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 HIERARQUIA DAS CONVENÇÕES DA OIT NA  Convenção 29 – Abolição do Trabalho Forçado

CONFORMIDADE DA EMENDA CONSTITUCIONAL


Aprovada na 14ª. Reunião da Conferência Internacional
45, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2004
do Trabalho, em Genebra, no ano de 1930, entrou em
A Emenda Constitucional 45, de 2004, assegura aos vigor no âmbito internacional no ano de 1932.
Tratados decorrentes de Direitos Humanos grau de
O seu primeiro artigo estabelece o compromisso dos
hierarquia constitucional, assim dispondo:
Estados Membros em suprimir a utilização de trabalho
“Art. 5º. (...) § 3º. Os tratados e convenções internacionais forçado ou obrigatório em mais curto espaço de tempo
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada possível.
Casa do Congresso Nacional, em 02 turnos, por 3/5 dos
Trabalho forçado ou obrigatório, conforme o artigo 2º. da
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
supracitada Convenção, é todo o trabalho ou serviço
emendas constitucionais”.
realizado sob ameaça de qualquer punição ou que não
seja espontâneo.
 Convenções Fundamentais da OIT Encontramos as seguintes exceções: a) serviço militar
obrigatório; b) trabalho ou serviço para obrigações
Convenção 29 – Abolição do Trabalho Forçado
cívicas; c) pena alternativa; d) caso de força maior; e)
Convenção 87 – Liberdade Sindical e Proteção ao Direito de trabalho ou serviço realizado para a comunidade.
Sindicalização
O conceito de autoridade competente é encontrado no
Convenção 98 – Direito Sindical e de Negociação Coletiva artigo subseqüente, sendo que as mesmas não podem
Convenção 100 – Salário igual para trabalho de igual valor impor trabalho forçado ou obrigatório em favor de
entre Homens e Mulheres empregadores privados.

Convenção 105 – Abolição do Trabalho Forçado O artigo 10 da Convenção 29 da OIT estabelece quais
são as atividades de interesse público, quais sejam:
Convenção 111 – Discriminação em matéria de Emprego e de
Ocupação a) trabalho de interesse direto e importante para a
coletividade; b) serviço ou trabalho de necessidade atual;
Convenção 138 – Idade Mínima de Admissão ao Emprego c) mão-de-obra disponível e com aptidão; d)
Convenção 182 – Piores Formas de Trabalho Infantil desnecessidade de modificação de local de residência; e)
orientação religiosa ou social.
O seu artigo 11 determina quais seriam os sujeitos que  Convenção 87 – Liberdade Sindical e Proteção ao
poderiam laborar no trabalho forçado ou obrigatório, no Direito de Sindicalização
seguinte sentido:
Aprovada na 31ª. Reunião da Conferência Internacional
sexo masculino; b) entre 18 e 45 anos de idade. do Trabalho, em São Francisco, no ano de 1948, entrou
em vigor no âmbito internacional no ano de 1950.
Os limites e as condições para utilização do trabalho
forçado ou obrigatório são os seguintes: O primeiro artigo da Convenção 87 da OIT estabelece o
compromisso do Estado Membro, na liberdade sindical,
a ) realização de exame médico; b) isenção de alunos e
sendo que o seu artigo segundo prevê o direito de
de professores; c) manutenção de um número razoável
constituição de sindicatos e de se filiar conforme estatuto
de homens na comunidade; d) manter o respeito aos
e sem a necessidade de autorização prévia.
vínculos conjugais e familiares.
O artigo 3º. da Convenção supracitada dita o direito de
O artigo 21 estabelece que o trabalho subterrâneo em
elaborar estatuto, eleger os seus dirigentes e estabelecer
minas não pode ser realizado em trabalho forçado ou
regulamento administrativo, sem qualquer intervenção
obrigatório.
estatal.
O artigo 22 da Convenção 29 da OIT determina a
O artigo seguinte estabelece que as entidades sindicais
elaboração de relatórios que serão apresentados à
não estão sujeitas à dissolução ou suspensão por via
Repartição Internacional do Trabalho, ao menos uma vez
administrativa, e o artigo 5º. determina que essas
ao ano, e o artigo seguinte prevê que cada Estado
mesmas entidades poderão constituir federações e
Membro deverá estabelecer legislação e penalidade
confederações nacionais e internacionais, além da
contra esse tipo de trabalho.
liberdade de filiação.
Por último, o artigo 26 estabelece os territórios em que
A legislação nacional não pode conflitar com as regras
seria aplicável a Convenção supracitada, nos seguintes
previstas na presente Convenção além do fato de que
termos:
para as entidades relacionadas ao serviço militar
a) territórios aplicáveis; b) territórios aplicáveis, mas com necessitará de legislação própria a ser definida pelo
modificação, devendo haver explicação para tal Estado Membro.
diferenciação; c) territórios em que o Estado Membro se
Organização, conforme artigo 10, é qualquer organismo
reserva de aplicar.
de trabalhadores e de empregadores que tenha por fim
promover e defender os seus interesses.
O artigo 11 estabelece a proteção do direito de  Convenção 98 – Direito Sindical e de Negociação
sindicalização determinando o compromisso dos Estados Coletiva
Membros em assegurar o livre exercício do direito
Aprovada na 32ª. Reunião da Conferência Internacional
sindical.
do Trabalho, em Genebra, no ano de 1949, entrou em
O artigo 12 da Convenção 87 prevê a aplicabilidade de vigor no âmbito internacional no ano de 1951.
suas regras nos territórios do Estado Membro, assim
No seu primeiro artigo há a determinação de que os
como previsto no artigo 26 da Convenção anteriormente
trabalhadores devem gozar de proteção contra atos
analisada.
atentatórios à liberdade sindical em matéria de emprego.
Da mesma forma, estabelece a proibição de subordinar o
emprego de alguém à não filiação ao sindicato ou
dispensar ou prejudicar o trabalhador por filiação ou pela
prática sindical deste, mesmo fora do horário do trabalho
ou com a permissão do empregador.
De acordo com o segundo artigo da Convenção 98 da
OIT, as Organizações de empregados devem gozar de
proteção especial contra atos de ingerência contra
empregadores ou entidades que a criem, organizem ou
mantenham.
O artigo 3º. estabelece que os Estados Membros deverão
criar Organismos para assegurar o respeito às regras da
presente Convenção Internacional do Trabalho devendo,
também, conforme o artigo seguinte, tomar medidas
especiais para assegurar a negociação sindical.
O artigo 5º. estabelece que o Estado Membro poderá
promulgar legislação nacional para entidades sindicais
ligadas à polícia e às forças armadas e, por sua vez, o
artigo 6º. prevê regras especiais ao funcionários públicos
e respeito aos estatutos e demais direitos sindicais.
 Convenção 100 – Salário igual para trabalho de igual  Convenção 105 – Abolição do Trabalho Forçado
valor entre Homens e Mulheres
Aprovada na 40ª. Reunião da Conferência Internacional
Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, no do Trabalho, em Genebra, no ano de 1957, entrou em
ano de 1951, entrou em vigor no âmbito internacional no vigor no âmbito internacional no ano de 1959.
ano de 1953.
O seu artigo 1º., estabelece o compromisso dos Estados
O artigo 1º. explica o que se entende por remuneração, Membros em suprimir o trabalho forçado ou obrigatório
sendo esta o salário base acrescido de outras vantagens, através dos seguintes meios: a) coerção ou sanção por
inclusive o salário “in natura”. A igualdade perseguida por oposição ideológica à ordem política, social ou
essa Convenção diz respeito a taxas de remuneração econômica estabelecida; b) método de mobilização e de
fixas sem discriminação fundada no sexo. utilização de mão-de-obra para fim de desenvolvimento
econômico; c) como medida de disciplina de trabalho; d)
Pelo artigo 2º. da Convenção 100 da OIT cada Estado
como punição por participação em greve; e) como
Membro que ratificá-la deverá dispor de meios adaptados
medida de discriminação racial, social, nacional ou
aos métodos para não haver discriminação. Tal Princípio
religiosa.
deverá ser aplicado através de: a) legislação nacional; b)
qualquer sistema de fixação de remuneração O artigo 2º. da Convenção 105 da OIT prevê o
estabelecido ou reconhecido pela legislação; c) compromisso dos Estados Membros que a ratificarem de
documentos normativos coletivos (convenções ou abolir imediatamente o trabalho forçado ou obrigatório.
acordos coletivos de trabalho) firmados pelos sindicatos;
d) combinação dos itens anteriores.
O artigo 3º. estabelece que serão tomadas providências
pelos Estados Membros e pelas Entidades Sindicais para
não haver qualquer tipo de discriminação de salários
entre homens e mulheres, sendo que os Estados
Membros devem colaborar com as Entidades Sindicais
nesse sentido, conforme artigo quarto da Convenção 100
da OIT.
 Convenção 111 – Discriminação em matéria de  Convenção 111 – Discriminação em matéria de
Emprego e de Ocupação Emprego e de Ocupação – continuação
Aprovada na 42ª. Reunião da Conferência Internacional O emprego e a profissão previstos nesta Convenção
do Trabalho, em Genebra, no ano de 1958, entrou em Internacional incluem o acesso à formação profissional e
vigor no âmbito internacional no ano de 1960. qualificação dos trabalhadores.
Estabelece, em seu artigo 1º., que o termo discriminação O seu artigo 2º. prevê o compromisso dos Estados
compreende: a) toda distinção, exclusão ou preferência Membros em formular e aplicar política nacional para
por raça, cor, sexo, religião, política, nacionalidade ou promover a igualdade com o fim de eliminar a
origem social que destrua ou altere a igualdade no discriminação no emprego e na profissão.
emprego ou na profissão; b) qualquer outra distinção que
Conforme o artigo 3º. da Convenção 111 da OIT os
traga desigualdade a ser especificada pelo Estado
Estados Membros devem: esforçar-se para obter
Membro após consulta às entidades sindicais e outros
colaboração das entidades sindicais para favorecer a
organismos de combate à discriminação.
aceitação e a aplicação da política nacional supracitada;
São excluídos das regras supracitadas os trabalhadores b) elaborar legislação para esse fim; c) revogar a
de empregos que assim o exigirem, como é o exemplo de legislação contrária e modificar as regras conflitantes; d)
funcionário público, na União Europeia, principalmente seguir essas orientações também para empregos
aqueles ligados às forças armadas de cada Estado dependentes do controle direto de uma autoridade
Membro. nacional; e) assegurar a aplicação dessa regra nas
atividades e serviços de orientação profissional; f) indicar,
nos relatórios anuais, as medidas tomada e os resultados
obtidos em relação a esta Convenção.
O seu artigo 2º. estabelece que não será discriminação
qualquer ato contra pessoa que prejudique a segurança
do Estado Membro, nem tão pouco as medidas de
proteção encontradas em outras Convenções da
Organização Internacional do Trabalho (artigo 5º.,
primeira parte).
Na segunda parte do artigo 5º. existe a previsão de que
as entidades sindicais poderão estabelecer cláusulas
com proteção ou assistência especiais.
 Convenção 138 – Idade Mínima de Admissão ao Os Estados Membros podem estabelecer, após consulta
Emprego às Entidades Sindicais, quais são as exceções à regra do
artigo anterior, conforme artigo quarto da Convenção 138
Aprovada na 58ª. Reunião da Conferência Internacional
da OIT.
do Trabalho, em Genebra, no ano de 1973, entrou em
vigor no âmbito internacional no ano de 1976. O próprio artigo 5º. prevê como exceções, mesmo que
parcialmente, quando o Estado Membro possuir
O artigo 1º. da supracitada Convenção estabelece que os
economia e condições administrativas não
Estados Membros ratificantes deverão abolir o trabalho
desenvolvidas.
infantil e elevar a idade de admissão a emprego de
adolescente. O trabalhador, a partir dos 14 anos, também poderá ser
utilizado quando houver cursos de educação ou
Já o artigo 2º. da Convenção 138 da OIT é dividido em
treinamento, programas de treinamento ou de orientação
cinco partes, quais sejam: 1) proibição de trabalho em
vocacional, conforme artigo sexto da Convenção 138 da
idade inferior à legal; 2) notificação do Diretor-Geral para
OIT.
informar o aumento de idade para admissão ao emprego;
3) a idade mínima fixada pelo Estado Membro não pode O artigo 7º. prevê, inclusive, que poderá haver trabalho
ser inferior à idade de conclusão da escolaridade de trabalhadores a partir dos 13 anos, em atividades
obrigatória ou de, no mínimo, 15 anos de idade; 4) leves que não prejudiquem a sua saúde, muito menos a
Estados Membros com economia e condições de ensino sua frequência à escola podendo, ainda, a autoridade
não desenvolvidas podem ter trabalhadores a partir dos competente, excepcionalmente, diminuir tal idade para 12
14 anos de idade; 5) Estados Membros com anos.
trabalhadores a partir dos 14 anos de idade devem
Licenças para trabalhadores em representações
encaminhar relatórios anuais sobre a continuidade dessa
artísticas podem ser encontradas no artigo 8º. da
situação e um prazo para finalizar tal prática.
supracitada Convenção Internacional, desde que exista a
O seu artigo 3º., por sua vez, é dividido em três partes: 1) limitação de horas de trabalho e condição especial para
a fixação da idade de 18 anos quando o serviço ou o tal permissão.
trabalho forem prejudiciais à saúde, à segurança e à
O artigo 9º. determina que os Estados Membros devem
moral do trabalhador; 2) definição por legislação nacional
escolher as autoridades competentes e devem
ou através da autoridade competente de quais são estas
estabelecer sanções a serem praticadas pelas mesmas,
atividades; 3) autorização de trabalho a partir dos 16 anos
além dos documentos necessários de os empregadores
de idade desde que respeitem a primeira parte do
apresentarem em caso de qualquer fiscalização.
presente artigo.
Convenção 182 – Piores Formas de Trabalho Infantil  Convenção 97 – Trabalho imigrante
Aprovada 87ª. Reunião da Conferência Internacional do
Trabalho, em Genebra, no ano de 1999, e entrou em
vigor, no plano internacional, em 19 de novembro de
2000.
Compromete os Estados Membros a adotarem medidas
imediatas e eficazes para assegurar a proibição e
eliminação das piores formas de trabalho infantil,
conforme seu primeiro artigo.
A estranha noção de criança, indicando os trabalhadores
menores de 18 anos, encontra-se prevista no seu artigo
2º.
O artigo 3º. estabelece algumas das piores formas de
trabalho infantil, abrangendo: a) escravidão ou situação  Convenção 143 – Trabalho imigrante
análoga a de escravidão; b) prostituição ou participação
em pornografia; c) utilização, recrutamento ou oferta de
crianças para realização de atividades ilícitas, como
tráfico de entorpecentes; d) trabalho que prejudique a
saúde, a segurança ou a moral das crianças.
Os Estados Membros, através de legislação nacional e
de autoridades competentes, irão designar quais são as
piores formas de trabalho infantil (artigo 4º.), além de
monitorarem essas práticas, com consulta às entidades
sindicais (artigo 5º.), com elaboração e implementação
de programas (artigo 6º.), garantindo-se a prática de
medidas, inclusive sancionatórias (artigo 7º.), devendo
existir a cooperação com outros organismos para
erradicar a pobreza e com o fim da educação universal
(artigo 8º.).

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