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ICMS FORA DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS

Todo empresário sabe do peso gerado pelas contribuições devidas ao PIS e COFINS, que
somadas, variam entre 3,65% e 9,25% e são calculados sobre a Receita Bruta mensal da
empresa, a qual inclui o ICMS.
A busca incessante pelo planejamento estratégico ideal que leve à redução da carga tributária,
por vezes, leva o empresário a se expor a riscos desnecessários e até mesmo à ilegalidade.
No entanto, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) fixou entendimento favorável aos
empresários/contribuintes e permitiu a exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições
para o PIS e COFINS a partir de 15/03/2017 (data em que foi fixada a tese de Repercussão
Geral (Tema 69) no julgamento do Recurso Extraordinário 574706) independentemente de
terem ou não ingressado com ação judicial.
O STF entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do
contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS.
Os efeitos da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS deve se dar após
15/03/2017, ressalvadas as ações judiciais e requerimentos administrativos devidamente
protocolados até referida data. Lembrando que o ICMS a ser excluído da base de cálculo do PIS
e da COFINS é o destacado nas notas fiscais de saída.
Referida medida beneficia apenas as empresas optantes pelo regime tributário do lucro real ou
lucro presumido, que tenham produtos com incidência de ICMS e PIS/COFINS.
Sendo assim, as empresas que, desde Março/2017 vêm pagando as contribuições para o PIS e
COFINS, e utilizando base de cálculo com a inclusão do ICMS, têm direito ao ressarcimento
dos valores pagos indevidamente limitados a tal data.
A conta estimada sobre a economia que pode advir ao contribuinte é simples, como ilustram os
gráficos a seguir. Considerando uma empresa com faturamento de R$ 1.000.000,00, temos um
valor mensal a ressarcir igual à R$ 6.570,00.
Se verificar o valor a ser recuperado de 16/03/2017 a 30/07/2021 (52 meses), de acordo com
nosso exemplo chegaríamos ao valor hipotético, sem correção monetária, de aproximadamente
R$ 341.640,00. Valor este suficiente para zerar o pagamento de PIS e COFINS por cerca de um
ano.

Gráfico

A PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) emitiu parecer com orientações para a
Receita Federal, porém como a Receita não é subordinada à PGFN, pode acatar total ou
parcialmente o parecer e publicar outros, o que pode levar meses e até anos.
Portanto, não é possível pedir recuperação administrativa e nem compensação dos valores pagos
indevidamente, sob pena de sofrer autuação fiscal. O único caminho é pedir a exclusão na
Justiça!
Lembramos que o pedido feito judicialmente também possui efeitos para o futuro, sendo um
importante instrumento de resultados financeiros para as empresas através do ganho de recursos
que podem fazer toda diferença em seu caixa, impactando diretamente nos lucros, custos e
receitas.

Luiz Carlos Carducci


É advogado especialista em Direito Empresarial e Tributário.

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