 28 - Componente relé

Fonte: Filipe Flop, 2020

2.4.8 Relé fotoelétrico

De acordo com o site Mundo da Elétrica, o relé fotoelétrico (Figura 29) consiste
em um equipamento que automatiza o circuito por meio da quantidade de luz. Assim,
o relé fotoelétrico é considerado um sensor fotoelétrico e é responsável por identificar
a luminosidade em um ambiente. Diante disso, ele é acionado quando há a
identificação de incidência luminosa tendo em vista que ele permite ou interrompe a
43

passagem de energia. Esse elemento usufrui do auxílio do Light Dependent Resistor


(LDR), um resistor capaz de detectar luminosidade através da sua resistência de
forma inversamente proporcional, ou seja, quando a luz incide sobre ele, a intensidade
luminosa aumenta e a resistividade dele tende a diminuir. Por outro lado, quando há
a ausência de luz, a intensidade luminosa diminui e a resistividade dele tende a
aumentar. Assim, o LDR varia a sua resistência, a qual propicia corrente elétrica para
o acionamento do relé. Diante disso, a corrente cria um campo magnético, o qual atrai
o contato do relé que é comutado, permitindo o ligamento ou desligamento da carga.

Figura 29 - Componente relé fotoelétrico

Fonte: Ferramentas Gerais, 2019

2.4.9 Relé 5 pinos

Segundo a empresa Athos Electronics, o relé 5 pinos é um dispositivo


eletromecânico responsável por acionar um interruptor através de um sinal elétrico,
sendo amplamente utilizado em áreas da automação residencial e comercial, através
do acionamento de lâmpadas, portões, janelas, entre outros. Esse dispositivo possui
uma bobina interna, um contato preso e uma chapa de rearme que conecta os
terminais nas posições Normalmente Aberta e Normalmente Fechado (Figura 30).
Desenergizado, ele se encontra no estado Normalmente Fechado e, ao energizar a
bobina interna, é criado um campo magnético que atrai e desloca o contato,
desconectando-se do contato fechado e se contando com o contato aberto.
44

Figura 30 - Funcionamento interno do relé

Fonte: Fábio Guimarães, 2017.

2.4.10 Sensor higrômetro

O sensor de umidade do solo (Figura 31) é muito utilizado em processos de


automatização de plantações, irrigações agrícolas e agropecuárias. Ele é capaz de
detectar as variações de umidade da terra a partir da resistividade do solo,
determinando, assim, a porcentagem de umidificação do ambiente. Para isso, o
sensor possui dois eletrodos que são inseridos sob a terra e que conduzem a corrente
pelo solo, realizando uma comparação da resistência com a umidade, visto que
quanto mais seca estiver a terra mais difícil vai ser a condução de corrente. Além
disso, o sensor é mais resistente às condições do ambiente e evita a corrosão.

Figura 31 - Sensor de umidade

Fonte: Eletrogate, 2019


45

2.4.11 Válvula solenoide

Um dos equipamentos essenciais para o funcionamento de um circuito é a


válvula solenoide (Figura 32). Segundo a empresa Jefferson Engenharia de
Processos Industriais, o componente é uma válvula eletromecânica controlada,
composta pelo corpo, responsável pela função mecânica do aparelho, e a bobina
solenoide, responsável por converter a energia elétrica em movimento. Sendo
assim, a permissão ou inibição de passagem dos fluídos é dependente da corrente
elétrica no cilindro da bobina solenoide, a qual é capaz de gerar uma força no
centro através do campo magnético e acionar o êmbolo da válvula. Esse aparelho
possui diversas aplicações, como o fluxo de gases, líquidos e também óleos, podendo
ser confeccionadas de diversos tipos de materiais como o inox, bronze e polímeros.
As válvulas solenoides de polímeros são comumente utilizadas, devido ao seu baixo
custo e oferecimento de soluções eficazes para o controle de líquidos e gases,
aguentando uma pressão de trabalho de 0 a 10 bar (unidade de pressão); e podendo
ser utilizadas em até mesmo fluidos corrosivos e temperaturas elevadas de até
240°C.

Figura 32 - Válvula solenoide

Fonte: Baú da Eletrônica, 2017

2.5 TARIFA ATIVA PONTA E FORA PONTA

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é a responsável por


regularizar e definir as tarifas de energia elétrica. Diante disso, para grupos que
46

operam em alta tensão (Grupo A), existem duas tarifas muito essenciais, conhecidas
como Consumo Ponta e Fora ponta, as quais estão relacionadas a variação de
consumo da energia, no qual apresenta uma grande relação com os períodos do dia.
Assim, o consumo nos horários da manhã começa a aumentar, devido ao início do
funcionamento das empresas e aos equipamentos residenciais. Ao meio dia, o
consumo voltar a ficar menor, visto que é o horário de almoço dos funcionários, e ao
fim de tarde, o expediente de trabalho acaba e diversos brasileiros retornam para suas
casas, chegando ao maior pico de consumo de energia elétrica nesse horário. Sendo
assim, para incentivar as empresas a deslocarem o consumo nos horários de pico
para os horários de menores demanda, a tarifa de energia elétrica e demanda são
diferentes nos períodos do menor e maior consumo.

• Período Fora Ponta e Tarifa Fora Ponta:

Período no qual o consumo de energia elétrica é mais baixo, ou seja, a


capacidade máxima das linhas de transmissão não é atingida. Nesse período, as
tarifas não possuem acréscimo (00:00 às 17:59 e 21:00 às 23:59).

• Período de Ponta e Tarifa Ponta:

Período de três horas, exceto sábados, domingos e feriados definidos pela


concessionária. Normalmente, esse período é das 18:00 às 21:00. Segundo a
Beenergy, nesse período a tarifa de energia pode chegar até três vezes o seu valor.
47

3 METODOLOGIA

A princípio, salienta-se que a investigação metodológica oferece o tráfego de


informações que compõem o estudo e a percepção da aplicabilidade do tema,
possibilitando maior clareza e permitindo a concretização dos objetivos mencionados.
Segundo Cervo e Bervian (2002, p.81), a tese de pesquisa aborda um assunto
existente, o qual necessita de melhorias e profundidade em sua área de atuação,
evidenciando um entendimento relevante. Logo, é imprescindível a escolha do tema
que desencadeará o Trabalho de Conclusão de Curso. Diante disso, tendo em vista
que o assunto abordado requer afinidade e facilidade em seu desenvolvimento, a
seleção do mesmo é decisiva já que ele permanece constante até a sua conclusão.
Assim, além do conhecimento técnico e programático, observou-se as necessidades
da regagem no meio institucional, viabilizando a escolha do conteúdo referente a
Irrigação Automatizada em Jardins.
Primeiramente, com o intuito de executar as ações propostas pelo projeto de
forma eficiente, será importante realizar o planejamento dos meios que serão
utilizados para atingir tal objetivo. Isso posto, será organizado a divisão dos métodos
para a efetuação do planejamento. Dessa forma, a estruturação dos procedimentos
proporcionará maior segurança, otimização do tempo, aumento da produtividade e
consciência na demanda de tarefas. Assim, a partir da síntese organizacional, haverá
o preparo para a inicialização do TCC tendo em vista que o planejamento auxiliará no
desempenho ativo em sua elaboração.
Por conseguinte, para melhor profundidade do tema e obtenção de
conhecimento, é indubitável efetuar pesquisas de cunho exploratório, descritivo e
explicativo na área de irrigação, automatização, programação e elétrica além da
abordagem de dados qualitativos e quantitativos, os quais permitem a análise das
variáveis numéricas e adjetivas. Sendo assim, através de materiais didáticos,
plataformas digitais, simuladores, leituras, experiências e diálogos com especialistas,
será possível adquirir embasamento para estabelecer o referencial teórico e prático
do trabalho. Ademais, será importante coletar informações sobre a instituição
SESI/SENAI CIVIT, como por exemplo, as dimensões do espaço, os gastos referentes
à água e energia, os empregados envolvidos, as espécies naturais e características
biológicas que elas apresentam, a verificação administrativa dos aparelhos e dos
48

cuidados fornecidos ao processo. Ademais, tais dados serão obtidos a partir do auxílio
de documentos e indivíduos integrados ao local.
Com o aprendizado advindo dos estudos sobre os elementos envolvidos no
TCC, será escolhido as partes constituintes do projeto. Dessa forma, o princípio do
referencial teórico iniciará de forma que, haverá o detalhamento dos assuntos
abordados, tendo em vista que é necessário compreender a originalidade, o conceito,
os tipos, o funcionamento, a aplicabilidade, as vantagens e as desvantagens.
Dessa forma, esse projeto será composto por um sistema automatizado para a
conservação dos jardins do SESI/SENAI CIVIT. Dessa forma, o sistema principal
usufruirá do Arduino UNO, fonte externa, sensor higrômetro, relé e da válvula
solenoide. Esses equipamentos terão as seguintes finalidades:

• Arduino R3 SMD CH340

Esse aparelho será responsável por comandar o circuito, tendo como objetivo
enviar comandos elétricos à válvula solenoide em consequência dos sinais recebidos
do sensor de umidade. O Arduino é um projeto com cunho educacional iniciado em
2005 na cidade de Ivrea, Itália. Segundo dados, foram vendidas mais de 150 mil
placas oficiais e estima-se um valor de 500 mil placas não oficiais comercializadas no
mundo todo (MCROBERTS, 2011), comprovando a real popularidade apresentada
pela Revista Perspectiva Amazônica Ano 3 N° 5 p.119-126. A placa Arduino Uno é
alimentada com valores de tensão entre 6V a 20V (Recomenda-se valores de 7V a
12V); e possui uma porta USB capaz de alimentar e transmitir dados entre o
computador e a placa. Além disso, possui pinos de entrada/saída, sendo eles 14
digitais de dois estados (0 ou 1) e 6 entradas analógicas (Figura 33) de 10 bits (0 a
1023, de acordo com a tensão fornecida); permitindo a conexão de LED’s, sensores,
entre outros.
49

Figura 33 - Entradas do Arduino

Fonte: Fábio Souza, 2013

Portanto, será utilizado o Arduino uno no projeto, já que é um dos modelos mais
vendidos nesse segmento e considerado uma referência para modelos futuros da
Arduino. Além disso, devido a praticidade proporcionada, devido ao fácil manuseio por
meio de plataformas didáticas, e ao prévio conhecimento adquirido no decorrer do
curso de eletrotécnica, no qual houveram práticas e aulas utilizando o programa.

• Aspersor

Serão responsáveis por irrigar o local em momentos necessários. Para isso, o


sensor, ao ver uma umidade menor que 80%, acionará o relé 5V que por sua vez irá
abrir a válvula. Sendo assim, através da pressão proporcionada pela água, o aspersor
irrigará.

• Fonte externa

Esse aparelho (Figura 34) será responsável por alimentar o circuito durante o
período de energia elétrica da instituição. Ademais, servirá como um transformador
de corrente alternada da instituição em corrente contínua e diminuído a tensão para o
projeto, alimentando o circuito em 12v.
50

Figura 34 - Fonte chaveada

Fonte: Iluminim, 2018

• Módulo relé 5v

Como o projeto é baseado no Arduino, ele não possui voltagem suficiente para
acionar a válvula. Portanto, no sistema de irrigação, o relé funcionará como um
interruptor para que chegue uma corrente e tensão ideal nesses materiais para que
possam ser acionados.

• Sensor de umidade do solo higrômetro

Logo, compondo o sistema principal, será utilizado o sensor higrômetro para


identificar a necessidade de umidade do solo, sendo que, ao se perceber um
percentual inferior a 80%, os irrigadores dos jardins serão acionados. Nesse contexto,
o sensor deverá reconhecer a alta resistência do solo que é característica de um
ambiente seco e informar a necessidade de irrigação para o Arduino. Em
contrapartida, ao reconhecer que o solo não apresenta resistência, o sensor definirá
que o solo não deve ser irrigado.

• Válvula solenoide

Esse aparelho será utilizado no sistema de irrigação para inibir ou permitir a


vazão de água para os irrigadores através de comandos elétricos enviados pelo
microcontrolador. Nesse contexto, ao passar corrente no cilindro da bobina solenoide,
será gerada uma força no centro, fazendo com que o êmbolo da válvula seja acionado,
abrindo ou fechando o sistema. Além disso, será estabelecido um sistema de
emergência caso haja escassez de energia, o qual será alimentado por uma bateria
51

consumidora da energia elétrica proveniente da unidade escolar. Assim, esse recurso


suplente utilizará os seguintes componentes: a bateria estacionária, os relés de cinco
pinos, o diodo e as lâmpadas que serão utilizados no acionamento do sistema de
iluminação e irrigação.

• Bateria estacionária

A bateria estacionária será um auxílio de emergência, pois armazenará toda a


eletricidade gerada pela rede. Diante disso, ela será acionada quando o diodo permitir
que haja a passagem de corrente, identificando que não há energia.

• Diodo

O diodo será utilizado no projeto para a alimentação da bateria pelo mesmo


condutor da fonte, no qual, ao estar carrega, alimentará os sistemas emergenciais.
Além disso, servirá como inibidor de corrente elétrica no retorno para a fonte externa
pelo condutor.

• Lâmpadas LED

As lâmpadas LED serão utilizadas para a iluminação local durante os períodos


noturnos. Para serem acionadas, é cabível a utilização do relé fotoelétrico. Ademais,
também serão funcionais para a sinalização emergencial do projeto, no qual ficaram
ligadas para demonstrar a falta de energia na instituição e iluminar em casos noturnos.

• Relé fotoelétrico

Esse componente irá ligar ou desligar as lâmpadas de acordo com a luz


ambiente, no qual acionará um relé responsável por energizar as lâmpadas. Para isso,
ele utilizará um LDR, capaz de realizar essa medição.

• Relé de 5 pinos

Os relés de 5 pinos serão utilizados no projeto como componentes


responsáveis por realizar a comutação das fontes de energia. Por conseguinte, serão
estipulados diagramas e fluxogramas para representar as funcionalidades elétricas e
esquemáticas.

O fluxograma de processos é uma representação gráfica que descreve os


passos e etapas sequenciais de um determinado processo. Muitos estudiosos
emplacam o fluxograma na lista das ferramentas da qualidade. (Alonço,
2018).
52

Diante disso, percebe-se que essas estruturas são imprescindíveis para que
não haja nenhuma interferência na interpretação da ilustração, permitindo maior
detalhamento e clareza. Em seguida, serão selecionados os mecanismos envolvidos
em sistemas eletroeletrônicos tendo como base o controle feito através do Arduino.
Para a realização da lógica de programação do projeto, serão elaboradas pesquisas
relacionadas à linguagem de funcionamento (C++) utilizada pelo micro controlador
(Arduino). Além disso, será utilizado o aplicativo Arduino IDE para que a lógica de
programação seja desenvolvida. O Arduino IDE consistirá em um ambiente de
desenvolvimento que será responsável por compilar a programação, transformando a
linguagem textual humana em uma específica (Sequência de Bytes) para um
processador e sistema operacional. As funções do Arduino utilizadas no projeto
consistirão em setup(), loop(), DigitalWrite(), DigitalRead(), AnalogRead(), delay().

• setup(): Será responsável por definir a válvula e o relé como saída de informações
(OUTPUT) através do PinMode()e fechará a válvula.

• loop(): Nessa área, as programações do projeto serão executadas, no qual


ocorrerá o controle da umidade do solo e luminosidade do ambiente. Além disso,
realizará a leitura dos sensores e executará os comandos.

• digitalWrite(): No projeto, essa função será responsável por enviar comandos aos
pinos digitais, comandando relés do circuito.

• analogRead(): Essa função irá ler os pinos analógicos do circuito (sensor


higrômetro e de luminosidade).

• delay(): Essa sintaxe funcionará para o controle do tempo de rega, ou seja, o


tempo que a válvula ficará aberta;

• map(): Nesse contexto, será utilizado para mudar o valor da resistência do Sensor
Higrômetro de 1023 a 0 para 0 a 100;

• const: Serão utilizadas juntamente a função “int” para atribuir nome às portas
analógicas e digitais do projeto, facilitando o entendimento da programação;

• int: Além dos nomes atribuídos, é funcional para a criação da variável de umidade
do projeto.
53

Em continuidade, os itens serão dimensionados de acordo com a carga elétrica


dos aparelhos e a classificação da rede elétrica da unidade. Essa seleção será feita
com base em normas regulamentadoras e os conhecimentos técnicos adquiridos ao
decorrer do curso. Portanto, para o dimensionamento dos componentes, serão
utilizadas relações matemáticas a fim de realizar os cálculos de potência do projeto e
consumo de energia em horas. Sendo assim, as fórmulas utilizadas serão:
• Cálculo de Potência:

Potência (W) = Tensão (V) x Corrente (A)

• Cálculo de Consumo de energia em horas:


Potência (W)
x Horas = kWh
1000

A partir das informações obtidas, será possível criar a simulação do projeto,


uma vez que esse recurso comprovará a eficácia dos dados e fornecerá a
confiabilidade antes da realização do protótipo.

“Para projetar a experiência perfeita, a utilização de protótipos se faz a forma


mais eficaz de simular essa interação, devendo ser feita ainda no período de
concepção do sistema, evitando gastos dispendiosos de tempo e
monetários.” (Nascimento, 2013).

Assim, através do Fritzing, plataforma de elaboração do circuito, será realizada


uma simulação (Figura 35) da composição do sistema automatizado, no qual será
possível a percepção de melhorias e otimizações futuras.

Figura 35 - Plataforma Arduino IDE

Fonte: Produzido pelo próprio autor


54

Por fim, para que o projeto seja comprovado, haverá a criação de um protótipo
para demonstrar a eficiência e o funcionamento do sistema abordado no Trabalho de
Conclusão de Curso.

3.1 DIAGRAMA DE AÇÕES DA METODOLOGIA

Para uma melhor visualização dos procedimentos da metodologia, observe o


diagrama a seguir que contempla todas as ações a serem abordadas no decorrer
desse projeto.
Diagrama 1 - Diagrama da metodologia

Realizar uma pesquisa Selecionar os componentes


aplicada para desenvolver a do sistema eletroeletrônico
lógica de funcionamento do baseado no uso do Arduino
sistema de irrigação. como controlador.

Desenvolver um programa
para a aplicação no Arduino
Elaborar uma simulação de
possibilitando a
funcionamento do sistema
implementação da lógica de
automatizado.
funcionamento do sistema de
irrigação.

Dimensionar um sistema de
Elaborar um protótipo para
emergência acionado durante
análise de funcionamento do
as interrupções de energia
circuito.
elétrica na unidade.

Fonte: Produzido pelo próprio autor


55

4 ANÁLISE DE DADOS

As informações acerca do desenvolvimento do projeto em questão são


fundamentais para o entendimento dele. Nesse sentido, é preciso destacar os
métodos utilizados para alcançar os objetivos de conclusão do sistema final, tal como
os dados mais relevantes que foram levantados no decorrer da sua produção. Dessa
forma, coloca-se em foco nessa etapa a apresentação do local selecionado para a
aplicação do sistema, assim como o dimensionamento dos componentes e a
formulação de diagramas e programação do mesmo.

4.1 DELIMITAÇÃO DO LOCAL

O local selecionado (Figuras 36 e 37) para a implantação do projeto de


automatização foi o jardim situado entre o auditório e o bloco de salas de aula da
instituição de ensino SESI/SENAI CIVIT, sendo que ele apresenta a dimensão de
aproximadamente 192m². Para melhor entendimento, observe a imagem
correspondente a seguir.

Figura 36 - Ângulo frontal do jardim

Fonte: Produzido pelo próprio autor


56

Figura 37 - Parte lateral do jardim

Fonte: Produzido pelo próprio autor

Nesse contexto, foram feitas pesquisas sobre os atuais métodos de irrigação


aplicados a esse jardim, a fim de obter referências mais específicas acerca dos
processos de regagem da região. Logo, com base nas informações oferecidas pelos
funcionários da instituição, sabe-se que atualmente a irrigação dos jardins é realizada
manualmente pelos encarregados. Assim, entende-se que o processo atual não é
funcional, visto que a regagem depende da disposição de mão de obra humana e é
realizada apenas por meio de uma mangueira, sem um padrão de horários pré-
determinado ou um limite de água despejada nas plantas.
Além disso, a análise da umidade do solo não sofre nenhum processo técnico
ou automático, tendo em vista que esse aspecto é verificado apenas com base na
observação do encarregado pela ação. Quanto a frequência de irrigação, os
trabalhadores dizem regar o jardim de duas a três vezes por dia, dependendo da
estação, e por um período de mais ou menos uma hora. Por fim, os funcionários ainda
informaram que a iluminação do jardim é feita por um acionamento manual à noite, ou
seja, todos os dias ao anoitecer as luzes do local são acionadas por uma pessoa e
diretamente no disjuntor.
Com base nessas informações, é possível perceber algumas desvantagens da
aplicação do método de funcionamento atual, como a dependência de um indivíduo
para realizar a irrigação, o consumo desregulado de água, a falta de iluminação no
local em casos de falta de energia elétrica, a possibilidade de inserção excessiva de
57

água no solo, entre outros fatores que serão solucionados com a aplicação do sistema
automatizado. No último quesito citado, há uma preocupação ainda maior, já que a
quantidade de água usada na irrigação interfere na qualidade da regagem e na
aparência e saúde das plantas.
Assim, segundo a empresa especializada Safra Irrigação, a falta ou o excesso
de água usada na irrigação pode interferir na produtividade, no crescimento e na vida
útil da plantação. No caso de falta de água, o desenvolvimento das plantas é afetado,
já que o recurso hídrico é essencial para o processo de fotossíntese delas, tendo como
consequência raízes quebradiças e folhas enrugadas ou amareladas. Em
contrapartida, no caso de excesso de água, forma-se um ambiente propício para a
proliferação de fungos que prejudicam a saúde das plantas, além de causar a morte
de certas raízes que a alimentam, atrapalhando o seu crescimento.

4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DO JARDIM

Para a obtenção de um jardim saudável e com um visual agradável, é


necessário que haja o manejo adequado das espécies, de forma a observar as suas
características e os cuidados especiais com cada uma delas. No entanto, apesar de
ser perceptível a grande diversidade dentre as plantas encontradas nesse jardim, têm-
se que elas se assemelham no modo de tratamento. De acordo com os levantamentos
realizados no local, foram identificadas as espécies Palmeira-Ráfia (Figura 38), o
Coqueiro-de-Vênus (Figura 38), a Árvore do Quadro-Negro (Figura 39), a Cicadácea
de Bambu (Figura 40), o Pingo-de-Ouro (Figura 41), a Piteira (Figura 42) e a Cinza-
do-Himalaia (Figura 43), representadas respectivamente a seguir.

Figura 38 - Rhapis excelsa e Cordyline fruticosa

Fonte: Produzido pelo próprio autor


58

Figura 39 - Alstonia scholaris

Fonte: Produzido pelo próprio autor

Figura 40 - Ceratozamia hildae

Fonte: Produzido pelo próprio autor

Figura 41 - Duranta erecta

Fonte: Produzido pelo próprio autor


59

Figura 42 - Agave americana

Fonte: Produzido pelo próprio autor

Figura 43 - Fraxinus griffithii

Fonte: Produzido pelo próprio autor

Diante disso, é fato que as plantas apresentadas possuem características muito


semelhantes quanto a forma de regagem e exposição à luz solar. Logo, é possível
observar que todas elas requerem um ambiente com uma boa iluminação e regas
regulares, sendo que o solo deve estar bem úmido, mas nunca encharcado. Assim, o
60

projeto de automatização garante que o solo esteja sempre adequado para o bom
desenvolvimento dessas plantas, pois o sensor higrômetro estará regulando a todo
momento a umidade do solo. Ademais, como essa verificação é feita a todo momento,
a necessidade de irrigação do solo ainda pode variar de acordo com as estações do
ano ou até mesmo com base na previsão do tempo de cada dia.

4.3 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES DO SISTEMA

Sabe-se que é fundamental definir as características elétricas de cada


elemento do sistema, uma vez que é preciso obter todas as informações técnicas
necessárias para a construção do projeto. Sendo assim, o dimensionamento desses
componentes deve ser feito da maneira correta e com muita atenção, a fim de evitar
sobrecargas, mau funcionamento e até mesmo um curto-circuito no sistema de
operação do sistema automatizado que será implantado nos jardins. Sabendo disso,
obteve-se as características elétricas de todos os itens aplicados ao projeto.

4.3.1 Dados de operação dos componentes

É essencial destacar que todos os componentes do sistema (Tabela 1)


automatizado devem ser selecionados com uma tensão máxima de 12V, visto que
essa é a máxima suportada pelo controlador Arduino. Nesse sentido, segue abaixo a
especificação de cada item.
Tabela 1 - Componentes do Sistema
Componente Tensão de operação (V) Corrente de operação (mA)
Arduíno UNO 12 43
Diodo 12 600
Fonte 12 500
Lâmpada 12 750
Relé 5 20
Relé 5 pinos 12 20
Relé fotocélula 12 500
Sensor higrômetro 5 40
Válvula solenoide 12 500
Fonte: Produzido pelo próprio autor
61

4.3.2 Dimensionamento da bateria

Para a realização do dimensionamento da bateria que será utilizada no circuito


é necessário conhecer a corrente total de projeto, além da sua potência e tensão de
operação. Dessa forma, destacam-se os seguintes dados:

- Corrente total do projeto: soma da corrente requerida por cada elemento, levando
em consideração as suas devidas quantidades.

43 + 3.000 + 20 + 40 + 500 + 40 + 500 = 4.143mA ou 4,14A

- Potência do projeto: relação entre a corrente e a tensão do circuito.

P = 4,14 x 12 = 49,72W

- Tensão de operação: máxima do Arduino = 12V


Logo, de acordo com os dados expostos, a bateria selecionada possui as
seguintes especificações: 6Ah, 12V e “Ciclo Profundo Gerador De Flash
Fotográfico”. Além disso, a escolha desse estilo de bateria se deu pelo fato de ela
suportar uma profundidade de descarregamento maior, podendo chegar em até 80%
da sua carga total e dando um suporte melhor ao sistema de emergência. Nesse
sentido, observa-se que a bateria selecionada teria um descarregamento máximo de
4,8Ah, então, como a corrente do projeto é de 4,14A o sistema se encaixa nessa
dimensão.

4.4 TEMPO DE ATUAÇÃO DO SISTEMA EMERGENCIAL

Como demonstrado anteriormente, a bateria selecionada suporta uma


descarga de até 80% da sua capacidade total, visto que esse é o máximo indicado
para a obtenção de uma vida útil maior para o equipamento. Logo, sendo a sua carga
total o valor de 6Ah, ela dispõe de 4,8A para serem utilizados em um período de uma
hora. Assim, tendo como base a corrente de operação do sistema em questão, é
preciso delimitar o tempo de atuação do sistema emergencial aliado a essa bateria.
Destacam-se as seguintes considerações:

- Em uma hora o projeto gasta 4,14A. Sendo assim, restam 1,86Ah para atingir o
máximo suportado.
62

4,14 Ah – 60 minutos
1,86 Ah – X minutos
111,6
4,14X = 111,6 → X = = 26,956 ≅ 27 minutos
4,14

Portanto, o sistema emergencial será capaz de garantir o funcionamento do


circuito automatizado por até 1 hora e 27 minutos, o que é um tempo bem folgado, já
que em casos de falta de energia a instituição não demora muito mais do que meia
hora para resolver o problema e restaurar a energia elétrica.

4.5 DIAGRAMA ELÉTRICO DO CIRCUITO DO PROJETO

O diagrama elétrico (Diagrama 2) é imprescindível para a melhor compreensão


da aplicação do sistema em questão, além de ser necessário para a instalação do
mesmo no local escolhido. Sob essa perspectiva, foi desenvolvido um diagrama na
plataforma Easyeda, no qual é possível identificar o Arduino, os relés, a bateria e
lâmpadas do sistema de emergência, o diodo, a fonte de energia externa e todas as
ligações relacionadas entre eles. Todos esses componentes foram especificados
quanto a sua atuação anteriormente e, com base na observação do diagrama, a
compreensão da relação entre eles é de melhor entendimento.
63

Diagrama 2 - Diagrama elétrico do sistema

Fonte: Produzido pelo próprio autor

Com base no diagrama acima, o RELE1 é responsável por alternar as fontes


do Arduino, no qual, ao acabar a energia da Fonte externa, a bobina L2 estará
desenergizada e o contato CO será conectado ao normalmente fechado (NC);
alimentando o Arduino através da bateria.
Já o RELE2, terá como função comutar as fontes de energia para as lâmpadas,
deixando-as acesas mesmo no período da falta de energia na instituição. Além disso,
é importante salientar que, em casos falta de corrente na fonte externa, as lâmpadas
ficarão ligadas independentemente do horário, servindo assim como forma de aviso
da falta de energia e iluminando em casos noturnos. Sendo assim, RELE2 possui o
mesmo funcionamento que o RELE1, já que ambos comutam as fontes de energia.
64

4.6 LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA

Para facilitar o entendimento da lógica de programação do projeto


automatizado, é viável realizar um diagrama de blocos (Diagrama 3) com as
delimitações do sistema. Assim, o diagrama foi elaborado com base na funcionalidade
do circuito, relacionando a atuação do sensor higrômetro sob a identificação da
umidade do solo, a ação do relé sob a válvula solenoide para o controle do fluxo de
água, e a variável de umidade, por exemplo. Basicamente, a intenção é demonstrar o
princípio da programação (Anexo A), em que o higrômetro deve identificar a umidade
do solo e, caso ela seja inferior a 80%, o relé que comanda a válvula solenoide é
acionado e o fluxo de água é liberado. Por outro lado, caso a umidade esteja
adequada, não há ação. Ademais, foi definido um valor de precaução para a umidade
de 50%, já que o solo não alcança uma falta de água tão grande no clima tropical
brasileiro. Observe:
Diagrama 3 - Diagrama de blocos da lógica de programação

Fonte: Produzido pelo próprio autor


65

4.7 DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DO ARDUINO

O diagrama esquemático (Diagrama 4) é imprescindível para a melhor


compreensão da aplicação do sistema no Arduino, além de ser necessário para
demonstrar as ligações corretas do circuito no controlador. Sob essa perspectiva, foi
desenvolvido um diagrama na plataforma Fritzing, na qual é possível identificar o
Arduino, o relé acionador da válvula, o sensor de umidade, a sonda aliada a ele e
todas as ligações relacionadas entre os componentes. De acordo com a imagem
abaixo:
Diagrama 4 - Diagrama esquemático do Arduíno

Fonte: Produzido pelo próprio autor

Nesse contexto, as conexões de polo positivo dos componentes estão


conectadas aos 5V do Arduino e as de polo negativo ao GND. Além disso, o pino
analógico A2 está conectado à sonda do Sensor Higrômetro e o pino digital de porta
13 ao relé.

4.8 DIMEMSIONAMENTO DOS CONDUTORES

Com base na NBR 5410, é preciso realizar o dimensionamento dos condutores


utilizados na concretização do projeto. Primeiramente, é necessário determinar o
modo de instalação do circuito, analisando a tabela 33 (Figura 44) dessa norma.
Sendo assim, o tipo de instalação mais adequado é via eletroduto externo, tal como o
disponível na unidade no local de instalação do protótipo, descrito no método B1 da
tabela de referência.
66

Figura 44 - Tabela de referência para o tipo de instalação do circuito

Fonte: ABNT, 2004

Em seguida, é preciso considerar a corrente do circuito que é de 4,14A e


observar a tabela 36 (Figura 45) dessa mesma norma para identificar a secção
transversal dos cabos. De acordo com a análise, a secção do fio deveria ser de
0,5mm², em um condutor de cobre selecionado por nós como a melhor opção. No
67

entanto, o mínimo indicado para circuitos de força é de 2,5mm², segundo a norma


citada, valor que adotaremos na implementação do nosso projeto.

Figura 45 - Tabela de referência para o dimensionamento dos condutores

Fonte: ABNT, 2004

4.9 ANÁLISE FINANCEIRA

Para que seja possível verificar a viabilidade da implementação do projeto de


automatização em questão, é preciso realizar uma análise dos seus custos. Sendo
assim, foi feita uma contabilização dos gastos com cada etapa do projeto, como a
compra de componentes, gastos com energia e o tempo para o retorno desse
investimento.

4.9.1 Custo dos equipamentos

Primeiramente, foi preciso relacionar o valor de cada equipamento com suas


devidas quantidades para encontrar o custo de sua implementação. A partir disso,
68

obteve-se o valor total que deveria ser investido na compra dos componentes do
sistema.
Tabela 2 - Orçamento do projeto
Componente Quantidade (Un) Valor (R$) Custo total (R$)
Arduíno UNO 1 34,19 34,19
Bateria 1 189,90 189,90
Diodo 1 0,90 0,90
Fonte 1 29,99 29,99
Lâmpada 4 18,00 72,00
Relé 1 12,90 12,90
Relé 5 pinos 2 9,50 19,00
Relé fotocélula 1 29,90 29,90
Sensor higrômetro 1 9,90 9,90
Válvula solenoide 1 49,90 49,90
- - - 448,58
Fonte: Produzido pelo próprio autor

4.9.2 Custo da utilização de energia elétrica

Ademais, é necessário calcular o gasto em reais do projeto em relação à sua


demanda de energia. Primeiramente, é preciso calcular a quantidade de kWh
(Quilowatt-hora), que é a medida da energia elétrica consumida pelo circuito durante
seu período de funcionamento. Para isso, utiliza-se a fórmula de consumo de energia,
que é dada a partir do consumo em W dividido por 1.000 e, em seguida, multiplicado
pelo tempo total de consumo em h. Assim, com base nos cálculos anteriores, o
consumo do projeto em Watts é de 49,72 W, com funcionamento de 24 horas por dia.
49,72
x 24 = 1,19328 kWh por dia
1000

Além disso, é necessário calcular o consumo em mês, para calcular a


quantidade total de energia demandada no período inteiro. Para tal fim, realiza-se o
seguinte cálculo:
1,19328 kWh x 30 dias = 35,7984 kWh por mês

Após esse processo, é possível calcular o preço gasto em reais do projeto com
base nos detalhes de faturamento de contas de energia anteriores da instituição. A
69

fim de utilizar os melhores valores possíveis, foi realizado uma análise de contas
anteriores, para a utilização do Preço Unitário e o TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de
Distribuição) + TE (Tarifa de Consumo de Energia) que fossem os mais comuns.
Portanto, percebeu-se que os valores mais comuns, que eram, respectivamente:

Tabela 3 - Tarifas tributárias


Consumos Preço TUSD + Total (Preço unitário +
unitário TE (TUSD + TE))
Consumo Ativo 1,29819 0,46341 1,7616
Ponta
Consumo Ativo 0,08153 0,28876 0,37029
Fora Ponta
Fonte: Produzido pelo autor

Com essa análise, é possível calcular o preço em reais da demanda de energia


do projeto.

• Consumo Ativo Ponta: O consumo Ativo ponta é ocasionado somente durante


cerca de 3 horas (18:00 às 20:59). Portanto, essa categoria de consumo no mês é
de 90 horas (3 horas x 30 dias). Sendo assim, é necessário multiplicar a potência
do projeto em kW (Quilowatt) pelo período de funcionamento e por fim realizar
outra multiplicação entre o resultado encontrado e o Total (Preço unitário + (TUSD
+ TE)).

0,4972 x 630 = 4,4748 kWh

4,4748 kWh x 1,7616 = R$ 7,88280768

• Consumo Ativo Fora Ponta: O consumo Ativo fora ponta é ocasionado durante
os outros horários de funcionamento, ou seja, 21 horas (24h – 3h). Portanto, essa
categoria de consumo no mês é de 630 horas (21 horas x 30 dias). Sendo assim,
é necessário multiplicar a potência do projeto em kW (Quilowatt) pelo período de
funcionamento e por fim realizar outra multiplicação entre o resultado encontrado
e o Total (Preço unitário + (TUSD + TE)).

0,4972 x 90 = 31,3236 kWh


70

31,3236 kWh x 0,37029 = R$ 11,598815844

Sendo assim, conclui-se que o gasto total do projeto é identificado a partir da


soma dos dois consumos, ou seja:

R$ 7,88280768 + R$ 11,598815844 = R$ 19,48 por mês e R$ 233,76 por ano

4.9.3 Custo geral do projeto

Por fim, é preciso determinar o custo final do projeto, a fim de prever os retornos
futuros de acordo com o investimento necessário para a sua execução. Nesse sentido,
foi realizada uma soma dos custos com equipamentos e com a utilização de energia
elétrica. Confira:

448,58 + 233,76 = R$ 682,34

A partir disso, percebe-se que o retorno do investimento do projeto já é


imediato, mesmo considerando os gastos em um ano, sendo que o salário da mão de
obra para a irrigação manual dos jardins é de R$ 1.405,56, segundo a
Pesquisa Salarial da Catho Online. Assim, constata-se a viabilidade de
implementação do sistema, tendo em vista as vantagens tanto financeiras, quanto em
relação à qualidade da irrigação.
71

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS

Em suma, percebe-se que a área da automação apresenta uma série de


possibilidades para a facilitação da vida humana, podendo ser explorada sob
diferentes contextos. Assim, é imprescindível que seja obtido o máximo de
conhecimento possível acerca da área, visto que a sua aplicação exige técnicas muito
específicas. Nesse sentido, a fim de implementar um sistema de irrigação
automatizado na instituição de ensino SESI/SENAI CIVIT, foi preciso realizar um
estudo de caso bem aprofundado sobre os focos de atuação desse projeto, visando
obter resultados positivos e satisfatórios ao final de sua execução.
A princípio, entende-se que a qualidade da irrigação nos jardins do local alvo
deve ser uma das prioridades desse projeto. Logo, práticas como o estudo dos tipos
e principais processos da irrigação, assim como sua história e indicadores de
qualidade para as plantações, foram fundamentais para a realização do protótipo,
influenciando diretamente nas demais etapas. Tal processo obteve êxito, uma vez que
as táticas para a otimização da proporção de nutrientes do solo para as plantas foram
bem definidas por meio das pesquisas. A partir disso, foi possível elaborar um método
eficaz que disponibilizasse os recursos necessários para as plantas, evitando
desperdícios e a inundação excessiva do solo, o qual foi configurado sob um sistema
automatizado no Arduino e utilizando, inclusive, uma fonte de alimentação alternativa
para casos de emergência. Ademais, os componentes necessários foram estudados
e dimensionados, respeitando as características do microcontrolador utilizado.
Percebe-se que os aprendizados sobre lógica de programação e o funcionamento de
sistemas autônomos também foram aplicados, já que eles são necessários para a
formulação do protótipo. Além disso, outras informações técnicas obtidas ao longo do
curso de eletrotécnica foram utilizadas no decorrer do projeto, tal como a elaboração
de diagramas elétricos, montagem de circuitos, entre outras. Ainda assim, segundo
comparações apresentadas anteriormente, com a aplicação do sistema autônomo
viabilizou-se uma economia para a instituição, visto que a mecanização do sistema foi
abolida e dispensou a necessidade de mão de obra humana, a qual representava
gastos para a escola.
Por conseguinte, foi possível observar algumas vantagens obtidas por meio da
implementação desse projeto, tal como a otimização da qualidade da irrigação das
plantas do jardim selecionado, a ampliação da aplicação do microcontrolador no setor
72

de irrigação, a automatização do processo, a redução da demanda de trabalho


oferecida pelo acionamento tradicional e a diminuição no gasto da água durante o
processo através dos sensores capazes de gastar apenas o necessário. Além disso,
o sistema implantado proporcionou uma segurança maior ao modo de irrigação do
local, pois o recurso de emergência á utilizado em casos de falta de energia e garante
o funcionamento de todo o projeto em qualquer que seja a condição. Tal recurso ainda
é funcional para a iluminação do jardim caso ocorra a queda de energia e esteja de
noite ou em um dia muito escuro, sendo ele capaz de detectar a luminosidade através
de um relé fotoelétrico.
Portanto, conclui-se que esse projeto apresenta resultados positivos, obtendo
sucesso na implementação de um sistema de irrigação automatizado para os jardins
da instituição selecionada e contribuindo com uma série de novos aprendizados aos
autores. Assim, foi possível aplicar os conhecimentos técnicos adquiridos no decorrer
do curso de eletrotécnica e ainda promover uma otimização no processo de irrigação,
garantindo a iluminação do local em um sistema de emergência para a atuação em
casos de interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Outrossim, acerca das perspectivas futuras para esse projeto, é sugerível que
sejam aplicados novos sistemas de automatização em diversas áreas da instituição,
ultrapassando a atual perspectiva direcionada aos jardins e promovendo outras
melhorias para o funcionamento dos seus atuais sistemas mecânicos. Para isso,
serão necessários novos estudos e direcionamentos sobre o assunto, uma vez que o
ramo da automatização tem características técnicas mais específicas para cada área
de implementação.
73

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APÊNDICE

APÊNDICE A - Lógica de programação do sistema

const int SenH = 2; // Sensor de Umidade


const int Valvula = 13; // Valvula Solenoide
int UmidSolo = 0; // Variável Umidade

void setup()
{
pinMode(Valvula, OUTPUT); // Define Valvula como saída
digitalWrite(Valvula, HIGH); //Fecha Valvula
}

void loop(){
UmidSolo = analogRead(SenH); // Lê o sensor de Umidade
UmidSolo = map(UmidSolo, 1023, 0, 0, 100); // Umidade convertida de 0 a 1023 para
valores entre 0 e 100

if (UmidSolo> 80) // Se umidade for maior que 80


{
digitalWrite(Valvula, HIGH); // Fecha valvula
} else{
digitalWrite(Valvula, LOW); // Abre valvula
delay(120000); // Rega por 2 minutos
digitalWrite(Valvula, HIGH); // Fecha valvula
delay(3000); // Espera 3 segundos
}
}

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