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Raquel Teixeira Lavradas

Determinação de metais (Cu, Fe, Zn, Pb, Cd e Ni) em


tecidos de organismos marinhos da Baía da Ilha Grande,
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

RJ, Brasil

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada como requisito parcial para


obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Química do Departamento de
Química da PUC-Rio.

Orientadora: Profª. Isabel Maria Neto da Silva Moreira


Co-orientadora: Drª. Tércia Guedes Seixas

Rio de Janeiro
Abril de 2012
Raquel Teixeira Lavradas

Determinação de metais (Cu, Fe, Zn, Pb, Cd e Ni) em


tecidos de organismos marinhos da Baía da Ilha Grande,
RJ, Brasil
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Dissertação apresentada como requisito parcial para


obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Química da PUC-Rio. Aprovada pela
Comissão Examinadora abaixo assinada.

Profª. Isabel Maria Neto da Silva Moreira


Orientadora
PUC-Rio

Drª. Tércia Guedes Seixas


Co-orientadora

Profª. Helena do Amaral Kehrig


UFRJ

Profª Tatiana Dillenburg Saint'Pierre


PUC-Rio

Profª Adriana Gioda


PUC-Rio

Prof. José Eugenio Leal


Coordenador Setorial do Centro Técnico Científico - PUC-Rio

Rio de Janeiro, 3 de abril de 2012


Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total
ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, da
autora e do orientador.

Raquel Teixeira Lavradas


Licenciada em Química pelo Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). Realiza
trabalhos de monitoramento ambiental de elementos traço em
amostras de organismos da Baía da Ilha Grande.

Ficha Catalográfica

Lavradas, Raquel Teixeira


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Determinação de metais (Cu, Fe, Zn, Pb, Cd e Ni) em


tecidos de organismos marinhos da Baía da Ilha Grande,
RJ, Brasil / Raquel Teixeira Lavradas;
orientadores: Isabel Maria Neto da Silva Moreira, Tércia
Guedes Seixas. – 2012.

111 f. : il. (color.) ; 30 cm

Dissertação (mestrado)–Pontifícia Universidade


Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Química,
2012.

Inclui bibliografia

CDD: 540
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“Quando as portas da percepção forem


abertas, tudo será como é: infinito”
(William Blake)
Agradecimentos
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À CAPES pela bolsa de mestrado e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de


Janeiro pela bolsa de isenção.

Aos meus pais Ricardo Lavradas e Iná Lavradas por todo amor, apoio e incentivo
dado durante toda a minha caminhada.

À minha orientadora Profª. Isabel Maria Neto da Silva Moreira pela parceria para
a realização deste trabalho.

À minha co-orientadora Dra. Tercia Guedes Seixas por toda a atenção, auxílio e
ajuda em diversas situações durante este trabalho.

À Profª. Tatiana Saint’ Pierre Dillenburg por apoiar o projeto e permitir a


utilização do equipamento ICP-MS para a realização das análises.

Ao Rafael Christian pelo auxílio durante a preparação das amostras e por sua
assistência durante as análises.
Ao meu “irmão” Ricardo Lavandier pela ajuda em diversas situações no nosso
laboratório, durante o tratamento estatístico de meus dados e principalmente pelo
incentivo que me foi dado desde o meu primeiro dia no laboratório.

À Dra. Rachel Hauser por permitir a utilização do liofilizador, por toda ajuda e
sugestões para melhorar o meu trabalho além do seu “super” incentivo.

Ao Álvaro pelo suprimento de ácido bidestilado.

À minha irmã Renata Lavradas por toda a força durante os momentos mais
difíceis.

À Thamires Idalino por todo apoio e incentivo desde a época da faculdade.


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Aos meus colegas da PUC-Rio: Gilberto Baptista, Jennifer Estefania, Letícia


Lazzari, Alcindo Neto, Lucas Sá, Wellington Cruz, Camila Assis, Vinícius Lionel,
Julianna Martins, Cibele Stivanin, Thiago Araújo, Karla Tellini, Eider Santos,
Jefferson Rodrigues e Cristiane Mauad.

Aos meus grandes amigos Danilo Roriz, Fábio Ribeiro, Karol Luparelli, Vanessa
Figliuolo e Monique Canuto por todo apoio e amizade ao longo destes anos.

À Marianne Luppo por prestigiar a minha defesa de Dissertação e estar junto


comigo neste momento tão difícil.

À Secretária Fátima Almeida por toda a sua paciência, apoio e grande ajuda em
todos os momentos em que necessitei.

Aos meus professores de graduação: Tiago Giannerini, Denise Castro, Anderson


Rocha, Andrea Moraes e Leila Brito por todo o incentivo à continuação dos meus
estudos.

Aos professores que participaram da comissão examinadora.


Resumo

Lavradas, Raquel Teixeira; Moreira, Isabel Maria Neto da Silva.


Determinação de metais (Cu, Fe, Zn, Pb, Cd e Ni) em tecidos de
organismos marinhos da Baía da Ilha Grande, RJ, Brasil. Rio de
Janeiro, 2012. 111p. Dissertação de Mestrado - Departamento de Química,
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Neste estudo, foram determinadas as concentrações de Cu, Fe, Zn, Cd, Pb e


Ni no tecido muscular e fígado de três espécies de peixe (Mugil liza – tainha,
iliófago; Micropogonias furnieri – corvina, carnívoro e Trichiurus lepturus –
peixe espada, piscívoro), no tecido muscular de uma espécie de camarão
(Farfantepenaeus brasiliensis – camarão rosa, onívoro) e também, no tecido
muscular, vísceras e ovos de uma espécie de siri (Callinectes spp. – siri azul,
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onívoro) coletados na Baía da Ilha Grande. As concentrações dos elementos foram


determinadas por espectrometria de massa com fonte de plasma indutivamente
acoplado (ICP-MS). A metodologia analítica apresentou ótima exatidão e precisão
quando comparada com amostras certificadas (DORM-3 e TORT-2). As
concentrações de Cu, Zn, Cd, Ni e Pb apresentaram-se abaixo dos limites
estabelecidos pela legislação brasileira e americana para a ingestão humana de
pescado. As maiores concentrações de Cu, Fe, Zn, Cd, Ni e Pb foram observadas
nos crustáceos. Nos peixes, as maiores concentrações dos elementos analisados
foram observadas no fígado, e no siri, nas vísceras. O sexo dos indivíduos não
influenciou no acúmulo dos elementos para os peixes, porém influenciou na
acumulação de Cu, Fe, Zn, Cd e Ni no siri. Nos peixes, a maioria dos elementos
não apresentou correlação com o comprimento dos indivíduos, com exceção do
Pb, que apresentou correlação negativa na tainha e na corvina, e do cádmio, que
apresentou correlação negativa na corvina. Nos crustáceos, alguns elementos
também apresentaram correlação negativa com estes parâmetros, indicando que,
tanto nos peixes quanto nos crustáceos, estes elementos não foram acumulados ao
longo do crescimento. As concentrações encontradas foram diferentes nas
estações seca e chuvosa.
Palavras-chave
Elementos traço; bioacumulação; peixes; camarão; siri; ICP-MS; Baía da
Ilha Grande; Rio de Janeiro.
Abstract

Lavradas, Raquel Teixeira; Moreira, Isabel Maria Neto da Silva (Advisor).


Determination of metals (Cu, Fe, Zn, Pb, Cd and Ni) in tissues of
marine organisms of the Bay of Ilha Grande, RJ, Brazil. Rio de Janeiro,
2012. 111p. MSc Dissertation - Departamento de Química, Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro.

In this study the concentrations of Cu, Fe, Zn, Cd, Pb and Ni were
determined in muscle tissue and liver of three fish species (Mugil liza – mullet,
illiophagus; Micropogonias furnieri – croaker, carnivorous, and Trichiurus
lepturus – cutlassfish, piscivore), in the muscle tissue of a shrimp species
(Farfantepenaeus brasiliensis – pink shrimp, omnivore) and in muscle tissue,
entrails and eggs of a soft crab (Callinectes spp. – siri azul, omnivore) sampled
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from the Ilha Grande Bay. The concentrations of the elements were determined by
inductively coupled plasma mass spectrometry (ICP-MS). The methodology
showed good accuracy and precision when tested with certified reference
materials (DORM-3 and TORT-2). The concentrations of Cu, Zn, Cd, Ni and Pb
were below the limits established by the Brazilian and American legislation for
human ingestion of fish products. The highest concentrations of Cu, Fe, Zn, Pb,
Cd and Ni were found in the crustacean samples. In fish, the highest
concentrations were observed in the liver and, in the soft crab samples, in the
entrails. Sex did not influence element accumulation in fish, but influenced the
accumulation of Cu, Fe, Zn, Cd and Ni in the soft crab. In fish, most elements did
not show any correlation to length and weight, with the exception of Pb, which
showed negative correlations in mullet and croaker and Cd which showed
negative correlations in croaker. In crustaceans, some elements also presented
negative correlations to these parameters, indicating that both in fish and
crustaceans these elements are not accumulated during organism growth. The
concentrations of the elements analyzed were statistically different in the dry and
rainy seasons.

Keywords
Trace elements; bioaccumulation; fish; shrimp; soft crab; ICP-MS; Ilha
Grande Bay; Rio de Janeiro.
Sumário

1 INTRODUÇÃO 17

2 OBJETIVOS 19
2.1. Objetivo geral 19
2.2. Objetivos específicos 19

3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 21
3.1. Metais 21
3.1.1. Ferro 22
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3.1.2. Zinco 23
3.1.3. Cobre 24
3.1.4. Níquel 24
3.1.5. Cádmio 25
3.1.6. Chumbo 26
3.2. Os metais no ambiente aquático 27

4 MÉTODOS ANALÍTICOS UTILIZADOS NA QUANTIFICAÇÃO


DE METAIS 29
4.1. Espectrometria de massas com plasma indutivamente
acoplado (ICP-MS) 30
5 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E ESPÉCIES
ANALISADAS 32
5.1. Área de estudo 32
5.1.1. Baía da Ilha Grande 32
5.2. Espécies estudadas 34
5.2.1. Trichiurus lepturus (peixe- espada) 34
5.2.2. Micropogonias furnieri (corvina) 35
5.2.3. Mugil liza (tainha) 36
5.2.4. Callinectes spp. (Siri azul) 37
5.2.5. Farfantepenaeus brasiliensis (camarão rosa) 38
6 MATERIAL E MÉTODOS 39
6.1. Amostragem 39
6.2. Preparo das amostras 44
6.3. Análise instrumental 45
6.4. Controle de qualidade analítica 46
6.5. Aplicação da análise multivariada de dados a interpretação
de dados ambientais 46

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO 48
7.1. Amostras de padrão certificado 48
7.2. Limites de detecção e quantificação 49
7.3. Concentração dos elementos nos organismos estudados 50
7.3.1. Peixes 56
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7.3.2. Crustáceos 63
7.3.3. Transferência trófica 74
7.3.4. Influência da sazonalidade 75
7.3.5. Relações inter elementares nos organismos 77
7.4. Exposição aos metais por parte da população humana 79

8 CONCLUSÕES 81

9 REFERÊNCIAS 83

10 ANEXOS 92
Lista de Figuras

Figura 1. Representação gráfica da relação entre a concentração


do elemento e seu efeito no organismo (adaptado de Galvão, 2003) 22
Figura 2. Capacidade analítica de alguns métodos (adaptado
de Ribeiro, 2006) 29
Figura 3. Região da Baía da Ilha Grande e Baía de Sepetiba
(adaptado de Kehrig et al., 1998) 33
Figura 4. Exemplar de Trichiurus lepturus (adaptado de
www.pescaesportiva.org) 35
Figura 5. Exemplar de Micropogonias furnieri (adaptado de
Seixas, 2004) 35
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Figura 6. Exemplar de Mugil liza (adaptado de Seixas, 2004) 36


Figura 7. Exemplar de Callinectes spp. 37
Figura 8. Exemplar de Farfantepenaeus brasiliensis 38
Figura 9. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn no tecido
muscular das espécies de peixes e crustáceos estudadas 51
Figura 10. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni no tecido
muscular das espécies de peixes e crustáceos estudadas 51
-1
Figura 11. Concentração média (µg g ) de Cu, Fe e Zn no tecido
muscular das espécies de peixe estudadas 56
Figura 12. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni no tecido
muscular das espécies de peixe estudadas 57
Figura 13. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em
músculo de corvina,tainha e peixe espada 58
Figura 14. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em
fígado de corvina, tainha e peixe espada 58
-1
Figura 15. Concentração média (µg g ) de Cd, Pb e Ni em
músculo de corvina, tainha e peixe espada 59
Figura 16. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em fígado
de corvina, tainha e peixe espada 59
Figura 17. Análise dos componentes principais em músculo e
fígado de peixe espada (PE e PE F), músculo e fígado de corvina
(CM e CF) e músculo e fígado de tainha (TM e TF) 60
Figura 18. Correlações entre as variáveis (peixe espada) 61
Figura 19. Correlações entre as variáveis (corvina) 62
Figura 20. Correlações entre as variáveis (tainha) 63
Figura 21. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn no
tecido muscular das espécies de crustáceo estudadas 64
Figura 22. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni no
tecido muscular das espécies de crustáceo estudadas 64
Figura 23. Análise dos componentes principais (crustáceos) 65
Figura 24. Correlações entre as variáveis (camarão) 66
-1
Figura 25. Concentração média (µg g ) de Cu, Fe e Zn em
músculo e vísceras da espécie de siri azul 67
Figura 26. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em
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músculo e vísceras de siri azul 67


Figura 27. Análise dos componentes principais das amostras
de tecido muscular (SI M), vísceras (SI V) e ovos de siri (SI O) 68
Figura 28. Correlações entre as variáveis (siri) 69
-1
Figura 29. Concentração média (µg g ) de Cu, Fe e Zn em
fêmeas e machos da espécie de siri azul 70
Figura 30. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em
fêmeas e machos da espécie de siri azul 70
Figura 31. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em
músculo e vísceras das fêmeas ovígeras (F Ov.) e não
ovígeras (F) de siri azul 71
-1
Figura 32. Concentração média (µg g ) de Cd, Pb e Ni em
músculo e vísceras de fêmeas ovígeras (F Ov.) e não
ovígeras (F) de siri azul 72
Figura 33. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em
músculo, vísceras e ovos das fêmeas ovígeras (siri) 73
Figura 34. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em
músculo, vísceras e ovos das fêmeas ovígeras (siri) 73
-1
Figura 35. Concentração média (µg g ) de Cu, Fe e Zn em
tecido muscular de peixe espada, corvina e camarão 74
Figura 36. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em tecido
muscular de peixe espada, corvina e camarão 75
-1
Figura 37. Concentração média (µg g ) de Cu, Fe e Zn em tecido
muscular de corvina em diferentes estações (seca e chuvosa) 76
-1
Figura 38. Concentração média (µg g ) de Cd, Pb e Ni em tecido
muscular de corvina em diferentes estações (seca e chuvosa) 76
Figura 39. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em tecido
muscular de tainha em diferentes estações (seca e chuvosa) 77
Figura 40. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em tecido
muscular de tainha em diferentes estações (seca e chuvosa) 77
Figura 40. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores
Encontrados na análise dos componentes principais (todas as
espécies de peixe) 78
Figura 41. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores
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Encontrados na análise dos componentes principais (todas as


espécies de crustáceos) 79
Lista de tabelas

Tabela 1. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de


peixe espada (Trichiurus lepturus) 40
Tabela 2. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de
Corvina (Micropogonias furnieri) 41
Tabela 3. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de
Tainha (Mugil liza) 42
Tabela 4. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de
camarão (Farfantepenaeus brasiliensis) 43
Tabela 5. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de
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siri (Callinectes spp.) 44


Tabela 6. Parâmetros operacionais do ICP-MS ELAN DRC II 45
Tabela 7. Concentração dos elementos nas amostras de
DORM-3 (N= 20) 48
Tabela 8. Concentração dos elementos nas amostras de
TORT-2 (N= 10) 48
Tabela 9. Média, desvio-padrão, limite de detecção e
quantificação, expressos em ppb (N=10) 49
Tabela 11. Concentrações médias (em µg kg-1 por peso corporal
em peso úmido) dos metais nas espécies analisadas da Baía
da Ilha Grande e os limites recomendados para cada elemento 80
Lista de Anexos

Anexo 1. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em


tecido muscular de peixe espada (Trichiurus lepturus) 92
Anexo 2. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em
fígado de peixe espada (Trichiurus lepturus) 93
Anexo 3. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em
tecido muscular de corvina (Micropogonias furnieri) 93
Anexo 4. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais
em fígado de corvina (Micropogonias furnieri) 95
Anexo 5. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em
tecido muscular de tainha (Mugil liza) 95
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Anexo 6. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em


fígado de tainha (Mugil liza) 96
Anexo 7. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em
tecido muscular de camarão rosa (Farfantepenaus brasiliensis) 97
Anexo 8. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em
tecido muscular de siri azul (Callinectes spp.) 98
Anexo 9. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em
víceras de siri azul (Callinectes spp.) 98
Anexo 10. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em
ovos de siri azul (Callinectes spp.) 99
Anexo 11. Estimativa dos autovalores das variáveis através do
teste Scree (camarão) 100
Anexo 12. Autovalores dos componentes principais dos
elementos traço (camarão) 100
Anexo 13. Componentes principais dos elementos analisados
(camarão) 101
Anexo 14. Gráfico dos principais fatores da análise dos
componentes principais (camarão) 101
Anexo 15. Estimativa dos autovalores das variáveis através do
teste Scree (siri) 102
Anexo 16. Autovalores dos componentes principais dos
elementos traço (siri) 102
Anexo 17. Componentes principais dos elementos traço (siri) 103
Anexo 18. Gráfico em três dimensões dos principais fatores
encontrados na análise dos componentes principais (siri) 103
Anexo 19. Estimativa dos autovalores das variáveis através do
teste Scree (peixe espada) 104
Anexo 20. Autovalores dos componentes principais dos
elementos traço (peixe espada) 104
Anexo 21. Componentes principais dos elementos traço
(peixe espada) 105
Anexo 22. Gráfico em três dimensões dos principais fatores
encontrados na análise dos componentes principais
(peixe espada) 105
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Anexo 23. Análise dos componentes principais das amostras


de músculo e fígado de peixe espada (PE e PEF) 106
Anexo 24. Estimativa dos autovalores das variáveis através do
Teste Scree (corvina) 106
Anexo 25. Autovalores dos componentes principais dos
elementos traço (corvina) 107
Anexo 26. Componentes principais dos elementos traço (corvina) 107
Anexo 27. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores
encontrados na análise dos componentes principais (corvina) 108
Anexo 28. Análise dos componentes principais das amostras
de tecido muscular e fígado de corvina (CM e CF) 108
Anexo 29. Estimativa dos autovalores das variáveis através
do Teste Scree (tainha) 109
Anexo 30. Autovalores dos componentes principais dos
elementos traço (tainha) 109
Anexo 31. Componentes principais dos elementos traço (tainha) 110
Anexo 32. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores
encontrados na análise dos componentes principais (tainha) 110
Anexo 33. Análise dos componentes principais das amostras
de tecido muscular e fígado de tainha (TM e TF) 111
17

1
INTRODUÇÃO

As crescentes atividades industriais e agrícolas, observadas nas últimas


décadas, assim como o crescimento populacional, vêm liberando para o meio
ambiente uma série de contaminantes e poluentes, tais como, matéria orgânica,
óleos e um grande número de outros compostos (Srogi, 2008).
Dentre os diversos tipos de poluentes que ocorrem no ambiente aquático, os
metais recebem destaque, pois sua contaminação pode oferecer sérios riscos
devido à sua toxicidade, persistência e bioacumulação na cadeia alimentar
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aquática (Smith, 1993; Yilmaz, Ozdemir et al., 2007). Por isso, o estudo da
contaminação de áreas costeiras é de grande importância, pois destas áreas
provêem as principais fontes de proteína animal de origem marinha, para grande
parte da população (Forstner e Wittmann, 1979).
A região costeira do estado do Rio de Janeiro apresenta grandes centros
urbanos e industriais, os quais geralmente lançam nos sistemas aquáticos dejetos
resultantes de suas atividades, tais como, esgotos domésticos, efluentes industriais
e agrotóxicos sem o devido tratamento prévio (Feema, 1990).
Apesar da presença das potenciais fontes de poluição (um porto comercial,
duas usinas nucleares, o terminal de petróleo da Ilha Grande (TEBIG, Petrobrás),
um terminal de atividade mineradora (MBR, Ilha Guaíba) e um grande estaleiro),
o ambiente aquático da Baía da Ilha Grande parece não sofrer impactos
ambientais que gerem prejuízos ao ecossistema da região. Alguns autores
consideram a Baía da Ilha Grande como área de referência devido aos baixos
níveis de metais, tais como Ni, Cu, Cr, Mn, Zn e Hg em sedimentos,
caracterizando-a como uma área não contaminada por fontes antrópicas desses
metais (Lacerda, Pfeiffer et al., 1981a; Lacerda, Paraquetti et al., 2000; Cardoso,
Boaventura et al., 2001).
A Baía da Ilha Grande, localizada no litoral sul do estado do Rio de Janeiro,
é uma região costeira que tem sido objeto de alguns estudos ambientais (Bizerril e
Costa, 2001), no entanto, poucos dados estão disponíveis a respeito da
18

acumulação de metais na biota desta região (Guimarães, Lacerda et al., 1982;


Junior, Araujo et al., 2002).
Neste estudo, foram determinadas as concentrações de cobre, ferro, zinco,
cádmio, chumbo e níquel nos tecidos e órgãos de organismos marinhos (peixes e
crustáceos) da Baía da Ilha Grande. Os organismos estudados representam
algumas das espécies mais abundantes que ocorrem na baía e também, são
frequentemente consumidos pela população local.
O método analítico aplicado foi a espectrometria de massa com fonte de
plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) sem cela de reação, de alta
sensibilidade. A exatidão e a precisão da metodologia empregada foram avaliadas
através da utilização de materiais certificados de referência fornecidos pelo
National Research Council of Canada (DORM-3, proteína de peixe e TORT-2,
hepatopâncreas de lagosta). Estes padrões, cujos teores de metais são certificados,
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foram escolhidos por apresentarem matrizes semelhantes às dos organismos


marinhos analisados neste trabalho.
Espera-se que os dados e resultados gerados supram a carência de
informações a respeito das concentrações de metais na biota aquática da Baía da
Ilha Grande.
19

2
OBJETIVOS

2.1.
Objetivo geral

Determinar e avaliar as concentrações de Cu, Cd, Pb, Fe, Ni e Zn em


tecidos de diferentes organismos que habitam o ecossistema da Baía da Ilha
Grande, uma importante área costeira brasileira.
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2.2.
Objetivos específicos

• Determinar as concentrações de Cu, Cd, Pb, Fe, Ni e Zn no tecido


muscular e no fígado de três espécies de peixe com diferentes hábitos
alimentares, assim como no tecido muscular, vísceras e ovos de uma
espécie de siri e, também, no tecido muscular de uma espécie de
camarão da Baía da Ilha Grande;
• Avaliar as variações das concentrações de Cu, Cd, Pb, Fe, Ni e Zn
obtidas em relação aos parâmetros biológicos dos indivíduos
estudados, tais como comprimento total, peso e sexo;
• Verificar a influência da sazonalidade na concentração de Cu, Cd, Pb,
Fe, Ni e Zn nos peixes estudados;
• Investigar se ocorre a transferência trófica de Cu, Cd, Pb, Fe, Ni e Zn
na teia aquática estudada;
• Verificar se ocorre a transferência de Cu, Cd, Pb, Fe, Ni e Zn das
fêmeas ovígeras de siri para os seus respectivos ovos;
• Avaliar se as concentrações de Cu, Cd, Pb, Fe, Ni e Zn encontram-se
dentro dos limites recomendados pela legislação brasileira e
20

americana para o consumo humano da região metropolitana do Rio de


Janeiro.
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21

3
FUNDAMENTOS TEÓRICOS

3.1.
Metais

Os metais podem ser classificados como essenciais e não essenciais com


relação às funções biológicas desempenhadas. Os elementos essenciais
desempenham importante papel no metabolismo dos organismos quando presentes
em pequenas concentrações, entretanto, alguns desses elementos podem
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apresentar alta toxicidade quando presentes em concentrações elevadas. Os


elementos não essenciais geralmente são tóxicos, pois não desempenham
nenhuma função biológica conhecida (Esteves, 1998).
Geralmente, o mecanismo de toxicidade mais relevante é a inativação de
enzimas, pois todo metal de transição divalente reage prontamente com o grupo
amino e com o grupo das sulfidrilas das proteínas. Alguns deles podem competir
com elementos essenciais e substituí-los no metabolismo enzimático (Forstner,
1989.).
Na Figura 1 está representada a influência da concentração de um
elemento sobre o desenvolvimento de um ser vivo. Observa-se que o aumento da
concentração dos elementos essenciais acarreta em melhoria no desenvolvimento
do organismo, que passa de deficiente para saudável. Entretanto, acima de uma
determinada faixa de concentração, este elemento passa a exercer uma ação tóxica
contra o organismo, influenciando, portanto, em seu desenvolvimento e, acima de
um limite de concentração, o elemento torna-se letal para o organismo. Para os
elementos não essenciais, há uma faixa de concentração em que o organismo
tolera a sua presença. Entretanto, acima de determinados limites de concentração,
este se torna tóxico e em seguida letal para o organismo (Lima e Merçon, 2011).
22

Figura 1. Representação gráfica da relação entre a concentração do elemento


e seu efeito no organismo (adaptado de (Galvão, 2003)).

A toxicidade dos elementos depende em grande parte da forma química do


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elemento, cujo estudo é conhecido como especiação. O cádmio e o chumbo, por


exemplo, não são particularmente tóxicos nas suas formas de elementos livres
condensados, porém nas suas formas catiônicas e quando ligados a cadeias curtas
de átomos de carbono, são perigosos. A dose, ou seja, a quantidade absorvida
também influencia na toxicidade destes elementos, pois mesmo os elementos
essenciais podem ser tóxicos, se absorvidos acima dos limites toleráveis para o
funcionamento normal dos seres vivos (Baird, 2002; Melo, 2003).
Além disso, o excesso de um elemento pode causar o “efeito coquetel”, no
qual o excesso de um elemento pode causar a deficiência de outro(s) em um
organismo. Um exemplo é o excesso de chumbo no organismo, que interfere na
absorção de cálcio, ferro, cobre e zinco (Melo, 2003).

3.1.1.
Ferro

O ferro puro é um metal branco prateado, maleável, muito reativo,


facilmente oxidável e raramente encontrado em sua forma elementar na natureza,
exceto o de origem meteorítica (Lima e Pedrozo, 2001). Na crosta terrestre é
23

encontrado na forma de minérios, sendo os mais frequentes a hematita, a


magnetita e a pirita (Forstner e Wittmann, 1979).
As principais fontes naturais são o desgaste das rochas contendo minérios
de ferro, meteoritos e escoamento superficial do metal, enquanto as fontes
antrópicas são o uso de fertilizantes na agricultura, efluentes de esgoto municipais
e industriais e atividades de mineração, fundição, soldagem, polimento de metais
e o uso de compostos de ferro como agentes antidetonantes da gasolina (Lima e
Pedrozo, 2001).
O ferro é o elemento de transição mais abundante e o mais conhecido no
sistema biológico, sendo vital a todos os organismos (Toma, 1984). Este é um
elemento essencial responsável pela manutenção de processos vitais, como carrear
o oxigênio no sangue dos organismos (Kehrig, Costa et al., 2007).
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3.1.2.
Zinco

O zinco é um metal branco azulado, é geralmente encontrado como


sulfeto, sendo o mais comum a esfarelita (ZnFeS), muitas vezes associado a
outros metais como o Pb, Cd, Cu e Fe (Oliveira, 2007). As principais fontes
antrópicas são a purificação desses metais, a mineração, a produção de aço e a
queima de carvão e lixo (Azevedo e Chasin, 2003).
O Zn atua como co-fator de numerosas enzimas relacionadas ao
metabolismo energético no corpo humano, auxilia na prevenção de doenças
gastrointestinais e de outros sistemas metabólicos, porém a absorção excessiva
desse metal pode levar à intoxicação (Duarte e Pascal, 2000; Atsdr, 2005).
Existem mais de 200 metaloenzinas que utilizam o zinco como co-fator e,
portanto, a sua deficiência pode gerar diversos efeitos, como falhas no
crescimento, retardo na maturidade sexual, que é acompanhada de desnutrição
calórico-protéica, dermatites, cegueira noturna, atrofia testicular, impotência,
retardo na cicatrização de ferimentos, doença renal crônica e anemia hemolítica
(Oliveira, 2007).
24

A ingestão de uma dose alta de zinco em um curto período de tempo pode


causar dores estomacais, náuseas e vômitos, enquanto que a ingestão de altas
doses de zinco por vários meses pode causar anemia, danos pancreáticos e
diminuição de HDL no sangue (Oliveira, 2007).

3.1.3.
Cobre

O cobre é um metal marrom avermelhado com elevada condutividade


térmica e elétrica, maleabilidade, baixa corrosividade e encontrado na natureza
tanto na forma elementar como metálica (Pedroso e Lima, 2001).
As principais fontes naturais de Cu são os vulcões, os processos
biogênicos, incêndios florestais e névoas aquáticas, enquanto as fontes antrópicas
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são as atividades de mineração e fundição pela queima de carvão como fonte de


energia e pelos incineradores de resíduos municipais (Pedroso e Lima, 2001).
No ambiente aquático, o estado de oxidação mais importante é o cobre
bivalente. Este metal na forma trivalente é um forte agente oxidante, ocorrendo
em poucos compostos e não apresentando relevância industrial ou ambiental
(Organization, 1998).
Este elemento é essencial à vida, enquanto ativador de sistemas
enzimáticos ligados, sobretudo, à cadeia respiratória e contribui para a
regeneração da hemoglobina do sangue (Mendes e Oliveira, 2004).
O excesso deste metal pode causar alergias, irritações nos olhos, nariz e
boca, além de náuseas e diarréias. Cabe ressaltar que os sintomas podem piorar se
a ingestão for via oral, através da água e do alimento, podendo causar danos ao
fígado e aos rins e, em casos extremos, levar o indivíduo à morte (Atsdr, 2004).

3.1.4.
Níquel

O níquel é um metal prateado que ocorre naturalmente na crosta terrestre.


As principais fontes naturais são as poeiras de meteoros, vulcões, vegetação e
25

fogo de florestas, enquanto as fontes antrópicas são os resíduos de combustão de


óleo, mineração e refino de níquel, incineradores municipais, queima de carvão
vegetal, incineração de Iodo e produção de liga cobre-níquel (Vieira, 2007).
Este metal atua como co-fator ou componente estrutural de metaloenzimas
específicas no homem e encontra-se nos ossos, pele, músculos e fígado (Franco,
1992).

3.1.5.
Cádmio

O Cádmio é um metal que pode apresentar-se na cor prata esbranquiçado,


azulado ou metálico lustroso, foi descoberto como um constituinte da Smithsonita
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(ZnCO3), é relativamente raro e não encontrado em estado puro na natureza


(Leprevost, 1978; Cardoso e Chasin, 2001). É encontrado principalmente na
forma de sulfeto, em depósitos minerais que contém zinco, e também ocorre em
associação com o chumbo e cobre em fundições e refino desses metais (Cetesb,
2001).
O Cd apresenta consistência mole e possui várias propriedades físicas e
químicas semelhantes ao zinco, o que explica a ocorrência desses metais juntos na
natureza (Cardoso e Chasin, 2001). Os ciclos de Cd e Zn são muito semelhantes,
ambos possuem similar estrutura atômica e eletronegatividade (Oliveira, 2007).
Este elemento é encontrado no estado de valência 2 e seu tempo de meia-
vida no organismo varia de um a três anos, o que o torna tóxico em face de sua
acumulação (Franco, 1992).
As principais fontes naturais são rochas sedimentares e rochas fosfáticas
de origem marítima, enquanto as fontes antrópicas são atividades envolvendo
mineração, produção, consumo e disposição de produtos que utilizam o cádmio,
como, por exemplo, as ligas de cádmio e componentes eletrônicos (Cardoso e
Chasin, 2001).
A principal causa da toxicidade através do cádmio pode estar relacionada à
sua combinação com grupos tiólicos (SH) de enzimas e proteínas, o que provoca
desarranjos no metabolismo (Organization, 1992).
26

No ser humano, é armazenado nos rins, fígado, ossos e dentes, causa a


diminuição do crescimento e da reprodução, hipertensão e disfunção renal e
pulmonar (Franco, 1992).

3.1.6.
Chumbo

O chumbo é um metal cinza azulado, inodoro, maleável, sensível ao ar e


encontrado com relativa abundância na crosta terrestre, quase sempre como
sulfato de chumbo (galena), porém pode ser encontrado na forma de carbonato de
chumbo (cerussita - PbCO3), sulfato de chumbo (anglesita - PbSO4) e clorofosfato
de chumbo (piromorfita - Pb5Cl(PO4)3). A concentração iônica livre é o fator mais
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importante que influencia na toxicidade do metal, ao qual interfere na


disponibilidade do chumbo para os organismos (Azevedo e Chasin, 2003;
Oliveira, 2007).
As principais fontes naturais deste metal são as emissões vulcânicas,
intemperismo geoquímico e aerossóis aquáticos, enquanto as fontes antrópicas são
as atividades de mineração e fundição de chumbo primário (oriundo do minério) e
secundário (oriundo da recuperação de sucatas ou baterias) (Paoliello e Chasin,
2001).
Após ser absorvido, o chumbo é distribuído pelo sangue e transportado
através da hemoglobina aos diversos órgãos e sistemas onde exerce seu efeito
tóxico, sendo a toxicidade função da forma química do chumbo. É armazenado de
forma inerte nos ossos e se torna nocivo quando é mobilizado (Oliveira, 2007).
Este interfere em funções celulares, altera os processos genéticos ou
cromossômicos, inibindo reparo de DNA e agindo como iniciador e promotor na
formação de câncer (Duarte e Pascal, 2000).
27

3.2.
Os metais no ambiente aquático

Os metais estão presentes em sistemas aquáticos, mesmo que não haja


perturbação antrópica do ambiente e a sua concentração pode aumentar em razão
de processos naturais ou antrópicos (Yabe e Oliveira, 1998). Dentre os processos
naturais, os que mais contribuem para o aparecimento de metais nos ambientes
aquáticos são o intemperismo de rochas e a erosão de solos ricos nestes materiais
(Mortatti e Probst, 1998). As principais fontes antrópicas que contribuem para o
aparecimento destes elementos no ecossistema aquático são as atividades
industriais, as atividades de mineração, os garimpos de ouro, os efluentes
domésticos, as águas superficiais provenientes de áreas cultivadas com adubos
químicos e defensivos agrícolas e as precipitações atmosféricas de cinzas ou
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pequenas partículas provenientes de queimadas naturais (Nriagu e Pacyna, 1988;


Esteves, 1998; Jordão, Pereira et al., 1999; Ramalho, Sobrinhos et al., 2000).
No ambiente aquático, os metais estão distribuídos na fase aquosa (coluna
d’água e água intersticial), na fase sólida (suspensa e sedimentada) e nos
organismos aquáticos, sendo a troca entre estas fases dinâmica e varia de um
ecossistema para outro (Conceição, 2004).
Os poluentes podem ser incorporados pelos organismos aquáticos através
da água, da alimentação, da respiração e até mesmo da própria pele. Cabe ressaltar
que a principal via de incorporação dos metais pelos organismos é através da
alimentação (Zagatto e Bertoletti, 2006).
A acumulação dos metais nos tecidos dos organismos aquáticos é
influenciada por alguns fatores, tais como temperatura, salinidade, variações
sazonais e parâmetros bióticos. Porém, a concentração do elemento a que o
organismo está exposto, através da água, sedimento e alimento, é um dos
parâmetros mais importantes a ser considerado (Kehrig, Costa et al., 2007).
A biota aquática é capaz de concentrar os elementos em várias ordens de
grandeza acima das concentrações encontradas na coluna d’água, sendo por isso
responsável por grande parte da dinâmica destes poluentes no ambiente marinho.
Além disso, ela também responde por grande parte da reciclagem de metais
retidos nos compartimentos abióticos do sistema (sedimento e material particulado
28

em suspensão) e, consequentemente, constitui a principal via de exportação desses


elementos do ambiente marinho para o terrestre via cadeia alimentar, podendo
chegar até o homem (Fowler, 1982; Pfeiffer, Lacerda et al., 1985).
Sendo assim, um dos métodos mais eficientes para avaliar a poluição
química em ecossistemas aquáticos é a determinação das concentrações de
poluentes em tecidos e órgãos de diferentes organismos aquáticos (Farkas, Salánki
et al., 2001).
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29

4
MÉTODOS ANALÍTICOS UTILIZADOS NA QUANTIFICAÇÃO
DE METAIS

Os métodos analíticos utilizados na caracterização química de amostras


ambientais são variados. Os métodos clássicos, como a gravimetria e a volumetria
exigem tempo e recursos humanos intensivos e, além disso, os seus limites de
detecção não respondem às exigências impostas na atualidade.
Por isso, estes métodos foram substituídos por métodos instrumentais
(Figura 2), como a espectrometria de absorção atômica com chama (F AAS), com
forno de grafite (GF AAS) e com geração de hidretos (HF-AAS), a espectrometria
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de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP OES) e a


espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP- MS) (Ribeiro,
2006).

Figura 2. Capacidade analítica de alguns métodos (adaptado de (Ribeiro,


2006)).
30

É importante ressaltar que nos últimos 40 anos foram realizados o


desenvolvimento (ou redescobrimento) de vários métodos, técnicas e
procedimentos analíticos, com o objetivo, entre outros, de melhorar os limites de
detecção disponíveis, devido ao crescente interesse relativo à análise de traços em
amostras ambientais e biológicas e à alta toxicidade apresentada por alguns
elementos, geralmente em concentrações na faixa de microgramas por
quilograma, para alguns organismos, com o intuito de se estimar o impacto dessas
concentrações no meio ambiente, principalmente no sistema aquático (Nordberg,
Fowler et al., 2007; Srogi, 2008).
A substituição, na absorção atômica, da chama por atomizadores
eletrotérmicos, bem mais sensíveis, são exemplos desta evolução (Welz e
Sperling, 1999). Outro exemplo foi a evolução do ICP OES para o ICP-MS.
Hoje em dia, ambas as técnicas (ICP OES e ICP-MS) convivem em seus
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respectivos campos de aplicação, mas não resta dúvida quanto ao salto de


sensibilidade e de limites de detecção trazido pelo ICP-MS (Bocca, Conti et al.,
2007; Nordberg, Fowler et al., 2007).

4.1.
Espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-
MS)

A espectrometria de massas é uma técnica analítica instrumental que


permite separar espécies iônicas pela razão entre a massa e a carga (Giné-Rosias,
1999), utilizando como fonte de ionização um plasma de argônio de energia alta
(até 1,5 kW) e, como detector, um espectrômetro de massa de alta ou baixa
resolução (setores magnético e elétrico, ou quadrupolo), apresentando como
principal vantagem a possibilidade de análise multielementar (e isotópica)
sequencial rápida, aliada à alta sensibilidade (Chaves, 2008).
Esta técnica permite determinar muitos elementos da tabela periódica
(cerca de 90%), com limites de detecção na ordem de 0,001 µg L-1 a 0,1 µg L-1
(Chaves, 2008) e pode ser considerada universal, pois serve para analisar misturas
de substâncias sólidas, líquidas e gasosas e, também consegue detectar e separar
as espécies na presença de matrizes complexas (Giné-Rosias, 1999).
31

Um espectrômetro de massas com plasma indutivamente acoplado é


composto principalmente por um sistema de introdução de amostras (normalmente
um nebulizador); uma fonte de íons, neste caso o plasma acoplado (ICP), que é
uma fonte de alta temperatura que promove a ionização; a interface, que promove
a transferência dos íons para um sistema analisador de massas (quadrupolo) e um
sistema de detecção dos íons (detector multiplicador de elétrons).
A espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado tem sido
amplamente descrita na literatura (Montaser, 1998) e já foi assunto de dissertações
e teses defendidas neste departamento de Química da PUC. Portanto, não serão
abordados aqui os fundamentos desta técnica.
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32

5
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E ESPÉCIES
ANALISADAS

5.1.
Área de estudo

5.1.1.
Baía da Ilha Grande
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A Baía da Ilha Grande (Figura 3) é uma baía muito acidentada,


apresentando várias pequenas baías no seu interior, tais como a de Parati, a da
Ribeira e a Enseada do Frade, além de ser pontilhada de muitas ilhas (365 ilhas),
que diminuem a hidrodinâmica (Bizerril e Costa, 2001). É uma importante região
para o mercado turístico do Rio de Janeiro e é considerada uma das áreas mais
importantes deste estado em termos de produtividade pesqueira (Kehrig, Malm et
al., 1998; Bizerril e Costa, 2001).
Localizada no litoral sul do estado do Rio de Janeiro (cidade de Angra dos
Reis), entre as latitudes 22°50´S e 23°20´S e longitudes 44°45´W e 44°00´W,
possui uma área de 65.258 hectares e aproximadamente 350 quilômetros de
perímetro na linha d´água e compõe um complexo estuarino com a Baía de
Sepetiba (Creed, Pires et al., 2007). O clima da região é tropical, quente e úmido,
com temperatura anual média de aproximadamente 23ºC e precipitação anual de
2.400 milímetros (Souza e Moulton, 2005; Silva-Filho, Machado et al., 2006).
Uma importante característica em relação à circulação da Baía da Ilha
Grande é que, de acordo com diversos autores baseados nos dados hidrográficos
do trabalho de (Signorini, 1980), a região da Baía da Ilha Grande e de Sepetiba
forma um grande sistema estuarino parcialmente misturado, que apresenta duas
entradas de água oceânica, uma em cada lado da Ilha Grande, denominadas: barra
leste (próxima à Baía de Sepetiba) e barra oeste (entre as Pontas da Juatinga e dos
33

Meros); tendo a Baía de Sepetiba como a principal fonte de água doce (Ikeda,
Godoi et al., 1989; Bizerril e Costa, 2001).
A circulação das águas ocorre no sentido horário (leste/sudoeste) e é
considerada fraca devido à maré sobreposta por um fluxo quase estacionário, o
qual é induzido pelos diferentes gradientes de densidade de água. As velocidades
das correntes possuem valores em torno de 20 centímetros por segundo (Ikeda,
Godoi et al., 1989; Creed, Pires et al., 2007).
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Figura 3. Região da Baía da Ilha Grande e Baía de Sepetiba (adaptado de


(Kehrig, Malm et al., 1998).

A região da Ilha Grande abriga enormes belezas paisagísticas e riquezas


naturais em relação à sua fauna e flora (Costa, 1998). É situada entre as duas
maiores metrópoles do Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo, sendo considerada uma
área não poluída mesmo recebendo contaminantes através da deposição
atmosférica advinda destes dois centros urbanos, no qual a atividade industrial é
muito intensa (Molisani, Marins et al., 2004).
A região da Ilha Grande apresenta alguns empreendimentos de grande
porte, tais como um porto comercial, duas usinas nucleares, um terminal de
petróleo (Terminal de Petróleo da ilha Grande, TEBIG, Petrobrás), um grande
estaleiro e um terminal de atividade mineradora (MBR, Ilha Guaíba) (Creed, Pires
et al., 2007; Ignacio, Julio et al., 2010).
34

Apesar da presença das potenciais fontes de poluição citadas, o ambiente


aquático da região parece não sofrer impactos ambientais que gerem prejuízos ao
ecossistema da região. Alguns autores consideram a Baía da Ilha Grande como
área de referência devido aos baixos níveis de metais, tais como Ni, Cu, Cr, Mn,
Zn e Hg em sedimentos, caracterizando-a como uma área não contaminada por
fontes antrópicas desses metais (Lacerda, Pfeiffer et al., 1981b; Cardoso,
Boaventura et al., 2001).

5.2.
Espécies estudadas

5.2.1.
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Trichiurus lepturus (peixe- espada)

Trichiurus lepturus, conhecida vulgarmente como peixe espada (Figura 4),


possui a cor prateada e um corpo longo em forma de fita. Essa espécie é
encontrada em águas quentes e temperadas (Bittar, Castello et al., 2008).
Com relação ao hábito alimentar essa espécie é predominantemente
piscívora, porém cefalópodes e crustáceos peneídeos também são incorporados à
sua dieta (Chiou, Chen et al., 2006).
Por influência da disponibilidade de alimentos esse peixe apresenta
heterogeneidade espacial e temporal (Martins, Haimovici et al., 2005) e por
viverem em regiões próximas à costa a intensidade alimentar é acentuada de modo
a suprir as necessidades energéticas associadas ao crescimento, à reprodução e à
desova (Bittar, Castello et al., 2008).
O peixe espada é um predador voraz, que nesse estudo, representa o topo
de cadeia.
35

Figura 4. Exemplar de Trichiurus lepturus (adaptado de


www.pescaesportiva.org).

5.2.2.
Micropogonias furnieri (corvina)

Micropogonias furnieri, conhecida vulgarmente como corvina (Figura 5),


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possui o corpo comprido, coloração prateada, estrias amarelas nos flancos e pretas
no dorso (Figueiredo, 1970). É um peixe característico da região tropical e ocorre
ao longo de toda a costa brasileira, sendo mais abundante ao sul de Cabo Frio (RJ)
(Vazzoler, 1971).
O comprimento total das corvinas pode alcançar 350 mm com 1 ano de
vida e migrar para águas que possuem uma maior salinidade (Carvalho-Filho,
1999). Geralmente, seu comprimento encontra-se entre uma faixa que varia de
190 a 610 mm. Esses indivíduos atingem a maturidade sexual quando estão com
450 mm de comprimento ou com 4 anos de idade (Vazzoler, Zaneti et al., 1973).
A corvina caracteriza-se como uma espécie carnívora bentófoga, ou seja,
alimenta-se de animais vivos no fundo do mar (Vazzoler, 1975). Seu aparato
bucal é voltado para baixo. Sendo assim, essa espécie reflete bem a influência da
região costeira onde vive (Vazzoler, 1975).
36

Figura 5. Exemplar de Micropogonias furnieri (adaptado de (Seixas, 2004).

5.2.3.
Mugil liza (tainha)

Mugil liza, conhecida vulgarmente como tainha (Figura 6), possui corpo
alongado, fusiforme e robusto, com o dorso verde-azulado, flancos prateados e
ventre claro. É uma espécie característica de águas tropicais e subtropicais do
Atlântico Ocidental e é encontrada em todo o litoral brasileiro. Apresentam
grande importância para a pesca artesanal e comercial no país e são frequentes na
dieta humana (Szpilman, 1991).
O comprimento total da tainha pode alcançar 1 metro e pode pesar até
aproximadamente 6 kg. Esses indivíduos atingem a maturidade sexual quando
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apresenta um comprimento próximo a 400 mm (Carvalho, 2008).


Com relação ao hábito alimentar, a tainha é iliófaga, ou seja, se alimenta
próximo ao sedimento, de detritos orgânicos e filamentos de alga. Dentre os
principais itens alimentares da tainha, cerca de 80% são representados pelas algas
diatomáceas bentônicas (Szpilman, 1991; Blabber, 1997; Silva e Sergipense,
1997).

Figura 6. Exemplar de Mugil liza (adaptado de (Seixas, 2004)).


37

5.2.4.
Callinectes spp. (Siri azul)

Callinectes (crustácea, portunidae), conhecido vulgarmente como siri azul


(Figura 7), possui carapaça ovalada achatada, dorso-ventralmente de cor azul
esverdeada ou verde acinzentada com grânulos na região dorsal, distribuídos de
acordo com as espécies, e provido por espinhos e quatro pares de patas
ambulatórias (pereiópodos), sendo o último par adaptado à natação (Virga, 2006).
As espécies principais que ocorrem no litoral brasileiro são: C. sapidus, C.
danae, C. bocourti, C. ornatus, C. exasperatus, C. marginatus e C. similis (Virga,
Geraldo et al., 2007).
Os siris da família Portunidae são comuns em habitats costeiros das
regiões tropicais, subtropicais e temperadas e são muito importantes nas relações
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tróficas entre peixes e animais de fundos arenoso e lodoso. Estes habitam


usualmente águas salobras em manguezais, estuarinas e até hipersalinas (Willians,
1974; Virga, Geraldo et al., 2007).
Com relação ao hábito alimentar, os siris, são onívoros. Eles se alimentam
geralmente de matéria orgânica morta (animais e vegetais), mas podem capturar
pequenos peixes e invertebrados bentônicos, como bivalves e outros crustáceos
(Mantelatto e Christofoletti, 2001).

Figura 7. Exemplar de Callinectes spp.


38

5.2.5.
Farfantepenaeus brasiliensis (camarão rosa)

O camarão Farfantepenaeus brasiliensis, conhecido vulgarmente como


camarão rosa (Figura 8), é amplamente distribuído ao longo do Atlântico
Ocidental. Essa espécie é encontrada desde o Cabo Hatteras, Carolina do Norte
(USA) até a Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul (Brasil) (Pinheiro, 2008).
Os adultos se reproduzem em regiões ao largo da costa e as larvas são
levadas pelas correntes para o interior dos estuários, onde se desenvolvem até
certa etapa da fase juvenil. A partir daí eles migram para as regiões costeiras e
permanecem até fazerem parte do estoque reprodutor e assim completarem o ciclo
de vida (Pinheiro, 2008).
Com relação ao hábito alimentar, o camarão é uma espécie onívora, ou
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seja, alimenta-se de pequenos animais ou matéria orgânica em decomposição.

Figura 8. Exemplar de Farfantepenaeus brasiliensis


39

6
MATERIAL E MÉTODOS

6.1.
Amostragem

Durante os anos de 2009, 2010 e 2011, foram coletadas na área de estudo


as seguintes espécies de peixe: Trichiurus lepturus (N= 23) – peixe espada, peixe
piscívoro; Micropogonias furnieri (N= 32) - corvina, peixe carnívoro e Mugil liza
(N= 25) - tainha, peixe iliófago. Em 2010, também foram coletadas as seguintes
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espécies de siri e camarão: Callinectes spp. (N= 26) - siri azul, espécie onívora e
Farfantepenaeus brasiliensis (N= 90) - camarão rosa, espécie onívora. Estas
últimas espécies foram coletadas através de uma rede de arrasto utilizada na pesca
do camarão rosa.
Todas as espécies estudadas foram coletadas por pescadores da região da
Ilha Grande e foram transportadas em caixas térmicas com gelo até o Laboratório
Especializado em Meio Ambiente (LEMA), localizado na Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro.
Os indivíduos das espécies de peixe foram pesados, medidos
(comprimento total) e tiveram o sexo identificado. Em seguida, o fígado e o tecido
muscular (dorso-lateral esquerdo) dos indivíduos foram retirados, segundo as
recomendações da FAO (Fao, 1983) e, posteriormente, as amostras foram
liofilizadas para futuras análises.
Nas Tabelas 1, 2 e 3, são apresentados alguns parâmetros biológicos dos
peixes coletados bem como, as estações de coleta dos mesmos.
Os indivíduos da espécie de siri foram pesados, tiveram o sexo
identificado e foram medidos com auxílio de um paquímetro (0,1 mm), onde a
largura da carapaça foi medida entre a base dos espinhos laterais e o comprimento
pela posição vertical do abdômen (Andrade, Matos et al., 2011). Em seguida, o
tecido muscular, as vísceras e os ovos (fêmeas ovígeras) dos indivíduos foram
retirados. Posteriormente, as amostras foram liofilizadas para futuras análises.
40

Os camarões foram pesados e medidos com o auxílio de um paquímetro e


em seguida as cabeças, as caudas e os exoesqueletos foram retirados.
Posteriormente o tecido muscular foi liofilizado para futuras análises.

Tabela 11. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de peixe espada


(Trichiurus lepturus).

CÓDIGO SEXO PESO (g) COMPRIMENTO ESTAÇÃO


TOTAL (cm) DA
COLETA
PE 01 Macho 452,7 84 Chuvosa

PE 02 Fêmea 582,9 102 Chuvosa

PE 03 Fêmea 836,1 104 Chuvosa


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PE 04 Macho 965,7 96 Chuvosa

PE 05 Fêmea 880,4 112 Chuvosa

PE 06 Fêmea 1357,2 130 Chuvosa

PE 07 Fêmea 680,5 110 Chuvosa

PE 08 Fêmea 543,2 75 Chuvosa

PE 09 Fêmea 511,0 97 Chuvosa

PE 10 Fêmea 416,8 92 Chuvosa

PE 11 Macho 565,8 97 Chuvosa

PE 12 Fêmea 587,6 100 Chuvosa

PE 13 Fêmea 437,4 95 Chuvosa

PE 14 Fêmea 499,9 95 Chuvosa

PE 15 Indefinido 505,9 98 Chuvosa

PE 16 Fêmea 618,2 109 Chuvosa

PE 17 Fêmea 1009,9 115 Chuvosa

PE 18 Fêmea 584,6 95 Chuvosa


41

PE 19 Fêmea 577,9 95 Chuvosa

PE 20 Fêmea 817,9 119 Chuvosa

PE 21 Macho 525,2 91 Chuvosa

PE 37 Macho 1001,3 106 Chuvosa

PE 38 Macho 1074,7 118 Chuvosa

Tabela 12. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de Corvina


(Micropogonias furnieri).

CÓDIGO SEXO PESO COMPRIMENTO ESTAÇÃO


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(g) TOTAL (cm) DA


COLETA
C 22 Fêmea 529,1 37 Chuvosa
C 23 Macho 305,5 29 Chuvosa
C 25 Fêmea 361,1 33 Chuvosa
C 28 Macho 300,4 31 Chuvosa
C 29 Macho 281,6 30 Chuvosa
C 33 Macho 1027,9 46 Chuvosa
C 34 Fêmea 769,5 42 Chuvosa
C 35 Fêmea 667,5 40 Chuvosa
C 36 Fêmea 306,4 30 Chuvosa
C 37 Macho 724,8 41 Chuvosa
C 39 Fêmea 769,5 42 Chuvosa
C 40 Macho 601,4 38 Chuvosa
C 41 Fêmea 667,5 40 Chuvosa
C 42 Fêmea 647,0 39 Chuvosa
C 43 Fêmea 530,0 38 Chuvosa
C 44 Fêmea 660,5 40 Chuvosa
C 039 Fêmea 1384,0 50 Seca
C 040 Macho 1776,4 56 Seca
C 041 Fêmea 996,6 47 Seca
42

C 042 Fêmea 1806,4 56 Seca


C 043 Fêmea 1334,7 50 Seca
C 044 Fêmea 1126,9 47 Seca
C 045 Macho 1233,5 49 Seca
C 046 Fêmea 1318,5 51 Seca
C 047 Macho 1076,3 49 Seca
C 048 Macho 1025,2 47 Seca
C 70 Indefinido 309,6 33 Chuvosa
C 71 Indefinido 435,0 38 Chuvosa
C 72 Indefinido 330,0 34 Chuvosa
C 73 Indefinido 415,8 35 Chuvosa
C 74 Indefinido 393,7 34 Chuvosa
C 75 Indefinido 526,0 38 Chuvosa
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Tabela 13. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de Tainha (Mugil


liza).

CÓDIGO SEXO PESO COMPRIMENTO ESTAÇÃO


(g) TOTAL (cm) DA
COLETA
T 49 Fêmea 1494,2 57 Seca
T 50 Fêmea 1495,2 57 Seca
T 51 Fêmea 2103,0 62 Seca
T 52 Indefinido 1119,2 55 Seca
T 53 Macho 1190,0 54 Seca
T 54 Macho 1140,9 52 Seca
T 55 Indefinido 1124,8 53 Seca
T 56 Fêmea 1359,4 57 Seca
T 57 Indefinido 1184,5 54 Seca
T 58 Indefinido 1426,9 56 Seca
T 59 Fêmea 1414,0 55 Seca
T 60 Fêmea 1368,7 53 Seca
43

T 61 Fêmea 1511,5 57 Seca


T 62 Indefinido 1059,9 52 Seca
T 63 Macho 1288,2 55 Seca
T 70 Fêmea 1131,4 53 Chuvosa
T 71 Fêmea 992,0 49 Chuvosa
T 72 Fêmea 1297,0 55 Chuvosa
T 73 Indefinido 1085,0 53 Chuvosa
T 74 Indefinido 1025,7 51 Chuvosa
T 75 Macho 1189,6 52 Chuvosa
T 76 Macho 1079,0 51 Chuvosa
T 77 Fêmea 1214,9 54 Chuvosa
T 78 Macho 1111,3 54 Chuvosa
T 79 Fêmea 1165,3 52 Chuvosa
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Tanto os indivíduos de Farfantepenaeus brasiliensis quanto os indivíduos


de Callinectes spp. foram separados por classes de tamanhos. Desta forma,
obtiveram-se diferentes grupos de amostras compostas. Os parâmetros das
amostras compostas são apresentados nas Tabelas 4 e 5.
As amostras coletadas perderam aproximadamente 70 % de água após o
processo de liofilização.

Tabela 14. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de camarão


(Farfantepenaeus brasiliensis).

CÓDIGO PESO N COMPRIMENTO


MÉDIO (g) MÉDIO (cm)
Cam 1 130,4 6 19,7
Cam 2 118,1 9 16,9
Cam 3 78,7 9 15,0
Cam 4 86,7 9 15,3
Cam 5 42,3 8 12,9
Cam 6 55,6 9 13,7
Cam 7 38,7 13 10,9
Cam 8 9,7 7 9,0
44

Cam 9 8,6 20 7,2

Tabela 15. Parâmetros biológicos do grupo de amostras de siri (Callinectes


spp.).

CÓDIGO SEXO PESO N COMPRIMENTO LARGURA


MÉDIO (g) MÉDIO (cm) MÉDIA
(cm)
SA1 Macho 100,0 1 6,0 11,0
SA2 Fêmea 117,1 2 5,0 11,0
SA3 Fêmea 83,1 2 5,0 9,5
SA4 Macho 83,7 1 6,0 12,0
SA5 Fêmea 83,4 4 3,8 8,2
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SA6 Fêmea 98,8 2 5,0 10,2


SA7 Macho 90,1 2 4,5 9,8
SA8 Macho 125,8 2 5,0 10,5
SA9 Fêmea ov.* 127,9 3 4,0 8,8
SA10 Fêmea ov.* 135,4 3 4,0 9,0
SA11 Fêmea ov.* 63,3 1 5,0 10,0
SA12 Fêmea ov.* 70,9 1 4,5 12,5
SA13 Fêmea ov.* 97,9 1 4,5 9,5
SA14 Fêmea ov.* 95,4 1 4,5 9,5
* Fêmea ovígera

6.2.
Preparo das amostras

As amostras liofilizadas foram decompostas em meio ácido utilizando bloco


de digestão na proporção de 0,250 g de amostra para 5 mL de ácido nítrico
bidestilado, sob aquecimento a 100 °C durante 5 horas. Após o resfriamento, o
volume foi ajustado para 20 mL com água ultrapura. Desta solução, retirou-se
uma alíquota de 2 mL que foi diluída com 2 mL de água ultrapura para posterior
análise por ICP MS.
45

6.3.
Análise instrumental

A determinação dos elementos traço foi realizada no Laboratório de


Espectrometria (Labspectro), localizado na Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro.
Os metais foram analisados em um espectrômetro de massa com fonte de
plasma indutivamente acoplado (ICP MS) sem o uso de cela de reação, modelo
ELAN DRC II (Perkin Elmer-Sciex, Norwalk, CT, USA).
O sistema para introdução de amostra no plasma foi o sistema padrão
fornecido pelo fabricante do ICP-MS e composto de nebulizador tipo Meinhard
com câmara ciclônica e twister.
103
Durante as análises, foi utilizado o Rh como padrão interno, na
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concentração de 20 µg L-1, para monitorar o processo de nebulização e a


estabilidade do plasma. Os isótopos dos elementos analisados (Cu, Fe, Zn, Ni, Cd
e Pb) foram: Cu65, Fe57, Zn66, Ni60, Cd114 e Pb208. As condições operacionais
típicas para determinação dos elementos estão descritas na Tabela 6.

Tabela 16. Parâmetros operacionais do ICP-MS ELAN DRC II.

Potência de radiofrequência 1150 W


Amostrador e skimmer Pt
Modo de varredura Peak Hopping
Resolução 0,7 u
Varreduras por leitura 3
Leituras por replicatas 1
Replicatas 3
Dwell time 70 ms
Tempo morto 55 ns
Operação do detector Dual Mode
Vazão do gás auxiliar 1 L min-1
Vazão do gás plasma 15 L min-1
Vazão do gás carreador 1 L min-1
46

6.4.
Controle de qualidade analítica

Para o controle de qualidade da análise, foram realizados brancos das


amostras com a finalidade de detectar qualquer contaminante proveniente do
processo analítico capaz de impossibilitar a detecção e a quantificação.
A exatidão do método foi avaliada através do uso de material de referência
certificado DORM-3 (material padrão composto de proteína de peixe impregnada
com traços de metal) e TORT-2 (material padrão composto de hepatopancreas de
lagosta impregnado com traços de metal).
As curvas analíticas para os elementos analisados foram realizadas com 2
brancos e 9 pontos de concentrações 1, 2, 4, 6, 8, 10, 20, 40 e 80 µg g-1 utilizando
os padrões Perkin Elmer 29 de 100 µg L-1 e 1000 µg L-1.
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6.5.
Aplicação da análise multivariada de dados a interpretação de dados
ambientais

A análise de componentes principais (PCA) é um método de análise


multivariada que tem como principal objetivo reduzir a dimensão dos dados
originais. Este método auxilia na elaboração de hipóteses gerais a partir dos dados
coletados e também é capaz de separar a informação importante da redundante e
aleatória (Vieira, 2007).
Os dados referentes às concentrações de metais nas amostras analisadas
foram normalizados por meio da transformação das variáveis, através da aplicação
do logaritmo, de forma que os dados apresentassem uma distribuição contínua de
probabilidade teórica. O eixo das abscissas representa os valores possíveis de uma
variável e o eixo da ordenada representa a probabilidade desses valores
ocorrerem. Cabe ressaltar que estes valores estão reunidos em torno da média, em
um padrão simétrico, unimodal, conhecido como curva normal (Hair, Black et al.,
2009).
As análises estatísticas dos componentes principais foram realizadas no
programa Statistica® 7. Foi utilizada a opção “método de disponibilidade total
47

(PAIRWISE)” que tem como função promover uma estimativa das correlações e
maximizar as informações disponíveis nas amostras.
Os testes foram aplicados nas espécies de peixes juntas e em cada espécie
de peixe separadamente, assim como em todas as espécies de crustáceos juntas e
em cada espécie de crustáceo (camarão e siri), com o objetivo de investigar as
correlações entre as concentrações de metais e as demais variáveis, tais como
comprimento, peso e sexo.
Esta técnica procura sintetizar a informação que está contida em diversas
variáveis originais dentro de um conjunto menor de variáveis estatísticas (fatores),
de modo que a perda de informações seja a menor possível. Isso é feito através do
agrupamento das variáveis que possuem interrelações significativas para que estas
possam apontar uma dimensão avaliativa mais geral, por meio de uma matriz de
correlação.
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48

7
RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.1.
Amostras de padrão certificado

Nas Tabelas 7 e 8, são apresentados os resultados para os materiais de


referência empregados.

Tabela 17. Concentração dos elementos nas amostras de DORM-3 (N= 20)
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Elemento Valor certificado (µg g-1) Valor obtido (µg g-1)


Zn 51,3 ± 3,1 52,6 ± 3,0
Fe 347 ± 20 340 ± 18
Cu 15,50 ± 0,63 15,80 ± 0,59
Cd 0,290 ± 0,020 0,310 ± 0,010
Pb 0,395 ± 0,050 0,340 ± 0,020
Ni 1,28 ± 0,24 1,32 ± 0,15

Tabela 18. Concentração dos elementos nas amostras de TORT-2 (N= 10)

Elemento Valor certificado(µg g-1) Valor obtido (µg g-1)


Zn 180 ± 6 183 ± 4
Fe 105 ± 13 93,16 ± 12
Cu 106 ± 10 101 ± 9
Cd 26,7 ± 0,6 26,8 ± 0,8
Pb 0,35 ± 0,13 0,33 ± 0,10
Ni 2,50 ± 0,19 2,43 ± 0,12

Os resultados obtidos demonstraram a boa precisão e exatidão da


metodologia analítica empregada. Estes resultados mostraram que o método
analítico empregado, desde a digestão das amostras, até a determinação dos
elementos Zn, Fe, Cu, Cd, Pb e Ni por ICP-MS foi eficiente e reprodutivo para a
análise dos elementos nos organismos aquáticos deste estudo.
49

7.2.
Limites de detecção e quantificação

O limite de detecção instrumental (LD) é definido como a menor


concentração que pode ser determinada com grau de certeza estatística, utilizando
um determinado procedimento experimental. É determinado pela razão entre o
desvio padrão (s) e a inclinação da curva analítica (a) multiplicado por um fator
(3) (Welz e Sperling, 1999).

LD = [(3) x (s/a)]

O limite de quantificação instrumental (LQ) é definido como o menor


limite para medidas quantitativas precisas, utilizando um determinado
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procedimento experimental. É determinado pela razão entre o desvio padrão e a


inclinação da curva analítica (a) multiplicado por um fator (10) (Miller e Miller,
1994).

LQ = [(10) x (s/a)]

Os valores de LD e LQ encontrados são apresentados na Tabela 9.

Tabela 19. Média, desvio-padrão, limite de detecção e quantificação,


expressos em µg Kg-1 (N=10).

Elemento Média Desvio padrão Inclinação L.D. L.Q. L.Q. da


da curva Instrumental Instrumental Amostra

Zn 0,00211 0,00087 0,00149 1,76 5,85 936,83


Fe 0,01421 0,00072 0,00036 6,02 20,07 3210,99
Cu 0,00122 0,00061 0,00369 0,50 1,66 265,70
Cd 0,00021 0,00002 0,00486 0,01 0,04 6,46
Pb 0,00135 0,00022 0,01193 0,06 0,18 29,50
Ni 0,00062 0,00006 0,00372 0,05 0,16 25,33

Todas as amostras analisadas neste estudo apresentaram valores superiores


aos limites de detecção e quantificação instrumental e também do limite de
50

quantificação da amostra. Assim, este método possui uma margem confortável


para se analisar matrizes biológicas como as utilizadas neste trabalho.

7.3.
Concentração dos elementos nos organismos estudados

Nas tabelas em anexo (Anexos 1 a 10) encontram-se a concentração dos


elementos estudados nas amostras de tecido muscular e fígado do peixe espada,
tainha e corvina, nas amostras de tecido muscular do camarão rosa e nas amostras
de tecido muscular, vísceras e ovos do siri azul da Baía da Ilha Grande com suas
respectivas médias, desvio padrão, valor mínimo e valor máximo.
A análise do tecido muscular dos peixes foi utilizada para investigar a
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exposição da população humana aos elementos via alimentação enquanto a análise


do fígado foi utilizada para determinar as exposições recentes dos organismos a
estes elementos (Junior, Araujo et al., 2002). Da mesma forma, foram feitas para
as partes comestíveis do camarão e do siri.
Nas Figuras 9 e 10 estão representadas as médias das concentrações de Cu,
Fe, Zn, Cd, Pb e Ni no tecido muscular das espécies de peixes e crustáceos
estudadas.
51

Figura 9. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn no tecido muscular


das espécies de peixes e crustáceos estudadas.
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Figura 10. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni no tecido muscular


das espécies de peixes e crustáceos estudadas.

Em geral, os crustáceos apresentaram concentrações mais elevadas de Zn,


Fe, Cu, Ni, Pb e Cd que os peixes (Figuras 9 e 10). Estes resultados estão de
acordo com aqueles reportados na literatura, para estudos com peixes e crustáceos.
Estudos anteriores realizados no Vietnã (Ikemoto, Tu et al., 2008) e Índia (Das,
52

Mandal et al., 2007), também observaram valores mais elevados de metais em


crustáceos do que em peixes. Provavelmente, estas diferenças de concentração
verificadas entre peixes e crustáceos podem ser atribuídas às grandes diferenças
funcionais entre estes organismos aquáticos (Das, Mandal et al., 2007) e também
às diferenças na acumulação destes metais e nas habilidades de desintoxicação
(Ikemoto, Tu et al., 2008). De maneira geral, os crustáceos têm uma alta exigência
de cobre e zinco. O primeiro é utilizado como parte integrante do pigmento
respiratório hemocianina (Rainbow, 1997; Ikemoto, Tu et al., 2008) e o segundo é
usado como ativador de sistemas enzimáticos (Rainbow, 1997). Portanto, é de se
esperar que estes animais apresentem níveis mais altos destes dois elementos em
comparação com outros organismos.
Na Tabela 10 encontram-se as concentrações médias dos metais nos peixes
e crustáceos deste estudo, bem como as de outros estudos realizados no Brasil,
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Argentina, Índia e Indonésia.


Os resultados encontrados neste estudo estão abaixo daqueles reportados
para a biota aquática marinha de outros lugares como, por exemplo, as
concentrações de Cu, Fe, Zn e Cd encontradas no tecido muscular da espécie T.
lepturus foram menores do que aquelas reportadas para a mesma espécie coletada
na Costa Nordeste (Índia); as concentrações de Cu, Ni, Pb e Cd encontradas no
tecido muscular da espécie M. furnieri foram menores do que aquelas reportadas
para a mesma espécie coletada na Baía de Guanabara (Brasil); as concentrações
de Cu, Fe, Zn, Ni, Pb e Cd encontradas no músculo da espécie M. liza foram
menores do que aquelas reportadas para a mesma espécie coletada na Baía de
Guanabara (Brasil) e as concentrações de Cu encontradas no músculo da espécie
Callinectes foram menores do que aquelas reportadas para a mesma espécie
coletada na Baía de Sepetiba (Brasil).
Cabe ressaltar que a Baía de Guanabara e a Baía de Sepetiba são duas
áreas costeiras altamente poluídas por metais. Sendo assim, a Baía da Ilha Grande
é uma área considerada não poluída mesmo recebendo contaminantes através da
deposição atmosférica advinda dos centros urbanos: Rio de Janeiro e São Paulo,
no qual a atividade industrial é muito intensa (Costa, 1998; Molisani, Marins et
al., 2004).
53

Tabela 20. Concentração média (µg g-1) de metais em peixes e crustáceos do Brasil, Argentina, Índia e Indonésia.
Local Espécie Tecido/ Órgão Cu Fe Zn Ni Pb Cd Referência

Baía da Ilha Trichiurus Músculo 0,61- 1,34 8,76- 36,88 12,56- 19,18 0,02- 0,23 <LD- 0,05 <LD- 0,02 (Presente
Grande, lepturus estudo)
Brasil (µg g-1
seco)
Fígado 9,81- 41,51 350,72- 1733,59 64,18- 16,22 0,04- 0,14 0,21- 0,51 0,39- 10,55

Baía da Ilha Micropogonias Músculo 0,50- 2,45 11,34- 93,08 12,14- 22,80 0,03- 0,51 <LD- 0,20 0,01- 0,26 (Presente
Grande, furnieri estudo)
Brasil (µg g-1
seco)

Fígado 8,17- 82,74 391,42- 1411,13 70,26- 148,14 0,24- 1,65 0,15- 2,83 1,46- 11,56

Baía da Ilha Mugil liza Músculo 0,49- 5,81 9,05- 47,63 9,69- 20,06 0,01- 0,21 0,02- 0,40 0,01- 0,03 (Presente
Grande, estudo)
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Brasil (µg g-1


seco)
Fígado 116,94- 3664,94 963,03- 4159,05 224,83- 1065,22 0,21- 0,90 0,19- 0,61 0,36- 9,52

Baía da Ilha Callinectes spp. Músculo 31,60- 64,10 23,18- 142,63 82,74- 179,24 0,20- 0,81 0,07- 0,22 0,05- 0,32 (Presente
Grande, estudo)
Brasil (µg g-1
seco)
Vísceras 35,49- 167,71 70,12- 762,05 69,66- 208,60 0,69- 2,93 0,33- 0,87 0,24- 1,55
Ovos 25,27- 56,93 1106,70- 1807,13 250,05- 406,23 1,29- 1,65 0,98- 2,04 0,04- 0,05

Baía da Ilha Farfantepenaeus Músculo 18,55- 28,50 12,00- 122,00 56,33- 64,73 0,14- 0,51 0,26- 0,43 0,03- 0,14 (Presente
Grande, brasiliensis estudo)
Brasil (µg g-1
seco)
54

Baía de Micropogonias Músculo 0,6± 0,3 2,1± 0,6 3,2± 0,5 1,0± 0,1 0,6± 0,2 0,08± 0,05 (Kehrig, Costa
Guanabara, furnieri et al., 2007)
Brasil (µg g-1
úmido)

Baía de Mugil liza Músculo 0,4± 0,2 8,3± 2,2 3,8± 1,3 0,9± 0,3 0,4± 0,2 0,06± 0,02 (Kehrig, Costa
Guanabara, et al., 2007)
Brasil (µg g-1
úmido)

La Plata, Micropogonias Músculo <LD <LD 10,7- 31,2 <LD <LD <LD (Marcovecchio,
Argentina furnieri 2004)
(µg g-1
úmido)
Fígado - - 30,6- 60,1 - - 0,95- 5,34

La Plata, Mugil liza Músculo - - 40,8- 59,8 - - 0,20- 0,44 (Marcovecchio,


Argentina 2004)
(µg g-1
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

úmido)
Fígado - - 44,2- 60,2 - - 7,85- 12,4

Costa Trichiurus Músculo <LD- 20,4 20,0- 249,7 8,0- 59,7 - - <LD- 11,90 (Kumar, Sajwan
nodeste, lepturus et al., 2012)
India (µg g-1
seco)

Grasilk, Mugil liza Músculo 0,108± 0,032 - 0,435± 0,078 0,012±0,010 0,047± 0,002 <0,0001 (Soegianto,
Indonésia Irawan et al.,
(µg g-1 2008)
úmido)
55

São Paulo, Farfantepenaeus Espécimes 10,285- 19,120 - 9,460- 11,720 - - 0,338- 0,536 (Alves-Costa e
Brasil (µg g-1 brasiliensis inteiros Costa, 2004)
seco) (incluindo o
exoesqueleto)

Baía de Callinectes spp. Músculo 59,1 - 94,2 <LD <LD <LD (Carvalho,
Sepetiba, Lacerda et al.,
Brasil (µg g-1 1993)
seco)

Rio Cubatão, Callinectes spp. Parte mole 14- 18 - 12,0- 20 - 0,61- 1,51 0,12- 0,22 (Virga e
Brasil (µg g-1 Geraldo, 2008)
úmido)
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56

7.3.1.
Peixes

Dentre as espécies de peixe estudadas, o peixe espada que é um predador


voraz, está posicionado no nível trófico superior da cadeia alimentar aquática da
Baía da Ilha Grande. A corvina, que é um peixe predador não voraz, é a espécie
representativa do nível trófico intermediário e a tainha, peixe iliófago, é a
representante do nível trófico inferior.
Nas Figuras 11 e 12 estão representadas as médias das concentrações de
Cu, Fe, Zn, Cd, Pb e Ni no tecido muscular das espécies de peixes estudadas.
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Figura 11. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn no tecido muscular


das espécies de peixe estudadas.
57

Figura 12. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni no tecido muscular


das espécies de peixe estudadas.
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Dentre os peixes, as maiores concentrações de Fe, Zn, Cd e Ni foram


encontradas no tecido muscular da corvina enquanto que as maiores
concentrações de Cu e Pb foram encontradas na tainha. No fígado, as maiores
concentrações de Cu, Fe e Zn foram encontradas na tainha enquanto as maiores
concentrações de Pb, Cd e Ni foram encontradas na corvina (Figuras 11 e 12).
A diferença de concentração dos elementos determinados nas espécies de
peixe pode ser devida a diversos fatores, como o tamanho, nível trófico e
exigência metabólica (Trucco, Inda et al., 1990; Parsons, 1999). As maiores
concentrações dos elementos analisados foram encontradas na tainha e na corvina
possivelmente porque elas possuem uma relação próxima com o sedimento e os
metais adsorvem-se ao substrato.
Nas Figuras 13 a 16 estão representadas as médias das concentrações de
Cu, Fe, Zn, Pb, Cd e Ni no tecido muscular e no fígado do peixe espada, tainha e
corvina da Baía da Ilha Grande, onde a concentração de todos os elementos
determinados em amostras de fígado foram superiores às determinadas em
amostras de músculo das espécies estudadas.
58

Figura 13. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em músculo de


corvina, tainha e peixe espada.
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Figura 14. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em fígado de


corvina, tainha e peixe espada.
59

Figura 15. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em músculo de


corvina, tainha e peixe espada.
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Figura 16. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em fígado de


corvina, tainha e peixe espada.

Os órgãos metabolicamente ativos, como o fígado, acumulam maiores


quantidades de metais que o tecido muscular (Karadede, Oymak et al., 2004;
Dural, Goksu et al., 2007; Yilmaz, Ozdemir et al., 2007), pois produzem e retém
grandes quantidades de metalotioneínas que são proteínas que se ligam aos metais
60

e os armazenam de forma não tóxica (Viarengo, 1989; Inácio, 2006). Os


resultados obtidos, portanto, corroboram com relatos da literatura, por exemplo,
no estudo de Turkmen et al. (2009), que analisaram fígado e músculo de 12
espécies de peixes dos mares Egeu e Mediterrâneo relataram que os níveis de
metais (Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn) nos músculos eram geralmente mais
baixos que no fígado. Dural, Goksu et al. (2007), investigando o teor de metais
(Cd, Pb, Cu, Zn e Fe) em espécies de peixe em um lago na Turquia, também
observaram as mais altas concentrações em fígado que no tecido muscular.
A Figura 17 representa o gráfico gerado pela análise dos componentes
principais das amostras de peixes juntas com os seus respectivos códigos, na qual
é possível distinguir as amostras por tecido e órgão, separando-as em um grupo
contendo músculos e outro contendo fígados, indicando que os elementos
analisados se acumulam de forma diferenciada no tecido muscular e no fígado dos
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peixes.

Figura 17. Análise dos componentes principais em músculo e fígado de


peixe espada (PE e PE F), músculo e fígado de corvina (CM e CF) e músculo e
fígado de tainha (TM e TF).
61

As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos


parâmetros biológicos do peixe espada foram avaliadas através da matriz de
correlação obtida pela análise dos componentes principais (Figura 18). A matriz
de correlação apresentou uma correlação positiva e significativa entre o peso e o
comprimento (R= 0,77; p < 0,05) dos indivíduos e todos os elementos
apresentaram correlação entre eles, exceto o níquel que apresentou correlação
apenas com o ferro e com o cádmio. O comprimento, o peso e o sexo não
influenciaram na acumulação dos elementos analisados no tecido muscular e no
fígado do peixe espada.
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Figura 18. Correlações entre as variáveis (peixe espada).

O Teste Scree estimou três fatores considerados significantes e estes


explicam 95,08% da variância total do peso, comprimento e concentração dos
elementos que apresentaram algum tipo de correlação no tecido muscular e no
fígado do peixe espada. Os componentes interligados pelo primeiro fator são o
cobre, o cádmio, o chumbo, o ferro e o zinco correspondendo a 62,81% da
variância, os componentes interligados pelo segundo fator são o peso e o
comprimento sendo responsável por 20,73% da variância e no terceiro fator
encontra-se apenas o níquel contribuindo com 11,54% da variância (Anexos 19 a
22).
As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos
parâmetros biológicos da corvina foram avaliadas através da matriz de correlação
obtida pela análise dos componentes principais (Figura 19). A matriz de
correlação apresentou uma correlação positiva e significativa entre o peso e o
comprimento (R= 0,99; p < 0,05) dos indivíduos e todos os elementos analisados
62

se correlacionaram entre eles. O comprimento dos indivíduos apresentou


correlação negativa com o cádmio (R= -0,33; p < 0,05) e com o chumbo (R= -
0,50; p < 0,05). O peso apresentou uma correlação negativa com o chumbo (R= -
0,49; p < 0,05) no tecido muscular e no fígado dessa espécie.
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Figura 19. Correlações entre as variáveis (corvina).

O Teste Scree estimou dois fatores, no qual explicam 93,18% da variância


total do peso, comprimento e dos elementos correlacionados. Todos os elementos
se correlacionaram e estes são componentes interligados pelo primeiro fator com
68,66% da variância, enquanto que o peso e o comprimento estão interligados
pelo segundo fator sendo responsável por 24,52 % da variância (Anexos 24 a 27).
A correlação negativa do comprimento com o cádmio e com o chumbo
indica que estes elementos não são acumulados em seu tecido muscular e fígado
ao longo de seu crescimento. O sexo dos indivíduos não influenciou na
acumulação dos elementos.
As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos
parâmetros biológicos da tainha foram avaliadas através da matriz de correlação
obtida pela análise dos componentes principais (Figura 20). A matriz de
correlação apresentou uma correlação positiva e significativa entre o peso e o
comprimento (R= 0,90; p < 0,05) dos indivíduos. O peso apresentou uma
correlação negativa e significativa com as concentrações de chumbo (R= -0,61; p
< 0,05) no tecido muscular e no fígado da tainha. O comprimento dos indivíduos
também se correlacionou negativamente (R=-0,56; p < 0,05) com as
concentrações de chumbo.
63

Figura 20. Correlações entre as variáveis (tainha).

O Teste Scree mostrou que apenas dois fatores são considerados


significantes e estes explicam 91,57% da variância total do peso, comprimento e
concentração dos elementos no tecido muscular e no fígado da tainha que
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apresentaram algum tipo de correlação (Anexos 29 a 32).


A correlação positiva e significativa entre o peso e o comprimento obtida
pela matriz de correlação (Figura 20) indica que quanto maior for o peixe maior
será seu peso. A correlação negativa do comprimento com o chumbo indica que
este elemento não é acumulado em seu tecido muscular e no fígado ao longo de
seu crescimento. O sexo dos indivíduos não influenciou na acumulação dos
elementos.

7.3.2.
Crustáceos

Dentre os crustáceos, as maiores concentrações de todos os elementos


analisados, exceto o chumbo, foram observadas no siri. As Figuras 21 e 22
representam as médias das concentrações de Cu, Fe, Zn, Cd, Pb e Ni no tecido
muscular das espécies de crustáceos estudadas.
64

Figura 21. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn no tecido muscular


das espécies de crustáceo estudadas.
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Figura 22. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni no tecido muscular


das espécies de crustáceo estudadas.

A variabilidade de concentração dos elementos pode ocorrer em função do


habitat, exposição aos contaminantes e fatores fisiológicos (Nendza, Herbst et al.,
1997; Ribeiro, Vollaire et al., 2005). Tanto o siri quanto o camarão, são
crustáceos decápodes e apresentam similar comportamento alimentar (detritívoros
65

e consumidores de fundo) (Virga, Geraldo et al., 2007). Entretanto, o camarão


alimenta-se de organismos na coluna d’água enquanto o siri se alimenta próximo
ao sedimento. Assim, o siri apresentou as maiores concentrações possivelmente
devido a maior exposição aos contaminantes.
A Figura 23 representa o gráfico gerado pela análise dos componentes
principais das amostras de crustáceos juntas com os seus respectivos códigos,
onde mostrou uma nítida separação entre as amostras de tecido muscular de
camarão das amostras de tecido muscular de siri, indicando que os elementos
analisados se acumulam de forma diferenciada em seus tecidos. Esse resultado
indica que a acumulação de Cu, Fe, Zn, Ni, Pb e Cd são estatisticamente
diferentes no camarão e no siri.
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Figura 23. Análise dos componentes principais (crustáceos).

As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos


parâmetros biológicos do camarão foram avaliadas através da matriz de correlação
obtida pela análise dos componentes principais (Figura 24). A matriz de
correlação apresentou uma correlação positiva e significativa entre o peso e o
comprimento (R= 0,97; p < 0,05) dos indivíduos. O peso apresentou uma
66

correlação negativa e significativa entre este parâmetro biológico e as


concentrações de cádmio (R= -0,94; p < 0,05), ferro (R = -0,88; p < 0,05) e níquel
(R= -0,94; p < 0,05) em seus tecidos. O comprimento dos indivíduos
correlacionou-se negativamente com as concentrações de cádmio (R= -0,94; p <
0,05), chumbo (R= -0,67; p < 0,05), ferro (R= -0,91; p < 0,05) e níquel (R= -0,96;
p < 0,05) e se correlacionou positivamente com as concentrações de cobre (R=
0,70; p < 0,05).
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Figura 24. Correlações entre as variáveis (camarão).

O Teste Scree estimou dois fatores que explicam 90,18% da variância total
do peso, comprimento e elementos traço correlacionados. O peso, comprimento,
cádmio, chumbo, ferro e níquel são componentes interligados pelo primeiro fator
com 75,10% da variância, enquanto o zinco se encontra sozinho no segundo fator
sendo responsável por 15,08 % da variância (Anexos 11 a 14).
A correlação positiva entre o peso e o comprimento indica que quanto
maior for o camarão maior será o seu peso; a correlação negativa do comprimento
com cádmio, chumbo, ferro e níquel, indicam que estes elementos não são
acumulados em seus tecidos ao longo de seu crescimento enquanto a correlação
positiva do comprimento com cobre indica que este elemento é acumulado em
seus tecidos ao longo de seu crescimento. Cabe ressaltar que o sexo das espécies
de camarão não foi identificado e, portanto não foi possível verificar se o sexo
influenciou na acumulação dos elementos.
No siri, quando se fez a comparação entre a concentração de Cu, Fe, Zn,
Ni, Pb e Cd no tecido muscular e nas vísceras verificou-se que a concentração de
todos os elementos analisados foram superiores nas vísceras. Nas Figuras 25 e 26
67

estão representadas as médias das concentrações dos elementos no músculo e nas


vísceras da espécie de siri estudada.
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Figura 25. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em músculo e


vísceras da espécie de siri azul.

Figura 26. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em músculo e


vísceras de siri azul.
68

A diferença de concentração verificada entre músculo e víscera (Figuras


25 e 26) pode ser atribuída ao fato de alguns elementos possuírem uma maior
afinidade por um órgão em específico (Virga, 2006). Em geral, nestes organismos,
o hepatopâncreas é o órgão que acumula os maiores níveis de metais (Jop, Biever
et al., 1997; Junior, Allodi et al., 2000; Virga, 2006; Karadede-Akin e Unlu,
2007), sendo este equivalente ao fígado de outros organismos. Portanto, é de se
esperar que as vísceras (incluindo o hepatopâncreas) apresentem níveis mais altos
de metais em comparação com o músculo.
A Figura 27 representa o gráfico gerado pela análise dos componentes
principais das amostras de músculo, vísceras e ovos de siri com os seus
respectivos códigos. Esse gráfico mostra uma diferença estatística na acumulação
dos elementos em função do tecido/órgão analisado.
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Figura 27. Análise dos componentes principais das amostras de tecido


muscular (SI M), vísceras (SI V) e ovos de siri (SI O).

As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos


parâmetros biológicos do siri foram avaliadas através da matriz de correlação
69

obtida pela análise dos componentes principais (Figura 28). A matriz de


correlação apresentou uma correlação negativa e significativa entre o peso e o
tamanho (R = -0,37; p < 0,05) dos indivíduos.

Figura 28. Correlações entre as variáveis (siri).


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O Teste Scree estimou três fatores que explicam 84,70% da variância total
do peso, largura e dos elementos correlacionados, em que o chumbo, o ferro, o
níquel e o zinco são componentes interligados pelo primeiro fator com 40,70% da
variância; o cobre e o cádmio estão interligados pelo segundo fator sendo
responsável por 27,67 % da variância e o peso e a largura estão interligados pelo
terceiro fator com 16,33 % da variância (Anexos 15 a 18).
A correlação negativa entre o peso e o tamanho do siri, indica que os
indivíduos menores são mais pesados. Esse resultado pode ser explicado pela
ocorrência do processo de muda (troca de carapaça), no qual durante este processo
o indivíduo absorve água pelo intestino aumentando assim o seu volume e não
necessariamente o seu tamanho (Virga e Geraldo, 2008).
O peso e o tamanho não apresentaram correlação com os elementos
analisados, indicando que estes parâmetros não influenciaram na acumulação de
Cu, Fe, Zn, Cd, Pb e Ni na espécie de siri estudada.
O sexo apresentou correlação com cobre, cádmio, ferro, níquel e zinco,
indicando que este parâmetro influenciou na acumulação destes metais no tecido
muscular e vísceras do siri. Comparando a concentração dos elementos no tecido
muscular do macho e da fêmea observa-se que a concentração de Cu, Zn e Cd
70

foram maiores no macho enquanto a concentração de Fe, Pb e Ni foram maiores


na fêmea (Figuras 29 e 30).
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Figura 29. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em fêmeas e machos


da espécie de siri azul.

Figura 30. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em fêmeas e machos


da espécie de siri azul.
71

A fim de verificar se a concentração dos elementos se acumula mais em


fêmeas ovígeras que em fêmeas não ovígeras fez-se um gráfico para comparar
essas concentrações (Figuras 31 e 32).

Nas Figuras 31 e 32 estão representadas as médias das concentrações dos


elementos determinados no tecido muscular e nas vísceras das fêmeas ovígeras e
não ovígeras da espécie de siri estudada.
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Figura 31. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em músculo e


vísceras das fêmeas ovígeras (F Ov.) e não ovígeras (F) de siri azul.
72

Figura 32. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em músculo e


vísceras de fêmeas ovígeras (F Ov.) e não ovígeras (F) de siri azul.
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A concentração de todos os elementos analisados, exceto o níquel, foram


maiores no tecido muscular das fêmeas não ovígeras. Nas vísceras, todos os
elementos determinados, excetuando-se o cobre, foram maiores nas fêmeas não
ovígeras (Figuras 31 e 32).
Esse resultado possivelmente se deve ao fato das fêmeas ovígeras se
alimentarem menos que fêmeas não ovígeras (Mantelatto e Christofoletti, 2001).
Outra hipótese é uma possível transferência desses elementos da fêmea ovígera
para os ovos, assim como ocorre em outros organismos, como, por exemplo,
jacarés e aves (Delany, Bell et al., 1988; Burger e Gochfeld, 1993; Burger,
Woolfenden et al., 1999).
A fim de verificar a possível transferência dos elementos analisados (Cu,
Fe, Zn, Cd, Pb, Ni) da fêmea ovígera para os ovos da espécie de siri estudada
foram feitos gráficos com a médias das concentrações destes elementos no tecido
muscular, vísceras e ovos das fêmeas ovígeras (Figuras 33 e 34).
Nas Figuras 33 e 34 estão representadas as médias das concentrações dos
elementos analisados no tecido muscular, vísceras e ovos das fêmeas ovígeras da
espécie de siri estudada.
73

Figura 33. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em músculo,


vísceras e ovos das fêmeas ovígeras (siri).
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Figura 34. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em músculo,


vísceras e ovos das fêmeas ovígeras (siri).

As concentrações de ferro, zinco e chumbo encontradas nos ovos foram


maiores que as encontradas no tecido muscular e nas vísceras. As maiores
concentrações de cobre foram encontradas nas vísceras, sendo as concentrações
no tecido muscular similar às dos ovos. As maiores concentrações de cádmio
foram encontradas primeiramente nas vísceras e depois no tecido muscular,
74

enquanto as maiores concentrações de níquel foram encontradas primeiramente


nas vísceras e em seguida nos ovos.
Levando em consideração os elementos (Fe, Ni, Pb) que apresentaram
maiores concentrações nos ovos, quando comparado ao tecido muscular e às
vísceras, acredita-se que possivelmente ocorra uma transferência de ferro, níquel e
chumbo das fêmeas ovígeras para seus respectivos ovos.

7.3.3.
Transferência trófica

A fim de se verificar uma possível transferência trófica dos elementos


determinados neste estudo (Cu, Fe, Zn, Cd, Pb, Ni) comparou-se a concentração
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desses elementos no músculo do peixe espada, situado no nível superior da cadeia


alimentar aquática da Baía da Ilha grande, com a concentração dos mesmos no
tecido muscular de suas respectivas presas, corvina e camarão (Gráficos 35 e 36 )
(Bittar, Castello et al., 2008).

Figura 35. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em tecido muscular


de peixe espada, corvina e camarão.
75

Figura 36. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em tecido muscular


de peixe espada, corvina e camarão.
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O peixe espada apresentou as menores concentrações de todos os


elementos analisados indicando que não ocorre transferência trófica desses metais,
ou seja, esses metais não são transferidos da presa para o predador. Este resultado
é consistente com a literatura, onde um estudo feito por (Reinfelder, Fisher et al.,
1998) indica que a maioria dos elementos, como o chumbo, cádmio e cobre
tornam-se progressivamente menos acumulados em níveis tróficos mais elevados.

7.3.4.
Influência da sazonalidade

Todos os elementos analisados (Cu, Fe, Zn, Ni, Pb e Cd) em tecido


muscular de corvina e tainha apresentaram as maiores concentrações na estação
chuvosa (Figuras 37 a 42). Os gráficos (Anexos 28 e 33) obtidos pela análise dos
componentes principais mostra uma diferença significativa na concentração dos
metais em função da sazonalidade. Com isso é possível afirmar que as
concentrações dos metais analisados nas diferentes estações (seca e chuvosa) são
estatisticamente diferentes.
76

Este resultado possivelmente está relacionado com um maior input no


ambiente aquático através da lixiviação e por isso a concentração dos elementos é
mais elevada nessa época.
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Figura 37. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em tecido muscular


de corvina em diferentes estações (seca e chuvosa).

Figura 38. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em tecido muscular


de corvina em diferentes estações (seca e chuvosa).
77

Figura 39. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em tecido muscular


de tainha em diferentes estações (seca e chuvosa).
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Figura 40. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em tecido muscular


de tainha em diferentes estações (seca e chuvosa).

7.3.5.
Relações inter elementares nos organismos

Na matriz de correlação e nos gráficos obtidos através da análise de


componentes principais realizados para as amostras de músculo e fígado de peixe
78

espada, tainha e corvina, amostras de músculo de camarão rosa e amostras de


músculo, vísceras e ovos de siri azul da Baía da Ilha Grande observaram-se
correlações entre os diferentes elementos (Figuras 19, 19, 20, 24 e 28).
Essas correlações obtidas entre os distintos elementos deste estudo podem
ser resultado do comportamento similar na acumulação desses elementos e de suas
interações nos respectivos organismos (Kojadinovic, Potier et al., 2007); podem
refletir uma similaridade na fonte de ocorrência e sua subsequente acumulação
nos tecidos e órgãos dos peixes e dos crustáceos analisados (Rejomon, Nair et al.,
2010) ou podem ser considerados como indicativo de caminhos biogeoquímicos
semelhantes para a acumulação dos metais (Priya, Senthilkumar et al., 2011).
Na análise dos componentes principais realizada para todas as espécies de
peixe juntas observou-se que o Fe e o Zn foram fortemente correlacionados com o
Cd (Figura 40). Essa correlação possivelmente se deve às interações similares
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nestes organismos, pois o Cd pode substituir o Fe e o Zn ou compartilhar as


proteínas com estes (Mantovani, 2005). Além disso, o Cd apresenta um perfil na
coluna de água similar ao perfil de nutrientes, o que também pode explicar a
assimilação destes pelos organismos (Bruland, 1983).

Figura 41. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores encontrados na


análise dos componentes principais (todas as espécies de peixe).
79

Na análise dos componentes principais realizada para todas as espécies de


crustáceos juntas observou-se que o Cu e o Zn foram fortemente correlacionados
(Figura 41). Essa correlação possivelmente se deve às interações nesses
organismos, pois os crustáceos possuem uma alta exigência desses elementos, no
qual o cobre é utilizado como parte integrante do pigmento respiratório e o zinco
como ativador de sistemas enzimáticos (Rainbow, 1997).
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Figura 42. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores encontrados


na análise dos componentes principais (todas as espécies de crustáceos).

7.4.
Exposição aos metais por parte da população humana

De acordo com diversos órgãos governamentais de saúde (ANVISA,


USFDA, USEPA, WHO), 90% da ingestão humana de contaminantes ocorre por
meio da alimentação via ingestão de pescado (WHO, 1992). Como o tecido
80

muscular é a parte comestível principal de peixes e crustáceos e podem influenciar


diretamente na saúde humana é importante investigar o teor de metais neste
tecido, relacionando-os com as concentrações máximas recomendáveis pela
ANVISA, USEPA e FAO/OMS.
O Brasil apresenta uma ingestão média de 24,74 g diárias de peixes por
habitante, correspondendo à média de 173,18 g por semana, no entanto, na região
metropolitana do Rio de Janeiro, esse consumo duplica, para 355,00 g por semana
(Brasil, 2009). Levando esses dados em consideração e utilizando o peso corporal
de um indivíduo de 70 Kg, a ingestão de metais foi calculada para a ingestão
semanal de cada espécie por peso corporal do indivíduo (Tabela 11).
Neste trabalho os resultados estão expressos em peso seco. Para facilitar a
comparação com as concentrações máximas permitidas apresentadas em peso
úmido, considerou-se a massa corpórea desses organismos, que é em cerca de
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70% composta de água, e multiplicam-se os valores das concentrações de metais


obtidos para peso seco por 0,3 para obter os valores de concentração de metais em
peso úmido (Carvalho, Cavalcante et al., 2001; Jesus, 2005).

Tabela 21. Concentrações médias (em µg kg-1 por peso corporal em peso
úmido) dos metais nas espécies analisadas da Baía da Ilha Grande e os limites
recomendados para cada elemento.

Elemento Peixe Corvina Tainha Camarão Siri US FAO/JECFA ANVISA


espada EPA

Cu 1,34 1,63 2,19 35,91 75,97 280,00 3500,00 152,14


Cd 0,01 0,04 0,01 0,10 0,25 7,00 7,00 5,07
Pb 0,04 0,13 0,28 0,51 0,20 25,00 25,00 10,14
Fe 24,66 40,44 30,19 80,38 94,63 N.I. N.I. N.I.
Ni 0,11 0,15 0,11 0,46 0,81 140,00 N.I. 25,36
Zn 22,39 23,76 18,79 91,49 183,48 2100,00 7000,00 253,57
N.I. Não Informado
48

7
RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.1.
Amostras de padrão certificado

Nas Tabelas 7 e 8, são apresentados os resultados para os materiais de


referência empregados.

Tabela 17. Concentração dos elementos nas amostras de DORM-3 (N= 20)
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Elemento Valor certificado (µg g-1) Valor obtido (µg g-1)


Zn 51,3 ± 3,1 52,6 ± 3,0
Fe 347 ± 20 340 ± 18
Cu 15,50 ± 0,63 15,80 ± 0,59
Cd 0,290 ± 0,020 0,310 ± 0,010
Pb 0,395 ± 0,050 0,340 ± 0,020
Ni 1,28 ± 0,24 1,32 ± 0,15

Tabela 18. Concentração dos elementos nas amostras de TORT-2 (N= 10)

Elemento Valor certificado(µg g-1) Valor obtido (µg g-1)


Zn 180 ± 6 183 ± 4
Fe 105 ± 13 93,16 ± 12
Cu 106 ± 10 101 ± 9
Cd 26,7 ± 0,6 26,8 ± 0,8
Pb 0,35 ± 0,13 0,33 ± 0,10
Ni 2,50 ± 0,19 2,43 ± 0,12

Os resultados obtidos demonstraram a boa precisão e exatidão da


metodologia analítica empregada. Estes resultados mostraram que o método
analítico empregado, desde a digestão das amostras, até a determinação dos
elementos Zn, Fe, Cu, Cd, Pb e Ni por ICP-MS foi eficiente e reprodutivo para a
análise dos elementos nos organismos aquáticos deste estudo.
49

7.2.
Limites de detecção e quantificação

O limite de detecção instrumental (LD) é definido como a menor


concentração que pode ser determinada com grau de certeza estatística, utilizando
um determinado procedimento experimental. É determinado pela razão entre o
desvio padrão (s) e a inclinação da curva analítica (a) multiplicado por um fator
(3) (Welz e Sperling, 1999).

LD = [(3) x (s/a)]

O limite de quantificação instrumental (LQ) é definido como o menor


limite para medidas quantitativas precisas, utilizando um determinado
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procedimento experimental. É determinado pela razão entre o desvio padrão e a


inclinação da curva analítica (a) multiplicado por um fator (10) (Miller e Miller,
1994).

LQ = [(10) x (s/a)]

Os valores de LD e LQ encontrados são apresentados na Tabela 9.

Tabela 19. Média, desvio-padrão, limite de detecção e quantificação,


expressos em µg Kg-1 (N=10).

Elemento Média Desvio padrão Inclinação L.D. L.Q. L.Q. da


da curva Instrumental Instrumental Amostra

Zn 0,00211 0,00087 0,00149 1,76 5,85 936,83


Fe 0,01421 0,00072 0,00036 6,02 20,07 3210,99
Cu 0,00122 0,00061 0,00369 0,50 1,66 265,70
Cd 0,00021 0,00002 0,00486 0,01 0,04 6,46
Pb 0,00135 0,00022 0,01193 0,06 0,18 29,50
Ni 0,00062 0,00006 0,00372 0,05 0,16 25,33

Todas as amostras analisadas neste estudo apresentaram valores superiores


aos limites de detecção e quantificação instrumental e também do limite de
50

quantificação da amostra. Assim, este método possui uma margem confortável


para se analisar matrizes biológicas como as utilizadas neste trabalho.

7.3.
Concentração dos elementos nos organismos estudados

Nas tabelas em anexo (Anexos 1 a 10) encontram-se a concentração dos


elementos estudados nas amostras de tecido muscular e fígado do peixe espada,
tainha e corvina, nas amostras de tecido muscular do camarão rosa e nas amostras
de tecido muscular, vísceras e ovos do siri azul da Baía da Ilha Grande com suas
respectivas médias, desvio padrão, valor mínimo e valor máximo.
A análise do tecido muscular dos peixes foi utilizada para investigar a
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exposição da população humana aos elementos via alimentação enquanto a análise


do fígado foi utilizada para determinar as exposições recentes dos organismos a
estes elementos (Junior, Araujo et al., 2002). Da mesma forma, foram feitas para
as partes comestíveis do camarão e do siri.
Nas Figuras 9 e 10 estão representadas as médias das concentrações de Cu,
Fe, Zn, Cd, Pb e Ni no tecido muscular das espécies de peixes e crustáceos
estudadas.
51

Figura 9. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn no tecido muscular


das espécies de peixes e crustáceos estudadas.
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Figura 10. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni no tecido muscular


das espécies de peixes e crustáceos estudadas.

Em geral, os crustáceos apresentaram concentrações mais elevadas de Zn,


Fe, Cu, Ni, Pb e Cd que os peixes (Figuras 9 e 10). Estes resultados estão de
acordo com aqueles reportados na literatura, para estudos com peixes e crustáceos.
Estudos anteriores realizados no Vietnã (Ikemoto, Tu et al., 2008) e Índia (Das,
52

Mandal et al., 2007), também observaram valores mais elevados de metais em


crustáceos do que em peixes. Provavelmente, estas diferenças de concentração
verificadas entre peixes e crustáceos podem ser atribuídas às grandes diferenças
funcionais entre estes organismos aquáticos (Das, Mandal et al., 2007) e também
às diferenças na acumulação destes metais e nas habilidades de desintoxicação
(Ikemoto, Tu et al., 2008). De maneira geral, os crustáceos têm uma alta exigência
de cobre e zinco. O primeiro é utilizado como parte integrante do pigmento
respiratório hemocianina (Rainbow, 1997; Ikemoto, Tu et al., 2008) e o segundo é
usado como ativador de sistemas enzimáticos (Rainbow, 1997). Portanto, é de se
esperar que estes animais apresentem níveis mais altos destes dois elementos em
comparação com outros organismos.
Na Tabela 10 encontram-se as concentrações médias dos metais nos peixes
e crustáceos deste estudo, bem como as de outros estudos realizados no Brasil,
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Argentina, Índia e Indonésia.


Os resultados encontrados neste estudo estão abaixo daqueles reportados
para a biota aquática marinha de outros lugares como, por exemplo, as
concentrações de Cu, Fe, Zn e Cd encontradas no tecido muscular da espécie T.
lepturus foram menores do que aquelas reportadas para a mesma espécie coletada
na Costa Nordeste (Índia); as concentrações de Cu, Ni, Pb e Cd encontradas no
tecido muscular da espécie M. furnieri foram menores do que aquelas reportadas
para a mesma espécie coletada na Baía de Guanabara (Brasil); as concentrações
de Cu, Fe, Zn, Ni, Pb e Cd encontradas no músculo da espécie M. liza foram
menores do que aquelas reportadas para a mesma espécie coletada na Baía de
Guanabara (Brasil) e as concentrações de Cu encontradas no músculo da espécie
Callinectes foram menores do que aquelas reportadas para a mesma espécie
coletada na Baía de Sepetiba (Brasil).
Cabe ressaltar que a Baía de Guanabara e a Baía de Sepetiba são duas
áreas costeiras altamente poluídas por metais. Sendo assim, a Baía da Ilha Grande
é uma área considerada não poluída mesmo recebendo contaminantes através da
deposição atmosférica advinda dos centros urbanos: Rio de Janeiro e São Paulo,
no qual a atividade industrial é muito intensa (Costa, 1998; Molisani, Marins et
al., 2004).
53

Tabela 20. Concentração média (µg g-1) de metais em peixes e crustáceos do Brasil, Argentina, Índia e Indonésia.
Local Espécie Tecido/ Órgão Cu Fe Zn Ni Pb Cd Referência

Baía da Ilha Trichiurus Músculo 0,61- 1,34 8,76- 36,88 12,56- 19,18 0,02- 0,23 <LD- 0,05 <LD- 0,02 (Presente
Grande, lepturus estudo)
Brasil (µg g-1
seco)
Fígado 9,81- 41,51 350,72- 1733,59 64,18- 16,22 0,04- 0,14 0,21- 0,51 0,39- 10,55

Baía da Ilha Micropogonias Músculo 0,50- 2,45 11,34- 93,08 12,14- 22,80 0,03- 0,51 <LD- 0,20 0,01- 0,26 (Presente
Grande, furnieri estudo)
Brasil (µg g-1
seco)

Fígado 8,17- 82,74 391,42- 1411,13 70,26- 148,14 0,24- 1,65 0,15- 2,83 1,46- 11,56

Baía da Ilha Mugil liza Músculo 0,49- 5,81 9,05- 47,63 9,69- 20,06 0,01- 0,21 0,02- 0,40 0,01- 0,03 (Presente
Grande, estudo)
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Brasil (µg g-1


seco)
Fígado 116,94- 3664,94 963,03- 4159,05 224,83- 1065,22 0,21- 0,90 0,19- 0,61 0,36- 9,52

Baía da Ilha Callinectes spp. Músculo 31,60- 64,10 23,18- 142,63 82,74- 179,24 0,20- 0,81 0,07- 0,22 0,05- 0,32 (Presente
Grande, estudo)
Brasil (µg g-1
seco)
Vísceras 35,49- 167,71 70,12- 762,05 69,66- 208,60 0,69- 2,93 0,33- 0,87 0,24- 1,55
Ovos 25,27- 56,93 1106,70- 1807,13 250,05- 406,23 1,29- 1,65 0,98- 2,04 0,04- 0,05

Baía da Ilha Farfantepenaeus Músculo 18,55- 28,50 12,00- 122,00 56,33- 64,73 0,14- 0,51 0,26- 0,43 0,03- 0,14 (Presente
Grande, brasiliensis estudo)
Brasil (µg g-1
seco)
54

Baía de Micropogonias Músculo 0,6± 0,3 2,1± 0,6 3,2± 0,5 1,0± 0,1 0,6± 0,2 0,08± 0,05 (Kehrig, Costa
Guanabara, furnieri et al., 2007)
Brasil (µg g-1
úmido)

Baía de Mugil liza Músculo 0,4± 0,2 8,3± 2,2 3,8± 1,3 0,9± 0,3 0,4± 0,2 0,06± 0,02 (Kehrig, Costa
Guanabara, et al., 2007)
Brasil (µg g-1
úmido)

La Plata, Micropogonias Músculo <LD <LD 10,7- 31,2 <LD <LD <LD (Marcovecchio,
Argentina furnieri 2004)
(µg g-1
úmido)
Fígado - - 30,6- 60,1 - - 0,95- 5,34

La Plata, Mugil liza Músculo - - 40,8- 59,8 - - 0,20- 0,44 (Marcovecchio,


Argentina 2004)
(µg g-1
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úmido)
Fígado - - 44,2- 60,2 - - 7,85- 12,4

Costa Trichiurus Músculo <LD- 20,4 20,0- 249,7 8,0- 59,7 - - <LD- 11,90 (Kumar, Sajwan
nodeste, lepturus et al., 2012)
India (µg g-1
seco)

Grasilk, Mugil liza Músculo 0,108± 0,032 - 0,435± 0,078 0,012±0,010 0,047± 0,002 <0,0001 (Soegianto,
Indonésia Irawan et al.,
(µg g-1 2008)
úmido)
55

São Paulo, Farfantepenaeus Espécimes 10,285- 19,120 - 9,460- 11,720 - - 0,338- 0,536 (Alves-Costa e
Brasil (µg g-1 brasiliensis inteiros Costa, 2004)
seco) (incluindo o
exoesqueleto)

Baía de Callinectes spp. Músculo 59,1 - 94,2 <LD <LD <LD (Carvalho,
Sepetiba, Lacerda et al.,
Brasil (µg g-1 1993)
seco)

Rio Cubatão, Callinectes spp. Parte mole 14- 18 - 12,0- 20 - 0,61- 1,51 0,12- 0,22 (Virga e
Brasil (µg g-1 Geraldo, 2008)
úmido)
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56

7.3.1.
Peixes

Dentre as espécies de peixe estudadas, o peixe espada que é um predador


voraz, está posicionado no nível trófico superior da cadeia alimentar aquática da
Baía da Ilha Grande. A corvina, que é um peixe predador não voraz, é a espécie
representativa do nível trófico intermediário e a tainha, peixe iliófago, é a
representante do nível trófico inferior.
Nas Figuras 11 e 12 estão representadas as médias das concentrações de
Cu, Fe, Zn, Cd, Pb e Ni no tecido muscular das espécies de peixes estudadas.
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Figura 11. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn no tecido muscular


das espécies de peixe estudadas.
57

Figura 12. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni no tecido muscular


das espécies de peixe estudadas.
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Dentre os peixes, as maiores concentrações de Fe, Zn, Cd e Ni foram


encontradas no tecido muscular da corvina enquanto que as maiores
concentrações de Cu e Pb foram encontradas na tainha. No fígado, as maiores
concentrações de Cu, Fe e Zn foram encontradas na tainha enquanto as maiores
concentrações de Pb, Cd e Ni foram encontradas na corvina (Figuras 11 e 12).
A diferença de concentração dos elementos determinados nas espécies de
peixe pode ser devida a diversos fatores, como o tamanho, nível trófico e
exigência metabólica (Trucco, Inda et al., 1990; Parsons, 1999). As maiores
concentrações dos elementos analisados foram encontradas na tainha e na corvina
possivelmente porque elas possuem uma relação próxima com o sedimento e os
metais adsorvem-se ao substrato.
Nas Figuras 13 a 16 estão representadas as médias das concentrações de
Cu, Fe, Zn, Pb, Cd e Ni no tecido muscular e no fígado do peixe espada, tainha e
corvina da Baía da Ilha Grande, onde a concentração de todos os elementos
determinados em amostras de fígado foram superiores às determinadas em
amostras de músculo das espécies estudadas.
58

Figura 13. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em músculo de


corvina, tainha e peixe espada.
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Figura 14. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em fígado de


corvina, tainha e peixe espada.
59

Figura 15. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em músculo de


corvina, tainha e peixe espada.
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Figura 16. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em fígado de


corvina, tainha e peixe espada.

Os órgãos metabolicamente ativos, como o fígado, acumulam maiores


quantidades de metais que o tecido muscular (Karadede, Oymak et al., 2004;
Dural, Goksu et al., 2007; Yilmaz, Ozdemir et al., 2007), pois produzem e retém
grandes quantidades de metalotioneínas que são proteínas que se ligam aos metais
60

e os armazenam de forma não tóxica (Viarengo, 1989; Inácio, 2006). Os


resultados obtidos, portanto, corroboram com relatos da literatura, por exemplo,
no estudo de Turkmen et al. (2009), que analisaram fígado e músculo de 12
espécies de peixes dos mares Egeu e Mediterrâneo relataram que os níveis de
metais (Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn) nos músculos eram geralmente mais
baixos que no fígado. Dural, Goksu et al. (2007), investigando o teor de metais
(Cd, Pb, Cu, Zn e Fe) em espécies de peixe em um lago na Turquia, também
observaram as mais altas concentrações em fígado que no tecido muscular.
A Figura 17 representa o gráfico gerado pela análise dos componentes
principais das amostras de peixes juntas com os seus respectivos códigos, na qual
é possível distinguir as amostras por tecido e órgão, separando-as em um grupo
contendo músculos e outro contendo fígados, indicando que os elementos
analisados se acumulam de forma diferenciada no tecido muscular e no fígado dos
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peixes.

Figura 17. Análise dos componentes principais em músculo e fígado de


peixe espada (PE e PE F), músculo e fígado de corvina (CM e CF) e músculo e
fígado de tainha (TM e TF).
61

As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos


parâmetros biológicos do peixe espada foram avaliadas através da matriz de
correlação obtida pela análise dos componentes principais (Figura 18). A matriz
de correlação apresentou uma correlação positiva e significativa entre o peso e o
comprimento (R= 0,77; p < 0,05) dos indivíduos e todos os elementos
apresentaram correlação entre eles, exceto o níquel que apresentou correlação
apenas com o ferro e com o cádmio. O comprimento, o peso e o sexo não
influenciaram na acumulação dos elementos analisados no tecido muscular e no
fígado do peixe espada.
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Figura 18. Correlações entre as variáveis (peixe espada).

O Teste Scree estimou três fatores considerados significantes e estes


explicam 95,08% da variância total do peso, comprimento e concentração dos
elementos que apresentaram algum tipo de correlação no tecido muscular e no
fígado do peixe espada. Os componentes interligados pelo primeiro fator são o
cobre, o cádmio, o chumbo, o ferro e o zinco correspondendo a 62,81% da
variância, os componentes interligados pelo segundo fator são o peso e o
comprimento sendo responsável por 20,73% da variância e no terceiro fator
encontra-se apenas o níquel contribuindo com 11,54% da variância (Anexos 19 a
22).
As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos
parâmetros biológicos da corvina foram avaliadas através da matriz de correlação
obtida pela análise dos componentes principais (Figura 19). A matriz de
correlação apresentou uma correlação positiva e significativa entre o peso e o
comprimento (R= 0,99; p < 0,05) dos indivíduos e todos os elementos analisados
62

se correlacionaram entre eles. O comprimento dos indivíduos apresentou


correlação negativa com o cádmio (R= -0,33; p < 0,05) e com o chumbo (R= -
0,50; p < 0,05). O peso apresentou uma correlação negativa com o chumbo (R= -
0,49; p < 0,05) no tecido muscular e no fígado dessa espécie.
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Figura 19. Correlações entre as variáveis (corvina).

O Teste Scree estimou dois fatores, no qual explicam 93,18% da variância


total do peso, comprimento e dos elementos correlacionados. Todos os elementos
se correlacionaram e estes são componentes interligados pelo primeiro fator com
68,66% da variância, enquanto que o peso e o comprimento estão interligados
pelo segundo fator sendo responsável por 24,52 % da variância (Anexos 24 a 27).
A correlação negativa do comprimento com o cádmio e com o chumbo
indica que estes elementos não são acumulados em seu tecido muscular e fígado
ao longo de seu crescimento. O sexo dos indivíduos não influenciou na
acumulação dos elementos.
As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos
parâmetros biológicos da tainha foram avaliadas através da matriz de correlação
obtida pela análise dos componentes principais (Figura 20). A matriz de
correlação apresentou uma correlação positiva e significativa entre o peso e o
comprimento (R= 0,90; p < 0,05) dos indivíduos. O peso apresentou uma
correlação negativa e significativa com as concentrações de chumbo (R= -0,61; p
< 0,05) no tecido muscular e no fígado da tainha. O comprimento dos indivíduos
também se correlacionou negativamente (R=-0,56; p < 0,05) com as
concentrações de chumbo.
63

Figura 20. Correlações entre as variáveis (tainha).

O Teste Scree mostrou que apenas dois fatores são considerados


significantes e estes explicam 91,57% da variância total do peso, comprimento e
concentração dos elementos no tecido muscular e no fígado da tainha que
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apresentaram algum tipo de correlação (Anexos 29 a 32).


A correlação positiva e significativa entre o peso e o comprimento obtida
pela matriz de correlação (Figura 20) indica que quanto maior for o peixe maior
será seu peso. A correlação negativa do comprimento com o chumbo indica que
este elemento não é acumulado em seu tecido muscular e no fígado ao longo de
seu crescimento. O sexo dos indivíduos não influenciou na acumulação dos
elementos.

7.3.2.
Crustáceos

Dentre os crustáceos, as maiores concentrações de todos os elementos


analisados, exceto o chumbo, foram observadas no siri. As Figuras 21 e 22
representam as médias das concentrações de Cu, Fe, Zn, Cd, Pb e Ni no tecido
muscular das espécies de crustáceos estudadas.
64

Figura 21. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn no tecido muscular


das espécies de crustáceo estudadas.
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Figura 22. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni no tecido muscular


das espécies de crustáceo estudadas.

A variabilidade de concentração dos elementos pode ocorrer em função do


habitat, exposição aos contaminantes e fatores fisiológicos (Nendza, Herbst et al.,
1997; Ribeiro, Vollaire et al., 2005). Tanto o siri quanto o camarão, são
crustáceos decápodes e apresentam similar comportamento alimentar (detritívoros
65

e consumidores de fundo) (Virga, Geraldo et al., 2007). Entretanto, o camarão


alimenta-se de organismos na coluna d’água enquanto o siri se alimenta próximo
ao sedimento. Assim, o siri apresentou as maiores concentrações possivelmente
devido a maior exposição aos contaminantes.
A Figura 23 representa o gráfico gerado pela análise dos componentes
principais das amostras de crustáceos juntas com os seus respectivos códigos,
onde mostrou uma nítida separação entre as amostras de tecido muscular de
camarão das amostras de tecido muscular de siri, indicando que os elementos
analisados se acumulam de forma diferenciada em seus tecidos. Esse resultado
indica que a acumulação de Cu, Fe, Zn, Ni, Pb e Cd são estatisticamente
diferentes no camarão e no siri.
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Figura 23. Análise dos componentes principais (crustáceos).

As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos


parâmetros biológicos do camarão foram avaliadas através da matriz de correlação
obtida pela análise dos componentes principais (Figura 24). A matriz de
correlação apresentou uma correlação positiva e significativa entre o peso e o
comprimento (R= 0,97; p < 0,05) dos indivíduos. O peso apresentou uma
66

correlação negativa e significativa entre este parâmetro biológico e as


concentrações de cádmio (R= -0,94; p < 0,05), ferro (R = -0,88; p < 0,05) e níquel
(R= -0,94; p < 0,05) em seus tecidos. O comprimento dos indivíduos
correlacionou-se negativamente com as concentrações de cádmio (R= -0,94; p <
0,05), chumbo (R= -0,67; p < 0,05), ferro (R= -0,91; p < 0,05) e níquel (R= -0,96;
p < 0,05) e se correlacionou positivamente com as concentrações de cobre (R=
0,70; p < 0,05).
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Figura 24. Correlações entre as variáveis (camarão).

O Teste Scree estimou dois fatores que explicam 90,18% da variância total
do peso, comprimento e elementos traço correlacionados. O peso, comprimento,
cádmio, chumbo, ferro e níquel são componentes interligados pelo primeiro fator
com 75,10% da variância, enquanto o zinco se encontra sozinho no segundo fator
sendo responsável por 15,08 % da variância (Anexos 11 a 14).
A correlação positiva entre o peso e o comprimento indica que quanto
maior for o camarão maior será o seu peso; a correlação negativa do comprimento
com cádmio, chumbo, ferro e níquel, indicam que estes elementos não são
acumulados em seus tecidos ao longo de seu crescimento enquanto a correlação
positiva do comprimento com cobre indica que este elemento é acumulado em
seus tecidos ao longo de seu crescimento. Cabe ressaltar que o sexo das espécies
de camarão não foi identificado e, portanto não foi possível verificar se o sexo
influenciou na acumulação dos elementos.
No siri, quando se fez a comparação entre a concentração de Cu, Fe, Zn,
Ni, Pb e Cd no tecido muscular e nas vísceras verificou-se que a concentração de
todos os elementos analisados foram superiores nas vísceras. Nas Figuras 25 e 26
67

estão representadas as médias das concentrações dos elementos no músculo e nas


vísceras da espécie de siri estudada.
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Figura 25. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em músculo e


vísceras da espécie de siri azul.

Figura 26. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em músculo e


vísceras de siri azul.
68

A diferença de concentração verificada entre músculo e víscera (Figuras


25 e 26) pode ser atribuída ao fato de alguns elementos possuírem uma maior
afinidade por um órgão em específico (Virga, 2006). Em geral, nestes organismos,
o hepatopâncreas é o órgão que acumula os maiores níveis de metais (Jop, Biever
et al., 1997; Junior, Allodi et al., 2000; Virga, 2006; Karadede-Akin e Unlu,
2007), sendo este equivalente ao fígado de outros organismos. Portanto, é de se
esperar que as vísceras (incluindo o hepatopâncreas) apresentem níveis mais altos
de metais em comparação com o músculo.
A Figura 27 representa o gráfico gerado pela análise dos componentes
principais das amostras de músculo, vísceras e ovos de siri com os seus
respectivos códigos. Esse gráfico mostra uma diferença estatística na acumulação
dos elementos em função do tecido/órgão analisado.
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Figura 27. Análise dos componentes principais das amostras de tecido


muscular (SI M), vísceras (SI V) e ovos de siri (SI O).

As variações das concentrações dos elementos analisados em função dos


parâmetros biológicos do siri foram avaliadas através da matriz de correlação
69

obtida pela análise dos componentes principais (Figura 28). A matriz de


correlação apresentou uma correlação negativa e significativa entre o peso e o
tamanho (R = -0,37; p < 0,05) dos indivíduos.

Figura 28. Correlações entre as variáveis (siri).


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O Teste Scree estimou três fatores que explicam 84,70% da variância total
do peso, largura e dos elementos correlacionados, em que o chumbo, o ferro, o
níquel e o zinco são componentes interligados pelo primeiro fator com 40,70% da
variância; o cobre e o cádmio estão interligados pelo segundo fator sendo
responsável por 27,67 % da variância e o peso e a largura estão interligados pelo
terceiro fator com 16,33 % da variância (Anexos 15 a 18).
A correlação negativa entre o peso e o tamanho do siri, indica que os
indivíduos menores são mais pesados. Esse resultado pode ser explicado pela
ocorrência do processo de muda (troca de carapaça), no qual durante este processo
o indivíduo absorve água pelo intestino aumentando assim o seu volume e não
necessariamente o seu tamanho (Virga e Geraldo, 2008).
O peso e o tamanho não apresentaram correlação com os elementos
analisados, indicando que estes parâmetros não influenciaram na acumulação de
Cu, Fe, Zn, Cd, Pb e Ni na espécie de siri estudada.
O sexo apresentou correlação com cobre, cádmio, ferro, níquel e zinco,
indicando que este parâmetro influenciou na acumulação destes metais no tecido
muscular e vísceras do siri. Comparando a concentração dos elementos no tecido
muscular do macho e da fêmea observa-se que a concentração de Cu, Zn e Cd
70

foram maiores no macho enquanto a concentração de Fe, Pb e Ni foram maiores


na fêmea (Figuras 29 e 30).
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Figura 29. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em fêmeas e machos


da espécie de siri azul.

Figura 30. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em fêmeas e machos


da espécie de siri azul.
71

A fim de verificar se a concentração dos elementos se acumula mais em


fêmeas ovígeras que em fêmeas não ovígeras fez-se um gráfico para comparar
essas concentrações (Figuras 31 e 32).

Nas Figuras 31 e 32 estão representadas as médias das concentrações dos


elementos determinados no tecido muscular e nas vísceras das fêmeas ovígeras e
não ovígeras da espécie de siri estudada.
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Figura 31. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em músculo e


vísceras das fêmeas ovígeras (F Ov.) e não ovígeras (F) de siri azul.
72

Figura 32. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em músculo e


vísceras de fêmeas ovígeras (F Ov.) e não ovígeras (F) de siri azul.
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A concentração de todos os elementos analisados, exceto o níquel, foram


maiores no tecido muscular das fêmeas não ovígeras. Nas vísceras, todos os
elementos determinados, excetuando-se o cobre, foram maiores nas fêmeas não
ovígeras (Figuras 31 e 32).
Esse resultado possivelmente se deve ao fato das fêmeas ovígeras se
alimentarem menos que fêmeas não ovígeras (Mantelatto e Christofoletti, 2001).
Outra hipótese é uma possível transferência desses elementos da fêmea ovígera
para os ovos, assim como ocorre em outros organismos, como, por exemplo,
jacarés e aves (Delany, Bell et al., 1988; Burger e Gochfeld, 1993; Burger,
Woolfenden et al., 1999).
A fim de verificar a possível transferência dos elementos analisados (Cu,
Fe, Zn, Cd, Pb, Ni) da fêmea ovígera para os ovos da espécie de siri estudada
foram feitos gráficos com a médias das concentrações destes elementos no tecido
muscular, vísceras e ovos das fêmeas ovígeras (Figuras 33 e 34).
Nas Figuras 33 e 34 estão representadas as médias das concentrações dos
elementos analisados no tecido muscular, vísceras e ovos das fêmeas ovígeras da
espécie de siri estudada.
73

Figura 33. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em músculo,


vísceras e ovos das fêmeas ovígeras (siri).
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Figura 34. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em músculo,


vísceras e ovos das fêmeas ovígeras (siri).

As concentrações de ferro, zinco e chumbo encontradas nos ovos foram


maiores que as encontradas no tecido muscular e nas vísceras. As maiores
concentrações de cobre foram encontradas nas vísceras, sendo as concentrações
no tecido muscular similar às dos ovos. As maiores concentrações de cádmio
foram encontradas primeiramente nas vísceras e depois no tecido muscular,
74

enquanto as maiores concentrações de níquel foram encontradas primeiramente


nas vísceras e em seguida nos ovos.
Levando em consideração os elementos (Fe, Zn, Pb) que apresentaram
maiores concentrações nos ovos, quando comparado ao tecido muscular e às
vísceras, acredita-se que possivelmente ocorra uma transferência de ferro, níquel e
chumbo das fêmeas ovígeras para seus respectivos ovos.

7.3.3.
Transferência trófica

A fim de se verificar uma possível transferência trófica dos elementos


determinados neste estudo (Cu, Fe, Zn, Cd, Pb, Ni) comparou-se a concentração
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desses elementos no músculo do peixe espada, situado no nível superior da cadeia


alimentar aquática da Baía da Ilha grande, com a concentração dos mesmos no
tecido muscular de suas respectivas presas, corvina e camarão (Gráficos 35 e 36 )
(Bittar, Castello et al., 2008).

Figura 35. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em tecido muscular


de peixe espada, corvina e camarão.
75

Figura 36. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em tecido muscular


de peixe espada, corvina e camarão.
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O peixe espada apresentou as menores concentrações de todos os


elementos analisados indicando que não ocorre transferência trófica desses metais,
ou seja, esses metais não são transferidos da presa para o predador. Este resultado
é consistente com a literatura, onde um estudo feito por (Reinfelder, Fisher et al.,
1998) indica que a maioria dos elementos, como o chumbo, cádmio e cobre
tornam-se progressivamente menos acumulados em níveis tróficos mais elevados.

7.3.4.
Influência da sazonalidade

Todos os elementos analisados (Cu, Fe, Zn, Ni, Pb e Cd) em tecido


muscular de corvina e tainha apresentaram as maiores concentrações na estação
chuvosa (Figuras 37 a 42). Os gráficos (Anexos 28 e 33) obtidos pela análise dos
componentes principais mostra uma diferença significativa na concentração dos
metais em função da sazonalidade. Com isso é possível afirmar que as
concentrações dos metais analisados nas diferentes estações (seca e chuvosa) são
estatisticamente diferentes.
76

Este resultado possivelmente está relacionado com um maior input no


ambiente aquático através da lixiviação e por isso a concentração dos elementos é
mais elevada nessa época.
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Figura 37. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em tecido muscular


de corvina em diferentes estações (seca e chuvosa).

Figura 38. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em tecido muscular


de corvina em diferentes estações (seca e chuvosa).
77

Figura 39. Concentração média (µg g-1) de Cu, Fe e Zn em tecido muscular


de tainha em diferentes estações (seca e chuvosa).
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Figura 40. Concentração média (µg g-1) de Cd, Pb e Ni em tecido muscular


de tainha em diferentes estações (seca e chuvosa).

7.3.5.
Relações inter elementares nos organismos

Na matriz de correlação e nos gráficos obtidos através da análise de


componentes principais realizados para as amostras de músculo e fígado de peixe
78

espada, tainha e corvina, amostras de músculo de camarão rosa e amostras de


músculo, vísceras e ovos de siri azul da Baía da Ilha Grande observaram-se
correlações entre os diferentes elementos (Figuras 19, 19, 20, 24 e 28).
Essas correlações obtidas entre os distintos elementos deste estudo podem
ser resultado do comportamento similar na acumulação desses elementos e de suas
interações nos respectivos organismos (Kojadinovic, Potier et al., 2007); podem
refletir uma similaridade na fonte de ocorrência e sua subsequente acumulação
nos tecidos e órgãos dos peixes e dos crustáceos analisados (Rejomon, Nair et al.,
2010) ou podem ser considerados como indicativo de caminhos biogeoquímicos
semelhantes para a acumulação dos metais (Priya, Senthilkumar et al., 2011).
Na análise dos componentes principais realizada para todas as espécies de
peixe juntas observou-se que o Fe e o Zn foram fortemente correlacionados com o
Cd (Figura 40). Essa correlação possivelmente se deve às interações similares
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nestes organismos, pois o Cd pode substituir o Fe e o Zn ou compartilhar as


proteínas com estes (Mantovani, 2005). Além disso, o Cd apresenta um perfil na
coluna de água similar ao perfil de nutrientes, o que também pode explicar a
assimilação destes pelos organismos (Bruland, 1983).

Figura 41. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores encontrados na


análise dos componentes principais (todas as espécies de peixe).
79

Na análise dos componentes principais realizada para todas as espécies de


crustáceos juntas observou-se que o Cu e o Zn foram fortemente correlacionados
(Figura 41). Essa correlação possivelmente se deve às interações nesses
organismos, pois os crustáceos possuem uma alta exigência desses elementos, no
qual o cobre é utilizado como parte integrante do pigmento respiratório e o zinco
como ativador de sistemas enzimáticos (Rainbow, 1997).
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Figura 42. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores encontrados


na análise dos componentes principais (todas as espécies de crustáceos).

7.4.
Exposição aos metais por parte da população humana

De acordo com diversos órgãos governamentais de saúde (ANVISA,


USFDA, USEPA, WHO), 90% da ingestão humana de contaminantes ocorre por
meio da alimentação via ingestão de pescado (WHO, 1992). Como o tecido
80

muscular é a parte comestível principal de peixes e crustáceos e podem influenciar


diretamente na saúde humana é importante investigar o teor de metais neste
tecido, relacionando-os com as concentrações máximas recomendáveis pela
ANVISA, USEPA e FAO/OMS.
O Brasil apresenta uma ingestão média de 24,74 g diárias de peixes por
habitante, correspondendo à média de 173,18 g por semana, no entanto, na região
metropolitana do Rio de Janeiro, esse consumo duplica, para 355,00 g por semana
(Brasil, 2009). Levando esses dados em consideração e utilizando o peso corporal
de um indivíduo de 70 Kg, a ingestão de metais foi calculada para a ingestão
semanal de cada espécie por peso corporal do indivíduo (Tabela 11).
Neste trabalho os resultados estão expressos em peso seco. Para facilitar a
comparação com as concentrações máximas permitidas apresentadas em peso
úmido, considerou-se a massa corpórea desses organismos, que é em cerca de
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70% composta de água, e multiplicam-se os valores das concentrações de metais


obtidos para peso seco por 0,3 para obter os valores de concentração de metais em
peso úmido (Carvalho, Cavalcante et al., 2001; Jesus, 2005).

Tabela 21. Concentrações médias (em µg kg-1 por peso corporal em peso
úmido) dos metais nas espécies analisadas da Baía da Ilha Grande e os limites
recomendados para cada elemento.

Elemento Peixe Corvina Tainha Camarão Siri US FAO/JECFA ANVISA


espada EPA

Cu 1,34 1,63 2,19 35,91 75,97 280,00 3500,00 152,14


Cd 0,01 0,04 0,01 0,10 0,25 7,00 7,00 5,07
Pb 0,04 0,13 0,28 0,51 0,20 25,00 25,00 10,14
Fe 24,66 40,44 30,19 80,38 94,63 N.I. N.I. N.I.
Ni 0,11 0,15 0,11 0,46 0,81 140,00 N.I. 25,36
Zn 22,39 23,76 18,79 91,49 183,48 2100,00 7000,00 253,57
N.I. Não Informado
83

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10
ANEXOS

Anexo 1. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em tecido muscular de


peixe espada (Trichiurus lepturus).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
PE M1 0,85 < LD 0,01 9,03 0,04 13,91
PE M2 0,82 0,01 0,05 10,56 0,04 13,98
PE M3 0,85 0,01 0,02 17,01 0,04 13,56
PE M4 0,61 < LD 0,02 10,24 0,04 12,61
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PE M5 0,81 0,01 0,02 10,30 0,05 14,09


PE M6 1,34 < LD 0,03 12,77 0,11 13,87
PE M7 0,81 0,02 0,04 10,07 0,04 14,45
PE M8 0,77 < LD 0,03 8,76 0,04 12,69
PE M9 0,66 < LD 0,02 15,47 0,08 15,10
PE M10 0,84 < LD 0,05 13,99 0,04 15,24
PE M11 0,78 0,01 0,05 15,86 0,06 16,04
PE M12 0,98 0,01 0,01 11,87 0,05 14,76
PE M13 0,91 < LD 0,01 29,92 0,23 15,85
PE M14 0,93 < LD 0,01 17,68 0,04 14,49
PE M15 1,01 < LD < LD 14,23 0,07 14,84
PE M16 1,20 < LD 0,05 36,88 0,13 16,48
PE M17 1,28 < LD 0,05 16,23 0,04 14,68
PE M18 0,89 < LD 0,01 28,84 0,18 17,78
PE M19 0,83 < LD 0,01 22,05 0,02 14,74
PE M20 0,72 < LD < LD 9,12 0,03 13,64
PE M21 0,91 < LD 0,01 32,63 0,17 19,18
PE M37 0,67 < LD 0,02 9,77 0,03 13,82
PE M38 0,81 < LD 0,04 9,50 0,09 12,56
Média 0,88 0,01 0,03 16,21 0,07 14,71
93

Desvio 0,18 0,00 0,01 8,27 0,06 1,58


Mínimo 0,61 < LD < LD 8,76 0,02 12,56
Máximo 1,34 0,02 0,05 36,88 0,23 19,18

Anexo 2. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em fígado de peixe


espada (Trichiurus lepturus).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
PE F2 41,51 6,33 0,34 1733,59 0,14 163,76
PE F3 18,25 0,84 0,27 700,16 0,13 97,15
PE F4 15,67 4,18 0,34 1594,32 0,08 112,23
PE F5 26,62 1,22 0,25 1007,14 0,04 138,25
PE F6 37,96 1,30 0,21 612,26 0,06 138,65
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PE F7 14,58 1,15 0,44 931,07 0,05 73,67


PE F9 16,85 0,79 0,30 350,72 0,05 92,31
PE F17 18,64 10,55 0,51 787,41 0,10 196,22
PE F18 24,20 1,78 0,24 896,24 0,13 87,94
PE F19 9,81 0,39 0,34 393,84 0,08 64,18
PE F20 37,52 0,98 0,24 906,65 0,08 135,41
PE F21 16,06 1,48 0,25 932,95 0,05 79,89
Média 23,14 2,58 0,31 903,86 0,08 114,97
Desvio 10,07 2,90 0,09 396,20 0,03 38,28
Mínimo 9,81 0,39 0,21 350,72 0,04 64,18
Máximo 41,51 10,55 0,51 1733,59 0,14 196,22

Anexo 3. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em tecido muscular de


corvina (Micropogonias furnieri).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
C M22 1,00 < LD 0,11 31,13 0,16 19,10
C M23 1,23 0,01 0,06 24,26 0,03 12,27
C M25 1,00 < LD 0,08 14,14 0,04 16,01
C M28 1,76 < LD 0,19 38,97 0,22 18,44
94

C M29 0,96 < LD 0,11 73,60 0,51 22,80


C M33 1,46 0,17 0,07 93,08 0,06 17,60
C M34 1,29 0,03 0,05 44,22 0,06 15,75
C M35 0,82 0,03 < LD 19,19 0,06 14,99
C M36 2,45 0,15 0,20 54,23 0,16 21,17
C M37 1,32 0,04 0,08 29,57 0,05 14,94
C M39 1,55 < LD 0,11 24,39 0,06 19,99
C M40 1,40 0,06 0,11 23,63 0,06 16,93
C M41 0,89 < LD 0,13 19,90 0,05 16,52
C M42 1,21 0,02 0,13 20,05 0,04 15,64
C M43 2,33 0,26 0,08 24,98 0,08 16,26
C M44 1,18 < LD 0,07 18,99 0,06 19,31
C M039 0,78 < LD 0,04 12,10 0,09 14,24
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C M040 0,64 < LD 0,01 17,67 0,12 12,78


C M041 0,70 < LD 0,04 14,01 0,06 12,71
C M042 0,83 < LD 0,01 14,31 0,12 13,21
C M043 0,76 < LD 0,04 13,23 0,09 14,24
C M044 0,98 < LD 0,03 14,46 0,06 14,29
C M045 0,83 < LD 0,04 15,69 0,11 14,18
C M046 0,76 < LD 0,04 22,55 0,11 14,24
C M047 0,98 < LD 0,04 20,76 0,11 14,91
C M048 0,83 < LD 0,04 14,42 0,06 14,32
C M70 0,68 0,01 0,17 18,85 0,22 13,98
C M71 0,74 0,02 0,14 17,95 0,07 16,20
C M72 0,56 0,01 0,15 23,12 0,03 12,14
C M73 0,50 0,01 0,11 11,34 0,06 13,61
C M74 0,80 0,01 0,14 34,20 0,04 14,81
C M75 1,16 0,01 0,12 31,60 0,10 14,18
Média 1,07 0,06 0,09 26,58 0,10 15,68
Desvio 0,46 0,08 0,05 17,93 0,09 2,60
Mínimo 0,50 0,01 < LD 11,34 0,03 12,14
Máximo 2,45 0,26 0,20 93,08 0,51 22,80
95

Anexo 4. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em fígado de corvina


(Micropogonias furnieri).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
C F22 52,97 5,61 1,08 1411,13 0,80 145,93
C F25 59,68 2,16 0,80 668,73 0,74 144,18
C F28 58,27 2,72 1,42 884,68 1,10 117,09
C F29 22,05 1,46 0,38 391,42 0,55 94,95
C F34 32,31 4,93 2,83 726,93 0,85 114,62
C F37 82,74 11,46 0,73 1200,40 1,65 119,41
C F39 47,19 2,61 1,47 805,22 0,72 137,72
C F40 20,97 6,79 0,69 730,01 1,53 105,52
C F41 8,17 2,29 0,15 470,17 0,24 90,15
C F42 44,37 5,06 0,62 781,36 0,68 148,14
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C F43 47,81 11,56 0,25 485,65 0,98 97,57


C F44 16,30 2,35 0,53 914,34 1,00 70,26
Média 41,07 4,92 0,91 789,17 0,90 115,46
Desvio 21,64 3,49 0,73 294,65 0,39 24,97
Mínimo 8,17 1,46 0,15 391,42 0,24 70,26
Máximo 82,74 11,56 2,83 1411,13 1,65 148,14

Anexo 5. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em tecido muscular de


tainha (Mugil liza).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
T M49 3,67 0,01 0,07 19,16 0,03 11,93
T M50 3,06 0,01 0,02 41,17 0,04 14,29
T M51 0,73 < LD < LD 12,08 0,01 10,11
T M52 0,87 0,01 0,24 12,56 0,03 10,00
T M53 1,02 < LD 0,07 11,63 0,04 10,68
T M54 0,81 0,01 0,08 9,79 0,04 9,69
T M55 0,84 < LD 0,07 9,05 0,05 10,43
T M56 0,73 < LD 0,10 13,51 0,11 10,63
T M57 0,83 0,01 0,07 9,92 0,04 11,19
96

T M58 0,85 0,01 0,07 9,86 0,04 10,43


T M59 0,70 < LD 0,06 11,00 0,01 11,76
T M60 0,81 0,01 0,08 11,77 0,01 12,23
T M61 0,96 < LD 0,02 12,83 0,01 10,84
T M62 0,82 0,01 0,08 14,67 0,06 10,19
T M63 1,61 0,01 0,07 16,75 0,02 12,49
T M70 1,39 < LD 0,37 30,43 0,13 13,50
T M71 0,82 < LD 0,40 29,59 0,08 12,30
T M72 0,49 0,01 0,35 18,01 0,09 11,40
T M73 1,43 < LD 0,34 17,72 0,21 20,06
T M74 1,77 < LD 0,34 17,84 0,06 11,98
T M75 1,13 0,01 0,38 47,63 0,15 18,12
T M76 0,59 < LD 0,32 39,98 0,17 17,16
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T M77 2,33 0,02 0,34 18,44 0,18 12,30


T M78 1,91 0,03 0,36 32,70 0,09 12,35
T M79 5,81 0,01 0,33 27,92 0,07 12,72
Média 1,44 0,01 0,19 19,84 0,07 12,35
Desvio 1,20 0,01 0,14 11,09 0,06 2,60
Mínimo 0,49 0,01 0,02 9,05 0,01 9,69
Máximo 5,81 0,03 0,40 47,63 0,21 20,06

Anexo 6. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em fígado de tainha


(Mugil liza).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
T F49 3612,16 6,52 0,26 3871,24 0,57 729,52
T F50 2746,85 5,96 0,30 2942,87 0,89 434,14
T F53 1499,20 3,24 0,26 2567,33 0,34 245,85
T F54 2625,16 7,53 0,24 3670,83 0,53 417,70
T F55 1169,27 3,58 0,25 1405,64 0,23 408,31
T F56 3664,94 0,53 0,19 1477,91 0,25 328,74
T F57 1137,46 3,00 0,30 1701,32 0,52 521,30
T F58 116,94 0,46 0,32 2062,85 0,22 299,69
97

T F59 568,25 1,33 0,21 1183,92 0,32 497,43


T F60 2853,72 7,96 0,28 3683,16 0,68 327,97
T F61 1754,63 2,59 0,25 2509,21 0,21 345,82
T F62 2845,64 4,56 0,24 2340,60 0,60 277,98
T F63 585,14 3,58 0,23 2202,12 0,29 300,78
T F72 592,63 6,33 0,61 3493,37 0,35 644,01
T F74 798,40 0,65 0,27 2241,42 0,31 287,91
T F75 137,12 0,36 0,25 963,03 0,38 224,83
T F76 202,27 0,75 0,19 1398,23 0,29 245,46
T F77 2274,46 9,52 0,52 4159,05 0,34 1065,22
T F78 867,90 6,12 0,27 1790,72 0,27 324,05
T F79 989,98 2,39 0,40 2598,27 0,90 603,01
Média 1552,11 3,85 0,29 2413,15 0,42 426,49
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Desvio 1160,72 2,83 0,11 960,08 0,21 206,25


Mínimo 116,94 0,36 0,19 963,03 0,21 224,83
Máximo 3664,94 9,52 0,61 4159,05 0,90 1065,22

Anexo 7. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em tecido muscular de


camarão rosa (Farfantepenaus brasiliensis).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
Cam 1 27,70 0,03 0,33 12,00 0,14 59,05
Cam 2 24,85 0,03 0,29 41,00 0,22 64,73
Cam 3 28,50 0,04 0,30 27,45 0,23 61,67
Cam 4 24,50 0,06 0,31 28,40 0,21 60,57
Cam 5 26,80 0,06 0,26 41,80 0,30 59,63
Cam 6 18,55 0,04 0,26 21,05 0,21 56,33
Cam 7 21,50 0,09 0,38 64,90 0,34 56,45
Cam 8 20,67 0,13 0,38 117,00 0,49 58,50
Cam 9 19,25 0,14 0,43 122,00 0,51 64,20
Média 23,59 0,07 0,33 52,84 0,29 60,13
Desvio 3,72 0,04 0,06 40,66 0,13 3,01
Mínimo 18,55 0,03 0,26 12,00 0,14 56,33
98

Máximo 28,50 0,14 0,43 122,00 0,51 64,73

Anexo 8. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em tecido muscular de


siri azul (Callinectes spp.).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
SI M1 63,34 0,18 0,13 42,72 0,21 117,87
SI M2 55,53 0,25 0,13 52,39 0,76 139,89
SI M3 46,40 0,13 0,12 65,15 0,45 114,45
SI M4 54,58 0,12 0,07 23,18 0,20 117,51
SI M5 56,10 0,17 0,22 142,63 0,80 141,97
SI M6 46,83 0,15 0,11 46,99 0,39 94,83
SI M7 54,30 0,32 0,11 49,89 0,32 110,40
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

SI M8 64,10 0,24 0,14 66,76 0,53 179,24


SI M9 38,73 0,20 0,18 111,61 0,59 82,74
SI M10 54,88 0,17 0,14 75,04 0,73 120,39
SI M11 31,60 0,05 0,14 54,08 0,39 138,37
SI M12 50,66 0,08 0,12 52,55 0,57 110,50
SI M13 33,83 0,26 0,13 47,73 0,81 108,99
SI M14 48,01 0,08 0,12 40,20 0,56 111,25
Média 49,92 0,17 0,13 62,21 0,52 120,60
Desvio 9,85 0,08 0,03 30,81 0,20 23,47
Mínimo 31,60 0,05 0,07 23,18 0,20 82,74
Máximo 64,10 0,32 0,22 142,63 0,81 179,24

Anexo 9. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em víceras de siri azul
(Callinectes spp.).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
SI V1 167,71 1,48 0,67 220,81 1,55 105,79
SI V2 41,29 0,67 0,51 506,00 2,01 179,79
SI V3 56,96 0,82 0,71 762,05 2,45 181,89
SI V4 79,89 0,95 0,34 70,12 1,15 89,41
99

SI V5 105,29 0,83 0,70 568,95 1,64 190,61


SI V6 54,62 0,65 0,80 729,51 2,93 165,15
SI V7 104,20 1,55 0,33 236,76 0,69 69,66
SI V8 96,18 1,31 0,62 163,14 1,32 80,83
SI V9 81,45 1,15 0,87 494,84 2,24 113,54
SI V10 104,28 1,06 0,62 325,71 2,19 153,04
SI V11 35,49 0,24 0,35 147,60 1,25 176,87
SI V12 147,56 0,57 0,71 351,49 2,83 122,85
SI V13 68,03 0,82 0,57 642,26 2,20 122,13
SI V14 88,77 0,39 0,49 212,21 1,37 208,60
Média 87,98 0,89 0,59 387,96 1,84 140,01
Desvio 37,54 0,39 0,17 227,97 0,66 44,94
Mínimo 35,49 0,24 0,33 70,12 0,69 69,66
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Máximo 167,71 1,55 0,87 762,05 2,93 208,60

Anexo 10. Concentração (µg g-1) em peso seco de metais em ovos de siri azul
(Callinectes spp.).
Código Cu Cd Pb Fe Ni Zn
SI O9 53,68 0,05 0,98 1238,21 1,30 264,37
SI O10 47,05 0,05 1,44 1807,13 1,65 258,70
SI O11 25,27 0,04 1,71 1203,33 1,29 278,19
SI O12 56,93 0,05 1,03 1268,08 1,35 283,73
SI O13 40,07 0,04 1,04 1106,70 1,34 250,05
SI O14 41,63 0,04 2,04 1145,28 1,62 406,23
Média 44,10 0,05 1,38 1294,79 1,42 290,21
Desvio 11,33 0,01 0,43 257,88 0,16 58,17
Mínimo 25,27 0,04 0,98 1106,70 1,29 250,05
Máximo 56,93 0,05 2,04 1807,13 1,65 406,23
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA 100

Anexo 11. Estimativa dos autovalores das variáveis através do teste Scree
(camarão).

Anexo 12. Autovalores dos componentes principais dos elementos traço


(camarão).
101

Anexo13. Componentes principais dos elementos analisados (camarão).


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Anexo 14. Gráfico dos principais fatores da análise dos componentes


principais (camarão).
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Anexo 15. Estimativa dos autovalores das variáveis através do teste Scree
(siri).

Anexo 16. Autovalores dos componentes principais dos elementos traço


(siri).
103

Anexo 17. Componentes principais dos elementos traço (siri).


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Anexo 18. Gráfico em três dimensões dos principais fatores encontrados na


análise dos componentes principais (siri).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA 104

Anexo 19. Estimativa dos autovalores das variáveis através do teste Scree
(peixe espada).

Anexo 20. Autovalores dos componentes principais dos elementos traço


(peixe espada).
105

Anexo 21. Componentes principais dos elementos traço (peixe espada).


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Anexo 22. Gráfico em três dimensões dos principais fatores encontrados na


análise dos componentes principais (peixe espada).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA 106

Anexo 23. Análise dos componentes principais das amostras de músculo e


fígado de peixe espada (PE e PEF).

Anexo 24. Estimativa dos autovalores das variáveis através do Teste Scree
(corvina).
107

Anexo 25. Autovalores dos componentes principais dos elementos traço


(corvina).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Anexo 26. Componentes principais dos elementos traço (corvina).


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA 108

Anexo 27. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores encontrados na


análise dos componentes principais (corvina).

Anexo 28. Análise dos componentes principais das amostras de tecido


muscular e fígado de corvina (CM e CF).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA 109

Anexo 29. Estimativa dos autovalores das variáveis através do Teste Scree
(tainha).

Anexo 30. Autovalores dos componentes principais dos elementos traço


(tainha).
110

Anexo 31. Componentes principais dos elementos traço (tainha).


PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA

Anexo 32. Gráfico em duas dimensões dos principais fatores encontrados


na análise dos componentes principais (tainha).
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1012257/CA 111

Anexo 33. Análise dos componentes principais das amostras de tecido


muscular e fígado de tainha (TM e TF).

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