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1. Introdução
Eis, portanto, nas seguintes páginas uma análise de “Nós”, ficção distópica
escrita por Yevgeny Ivanovich Zamyatin. Produto de seu tempo e lugar, escrito em
1923 na União Soviética, o livro aborda temas que fervilhavam na U.R.S.S. de Vladimir
Lenin, edificada sobre as ruínas da Rússia czarista após a Revolução de Outubro de
1917. Como observa George Orwell (2017) em sua resenha de “Nós”, “embora não trate
da Rússia nem tenha relação direta com a política contemporânea, teve sua publicação
recusada por ser ‘ideologicamente indesejável’”. Zamyatin fala sobre liberdade, sexo,
identidade, mídia e propaganda, arte (e sua produção enaltecedora do Estado), entre
outros temas. Dentre a vasta gama, escolhi um tema bastante extenso e que engloba
involuntariamente um pouco de cada elemento presente em “Nós” e suas influências
históricas: o autoritarismo. Após esta introdução, apresento uma resenha da obra,
seguida pela análise crítica do autoritarismo e seus desdobramentos em “Nós”, pautada
numa bibliografia selecionada para tal propósito, terminando então com algumas
considerações finais a respeito do que foi exposto.
2. Resenha da obra
3. O autoritarismo em “Nós”
4. Considerações finais
Cabe a nós a compreensão disto. Para Zamyatin (1919), “o mundo vive somente
por causa dos heréticos: Cristo o herético, Copérnico o herético, Tolstói o herético.
Nosso credo (ou crença) é a heresia: o amanhã é infalivelmente uma heresia do hoje que
se tornou um pilar de sal, e do ontem que foi esfarelado na poeira”. E graças ao herético
soviético, Huxley abordou temas de liberdade sexual em seu “Admirável Mundo
Novo”, Bradbury trabalhou a liberdade intelectual e o direito ao conhecimento nas
páginas de “Fahrenheit 451” – pois estes são, como “Nós”, uma rebelião do espírito
humano contra o mundo massificado e autoritarista –, entre outros diversos exemplos de
tão grande importância para a literatura mundial. Como comenta Jair Diniz Miguel
(2005), “Pena que só alguns, em sua época, puderam ver que o Estado Único podia ser
uma realidade, e que a máquina do Benfeitor pudesse um dia existir, nos mais diversos
modelos e matizes”.
NETTO, José Paulo. O que é Stalinismo? São Paulo: Editora Brasiliense. 1981.