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NATAL/RN
2019
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NATAL/RN
2019
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BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________
Prof. Dra. Adriana Isabel Backes Steppan – UFRN (Orientador)
____________________________________________________________
Prof. Vanessa Câmara de Medeiros – UFRN (Banca Examinadora)
____________________________________________________________
Prof. Camila Azevedo – UFRN (Banca Examinadora)
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Os gastos com a saúde pública representam prioridade no emprego dos tributos nas
três esferas do Poder Executivo Brasileiro, Federal, Estadual e Municipal. A
incomensurável necessidade da população assistida, conjugada com as limitações
de recursos financeiros, exige o estabelecimento de regras rígidas no emprego
desse orçamento. A padronização de valores a serem pagos pelos procedimentos
de saúde, por meio da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das
imposições na contratação de prestadores de serviço da iniciativa privada que atuam
junto ao Sistema de forma suplementar. Nesse contexto, o presente trabalho tem por
objetivo verificar a lucratividade da prestação do serviço de hemodiálise com o preço
proposto na tabela SUS, ao comparar esse valor com os custos praticados em uma
clínica especializada nesse procedimento, contratada pela Secretaria de Saúde
Pública do Estado do Rio Grande do Norte. Por meio de um estudo de caso, foram
apresentadas as particularidades da execução do procedimento de hemodiálise,
pela análise do Regulamento Técnico para o Funcionamento dos Serviços de
Diálise, estabelecido por meio da Resolução da Diretoria Colegiada da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (RDC) 154, de 15 de junho de 2014 (BRASIL, 2014),
destacando as exigências que influenciam no custo do procedimento em tela. Por
meio da aplicação dos métodos de Custeio Pleno, Custeio por Absorção e Custeio
Variável, o estudo analisou a gestão dos custos da clínica em pauta, com base nos
seus gastos e receitas relacionados ao procedimento de hemodiálise. Finalmente,
da comparação desses custos calculados, com o preço previsto na Tabela SUS,
observou-se a viabilidade da execução do procedimento com o valor padronizado
pelo Ministério da Saúde.
ABSTRACT
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 TEMA E PROBLEMÁTICA ........................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO ........................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 14
1.2.2 Objetivos Específicos.......................................................................................... 15
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 16
2.1 DEFINIÇÕES ............................................................................................................................. 16
2.2 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA .............................................................................. 16
2.2.1 Formação do preço de venda baseado nos custos ............................................ 17
2.2.2 Formação do preço de venda baseado na concorrência .................................. 21
2.2.3 Formação do preço de venda baseado no mercado ........................................... 22
2.2.4 Formação do preço de venda baseado no método misto ................................ 22
2.3 CUSTEIO ALVO ....................................................................................................................... 23
2.4 HEMODIÁLISE .......................................................................................................................... 23
2.5 O REGULAMENTO TÉCNICO PARA O FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS
DE DIÁLISE E OS REFLEXOS NO CUSTO DA HEMODIÁLISE .................................... 24
2.5.1 Limitações e pré-requisitos ao funcionamento dos serviços ......................... 25
2.5.2 Prestação de assistências complementares aos pacientes ............................ 28
2.5.3 Exames laboratoriais ........................................................................................................ 29
2.5.4 Exigências para o reuso do material ......................................................................... 31
2.5.5 Mão de obra empregada .................................................................................................. 32
2.5.6 Tratamento da água utilizada no procedimento ................................................... 34
2.6 VALOR PREVISTO NA TABELA SUS PELO SERVIÇO DE HEMODIÁLISE ...... 35
3 METODOLOGIA..................................................................................................... 36
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO .......................................................................... 36
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA .............................................................................. 37
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................ 38
4.1 CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA ANALISADA ....................................................... 38
4.1.1 Perfil da empresa................................................................................................................ 38
4.1.2 Controle e gestão dos custos da empresa.............................................................. 40
4.1.3 Formação do preço de venda do serviço prestado ............................................. 41
4.2 ADEQUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS DADOS PARA ANÁLISE ........................ 42
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1 INTRODUÇÃO
contexto, o mesmo autor afirma que são necessárias inúmeras informações sobre o
Mercado (elasticidade, na Economia) para que se possa, ao se mesclar informes
internos e externos, optar pelas decisões mais corretas acerca do preço de venda.
Em que pese a importância da análise dos fatores ligados à definição do
preço de venda, há setores nos quais as empresas não podem estabelecer essa
livre formação de preços, pois alguns procedimentos são indenizados segundo
valores previamente estabelecidos em tabelas de preços específicas.
Na área da saúde existem inúmeros procedimentos com preços tabelados por
planos de saúde ou pelo Estado. Dentre as tabelas praticadas nesse setor, existem
as seguidas por planos de saúde e a adotada pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
conhecida como tabela SUS.
O Art. 4º, da lei 8.080, de 19 de setembro de 1990 assim define o Sistema
Único de Saúde (SUS): conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público (BRASIL, 1990). Já o
§ 2º dessa mesma Lei estabelece a participação da iniciativa privada no Sistema, em
caráter complementar.
As Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios contratam, por meio de
chamadas públicas, empresas privadas para executar, de forma complementar,
atividades e procedimentos de saúde. Os preços pagos pelos serviços prestados por
esses contratados são fixados pela tabela instituída por meio da Portaria do
Ministério da Saúde nº 321, de 8 de fevereiro de 2007, Tabela de Procedimentos,
Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais - OPM do Sistema Único de
Saúde – SUS – tabela SUS (BRASIL, 2007).
Dessa forma, a empresa qualificada na chamada pública que se compromete
a prestar serviços de saúde junto ao SUS, celebra contrato de prestação de serviço
com o ente público por prazos sucessivos de 12 (doze) meses, conforme estabelece
a Lei 8.666, de 21 de junho de 1993 (BRASIL, 2014), acatando o preço de prestação
do serviço definido na Tabela SUS.
Dentre as diversas especialidades contratadas pelas Secretarias de Saúde
para prestação de serviço aos usuários do SUS, a nefrologia se destaca por
peculiaridades específicas em relação à longa e complexa duração dos tratamentos
de hemodiálise e à dependência dos pacientes com falência renal que precisam de
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1.3 JUSTIFICATIVA
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 DEFINIÇÕES
Custeio por absorção - os preços de venda são determina dos pelo custo
total da produção, calculados pelo custeio por absorção, mais um acréscimo
percentual para cobrir as despesas operacionais e proporcionar uma margem de
lucro.
Santos (2009), afirma que no custeio por absorção todos os custos de
produção comporão o custo do bem ou serviço, ficando de fora as despesas que são
lançadas diretamente no resultado, enquanto os custos, tanto diretos quanto
indiretos, são apropriados a todos os bens e serviços. Esse método é básico para a
avaliação de estoques pela contabilidade societária para fins de levantamento do
balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício.
diretos são alocados aos bens ou serviços por intermédio da sua efetiva utilização,
considerando a confiabilidade da identificação e mensuração desse emprego.
Abbas, Gonçalves e Leocine (2012) apresentam algumas vantagens e
desvantagens para o método de custeio por absorção, consubstanciados no Quadro
01, abaixo:
pelos custos variáveis, e, depois disso, arcar com os custos e despesas fixas e
demais necessidades para a continuidade da atividade empresarial, inclusive o lucro.
Assim, se tem o consolidado conceito de margem de contribuição como a
diferença entre o preço de venda (receita) e os custos e despesas variáveis
específicos de cada produto, segundo Bernardi (1996).
Dessa forma, resumidamente, verifica-se que a margem de contribuição
resulta da subtração: valor da receita de vendas menos gastos variáveis de
produção. Esse montante (margem de contribuição do produto) deve ser o suficiente
para cobrir os demais gastos da empresa. O lucro será o valor que restar após isso.
Assim, pode-se elaborar uma Demonstração de Resultados, resumindo o
emprego do custeio variável com margem de contribuição:
Segundo o mesmo autor, esse método pode ser visto como discriminado no
Quadro 03:
2.4 HEMODIÁLISE
3 METODOLOGIA
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
4.2.2.2 Adequação dos gastos com mão de obra às quantidades de pacientes SUS
4.2.3 Depreciação
Como a empresa não controla a depreciação dos seus bens, nenhum dado
acerca desse tema foi informado, por isso, foi calculada a depreciação linear, com
vida útil de 10 (dez) anos, sem valor residual para todos os bens. Dessa forma, a
depreciação do imobilizado da empresa foi estimada conforme a tabela 12:
VALOR (R$)
ITEM
MENSAL UNITÁRIO
TOTAL DE GASTOS 297.301,17 142,93
TRIBUTOS 45.038,86 21,65
SOMA 342.340,03 164,59
Fonte: Produção própria
VALOR (R$)
ITEM
MENSAL UNITÁRIO
CUSTOS FIXOS 30.937,50 14,87
CUSTOS VARIÁVEIS 212.354,77 102,09
CUSTO TOTAL 243.292,27 116,97
Fonte: Produção própria
Assim, o custo unitário calculado por meio do custeio por absorção, exposto
na tabela acima, gera a margem de R$ 77,23 (setenta e sete reais e vinte e três
centavos) por sessão de hemodiálise, quando comparado com o preço pago pelo
SUS. Isso representa 39,77% do valor da receita unitária que a tabela SUS paga ao
prestados do serviço de hemodiálise. Esse valor será usado para cobrir todos os
demais gastos com as despesas e tributos, e ainda, formar o lucro do
estabelecimento.
O custo unitário dos gastos variáveis foi de R$ 102,09 (cento e dois reais e
nove centavos), conforme consta na tabela acima. Quando esse valor é subtraído do
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preço pago pala tabela SUS por unidade de sessão de hemodiálise, R$ 194,20
(cento e noventa e quatro reais e vinte centavos), chega-se ao valor da margem de
contribuição unitária de R$ 92,11 (noventa e dois reais e onze centavos), ou seja,
47,43% do valor unitário recebido pelo prestador.
Essa margem representa o valor unitário de contribuição financeira de cada
unidade de serviço prestado para a cobertura dos demais gastos e ainda a formação
do lucro da clínica.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo buscou verificar a lucratividade da execução do serviço
de hemodiálise com o preço pago pela tabela SUS, por meio da análise dos custos e
comparação com o valor recebido pelo procedimento.
REFERÊNCIAS
BERTÓ, D.J.; BEULKE, R. Gestão de Custos. São Paulo: Editora Saraiva, 2006.
GIL, A.C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LEONE, G.S.G. Curso de Contabilidade de Custos. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2000.
53
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. são Paulo: Pearson Prentice Hall,
2012.
RICHARDSON, R.J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2008.
SANTOS, R.V. Modelos de decisão para Gestão de Preço de Venda. 1995. 80f.
Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.
APÊNDICES
INSTRUMENTO DE PESQUISA
Este é um instrumento de pesquisa no contexto do Trabalho de Conclusão de
Curso de Graduação em Ciências Contábeis “Estudo sobre a Formação de Preço de Uma
Clínica de Hemodiálise do Estado do Rio Grande do Norte”. Ele é composto pelas questões
abaixo:
Observações:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
MARKETING
RECURSOS HUMANOS
LOGÍSTICO
OUTROS
NÃO HÁ DIVISÃO EM DEPARTAMENTOS X
MÃO DE OBRA
SALÁRIO TOTAL COM
FUNÇÃO Qnt
MÉDIO (R$) ENCARGOS (R$)
MÉDICOS PLANTONISTAS 5 5.880,00 39.690,00
ENFERMEIROS 3 3.200,00 12.960,00
TÉCNICOS DE ENFERMAGEM 20 1.000,00 27.000,00
PSICÓLOGO 1 1.800,00 2.430,00
NUTRICIONISTA 1 1.600,00 2.160,00
ASSISTENTE SOCIAL 1 3.000,00 4.050,00
RECEPCIONISTA 3 1.100,00 4.455,00
TÉCNICO MANUTENÇÃO MÁQUINAS 2 2.500,00 6.750,00
PESSOAL DA ADMINISTRAÇÃO 2 2.800,00 7.560,00
AUXILIAR ADMINISTRATIVO 3 1.733,33 7.020,00
AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS 5 1.200,00 8.100,00
MOTOQUEIRO 1 1.800,00 2.430,00
PEDREIRO 1 1.800,00 2.430,00
COPEIRA 3 1.200,00 4.860,00
TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO 51 30.613,33 131.895,00
SITUAÇÃO QUANTIDADE
EM FUNCIONAMENTO DIÁRIO 32
EM RESERVA 2
ATENDIMENTO DE PACIENTES RECÉM-ADMITIDOS 1
TOTAL 35
ESCRITÓRIO CONTRATADO X
PROFISSIONAL DE OUTRA ÁREA
VALOR POR
ITENS
MÊS (R$)
ALUGUEL 11.700,00
CAERN 7.000,00
CIRURGIÃO (FÍSTULAS) 2.880,00
60
COSERN 10.000,00
COMBUSRÍVEL 1.600,00
ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE 1.600,00
EXAMES PARA ANÁLISE DE ÁGUA 800,00
FOLHA DE PAGAMENTO 142.750,56
INFORMÁTICA 900,00
TV E INTERNET 500,00
INSUMOS EM GERAL 95.000,00
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 9.000,00
LIXO HOSPITALAR 2.000,00
MANUTENÇÃO DAS MÁQUINAS 3.000,00
MATERIAL DE EXPEDIENTE 1.900,00
SISTEMA NEFRODATA 800,00
PAGAMENTO DE EMPRÉSTIMOS 113.000,00
REFEIÇÕES 3.600,00
TÉCNICO SEGURANÇA DO TRABALHO 450,00
SEGURANÇA 1.700,00
TRIBUTOS (ISS, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL) 51.983,98
TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO 462.164,53