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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI


GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

HUGO JÁRIO DE ALMEIDA SILVA

SOFROLOGIA E TREINAMENTO RESISTIDO PARA O TRATAMENTO DE


MULHERES COM FIBROMIALGIA: UM ESTUDO CONTROLADO
RANDOMIZADO

SANTA CRUZ - RN
2017
HUGO JÁRIO DE ALMEIDA SILVA

SOFROLOGIA E TREINAMENTO RESISTIDO PARA O TRATAMENTO DE


MULHERES COM FIBROMIALGIA: UM ESTUDO CONTROLADO
RANDOMIZADO

Artigo científico, apresentado a


Faculdade de Ciências da Saúde do
Trairi da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, para obtenção
do título de Bacharel em
Fisioterapia.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo


Cardoso de Souza

SANTA CRUZ - RN
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA

Silva, Hugo Jário de Almeida.


Sofrologia e treinamento resistido para o tratamento de
mulheres com fibromialgia: um estudo controlado randomizado /
Hugo Jário de Almeida Silva. - 2017.
52f.: il.

Artigo Científico (Graduação em Fisioterapia) - Universidade


Federal do Rio Grande do Norte, Faculdade de Ciências da Saúde do
Trairi. Santa Cruz, RN, 2017.
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Cardoso de Souza.

1. Fibromialgia - Artigo científico. 2. Relaxamento - Artigo


científico. 3. Exercício resistido - Artigo científico. 4. Dor -
Artigo científico. 5. Qualidade de vida - Artigo científico. I.
Souza, Marcelo Cardoso de. II. Título.

RN/UF/FACISA CDU 616.72-002.77


HUGO JÁRIO DE ALMEIDA SILVA

SOFROLOGIA E TREINAMENTO RESISTIDO PARA O TRATAMENTO DE


MULHERES COM FIBROMIALGIA: UM ESTUDO CONTROLADO
RANDOMIZADO

Artigo científico, apresentado a


Faculdade de Ciências da Saúde do
Trairi da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, para obtenção do
título de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovado em: ________ de __________________ de __________.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________. NOTA: __________

Prof. Dr. Marcelo Cardoso de Souza


Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________________________. NOTA: __________

Prof. Dr. Dimitri Taurino Guedes – Membro da banca.


Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________________________. NOTA: __________

Prof. Dr. Caio Alano de Almeida Lins – Membro da banca.


Universidade Federal do Rio Grande do Norte
AGRADECIMENTOS

Sou grato, primeiramente a Deus, que me deu energia para concluir esse

trabalho de conclusão de curso.

Agradeço à minha mãe Weruska e minha avó Tetê por todo amor, carinho,

paciência, apoio e incentivo ao término da faculdade; À minha Irmã, que mesmo

longe, me apoiou e ajudou nessa caminhada; As minhas outras mães Tia Palmira,

Tia Jaqueline e Tia Paulina que deram puxões de orelhas, quando necessário, e

conselhos para o bem. À minha tia Waleska e meus primos queridos Tereza

Cristina, Francisco Emanuel e Luara Sophia por me animar e me querer sempre por

perto com todo amor de família; À Tia Janaiky, por ajudar desde antes a faculdade e

durante todos esses anos com conselhos, amor, e muitos sorrisos; aos meus

primos/irmãos Moisés, Rômulo, Caio Cesar, Igor, Guilherme, Marina, Francielly,

Alan, Pedro César e Paulo Almeida; À Tio júnior por cuidar e me orientar desde

pequeno.

Aos meus amigos Aurielle, Gefeson, Rislley, Arthur, Maria Antônia que

mesmo distante nunca deixaram de ser amigos de verdade nos momentos felizes e

tristes que passei durante esses 5 anos.

À minha família residência Felipe costa, Mayra, Cris, Bruna, Luana Medeiros,

Jaíne, Muriele, Brenna, que sempre estarão em meu coração.

Aos amigos Cortez Junior, Caroline Gomes, Debora Melo, Albaniza, Luana,

Jarson, Daniel, Ialana, Renatha, Aline, Mayara, Leilan, Karol, Juliana, que eu ganhei

durante os cincos anos de graduação, que me ajudaram nas horas difíceis e

confusas, nos momentos de felicidade e tristeza; nossa amizade será para toda a

vida.
Ao meu orientador e amigo Prof. Dr. Marcelo Cardoso por ensinar não

somente o aprendizado acadêmico, e sim, ensinamentos para a vida. Terei orgulho

de dizer que fui seu aluno.

Por fim, a todos que fizeram parte dessa etapa conquistada.


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 8
1.1 Fibromialgia e exercício físico ................................................................................................ 8
1.2 Fibromialgia e sofrologia ........................................................................................................ 9
2. MÉTODO..................................................................................................................................... 10
2.1 Grupo sofrologia (GS) ........................................................................................................... 11
2.2 Grupo Resistido (GR)............................................................................................................ 13
3. RESULTADOS ............................................................................................................................ 16
4. DISCUSSÃO ................................................................................................................................ 27
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 29
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 30
APÊNDICES ........................................................................................................................................ 44
ANEXOS .............................................................................................................................................. 46
SOFROLOGIA E TREINAMENTO RESISTIDO PARA O TRATAMENTO DE
MULHERES COM FIBROMIALGIA: UM ESTUDO CONTROLADO RANDOMIZADO

*Hugo Jário de Almeida Silva1, José Cortez Assunção Júnior1, Franciele Santos de Oliveira1,

Jaine Maria de Pontes Oliveira1, Glauko André Figueiredo Dantas2, Caio Alano de Almeida

Lins3, Marcelo Cardoso de Souza3

1- Aluno do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte -

Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA/UFRN, Santa Cruz, RN – Brasil.

2- Professor Substituto do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte - Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA/UFRN, Santa Cruz, RN –

Brasil

3- Professor Adjunto do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte - Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA/UFRN, Santa Cruz, RN - Brasil

Endereço para correspondência:


Prof. Dr. Marcelo Cardoso de Souza
Endereço: Rua Vila Trairi, S/N, Centro, Santa Cruz – RN, Brasil- CEP: 59200-000
Tel: (84) 3291.2411
Email: marcelocardoso@facisa.ufrn.br

Conflito de interesses: não há


Fontes de fomento: não há

* Autor principal do artigo.


RESUMO
Introdução: Exercícios físicos têm sido recomendados para melhorar o bem-estar global em

pacientes com fibromialgia. Os exercícios de relaxamento corporal parecem também

demonstrar algum efeito benéfico, mas não existe um consenso em relação à essa modalidade.

Objetivo: comparar a efetividade da sofrologia e do treinamento resistido na melhora da dor

de mulheres com fibromialgia. Métodos: estudo clínico, controlado, randomizado com

avaliador cego. Foram incluídas sessenta (60) mulheres com diagnóstico médico de

fibromialgia randomizadas em dois grupos: grupo sofrologia (GS) que participaram de um

programa de relaxamento baseado na sofrologia (n = 30) e grupo resistido (GR) (n = 30).

que participaram de um programa de treinamento resistido para bíceps braquial, peitoral,

tríceps braquial, extensores de joelho, trapézio, flexores de joelho, abdutores do quadril.

Ambos os grupos foram tratados 2 vezes por semana durante 12 semanas e reavaliações a

cada 4 semanas. Os instrumentos de avaliação utilizados foram escala visual analógica de dor

(EVA), teste de 1 repetição máxima (1 RM), qualidade de vida geral (SF-36), o teste de

caminhada de 6 minutos (TC6), o teste Timed Up and Go (TUG) e o fibromyalgia impact

questionnaire (FIQ). Resultados: Percebeu-se que o GR apresentou diminuições

estatisticamente significativas da dor (EVA) no decorrer das avaliações (p<0,05) e aumento

na força dos músculos avaliados (p<0,05). No GS, comparado a T0 houve diminuições

estatisticamente significativas da dor (p<0,05) e não tiveram diferenças significativas em

relação à força muscular. Houve diferenças entre os grupos, com melhores índices para o GR,

apenas com relação a força, TC6 e capacidade funcional de domínio do SF36 (p<0,05).

Conclusão: Não encontramos diferença na dor entre os grupos. O treino resistido foi mais

eficaz que a sofrologia na melhora da força e capacidade funcional de mulheres com

fibromialgia.

Palavras-chaves: fibromialgia, relaxamento, exercício resistido, dor, qualidade de vida.


8

1. INTRODUÇÃO
A fibromialgia (FM) é uma doença caracterizada por dor crônica generalizada e

distúrbio do sono, fadiga, redução da força muscular, depressão, ansiedade, cólon

irritável, e outros sintomas que causam prejuízo da qualidade de vida (Dobkin et al.,

2005; Figueroa et al., 2008; Gowans et al., 2004; Valim, 2006) e está associada a fatores

genéticos, neuroendócrinos e psicológicos (Moldofsky, 1989). A dor crônica, que leva à

ativação do sistema de estresse, muito provavelmente contribui para o aumento de

fadiga em pacientes com fibromialgia reduzindo, geralmente, produtividade no

ambiente de trabalho (Moldofsky, 1989).

A prevalência da FM na população geral varia de 0,66 a 4,4%, variando de

acordo com o perfil de pacientes avaliados e da metodologia de estudo (Cavalcante et

al., 2006). A maioria dos estudos aponta que a FM é mais prevalente em mulheres do

que em homens, numa relação de 8 para 1, especialmente na faixa etária entre 35 a 60

anos (Castro et al., 2011). Pesquisa realizada no Brasil confirma que a fibromialgia é a

segunda doença reumatológica mais frequente nos ambulatórios, ficando somente atrás

da osteoartrite (Heymann et al., 2010).

1.1 Fibromialgia e exercício físico


Exercícios físicos têm sido recomendados para melhorar o bem-estar global em

pacientes com fibromialgia, com objetivo principal de reparar os efeitos da falta de

condicionamento físico, e melhorar os sintomas, especialmente a dor e a fadiga

(Chaitow, 2002; Kelley et al., 2010). Em uma revisão de literatura Valim (2006)

comprova que os exercícios físicos na fibromialgia são benéficos, de baixo custo e

promovem diminuição da dor e de outros sintomas da doença.


9

Estudos com treinamento resistido comparados com exercícios aeróbios para

melhora da intensidade da dor em pacientes com fibromialgia comprovam resultados

satisfatórios nos tratamentos desta doença (Hooten et al., 2012; Valim, 2006). Outros

estudos com exercícios aeróbios e de resistência tem comprovado seus benefícios para

melhorar a aptidão física, capacidade funcional e redução dos sintomas da doença, além

de outras modalidades de exercícios como a yoga, o tai chi chuan e plataformas de

vibração, que vem sendo investigados para determinar seus efeitos (Busch et al., 2011).

1.2 Fibromialgia e sofrologia


Os exercícios de relaxamento corporal parecem também demonstrar algum

efeito benéfico, mas não existe um consenso em relação a isso, uma vez que sempre

recomendamos mais exercícios ativos do que passivos. Técnica como yoga, tai chi,

acupuntura e música estão sendo citadas na literatura como alternativas complementares

com efeitos promissores (da Silva et al., 2007; Garza-Villarreal et al., 2015; Wang et al.,

2015).

Dentre os exercícios de relaxamento corporal, a Sofrologia que é bem conhecida

em países europeus, vem ganhando espaço no cenário nacional. A Sofrologia origina-se

das palavras: sos = serenidade, harmonia; phren: mente, consciência e logos: estudo,

conhecimento. Assim, etimologicamente "Sofrologia" significa: estudo da consciência

em equilíbrio. É a ciência do espírito sereno aplicada à consciência humana (Chéné and

Ermakova, 2012).

A sofrologia traz técnicas e métodos específicos. Estas técnicas podem ser

adequadas por cada profissional e para cada paciente. Permite também que a paciente

mantenha a força e a amplitude de movimento, pois o método inclui exercícios estáticos

e dinâmicos; A Sofrologia dá ao paciente o comprometimento de trabalhar sozinho,

definindo objetivos para a sua vida, tornando o consciente do seu bem-estar e da


10

capacidade para ajudar a si mesmo. Traz também como principio da ação positiva,

ativando forças positivas de ser (Campos, 2015). Um estudo feito com pacientes com

câncer mostrou que a sofrologia diminuiu o estresse, melhorando o bem-estar dessas

pessoas (Dudoit et al., 2012).

A sofrologia foi escolhida como um novo tratamento para testar sua

efetividade na redução dos sintomas em mulheres com FM. A sofrologia já mostrou

resultados significativos nos domínios da dor, aspectos sociais e estado geral de saúde

do SF36 e TUG em uma avaliação intragrupo realizada em um estudo piloto. De

Oliveira et al. (2016) descrevem que a sofrologia melhora a funcionalidade da

fibromialgia avaliada por TUG e FIQ após 12 semanas de tratamento, mas com uma

amostra muito pequena e uma análise muito superficial dos dados.

A FM determina impacto negativo relevante na dor, qualidade de vida e outros

sintomas dos pacientes acometidos. Na literatura há vários estudos comprovando que os

exercícios físicos são eficazes no tratamento da fibromialgia, principalmente os

aeróbios. Sendo assim, na presença de várias formas de tratamento não farmacológico, o

objetivo deste estudo foi comparar a efetividade da sofrologia e do treinamento resistido

na melhora da dor de mulheres com fibromialgia.

2. MÉTODO
Estudo clínico, randomizado e com avaliador cego no qual foram recrutadas

sessenta mulheres com diagnóstico de fibromialgia. O tamanho da amostra foi calculado

baseando-se na variável EVA, tendo sido considerado um poder de 95% e significância

de 5%. O cálculo foi feito fundamentado em comparações de duas amostras pelo

software MINITAB 14, 27 pacientes em cada grupo seriam necessários, considerando

possíveis perdas (10%), foram incluídos 30 pacientes em cada grupo.


11

Foram incluídas mulheres com diagnóstico clínico de fibromialgia de acordo

com Critérios de Classificação do American College of Rheumatology (Wolfe et al.,

1990) com idade entre 18 e 60 anos. Todos os pacientes leram e assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido em duas vias.

A amostra foi selecionada por conveniência através da lista de espera da clínica

escola da FACISA/UFRN. A randomização foi feita através de um programa de

computador, e deste resultado, foram feitas e colocadas fichas em envelopes opacos e

selados para manter o sigilo de alocação. As voluntárias foram divididas aleatoriamente

após a avaliação inicial em dois grupos: o grupo sofrologia (GS) que participaram de

sessões de sofrologia (n = 30) e grupo resistido (GR) que participaram de um programa

de treinamento resistido global (n = 30). Os dois grupos foram submetidos aos

tratamentos 2 vezes por semana com duração de 12 semanas.

Foram excluídas pacientes com insuficiência arterial, hipertensão arterial

sistêmica descompensada, doença cardiorrespiratória descompensada, história de

síncope ou arritmias induzidas pelo exercício físico, diabetes descompensada, doença

psiquiátrica grave, história de exercício físico regular (pelo menos 2 vezes por semana)

no últimos 6 meses e qualquer outra condição que impossibilitou o paciente de realizar

exercícios físicos.

O estudo foi aprovado pelo CEP / FACISA (Número: 1.245.074) e foi realizado

na Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - FACISA / UFRN, na cidade de Santa

Cruz-RN, Brasil.

2.1 Grupo sofrologia (GS)


O GS realizou 2 sessões de relaxamento corporal por semana, com base na

técnica de sofrologia. Cada sessão com duração de 40 minutos por um período de 12


12

semanas. As pacientes ficavam deitadas em tapetes confortáveis, com música relaxante

ao fundo, em uma sala com temperatura de aproximadamente 25° (figura 1).

Figura 1: Grupo de mulheres com fibromialgia realizando relaxamento de acordo com a

técnica de sofrologia.

Uma fisioterapeuta recitava alguns comandos verbais: “feche os olhos”,

“analise sua respiração e seus batimentos cardíacos, a fim de tranquilizá-los”,

“imagine seu corpo relaxando progressivamente, músculo a músculo”, “estou sentido

meu braço esquerdo bem relaxado, muito relaxado, cada vez mais relaxado”, ‘imagine
13

um rio em um bosque”, “sinta as águas desse rio passando por entre seus pés”, “essas

águas estão retirando todas as dores, o cansaço...”

Ao entrar no estado de relaxamento, as pacientes eram convidadas a pensar um

pouco sobre sua doença, sua vida, imaginando pontos positivos e negativos e ao analisar

tudo, o fisioterapeuta pedia que se concentrassem nos pontos negativos e ao se

concentrar nesses pontos negativos, era pedido que elas tentassem ver um lado bom de

cada ponto.

Nos momentos finais da sessão, as pacientes retornavam do relaxamento através

dos comandos: "aperte suas mãos firmemente, o mais calmo e relaxado, vamos apertar

as mãos mais forte, quando você tiver a impressão de ter se recuperado

suficientemente, você abrirá os olhos e se espreguiçará profundamente. Você retomará

contato com todo o positivo que o cerca”.

2.2 Grupo Resistido (GR)


O GR realizou um programa de treinamento resistido com um peso de

treinamento por cálculo de 1 repetição máxima (1RM), duas vezes por semana, com

duração de 40 minutos por um período de 12 semanas. O programa de exercícios é

descrito a seguir:

✓ 3 séries de 12 repetições, com intervalo de 1 a 2 minutos de recuperação de

uma série para outra, alternando e membros inferiores.

✓ cargas com 60% de 1RM no primeiro mês, 70% de um novo teste de 1 RM no

segundo mês e 80% de um novo teste de 1 RM no terceiro mês.

✓ No final de cada 4 semanas, as pacientes foram reavaliadas para a progressão

das cargas.
14

Os seguintes músculos foram treinados: bíceps braquial, tríceps, peitorais,

trapézio extensores de joelho, flexores de joelho e abdutores do quadril. Os exercícios

são mostrados na figura 2:

Figura 2 - (A) Bíceps (B) Peitoral (C) Tríceps (D) Extensores de joelho (E) Trapézio (F) Flexores do

joelho (G) Abdutores do quadril


15

As avaliações foram realizadas por um fisioterapeuta cego nos seguintes momentos:

avaliação inicial (T0), 4 semanas (T4), 8 semanas (T8) e 12 semanas (T12) através dos

seguintes instrumentos:

 Dor (T0, T4, T8 e T12): a avaliação da dor feita através do EVA (escala visual

analógica) (Maeda et al., 2006), onde o paciente indica o grau da sua dor, com

pontuação de 0 a 10 cm, sendo zero a ausência de dor, e dez dor insuportável.

 Teste de 1 Repetição máxima - 1RM (T0, T4, T8 e T12): A máxima carga que

pode ser levantada em apenas uma repetição completa (Pereira and Gomes, 2003).

 Qualidade de vida relacionada à doença (T0 e T12): a avaliação foi realizada

pelo FIQ – Fibromyalgia Impact Questionnaire, questionário que avalia a

ansiedade, depressão e performance física na fibromialgia. Utilizou-se a versão

traduzida para a população brasileira (Marques et al., 2006).

 Qualidade de vida geral (T0 e T12): a avaliação de qualidade de vida foi realizada

pelo SF-36 (Ciconelli et al., 1999), um questionário de qualidade de vida, traduzido

para o português, contendo 36 questões. O resultado é dado em 8 domínios:

capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade,

aspectos emocionais, saúde mental e aspectos emocionais, com pontuação de 0 a

100, sendo que zero indica pior condição e cem a melhor.

 Teste de caminhada de 6 minutos (TC6) (T0 e T12): É teste sub-maximo para

avaliar capacidade funcional realizado em local plano de 30 metros por 6 minutos

(Brooks and Solway, 2003).

 Timed Up and Go (TUG) (T0 e T12): é um teste funcional que quantifica a

mobilidade funcional em segundos através do tempo em que o indivíduo executa a

tarefa, ou seja, quantos segundos ele levanta de uma cadeira padrão com suporte E
16

braços (aproximadamente 46 cm de altura e braços de 65cm de altura), caminha 3

metros, gira, volta para a cadeira e fica novamente. O teste foi projetado

principalmente para avaliar risco de quedas em idosos, com as seguintes

pontuações: menos de 20 segundos para desempenho, correspondente ao baixo risco

de queda, de 20 a 29 segundos, risco médio de quedas e 30 segundos ou mais, um

alto risco de quedas (Podsiadlo and Richardson, 1991).

A análise estatística foi realizada utilizando o pacote Estatístico para o

programa de Ciências Sociais (SPSS) versão 20.0. A distribuição normal de dados e

a homogeneidade de variância foram verificadas pelos testes Kolmogorov-Smirnov

(KS) e Levene, respectivamente. As estimativas do efeito médio (diferenças entre os

grupos) para todas as variáveis foram calculadas utilizando o modelo combinado

ANOVA. Este modelo de análise incorporou os grupos de intervenção (treinamento

de resistência e sofrologia), tempo (T0, T4, T8 e T12) e a interação grupo × tempo.

Quando um valor F significativo foi encontrado, o teste Bonferroni post-hoc foi

aplicado para identificar as diferenças. Para avaliar a resposta à intervenção, a

análise de intenção de tratamento foi utilizada, com a última avaliação realizada

quando necessário. Um nível de significância de 5% foi adotado para todas as

análises estatísticas (P <0,05), que foram conduzidas por um pesquisador

independente.

3. RESULTADOS
Os grupos mostraram características iniciais homogêneas, não apresentando

diferenças significativas à idade, GR=44,93 ±10,30 e GS=49,40±8,30 anos e ao índice

de massa corporal(IMC) 26,38±8,62 e 26,61±4,86, respectivamente.


17

Treze mulheres abandonaram o estudo por motivos de diagnóstico de

chikungunya (5), cirurgia (1), viagem (2), causas pessoais (1) e sem justificativas (4),

mas todas foram analisadas com intenção de tratar (figura 3).

Elegíveis para o estudo (n=61)

Excluída por incapacidade de


realizar exercício físico (1)

Randomizados (n= 60)

Alocação
T0 Grupo exercício resistido (n=30) Grupo sofrologia (n=30)
(n=30)

Acompanhamento
Perda de segmento (n=5) Perda de segmento (n=3)

T4  Chikungunya (n=2)
 Chikungunya (n=1)
 Sem justificativa (n=1)
 Cirurgia (n=1)
 Viagem (n=2)
 Sem justificativa (n=1)

Acompanhamento
T8 Perda de segmento (n=2) Perda de segmento (n=3)

 Sem justificativa (n=1)  Chikungunya (n=2)


 Causas pessoais (n=1)  Sem justificativa (n=1)

Análises
T12 Analisados (n=30) Analisados (n=30)

Todos os pacientes foram analisados com intenção de tratar (n= 60)

Figura 3. Fluxograma do estudo


18

A tabela 1 mostra os valores obtidos para EVA e 1RM de sete grupos

musculares no período de 12 semanas (T0, T4, T8 e T12) nos dois grupos. Percebeu-se

que o GR apresentou diminuições estatisticamente significativas da dor (EVA) no

decorrer das avaliações (p<0,05) e aumento na força dos músculos avaliados (p<0,05).

No GS, comparado a T0 houve diminuições estatisticamente significativas da dor

(p<0,05) e não tiveram diferenças significativas em relação à 1RM.

Na tabela 2 foram analisadas as demais variáveis em T0 e T12. Com relação ao

GR percebeu-se melhoras estatisticamente significativas no teste de caminhada de 6

minutos, TUG, e nos domínios do SF-36 (p<0,05). No GS observaram-se diferenças

estatisticamente significativas nos domínios dor, estado geral de saúde e aspectos

sociais (p<0,05) do SF36 e no TUG (p<0,05). As demais variáveis não apresentaram

diferenças significativas.

Quando realizada a comparação intergrupo na tabela 3, em T4, obteve diferença

em flexores de joelho e trapézio, (p=0,02); em T8, extensores de joelho (p=0,008),

flexores de joelho (p=<0,001), abdutores (p=0,01), bíceps. (P=0,08), tríceps (p=0,03) e

trapézio (p=0,004); extensores de joelho, flexores de joelho, trapézio (p<0,001),

respectivamente; abdutores do quadril (p=0,003), bíceps (p=0,005), tríceps (p=0,004) e

peitoral (p=0,006). Não obteve diferença significativa em relação à EVA quando

comparado intergrupo.

A tabela 4 mostra que a análise entre os grupos em T12 foi melhor para o

fortalecimento, quando comparado à sofrologia no TC6 (p=0,019) e na capacidade

funcional do SF36 (p=0,02). Nas demais variáveis não encontramos diferenças

significativas.
19

Tabela 1 – A Tabela de 1 mostra os valores da média e desvio padrão das variáveis analisadas (EVA, RM de extensores de joelho, flexores

de joelho, abdutores do quadril, bíceps, tríceps, peitoral e trapézio) e as diferenças intragrupo, nos quatro momentos de avaliação (T0, T4,

T8 e T12) nos dois grupos avaliados.

EXERCÍCIO RESISTIDO SOFROLOGIA


(n=30) (n=30)
Média ± DP Média ± DP
Variáveis
(IC 95%) (IC 95%)
T0 T4 T8 T12 T0 T4 T8 T12
EVA (cm) 6,67 (1.47) 5,56* (2,32) 5,23* (2,16) 4,06*+# (2,58) 6,27 (1,36) 5,16* (1,51) 4,90* (1,73) 5,1* (1,62)

1RM
13,76 (6,6) 16,9* (7,4) 20,3*+ (9,2) 22,8*+# (9) 13,7 (8,3) 14,46 (8,4) 14,16 (8,1) 14,13 (7,7)
Extensores de joelho (kg)

1RM
6,16 (3,1) 8,1* (3,45) 9,1*+ (3,6) 11,1*+# (4,3) 5,26 (2,57) 6,1 (2,88) 6 (2,9) 6,8 (3,4)
Flexores de joelho (kg)

1RM
4,3 (1,4) 5,3* (1,7) 5,6* (1,7) 6,6*+# (2,1) 4,5 (1,9) 4,6 (1,4) 4,5 (1,6) 4,7 (1,7)
Abdutores do quadril (kg)

1RM
8,8 (2,9) 10,2* (2,6) 11*+ (3) 12,6*+# (4) 8,6 (4) 9,03 (3,8) 9,3 (4,1) 9,5 (4)
Bíceps (kg)
20

1RM
8,3 (2,9) 10,2* (2,8) 11,1* (3) 12,1*+# (3,4) 7,8 (3,6) 8,8 (4) 9 (4,2) 9,1 (4)
Tríceps (kg)

1RM
9,2 (4,6) 11,1* (4,6) 12,8*+ (5,4) 14,3*+# (6) 10 (6) 10,5 (5,9) 10,4 (5,8) 10,1 (5,3)
Peitoral (kg)

1RM
15,6 (7) 20,1* (7,8) 22*+ (9,1) 26,9*+# (10,5) 14,5 (8) 15,3 (8,5) 15,2 (8,4) 16,1 (9,3)
Trapézio (kg)

* Diferença estatisticamente significativa para o momento T0, p<0,05. + Diferença estatisticamente significativa para o momento T4, p<0,05. # Diferença

estatisticamente significativa para o momento T8, p<0,05. EVA = escala visual analógica de dor. 1RM= teste de 1 repetição máxima. Kg= quilogramas.
21

Tabela 2- Nesta tabela mostra os valores da média e desvio padrão das demais variáveis analisadas (FIQ, TC6, SF36 e TUG) no estudo e as

diferenças intragrupo, em dois momentos de avaliação (T0 e T12) nos dois grupos avaliados.

EXERCÍCIO RESISTIDO SOFROLOGIA


(n=30) (n=30)
Média ± DP Média ± DP
Variáveis
(IC 95%) (IC 95%)
T0 T12 T0 T12

FIQ 6,67 (1.2) 4,8 (2,2) 6,3 (1,2) 7,4 (1,1)

Teste de caminhada 6minutos(m) 429 (92) 472* (91) 404 (69) 415 (80)

TUG(s) 11,6 (2,8) 9,3* (2,3) 12,4 (3,2) 10,6* (2,6)

Aspectos sociais -SF36 52 (29,7) 67,3* (28,2) 53,5 (21,8) 63,9* (21,4)

Estado geral da saúde -SF36 35,5 (23,3) 47,2* (21) 38,6 (16) 44,6* (21,2)

Capacidade funcional -SF36 36,6 (20) 53,1* (21) 33,3 (16) 40 (20)
22

Limitação por aspectos físicos -SF36 15,8 (28,9) 45,8* (41) 18,3 (35,3) 28,6 (38,1)

Limitações por Aspectos emocionais-SF36 32,4 (39,6) 49,4* (38) 32,1 (40,3) 37,5 (43,4)

Dor-SF36 22,4 (18,3) 34,9* (23,4) 23,1 (17,1) 29,9* (17,2)

Saúde mental-SF36 50,9 (30) 59,5* (23,6) 53,3 (22,6) 58,6 (23,6)

*Diferença estatisticamente significativa para o momento T0 p<0,05. FIQ= Fibromyalgia Impact Questionnaire.TUG= timed up and go

test. SF-36= Short Form Health Survey.


23

Tabela 3 – Diferenças entre grupos das avaliações T4, T8 e T12, nos dois grupos avaliados (treinamento resistido e sofrologia), para

variáveis analisadas: EVA (cm), 1RM dos extensores de joelho, flexores de joelho, abdutores do quadril, bíceps, tríceps, peitoral e

trapézio (kg).

Diferenças entre os grupos


Variáveis
Intervalo de confiança (IC 95%)

T4 T8 T12

(IC 95%), p (IC 95%), p (IC 95%), p

Exercício resistido Exercício resistido Exercício resistido

VS p VS P VS p

Sofrologia Sofrologia Sofrologia

EVA (cm) 0,4 (-0,6 / 1,4) 0,43 0,33 (-0,6 / 1,3) 0,51 -1,04 (-2,1 – 0,08) 0,07

1RM
2,44 (-1,6 / 6,5) 0,24 6,14 (1,7 / 10,6) 0,008* 8,5 (4,3 / 13,0) <0,001*
Extensores do joelho (kg)

1RM
2 (0,35 / 3,6) 0,02* 3,1 (1,5 / 4,9) <0,001* 4,3 (2,2 / 6,2) <0,001*
Flexores de joelho (kg)
24

1RM
0,66 (-0,2 / 1,5) 0,14 1,1 (0,2 / 2,0) 0,01* 1,5 (0,56 / 2,5) 0,003*
Abdutores do quadril (kg)

1RM
1,2 (-0,5 / 2,9) 0,16 1,7 (-0,2 / 3,5) 0,08* 3,1 (0,98 / 5,2) 0,005*
Bíceps (kg)

1RM
1,4 (-0,38 / 3,2) 0,12 2,1 (0,11 / 3,9) 0,03* 3 (0,97 / 4,9) 0,004*
Tríceps (kg)

1RM
0,6 (-2,1 / 3,4) 0,64 2,4 (-0,53 / 5,3) 0,10 4,2 (1,2 / 7,1) 0,006*
Peitoral (kg)

1RM
4,8 (0,64 / 9,0) 0,02* 6,8 (2,2 / 11,3) 0,004* 10,8 (5,9 / 15,7) <0,001*
Trapézio (kg)

*Diferença estatisticamente significativa para o momento T4, T8 e T12, p<0,05. EVA = escala visual analógica de dor. 1RM= teste de 1

repetição máxima. Kg= quilogramas.


25

Tabela 4- Diferenças entre os grupos na avaliação T12 para ambos os grupos avaliados (treinamento de resistência e sophrologia) para as

demais variáveis analisadas.

Diferenças entre os grupos


.Variáveis
Intervalo de confiança (IC 95%)
T12

(IC 95%), p

Exercício resistido

VS p

Sofrologia

FIQ -2,6 (-6,8 / 1,6) 0,22

TC6 57 (12,6 / 101) 0,01*

TUG -1,3 (-2,5 / -0,01) 0,06

Aspectos sociais -SF36 -1,6 (-4,2 / 0,87) 0,19

Estado geral da saúde -SF36 2,6 (-8,2 / 13,5) 0,63

Capacidade funcional -SF36 13,1 (2,1 / 24,1) 0,02*

Limitação por aspectos físicos-SF36 17,1 (-3,2 / 37,7) 0,09


26

Limitações por aspectos emocionais-SF36 11,9 (-9,4 / 33,1) 0,27

Dor-SF36 5 (-5,6 / 15,6) 0,35

Saúde mental-SF36 0,9 (-11,3 / 13,1) 0,88

*Diferença estatisticamente significativa para o momento T12 <0,05. FIQ= Fibromyalgia Impact Questionnaire. 6MWT= 6 minute

walking test. TUG= timed up and go test. SF-36= Short Form Health Survey.
27

4. DISCUSSÃO
A dor é um dos principais sintomas da fibromialgia, desencadeando outros

diversos fatores que prejudicam na qualidade de vida dessas mulheres. Na literatura é

pouco descrito a efetividade do exercício resistido progressivo no tratamento da

fibromialgia, além disso, traz pouca evidência segundo a revisão sistemática

apresentada por Busch et al., (2013). Os resultados encontrados no presente estudo no

grupo de exercício resistido progressivos mostraram que, quanto maior a carga

adicionada ao longo do tempo, menor a EVA. Mas ainda não foi significativo nos três

meses, necessitando talvez de maior tempo de tratamento.

Recomenda-se que o exercício resistido seja utilizado de forma progressiva para

melhora da força muscular, consequentemente, melhora da agilidade, equilíbrio e

coordenação (Jones, 2015). A carga progressiva do estudo foi crescente ao longo de

doze semanas, a partir de 60%, 70% e 80% de 1RM. Todas as mulheres obtiveram o

aumento da carga, sem nenhuma desistência devido ao exercício e sem interrupção

devido ao aumento da dor. Com o exercício resistido progressivo houve aumento na

capacidade funcional dessas mulheres, avaliado pelo TC6 e o domínio capacidade

funcional do SF36 quando comparado à sofrologia em 12 semanas. A capacidade

funcional é inversamente proporcional à fadiga. Ericsson et al., (2016) mostra que o

exercício progressivo de resistência de 40% à 80% de 1RM diminui a fadiga e outros

sintomas da FM após quinze semanas de tratamento comparado à um grupo controle

ativo, que condiz com os nossos achados.

A dosagem do exercício é importante para que não ocorram desistências e lesões

causadas pelo exercício de resistência. Exercícios de alta intensidade apresentam pouca

adesão, por apresentar maior dor muscular aguda ao exercício (Wallden, 2015). É
28

cabível que o exercício seja inicialmente de baixa intensidade, para que só depois seja

aumentado de forma progressiva. O protocolo utilizado foi inicialmente de baixa

intensidade, e ao longo do tempo foi acrescentado cargas.

Um dos critérios de não inclusão do estudo é de pratica de exercício regular nos

últimos seis meses, o que pode favorecer uma maior sobrecarga. Nosso estudo mostrou

que as mulheres com fibromialgia apresentaram sobrepeso. Estudo feito por Bjersing et

al., (2017) mostra que o exercício progressivo de resistência melhora a força, fadiga e

dor em mulheres com fibromialgia acima do IMC normal.

Os resultados mostrados na atual pesquisa demonstram melhora estatisticamente

significante dos sete exercícios realizados ao longo de doze semanas, melhorando

assim, a força global das mulheres com FM, além de melhorar a capacidade funcional.

A sofrologia foi escolhida como tratamento novo para testar sua efetividade na

diminuição dos sintomas em mulheres com FM. A sofrologia já mostrou resultado

significativo nos domínios dor, aspectos sociais, estado geral em saúde do SF36 e TUG,

em uma avaliação intragrupo de um estudo piloto. De Oliveira et al., (2016) descreve

que a sofrologia melhora a funcionalidade avaliada pelo TUG e FIQ da fibromialgia

após 12 semanas de tratamento.

Um fator limitante do estudo foi a perda de segmento por doenças externas. O

principal motivo para essas perdas foi que em 2016 no Brasil ocorreu um grande

aumento de casos de chikungunya, transmitido pelo Aedes aegypti, essa afecção gera

muitas vezes limitações musculoesqueléticas nos acometidos (Brasil. Ministério da

Saúde., 2017). Mesmo com as perdas apresentadas, todos os pacientes foram analisados

com intenção de tratar. Acreditamos que o período de tratamento poderia ter sido mais

longo e a amostra maior.


29

Nosso estudo mostra-se bastante relevante, alcançamos 88% de adesão ao

paciente, mas deve ser interpretado com cautela para definir uma melhor conduta no

tratamento por exercícios em mulheres com fibromialgia. Desse modo, as técnicas

podem ser utilizadas por profissionais de saúde capacitados e experientes, levando em

consideração as crenças e expectativas das pacientes.

5. CONCLUSÃO
A sofrologia mostrou resultados significativos intra grupo para a melhora da dor,

no TUG, nos domínios aspectos sociais, estado geral de saúde e dor do SF36. Sendo

assim podendo ser utilizada na diminuição dos sintomas em mulheres com fibromialgia.

No entanto, necessita-se de novos ensaios clínicos randomizados com o propósito de

favorecer sua efetividade no tratamento em mulheres com FM.

O exercício resistido foi efetivo intra grupo na melhora da dor, no TUG e todos

os domínios do SF36.

Na comparação entre os grupos, o exercício resistido por 12 semanas foi efetivo

na melhora da força muscular nos sete exercícios realizados; melhora no desempenho

no TC6 minutos e melhora do domínio capacidade funcional do SF-36.


30

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35

REGRAS PARA FORMATAÇÃO DO ARTIGO, SEGUNDO AS NORMAS DA

REVISTA.
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37
38
39
40
41
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43
44

APÊNDICES
APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Promoção da saúde na


melhora da dor, da força muscular, da qualidade do sono, da capacidade
funcional e da qualidade de vida em mulheres com fibromialgia da cidade de
Santa Cruz – RN. Um estudo controlado, randomizado e cego” que tem como
pesquisador(a) responsável o Professor Dr. Marcelo Cardoso de Souza.

Esta pesquisa pretende avaliar a efetividade dos exercícios de fortalecimento muscular


e relaxamento corporal na melhora da dor em pacientes com FM da cidade de Santa
Cruz- RN.

Caso você decida participar, caberá a autorização do presente termo para responder
aos questionários e realizar o tratamento proposto.

Você será sorteado para se tratar em 1 dos 2 grupos: grupo 1 ( oito exercícios de
fortalecimento muscular) ou grupo 2 ( exercícios de relaxamento corporal). As sessões
durarão 40 minutos, 2 vezes por semana, durante 3 meses.

Os benefícios diretos decorrentes desta pesquisa são a melhorara da dor e da


capacidade funcional das pacientes envolvidas no estudo.

Poderá haver desconforto mínimo, tipo cansaço físico ou fadiga durante as


avaliações físicas, devendo ser relatado ao pesquisador responsável, que
imediatamente suspenderá a atividade proposta.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para o
pesquisador Professor Dr. Marcelo Cardoso de Souza, celular: (84) 98190-1919.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em


qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Não haverá qualquer despesa ou ônus financeiro aos participantes voluntários deste
projeto científico e não haverá qualquer procedimento que possa incorrer em danos
físicos ou financeiros ao voluntário e, portanto, não haveria necessidade de
indenização por parte da equipe cientifica e/ou da Instituição responsável.
45

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que
possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em
local seguro e por um período de 5 anos.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de
Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), telefone
3291-2411.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o
pesquisador responsável (Professor Dr. Marcelo Cardoso de Souza).

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados
serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e
benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,
concordo em participar da pesquisa “Promoção da saúde na melhora da dor, da
força muscular, da qualidade do sono, da capacidade funcional e da qualidade
de vida em mulheres com fibromialgia da cidade de Santa Cruz – RN. Um estudo
controlado, randomizado e cego”, e autorizo a divulgação das informações por mim
fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa
me identificar.

Santa Cruz / /

Assinatura do participante da pesquisa

Assinatura do pesquisador responsável Impressão


datiloscópica do
participante
46

ANEXOS
ANEXO A – Questionário aplicado na pesquisa de campo
47
48
49
50

ANEXO B – Questionário utilizado na pesquisa de campo


51

ANEXO C – Escala utilizado na pesquisa de campo

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