UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE, FINANÇAS E

SECRETARIADO EXECUTIVO
Fichamento
Nayana Rocha de Carvalho Matrícula: 397483
Professora: Daniela Giareta Durante Disciplina: ED0099 - TECNICA DE SECRETARIADO I
NONATO JÚNIOR, Raimundo. Epistemologia e teoria do conhecimento em Secretariado Executivo: a fundação das
ciências da assessoria. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2009. Cap. 5.

Capitulo 5 – Ciências da Assessoria

5.1 A Teoria das Ciências da Assessoria
p. Cada área do conhecimento, à medida que se desenvolve, tende a instaurar sua própria maneira de conceber
150 a realidade, ou seja, tende a criar seus próprios parâmetros científicos.
p. ... a demarcação científica das Ciências da Assessoria não se constitui como um campo fechado que se isola
150 de outras áreas do conhecimento e sim, como uma perspectiva a partir da qual o conhecimento das
assessorias encontra-se focado, priorizado e estruturado.
p. ''Cientificamente, a fronteira do conhecimento apenas parece traçar uma paragem momentânea do
151 pensamento''. (BACHELARD, 2001, p.25).
As Ciências da Assessoria realizam uma arqueologia do saber em Secretariado, ou seja, tratam de lançar
p. dispositivos para entender como funciona o sistema do conhecimento nessa área, bem como sua estrutura
151 simbólica e seus caminhos de produção teórica que, muitas vezes, estão no 'subterrâneo' dos processos de
conhecimento secretarial.
p. Faz-se necessário então, realizar uma 'escavação', fugindo das impressões primeiras que temos sobre algo e
150
e
descobrindo novas faces do conhecimento que, até então, estavam soterradas pela falta de análise e pelas
151 limitações teóricas.
p. O campo cientifico das Ciências da Assessoria pode ser inicialmente mapeado como aquele que estuda as
152 relações, teorias e práticas que envolvem o conhecimento produzido em situação de assessoria, seja esta de
ordem profissional, intelectual ou interdisciplinar.
p. No campo de conhecimento das assessorias, os estudiosos se interessam por temas organizacionais, sociais,
152 educacionais, psicológicos e culturais que envolvam o fazer e o saber dos assessores ou das práticas de
assessoria.
Estes saberes são produzidos em dois momentos básicos: 1) No fazer cotidiano das práticas dos assessores,
a partir da realização de analises cientificas sobre as diversas problemáticas empíricas que surgem no
p. trabalho das assessorias, suas relações linguísticas, interpessoais e gerenciais; 2) No saber acadêmico das
152 teorias da assessoria, por intermédio de análises cientificas de como se estabelecem os conhecimentos em
Secretariado, seus conceitos, suas áreas, seus caminhos na educação, na ética, na cultura, na ciência e na
sociedade.
Em Ciências da Assessoria pode-se conhecer o que fazem os assessores! Os significados de suas ações
p. dentro do cenário organizacional, humano e simbólico. Essa área possibilita a realização de estudos que
153 compreendam o profissional de Secretariado de maneira holística e em consonância com os paradigmas
contemporâneos.
Esta Ciência interessa-se pelas teorias e práticas de Pesquisa, Gestão, Organização, Direção, Consultoria,
p. Tecnologia, Produção e Controle quando realizada por assessores ou por outros profissionais em prol das
154 atividades de assessoria. Debruça-se ainda sobre as problemáticas da Educação, da Informação, da Cultura,
da Intelectualidade e da Interdisciplinaridade que envolvem a elaboração de conceitos e ações em
Secretariado.
p. É preciso compreender, previamente, que as assessorias estão presentes em toda parte, desde a gestão
154 organizacional até as práticas dos trabalhos de campo. Logo, estão constantemente se relacionando com as
outras áreas, seja nos domínios técnicos, táticos, executivos, estratégicos ou investigativos.
O que as Ciências da Assessoria não são:
 a) sub-área de outras ciências
b) simples compêndio de estudos e pesquisas de base técnica;
p. c) lócus de práticas domésticas e serviçais;
155 d) mera instrução técnico-operacional;
e) área de trabalho que possa ser desempenhada por profissionais sem formação ou sem foco específico;
f) domínio desligado das práticas secretariais
g) ciência sem objeto de estudo definido

5.2 Ciências da Assessoria – Objeto de Estudo

O trabalho empírico do profissional secretário é marcado pelo ato de assessorar, seja no âmbito operacional,
p. tático, executivo, intelectual ou interdisciplinar. Desta forma, qualquer que seja a natureza da organização
157 ou do grupo em que participe, o profissional secretário se destaca como assessor - interligando realidades,
conhecimentos, pessoas, níveis hierárquicos ou interrelacionais.

5.2.1 Assessoramento (EIXO 1) – assessoria operacional (técnica e tática)

A palavra ''operacional'' remete a operação (Efeito de operar/fazer diretamente um trabalho em busca de
p. resultados mensuráveis). Em Ciências da Assessoria o Assessoramento é o eixo do objeto de estudo que
157 abriga os estudos e pesquisas de ordem operacional nos trabalhos de Secretariado, ou seja, trata do
conhecimento produzido no contato direto com as técnicas e tecnologias secretariais, as ferramentas
profissionais e as rotinas básicas de escritório.
p. Esta também é uma área de ampla atuação dos tecnólogos em Secretariado que intervém no ''uso das
158 técnicas frente a questões de nível tático nas organizações.'' (FENASSEC, 2008b).
As pesquisas neste eixo do Assessoramento primam por estudar como determinada técnica ou instrumento
de trabalho podem ser otimizados para a realização de atividades de rotina das assessorias, tais como:
Operacionalização de arquivos físicos e informatizados;
p. Otimização de instrumentos e materiais de escritório;
158 Assessoria tático-operacional em correspondência e documentação;
Execução de atividades típicas de secretaria e
Investigação do processo operacional em quaisquer das áreas que são pensadas estrategicamente pelo
secretário executivo.

5.2.2 Assessorexe (EIXO 2) – assessoria executiva

p. Caracteriza-se pelo estudo do conhecimento em Secretariado que está ligado às questões do trabalho de
158 assessoria executiva empresarial, oficial ou gerencial autônoma. Os estudos dessa área relatam a atuação do
e profissional de Secretariado como gestor do conhecimento no ambiente de trabalho, congregando os mais
159 diversos conceitos que envolvem o fazer e o saber do secretário executo e suas atividades de cunho
gerencial.
p. O profissional que, primordialmente, estará engajado na produção de conhecimento Assessorexe é o
159 Bacharel em Secretariado Executivo, pois sua formação destina-se ao nível estratégico das organizações.

5.2.3 Assessorística (EIXO 3) – assessoria intelectual

Esta modalidade dos estudos acadêmicos secretariais aborda o papel das assessorias na elaboração,
p. estratégia e execução de atividades intelectuais. O foco da Assessorística é a produção de conhecimento em
160 atividades secretariais que se dedicam ao fortalecimento intelectual e conceitual das Ciências da Assessoria
tais como: Educação, Teoria Cientifica e assessoria prestada a trabalhos intelectuais diversos.

5.2.4 Assessorab (EIXO 4) – assessoria aberta

p. A Assessoria aberta envolve todas as práticas secretariais que extrapolam o mero ambiente das organizações
160 e que, desta forma, necessitam estabelecer relações entre as assessorias e outras áreas de conhecimento.
p. Assessoria interdisciplinar: ocorre quando disciplinas ou conteúdos de diferenciados tipos de assessoria
161 realizam intercâmbio de conceitos, métodos e metodologias.
p. Assessoria multidisciplinar e pluridsciplinar: acontece quando há esforço coordenado de várias
161 disciplinas (daí a nomenclatura multidisciplinaridade) por ideal de conhecimento em comum.
Assessoria transdisciplinar: realiza-se quando uma pesquisa investiga relações entre um conteúdo teórico
das assessorias e uma situação social que envolva a profissão fora dos domínios do trabalho e da academia.
p. Neste caso, o foco se situa sobre o desafio social que se pesquisa, enquanto a teoria acadêmica exerce um
162 papel de contraponto, fazendo a relação universidade/sociedade. A meta é desenvolver a compressão ou
solução para um determinado problema empírico, podendo, para tanto, ser acessadas fontes cientíssimas e
não-cientificas.
p. Assessoria em áreas pioneiras e co-evolutivas: De maneira geral, o eixo do objeto de estudo Assessorab
162
e
mostra a necessidade de compreensão das Ciências da Assessoria de maneira aberta, ou seja, em diálogo
163 com o desenvolvimento social e cientifico.
Assessoria para além do Secretariado: Assim como nas Ciências da Informação não se resumem aos
p. debates da Biblioteconomia e as Ciências da Computação ultrapassam as questões estudadas na Análise de
163 Sistemas; o debate em Ciências da Assessoria também deveria ultrapassar o domínio das problemáticas
secretariais, avizinhando-se de outras áreas acadêmicas.
p. O estudo interdisciplinar ocorre quando outras áreas (cujo foco central está em outro objeto de estudo) se
163 interessam em investigar relações de 'vizinhança' com os interesses destas ciências.
Logo, o Secretariado Executivo tem a pesquisa em Assessoria por prioridade e outras pesquisas
p. (Informação, Educação, Economia, etc.) por transversalidade. No caso das outras Ciências ocorre o
164 contrário. Elas possuem seu objeto de estudo central por prioridade, mas também poderão se interessar de
maneira transversal pelas assessorias. Isto é bom para o Secretariado, pois traz contribuições de outros
cientistas para nosso objeto de estudo.
p. Para que uma ciência se desenvolva, dois pontos são importantes: 1) A especialização epistemológica da
165 área, demarcando um campo especifico de atuação e 2) A interdisciplinaridade teórica e prática com os
outros campos do saber científico.

5.3 Conceitos Norteadores das Ciências da Assessoria

p. Podemos afirmar que os conceitos funcionam como um ''norte'', ou seja, como uma referência que orienta a
165 bússola do conhecimento. Por isso são chamados de ''conceitos norteadores''
p. Entende-se por Ciências da Assessoria o domínio do conhecimento cientifico que estuda o conjunto de
165 questões epistemológicas, interdisciplinares, tecnológicas, teóricas e práticas ligadas ao objeto de estudo das
Assessorias.
p. Quando a pesquisa em Ciências da Assessoria ocorre diretamente ligada ao fazer profissional do secretário,
165 ela também pode ser denominada como Ciências Secretariais ou Ciências do Secretariado, sem nenhum
prejuízo conceitual.
O pesquisador que se destina a investigar questões relacionadas ao objeto de estudo das Assessorias, com
vias a descobrir novas teorias e práticas em Secretariado é denominado Cientista da Assessoria. Este
p. estudioso pode atuar em diversas áreas da pesquisa em Secretariado, abordando desde questões aplicadas da
166 profissão (técnica e tecnologia secretarial, até teorias de áreas específicas do conhecimento profissional
(gestão secretarial) e Teoria Geral do Secretariado, bem como questões epistemológicas e filosóficas desta
área de conhecimento.
p. No Secretariado, cabe aos intelectuais da profissão pesquisar os conceitos e teorias que estão subjacentes no
167 trabalho das assessorias, bem como encaminhar estas ideias para o desenvolvimento do Secretariado
enquanto área de conhecimento.
p. Na maioria dos casos, estes intelectuais são docentes e profissionais formados e engajados em Secretariado
167 Executivo. Mas, também podem ser pesquisadores formados em outras áreas cujos interesses de pesquisa
estejam focados em algum dos eixos de objeto de estudo das assessorias.
A expressão ''Especialista em Secretariado'' tem duas possibilidades de conceituação. Primeiramente, em
p. sentido amplo, pode ser denominado desta maneira qualquer profissional especializado em uma das áreas
167 específicas de pesquisa ou prática profissional em Secretariado Executivo, Tecnologia em Secretariado ou
Técnico em Secretariado.
Em sentido específico, denomina-se Especialista em Secretariado a pessoa que concluiu o curso de pós-
p. graduação em Especialização Lato Sensu na área secretarial, como: Especializações em Secretariado
168 Executivo, Ciências da Assessoria, Gestão Secretarial, Gestão Executiva, Assessoria Empresarial, dentre
outras.
p. Secretariado Executivo é uma profissão de nível superior ligada ao domínio organizacional, institucional e
168 intelectual das Ciências Aplicadas. [...} Esta modalidade profissional possui formação média de 4 anos e
ocorre por meio de Bacharelado em Secretariado Executivo.
p. Denomina-se Secretário Executivo o profissional de nível superior que atua na área de Secretariado
169 Executivo, com a devida formação e registro.
p. Vale salientar que além dos formados em cursos de Secretariado Executivo, podem obter o devido registro
170 legal de Secretário Executivo os profissionais que comprovarem o exercício de Secretariado dentro das
condições exigidas na Lei de Regulamentação (7.377/85, com alterações da Lei Nº 9.261/96).
p. Se um profissional possui formação em curso de Secretariado Executivo que é demonizado como Bilíngue
171 ou Trilíngue, mas não possui fluência ou certificação internacional, ele não se configura na prática como
assessor atuante em língua estrangeira.
p. A Tecnologia em Secretariado é a profissão de nível superior da área secretarial que tem por foco a atuação
171 do assessor frente ao potencial tecnológico das organizações.
p. Na área de Secretariado, o Curso Superior de Tecnologia é recente, estando em fase de difusão, crescimento
172 e implementação em todo território nacional, tendo duração em média de 2 a 2,5 anos. A partir dessa
modalidade surgiram também os primeiros cursos superiores a distância na área de Secretariado no Brasil.
p. Caso deseje, o tecnólogo em Secretariado poderá fazer, posteriormente, complementações de estudos em
173 curso de bacharelado para obter a titulação de Secretário Executivo, que somente pode ser conferida no
Brasil aos Bacharéis em Secretariado.
p. Em sentido amplo, a expressão ''Técnicas Secretariais'' designa toda intervenção técnica e tecnológica que
173 se produz ao longo das atividades operacionais realizadas nos trabalhos de assessoria.
Denomina-se Técnico em Secretariado todo profissional que haja concluído o curso de Técnico em
p. Secretariado e que possua o registo profissional exigido em lei. Ainda incluem-se nesta categoria, os
174 profissionais que no momento da implantação da Lei de regulamentação profissional tenham comprovado
as condições exigidas para se enquadrar como técnico secretarial.
p. Muitas vezes, os Técnicos de Secretariado atuam sob orientação e supervisão de Secretários Executivos,
175 havendo interação entre as atividades exercidas por ambos.
p. Nas universidades, as Técnicas Secretariais vêm passando por um momento de aplicação, ou seja, elas
176 devem abordar o saber técnico e não apenas numa perspectiva funcionalista, mas como provocação aos
processos de gestão de conhecimento.