Você está na página 1de 11

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/259840282

Uma modelagem para linhas de transmissão por meio de equações de estado


considerando o efeito da freqüência sobre os parâmetros longitudinais: inclusão
e análise do efeito corona

Conference Paper · October 2009

CITATIONS READS
0 530

6 authors, including:

Eduardo C. M. Costa Sergio Kurokawa


University of São Paulo São Paulo State University
92 PUBLICATIONS   430 CITATIONS    197 PUBLICATIONS   628 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Jose Pissolato Afonso José do Prado

108 PUBLICATIONS   208 CITATIONS   


São Paulo State University
137 PUBLICATIONS   413 CITATIONS   
SEE PROFILE
SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

PMU for power distribution networks View project

Influência das características eletromagnéticas do solo nas respostas transitórias que ocorrem em linhas de transmissão de energia elétrica View project

All content following this page was uploaded by Afonso José do Prado on 23 January 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


1

Uma Modelagem para Linhas de Transmissão por


meio de Equações de Estado considerando o Efeito
da Frequência sobre os Parâmetros Longitudinais:
Inclusão e Análise do Efeito Corona
E. C. M. Costa, Student Member IEEE, G. F. Wedy, S. Kurokawa, Member IEEE, J. Pissolato,
Member IEEE, A. J. Prado, Member IEEE e L. F. Bovolato, Member IEEE

elétrico de grande intensidade acima de um determinado limiar


Resumo—Este artigo propõe a inclusão do efeito corona sobre crítico.
uma modelagem de linhas de transmissão levando em conta o Esse gradiente de potencial está diretamente ligado às
efeito da frequência sobre os parâmetros longitudinais. O real alterações climáticas e atmosféricas, bem como pressão e
objetivo deste trabalho é apresentar uma modelagem com umidade do ar, ou ainda à poluição e partículas suspensas no
aceitável precisão e de fácil implementação na simulação dos
transitórios decorrentes de corona. Para modelagem do efeito ar ou em contato com a superfície do condutor.
corona é utilizado o modelo de Skilling-Umoto e a para Os principais prejuízos causados por descargas elétricas
reproduzir a natureza distribuída dos parâmetros da linha é decorrentes do efeito corona estão relacionados à interferência
aplicada cascata de circuitos π. As equações diferenciais que eletromagnética em sistemas de telecomunicações (rádio
representam os transitórios eletromagnéticos ao longo da linha interferência) e as perdas de energia [2].
são apresentadas no espaço de estado e solucionadas utilizando o
Em linhas com tensão nominal extra-elevada, as perdas por
método numérico da integração trapezoidal (trapezoidal rule). Os
parâmetros da linha, obtidos através das equações de Bessel e corona variam de alguns poucos quilowatts a centenas de
séries infinitas de Carson, são reproduzidos de forma aproximada quilowatts por quilometro, dependendo das condições
através de uma função racional F(ω) e então inseridos na cascata atmosféricas [3].
de circuitos π. Por fim, são realizadas simulações utilizando Com o propósito de minimizar as perdas por corona,
parâmetros constantes e variáveis em função da frequência com o desenvolveram-se técnicas para produção com qualidade de
âmbito de verificar e mensurar as divergências existentes entre as
discos e pinos isoladores fabricados a partir de porcelana
metodologias. Este trabalho apresenta também uma comparação
entre dados obtidos através da simulação e dados empíricos. vitrificada, vidro temperado, alguns tipos de resinas sintéticas
ou associações de fibra de vidro com epóxi. Outras técnicas
têm sido importantes, não só na síntese de sistemas de
Palavras chaves— Efeito corona, linhas de transmissão, transmissão mais robustos no que diz respeito à ação do efeito
parâmetros dependentes da frequência, cascata de circuitos π, corona, mas também para um fluxo de potência otimizado. São
equações de estado.
estes os arranjos de condutores múltiplos, ou feixe de
subcondutores, utilizados nas fases de linhas de transmissão
I. INTRODUÇÃO
(aumentam a capacidade de transmissão e minimizam

D E ACORDO com a bibliografia [1], o efeito corona em


linhas aéreas de transmissão é um fenômeno observado
na superfície dos condutores, quando o valor do gradiente de
significativamente a probabilidade de corona) e a utilização de
anéis anticorona ou também conhecidos como anéis de guarda
(aumentam a capacitância entre a fase e respectiva cadeia de
potencial em um ponto desta mesma superfície excede o valor isoladores, reduzindo o potencial entre os mesmos).
crítico do gradiente disruptivo do ar. Ou seja, é uma descarga O presente trabalho apresenta um procedimento numérico-
eletrostática decorrente à ionização de um material isolante, no computacional para a simulação dos transitórios
caso o ar e/ou cadeia de isoladores, devido a um campo eletromagnéticos, sobre uma linha de transmissão, decorrentes
de uma descarga elétrica devido ao efeito corona. Para
Este trabalho foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de comparar a eficácia e precisão da metodologia proposta, os
Pessoal de Nível Superior (CAPES), Fundação de Amparo à Pesquisa resultados são comparados com os resultados experimentais
(FAPESP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico mostrados na referencia [4] e a resultados obtidos através de
(CNPq). uma modelagem que não leva em consideração a ação da
E. C. M. Costa, G. F. Wedy, S. Kurokawa, A. J. Prado e L. F. Bovolato
estão vinculados ao Depto. de Engenharia Elétrica da Faculdade de frequência sobre os parâmetros longitudinais da linha. A partir
Engenharia Elétrica da UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de destes resultados e comparações é possível realizar duas
Mesquita Filho”), Ilha Solteira, Brasil (e-mail: kurokawa@dee.feis.unesp.br). análises distintas. A primeira é verificar a validade e precisão
J. Pissolato está vinculado ao Depto. de Sistemas e Controle de Energia da do modelo proposto, criando-se um paralelo entre os dados
Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP
(Universidade Estadual de Campinas), Campinas, Brasil (e-mail: simulados e dados obtidos através da experimentação. E, a
pisso@dsce.fee.unicamp.br). segunda análise, é verificar as possíveis discrepâncias quando
2

considerado ou não o efeito da frequência e se estas são Na equação (1), os termos R’ e L’ representam os
realmente significativas. parâmetros distribuídos longitudinais da linha, ou seja, a
Para tanto, os parâmetros distribuídos da linha são resistência e indutância, em Ωkm-1 e mHkm-1, respectivamente.
representados de forma aproximada, porém não menos precisa, Na equação (2), os termos G’ e C’ representam a
por um número adequado de circuitos π configurados em condutância e capacitância transversais da linha em µSkm-1 e
cascata. O comportamento variável dos parâmetros ηFkm-1, respectivamente, enquanto d é o comprimento a linha
longitudinais da linha é inserido em cada elemento discreto da e n é a quantidade de circuitos π utilizados para representar a
cascata pelo método descrito por [5] e posteriormente por [6]. mesma.
De acordo com [7], a utilização de parâmetros constantes para Esta modelagem não considera o efeito da frequência sobre
representação de linhas, considerando-se uma ampla faixa de os parâmetros da linha, sendo estes constantes em função da
frequência decorrente de um possível distúrbio frequência.
eletromagnético, pode resultar em sinais transitórios cujas
A. Inserção do efeito da frequência no circuito π
componentes harmônicas de alta frequência possuam
amplitudes maiores do que o real. Para simular transitórios eletromagnéticos resultantes de
As equações diferenciais da linha, que representam as operações de manobras e chaveamento realizadas em linhas de
correntes e tensões ao longo de sua extensão, são transmissão, esta é representada como sendo uma cascata de
representadas no espaço de estado como descrito por [8] e [9]. circuitos π. Nesse modelo, cada segmento é constituído de uma
E, estas por sua vez, são solucionadas utilizando-se o método associação série e paralela de resistores e indutores, que
numérico da integração trapezoidal, largamente utilizada na resultam em uma resistência e uma indutância variáveis em
resolução de equações diferenciais de difícil resolução função da frequência, concordando com o efeito solo e
analítica e em softwares derivados do EMTP (Electromagnetic pelicular. Este modelo, desenvolvido diretamente no domínio
Transients Program) [10]. do tempo, é então implementado em softwares do tipo EMTP.
O efeito corona é modelado utilizando-se o modelo de Os parâmetros longitudinais, de uma linha de transmissão com
Skilling-Umoto para uma linha monofásica [1], [11], [12]. retorno através do solo, são fortemente dependentes da
Este modelo é considerado dinâmico, pois os mesmos levam freqüência. A descrição do efeito solo foi desenvolvida por
em consideração a amplitude da tensão e também a taxa de Carson e por Pollaczek [10]. Ambos modelos apresentam
variação desta. Neste, o efeito corona é representado por uma
resultados iguais quando aplicados em linhas aéreas. No
capacitância denominada capacitância corona e as perdas são
entanto, em se tratando de cabos subterrâneos, as equações de
representadas por meio de uma condutância conectada em
Pollaczek apresentam melhores resultados. A impedância
paralelo a esta capacitância, como descrito por [1] e citado
posteriormente por [3]. interna resulta do efeito do campo eletromagnético no interior
do condutor. Esta impedância própria é constituída de uma
II. MODELAGEM DA LINHA POR MEIO DE CASCATA DE resistência e de uma indutância que podem ser calculadas em
CIRCUITOS π função da frequência através de fórmulas derivadas das
equações de Bessel. Devido ao efeito pelicular, o valor desta
Diversos trabalhos, tais como [13], [14] e [15] descrevem
resistência aumenta à medida que a freqüência aumenta
as correntes e tensões ao longo de uma linha de transmissão
enquanto que a indutância diminui com o aumento da
utilizado cascata de circuitos π. A fig. 1 mostra uma
frequência [16].
representação genérica de uma cascata composta por n
A impedância de uma linha de transmissão, considerando o
elementos. Considerando u(t) uma fonte de alimentação
efeito da frequência, é dada por:
conectada a uma linha monofásica e S uma chave aberta no
instante t inicial. Z ( ω ) = R ( ω) + j ω L ( ω ) (3)
S R L R L R L
Na equação (3), R(ω) e L(ω) são, respectivamente, a
u(t) resistência e a indutância longitudinal do segmento de linha e
G/2 C/2 G C G C G C G/2 C/2 ω é a velocidade angular.
Geralmente não existe uma função que descreva a impedância
Z(ω), pois os parâmetros R(ω) e L(ω) são obtidos por meio de
Fig. 1 – Cascata de circuitos π.
séries numéricas. No entanto, a impedância Z(ω) pode ser
descrita, de maneira aproximada, por meio de uma função
Na fig. 1, os elementos R e L são resistências e indutâncias,
respectivamente, enquanto os elementos G e C são racional F(ω) cujos pólos são todos reais negativos e os
condutâncias e capacitâncias, respectivamente. Estes resíduos são números reais positivos. Deste modo, a
parâmetros são obtidos a partir de: impedância Z(ω) pode ser escrita como sendo [6]:
d d
R = R' ; L = L' (1) m
 Ki 
n n Z(ω) ≈ F(ω) = Z0 + ∑  jω  (4)
i =1  1 + j ω Q i 
d d
G = G' ; C = C' (2)
n n
3

Na equação (4) têm-se: III. REPRESENTAÇÃO DA LINHA POR MEIO DE VARIÁVEIS DE


ESTADO
r 1
Ki = − i ; Qi = − (5) Nesta seção, é descrito o procedimento utilizado por [8] e
pi pi [9] para obtenção das equações diferenciais representadas por
variáveis de estado para uma linha monofásica. Inicialmente
Sendo pi e ri os pólos e os resíduos, respectivamente, da são desenvolvidas as equações de estado para um único
função racional F(ω). circuito π. Posteriormente, o desenvolvimento para um único
A função F(ω) mostrada na equação (4) descreve a elemento π é estendido para uma cascata com uma quantidade
impedância do circuito mostrado na fig. 2 [6]. genérica de circuitos.
Considera-se, baseando-se no circuito ilustrado pela fig. 3,
R1 R2 Rm uma linha de transmissão representada por meio de um único
R0 L0 circuito π, onde o efeito da freqüência sobre os parâmetros
longitudinais é representado por meio de m associações RL em
série, conforme a fig. 2.
L1 L2 Lm Baseando-se na fig. 3, as tensões nos terminais A e B são
u(t) e v1(t), respectivamente. Nos indutores L0, L1, L2, ..., Lm
Fig. 2 - Circuito com impedância descrita por F(ω).
circulam as correntes i10(t), i11(t), ..., i1m(t), respectivamente.
A partir das correntes e tensões nos blocos RL é possível
Na fig. 2, R0, R1, R2, ..., Rm são resistências enquanto que determinar:
L0, L1, L2, ..., Lm são indutâncias.
Logo, a equação (4) pode ser reescrita por [6]: di10 i 10  m  1 m  1 1 (8)
− ∑R j  +
 L . ∑ R j i1 j  + L u (t ) − L v1 ( t )
=  
dt L0 
 j=1  0  j=1  0 0
m
 Ki 
Z(ω) ≈ F(ω) = R 0 + jω L 0 + ∑  jω  (6)
i =1  1 + j ω Q i  di11 R 1 R (9)
= i10 − 1 i11
dt L1 L1
sendo
di12 R 2 R (10)
Ki ; L =K (7) = i10 − 2 i12
R i = − i i dt L2 L2
Qi
di1m R m R (11)
Conforme mostrado em [6], existem diversos métodos que = i10 − m i1m
dt Lm Lm
podem ser utilizados para determinar as resistências e
indutâncias do circuito mostrado na figura 2. Para o presente dv1 ( t ) 2 G
trabalho, estes parâmetros são gerados a partir da metodologia = i10 − v1 ( t ) (12)
dt C C
denominada Vector Fitting. Esta técnica é precisa, robusta e
eficiente e têm sido utilizada na modelagem de linhas de Nas equações (8)-(12) os termos i10, i11, ..., i1m são notações
transmissão [5], [17] e transformadores [18], [19]. simplificadas para as correntes i10(t), i11(t), ..., i1m(t),
A fig. 3 mostra uma cascata composta por um único circuito respectivamente. Estas mesmas equações são descritas então
π, considerando-se o efeito da frequência sobre os parâmetros como equações de estado, formando um sistema linear não-
longitudinais da mesma. homogêneas:
R1 R2 Rm
R0 L0 •
[X] = [A][X] + [B]u (t ) (13)
A B sendo
L1 L2 Lm

[X ] = d[X] =  di10 di11 di12 di1m dv1 ( t ) 



L
G/2 C/2 G/2 C/2 dt  dt dt dt dt dt  (14)

Fig 3 - Inserção do efeito da frequência no circuito π. [X]T = [i10 i11 i12 L i1m v1( t )] (15)
As associações RL paralelas mostradas na fig. 2 e 3, são
tantas quantas forem necessárias para representar a variação
dos parâmetros em cada década de frequência que será
considerada [8].
4

 j= m  Os elementos matriciais genéricos [A(k-1) k] e [Ak(k-1)] são:


 ∑R j 
 j=0 R1 R2 Rm 1 
− L −  
L0 L0 L0 L0 L0   0 L 0
 
 R1 R [A (k -1)k ] =  M O M  (21)
− 1 0 L 0 0  (16)
 L1 L1   1 
L 0
[A ] =  R2
0 −
R2
L 0 0 
 −
 C 
 L2 L2 
 M M M O 0 0 
 Rm Rm   1
0 0 0 
 0 L L 
L
 Lm Lm 
 2 G  0
 (22)
0 0 L 0 −  [A k(k-1) ] =  M O M 
 C C 0 L 0 
 
 1   
[B]T = 0 0 L 0 0 (17)
L0 
Considera-se que a linha é representada por uma cascata
com n circuitos π, o vetor [B] possui dimensão n(m+2). Para o
Nas equações (15) e (17), [X]T e [B]T correspondem a [X] e
caso de u(t) ser uma fonte de tensão conectada no início da
[B] transpostos, respectivamente.
linha, [B] possui um único elemento não nulo, sendo este o
Os resultados obtidos mostram que o vetor [X] possui
primeiro elemento da matriz, igual a (1/L0), como em (17).
(m+2) elementos e que a matriz [A] é uma matriz quadrada de
Um vetor [Xk] genérico, na equação (19), é escrito como
ordem (m+2).
sendo:
Logo então, baseando-se nas equações obtidas para a linha
representada por um único circuito π, pode-se então obter uma [X k ]T = [i k 0 i k1 ik2 L i km v k1 ] (23)
matriz [A] de ordem n(m+2) e um vetor [X] de dimensão
n(m+2) para uma cascata de n circuitos. Os elementos do vetor descrito por (23) são dados como:
i k0 sendo a corrente no indutor L0, no k-ésimo circuito π
 [A11 ] [A12 ] L [A1n ]  i k1 sendo a corrente no indutor L1, no k-ésimo circuito π

[A ] [A 22 ] L [A 2 n ]  (18)
i k2 sendo a corrente em L2, no k-ésimo circuito π
[A] =  21 
i km sendo a corrente em Lm, no k-ésimo circuito π
M M O M v k1 sendo a tensão no capacitor no lado direito do k-ésimo
 
 [A n1 ] [A n 2 ] L [A nn ]  circuito π

IV. MODELAGEM DO EFEITO CORONA


[X]T =  [X1 ] [X 2 ] L [X n ] 

(19)
  Grande parte dos dados obtidos para análise das perdas e
do efeito corona propriamente dito, são obtidos de forma
experimental, uma vez que o desenvolvimento de uma solução
Na equação (18), [A] é uma matriz tridiagonal cujos
genérica para simulação computacional deste fenômeno, bem
elementos são matrizes quadradas de ordem (m+2). Um
como a obtenção de dados de propagação sob efeito corona, é
elemento [Akk] genérico da diagonal principal da matriz [A] é
de difícil elaboração.
escrito sob a forma:
Através de dados obtidos pela experimentação, foram
desenvolvidos procedimentos para análise dos efeitos de
 j= m  atenuação e distorção na propagação de surtos. Estes
 ∑Rj 
− j= 0 R1 R2 Rm 1 procedimentos são baseados no gradiente de tensão, nas curvas
L −
 L0 L0 L0 L0 L0  de tensão e atenuação obtidas através de medições e na
 R R  dissipação de energia devido ao efeito corona. A precisão
1
 − 1 0 L 0 0 
 L 1 L1  (20) destas metodologias é questionável, pois requer a utilização de
[A kk ] =  R 2 R  diversas aproximações e ábacos.
 L 0 − 2 L 0 0 
L2 Os modelos corona conhecidos podem ser divididos em três
 2  classes: analógicos, matemáticos e físicos.
 M M M O 0 0 
 Rm 0 0 L
Rm
0 
Os modelos analógicos são baseados na formulação de
 Lm Lm  circuitos elétricos com componentes discretos para reproduzir,
 2 G de forma equivalente, o aumento da capacitância geométrica
 0 0 L 0 − 
 C C do condutor ao atingir a tensão crítica dielétrica. A modelagem
5

aplicada neste trabalho para representação do efeito corona é Sendo assim, a capacitância e a condutância transversais da
baseada neste princípio. linha sobre o ponto P, são alteradas e consequentemente a
A modelagem matemática do efeito corona é feita de forma matriz [A].
similar à analógica, porém procura-se representar de forma
B. Inclusão do Efeito Corona na cascata de circuitos π
aproximada o dado fenômeno através de equações puramente
matemáticas. Diferentemente dos modelos denominados Considerando-se o circuito ilustrado pela fig. 3 e as
físicos, que se baseiam nas equações diferenciais da linha e condições descritas pela equação (27) para ocorrência de
portanto possuem um embasamento nas características físicas e corona, o seguinte circuito é descrito.
funcionais do sistema em questão.
R1 R2 R
Dentre todas as técnicas utilizadas na representação do R0 L0
efeito corona, aplica-se neste trabalho o modelo de Skilling-
Umoto, que utiliza uma capacitância e uma condutância não A B
L1 L2 L
lineares para representar o acúmulo das perdas de cargas na
linha. A capacitância e a condutância, para este modelo, são YG YC YG YC
variáveis em relação à tensão e denominadas capacitância
corona CC e condutância corona GC. Na referência [1], os
elementos CC e GC são obtidos por meio de funções analíticas
conhecidas e, portanto, esta representação para o efeito corona Fig. 4 – Inserção do efeito corona em um circuito π.
é denominada modelo analítico do efeito corona.
Com a inserção de CC e GC no circuito π, como mostra a
A. Modelo de Skilling-Umoto fig. 4, os parâmetros transversais deste elemento são
A capacitâncias corona CC, descrita na modelagem por redefinidos como:
Skilling-Umoto para tensões acima do valor crítico corona VC,
é dada por [11], [12]: C+ C C
YC = (28)
2
 V 
C C = 2 k C 1 − C  (24) G+ GC
 v  YG = (29)
2
Onde v é a tensão transversal instantânea da linha e KC é Desta forma, considerando que este seja o k-ésimo circuito
uma constante embasada nas características geométricas do da cascata, o elemento matricial [Akk] da matriz [A], dada pela
condutor, como mostra a equação (25). equação (18), pode ser descrito da seguinte forma:

r  j= m 
kC = σ C10−11
2h
(25)  ∑Rj 
 − j= 0 R1 R2 Rm 1
L − 
 L0 L0 L0 L0 L0 
Sendo σC uma constante de perda por corona, h é a altura  R R 
1
do condutor em relação ao solo e r é o raio do condutor.  − 1 0 L 0 0 
 L1 L1  (30)
A condutância corona é definida como [1]:
[A kk ] =  R 2 0
R
− 2 L 0 0 

L2 L2
2  
 1 − VC  (26)  M M M O 0 0 
G C = kC  
 v   Rm 0 0 L
Rm
0 
 Lm Lm 
 2 YG 
Na modelagem de Skilling-Umoto, para que ocorra uma  0 0 L 0 − 
descarga em algum ponto da linha por corona, é necessário  YC YC 
que a tensão v seja superior a VC e a taxa de variação de v pelo
Logo, a matriz [A] é redefinida e assim inserida na equação
tempo seja positiva. Deste modo, para que o efeito corona
(13), formando um novo sistema composto pelas equações de
ocorra em um ponto genérico P da linha, a tensão VP neste
estado que representam as correntes e tensões ao longo da
ponto terá simultaneamente as seguintes condições: linha. Portanto é possível verificar a corrente não somente no
ponto P, onde ocorre a descarga por corona, mas em qualquer
dVP outro ponto da linha.
VP > VC e >0 (27)
dt
6

V. ANÁLISE DA METODOLOGIA PROPOSTA A impedância característica da linha pode ser calculada


como sendo [2]:
A. Validação da modelagem proposta
Para verificar o desempenho do modelo proposto é adotada R + jω L
ZC = (32)
uma linha com 2200 m de comprimento a 18 m do solo, como G + jω C
mostra a fig. 5.
A partir da fig. 5 é possível verificar as características da A impedância ZC foi calculada para uma faixa de
linha utilizada na simulação dos transitórios decorrentes do frequências compreendidas entre 10 Hz e 1 MHz. Logo, de
efeito corona e as devidas configurações. acordo com as características da linha, foi possível obter uma
impedância aproximada e constante de 470 Ω, acoplada no
S
terminal B da linha, como mostra a fig. 5.
A B
Para representação da linha, considerando os parâmetros
longitudinais em função da frequência, é utilizado uma cascata
ZC com 110 circuitos π, de acordo com a fig. 4. Cada circuito π
V(t)
possui dez blocos RL que compõe o circuito equivalente (fig.
2) à função racional F(ω), que por sua vez, reproduz de forma
Solo
aproximada Z(ω) (impedância longitudinal em função da
2200 m frequência). Estes elementos, como já descrito, são obtidos
através do procedimento descrito anteriormente e mostrados
Fig. 5 – Esquema da linha monofásica utilizada na simulação com
terminal B conectado a uma carga ZC. na tabela 1.

TABELA I
Inicialmente, a fonte V(t) e a chave S representam uma VALORES DOS ELEMENTOS R E L UTILIZADOS NA SÍNTESE DOS PARÂMETROS
descarga elétrica. A fonte V(t) é representada por uma função LONGITUDINAIS DA LINHA
do tipo exponencial:
Resistências (Ω) Indutâncias (mH)
3 −0 , 3 × 10 6 t −0 ,15 ×10 7 t R0 0,02055 L0 1,4
V(t ) = 1950 × 10 (e − e ) (31)
R1 3588,4 L1 0,0433
Através da descarga representada pela equação (31) é
R2 614,3293 L2 0,11804
possível analisar os resultados simulados com os dados
experimentais, uma vez que a descarga elétrica propriamente R3 100,6367 L3 0,15383
dita exibe um comportamento exponencial. A forma de onda R4 13,2296 L4 0,20010
equivalente à equação (31) é demonstrada pela fig. 6. R5 1,4379 L5 0,23387
R6 0,1447 L6 0,21873
R7 0,0112 L7 0,47989
-5
R8 5,9231x10 L8 0,25657
-5
R9 4,5882x10 L9 0,76243

A fig. 7 mostra a resistência própria e a resistência


sintetizada da linha por meio dos elementos da tabela 1.

Fig. 6 – Fonte de tensão V(t) exponencial.

Com o âmbito de evitar as reflexões sucessivas das ondas


de tensões e correntes, é conectada no terminal B uma carga
equivalente à impedância característica da linha ZC. Desta
maneira, a linha passa a comportar-se como uma linha infinita
e não apresenta reflexões de ondas em seus terminais [2].
Fig. 7 – Resistência longitudinal da linha: (1) própria; (2) sintetizada.
7

A fig. 8 mostra a indutância longitudinal própria e


sintetizada por F(ω).

Fig. 9 – Tensões por método experimental: (1) x = 0; (2) x = 685,4


Fig. 8 – Indutância longitudinal da linha: (1) própria; (2) sintetizada. m; (3) x = 1295,5 m; (4) x = 2185,4 m.

Para representação considerando parâmetros constantes, ou


seja, independentes da ação da frequência, são extraídos os
valores de referência dados por [1], explícitos na tabela 2.
A tabela 2 mostra a resistência e indutância longitudinais e
condutância e capacitância transversal, respectivamente.

TABELA 2
PARÂMETROS CONSTANTES DA LINHA

R’ 11,35 Ω km-1

L’ 1,73 mH km-1

G’ 0,556 µS km-1

C’ 7,8 nF km-1

Fig. 10 – Tensão a 685,4 m: (1) dado experimental; (2) modelagem


Conforme adotado por [1], o valor da constante σc é igual com parâmetros constantes; (3) modelagem com parâmetros variáveis
a 30. A tensão disruptiva do ar VC é igual a 550 kV. em função da frequência.
Considerando o experimento desenvolvido por [4], foi
implementado em uma linha trifásica experimental de Como observado na fig. 10, os modelos com e sem o efeito
aproximadamente 2200 m, situada em Brilliant, Ohio. Com o da frequência sobre os parâmetros da linha, apresentam o
propósito de obter um circuito equivalente monofásico, para comportamento da tensão relativamente próximo do observado
utilização em simulações digitais, considerou-se somente a através da curva que ilustra a tensão obtida de forma
sequência zero da linha experimental. Assim, com os experimental, para distância de 685,4 m do terminal
parâmetros geométricos dessa linha experimental, foi possível primeiramente energizado.
obter os parâmetros longitudinais da linha equivalente As fig. 11 e 12 mostram o perfil da tensão a 1295,5 m e
monofásica sem levar em consideração o efeito da freqüência. 2185,4 m, respectivamente, para o modelo proposto e para os
A linha experimental foi energizada por uma fonte de dados experimentais obtidos em [4]. Vale ressaltar que a
tensão, similar à demonstrada na figura 6, em um de seus tensão obtida no ponto x = 2185,4 m é a mesma tensão sobre a
terminais, sendo as medições realizadas a aproximadamente carga ZC, uma vez que este ponto corresponde ao terminal B
685 m, 1295 m e a 2185 m a partir do terminal energizado em da linha em questão.
questão. Essas medições são mostradas na fig. 9 [4]. Observa-se nas fig. 11 e 12, assim como na fig. 10,
A fig. 10 mostra a tensão a 685,4 m do terminal energizado, resultados próximos à curva relativa as amostragens
utilizando o modelo proposto considerando o efeito da experimentais. Concluindo assim a validade e, tratando-se de
frequência e para parâmetros constantes em função da mesma. um modelo equivalente aproximado para o efeito corona,
razoável precisão nos resultados obtidos.
E, através da curva (1), o resultado experimental já
demonstrado na fig. 10.
8

Nesta análise a fonte V(t) é do tipo degrau, como descrito


na equação (33). A energização da linha no instante t = 0 é
representada através da fonte V(t) e pela chave S, de acordo
com a fig. 13.
Vale observar que um sinal do tipo degrau é composto por
um amplo espectro de frequências, logo possibilitando a
indução das evidências intencionadas através da verificação
em questão.

V(t ) > VC para t≥0


 (33)

 V(t ) = 0 para t<0

A fig. 14 mostra o perfil da tensão sobre o terminal B para
o modelo proposto, considerando e desconsiderando o efeito
da frequência sobre os parâmetros longitudinais da linha.
Fig. 11 – Tensão a 1295,5 m: (1) dado experimental; (2) modelagem
com parâmetros constantes; (3) modelagem com parâmetros variáveis Considera-se a fonte de tensão descrita por (33).
em função da frequência.

Fig. 12 – Tensão a 2185,4 m: (1) dado experimental; (2) modelagem Fig. 14 – Tensão no terminal B em aberto: (1) sem considerar o
com parâmetros constantes; (3) modelagem com parâmetros variáveis efeito da frequência; (2) considerando o efeito da frequência.
em função da frequência.
Devido à incidência e reflexão de ondas de tensão,
B. Análise da influência da frequência sobre os parâmetros decorrente do terminal B da linha em aberto, é possível
longitudinais para modelagem proposta observar o caráter oscilatório durante o transitório descrito
Com o intuito de verificar eventuais disparidades entre o pela fig. 14.
modelo proposto levando em conta a ação da frequência e sem Através da fig. 14 observam-se as disparidades do modelo
a ação desta, esta seção mostra resultados obtidos na proposto quando considerado e desconsiderado o efeito da
simulação dos transitórios decorrentes da energização e corona frequência. Observa-se uma significativa diferença no
da linha monofásica esboçada pela fig. 13. comportamento oscilatório das curvas que ilustram as tensões
transitórias para as duas situações consideradas. Enquanto a
S curva (1) apresenta um comportamento oscilatório mais
A B acentuado, a curva (2) apresenta oscilações suaves sem picos
de tensão isolados.
Uma segunda observação importante está relacionada à
V(t) diferença da amplitude de tensão em alguns pontos das curvas
(1) e (2). Como mostra a fig. 15.
Solo Observando de uma forma mais detalhada o gráfico da fig.
14, é possível observar pontos onde as curvas (1) e (2)
2200 m apresentam grandes diferenças, indicadas pela medida D entre
as curvas, na fig. 15.
Fig. 13 – Esquema da linha monofásica utilizada na análise.
9

Na fig. 15 a diferença indicada por D, entre as duas curvas, longitudinais da linha, mas especificadamente, resistência e
é de aproximadamente 400 kV. A maior amplitude chega a ser indutância longitudinais. Com esta verificação é possível
mais de duas vezes a tensão da menor amplitude, entre as mensurar a precisão do modelo proposto no que diz respeito a
curvas (1) e (2). É possível observar também, de forma mais frequência do sinal elétrico atuante no sistema. Para o devido
detalhada, diversos picos de tensão e um perfil claramente fim, adota-se uma fonte de tensão do tipo degrau para verificar
oscilatório para curva (1) enquanto a curva (2), como já a sensibilidade dos dois procedimentos em relação à
observado, apresenta comportamento amortecido. frequência. A partir deste procedimento, conclui-se que as
discrepâncias são mais ou menos evidentes de acordo com o
sinal elétrico aplicado na linha, conclusão esta obtida a partir
das simulações realizadas aplicando-se os dois sinais elétricos
não-lineares descritos na seção 5.
Porém, é importante advertir que existem distúrbios
eletromagnéticos com uma ampla gama de componentes
harmônicas, como por exemplo, as descargas elétricas de
origem atmosférica. Para eventuais ocorrências o
procedimento no qual o efeito da frequência não é
considerado, por razões obvias, é inadequado. Uma vez que a
grande maioria das frequências, que compõe o distúrbio
citado, não será considerada na síntese da correspondente
modelagem e simulações.

REFERÊNCIAS
[1] M. S. Mamis, “State-space transient analysis of sigle-phase
Fig. 15 – Tensão no terminal B em aberto: (1) sem considerar o transmission lines with corona”, presented at Int. Conf. on Power
efeito da frequência; (2) considerando o efeito da frequência. Systems Transients – IPST´03, New Orleans, USA, 2003.
[2] R. D. Fuchs, Transmissão de Energia Elétrica: Linhas Aéreas; Teoria
A partir dos resultados demonstrados, descritos nas figuras das Linhas em Regime Permanente, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Cientificos, 1979.
anteriores, foi possível analisar de forma relativamente
[3] M. A. Freitas, S. Kurokawa, J. Pissolato, “Inclusão do Efeito Corona
detalhada as principais disparidades nas simulações utilizando- em Linhas de Transmissão, Considerando o Efeito da Frequência sobre
se o modelo corona, quando incluída a ação da frequência e os Parâmetros Longitudinais”, presented at Simpósio Brasileiro de
quando a mesma é desconsiderada. Sistemas Elétricos -SBSE, Belo Horizonte, Brasil, 2008.
[4] C. F. Wagner and B. L. Lloyd, “Effects of Corona on Traveling
Waves”. Power Apparatus and Systems, Part III. Trans. of the Americ.
VI. CONCLUSÕES Inst. of Electr. Eng., vol. 74, no. 2, Part III-B, pp. 1247-1260, 1954.
[5] B. Gustavsen and A. Semlyen, “Simulation of transmission line
A partir dos dados experimentais obtidos por [4] e dos transients using vector fitting and modal decompositon”. IEEE Trans.
resultados obtidos através de simulações pelo modelo corona on Power Delivery, vol. 13, no. 2, pp. 605-614, 1998.
elaborado, é possível realizar observações sobre a precisão da [6] M. S. Sarto, A. Scarlatti, C. L. Holloway, “On the use of fitting models
for the time-domain analysis on problems with frequency-dependent
metodologia em questão. parameters”, presented at IEEE int. Symp. On Electromagnetic
É importante concluir ressaltando que o modelo proposto Compatibility, Montréal, Canada, 2001.
para o fenômeno corona trata-se de um modelo analógico [7] J. R. Marti, “Accurate modeling of frequency dependent transmission
equivalente, como descrito anteriormente, representado por line in electromagnetic transient simulations”. IEEE Trans. on Power
Apparatus. and Systems., vol. PAS-101, no. 1, pp. 147-155, 1982.
elementos discretos descritos pela bibliografia básica de [8] S. Kurokawa, F. N. R. Yamanaka, A. J. Prado, L. F. Bovolato, J.
circuitos elétricos. Desta forma, o corrente modelo representa Pissolato, “Representação de linhas de transmissão por meio de
com razoável precisão os transitórios eletromagnéticos variáveis de estado levando em consideração o efeito da frequência
sobre os parâmetros longitudinais”. SBA. Sociedade Brasileira de
observados durante o efeito corona em uma linha, uma vez que Automática, vol. 18, pp. 337-346, 2007.
o fenômeno físico em questão é representado através de um [9] F. N. R. Yamanaka, S. Kurokawa, J. A. Prado, J. Pissolato, L. F.
circuito elétrico equivalente, como descrito. Levando em Bovolato, “Análise da distribuição longitudinal e temporal de ondas
eletromagnéticas em linhas de transmissão através do uso de variáveis
consideração as observações preliminares do modelo em de estado”, presented at 6th Latin-American Congress on Electricity,
questão e objetivo pré-estabelecido (apresentar um modelo de Gener. and Transm., Mar Del Plata, Argentina, 2005.
fácil implementação para as simulações computacionais [10] H. W. Dommel, “Electromagnetic Transients Program Reference
Manual”. Dept. of Electrical Engineering, University of British
envolvendo o efeito corona, com precisão aproximada aos
Columbia, Vancouver, Canada.
dados empíricos), consideram-se então satisfatórios os [11] H. H. Skilling, “Distortion of traveling waves by corona”. AIEE Trans.,
resultados obtidos, destacando a aproximada semelhança entre vol. 50, p. 850, 1937.
os dados simulados e experimentais. [12] J. Umoto, T. Hara, “Numerical analysis of surge propagation on single-
conductor systems considering corona losses”. Electr. Eng. Japan, vol.
Uma segunda analise é realizada com o intuito de elucidar 89 (5), pp 21-28, 1969.
disparidades no modelo apresentado considerando e [13] R. M. Nelms, G. B. Sheble, S. R. Newton, L. L. Grigsby, “Using a
desconsiderando o efeito da frequência sobre os parâmetros personal computer to teach power system transients”. IEEE Trans. on
Power Systems, vol. 4, no. 3, pp. 1293-1297, 1989.
10

[14] M. S. Mamis and A. Nacaroglu, “Transient voltage and current [17] A. Morched, B. Gustavsen, M. Tartibi. “A universal model for accurate
distributions on transmission line”. IEE. Proc. Gener. Transm. Distr., calculation of electromagnetic transients on overhead lines and
vol. 149, no. 6, pp 705-712, 2002. underground cables”. IEEE Trans. on Power Delivery, vol. 14, no. 3,
[15] M. S. Mamis and M. E. Meral, “State-space modeling and analysis of pp. 1032-1038, 1999.
fault arcs”. Electric Power Systems Research, vol. 76, no. 1, pp. 46-51, [18] B. Gustavsen and A. Semlyen, “Application of vector fitting to state
2005. equation representation of transformers for simulation of
[16] L. Marti, “Low-order approximation of transmission line parameters electromagnetic transients”. IEEE Trans. on Power Delivery, vol. 13,
for frequency-dependent models”. IEEE Trans. On Power Apparatus no. 3, pp. 834-842, 1998.
and Systems, vol. PAS-102, no. 11, pp 3582-3589, 1983. [19] B. Gustavsen and A. Semlyen, “Rational approximation of frequency
domain response by vector fitting”. IEEE Trans. on Power Delivery,
vol. 14, no. 3, pp. 1052-1061, 1999.

View publication stats

Você também pode gostar