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Ryan Michele
#1 Ravage Me
Série Ravage MC
Data: 07/2017
~2~
SINOPSE
Depois de passar dois anos atrás das grades por um crime que
não cometeu, o tempo de Harlow ―Princesa‖ Gavelson presa finalmente
acabou, e ela está pronta para se vingar. Infelizmente, ser a filha do
vice-presidente do Ravage Motorcycle Club atrapalha seus planos,
porque ordens devem ser seguidas. Tentar voltar para sua vida prova
ser algo difícil quando o jogo se inverte e a mulher que ela entregou está
fora, querendo sangue. Sorte da Princesa, que cresceu em um clube MC
que a ensinou como se virar.
~3~
A SÉRIE
Série Ravage MC
Ryan Michele
~4~
Prólogo
Essa foi a vida em que eu nasci, e derramamento de sangue, de
alguma forma, sempre desempenhou um papel proeminente na mesma.
Hoje, tudo estava levando a um final explosivo. Com a arma esmagada
contra a minha têmpora, tudo que eu podia pensar era nele... em tirar
ele daqui vivo. A vadia colocou tanto tempo e energia em vir atrás de
mim, eu sabia que isso estava chegando. Agora ela tinha a coisa mais
preciosa da minha vida. Eu nunca soube como a minha vida era vazia,
ou como o amor pode ser tão profundo que te corta como uma faca. Eu
faria qualquer coisa para tirar ele daqui vivo. Os tiros começaram, e
meus olhos encontraram os dele. Eu rezei pela nossa sobrevivência.
~5~
Um
HARLOW
2 anos... um mês... 5 dias...
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essas vadias eram capazes de fazer, e elas sabiam das minhas
capacidades também.
Eu posso ter uma buceta, mas não sou uma mulherzinha. Tenho
bolas maiores do que a maioria dos caras lá fora. Mesmo que eu nunca
vá ser um membro do clube, porque isso não é possível, mantenho
minha cabeça erguida. Aprendi em uma idade muito jovem que
mulheres não ganham patches2, e eu aceito isso, mas eu estaria doente
se agisse como a princesinha do clube.
2 Patch é o emblema costurado no colete dos motoqueiros que lhes confere o status de
membro oficial do clube. Antes de receber um patch, aquele que quer ser membro vira
um prospecto, uma espécie de estagiário e faz tudo que, após votação do clube
(geralmente há uma votação), ganha seu patch ou não.
3 É um jeito carinhoso de chamar o pai.
4 É um jeito carinhoso de chamar a mãe.
~7~
*****
~8~
minha estada. Então eu o respeitava tanto quanto uma pessoa
enquanto estava trancada. Eu confiava nele? Não. No momento que
você confiava em alguém aqui, acabava morto.
~9~
— Uau, oi para você também, garota, — ela riu da minha atitude
e enrolou os braços apertados ao meu redor, me agarrando até me
deixar sem ar.
— Absolutamente.
A viagem até em casa foi rápida, e não podia esperar para tirar
essas roupas de prisão. Precisava tirar o fedor daquele lugar de cima de
mim. Amarrando meu cabelo, pulei no chuveiro e deixei que a água
limpasse os últimos dois anos no inferno. Depois de virar uma ameixa
seca, me arrumei rapidamente. Encontrei minha calça jeans favorita,
com milhares de buracos nos lugares certos, e minha camiseta preta e
~ 10 ~
justa da Harley. Depois de um pouco de maquiagem, eu estava pronta
para ir ver minha família.
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Infelizmente, eu fui mantida no escuro sobre a maior parte do que
estava acontecendo no clube. Quando Ma ia me visitar, ela nunca falava
sobre os irmãos, e eu nunca perguntei. As pessoas sempre estavam nos
ouvindo, então não podíamos arriscar. Eu não sabia o lado bom e ruim
do que estava acontecendo, e me sentia um pouco perdida. Ma apenas
me dizia que minha família me amava. Isso eu sabia.
Sorrindo para ele, ela pegou a minha mão e apertou com força.
Ele era bastante quente para um prospecto novato. Seu cabelo escuro
caía sobre as orelhas, mas não chegava aos ombros. Seus olhos
castanhos eram cor de chocolate, combinando com a suavidade da sua
voz. Seu nariz parecia já ter levado algumas batidas ao longo dos anos e
era um pouco torto. Ele era um gato muito gostoso.
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Quando o caminho estava livre, dei uma olhada. À esquerda
estava a loja, Banner Automotive. Esse era um dos negócios que o
Ravage MC possuía que ia muito bem, para não mencionar que
precisávamos de um lugar para trabalhar em nossas motos. Minha mãe
trabalhava com a contabilidade e lidava com os clientes que chegavam
por uma outra entrada, oposta àquela por onde os caras entravam. Ela
fazia isso desde que eu era criança. Passei muito tempo no escritório
com a minha mãe. Meus olhos estudaram as motos dos membros e
prospectos estacionadas à direita. Uma ao lado da outra, eu podia dizer
os nomes dos donos de quase todas. Era assim que eu sabia que havia
caras novos, membros ou prospectos.
— Eu disse que você não vai ir lá. Por que diabos você trouxe essa
vadia aqui? — ele acusou para Casey. O cara foi de bonitinho para
babaca em dois segundos. Antes que Casey pudesse dizer algo, eu puxei
o braço do seu agarre e balancei, meu punho acertou o seu nariz e
sangue se espalhou por tudo. — Sua puta! Chame Diamond! — ele latiu
para o caras se virando e vindo na minha direção. Pode vir, filho da
puta.
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Ele atacou com a mão direita, mas errou, o fazendo perder o
equilíbrio. Aproveitando a chance, juntei os dedos e criei um punho
maior, como um taco. Puxando para trás, ataquei com força, acertando-
o direto nas costas e o fazendo cair de joelhos no chão. Ele gemeu e eu
fiquei feliz com a minha habilidade. Chutando com a perna direta,
minha bota acertou seu rosto com força, e sangue voou no ar. Ele caiu
com um baque.
~ 14 ~
cobertos de tatuagens a partir do punho. Eles estavam flexionados; um
apontava a arma com precisão, o outro estava fechado apertado ao seu
lado. Seu cabelo caramelo claro era curto dos lados, mas comprido na
parte da cima, implorando para que uma mulher passasse os dedos por
ele. Sua barba era bem curta, me fazendo salivar, me perguntando
como seria ter ele entre as minhas coxas. Seus olhos de safira estavam
estreitados para mim, enquanto eu o encarava sem esforço, incapaz de
falar.
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crescendo, essa era uma visão que eu odiava; ele costumava me
assustar demais.
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— Você está de volta e eu não ganho nada? — me virando para a
voz baixa, eu me atirei nos braços do meu irmão e o abracei o mais
apertado que pude, tirando o ar dos seus pulmões. Meu irmão... esse,
de sangue. Enquanto crescíamos, sabíamos que ele virar um membro
do clube assim que pudesse ganhar o seu patch. Nós fomos criados
aqui juntos. Ma sempre me manteve longe de G.T., mas era por razões
óbvias. G.T. ganhou seu patch quando fez dezoito anos. Eu fiquei
absolutamente orgulhosa dele.
— Ele está lá dentro. Ele queria chegar tudo antes de vir aqui
fora, — Diamond era um rei por aqui. Todos nós o respeitávamos e
aceitávamos as suas palavras e regras. Ele assumiu como Presidente
depois que meu avô morreu, e Pops virou seu vice-presidente. Ele era
afiado como uma navalha e conhecia a sua merda. Era um homem de
negócios muito esperto e viajava com o clube regularmente. Você nunca
ia dizer que ele estava chegando aos setenta.
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Bloqueando nosso caminho estava o homem com quem briguei
primeiro. — Me desculpe. Eu só estava tentando proteger ele, — sua voz
era trêmula, mas quem poderia culpá-lo? Eu desloquei seu nariz.
— Sim. Ele está em bom estado, — a voz do meu pai veio de trás
de mim. Eu sabia que podia contar com ele.
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nem mesmo para sua old lady. Dagger era um homem muito áspero.
Sua pele áspera curtida era mascarada por seu longo cabelo loiro
trançado pelas costas e preso com uma bandana vermelha, branca e
azul sobre a testa. Ele nunca fez segredo para ninguém que adoraria me
levar para um passeio. Infelizmente para ele, eu nunca saía com os
irmãos.
— Vocês não vão ficar vendo a minha garota. Deem o fora daqui!
— Pops latiu para os homens, mas nenhum deles pareceu se mover, me
surpreendendo. G.T. e Pops, no entanto, saíram rapidamente. Balancei
a cabeça, engolindo a risada.
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— Certo, estou melhor. Vamos ver Diamond, — olhando ao redor
do lugar, vi Cruz me encarando. — O que foi, garotão? Não consegue
lidar com isso?
— Vocês não vão fazer essa merda, — a voz de Pops ficou mais
irritada e ele entrou na sala, parando do meu lado. Seus olhos estavam
focados apenas em mim.
— Certo, mas você está brincando com fogo com esse daqui, —
Pops saiu apressado e os outros caras foram atrás. Andando até a porta
e fechando-a, eu ouvi a batida da trinca.
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baixo da camiseta. Antes que eu pudesse me afastar, Cruz agarrou a
parte de trás da minha cabeça com força e esmagou os lábios nos meus.
Foi um beijo duro e intenso, que tomou todo o ar do meu corpo. Meu
corpo estava me dizendo que eu precisava disso.
Mas então meu cérebro fez uma aparição e eu sabia que precisava
parar. Uma coisa que eu não fazia era dormir com os irmãos. Causava
muita tensão, e eu não queria lidar com essa merda. Juntando cada
grama de energia que podia, eu me afastei dele e tentei recuperar meu
fôlego não existente. Olhei para os seus penetrantes olhos azuis e, pela
primeira vez, desejei que meu cérebro tivesse ficado quieto. Eu queria
esse homem.
~ 21 ~
— Eu estou bem, agora que saí, — eu não tinha me sentido tão
bem em muito tempo. Estar preso em uma cela era algo que ninguém
jamais deveria ter que passar, especialmente se for por alguma coisa
maldita que você não fez. Chantagem, sim, certo. Se eu realmente
tivesse feito a merda pela qual fui acusada, não teria sido estúpida de
deixar tantas evidências.
— Eu sinto muito que você estava lá. Eu deveria ter feito algo, —
ele disse, balançando a cabeça de um lado para o outro. Eu sabia que
ele se sentia culpado, assim como os outros irmãos, mas não havia
nada que eles pudessem fazer. Foi o que o advogado disse.
— Porra, sim. Aquelas vadias não vão saber o que atingiu elas, —
eu passei os últimos dois anos planejando a sua derrocada, então fui de
veloz e furiosa para lenta e dolorosa. Tudo dependeria do meu humor
no dia em que tudo acontecesse. Levei um ano trancafiada para
descobrir que foi Babs que fez a armação. Eu não queria contar para
Ma porque sabia que ela ia contar para os irmãos, e eu queria a vadia.
Mas contei mesmo assim, sabendo que eles mereciam saber o que tinha
acontecido. Mas Babs desapareceu do radar por um tempo. Eu não
sabia se isso era bom ou ruim. — Mas eu preciso pensar e colocar a
minha merda no lugar primeiro.
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— Eu te amo também, — sentados ali em silêncio por um tempo,
deixamos que os barulhos cotidianos da oficina enchessem o espaço.
Era bom ter o sol na minha pele e não ter que me mexer por ninguém.
Se eu quisesse ficar aqui todo o dia, eu iria. Sim... eu nunca ia voltar. —
Então, o que tem de novo por aqui? Ma não podia me contar muito
quando ia visitar.
~ 23 ~
meu olhar, balançou a cabeça e continuou andando. — Qual a história
dele?
~ 24 ~
Eu segurei o estremecimento que correu pelo meu corpo. Eu não
ia ceder. Não podia. Eu tinha visto muitas mommas7 entrando e saindo
do clube, e os caras as chamavam de vadias do clube. Os nomes eram
intercambiáveis entre eles. Eu nunca seria uma delas.
7 Elas não eram necessariamente mães dos filhos deles, mas a ideia é como se elas
fossem aspirantes a isso, queriam se prender com os motoqueiros e ter uma família
com eles, pela fama.
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não estava acontecendo. — Cai fora você. Eu não sou sua. Eu não sou
de ninguém. Vamos deixar essa merda bem clara desde agora, — o
prospectando parecendo todo nervoso só me deixou mais irritada. —
Ganhe bolas, — eu murmurei, o encarando.
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— Nunca estive melhor, agora que você está em casa, — Diamond
enrolou os braços ao meu redor com força, beijando a minha bochecha.
— Eles deixaram você usar essa merda vermelha no cabelo na prisão?
— a sua própria pergunta o fez rir. Ele sempre estava me dando
palestras de merda sobre meu cabelo selvagem. Se fosse contar, eu
tinha tido apenas três ou quatro cores. Ele apenas gostava de pegar no
meu pé.
— Sim, quem fez foi uma vadia chamada Berta. Ela me fez chupar
a sua buceta primeiro.
~ 27 ~
Dois
HARLOW
Diamond me deixou entrar passar pela grande sala onde os
irmãos se reuniam para a missa e ir na direção do seu escritório.
Quando me sentei na sala grande, ele segurou minhas duas mãos. —
Princesa, eu sinto muito que você teve que lidar com toda essa merda.
— Por agora, vai ter um irmão com você o tempo todo, — eu olhei
para ele confusa, me perguntando o que estava acontecendo. Eu cuidei
de mim mesma por anos antes de ser presa e nunca precisei da ajuda
de ninguém, nem mesmo dos irmãos.
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A felicidade natural de Diamond desapareceu, e eu soube que
tinha passado dos limites. Merda. Seu rosto ficou apertado e cada
músculo se contraiu. Seus olhos ficaram ameaçadores e perderam o
calor e carinho do cara que tinha acabado de me abraçar alguns
minutos atrás, fazendo um arrepio de medo correr pelo meu corpo. —
Isso não está em discussão, moça. Você vai estar acompanhada de um
irmão o tempo todo.
Claro que ele já sabia. Nada passava pelo homem. — Sim, senhor.
— Você sabe que não pode sair por aí batendo nos meus
funcionários, — seus olhos estavam sérios, mas o calor voltou a emanar
das suas palavras.
— Eu sei.
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Ele me encarou, a expressão inalterada. — Todo mundo. Agora
saia daqui e vá ver sua Ma, — ele acenou na direção da porta. Entendi
que estava dispensada e me levantei. Quando alcancei a porta,
Diamond completou. — E também se desculpe com Cruz.
Ele riu, mas não disse nada. Eu sabia a resposta. Uma coisa que
era difícil como o inferno para mim era mostrar fraqueza para os
irmãos. Como mulher, eu já era considerada fraca. Passei a minha vida
toda tentando provar que isso estava errado. Desde lutar, atirar e
pilotar... eu fiz de tudo para que os irmãos me vissem como alguém
forte. Isso ia ser uma merda.
Mas eu sabia que não faria isso. Ele não era meu, e eu não queria
que fosse. Certo? Afastando esses pensamentos, me aproximei do bar.
Soltando uma respiração, eu sabia que tinha que pedir desculpas
primeiro, mas não queria fazer isso com ela pendurada sobre ele. Eu
realmente precisava pegar Sting e limpar minha cabeça, o que com
certeza seria o meu próximo passo.
~ 30 ~
— Sinto muito. Eu não sabia que você era a Princesa, — Cruz deve ter
lhe enchido um pouco sobre a minha história. O que eu não sabia
porque, considerando que Cruz não sabia merda nenhuma sobre mim.
— Você pode falar comigo sempre que quiser, baby? — sua voz
me derretia como manteiga, e eu queria chutar meu traseiro por isso.
Precisava manter a cabeça no lugar perto desse homem, mas temia não
ser uma tarefa fácil. Ele se virou para a mulher ao seu lado. — Saia
daqui.
— Bom. Vamos lá para trás dar um jeito nisso, — ela miou alto o
bastante para todo mundo ouvir, mas eu tinha certeza que era um show
para mim.
— Vá dar uma volta, — ele disse para o prospecto no bar, que fez
como ele mandou e saiu da sala. — O que é tão engraçado? — ele
perguntou, virando seu corpo para mim sem sair do banco.
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— Eu? Você é a provocadora de pau, — sua voz tinha um pouco
de humor, mas também estava amarrada com frustração.
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desesperadamente, e desde que o meu cérebro tinha decidido tirar
férias, estava me afogando nas sensações dele.
— Cruz, se afasta. Ela não teve um pau em dois anos. Ela não
transa com os irmãos. Nunca. Ela não é uma vadia do clube, — G.T.
cruzou os braços sobre seu peito largo e parou como meu protetor,
mesmo que eu não precisasse de um; ainda assim, foi uma atitude
doce.
— Essa merda não vai mudar. Fique longe dela, — G.T. começou
a se aproximar, e então meu cérebro resolveu se juntar à festa.
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G.T. colocou as mãos nos meus ombros e começou a esfregar de
cima para baixo. — Eu sinto muito que você tenha passado por tanto.
Você sabe que eu tenho as suas costas, — ele se virou para olhar para
Cruz. — Em tudo.
***
~ 34 ~
comprida cerca de madeira branca havia todos os diferentes tipos de
flores que minha mãe amava. Ela me disse várias vezes quais eram,
mas eu não conseguia lembrar. Tudo que eu sabia é que elas eram
rosas, roxas, amarelas e brancas, e ela cuidava excepcionalmente bem
de todas. Eu? Eu matava qualquer coisa verde que eu tocasse. Mas se
você me desse um motor ou um carburador, eu poderia reconstruí-lo
como uma campeã.
~ 35 ~
Três
CRUZ
Harlow, a Princesa. Porra. Eu ouvi falar sobre ela desde que me
tornei um prospecto, dois anos atrás. Ela era tudo em quem os irmãos
podiam pensar por muito tempo. Eles estavam morrendo de
preocupação por ela ter que ficar um tempo na prisão. Não havia nada
que o advogado pudesse fazer. A vadia responsável realmente usou a
cabeça e fechou um caso sólido contra Princesa, afirmando que ela
estava chantageando o prefeito por ir ao Studio X, ameaçando contar
para todos na cidade. Como se ela fosse fazer uma merda dessas. Eu a
conhecia há apenas algumas horas e já pude ver o jeito que ela era com
os caras. Ela faria tudo por eles... e eles por ela.
Eu sei que a vida na prisão era dura, e quando você tem um clube
como o Ravage nas suas costas, a merda é ainda mais difícil. Tudo que
precisou foi uma mulher descontente e irritada porque matamos o seu
homem para fazer da vida de Princesa um inferno na terra.
Ela era tudo que eu sabia que queria em uma mulher. Ela era
forte, feroz, esperta, carinhosa. E descobrir tudo isso em apenas
algumas horas. Quando diabos eu me tornei um viadinho?
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— Você quer uma cerveja? — Ma perguntou. Todos nós a
chamávamos de Ma. Ela era a mãe oficial do clube. Ela não aceitava
comportamentos de merda e deixava isso bem claro, mas sabia seu
lugar no clube, e todos nós a respeitávamos por isso. Sua filha tinha
aprendido muito com ela. Eu podia dizer, aliás, que ela estava com
Diamond.
— Sim, senhora.
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tempo demais. Essa foi uma das razões pela qual eu optei por sair cedo
da vida militar. Eu amava cada segundo com ela, mas sua morte me
rasgou por dentro. Assim que a uma vez linda Clara Cruz morreu em
meus braços, parte de mim morreu junto com ela.
Assim que fiz dezoito anos, me juntei aos Fuzileiros Navais para
tentar ganhar a vida. Dar duro para cuidar da minha era realmente
tudo que eu sabia. Eu pensei que comigo longe ela respiraria um pouco
aliviada e não teria que se matar tanto. Eu podia mandar dinheiro sem
ser um fardo, e talvez fosse para a faculdade depois. Esse plano se
perdeu no vento enquanto segurava minha mãe nos braços.
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bônus. Ser prospecto, no entanto, foi um inferno. Limpar as merdas dos
caras, limpar seu vômito depois das festas... acredite, não era
glamoroso. Mas eu tive a minha cota. E quando eles votaram para eu
ganhar meu patch, eu fui às nuvens. Eu não podia imaginar minha vida
sem o clube.
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Eu mal podia esperar para estar entre as suas pernas. Quando ela
gozou na moto, foi tão silenciosa. Mas não quando eu acabasse com ela.
Ela ia estar gritando a porra do meu nome.
E então...
Pop... pop... pop... uma arma saiu atirando de um carro preto que
passou com a porta aberta. Agarrando a minha arma, eu atirei numa
reação rápida e me joguei atrás da cerca. A porta da frente se abriu e
Princesa se lançou para fora, a arma apontada com uma boa mira, e
acertou o carro várias vezes. Os tiros continuavam vindo, e Princesa
não se deteve ou se encolheu. Ela desviou algumas vezes, mas
continuou se movendo.
— Você está bem? — olhando para ela, podia ver que estava tudo
bem, nada de sangue, mas nós nunca sabemos como as mulheres
reagem a uma merda dessas.
— Eu estou bem, — ela sorriu. — Lar, doce lar. Você conhece esse
cara?
— Acho que ele era o todo mundo que Diamond queria que eu
estivesse de olho, hm? — ela parecia estar estudando o corpo na sua
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frente, levantou sua camisa, inspecionou todas as tatuagens e marcas,
absolutamente como se não estivesse olhando para um cadáver.
— Vocês cuidam disso? Quero ter certeza que está tudo bem na
casa.
***
~ 41 ~
percebi manchas de sangue em uma das paredes, enquanto entrava na
casa. Ma estava segurando seu ombro e parecia estar morrendo de dor,
mas não proferiu uma queixa. — Chame o Doc aqui agora! — ela latiu.
***
~ 42 ~
em mim, — ela olhou nos meus olhos como se estivesse em uma
batalha interna, então suspirou.
— Ah, vamos lá. Você só vai me deixar bater em você como uma
mulherzinha? — o brilho perverso em seus olhos me deixou
completamente intrigado.
— Viadinho.
~ 43 ~
— Vamos lá. Lute comigo, droga! — ela rosnou para mim,
atacando com força, me chutando na barriga.
— Ei, garotos. Esse viadinho aqui não vai lutar, — ela zombou de
mim. Eu sabia o que tinha que fazer. Eu não queria, mas sabia que
precisava. De jeito nenhum eu deixaria meus irmãos me verem sem
reação.
Ela lançou vários ataques, mas eu fiz contato com o punho direito
na sua bochecha e ela tropeçou para trás. Eu parei o que estava
fazendo e corri até ela. Princesa me deu um soco de direita sorrindo, o
que me fez perder um pouco do equilíbrio para trás.
~ 44 ~
Princesa desceu do ringue, e eu fui atrás. — Você tem certeza que
quer essa aí, irmão? — Dagger perguntou. Ele estava sempre na
defensiva. Eu não achava que ele tivesse qualquer outro modo de ser.
Ficando cara a cara com G.T., nunca pensei que iria querer tanto
arrancar fora a cabeça de alguém. — Você acha que eu não sei disso,
porra?
— Cruz. Você precisa trazer seu garoto para cá. Nós estamos em
bloqueio.
~ 45 ~
Quatro
HARLOW
As doses de uísque ajudaram a entorpecer a dor correndo pelo
meu corpo. Eu não sabia como Cruz sabia o que eu precisava, mas
maldito seja ele. Se sentir perdida e quebrada não era fácil. Eu queria
rasgar aqueles filhos da puta ao meio por terem atirado na minha mãe.
Poder dar uns socos foi um alívio, e eu não sabia se ele sabia, mas
trouxe de volta algumas memórias incríveis. Eu aprendi tanto naquele
ringue, a maior parte com G.T., mas com os outros irmãos também.
Pops foi bem legal em deixar ficar um pouco no seu quarto depois
da briga. Eu precisava descansar, e com o bloqueio, eu não queria estar
na área principal do clube ou nos abrigos, com todas aquelas crianças
correndo por lá. Eu precisava de um pouco de paz.
~ 46 ~
estava ali. Seu sorriso bonito instantaneamente se desfez quando ela
me viu. — Está tão ruim assim, hm? — eu ri.
Depois que Casey fez a sua mágica para dar um jeito no meu
rosto, nós fomos para o bar. Ela não estava brincando quando disse que
o lugar estava lotado. Havia pessoas de uma parede a outra, e eu não
fazia ideia de onde toda essa gente ia dormir, mas também não sabia
porque eu me importava. Provavelmente nos abrigos. Eu não podia
lembrar da última vez que houve uma festa durante um bloqueio.
~ 47 ~
outro nível. Talvez eu devesse dizer a eles para fazer uma tatuagem na
mão ou algo assim, então eu saberia como diferenciá-los. Eu ri com a
ideia, sim, certo.
~ 48 ~
— Ha. Ha. Então, o que você acha? Ela é a old lady dele? — ela
perguntou e eu não quis responder. Eu só queria beber. Muito. Essa era
a exata razão pela qual eu nunca me envolvia com os irmãos. Agora eu
estava em bloqueio com eles e tinha que ficar vendo a porra da família
feliz. Eu não podia suportar essa merda. Esse era o motivo pela qual eu
tinha malditas regras para seguir, ainda que elas fossem autoimpostas.
~ 49 ~
Ele se dirigiu a mim, e não a ela. — Princesa, essa é Mel, mãe de
Cooper, — eu o encarei, esperando pela outra parte da apresentação,
mas ela nunca veio.
— Por quê?
— Apenas não quero. Vá lá. Eu vou ficar bem, — ela acenou para
a porta. Eu me afastei da pequena família feliz, precisando de ar. Peguei
outra cerveja e deixei Casey no bar, então fui para o pátio. Os caras
fizeram um espaço separado logo ao lado do prédio do complexo que era
todo protegido por altos portões. No centro havia uma grande fogueira
que rugia para vida.
Fazendo meu caminho até Ma, perguntei a ela, — Como você está
se sentindo? — e sentei ao seu lado.
— Pops, por que você não me disse que Cruz tem uma old lady?
— sem ofensa, mas os irmãos me conheciam e sabiam que eu não me
metia com eles. Saber que nenhum deles me disse que Cruz tinha uma
~ 50 ~
old lady me deixou muito puta, considerando que a maioria deles
estava ao lado do ringue e viu nosso beijo.
— Ele não tem. E não é minha história para contar, — Pops disse
com firmeza. Eu sabia que ele nunca falaria da vida dos irmãos para
nenhuma mulher, mas achei que sendo sua filha a história seria
diferente. Mais uma vez, estava enganada.
— Ela é apenas a mãe do seu filho. Ela está tentando ter ele de
volta faz anos. Mas ele não a quer. Ela é uma vadia, — eu não respondi.
Não tinha porquê. Eu sabia o que tinha visto, e ela estava o
reivindicando. Certo. Que seja. Hora de superar.
— E nós estamos muito felizes que você está de volta para fazer
isso, garota, — Dagger passou um braço pelos meus ombros, me
puxando apertado contra ele. Descansando a cabeça no seu ombro,
inalei o cheiro familiar de couro e cigarro que me lembrava tanto de
casa. Fechando os olhos, deixei o calor do fogo e do corpo de Dagger me
aquecerem.
~ 51 ~
fora desse lugar, e Flash nunca disse uma palavra sobre isso. Flash
estava sempre flertando com todos os caras, mas eu não sabia se ela
tinha ido além disso. Realmente não era da minha conta.
— Por que diabos você está enroscada com o meu irmão? — sua
voz se tornou perigosamente irritada, enviando arrepios pelo meu
pescoço. Eu não o conhecia, mas depois que estive com ele no ringue e
vi a preocupação em seus olhos depois que ele me acertou, me fez ter
certeza que ele não iria me machucar fisicamente.
~ 52 ~
Cruz não me deixou ir muito longe. Enrolando os braços na
minha cintura, ele me puxou contra o seu corpo mais uma vez e eu
tentei escapar. Ele se inclinou na minha orelha. — Você acha que
aquela vadia ali é a minha old lady? Porra, não. Ela é a mãe do Cooper.
É o máximo onde isso vai.
~ 53 ~
Ele a colocou no bar e eu tomei, rapidamente sentindo a
queimação quando o álcool alcançou meu estômago. Não havia porque
ir com calma, o quarto de Pops estava a apenas alguns metros de
distância caso eu precisasse apagar no chão, e eu sempre poderia
dividir um beliche com Casey.
— Não. Mas vou ser em breve, — isso não podia ser mais perfeito.
~ 54 ~
As chances dele realmente se tornar um prospecto eram pequenas, a
julgar pela sua atitude. Ele era muito mole para essa vida; nada como
os irmãos pareciam ser.
— Não! — eles gritaram juntos. — Você não vai transar com ela,
— um deles disse com firmeza.
— Cara. Se você quer entrar para o clube... não deve tocar nela,
— um dos gêmeos disse.
— Vamos lá, — eu puxei seu braço antes que ele tivesse chance
de pensar. Ninguém precisava saber. Ia ser uma foda rápida e fim. Me
apressei pelo corredor porque precisava do seu pau dentro de mim
agora.
~ 55 ~
Cinco
CRUZ
Depois de colocar Cooper no seu berço no meu quarto, fui
procurar a Princesa, mas ela tinha desaparecido. Eu sabia que ela tinha
que estar em algum lugar. Ninguém se atreveria a deixar a propriedade.
— Ela está transando com ele? — fúria correu pelo meu corpo
quando eles ignoraram a minha pergunta. Eu ia quebrar esse pequeno
filho da puta e então dar uma surra na bunda dela. — Onde?
~ 56 ~
Encarando o sujeito, eu puxei seu traseiro nu do chão, o atirei
pela porta quebrada e o bati contra a parede, junto com as suas roupas
em uma pilha. — Eu não quero ver você aqui mais tarde, — eu rosnei
em advertência.
— Eu não sou sua. Você não pode reivindicar alguém que não
quer ser reivindicada, — ela cruzou os braços, levantando ainda mais
aqueles peitos lindos e me deixando ver os mamilos duros por trás do
sutiã.
Puxei suas calças para baixo e vi que ela estava pronta, o que só
fez meu pau latejar ainda mais. — Eu não posso, — ela disse baixinho.
~ 57 ~
carne quente e a sua buceta apertou, os puxando para dentro com
fome. — Você gosta disso? — Princesa fez um tipo de som estrangulado
no fundo da garganta que me incitou.
Empurrei meu pau dentro dela, e não foi nenhuma surpresa ela
ser tão apertada. O conhecimento de que ninguém tinha estado dentro
dela por dois anos me fez bater mais forte. Eu queria reivindicar essa
mulher, e assim que essa merda estivesse resolvida, ela seria toda
minha. Ela gritou quando eu empurrei os últimos centímetros do meu
pau para dentro. — Porra, você é tão apertada, baby.
— Deus, isso é muito bom, — ela disse com a cabeça jogada para
trás. Me levantando, eu bati dentro e fora com força, amando o aperto
cruel da sua buceta. O banheiro começou a girar e suor escorria pelo
meu corpo, se misturando com o dela, criando um cheiro erótico que
meu pau não podia suportar.
~ 58 ~
— Chame um dos prospectos e achem uma maldita porta para
colocar aí! — eu rosnei quando ele olhou para o corpo da Princesa. Não
que ele conseguisse ver muito, mas eu não gostei. Ele riu, balançando a
cabeça.
— É por isso que eu não transo com os irmãos. Não vai acontecer
de novo, — ela tentou me empurrar, mas eu não me movi.
— Ela não é nada. Ela só está aqui porque não quis deixar Cooper
sozinho. Mas essa merda vai mudar.
— Como?
— Você vai ser a minha old lady. Você vai ser parte da vida de
Cooper. Eu não quero ela andando por aqui.
~ 59 ~
— Pelo que eu já vi, provavelmente não, — sorrindo para ela, eu
escovei os lábios nos seus e ela arqueou o corpo, levando o beijo para
outro nível. Meu pau inchou dentro dela, e meus quadris começaram a
bombear. Seus gemidos e miados me encorajaram ainda mais.
— Até depois.
~ 60 ~
que não era meu filho. Não que eu quisesse. Desde que ela me disse que
estava grávida, esteve tentando se amarrar comigo. Claro, eu transei
com ela algumas vezes, porque não, era buceta fácil. Mas eu não queria
nada com ela. Eu estava apenas agradecido por ela ter me dado o meu
garoto.
— Não, você pode ver ele amanhã. Até lá, fique longe de mim, —
eu me virei, Mel disse algumas palavras que eu não entendi e também
não me importei. Eu tinha uma Princesa que precisava de atenção.
***
~ 61 ~
meu corpo caiu sobre o dela. Essa pequena interrupção antes que eu
pudesse ter meu pau dentro dela outra vez não me fez feliz.
Princesa olhou para o seu irmão e tentou abrir a boca, mas nada
saiu. Quando seus olhos encontraram os meus, eles brilharam, não me
dizendo muito sobre coisa alguma, mas ela olhou de volta para o irmão
e palavras saíram da sua boca. — Me tire daqui.
~ 62 ~
— Isso não foi um erro. Você está deixando seu cérebro
atrapalhar tudo de novo, — eu rosnei, minha raiva chegando com tudo.
— Você não me conhece. Essa não sou eu. Não posso transar com
um de vocês e não ligar para as consequências.
~ 63 ~
dura e firme. Ela ficou cara a cara comigo e seu fogo começou a
queimar mais uma vez. — Faça o que tem que fazer. Mas isso, — seu
dedo se mexeu apontando entre nós dois, — acabou. Não vai acontecer
de novo. Cometi um erro na noite passada. Não vai se repetir.
— Eu não achei que você tivesse, — foi tudo que ele disse
enquanto terminou seu caminho e bateu a porta ao passar.
***
~ 64 ~
— Eu quero ver o meu filho! — Mel bateu o pé como uma maldita
criança mimada quando parou ao meu lado. Era meio-dia e ela tinha
acabado de sair de qualquer que tenha sido a cama que ela passou a
noite. Eu estava cansado dessa puta. Como cresci apenas com a minha
mãe, eu sabia como ela importante na vida de Cooper. Era por isso que
eu deixava algumas coisas passarem. Eu sabia que não devia, mas as
palavras da minha mãe sempre vinham à minha cabeça: um garoto
sempre precisa da sua mamãe. Eu não podia esquecer isso, mesmo que
ela fosse uma viciada.
— Bem. Eu cozinhei!
— Essa mulher não quer me dar o meu filho, — Mel bufou, mas
eu honestamente achava que ela mais irritada pela cena na frente de
todos do que por Cooper não querer nada com ela.
~ 65 ~
— Sua vadia. Me dê o meu filho agora! — Mel agarrou o braço de
Cooper e começou a puxá-lo até que ele gritou. Eu segurei Mel pelo
pescoço e a puxei para longe do meu filho e de Princesa. Suas tentativas
de respirar não foram registradas pela raiva correndo por mim.
~ 66 ~
— Eu vou levar Cooper para brincar, ok? — olhei para Cooper
enrolado em Princesa; o meu coração apertou e a raiva diminuiu um
pouco. Merda. Eu não queria que ele me visse assim.
***
— Não foi o que ela disse essa manhã, — a voz profunda G.T.
estalou para mim, mas antes que eu pudesse responder, Diamond
interferiu.
~ 67 ~
— Filho, ela é de todos nós, — Diamond disse, me encarando. —
Aparentemente, Rabbit gosta de Babs. Para os que não sabem, Babs foi
a peça-chave para colocar Princesa na cadeia. Ela sumiu do radar cerca
de um ano atrás, e agora reapareceu, com proteção dessa vez. Eles
estavam mandando uma mensagem.
— Não podemos deixar que ele dite para onde nós vamos! — eu
gritei, sem nem ao menos tentar me controlar.
— Sim. Mas ela é uma boa mulher. Ela vai fazer o que é certo, —
Diamond olhou para mim. — Ela é sua garota?
~ 68 ~
— Parem, agora! — a voz dura de Diamond fez com os dois
voltassem a se sentar. — Então... você mantém ela aqui. Se ela sair,
você se certifica que alguém vai com ela. Ela é sua responsabilidade, —
ele sorriu e o resto da sala riu. Droga, eu sabia que ia ter muito
trabalho, e com certeza não precisava de nenhuma zoeira dos meus
irmãos.
— Ela não vai deixar você chegar a dois metros dela. Boa sorte
com isso! — a irritação se derramou dos meus poros, mas eu sabia que
não ia ajudar em nada reagir agora. E eu sabia que ia ter muito
trabalho. G.T. provavelmente estava certo, mas eu não ia deixar isso me
impedir.
Danny olhou para mim. — Você vai deixar essa vadia bater na
minha old lady?
— Irmão, sugiro que você tire ela daqui se quiser ela inteira, —
Pops estalou para Danny.
~ 69 ~
— Ah, Pops, — o sarcasmo de Princesa voltou. — Acho que essa
vadia precisa de uma lição antes de ir.
— Não aqui. Não sob esse teto, — Pops rosnou quando Princesa
se virou para ele, suas mãos fechadas em punhos. Balançando a
cabeça, ela se afastou deles e jogou o taco no chão, mas a fúria
emanava do seu corpo.
— Irmão, ela não está mais saindo com elas. Babs é parte da
gangue de Rabbit.
~ 70 ~
Seis
HARLOW
Merda. Merda. Merda. Que merda eu estava pensando ao ir até a
sala principal? Não apenas aquela vadia da Mandy estava lá, mas o
maldito Cruz também. Por que diabos ele tinha essa força magnética
que me puxava, fazendo com que fosse tão difícil resistir?
~ 71 ~
— Achei que você não transava com os irmãos, — ela disse,
continuando a torcer as mãos no colo.
— Para mim... é apenas sexo. Ele diz que é para valer, mas ele é
um irmão. Eu não sou idiota. Enfim, mesmo que eu achasse que fosse
para valer, isso não ia funcionar. Eu estaria fodida.
— Eu acho que Cruz é uma boa opção para você, — sua voz foi
baixa, mas séria.
— O quê?
~ 72 ~
— Eu não posso. Eu não vou ser uma vadia por aqui, uma que os
irmãos pensam que podem passar entre eles. Eu não posso. Eu não
vou.
Ela riu alto e som foi bonito. — Sim. Eu fiz isso. Nós também
tínhamos treze anos. As coisas mudam, — ela disse, soprando uma
baforada de ar.
~ 73 ~
Baixei a cabeça. — Claro, — em todos os meus anos nesse clube
eu sempre quis deixar os irmãos orgulhosos, e agora não seria a
exceção, mesmo que eu odiasse isso.
— Ótimo.
***
~ 74 ~
Seus braços vieram ao meu redor. — Oi, garota. Como estão indo
as coisas?
Olhei para Cruz e me virei de novo para Liv. — Nah, estamos bem.
— Não, eu não sou a old lady dele. E sim, um dia. Vamos voltar
aos negócios. Me deixe ver os documentos de perdas e lucros e os
arquivos das novas garotas, — eu disse, indo para longe do aperto de
Cruz enquanto ele ria.
~ 75 ~
O clube estava em total silêncio, mas depois da noite passada isso
era compreensível. Os caras estavam bebendo no bar, e Ma estava
brincando com Cooper na mesa de colorir. Algumas mulheres estavam
sentadas nos sofás, mas não disseram uma palavra. Vadias do clube.
Revirei os olhos e as ignorei.
— Sim. Tenho certeza que você tem muita coisa acontecendo sem
a minha interferência.
Parte de mim estava um pouco feliz com esse lado macho alfa de
Cruz. Eu realmente nunca tive isso antes com um homem. Esses
malditos sentimentos. Eu. Não. Quero. Ele.
~ 76 ~
— Onde estão os meus? — ele apontou para a sua barriguinha.
Levantei o seu pequeno corpo e comecei a fingir que estava comendo a
sua barriga, fazendo barulhos estranhos, o que o fez rir mais e mais.
— E o que é isso?
~ 77 ~
o ar ao nosso redor ficou elétrico. Me lembrei da noite passa e da
intensidade que emanava do seu corpo. Eu sabia que precisava de
Cruz. Droga.
— Não foi um erro, porra. Você não pensou assim quando meu
pau estava entrando e saindo dessa buceta apertada.
— Eu não sei porque diabos você fica repetindo essa merda. Mas
você precisa lidar com isso e superar. Agora. Você quer que eu te trate
como uma puta? Posso arranjar isso. Mas eu não quero. Essa é a
maldita diferença.
~ 78 ~
— O que acontece quando você se cansar? Eu conheço as regras.
Eu vou ser banida. Essa é a única vida que eu conheço, — maldito seja
esse homem se ele não trazia à tona todas as minhas fraquezas quando
eu tentava escondê-las. Família. Eu não queria perder a minha família.
Foda-se.
~ 79 ~
O nome de Cruz escapou dos meus lábios quando ele ofegou meu
nome, deu mais duas batidas e lentamente parou quando gozamos
juntos. Nossas respirações eram inacreditavelmente ásperas, e eu
descansei a cabeça no seu ombro, tentando me recompor.
***
— Ela...
~ 80 ~
— Você disse que eu matei ele... quando, na verdade, eu matei
ela.
Seus lábios escovaram os meus daquele jeito sexy que era a sua
marca registrada, e meu corpo reagiu na hora. Durante os últimos dias,
meu corpo sempre se acendia com Cruz, o querendo mais do que
imaginei ser possível. Não que eu diria isso a ele, mas meu corpo não
mentia.
~ 81 ~
cérebro, tentei me lembrar, mas tudo era branco. Quando saímos do
galpão, Cruz deve ter sentido algo. — O que foi?
— Até onde eu sei, ele nunca esteve perto do clube. Mas vou
verificar, — Cruz me puxou para perto. — Vamos dar uma volta.
***
~ 82 ~
meu estômago tomou conhecimento e rosnou. Eles tinham os melhores
hambúrgueres e batatas fritas, e eu não podia esperar para afundar os
dentes neles.
Um aperto firme na minha mão enviou uma onda de dor pelo meu
braço e me fez acordar. — O quê?
~ 83 ~
em Cruz, enviando uma onda de fogo pelo meu corpo. Como se sentindo
isso, a mão de Cruz veio embaixo do meu queixo, me puxando na
direção do seu rosto. Meus olhos se encontraram com os dele no
momento em que ele colocou outro beijo em meus lábios.
Sem olhar de novo para ela, fiz o meu pedido, então Cruz também
pediu e a mandou embora. — Você não gosta que ela olhe para mim,
baby?
— Nah...
Eu sabia melhor do que ninguém como era não querer falar sobre
as merdas da nossa vida. Então, mudei de assunto. — Por que você se
juntou ao Ravage?
~ 84 ~
comecei a relaxar. Ele começou a traçar distraidamente círculos com o
polegar, enviando choques pelo meu corpo a cada movimento. — Eu
sinto muito.
~ 85 ~
pensamento me fez rir baixinho, porque ninguém iria perguntar... não
que eles fossem ter uma resposta, de qualquer maneira.
***
~ 86 ~
Bocejando, eu murmurei, — Estou exausta.
***
~ 87 ~
— Você vai me contar essa merda, — sua voz era firme e absoluta,
mas eu não ia contar a ele. Jamais.
***
~ 88 ~
Cooper sair correndo ao redor do parquinho. — Merda! — meu pé
prendeu em um dos carrinhos que eu não vi que estava no caminho e
caí duro no chão, acertando a minha perna com um baque. Ondas de
dor subiram pela minha perna rapidamente quando o sangue começou
a escorrer. O short que eu estava usando não oferecia nenhuma
proteção, mas eu podia lidar com a dor. Era o sangue que eu ia ter que
limpar e ter certeza que o corte estava ok.
~ 89 ~
gostava disso, de um jeito meio distorcido. Quero dizer, inferno, um
cara que não dá a mínima para você? Por que não gostar, certo?
***
Cruz começou a bombear em mim com tudo que ele tinha. Ele me
pegou, me virou de barriga para baixo, empurrou meus joelhos e bateu
fundo dentro de mim, me dando um orgasmo poderoso. Um grito
escapou dos meus lábios. Cruz ficou imóvel atrás de mim enquanto ele
próprio tinha a sua libertação. Nós ainda estávamos usando camisinha.
Eu tinha tomado uma injeção anticoncepcional, mas ainda faltava uma
semana antes dela ser completamente efetiva. Os dois fizeram exames
e, graças a Deus, estávamos limpos.
— Merda.
~ 90 ~
— Sim... merda, Cruz.
— Você sabe que transar com outras mulheres por aí não vai dar
certo para mim, — minha mente correu para a relação de Flash e
Dagger; eles conseguiam lidar com essa merda; de jeito nenhum eu
conseguiria. Então me lembrei dos pais de Cruz... eu não ia aguentar.
Eu podia lidar com armas, drogas, assassinato... mas meu coração não
era tão forte. Eu sabia disso. Também aprendi ao longo dos anos que
muitos irmãos tinham suas vadias de estrada, mulheres que cuidavam
das suas necessidades quando eles estavam em uma corrida. A maioria
das corridas eram consistentes, mas às vezes acontecia deles terem
uma vadia de estrada em outra cidade. Eu não podia lidar com isso. Se
eu não era mulher o bastante para o meu homem, ele não precisava ser
meu.
***
~ 91 ~
continua dando desculpas sobre o que está fazendo. É legal ter ela por
perto, mas alguma coisa está errada.
— Venha para cá, agora. Tem uns caras quebrando todo o lugar.
As garotas estão trancadas no quarto dos fundos, e eu estou no
escritório, — a voz de Liv veio apressada pela linha. Comecei a guardar
todos os documentos de volta no envelope e o joguei em uma gaveta,
fechando rapidamente.
~ 92 ~
Comecei a correr pelo corredor. — Eles não disseram nada. Só
perguntaram se você estava aqui e, quando eu disse que não, eles
começaram a quebrar tudo.
— Merda. Fique trancada onde você está. Vou chegar logo aí, —
entrei no quarto de Cruz, peguei minha arma e a coloquei no coldre nas
minhas costas, junto com as duas menores que levava nas botas.
Correndo pelo clube, gritei para os gêmeos e Tug se apressarem. Eu
tinha que ir. Rocky tinha saído para encontrar a sua mulher, que eu
não sabia que ele tinha.
~ 93 ~
Ele gemeu e grunhiu quando as balas o atingiram, enviando uma
onda de euforia por mim. Nenhuma droga poderia dar um barato desses
a uma pessoa, nada tão bom quanto montar, mas ainda assim
maravilhoso. Espreitando no canto, Imbecil Três estava grunhindo, sua
arma a um metro de distância do seu alcance. Andando lentamente até
ele, Tug foi até a arma e a jogou para mais longe.
Eu fui até o babaca sangrando por todo o meu lindo carpete; que
bom que ele também era vermelho sangue. O chutei no estômago, —
Quem enviou você aqui? — eu lati, apontando a arma para a sua
cabeça.
— O chefe disse que é para você ficar longe de Babs, ou isso vai
acontecer de novo.
Eu ri. Tudo voltava para aquela vadia estúpida, e ainda assim ela
não tinha coragem de mostrar a cara.
— Vá se foder.
~ 94 ~
— Não, eu não quero foder, mas obrigada pela oferta, — eu sorri,
apontando a arma para a sua cabeça. — Não preciso de você vivo, não
dou a mínima se você vive ou morre. Essa escolha é sua, — a absoluta
calma na minha voz era estranha até para mim, mas eu usei isso
muitas vezes na vida.
— Ela colocou você na cadeira... não quer que os irmãos vão atrás
dela.
Bati nele com o cabo da minha arma de novo, dessa vez no nariz,
e mais sangue voou. Eu ordenei, — Faça isso. E se você me chamar de
puta outra vez, eu vou explodir o seu maldito pau. — Sem deixar de
olhar para o imbecil, senti Tug parar ao meu lado. — Tug, como você
não está olhando para o outro lado, venha ficar apontando a arma para
ele. — Ele obedeceu. — Prenda as mãos dele com isso, — entreguei a
Tug um pedaço da cortina que tinha sido rasgada e estava caída no
chão.
~ 95 ~
— O... quê? — ele estava visivelmente tremendo com a pergunta.
— Você quer usar o seu pau ou as suas bolas? — quando ele não
respondeu, tomei a decisão por ele. Envolvi uma mão ao redor das suas
bolas e puxei com toda a minha força, sentindo os ligamentos e a carne
se rompendo. Quando ele gritou, puxei com mais força. Ouvi um
pequeno gemido de Tug, mas ele não parou de olhar. Recondicionando
minha mão em torno das suas bolas para segurar melhor, puxei mais
uma vez com bastante força, me certificando que ele só usasse esses
meninos novamente depois de muitas cirurgias. Eu não precisava que
ele se reproduzisse.
Quando ele não respondeu, agarrei seu pau, e medo brilhou nos
seus olhos. — Si... sim.
— Bom. Tug, tire ele daqui. Leve ele para bem longe, — Tug
assentiu, pegou o seu telefone e fez os acertos. — Onde estão os
gêmeos?
~ 96 ~
— Vou perguntar a Cruz se os prospectos podem ajudar a limpar
essa bagunça, e as garotas vão ajudar. Nós vamos arrumar tudo e
voltar a funcionar em breve, — eu a abracei, esfregando suas costas. —
Vamos precisar fechar por alguns dias, — ela assentiu.
— Não. Agora.
~ 97 ~
~ 98 ~
Sete
CRUZ
Nós tivemos uma corrida perfeita, sem problemas ou
complicações... exceto pela minha garota. Droga. Eu não vi a mensagem
de Tug até que paramos para abastecer, e depois disso eu dirigi como
um morcego saindo do inferno. Ouvir Tug narrar toda a cena fez a porra
do meu sangue ferver. Não apenas havia alguém atrás de Princesa, ela
decidiu cuidar do assunto com as próprias mãos. As duas horas na
estrada não fizeram nada para me acalmar. Depois de estacionar no
clube, minha primeira parada era Tug.
— A sua garota deu uma surra pra valer nele, — ele respondeu,
imitando a minha posição.
~ 99 ~
Algo brilhou nos seus olhos, mas ele não recuou. — Porque eu vi
o que ela pode fazer. Ela é incrível.
— Entendi.
— E Ma me deu biscoitos!
~ 100 ~
seios lindos. Arranquei seu sutiã, eu precisava devorar ela. Puxei seus
mamilos com os dentes, dei pequenas mordidas e chupei com força.
Quando ela gozou pela terceira vez, soltei minha liberação dentro
do seu corpo. Cada parte do meu corpo tremia enquanto eu a sentia no
fundo da minha alma. Caindo sobre ela, lentamente rolei para o lado, a
levando comigo.
— Melhor agora.
— Merda. Eu juro que não comecei isso, — sua voz estava cheia
de preocupação.
— Ele apenas quer saber o que aconteceu e o que foi dito. Ele
quer essa merda resolvida.
~ 101 ~
Assentindo, ela rolou para fora da cama e me deu uma
maravilhosa visão da sua bunda, o que me deixou duro outra vez. Mas
não tínhamos tempo, Diamond estava esperando.
— Não, senhor.
~ 102 ~
— Então por que ela está atrás de você?
— Sim. Ela até disse que faria o que eu precisasse para pegar
essa vadia. E eu acredito nela.
~ 103 ~
— Nesse momento, limpe o Studio e cuide das garotas. Deixe que
nós vamos lidar com a gangue de Rabbit, e isso inclui Babs.
— Ela vai pagar por colocar você lá dentro, — quando ele não lhe
deu uma resposta definitiva, ela suspirou em derrota.
— Você quer ele. Vai ter que passar por mim primeiro, — ela
rosnou.
— Você não vai ficar com o meu filho, sua puta, — Mel não viu
chegando o soco que o punho fechado de Princesa acertou no seu
queixo, fazendo seu rosto apertar em agonia. — Sua vadia! — Mel
começou a se lançar contra Princesa, mas eu sabia que essa merda
tinha que acabar.
Princesa agarrou meu braço com força, — Ela bateu nele... — ela
sussurrou. Colocando as mãos nela, dei um aperto gentil. Os olhos de
Mel se arregalaram.
~ 104 ~
— Se você acha que essa puta é uma mãe melhor do que eu, você
está redondamente enganado.
— Sim.
— Por isso essa porra toda. Eu pedi uma reunião, mas ele não
respondeu. Mas tem mais, — ele parou e olhou para Diamond. —
Existem boatos de outra armadilha para Princesa ser presa de novo.
~ 105 ~
— E se Princesa matar ela, vai ter um prêmio de um milhão de
dólares pela sua cabeça.
— Ela não pode ficar com ele. Eu não vou deixar, — o tom de
Princesa foi de gentil para feroz em segundos. — Cooper é meu. Não vou
permitir que ele sofra. Eu vou matar ela antes que ela toque nele outra
vez, — um sorriso apareceu no meu rosto. — Não estou brincando,
Cruz. Eu vou acabar com ela se ela encostar nele.
— Eu sei, baby. Isso não vai acontecer. Ela em breve vai sumir
para sempre, — minha mão começou a subir e descer pela sua coxa
para acalmá-la, mas a maneira feroz como ela protegia o meu garoto só
~ 106 ~
me fez querer foder com ela bem aqui e agora. Para não mencionar que
encheu meu coração com mais amor do que pensei que fosse possível.
— Ótimo. Se ela aparecer aqui de novo, isso não vai acabar bem,
— ela apertou Cooper com força. — Eu vou segurar ele um pouco
enquanto ele dorme.
— Eu tenho coisas para fazer. Volto logo. Não saia daqui, — ela
não discutiu; apenas assentiu e puxou uma coberta sobre ela e Coop.
Achei que ela fosse bonita antes, mas ver ela com Coop me fez ver como
ela era maravilhosa.
***
— Sobre?
~ 107 ~
— Você não vai machucá-la, — ele exigiu, o que transformou
minha raiva em fúria.
~ 108 ~
— A única coisa que me pediram para fazer foi levar Princesa para
o Studio X. Tudo que eu fiz foi ligar para ela. Eu juro. Não tive nada a
ver com o que aconteceu depois. Eu não diria que Princesa e Babs eram
amigas, elas apenas eram conhecidas que se respeitavam. Babs fez um
pequeno trabalho no Studio X, mas eu nunca diria que elas eram
amigas.
~ 109 ~
— Não quero ter nada a ver com Babs, — ela disse, o que me
irritou. Porque diabos ela pensou que poderia se recusar estava além de
mim.
— Isso não vai ser fácil, você sabe muito bem, — Danny latiu.
— Essa é uma merda fodida. Você não pediria para a old lady de
mais ninguém fazer isso, — a raiva de Danny se derramava nas suas
palavras.
— Dois dias. Como diabos ela vai descobrir algo em dois dias? —
Danny perguntou.
~ 110 ~
~ 111 ~
Oito
HARLOW
Brincar com Cooper tinha sido o ponto alto do meu dia. Eu
precisava ir ao Studio X, mas esperei Cruz voltar. Só Deus sabe o que
ele tinha que fazer.
— Ei, garoto, — ver Cruz segurando seu garotinho nos braços fez
meu coração se agitar. Ver ele ser um pai tão bom para Coop foi a
minha ruína. Esse era o meu homem. Eu o amava. Mesmo que tudo
fosse um turbilhão, não tinha como negar isso. Ele era meu.
— Coop está em bloqueio aqui. Ele não vai sair por motivo algum.
Ele vai ficar seguro, — suas palavras eram tranquilizadoras, mas eu
precisava saber o que poderia acontecer.
— Ela vai, — eu não sabia porque ele achava que isso ia ser tão
fácil. Muito pelo contrário, essas últimas semanas tinham provado que
~ 112 ~
nada era fácil nesse mundo. — Eu sei que você pode se proteger, mas
até que essa merda esteja resolvida, você precisa ser extra cuidadosa.
***
— O que você quer dizer com ―ela se foi‖, porra? — a voz áspera
de Cruz ecoou pelo clube. Sentada em um banquinho do bar com
Cooper no colo, deixei que ele brincasse com os porta-copos, alinhando-
os repetidamente, numa tentativa de distrai-lo dos gritos do seu pai.
— Estou bem.
— Preciso que você faça algo para mim, — Pops disse, quase
nervoso, o que não era seu estilo.
~ 113 ~
— Claro, qualquer coisa.
***
~ 114 ~
Minha mente continuou tentando encontrar algum motivo ou razão
para essa loucura, mas nada apareceu.
~ 115 ~
— Você estava bem, lá dentro? — a voz grossa de Rhys enviou
arrepios pelas minhas costas. Havia algo em uma profunda voz de
barítono que fazia meu corpo estremecer. Rhys não era como os outros
caras para mim. Eu o achava mais perigoso, mais assustador, mas
nunca deixei isso aparecer. Ouvi histórias que eu não deveria ter ouvido
quando era criança, de como ele lidou com as pessoas que se meteram
com ele. E isso me assustou pra caralho, então eu estava muito feliz de
ter Rhys ao meu lado.
— Sim, com certeza você conseguiu passar por isso. Nós temos
muito orgulho de você. Não são muitas as mulheres que seriam tão
fortes, — Rhys passou os braços pelos meus ombros, e parte de mim
queria se afastar, mas eu nunca seria desrespeitosa com ele.
— Obrigada...
~ 116 ~
— Você sabe que apenas você e Ma podem vir com essa merda
para mim, certo? — não havia o que eu pudesse dizer, porque sabia que
era totalmente verdade. Rhys não levava desaforo de ninguém para
casa.
~ 117 ~
descendo até chegar à bainha da camiseta. Passei a mão pode debaixo
da borda e encontrei seu peito duro esperando por mim. Quando movi
as mãos para cima, levei junto a sua camiseta, sentindo os contornos
de cada músculo no caminho.
~ 118 ~
girar e bombear a mão em um ritmo lento. Ele estava totalmente ereto e
pronto para mim, mas ia ter que esperar. Eu precisava disso. Minha
mão subia e descia muito lentamente, sentindo a maciez do seu pau. Vi
ele fechar as mãos em punhos mais uma vez, seus dedos ficando
brancos. Decidi dar a ele um pequeno alívio.
— Você não sabe? Acho que posso encontrar alguém que saiba, —
eu atirei de volta, olhando para baixo em seus olhos que
instantaneamente pegaram fogo e queimaram a minha alma.
~ 119 ~
— Ninguém além de mim toca nessa buceta, — ele rosnou,
agarrando minhas coxas e puxando minha buceta para baixo, direto
para a sua boca. Sua língua fez a sua mágica enquanto ele me comia
como um homem faminto. Sua língua entrava e saía das minhas dobras
com perfeita precisão. Quando ele alcançou o meu clitóris e começou a
chupar, vi pontos brancos enquanto gozava. Não gritei com medo de
acordar Coop. Em vez disso, trouxe minha mão até a boca e mordi com
força, abafando o som. — Você gosta disso, baby? — eu acenei sem
fôlego. — Você acha que eu não sei como chupar uma buceta? —
balancei a cabeça, não; esse homem com toda certeza sabia o que
estava fazendo.
— Nós fizemos isso do seu jeito, agora vai ser do meu, — Cruz não
me deu tempo para pensar ou discutir quando empurrou dentro de
mim com uma estocada dura e profunda. Seus quadris se tornaram
pistões entrando e saindo de mim com a força de um turbo jato. Em vez
de gritar, eu mordi com força o seu ombro, abafando o som mais uma
vez. Ele saltou em surpresa. — Você me mordeu.
Cruz rosnou quando senti seu pau liberar jorros quentes dentro
de mim, me enchendo completamente. Ele caiu em cima de mim, seu
peso me empurrando na cama. Eu não senti seu peso, no entanto; eu
me senti amada, totalmente amada. Nenhum homem já tinha me feito
gozar assim antes. Senti isso até a minha alma.
~ 120 ~
— Eu amo você, — eu sussurrei tão suavemente que não achei
que ele tivesse ouvido, sem saber qual seria a sua reação.
— Pops foi atingido no ombro, mas estão todos bem. Mindy está
gritando porque atiramos nas pernas de Danny. É uma confusão do
caralho.
— Venha aqui, garoto. Está tudo bem. O papai está aqui com
você, — Cooper descansou a cabeça no ombro de Cruz e enrolou seus
bracinhos em volta do seu pescoço.
~ 121 ~
— Eu vou ver se Pops está bem, — quando cheguei na sala
principal, Ma estava chorando sentada no chão, e Pops estava sentado
ao seu lado, esfregando as costas dela. Do outro lado da sala, Danny
estava gritando e Mindy estava ao seu lado, meio gritando e meio
chorando. Rhys tinha uma arma apontada para a cabeça de Danny, e
Dagger tinha a sua apontada para a de Mindy.
— Nah. Ele está bem. Doc vai estar aqui em meia hora. Ele não
vai se esvair em sangue, — ele se virou para Danny, suas palavras
pingando veneno. — Se ele chegar aqui a tempo.
Mindy decidiu que seus gritos iam cessar por um momento, por
tempo o bastante para falar. — Eu não queria que isso acontecesse. Eu
apenas deveria ficar lá até que tudo se acalmasse.
~ 122 ~
— Princesa, eu não posso ir até Babs. Ela vai me matar, — Mindy
disse, e pelo menos agora eu sabia qual era o plano do clube, mas
mantive isso para mim.
— O que diabos você acha que esses caras vão fazer com você? —
eu acenei com o braço na direção de todos os homens na sala. — Isso
não é uma brincadeira, porra.
— Você acha que eu não sei?! — ela gritou para mim e eu saltei.
— É isso que você quer, sua puta? Porque é isso que poderia
acontecer com você aqui. A morte seria um piquenique comparado ao
que tenho planejado para você. E se você pensa por um minuto que
está salva por dar essa buceta para um dos membros, está muito
enganada. O fato desse idiota ter vindo aqui atirando contra os seus
irmãos é motivo para ele perder todos os seus malditos patches.
— Claro?
~ 123 ~
— Bem, Doc, você sabe. Minha arma tem uma grande dificuldade
em ficar no coldre, — eu sorri.
Depois que Doc cuidou de Danny, ele foi embora. Eu caminhei até
Danny, ainda deitado no chão, e não tive nenhuma pena da dor que ele
estava sentindo. Ele chegou atirando no clube, nos meus irmãos, no
meu pai e muito perto do meu garotinho.
Eu sabia que não podia abrir a boca e falar assim com um irmão,
então foquei em Mindy. Olhei para ela. — Vadia, eu não estou
brincando com você. Esses homens podem não matar mulheres, mas
com toda certeza eu faço isso sem pensar duas vezes, — com isso, eu
me virei e fui encontrar meus meninos.
~ 124 ~
Nove
CRUZ
Dois dias depois e a vadia não chegou a lugar nenhum. Babs
estava a evitando como a praga, e a única razão pela qual eu sabia que
era verdade era porque Buzz tinha grampeado seu telefone.
Descobrimos essa habilidade de Buzz por pura sorte, conversando como
gostaríamos que isso fosse possível. Buzz começou a falar sobre um
monte de merdas tecnológicas e eu arrumei tudo. Ele então colocou
todas aquelas câmeras de vídeo pelo complexo. Agora podíamos ver
quem chegava e saía o tempo todo, e até mesmo gravar para registro.
Buzz estava provando ser um grande trunfo para o clube.
~ 125 ~
Eu não ia conseguir manter Princesa longe disso por muito
tempo, no entanto. Ela estava no meu pé sobre Mel não chegar perto de
Cooper. Quanto mais ela perguntava e mais eu desconversava, mais
irritada ela ficava. E a Princesa irritada não era nada divertida.
— Cruz. Tudo que Princesa precisa saber é que Becs vai ajudar
Liv. Nada mais, porque você sabe que Liv vai dizer alguma coisa.
— Entendi.
— Consegui duas corridas extras. Isso vai trazer uns trezentos mil
para o caixa, mas vou precisar que G.T., Cruz, Rhys e Zed venham
comigo, — Dagger disse. — Não é uma viagem longa, vai levar uns dois
dias. Um para ir. Um para voltar.
~ 126 ~
— Ransom, — Diamond assentiu. Nós corremos para esse cara
muitas vezes antes.
— Quando? — eu perguntei.
***
— Mentira, você não esteve por aí. Eu estou aqui o tempo todo,
porra, e você não estava em lugar nenhum! — Princesa latiu, chegando
perto do seu rosto.
— Não dou a mínima para o que tem que fazer. Eu fui solta e você
me viu... o que... duas, três vezes. Não, nenhum como você está,
Harlow? Ou você está lidando bem com tudo? — G.T. puxou um cigarro
e o rolou entre os dentes. — Não. Você está me evitando, porra. Então
me diga, onde diabos você esteve? — a raiva de Princesa estava
alcançando picos mais elevados que o usual, e eu senti meus punhos
querendo fazer contato com a cara de G.T.
~ 127 ~
— Pode vir, Gage Thomas, — Princesa tirou sua jaqueta de couro,
o convidando para a luta.
— Você acha que eu sou um frouxo como aquele cara ali? — G.T.
apontou para mim quando comecei a andar na direção dele.
***
~ 128 ~
ainda estavam de pé, ainda que oscilando. Nenhum deles estava
recuando, e isso era o que eu esperava. Os dois são muito teimosos
para desistir.
— Você é, garotão.
~ 129 ~
— Sim, bebê?
***
~ 130 ~
Caminhei até a cama e sentei na borda. — Acho que a pergunta é
como você se sente com isso.
— Por que você faz isso? Eu pergunto como você se sente sobre
algo e então você joga isso para mim. Eu odeio essa merda.
~ 131 ~
Dez
HARLOW
Acordei com o som de um choro me assustando pra caralho, e
pulei da cama para ir até o berço de Cooper. — O que foi, querido?
Venha aqui, — eu o peguei no colo. Ele estava suando, queimando.
Gritando da porta do quarto, — Ma! — eu chamei o mais alto que podia.
— Sim.
— Onde?
— Não sei... dói, — imaginei que essa era a melhor resposta que
ia conseguir.
— Claro, — ele foi até elas e bateu nas suas coxas. — Deem o fora
daqui, agora.
~ 132 ~
que Cruz não faria isso. Mas era algo que estava sempre no fundo da
minha mente.
***
~ 133 ~
eu meio que gostei de ele estar doente. Ele era um ótimo abraçador, e
eu amei cada minuto disso – menos a parte dos filmes sem fim, mas era
suportável. Eu estava feliz que ele estava melhor e que Cruz estaria logo
em casa.
Eu ainda não tinha tido chance de falar com G.T. Eu queria, mas
nossos horários não estavam se encontrando. Eu precisava falar com
ele; algo estava acontecendo e ele ia me contar o que era. Eu não fazia a
menor ideia do que podia ser, mas só estive fora da prisão por pouco
tempo, então com certeza eu não podia ter irritado ele tanto assim.
***
~ 134 ~
com bunda e peitos enormes e um corpo voluptuoso. Os pequenos
triângulos da sua roupa deixavam pouco para a imaginação, e ver os
homens no salão ajustando suas calças me fez rir. Ela era uma garota
muito inteligente, que dançava só para conseguir ir para a faculdade.
Ela também era a minha garota número um. Eu a conhecia por anos.
— Ah, vamos lá. Eu tenho feito isso por dois anos. Você vem para
a casa e de repente eu não sou mais capaz? Besteira, — suas palavras
estavam cheias de fúrias.
~ 135 ~
Pensando nas últimas semanas, eu entendi. — Não é você. Sou
eu. Eles estão tentando me proteger.
— Eu não disse que ele era mau, apenas que ele se mete em tudo,
e isso está me deixando louca.
— Assim que essa merda acabar, tudo vai melhorar. Eu vou poder
estar aqui, e Becs vai embora.
Respirando fundo, ela disse, — Certo. Como você está aqui, temos
que conversar, — ela se sentou, e eu a segui, sentando do outro lado da
mesa, de frente para ela. — Coca e heroína.
~ 136 ~
— Besteira. Você manda elas embora. Traga elas aqui agora. Eu
vou até os seus armários, pegar essa merda e jogar na privada. Depois
elas vão dar o fora daqui e nunca mais voltar. Elas não vão subir no
palco.
— Mas e elas?
— Elas? Elas foram avisadas que para não trazer drogas para cá,
fim de discussão. Não é assim que as coisas funcionam aqui, — Liv
tinha um coração mole que eu estava tentando endurecer antes de ir
embora. Parece que eu não tive muito sucesso... ainda. — Eu vou
cuidar disso.
~ 137 ~
Moxie e Stella entraram no quarto, tentando puxar os braços do
aperto de Buzz, que não estava facilitando as coisas. — Então, moças.
Algo que vocês querem me dizer? — os olhos das duas correram para
mim e seus rostos ficaram brancos, como se elas fossem vomitar. Não
pude deixar de me sentir um pouco convencida com a sua reação, mas
não ia mostrar isso.
Nenhuma delas falou, mas pararam de lutar com Buzz, que então
soltou seus braços. — Encontrei uma coisa no armário de vocês.
Gostaria de falar sobre isso, — eu andei até a mesa do vestiário e
coloquei duas caixas idênticas na minha frente, tamborilando os dedos
sobre elas ritmicamente. — Vejam... que engraçado. Encontrei algo aqui
que não é permitido no meu estabelecimento, — Moxie engoliu em seco
e Stella ficou ali imóvel. — A venda de drogas vai ter que acabar. Vocês
vão juntar a sua merda e dar o fora daqui.
— Quem?
— Você tem que estar brincando comigo, — algo não estava certo.
Merda. — Ligue para Tug, diga para ele trazer a caminhonete, por favor.
Essas duas vêm com a gente, — eu disse aos gêmeos.
— Se você acha que algum dia vai pisar de novo no meu palco,
então você está vivendo na porra de um conto de fadas. Nós vamos para
o clube e vamos resolver essa merda.
***
~ 138 ~
significava trancá-las no único quarto sem janelas e com a fechadura
do lado de fora.
Liguei para Liv e disse a ela que mais dos meus caras iam
aparecer por lá. Ela disse que as outras garotas ficaram desconfiadas
quando todas as suas coisas apareceram reviradas, mas parecia que só
Dallas sabia o que as duas estavam aprontando. As outras não tinham
ideia. Isso queria dizer que as garotas estavam vendendo para os
clientes, não para as dançarinas, o que me deixou um pouco mais
aliviada.
~ 139 ~
~ 140 ~
Onze
CRUZ
Porra. Porra. Porra. As balas voavam por cima da minha cabeça,
uma atrás da outra. Essa maldita troca não saiu como planejado,
realmente. Era para ser uma coisa simples, mas uns filhos da puta
apareceram. Eu não reconheci nenhum, e eles não usavam coletes.
~ 141 ~
Ficando de pé, andei para longe do homem no chão, precisando
de ar. — Você tem ele? — eu perguntei a G.T. enquanto os outros
começavam a se aproximar.
— A única coisa que esse cara sabe é que o chefe dele, o Sr.
Snider ali — Dagger apontou para um homem morto no chão — ligou
oferecendo dois mil dólares para acabar com a gente.
— Mais nada?
— Se você pensa que a gente falou alguma coisa sobre isso para
alguém, você está louco, porra.
~ 142 ~
então nós podíamos manter o fogo contido o bastante para não chamar
atenção até que tudo estivesse resolvido. A questão que permanecia,
quem diabos queria todos nós mortos?
***
— Sei que vocês tiveram uma corrida de merda, mas você tem que
saber antes de ir ver a minha menina, — os cabelos na minha nuca se
arrepiaram. Muitas possibilidades começaram a correr pela minha
cabeça, e nenhuma delas era boa.
— Stella não está falando, mas tenho certeza que ela vai, com a
persuasão certa. Moxie sim. Ela disse que cerca de um ano atrás estava
~ 143 ~
bem para baixo. O seu namorado a deixou, blá blá blá. Enfim, o pessoal
de Rabbit apenas apareceu e ofereceu a ela algo para se animar. Ela
estava em um lugar tão ruim que aceitou. Ela ficou viciada e se
endividou, e então a única forma de se livrar disso era vendendo para
eles, o que ela vem fazendo há oito meses.
Pops acenou. — Moxie não sabe nada disso. Ela só queria ficar
chapada, mas é isso que eu penso.
— Essa merda está ficando séria. Você está pronto para isso,
filho?
~ 144 ~
— Desculpe. Eu tenho estado um pouco nervosa, — ela disse,
esfregando os olhos e olhando para Coop. — Eu só queria segurar ele
um pouco.
— E aposto que você tirou de letra e fez o que precisava ser feito,
— eu tinha a mais absoluta confiança na minha garota. Eu vi ela
costurar ferimentos de bala. Sabia que ela não ia ser pega por uma
gripe.
— Você acha?
~ 145 ~
parecia o bastante. Alma gêmea era uma coisa meio gay de se dizer.
Mas era algo. Uma conexão profunda estava acontecendo entre nós.
Meu coração apertou.
~ 146 ~
cada segundo. Sua boca quente envolveu o meu eixo e ela começou a
me foder duro, subindo e descendo freneticamente como a pequena
víbora que ela era. Ela não usou as mãos; elas estavam ao seu lado, lhe
dando apoio, o que deixou a sensação muito mais intensa.
~ 147 ~
— Eu também, — minhas palavras foram abafadas pelas cobertas
e pela exaustão correndo pelo meu corpo. Com a última gota de energia,
puxei meu pau de dentro dela, puxei suas costas contra o meu peito e
caí no sono.
***
~ 148 ~
Diamond acenou para Pops quando ele falou. — Mindy não está
conseguindo se aproximar de Babs. Digo para deixá-la ir, mas
continuar monitorando o seu telefone.
Mais uma vez, todos votaram sim. Não havia razão para manter
essa vadia perto de Princesa mais do que o necessário. E se ela não
estava nos dando informações, não tinha utilidade alguma.
— Deara dessa vez não nos deu nada. Mas uma nota interna dizia
que eles estavam trabalhando nisso. Então vamos esperar.
Todos acenaram.
— Elas estão presas agora. Estamos achando que Babs quer dar
um jeito de colocar Princesa de volta na cadeia, e por um longo tempo.
~ 149 ~
— Mais alguém percebeu que a maior parte da missa ficou ao
redor de Princesa? — Zed interrompeu.
— E daí? — eu perguntei.
— Você sabe muito bem que isso não é culpa dela. Ela não fez
merda alguma para merecer isso, exceto sair da prisão.
***
~ 150 ~
— Entendido, — ele disse quando levou Moxie do quarto e eu
fechei a porta. Pegando uma cadeira, a coloquei na frente da porta e
sentei, bloqueando a saída.
— Acho que vou ficar de pé. — Princesa sorriu. Ela estava no seu
habitat. Com um giro e um chute, ela derrubou Stella; ela bateu no
chão, duro. Stella ficou ali parecendo atônita por um momento.
— Acho que agora você vai ficar sentada no chão, — Princesa riu
alto.
~ 151 ~
— Isso e o dinheiro curto.
~ 152 ~
— Ela nunca me bateu, mas mandou os caras fazerem isso. Ela
me ameaçava dizendo que Rabbit e os outros homens iam me estuprar
e me matar. Ela me disse que se eu não começasse a levar mais clientes
para o Studio e vendesse mais, seria o meu fim.
~ 153 ~
Caminhei com Princesa até o meu quarto, trancando a porta atrás
de nós. — Preciso usar o banheiro, — sua voz estava muito distante.
Saí do quarto e fui contar para Diamond e Pops tudo que Stella
tinha dito. Eles concordaram que devíamos ir atrás desses homens
amanhã à noite, e nós decidimos falar sobre isso na próxima missa.
~ 154 ~
Seu sorriso ficou maior. — Sim, baby. Eu sou.
~ 155 ~
Doze
HARLOW
Vendo a bunda linda de Cruz atravessando o quarto, meu corpo
vibrou. Eu amava esse homem. Amava a sua lealdade. Amava a sua
honra com o clube. Amava o fato dele ser um pai maravilhoso. Amava
como ele me amava.
~ 156 ~
Saindo da cama, parei nua na frente dele, exceto pelo colete,
enquanto girava lentamente ao redor, dando a ele uma vista incrível de
cada parte minha. — Droga, baby, — ele rosnou, fazendo o meu interior
derreter.
***
~ 157 ~
pequena. Era assim que os nomes funcionavam por aqui. Dependia da
pessoa. Se você era baixinha, seu nome era Legs11. Se você ria muito e
era a alma da festa, seu nome era Bubbles12.
11 Pernas, em inglês.
12 Bolhas, borbulhas.
~ 158 ~
— Desculpe. Minha cabeça não para. Estou tentando desligar,
mas não está funcionando.
— E Babs?
~ 159 ~
— Eu não sabia o que esperar. Eu apenas sempre pensei que ele
estaria melhor com a Mel. Ela deveria amar e cuidar dele. Mas no
último ano, tudo desmoronou, — ele deixou sua cabeça cair.
— É porque agora você é uma old lady. Tudo vai ficar bem.
Sorri para ele quando ele se abaixou e beijei seus lábios. Puxei
sua cabeça contra a minha, o beijando com tudo que tinha. Antes que
eu soubesse o que estava fazendo, o empurrei na mesa de piquenique,
esfregando meu corpo contra o seu pau duro. — O passeio te deixou
excitada, baby? — ele perguntou contra os meus lábios.
~ 160 ~
Olhando ao redor, tive um momento de pânico. Aqui nós
estávamos em público, e qualquer um que passasse poderia nos ver.
Meu corpo congelou.
— Mais rápido, — ele rosnou. Fazendo o que ele disse, senti seu
pau crescer ainda mais dentro de mim. Eu sabia que isso estava vindo,
e eu estava pronta para ele. — Agora, — nós gozamos juntos, gritando o
nome um do outro.
~ 161 ~
***
Cruz nos levou diretamente para onde Zed, Legs, Becs, Bubbles,
Dagger e Flash estavam sentados ao redor de uma grande mesa,
bebendo e rindo. Assim que nos aproximamos, todos se levantaram e
nos abraçaram e beijaram nossas bochechas. Os abraços das mulheres
foram apertados e calorosos. Os dos homens também foram calorosos,
mas cada um deles sussurrou no meu ouvido.
Zed, — Estou tão feliz que você está aqui. — Becs, — Estava na
hora de você virar uma irmã com seu próprio patch. — Dagger, — Você
deve ser o que Cruz estava esperando. — Isso me fez querer chorar, mas
me contive.
Ter Cruz ao meu lado, seu braço enrolado em mim nas costas da
minha cadeira, junto dos seus irmãos e irmãs, era incrível. Imaginei que
assim que felicidade se parecia.
~ 162 ~
que eu não tinha irmãs e que Casey tinha desaparecido e não atendia
minhas ligações, isso era excitante e assustador ao mesmo tempo.
Legs sorriu, batendo na minha mão. — Ei, garota. Você está bem?
— Eu sei que vou gostar de vocês, só não sei se vocês vão gostar
de mim.
— Nós todas somos meio loucas, cada uma do seu jeito. Você vai
aprender isso logo, Princesa, — Flash disse, jogando seu longo cabelo
loiro para trás. Seus olhos verdes estavam marcados por uma sombra
esfumada, realçando-os de uma maneira muito sensual.
~ 163 ~
preocupações foram embora conforme a noite passava. Essas mulheres
me tratavam, bem, como uma delas. Elas não me viam como uma
criança ou se seguravam; isso fez com que eu me apaixonasse por elas
pela segunda vez, e de um jeito totalmente diferente.
~ 164 ~
— O quê? — ela latiu e eu trouxe minhas mãos para a frente,
entrelaçando os dedos... ou mais precisamente, tentando me conter
para não dar um soco na cara dela.
— Cai fora, — ela disse e se virou, sua mão indo direto para o
braço de Cruz. Olhando nos olhos dele, tentei fazer com que ele visse a
raiva feroz queimando dentro de mim. Quando ele levantou levemente o
queixo, eu agarrei a vadia pelos cabelos e a puxei para longe de Cruz.
Minhas irmãs formaram um círculo ao meu redor, mas se mantiveram
afastadas e me deixaram ter o controle.
~ 165 ~
Cruz soltou minhas mãos depois de inspecioná-las e seus lábios
esmagaram os meus. Meus braços foram instantaneamente ao redor do
seu pescoço, puxando-o com força contra mim. Assim que ele se
afastou, sussurrou, — Obrigado, baby, — então ele sorriu do seu jeito
sexy. — Vamos pegar uma bebida para você, Esquentadinha.
***
Paramos no clube e havia muitas pessoas por lá, o que era uma
surpresa, considerando que quatro irmãos estavam fora até agora.
Imaginei que os outros decidiram fazer uma festa. Também havia
muitas mulheres andando por lá, e a maioria delas encarava Cruz como
se ele fosse o seu próximo alvo. Senti as adagas saindo dos meus olhos
para cada uma delas, fazendo-as ficarem longe do meu homem.
Cruz nem uma vez soltou a minha mão, exceto para abraçar os
irmãos da facção de Davis que vieram falar com ele. Eu me senti
completamente deslocada aqui, por alguma razão.
Quando Cruz nos levou para o seu quarto, trancou a porta atrás
dele. — Você fica aqui com a porta trancada. Eu vou pegar Cooper e
trazer ele para cá, — acenei com a cabeça enquanto ele saía do quarto.
~ 166 ~
Quando a porta se abriu, Cooper veio voando pelo quarto direto
para os meus braços. — Achei que você estava dormindo, garotão.
— Ma viu filmes.
~ 167 ~
Me levantei, joguei os ombros para trás e caminhei até o salão
principal, que era caminho para a cozinha. Rapidamente fiz o
sanduíche de Cooper, e peguei um salgadinho e refrigerante para mim.
No momento em que pegava tudo do balcão, gritei quando uma mão
passou ao redor da minha cintura.
— Por que eu faria isso? — disse uma voz profunda, que eu não
reconheci.
— Não tem nenhuma old lady por aqui essa noite, e você não tem
o patch dele, — ele disse movendo a mão pelo meu corpo, até chegar e
tatear meus seios. Eu saí de perto dele, voando para o outro lado da
cozinha.
— Eu sou a old lady dele. Estou em bloqueio aqui. Tive que pegar
algo para o meu garoto comer, — eu disse, rapidamente olhando os
patches no colete do homem. Ele era um membro pleno de outra facção
do clube. Merda.
— Puta. Não me diga o que fazer, porra. Quem diabos você acha
que é? — as costas da sua mão colidiram com força com a minha
bochecha, mas eu não me movi. Eu fiquei ali parada, encarando-o
diretamente nos olhos.
~ 168 ~
— Não saia daí, caralho, — ele latiu para mim, e eu não movi um
músculo.
— Me desculpe, — eu sussurrei.
— Não, ela não tem. Você pode nos deixar a sós, mano? — de
repente eu queria que o psicopata maldito estivesse na cozinha com a
gente, assim Cruz não ia matar bem onde eu estava.
— Não.
~ 169 ~
Me sentei no vaso e enterrei a cabeça nas mãos, deixando as
lágrimas caírem livremente dos meus olhos. Meu primeiro dia como old
lady e eu já tinha estragado tudo. Envergonhei Cruz e a mim mesma na
frente de um irmão, a única coisa que eu não queria fazer. Eu deveria
ter vestido o colete, eu deveria saber que era assim que funcionava.
— Você tem que usar o seu colete. Não importa aonde você vá
dentro do clube, você precisa usá-lo. Ele é a única coisa que te protege,
— ele rolou para o lado, sua voz calma e controlada, nada parecida com
o tom de antes, na cozinha. Como sua raiva passou, eu relaxei um
pouco e escutei. — Aquele cara se chama Butch. Ele é da facção de
Davis e não tinha ideia de quem você era. Se ele tivesse, eu teria dado
uma surra nele por bater na minha garota, — soltando um suspiro
~ 170 ~
profundo, ele continuou. — Eu sei que você estava cuidando do nosso
garoto, mas você precisa usar o seu colete.
— Sim?
***
~ 171 ~
Mas eu não gostava disso. Eu não gostava de ver ele partindo
para um lugar onde poderia ser morto. Eu não podia imaginar a minha
vida sem ele. Isso acabaria comigo. Embora eu soubesse que essas
situações faziam parte da sua vida, não queria dizer que eu gostava.
Cruz passou seu outro braço ao meu redor, — Eu vou ficar bem,
baby. Eu te amo, — ele me deu um beijo apaixonado, com Coop ainda
em seus braços.
Eu dei um sorriso fraco para ela, sabendo que ela esteve por aqui
tempo suficiente para saber como as coisas funcionavam. Dessa vez, eu
queria que não.
***
Ma levou Coop para passar um tempo na loja para dar a ele uma
mudança de cenário, e também para me dar uma folga. Embora ele seja
uma excelente distração para tudo que vem acontecendo, eu precisava
de um tempo sozinha. Andando pelo complexo, amei ver todos os
banners e pinturas que decoravam as paredes. A maioria tinha o
símbolo das caveiras em chamas do Ravage MC, e outros tinham
Harleys.
~ 172 ~
— Por aqui, — a sua evasão me irritou.
Casey olhou ao redor da oficina e viu que só havia nós duas aqui.
Quando seus olhos encontraram os meus, pude ver a dor lá no fundo, e
muita mágoa. Também vi o conflito dentro deles. Ela queria me contar,
mas não queria. Parei ali e esperei para ver qual deles ia ganhar.
— Quem?
~ 173 ~
— Os dois.
— Por quê?
— Não queria que você ficasse brava comigo, e não podia aparecer
no clube quando ele estava lá. Não queria que os outros caras
pensassem que podiam transar comigo também. Isso não vai acontecer.
Eu não quero mais saber de motoqueiros.
— No final da semana.
~ 174 ~
vida nova longe daqui, — a gentileza na sua voz me fez querer chorar,
mas não que eu fosse fazer isso.
— Eu te amo. Você sabe disse. Mas você tem uma família agora, e
precisa estar com eles, — ela suspirou profundamente e andou até o
lado do carro. — É aqui que você pertence. É onde sempre vai
pertencer. Você nasceu para ser uma old lady. Eu não; eu preciso
seguir em frente. Eu sei que tenho sido uma amiga de merda, e sinto
muito por isso. Mas nós vamos manter contato, eu prometo.
~ 175 ~
quando meu aperto diminuiu por estar um pouco desorientada pela
pancada, e eu caí de barriga no chão, a dor em minha cabeça mais do
que podia suportar. Mantive o olhar firme no meu garotinho. Quando
uma pancada atrás da outra atingiu a minha cabeça, lutei para me
manter consciente. Era engraçado que eu aguentasse um soco atrás do
outro dos caras, mas algumas pancadas inesperadas atrás da cabeça
podiam me fazer apagar.
~ 176 ~
Treze
CRUZ
Enquanto nos sentávamos nas árvores, esperando esse imbecil
aparecer, eu repassei a noite passada em minha cabeça. Se Butch
tivesse tentando transar com ela, eu teria marado ele. Não importa que
ela não estivesse usando o colete, ela disse a ele que era a minha old
lady. Claro, as vadias do clube mentiam, mas a minha garota não. Eu
apenas estava feliz que as coisas não chegaram a esse ponto.
~ 177 ~
dançando, seus peitos balançando para todos os lados, inconscientes
do que estava prestes a acontecer nos fundos.
Stella caiu para trás no chão quando o cara que estava com o pau
na sua boca lhe deu um chute no estômago. — Sua puta do caralho.
Você está morta, — ele rosnou. O cabo da minha arma atingiu o crânio
do filho da puta, estalou alto e ele caiu no chão de joelhos.
***
~ 178 ~
sujo e as vigas de madeira já tinham visto dias melhor, mas ele ainda
servia ao seu propósito.
— Princesa está atrás dela. Nós temos que tirar ela do caminho,
— mais merda que a gente já sabia.
~ 179 ~
— E o que acontece se Princesa pegar ela? — quando ele não
respondeu, Diamond acenou para Dagger, que pegou sua faca. Ele
começou a girá-la entre os dedos, como uma máquina em perfeito
funcionamento. Ele cravou a faca na camiseta do homem e começou a,
lenta e meticulosamente, cortá-la. Quando se livrou do tecido, Dagger
começou a correr a lâmina pelo esterno do homem, sem nunca cortar a
carne. Ele estremeceu. — Ou você nos diz ou nós vamos te estripar e
ficar vendo você sangrar até morrer.
— Si... sim...
~ 180 ~
Quando meu celular tocou, o peguei para apertar o botão de
rejeitar, mas quando vi o número de Ma, olhei para Pops, que acenou
para mim.
— Não. Ele estava bem quando ela o levou, — isso era um alívio,
mas não significava que ele ainda estava bem.
— Princesa levou um tiro e Cooper foi levado pela Mel. Nós temos
que ir... agora!
***
Assim que chegamos nas motos, pedi a Zed e Becs para ligarem
para Tug, Buzz e Breaker e procurarem na casa de Mel, na dos pais
dela, no seu trabalho e em qualquer lugar que eles lembrassem. Eu me
juntaria a eles logo, mas primeiro precisava ver como Princesa estava.
~ 181 ~
Deus sabia para onde aquela vadia tinha levado ele. Eu jurei que assim
que a encontrasse, e eu ia encontrá-la, ia acabar com ela. Foda-se a
regra de não matar mulheres, aquela puta estava morta.
— Não. Ela só disse ―eu vou levar o meu menino‖. Eu sinto muito.
Depois da pancada na cabeça, eu fiquei zonza e não pude ajudar muito,
— ela soluçou mais forte. — Eu sinto muito, eu falhei com os meus
bebês.
~ 182 ~
Pops puxou Ma para o seu peito enquanto ela chorava
incontrolavelmente. Eu estava preso entre a cruz e a espada. Eu queria
ficar aqui e ver como Princesa estava, mas precisava ir encontrar meu
garoto. Graças a Deus meus irmãos estava fazendo isso, porque eu ia
enlouquecer se eles não estivessem do meu lado nesse momento.
— Ela não está em casa, nem na dos pais, nem no trabalho. Nós
até fomos a alguns hotéis, mostrando a foto de Coop... nada. Mas um
atendente de um posto de gasolina jurou ter visto um garotinho indo
usar o banheiro junto com uma mulher com a descrição de Mel. Ele
também os viu entrando na parte de trás de um Honda verde de quatro
portas. Ele ainda nos deu a placa, que conseguiu nas câmeras de
segurança. Buzz voltou para o clube para ver se consegue algo. É a
pista mais sólida que temos até agora.
~ 183 ~
Ele limpou a garganta várias vezes, parecendo estar tentando
controlar seus nervos. — Senhor, ela teve um pequeno ferimento de
bala no ombro, que foi facilmente reparado. Não causou maiores danos.
Infelizmente, os socos na cabeça causaram uma grave concussão. Nesse
momento, esperamos uma recuperação completa. Ela está anestesiada,
mas daqui uma hora esperamos conseguir falar com ela. Harlow talvez
esteja um pouco confusa. Vou avisar vocês quando ela estiver no
quarto.
— Sim.
— Vocês podem ver ela agora. Ela ainda está um pouco sonolenta,
mas está voltando lentamente. Um de cada fez agora.
~ 184 ~
apitando nos dois lados da sua cama, e uma outra fazia barulhos
estranhos. A minha garota estava deitada com tubos e fios saindo de
todas as partes do seu corpo. Ela não se moveu. Ela apenas ficou ali
deitada... sem vida.
~ 185 ~
Casey passou rapidamente. Ela pegou a mão de Princesa e
chorou, dizendo que sentia muito. Quando eu perguntei o motivo, ela
disse que não deveria ter ouvido Princesa. Aparentemente, a minha
garota disse a sua melhor amiga para se esconder, em vez de ir com ela.
Era a coisa certa a se fazer, mesmo que Casey não visse isso agora.
~ 186 ~
— Está tudo bem. Nós vamos achar ele, — eu tentei tranquilizá-
la.
— Eu não pude parar ela... eu não pude fazer nada. Fiquei ali
deitada, vendo ela levar ele embora. Eu vi ela levar ele embora! — ela
gritou essa última parte, seu rosto coberto de lágrimas.
— Ela ligou?
***
~ 187 ~
gerente do hotel tinha indicado, mas até o momento, nada. Pelo menos
nós tínhamos o modelo do carro e a placa.
Cada uma das nossas facções estava agora procurando por esse
carro e pelo meu filho. Diamond ligou para cada um dos presidentes
pedindo ajuda, e todos eles começaram as buscas. Eu mantive a
esperança. Deveria estar lá fora procurando pelo meu filho, mas ele
estava a mais de quatro horas de distância, e até eu chegar lá... ele
poderia estar a mais quatro horas de distância. Eu sempre ficaria para
trás. Era melhor deixar isso para aqueles que estavam mais perto.
***
Princesa teve uma concussão séria, então eles quiseram que ela
ficasse no hospital esses dois dias. Eles estavam falando em lhe dar
alta. Uma pena que a sua cabeça não estivesse boa. Ela se culpava
repetidamente por Coop ter sido levado. Ela não parecia entender que
quando você é baleado e espancado, isso meio que tira você do jogo.
Mas, mais do que ninguém, eu sentia a sua dor e culpa.
— Nós vamos.
— Você continua dizendo essa merda, mas ele não está em lugar
nenhum! Como ele pode ter desaparecido do planeta? — ela fechou os
punhos. A raiva subia por ela como uma mãe leoa prestes a atacar sua
presa. E embora eu achasse isso sexy pra caralho, queria que a hora
fosse melhor, no entanto.
~ 188 ~
Ela me encarou. Eu sabia que ela estava cansada de ouvir essa
merda, mas era tudo que eu podia lhe dar; eu não tinha nada mais para
compartilhar.
Porra. Não podia dizer a ela tudo que descobrimos. Seu estado
mental estava fazendo com que fosse difícil para ela confiar em mim.
Mas eu sabia que lá no fundo ela confiava. Assim que ela parasse com
todos esses malditos remédios, ia voltar à razão. Eu só tinha que
esperar.
— O quê? Parece que todos podem encontrar ele, menos eu. Mas
então as pessoas em quem eu confio para achar ele não me dizem
merda alguma! — ela latiu.
~ 189 ~
o meu colo, envolvendo meus braços ao seu redor, segurando-a
apertado. — Eu sinto muito, — ela chorou na minha camiseta.
~ 190 ~
Catorze
HARLOW
Meu interior estava dormente; meu coração só estava batendo
para bombear sangue pelo meu corpo. Ele não tinha outra função. Os
ferimentos do ombro e da cabeça tinham sido curados, mas não era isso
que doía. Meu garoto estava desaparecido fazia duas semanas. Duas
semanas de nada. Nem uma palavra de Mel e nem uma pista do maldito
carro.
Meu ombro ainda doía pra caralho. Doc veio outro dia e disse que
precisava mexê-lo, ou então ele ficaria travado, mas eu não escutei. A
dor latejante na verdade me ajudava a sentir alguma coisa. Era também
uma lembrança de que eu deveria ter salvado Cooper, que isso era tudo
minha culpa.
~ 191 ~
— Ora, ora, ora. Ela está viva, — a voz era de alguém que eu
achei que nunca mais escutaria outra vez.
— Mel?
~ 192 ~
tentando abrir as pernas de Cruz enquanto ele estava sentado,
conversando com os outros caras, me deixou muito irritada. Eu sei que
disse que não ligava com quem ele transava, mas eu menti. Agarrando a
cadela pelos cabelos, eu a joguei o mais longe possível do meu homem.
— Dê o fora daqui. — Cruz olhou para o meu colete.
— Eu sei, Cruz, mas ela disse que ia matar ela, — a cor foi
drenada do seu rosto às minhas palavras. — Precisamos ser mais
espertos do que isso, — eu precisava da ajuda dos irmãos, e de jeito
nenhum eu seria tão arrogante de querer fazer isso sozinha. Havia
muito em jogo.
— Eu sei que você não me quer no meio disso, mas eu tenho que
ir. Ela quer que eu vá. Se vocês forem, precisam ser discretos, — old
lady ou não, era a mim que ela queria.
~ 193 ~
— Eu sabia que você faria isso, e não fiz nada, — eu acenei a
cabeça, confiando nele. Estava na hora de encontrar o nosso menino.
***
— Imaginei que você ligaria logo. Algum dos caras está com você?
— Entendi, — eu estalei.
~ 194 ~
— Não estou. Você acha que eu sou idiota? Eu quero o meu
menino, — ela riu. Aquela vadia maldita. Eu mal podia esperar para dar
uma surra nela.
— Ótimo. Venha rápido, — ela disse com uma voz doce nauseante
e desligou. Liguei para Cruz e repeti as informações que ela me deu. Ele
disse que irmãos de outras facções estavam vindo nos encontrar, e que
ele iria ligar para eles e pedir que se colocassem em posição.
— Com uma amiga. Agora veja, é assim que isso vai funcionar.
Tem alguém que quer muito te ver. Acho que você a irritou pra valer.
Que seja. Ela quer você. Então eu vou fazer a entrega.
— Não.
~ 195 ~
Sério, essa vadia era muito estúpida se acha que podia me
amarrar e segurar uma arma ao mesmo tempo. Me deitei exatamente
como ela mandou, esperando a minha vez. — Sabe, Princesa, Cruz com
certeza é uma ótima foda, — a raiva invadiu meu corpo. — Ele lambia a
minha buceta e me fazia gritar sem parar por ele, — com minha cabeça
virada para o lado, vi a cadela pegar uma corda marrom da bolsa na
mesa. Quando chegou mais perto, ela latiu, — Não se mexa, porra.
— Ele não está aqui. A vadia diz que ele está com uma amiga. Ele
nunca esteve aqui, — eu bati no rosto da cadela com o cabo da minha
arma. Seus gritos me deixaram completamente irritada. Mas eu
precisava dela viva para me dizer onde Coop estava. — Preciso de algo
para estancar esse sangramento. Ela tem informações.
— Oh. Não é tão durona agora, não é? Bem, como você não vai me
dizer merda nenhuma, acho que vamos ter que te convencer, —
agarrando a mochila, puxei uma pequena bolsa do bolso da frente.
Quando a desenrolei na mesa de cabeceira, os olhos de Mel se
arregalaram. — Cruz. Eu tenho que fazer isso, — disse olhando em seus
~ 196 ~
olhos. Eu realmente precisava da aprovação dele para continuar.
Quando ele acenou, eu sorri. Eu poderia beijá-lo agora.
— Que porra você pensa que eu vou fazer com você? — eu disse,
batendo no seu rosto de novo, sua cabeça girando para o lado
rapidamente.
~ 197 ~
Ela hesitou enquanto as lágrimas rolavam pelo seu rosto. Eu não
sentia a menor pena da puta. — Não era para as coisas saírem assim.
— Mas que pena que as coisas não funcionaram bem para você,
hm? — eu lati. — Quem estava com você na oficina? Quem atirou em
mim?
— Liv.
Mel balançou a cabeça para dizer que sim. — É ela quem está
com Cooper? — ele perguntou e ela balançou a cabeça outra vez.
~ 198 ~
perguntando qual seria o meu próximo passo. Eu não precisava pensar;
Cruz era capaz de fazer isso por mim.
— Você quer colocar a minha irmã na linha de fogo? Não vai rolar.
Eu assenti.
***
~ 199 ~
Até onde a gente sabia, Babs mordeu a isca. Nós até decidimos
colocar eu gritando algumas palavras selecionadas no telefone, abafado
por uma pequena toalha para fingir que eu estava amordaçada. Dei a
Mel minhas luvas de couro depois de enfaixar a sua mão com uma
toalha, a vadia reclamou o tempo todo que doía, mas eu não dei a
mínima. Fui estúpida ao cortar a sua maldita camiseta, mas por sorte
ela tinha uma mala com mudas de roupa no porta-malas do seu carro.
— Entendido.
— É melhor você não ter armado para mim, Mel. Estou falando
sério.
A porta se abriu e Babs estava ali parada rindo. — Não achei que
você fosse conseguir, Mel. Pensei que ela já teria matado você a essa
hora.
~ 200 ~
— Nah, eu mantive minha arma apontada para ela o tempo todo e
consegui controlar a situação, — a atitude convencida de Mel estava
bem convincente.
— Ela tentou chutar a arma, mas eu bati nas suas costas, bem
onde Liv tinha atirado. Ela caiu no chão na mesma hora, — muito bem,
Mel, muito bem.
Babs riu alto. — Para uma old lady, você com certeza é uma
idiota, — Babs me puxou pelo braço, me obrigando a sair do carro.
Minha mente correu para o fato de que ela já sabia que eu era uma old
lady. Ela devia ter mais gente de olho em mim do que eu achava, mas
bem quando comecei a raciocinar sobre isso, Liv invadiu meus
pensamentos. Liv deve estar dando informações a ela. Me questionei há
quanto tempo isso vinha ocorrendo.
~ 201 ~
vazio de emoção. Era como se a pessoa olhando para mim fosse alguém
que nunca conheci, muito menos alguém que comandou o meu Studio
ou conquistou a minha confiança.
Babs começou a rir. — Essa vai ser a última vez que ele te chama
assim. Veja, Liv e eu vamos cuidar dele como nosso. Você nunca mais
vai vê-lo outra vez. Bem, na verdade você vai estar morta. Eu não quero
assustar o pobre garoto.
Com minha boca ainda amordaçada, olhei para Babs. Ela deve ter
visto os questionamentos nos meus olhos. Babs começou a falar,
caminhando ao redor da minha cadeira com uma arma apontada para
mim. Mantive os olhos fixos no meu garoto, mas ciente de onde ela
estava o tempo todo.
— Posso ver pela sua testinha enrugada que você está tentando
encaixar as peças do quebra-cabeça. Então eu vou te ajudar, — o cabo
da sua arma bateu no meu ombro, bem no lugar onde fui baleada
algumas semanas atrás, enviando faíscas de dor pelo meu braço, mas
não me movi ou fiz um som. Por dentro eu queria gritar feito louca; o
ferimento estava curado, mas ainda sensível.
~ 202 ~
contorcer. Eu só precisava esperar o momento certo, com Babs na
minha frente em vez de atrás de mim.
— Sabe, ele na verdade era meu noivo quando você decidiu dar
para ele. E você quer saber como eu sei que isso aconteceu? — ela
continuou andando, a raiva crescendo na sua voz. — Porque ele me
disse, porra. Ele disse que não queria mais a minha buceta... que o
―aperto firme‖ da sua buceta era o que ele queria, — ela latiu. Como
diabos ele podia querer ficar comigo depois de uma única foda? Sério?
Mas ela ainda não tinha acabado. — Ele disse que tinha um
amigo que era um faz-tudo no Ravage MC. Disse que como você era
Princesa deles, ele iria querer se juntar. Eu não podia deixar isso
acontecer, — eu olhei para ela. — Ele tinha que ser eliminado.
~ 203 ~
— Mamãe! — ele chorou, me agarrando com força. Eu o abracei
apertado, não querendo deixá-lo ir nunca mais.
— Está tudo bem, baby. A mamãe está com você. Você está
seguro, — eu o balancei de um lado para o outro enquanto suas
lágrimas molhavam a minha camiseta. Ouvi uma desordem e os gritos
de Liv, mas ignorei tudo e me agarrei mais ao meu menino.
— E você?
Liv riu alto, deitada no chão, sobre uma poça de sangue e sujeira.
— De que porra você está rindo? — eu perguntei quando a cabeça de
Coop se enterrou no meu pescoço.
— Você matou Babs, agora alguém vai matar você, — G.T. bateu
com o punho fechado no rosto dela. Pude ouvir os ossos quebrando com
o contato.
~ 204 ~
O corpo de Liv ficou imóvel, toda a arrogância de antes
desapareceu com essas palavras. — Você não pode contar para Rabbit.
Ele não sabe nada sobre mim, — sua voz tremeu.
— Pelo quê?
Cruz olhou para Diamond, que acenou para nós. — Sim, baby.
Vamos lá.
~ 205 ~
Quinze
HARLOW
Deitada na cama ao lado de Cruz, pensei na semana que se
passou. O turbilhão de emoções estava me rasgando. A tensão ao redor
do clube estava batendo no teto, todos no limite com o encontro com
Rabbit amanhã à noite. Cruz esteve em reuniões sem fim, e eu não fui
beneficiada com nenhuma informação. Parte de mim queria muito saber
o que diabos estava acontecendo, mas outra queria se distanciar o
máximo possível de tudo isso.
~ 206 ~
bebida. O relógio na mesa de cabeceira marcava 1:37 da manhã, e eu
sabia que alguém ia estar acordado no clube, embora não tivesse
nenhuma festa acontecendo.
Precisava sair daqui. Precisava ficar longe... ficar longe dele. Ele
não podia estar aqui. Rocky... não. Não podia ser. Correndo o mais
rápido possível, voltei para o salão principal do clube e me tranquei no
banheiro.
~ 207 ~
Rocky. De jeito nenhum eles deixariam que alguém como ele virasse
prospecto do clube. Eles não sabiam. Era a única explicação.
Até onde era possível ver, nada entre eles era parecido, e eu pedia
a Deus para estar errada sobre a voz. Eu precisava ter certeza.
Precisava saber. Minha mente começou a formular um plano, e
felizmente Casey, depois de tudo que tinha acontecido, decidiu ficar
mais duas semanas para nos ajudar... para me ajudar. E eu ia precisar
da ajuda dela se queria resolver isso de uma vez por todas.
***
~ 208 ~
eles. O lado bom era que Cruz pensou que a minha agitação era por
causa do que ia acontecer logo mais. Enquanto eu pensava em todos os
cenários de como as coisas podiam acabar, precisava manter a cabeça
no lugar e acabar com isso de vez.
~ 209 ~
vez e me mantive o mais longe possível de lá, embora fosse muito
tentador ir até lá e bater nela até a morte. Mas não fiz isso. Quis fazer,
às vezes... mas não fiz. Só porque Cruz não deixou. Eles precisavam
dela; na verdade, eu precisava dela.
— Acho que ele está na loja. — Perfeito. Tinha planejado fazer isso
no porão do clube, mas na loja seria ainda melhor. Além da parte de
trás, onde Sting ficou por tanto tempo, havia um pequeno quarto de
cerca de 9 m², que era usado para guardar suprimentos. Enviei uma
mensagem rápida para Casey e fiz eu caminho até lá sob a luz do sol.
— Sim, no escritório.
— Claro, Princesa.
~ 210 ~
— Obrigada! — dei o sorriso mais doce de todos para o rapaz.
Flertar sempre funcionava nesse lugar. Uma coisa que os homens não
conseguiam recusar era buceta.
~ 211 ~
Fomos para a sala conexa e começamos a procurar por peças
para Sting, sempre mantendo os olhos na porta. Quando ela abriu
lentamente, olhei para Casey, que acenou.
Rapidamente, colei suas mãos com a fita atrás das costas e então
as prendi nas ripas da cadeira. Movendo seus joelhos para os lados, os
prendi nas pernas de trás da cadeira. De jeito nenhum ele conseguiria
se levantar e bater a cadeira em uma de nós, se tivesse a chance. Então
colei suas coxas e torso com uma boa quantidade de fita.
~ 212 ~
Casey procurou na sua bolsa e encontrou uma velha meia. —
Perfeito para agora. Eu vou cuidar de tudo; então nós vamos ter que
tirar isso para fazer o resto, — quando colocamos a meia dentro da boca
de Rocky, ele começou a acordar do choque.
Com ele ainda desmaiado por causa do taser, abri suas pálpebras
e coloquei o dedo na parte colorida dos seus olhos. Quando me dedo se
moveu para o lado, notei que se tratava de uma lente de contato
castanha. Fiz o mesmo com a outra. Os olhos verdes que eu tanto temia
me encararam de volta.
~ 213 ~
Dei alguns passos para trás e vi o agente Macaffe sentando à
minha frente. O único homem que eu nunca mais queria ver ou pensar
na vida. O único homem lá dentro com quem eu transei, várias vezes, e
não por vontade própria, o único homem que realmente podia me
chamar de puta.
~ 214 ~
Dezesseis
CRUZ
Rabbit concordou em nos encontrar em um grande campo de
algodão do lado de fora de Sumner. Nós chegamos o lugar mais cedo,
durante o dia, e não encontramos nenhum lugar onde homens
pudessem se esconder. Com o algodão tendo sido colhido recentemente,
mesmo que ele ficasse abaixado, estaria exposto. Nós tínhamos Tug e
Breaker nos carros, totalmente armados com automáticas e tudo mais
que pudéssemos precisar, e claro, Liv.
— Não, ela não matou. A sua old lady era uma traidora. Quanto
aos seus homens, eles estavam vendendo cocaína no nosso
estabelecimento, você sabe que isso é proibido.
~ 215 ~
envelope pardo que foi entregue hoje de manhã pelas conexões de
Deara. Ela realmente tinha conseguido algo para nós.
— Isso foi circunstancial. Você sabia que não devia vender drogas
no Studio X, meu estabelecimento, — Diamond disse casualmente.
~ 216 ~
Se ela confirmasse que Princesa, de fato, matou Babs, não tínhamos
certeza se Rabbit ia ficar longe, com ou sem traição.
Tug e Breaker jogaram Liv aos pés de Rabbit e ela caiu de joelhos.
O estalo alto da arma dele batendo no rosto dela ecoou pelo campo, e
ela choramingou. Não podíamos ir embora ainda, embora todos
quisessem fazer isso. Precisávamos ter certeza de que como isso iria
terminar e de que ela estaria com os lábios selados para sempre.
***
Mal podia esperar para chegar em casa e deitar com ela na cama.
Ela não sabia ainda, mas ela não ia voltar para aquele maldito
apartamento, nunca. Ela ia ficar comigo e com Coop para sempre.
— O quê?
— Hm... bem...
~ 217 ~
meu corpo começou a pulsar e minha cabeça parecia que ia explodir.
Com certeza Princesa não estava me traindo, especialmente depois de
toda aquela merda que ela me disse. Para não mencionar que eu
mataria ela, porra. Arranquei o capacete da cabeça, desci da minha
moto e corri para o prédio da loja. Meus passos longos não estavam me
levando para aquele maldito quarto rápido o bastante.
Quando Princesa não disse uma palavra, olhei para Casey, que
estava com os braços cruzados sob o peito e encarava um G.T. muito
zangado. Diamond continuou, — Princesa, mas que porra você acha
que está fazendo com um irmão em potencial? — Diamond puxou a sua
arma e apontou para a cabeça de Princesa.
— Princesa, por que você faria isso? — perguntei para ela com os
dentes apertados. Isso com certeza a faria ser expulsa do clube, e não
haveria uma maldita coisa que eu pudesse fazer.
~ 218 ~
— Porque ele é um traidor, — a voz de Princesa era vazia e
monótona, como se ela estivesse saindo de um transe ou algo assim.
— Você vai atirar em mim, Diamond? — isso não era hora para
ser arrogante, mas deixei Princesa dizer o que queria.
~ 219 ~
— É de onde vem todo esse cabelo? — G.T. começou a caminhar
na direção de Princesa.
Quando olhei nas profundezas dos seus olhos, vi que era isso que
a estava assombrando. Não podia deixar que ela se sentisse assim. —
Você não é uma vadia, porra, nunca foi, nunca vai ser, — esmaguei
meus lábios nos dela, provando e engolindo suas lágrimas. Chega dessa
merda.
~ 220 ~
— Eu preciso cuidar disso? — ela perguntou, se afastando e
gesticulando para o quarto.
— Venha comigo.
Quando ela passou por G.T. ele agarrou o seu braço. — Isso não
acabou, — ele rosnou para ela.
— Acabou sim. Você não vai me ver outra vez, — Casey ficou na
ponta dos dedos do pé e deu um beijo na bochecha de G.T. — Adeus,
G.T., — ela murmurou e caminhou para fora do quarto.
~ 221 ~
— Porra! Isso significa que os malditos policiais mudaram tudo
para colocar ele aqui dentro. O que ele sabe e o que ele contou para
eles? Porra! — ele gritou, chutando o filho da puta nas costelas.
~ 222 ~
Dezessete
HARLOW
Meu corpo estava esgotado, sem energia, sem sensações... nada.
Cruz tinha ido há horas, e eu não esperava que ele voltasse logo. Casey
falou com Ma para cuidar de Cooper por mais um tempo, e eu sabia que
logo teria que falar com a minha mãe.
***
~ 223 ~
— Oi, garota. Cruz está de volta. Você tem que ir, — Casey rolou
para fora da cama sem dizer uma palavra. Isso era algo que eu amava
nela. Ela conhecia essa vida e sabia o que era esperado. Eu nunca
tinha que explicar nada.
— Sempre.
Cruz tirou a toalha que cobria seu corpo e me deu uma visão
incrível do seu abdômen definido com aquele V nos quadris sempre
presente, e seu pau latejando batendo contra a sua barriga. Eu sabia
que nunca ia me cansar de ver esse belo espécime de homem.
~ 224 ~
— Falando em feliz, você não vai voltar para aquele apartamento.
Você vai vir morar comigo e com Cooper. Os prospectos vão empacotar
toda a sua merda e fazer a mudança.
— Eu te amo, — sussurrei.
— Te amo.
~ 225 ~
Dezoito
CRUZ
O que nós descobrimos de Rocky, ou melhor, agente Macaffe,
explodiu a minha cabeça. Os policiais sabiam mais do que nós
imaginávamos. Eles aparentemente estiveram rastreando as nossas
corridas e nossa conexão com Rabbit muito antes de toda essa merda
com Princesa. Ela só foi um meio para um fim.
E a pior parte é que agora nós sabíamos que os policiais iam vir.
Um deles estava faltando e não seria mais encontrado. Nós sabíamos
que eles iam invadir o clube e tentar nos prender, mas nos certificamos
de não ter nada por perto que nos conectasse a Rocky. Todas as
evidências daquele dia viraram cinzas ou foram levadas embora. Fazia
apenas algumas semanas desde que tudo aconteceu. Eu pensei que os
policiais viriam até o clube e virariam tudo do avesso, mas até agora
nada.
~ 226 ~
Cooper era o melhor filho que alguém poderia ter. Eu me chutava
frequentemente por ter perdido o seu crescimento diário quando ele era
menor, mas agora eu não perdia um segundo sequer disso. Princesa foi
a melhor coisa que aconteceu ao garoto. Depois de tudo que ele passou,
ela era ferozmente protetora. Eu vou ficar surpreso se ela o deixar ir à
escola daqui alguns anos. Eu ri ao pensar nisso. Ela provavelmente vai
querer entrar atrás dele na sala de aula, com a sua maldita mão na
arma.
Quando ela rolou para o lado, piscou até abrir os olhos. — Oi,
baby, — eu amava ouvi sua voz sonolenta e sexy pela manhã.
— Qualquer coisa.
— Porra, não. Eu não estou bem com isso. Aquele filho da puta
nunca deveria ter tocado em você, — a raiva que eu sentia pelo que
tinha acontecido com ela parecia nunca diminuir. Apenas pensar nisso
me fazia querer trazer aquele maldito dos mortos só para poder matar
ele outra vez.
~ 227 ~
— Não foi sua culpa, porra, — eu a afastei para poder olhar em
seus olhos. — Quero que você tire isso da cabeça. Ele nunca mais vai
tocar em você. Nenhum outro homem além de mim vai tocar em você
outra vez.
Eu sabia que isso era uma dica antes dela perguntar sobre o meu
tempo com os militares, mas eu não podia falar sobre isso. Não podia
dizer a ela as merdas fodidas que eles faziam lá só por diversão. Pelo
menos quando nós fazíamos alguma merda para o clube, era com
propósito, uma razão que significava algo. Lá, eles só faziam isso porque
achavam divertido.
Em vez disso, rolei em cima dela, que abriu as pernas para mim.
Eu amava que ela estava sempre pronta para mim, não importava
quando eu a queria.
***
~ 228 ~
conectava o Ravage ao desaparecimento do homem. Como ninguém do
clube disse uma palavra e os policias pareciam pensar que nós não
sabíamos que Rocky era um infiltrado, eles foram embora sem maiores
problemas. Mas fizemos uma varredura completa em todos do clube, só
para ter certeza. Até mesmo eu tive que me submeter, mas tudo bem.
Preferia que todos soubessem que eu era verdadeiro do que ter que
ouvir quaisquer perguntas sobre a minha lealdade. Não pensei por um
segundo que os policias já tinham acabado com a gente. Era só uma
questão de tempo antes que mais alguém tentasse entrar e nos
derrubar. Dessa vez nós estaríamos prontos.
— O quê?
~ 229 ~
— Nós vamos. Agora, — eu rosnei e fiquei cara a cara com ele. Eu
já tive o bastante dessa merda e estava pronto para a briga. A minha
garota estava sofrendo, e eu ia acabar com essa palhaçada.
— Por que diabos você está tão irritado com Princesa? — eu disse,
sentando ao lado dele.
— É da minha conta sim. E como você não vai me dizer, vou dizer
a você o que eu acho.
***
HARLOW
~ 230 ~
meu apartamento para cá. Eu não mantive muitos moveis, mas fiquei
com uma tonelada de roupas. Eu realmente queria as minhas roupas.
— Eu te amo, baby.
— Eu te amo também.
~ 231 ~
Felicidade me cercava como se fosse uma bolha da qual eu nunca
queria escapar.
~ 232 ~
Epíloho
CRUZ
Porra! Porra! Porra! Não era para isso acontecer, caralho. Ouvi os
tiros ecoando por todos os lados, então não fazíamos ideia de onde isso
estava vindo. Porra.
~ 233 ~
Quando o tiroteio continuou, aproveitamos uma pequena chance
de chegar até a caminhonete. Tudo a partir desse momento aconteceu
em câmera lenta. Mais tiros.
— Pops! Temos que sair daqui... G.T está sagrando muito! — olhei
para Pops, vi que seus braços estavam em volta do corpo de Diamond.
— Pops!
Vômito subiu até minha boca. Ele se foi? Mas que porra? — Todo
para dentro da caminhonete! Agora! — eu lati e todos começaram a se
mexer rapidamente. — Alguém dirige, porra!
~ 234 ~
— Ele se foi. Diamond está morto, — sua voz era solene e
quebrada. — Como está o meu filho? — ele perguntou, olhando para
mim.
— Vá até a minha van e abra o cooler azul. Ali dentro tem sangue,
— Doc latiu para ninguém em particular, mas Zed era o mais perto da
porta e foi fazer o que foi pedido.
Depois que Doc costurou e deu sangue para G.T., ele tirou as
luvas, que estalaram. — Ele precisa descansar e tomar os remédios,
mas deve viver, — ele pegou a sua maleta e tirou um frasco e uma
~ 235 ~
injeção. — Isso é morfina. Ele precisa tomar a cada quatro horas hoje.
Volto amanhã de manhã para ver do que mais ele vai precisar então.
Fim
~ 236 ~