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Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre –  Contenção:

3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia  Quando reduziu a fratura tendo uma


Bucomaxilofacial estabilização, houve então uma contenção
óssea;
 Está mais relacionado ao dia a dia do Cirurgião-  Imobilização:
Dentista Bucomaxilofacial;
 Ao colocar alguma placa e parafuso, sendo
 O traumatismo à região facial frequentemente um equipamento colocado em dois
resulta em lesões do tecido mole, dos dentes e fragmentos ósseos para imobilizar aquele
dos principais componentes do esqueleto da face, fragmento ósseo e ocorrer a neoformação
incluindo mandíbula, maxila, zigoma, complexo
óssea;
naso-órbito-etmoidal (NOE) e estruturas  Etiologia:
supraorbitárias;  Fratura;
 Além disso, essas lesões geralmente estão  Acidente automobilístico;
associadas a lesões em outras partes do corpo. A  Violência Doméstica.
participação no tratamento e a reabilitação do
paciente com traumatismo facial envolvem uma  Avaliação dos pacientes com traumatismo facial:
compreensão detalhada dos tipos, princípios de  Avaliação clínica;
avaliação e do tratamento cirúrgico das lesões  História e exame clínico;
faciais.  Avaliação radiográfica
 Traumatologia:
 “É a ciência que estuda trauma”; 1. Avaliação Clínica:
 Trauma:
 Lesões dos Tecidos Moles:
 “É a ação de um agente dotado de direção, o Abrasão;
força e formas, cuja a ação determinará o Contusão;
lesões em tecidos moles e/ou tecidos o Laceração.
duros”.
 Nas descrições de feridas que se seguem e
 Tratamento multidisciplinar:
que o dentista pode encontrar na prática,
 O bucomaxilofacial não trabalha sozinho, deve-se lembrar de que os pacientes
ele vai trabalhar junto com o ortodontista, podem apresentar-se com combinações
dentística, junto com o médico de cabeça e dessas lesões, sendo, portanto, o
pescoço; tratamento mais complicado.
 Restaurar todas as funções normais, logo tem
a função de devolver a função ao paciente;
1.1. Abrasão:
 Reduzir sequelas;  Conceito:
 Restabelecer função.  Ferida causada pela fricção
 Os princípios básicos, atuais, que regem a entre o objeto e a superfície
traumatologia são: de tecido mole (epiderme);
 Redução da fratura:  É normalmente superficial,
 Reposição dos segmentos ósseos em suas desnuda o epitélio e,
corretas localizações anatômicas e fixação ocasionalmente, envolve as
dos segmentos ósseos para imobilizar os camadas mais profundas;
segmentos no local da fratura. Além disso, a  Visto que as abrasões atingem as
oclusão original deve ser restaurada e terminações de muitas fibras nervosas,
qualquer infecção na área da fratura deve elas são bastante dolorosas;
ser erradicada ou prevenida.  O sangramento geralmente é mínimo,
porque é de natureza capilar e responde
bem à aplicação de suave pressão;
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 O tipo de abrasão mais comumente visto reepitelização da ferida, que é uma
são as escoriações que as crianças crosta de sangue e plasma ressecados
apresentam nos cotovelos e joelhos que se desenvolve após uma lesão de
devido a brincadeiras; tecido mole (p. ex., uma crosta). A crosta
 Se a abrasão não é especialmente cairá, então.
profunda, a reepitelização ocorre sem a  Se uma abrasão profunda na superfície
formação de cicatriz. Quando a abrasão cutânea é descoberta após a limpeza da
estende-se abaixo das camadas mais ferida, a consulta com um cirurgião
profundas da derme, a cicatrização dos bucomaxilofacial é indicada, pois podem
tecidos mais profundos ocorre com a ser necessários enxertos de pele para
formação de tecido cicatricial, podendo prevenir quantidades excessivas de
ser esperada alguma deformidade formação de tecido cicatricial;
permanente;  O dentista pode criar abrasões
 O dentista pode encontrar abrasões na iatrogenicamente, como as que ocorrem
ponta de nariz, lábios, bochechas e quando a haste de uma broca em
mento em pacientes que sofreram movimento atinge a mucosa oral ou
traumatismo dentoalveolar; quando uma compressa de gaze ou
outro tecido (p. ex., blocos triangulares
 Tratamento: absorventes) abrasiona a mucosa
 Limpeza  As áreas abrasionadas durante sua remoção da boca.
devem ser totalmente limpas a fim de Felizmente, o epitélio oral regenera-se
remover todo corpo estranho. rapidamente e nenhum tratamento, a
 Proteção da ferida; não ser a higiene oral de rotina, é
 Substâncias degermantes usadas na indicado.
lavagem das mãos e irrigação salina
copiosa devem ser utilizadas com esse 1.2. Contusão ou Equimose:
propósito. Todas as partículas de  Conceito:
material estranho devem ser removidas.  É um rompimento tecidual
Se essas partículas permanecerem no interno resultando em
tecido, resultarão em uma “tatuagem” hemorragia subcutânea ou
permanente e difícil de ser tratada. Em submucosa sem
abrasões profundas e contaminadas com descontinuidade na
sujeira ou outro material, pode ser superfície dos tecidos
necessário anestesiar a área e usar uma moles;
escova cirúrgica (ou escova de dente)  O tecido externamente se
para remover completamente os apresenta íntegro, mas há o
detritos. rompimento de vaso sanguíneo;
 Uma vez que a ferida esteja livre de  As contusões são normalmente
detritos, a aplicação tópica de uma causadas por traumatismo infligido por
pomada antibiótica é o tratamento um objeto rombo, mas também são
adequado. Um curativo não- frequentemente encontradas
compressivo pode ser utilizado se a concomitantemente às lesões
abrasão é profunda, mas é dentoalveolares ou fraturas dos ossos
desnecessário em abrasões superficiais. faciais.
Antibióticos sistêmicos não são  Nesses casos, o traumatismo aos tecidos
normalmente indicados. Durante a mais profundos (p. ex., assoalho de
semana seguinte, ocorrerá boca, vestíbulo labial) aconteceu como
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efeito secundário dos ossos fraturados.  Tratamento:
A importância das contusões, do ponto  Aplicação de gelo;
de vista diagnóstico, é que, quando elas  Não pode se expor ao sol  Se não
são observadas, deve-se investigar se há mancha;
fraturas ósseas;  A contusão geralmente não requer
 Quando a pressão hidrostática dentro tratamento cirúrgico;
dos tecidos moles se iguala à pressão
dentro dos vasos sanguíneos 1.3. Laceração:
(normalmente capilares), o sangramento  Conceito:
cessa. Se uma contusão é vista  É uma solução
precocemente, a aplicação de gelo ou de
curativos compressivos pode ajudar na continuidade
vasoconstrição e, portanto, diminuir a nos tecidos
formação de hematoma. Se uma epiteliais e
contusão não para de se expandir, é subepiteliais;
provável que haja uma artéria  Ocorre um
hemorrágica dentro da ferida. O rompimento tecidual;
hematoma pode necessitar de  Talvez seja o tipo mais frequente de
exploração cirúrgica e ligadura do vaso; ferida de tecidos moles, causada
 Como não houve nenhuma ruptura da comumente por um objeto afiado, como
superfície dos tecidos moles, a uma faca ou um pedaço de vidro. Se o
hemorragia formada dentro de uma objeto não é afiado, as lacerações
contusão será reabsorvida com o tempo criadas podem ser denteadas, porque o
e será reestabelecido o contorno tecido é literalmente rasgado pela força
normal. Porém, nos dias seguintes ao do impacto;
traumatismo, o paciente pode esperar  A profundidade da laceração pode
áreas de equimose (coloração violácea variar. Algumas lacerações só envolvem
causada por extravasamento de sangue a superfície externa, mas outras se
na pele ou mucosa; “marca negro- estendem profundamente dentro do
azulada”), que passarão por uma tecido, rompendo nervos, vasos
variedade de cores (azul, verde, sanguíneos, músculos e outras cavidades
amarelo) antes de desaparecerem. Essas anatômicas e estruturas importantes;
áreas podem estender-se abaixo das  O dentista frequentemente encontra
clavículas e alarmar o paciente, mas são lacerações nos lábios, assoalho da boca,
inócuas; língua, mucosa labial, vestíbulo
 Quando não há nenhuma ruptura na bucolabial e gengiva, causadas pelo
superfície dos tecidos moles, a infecção traumatismo. O dentista deve explorar a
é improvável, não sendo indicado o uso cavidade oral completamente no intuito
de antibióticos sistêmicos. Se, contudo, de identificar aquelas que não estejam
a contusão é secundária a um abertas.
traumatismo dentoalveolar, é provável  Tratamento:
que exista uma comunicação entre a  As feridas de tecidos moles associadas
cavidade oral e o hematoma ao traumatismo dentoalveolar sempre
submucoso. Nesses casos, antibióticos são tratadas depois do tratamento das
sistêmicos são recomendados, porque o lesões nos tecidos duros. Se os tecidos
coágulo sanguíneo representa um meio moles são suturados primeiro, tempo é
ideal de cultura. perdido porque as suturas serão
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provavelmente esgarçadas e arrancadas aproximados. Se algum vaso sangrante é
do tecido durante a manipulação identificado, ele deve ser pinçado e
intraoral necessária para reimplantar um realiza-se a hemostasia por ligadura ou
dente avulsionado ou tratar uma fratura por cauterização com uma unidade de
dentoalveolar. Além disso, se as suturas eletrocoagulação. O maior vaso que o
forem arrancadas dos tecidos, estes dentista provavelmente encontrará é a
serão mais difíceis de serem fechados na artéria labial, que passa horizontalmente
segunda tentativa. pelo lábio abaixo da mucosa labial.
 Depois de realizada a anestesia adequada, o Devido à sua posição, a artéria labial é
tratamento cirúrgico das lacerações frequentemente envolvida em
envolve quatro etapas principais: lacerações verticais do lábio. Ela tem
 Limpeza da ferida: cerca de 1 mm de diâmetro e
- A limpeza mecânica da ferida é normalmente pode ser pinçada e ligada
necessária para impedir a permanência ou pinçada e cauterizada.
de detritos. Ela pode ser realizada com  Fechamento da ferida:
sabão degermante cirúrgico e pode - Uma vez que a ferida esteja limpa,
necessitar do uso de escova. Um desbridada e a hemostasia é conseguida,
anestésico é normalmente necessário. a laceração está pronta para ser fechada
Irrigação salina copiosa é, então, usada com suturas. Contudo, nem toda
para remover todo material laceração na cavidade oral precisa ser
hidrossolúvel. A irrigação em jatos fechada com suturas. Por exemplo, uma
mostrou ser mais efetiva do que a de pequena laceração na mucosa palatina
fluxo constante na remoção dos causada por uma queda sobre um
detritos. objeto não necessita ser fechada. Da
 Debridamento da ferida: mesma forma, uma laceração pequena
- Desbridamento ou debridamento na face interna do lábio ou língua,
refere-se à REMOÇÃO de todo o tecido causada pelo aprisionamento entre os
lacerado e desvitalizado da ferida e a dentes durante uma queda,
remoção de todos os pedaços de tecido normalmente não requer fechamento.
fragmentados da superfície tecidual, Essas feridas pequenas cicatrizam bem
permitindo o fechamento da mesma. Na por segunda intenção e são mais bem
região maxilofacial, que possui um rico tratadas se deixadas cicatrizar dessa
suprimento sanguíneo, a quantidade de maneira. Se o fechamento de uma
desbridamento deve ser mínima. laceração é considerado apropriado, o
Somente deve ser removido o tecido objetivo deste é o correto
obviamente não-vital. Para a maioria das reposicionamento de todas as camadas
lacerações encontradas pelos dentistas, de tecido. A maneira pela qual se
não há necessidade de desbridamento, precede o fechamento depende
exceto o tecido de glândulas salivares exclusivamente da localização e
menores. profundidade da laceração.
 Hemostasia da ferida:
- A hemostasia deve ser realizada antes
do fechamento. Um sangramento
contínuo pode comprometer o reparo
devido à formação de um hematoma
intratecidual que, por pressão, pode
abrir os tecidos já suturados e
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2. História e Exame Clínico:  Tomografia Computadorizada:
 Dentro do exame clínico é feita: o Terço médio:
o Palpação dos ossos do nariz;  PA de Waters;
o Palpação do Assoalho da Órbita;  Hirtz para arco zigomático;
o Palpação da Maxila;  Perfil da face;
o Palpação Frontal; o Mandíbula:
o Palpação do Zigomático;  AP de Towne para côndilos;
o Palpação do Assoalho e da Base da  Lateral oblíqua D e E;
Mandíbula;  Panorâmica;
o Posição dos Polegares Sobre os Molares  PA de mandíbula;
Inferiores  Fazer movimentação para o Nariz:
saber se houve báscula. Se fizer houve  Perfil de OPN (Ossos Próprio do
fratura mandibular ou de maxila; Nariz);
o Maxila: faz o movimento para saber se  PA de Waters.
há alguma má oclusão;
 Fratura:
- SINAIS E SINTOMAS EM PACIENTES  É uma solução de continuidade nos tecidos
POLIMATRUMATIZADOS - duros;
 Abertura bucal:  Classificação das fraturas:
o Outra maneira de identificar fratura  Quanto ao traço de fratura  Estas
mandibular e de côndilo é a dificuldade categorias descrevem a condição dos
de abertura de boca do paciente fragmentos ósseos na região fraturada e a
(trismo); possível comunicação com o meio
 Avaliar maloclusão: externo:
o Mordida cruzada, indicação de fratura o Galho verde:
de maxila/mandíbula;  São aquelas
 Avaliar perda de projeção facial; envolvendo
 Avaliar se houve lesão do nervo facial; fraturas
incompletas com
3. Avaliação radiográfica das fraturas: flexibilidade do
 Requisitos para interpretação: osso. Essas fraturas geralmente
o Conhecimento da anatomia radiográfica exibem mobilidade mínima quando
(radiopaco|radiolúcido); palpadas e são incompletas.
o Conhecimento da arquitetura facial e do
trajeto das fraturas faciais; o Simples:
o Informação sobre a ocorrência do dano;  Completa
o Exame clínico sucinto. transecção do
 O que pode ser encontrado: osso com
o Linha radiolúcida; mínima
o Faixa radiolúcida; fragmentação na região da fratura;
o Área radiolúcida;  Houve uma fratura sem
o Faixa ou área radiopaca; rompimento do tecido, não rompeu
o Perda do contorno anatômico; para uma área externa.
o Pode não aparecer o traço de fratura.

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 Quanto ao deslocamento (relacionado à
o Composta: mandíbula)
 Exposta; o Vai ter relação somente com a
 Resulta da mandíbula, pois a mandíbula tem ação
comunicaçã muscular para a movimentação;
o da o Sem deslocamento:
margem do osso fraturado com o  Adequado para fazer o
meio externo; reestabelecimento da fratura
 Tem-se uma fratura e o osso fica
exposto, logo é uma fratura
aberta. o Com deslocamento:
o Cominutiva:  Favorável  Bloco ósseo parte, mas
 O osso é não se movimenta, fora do sentido
fraturado da fratura, logo a linha da fratura
em impede a movimentação do bloco
diversos ósseo.
 Desfavorável  Bloco ósseo parte,
segmentos, logo há vários
e se movimenta, fora do sentido da
fragmentos ósseos, pedaços de
fratura;
ossos;
 Ferimentos por arma de fogo,
objetos penetrantes ou outros
traumatismos de alto impacto na
mandíbula resultam, com
frequência, em fraturas
cominutivas;
 É a mais difícil de reconstruir.
 Quanto ao tipo:
o Completa:
 É quando fratura assoalho da
mandíbula com a crista óssea, ou
seja, as duas corticais foram
rompidas;
FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL
Não houve Houve ação
Do teto ao ação MUSCULAR
Assoalho MUSCULAR
 Ambas tem DESLOCAMENTO, e
o Incompleta: somente a desfavorável tem
 Quando fratura, por exemplo, movimento “sozinha”
somente metade da mandíbula;
 Não tem deslocamento;
 Não tem fratura total, é como se
fosse uma trinca;

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 Quanto à localização:
o Mandíbula;
o Maxila;
o Nariz;
o Complexo
Zigomático;
o Frontal
- Para todas as fraturas tem-se
classificações:
 Le Fort:
 O que significa dividir esses tipos de fraturas,
em três tipos? R: Significa determinar o risco
do paciente à vida, a forma como vai tratar
aquele paciente, o tempo de cirurgia;

 I: Fratura Le Fort I separando a porção inferior


da maxila de forma horizontal, desde a
abertura piriforme até a área da sutura
pterigomaxilar;
 Fratura do terço médio da face: - Resulta frequentemente da aplicação de
 Pilares de Força Faciais: força horizontal na maxila, fraturando-a
 Pilares de resistência de força da maxila e através do seio maxilar e ao longo do assoalho
da mandíbula; da fossa nasal. Ela separa a maxila das lâminas
 Tem-se os pilares verticais (primeira pterigoides e das estruturas nasal e zigomática;
imagem) e os pilares horizontais (segunda - Esse tipo de traumatismo pode separar a
imagem); maxila, em um único pedaço, das outras
estruturas, dividir o palato ou fragmentar a
maxila;
- Fratura que vai da sutura pterigomaxilar
bilateral passando pela abertura piriforme;
- Essa fratura solta a maxila do crânio;
- É a fratura feita pelo bucomaxilo para fazer
avanço de maxila;
- Mal oclusão (diagnóstico, pois a maxila sai do
local).
 II: Fratura Le Fort II envolvendo a separação da
maxila e do complexo nasal da base do crânio,

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da área de rebordo zigomático-orbital e da  Fratura de órbita:
área da sutura pterigomaxilar;  Paciente com ASSIMETRIA;
- Forças aplicadas em uma direção mais  Ocorre DIPLOPIA (visão dupla | modifica a
superior causam, com frequência, fraturas Le posição do globo ocular);
Fort II, que é a separação da maxila e  As fraturas de órbita podem ser do tipo “blow-
complexo nasal aderido, das estruturas out” ou “blow-in”, que significam a explosão
zigomáticas e nasais; do assoalho para o interior do seio maxilar ou
- Afeta a sutura intermaxilar bilateral para dentro da própria cavidade orbital;
atingindo a região anterior dos ossos do nariz;  Este tipo de fratura não é das mais frequentes,
- É a fratura piramidal; porém de importante diagnóstico e
- Paciente às vezes tem sangramento nasal tratamento pela sua relação com o globo
(sintoma). ocular. Podendo ocorrer epistaxe ipsilateral. O
 III: Fratura Le Fort III (disjunção craniofacial) é paciente pode vir a apresentar eno ou
a completa separação do terço médio da face exoftalmia, diplopia, distúrbios sensoriais, até
ao nível do complexo naso-órbito-etmoidal e cegueira por lesão traumática (amaurose), em
da sutura zigomático-frontal. A fratura virtude de trauma sobre o nervo óptico ou
também se estende bilateralmente através da canal óptico.
órbita;  Blow-out:
- Fratura Le Fort III resulta da aplicação de - Para fora da órbita,
forças horizontais em um nível sufi para dentro do seio;
cientemente alto para separar o complexo - Quando se tem uma
naso-órbito-etmoidal, os zigomas e a maxila, pancada frontal no globo
da base do crânio, o que resulta na chamada ocular e o assoalho da
disjunção craniofacial; órbita “explode” o osso
- Fratura de sutura fronto-zigomática-bilateral, para dentro do seio;
e mais os ossos da órbita; - Fratura de assoalho de órbita, com os
- Paciente tem hematoma peri-orbital (fica segmentos ósseos e o conteúdo da órbita
roxo); deslocados para o interior do seio maxilar;
- Aspecto de “máscara da morte”; - Os fragmentos ósseos e tecidos moles
- Diplopia  modifica a posição do globo invaginam-se para o seio maxilar, ficando
ocular. Visão dupla. suspensos pela mucosa sinusal ou pelo
- Possui maior risco. próprio periósteo, de uma forma
desordenada.
 Fratura Lannelongue (Sagital da maxila):
 Ocorre no sentido ântero-posterior;  Blow-in:
 Paralelo à sutura - Dentro da própria órbita;
palatina mediana; - São fraturas pouco comuns
 Pode causar mordida e surgem basicamente após
cruzada posterior grandes impactos sobre o
bilateral; zigomático no sentido caudo-
 É uma fratura que cranial ou de verdadeiras
envolve a região do implosões sinusais (ex: um
palato; fratura chamada de para-sagital- pneu que estoura próximo à face, onde o ar
mediano; vai penetrar sobre pressão os seios
 Maior prevalência em combinação com outras maxilares, através das narinas).
fraturas.

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 Fratura do complexo zigomático: redução do arco zigomático devem ser
realizadas dentro de poucos dias após a lesão.
Longas esperas fazem com que o arco seja
mantido em uma difícil configuração suportada
e estável, e ele tende a colapsar ou ser deixado
nesta posição.

 Métodos de fixação:
 Estabilização de fragmentos ósseos para que
Sustentação do Globo Ocular. Membrana de Titânio ocorra uma formação óssea na região, tendo
 Nas fraturas de zigoma, fraturas isoladas do a possibilidade de redução da imobilização;
arco zigomático e as do complexo naso-órbito-  Osteossíntese;
etmoidal, o tratamento visa, basicamente, à  Meio de fixação:
restauração das funções ocular, nasal e  Fio de aço;
mastigatória e a estética facial. Em uma fratura  Mini-placas compressivas;
isolada de zigoma (a fratura mais comum de  Mini-placas sem compressão.
terço médio da face), a redução aberta
geralmente é realizada por meio de uma  Fixação interna semi-
combinação de acessos intraoral, na região rígida:
lateral da sobrancelha e na região
infraorbitária. Utiliza-se um instrumento para
elevar e posicionar o zigoma na sua posição
correta. Caso uma adequada estabilização não
seja possível pela simples redução manual,  Fixação interna rígida:
pode ser necessário o uso de placas ósseas na
crista zigomático-maxilar, na área
zigomáticofrontal e no rebordo infraorbitário;

 Amarrias e Bloqueio maxilomandibular:


 Barra de Erich:
- A Barra de Erich trata-se de um
dispositivo médico
indicada para fixação
da maxila e da
mandíbula durante a
realização de cirurgias
utilizando placas e
 Na fratura de arco zigomático, as abordagens parafusos
intra e extraorais podem ser usadas para bucomaxilofaciais;
elevar o arco zigomático e trazê-lo de volta à - Utiliza por 4 meses;
sua configuração normal. Além de restaurar o - Metal intermaxilar.
contorno facial, esta abordagem elimina a Depois metal de fora a fora.
obstrução mecânica sobre o processo
coronóide da mandíbula e a subsequente
limitação de abertura de boca. A elevação e a

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 Odontossíntese de Ivy;
- É mais simples
e é utilizada
apenas para
imobilização
temporária. Esse
tipo de
odontossíntese
é muito indicada
para as fraturas de côndilo que serão
submetidas ao tratamento fechado não
cirúrgico pois ela é uma odontossíntese
pequena, rápida de ser feita, menos
incômoda do ponto de vista periodontal e
que mantém a estabilização adequada do
complexo maxilo-mandibular. Para casos
em que é necessário uma estabilização
maior da mandíbula ela não está indicada;
- Passa entre os pré-molares;
- Todas as amarrias tem que ficar bem
justas e próximas à cervical do dente para
facilitar a higiene;
- Observar se o fio de aço não está
comprimindo ou machucando nenhuma
gengiva marginal;

 Odontossíntese laçada contínua;

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

HUPP, James R.; TUCKER, Myron R.; ELLIS,


Edward.Cirurgia oral e maxilofacial
contemporânea. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2015. 692 p.

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