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MINISTÉRIO DA EDUCÃO UFU/PROEX/PROGRAD/PROPP/FACED

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU

Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos para a Juventude II

LÍDIA GOMES DE MACÊDO MESSIAS

A TEORIA DO SÓCIOINTERACIONISMO DE VYGOTSKY E A CONTRIBUIÇÃO DAS


MÍDIAS INTERATIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DE
ALUNOS DO ENSINO NA EJA.

UBERLÂNDIA – MG
2017
LÍDIA GOMES DE MACÊDO MESSIAS

A TEORIA DO SÓCIOINTERACIONISMO DE VYGOTSKY E A CONTRIBUIÇÃO DAS


MÍDIAS INTERATIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DE
ALUNOS DO ENSINO NA EJA.

ICIPA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Educação, como requisito parcial
para aprovação no Curso de Especialização em
Educação de Jovens e Adultos para a
Juventude II.

Orientador: Dr. Gerson de Sousa

UBERLÂNDIA – MG
2017
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TÍTULO

A TEORIA DO SÓCIOINTERACIONISMO DE VYGOTSKY E A CONTRIBUIÇÃO


DAS MÍDIAS INTERATIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA
APRENDIZAGEM DE ALUNOS DO ENSINO NA EJA.

INTRODUÇÃO

A Educação de Jovens e Adultos ao longo da história perpassou por caminhos


longos e conquistas, como podemos visualizar em uma breve apresentação e abordagem
através da Contextualização Histórica da EJA no Brasil e da realidade em Uberlândia
sobre o aluno da EJA na perspectiva do PMEA (Programa Municipal de Educação de
Jovens e Adultos).
A educação básica de pessoas adultas começou a delimitar seu espaço na história
do Brasil a partir da década de 30, quando, finalmente, começa a se consolidar um
sistema público de educação elementar no país.
Ao fim da década de 50, as críticas à Campanha de Educação de Adultos
correspondiam tanto às suas deficiências administrativas e financeiras quanto à sua
orientação pedagógica. Denunciava-se o caráter superficial do aprendizado limitado a
um curto período de alfabetização e a inadequação do método para a uma população e
de diferentes regiões do país.
A reflexão pedagógica de Paulo Freire, assim como sua proposta para a
alfabetização de adultos, inspirou todos os importantes programas de alfabetização e
educação popular realizados no país no início dos anos 60.
 Com o Golpe Militar de 64, os programas de alfabetização e educação popular
que se multiplicaram no período entre 1961-1964, foram vistos como uma enorme
ameaça à ordem e seus promotores, duramente reprimidos pelo Estado. Desde então, o
governo permitiria apenas a existência de programas de alfabetização assistencialistas
“conservadores” e “despolitizados”, até que, em 1967, o próprio Estado assume o
controle dessa atividade com o lançamento do famigerado MOBRAL – Movimento
Brasileiro de Alfabetização de Adultos. Ao longo dos anos seguintes, estas e tantas
outras iniciativas arrastaram-se, culminando, em 1990, na meta prioritária estabelecida
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pela ONU (Organização das Nações Unidas), que versava acerca da intenção de
erradicação do analfabetismo até o ano de 2000.
 No Brasil, havia, então, aproximadamente 35 milhões de pessoas com mais de
14 anos que não tinham completado quatro anos de escolaridade. Esse enorme
contingente era o público-alvo potencial dos programas de educação de jovens e adultos
correspondentes ao primeiro segmento do ensino fundamental.
Esta realidade corrobora a ideia de que a escola brasileira, em geral, ao longo da
história, não atendeu adequadamente àqueles que dela mais necessitaram e/ou
necessitam, uma vez que os “fracassos escolares” incidem principalmente nas camadas
populares; situação, esta, que denuncia a realidade de uma educação atrelada aos
interesses dominantes, já que ignora as características e expectativas do povo,
propondo-se mais, a atender um aluno modelo.
  Assim, “na busca de reverter esta realidade, surgem inúmeras iniciativas,
campanhas, projetos, o PMEA (Programa Municipal de Educação de Jovens e Adultos –
Uberlândia/MG) insere-se nesse contexto”. Em 1989, proclamado pela ONU como ano
Internacional da Alfabetização, foi idealizado o PMEA, concretizado em 1990.
A EJA foi instituída na rede municipal de ensino no ano de 2006. Desde então,
tem cuidado em orientar as escolas mediante realização de estudos envolvendo
Pedagogos e Professores que trabalham com essa modalidade de ensino.
Dentre os objetivos do PMEA estão: Possibilitar o aprofundamento dos saberes
disciplinares e seus procedimentos científicos, para transposição didática das questões
disciplinares, teóricas e metodológicas; Propiciar situações de discussão de natureza
interdisciplinar promovendo articulação dos temas e das atividades previstas; Subsidiar
o professor no desenvolver de  condições favoráveis à conquista de uma ação educativa
que tenha como o paradigma a democratização do conhecimento e a reformulação de
sua práxis pela construção coletiva de novos saberes; Valorizar a experiência de vida, os
saberes e os cotidianos como base para a construção de novas aprendizagens; Promover
o uso da tecnologia para criar mecanismos de discussão, fóruns de debate e troca de
experiências.
A partir do contexto apresentado acima podemos compreender a importância de
ações e atitudes em propiciar ao aluno da EJA diversas formas que o leve ao
aprendizado como exemplo educação em um ambiente de aprendizagem virtual.
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Sendo assim, a Educação à distância é uma modalidade de ensino no qual o


estudante e o professor localizam-se em tempo e espaço diferenciados. Essa modalidade
educacional permite ao estudante não estar presente fisicamente em um ambiente formal
de ensino e aprendizagem, como também consente que o aluno concretize seu auto
estudo em tempo distinto.
Portanto, o presente projeto se utilizará de metodologias como o uso de
ferramentas tecnológicas, mídias interativas e como processo na mediatização de
professores e alunos, aliadas ao processo de ensino/aprendizagem sob a perspectiva da
teoria do sociointeracionismo de Vygotsky.

JUSTIFICATIVA

As mídias interativas ofereceram um novo significado à Educação a Distância


(EaD) através de interfaces de aprendizagem estruturadas para promover os contatos e a
construção do conhecimento entre os aprendizes em Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVA), como uma proposta pedagógica, rica em trocas sociais.
Nos ambientes virtuais, a dinâmica de atividades pedagógicas, levadas a efeito
pelo professor deve explorar o potencial de comunicação e interatividade que as
ferramentas tecnológicas são capazes de permitir ao educando para que este se sinta
socialmente interligado e capaz a desenvolver novas competências cognitivas.
O interesse em pesquisar sobre o assunto permite compreender as
especificidades do processo de EAD online como um método que objetiva,
primordialmente, à superação de obstáculos de espaço e tempo, num desafio para
aperfeiçoar as práticas de interação entre os participantes e o desenvolvimento da EAD.
As experiências convividas nesses contextos de atividades virtuais motivaram a autora1
deste projeto a investigar o processo de EAD, desde a sua concepção até a
operacionalização, no sentido de compreender a elaboração dos AVA, as estratégias de
ensino online e as competências indispensáveis ao professor.
As aplicações construtivistas através da tecnologia devem promover três tipos de
aprendizagem, como a aprendizagem por exploração do uso proposital da internet,
aprendizagem pela ação, empregando para isso os espaços interativos de aprendizagem
1
Lídia Gomes de Macedo Messias – Licenciada em Pedagogia pela UFOP/Ouro Preto e Pós-graduação
em Inspeção e Supervisão Escolar – UCAM/Instituto Prominas.
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e a aprendizagem pelo trabalho colaborativo com o apoio do computador. A partir


desses ambientes e ferramentas é admissível que o ensino a distância aconteça de modo
construtivista e interacionista.
As facilidades apresentadas pelo atual desenvolvimento tecnológico vêm
transformando as possibilidades de interação à distância, pondo à disposição do
professor e do educando ferramentas seguras e hábeis de comunicação. A interação
entre professor e aluno pode acontecer de diferentes formas, utilizando a tecnologia que
pode ser presencial ou virtual. Já a interatividade implica a possibilidade de os mesmos
interatuarem com uma máquina para a troca de informações. Para que o uso de
tecnologias interativas façam diferenças na qualidade da educação a distância e garanta
seu desenvolvimento é imprescindível o uso de metodologias de interação não
presenciais e competentes.

DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

Com as mídias interativas e internet, a educação vem experimentando mudanças


tanto práticas quanto pedagógicas, com desdobramentos e resultados até então
inimagináveis, passando a existir na forma on line e mais colaborativa. Os educandos
podem compartilhar do aprendizado com os professores e demais alunos, utilizando-se
de diversas mídias e linguagens.
Ou seja, o aluno não aufere a informação de forma passiva, pois ele interage
com o conhecimento e constrói outros. Entretanto ele não está sozinho neste processo,
pois, o mesmo é intermediado pelas tecnologias disponíveis e pelo professor, os quais
são mediatizados pelas interconexões que viabilizam uma comunicação interativa e
colaborativa.
Sendo assim, indagamos: Será que os professores da EJA e seus alunos,
mediante ao processo de interação intermediado pelas tecnologias disponíveis que vise
aproximar a escola da linguagem tecnológica e mediática, ainda, apoiados na teoria de
Vigotsky terão êxito no ensino aprendizagem auxiliados por um ambiente virtual de
aprendizagem?

OBJETIVO GERAL
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Analisar as contribuições da teoria do sociointeracionismo de Vygotsky para o


desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos envolvidos no processo
ensino/aprendizagem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Avaliar o papel do estudante da EJA para a sociedade, enquanto sujeito crítico e


reflexivo em suas ações de cidadania.
 Contribuir através das mídias interativas, para o desenvolvimento de
aprendizagens.
 Considerar a presença de pressupostos sociointeracionistas no Ensino da EJA e
estabelecer a relação destes, com a prática pedagógica desenvolvida, através do
material instrucional impresso utilizado nas escolas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Atualmente existe um movimento dos professores no sentido de aproveitar-se do


desenvolvimento tecnológico nas intuições de ensino. Moran (2010) estimula o
professor em se adaptar desta tecnologia e introduzi-la na sala de aula, no seu cotidiano.
As tecnologias proporcionam novos espaços de aprendizado. Com a ajuda de um
ambiente virtual, a sala de aula pode ser ampliada num sentido físico e temporal.
A Educação para Jovens e Adultos - EJA é uma forma de ensino da rede pública
no Brasil, com o objetivo de desenvolver o ensino fundamental e médio com qualidade,
para as pessoas que não possuem idade escolar e que não tiveram oportunidade de
estudar. A partir do contexto apresentado acima podemos compreender a importância de
ações e atitudes em propiciar ao aluno da EJA diversas formas que o leve ao
aprendizado como exemplo educação em um ambiente virtual de aprendizagem.
Hoje os principais recursos disponíveis para o desenvolvimento das atividades
via internet são: Chat, Fórum, Editor, Blog, WiKis, tais elementos são definidos abaixo.
Chat é um espaço on-line de diálogo síncrono (com hora marcada). Mediado ou
não, admite discussões temáticas e elaborações colaborativas que estreitam vínculos e
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estimulam a aprendizagem (MORAES, 2002).


Fórum é um espaço on-line de discussão em grupo.
Blog: é um diário on-line no qual seu responsável publica histórias, notícias,
ideias e imagens. Como diário aberto, pode trazer autoria coletiva, admitindo a todos
publicar ou postar seus textos e imagens, como dialógica, como registro da memória de
um curso (MORAES, 2002).
Wikis: os termos wikis são utilizados para identificar um tipo específico de
coleção de documentos em hipertexto ou o software colaborativo utilizado para criá-lo.
Este software colaborativo permite a edição coletiva dos documentos usando um
sistema no qual não precisa que o conteúdo seja revisto antes da sua publicação
(MORAES, 2002).
Para Belloni (2004), os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), são
idealizados para auxiliar a EAD de uma maneira veloz e simples, com todos os recursos
pedagógicos e administrativos de um ensino presencial. As pessoas podem acessar as
informações localizadas nos ambientes mais distantes da terra, que antes seriam
praticamente impossíveis de serem alcançados.
Os AVA’s são softwares que auxiliam no desempenho dos cursos à distância,
são maneiras tecnológicas de aprendizados acessíveis na internet, idealizados para
auxiliar os professores na administração dos temas abordados, beneficia com facilidade
a visualização dos resultados alcançados ou não pelos alunos (ALMEIDA, 2013).
Um grande exemplo de AVA é o Moodle, conceituado como software voltado
para cooperar no processo de ensino e aprendizagem adaptando-se ao exercício em
colaboração, contribuindo para o desenvolvimento de cursos online, páginas de
disciplinas, equipes de trabalho e sociedades de aprendizagem.
Conforme Teodoro e Rocha (2007), o Moodle é um ambiente de aprendizagem à
distância desenvolvido por Dougiamas em 1999 sendo analisado um software gratuito,
podendo ser alterado por qualquer pessoa. Este ambiente vem sendo aproveitado por
diversas instituições, sobretudo possuindo comunidade cujos componentes estão
envolvidos em atividades que envolvem correções de falhas e o desenvolvimento de
novas ferramentas sobre estratégias educacionais de uso do ambiente.
Qualquer instituição que use este ambiente está contribuindo com o
desenvolvimento ou mesmo com divulgação, assim, obter possibilidades e conhecer
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novas perspectivas educacionais. Essas contribuições se difundem por meio da livre


cadeia de intercâmbios entre as pessoas com foco nos relacionamentos que pode ser
amoldada por todas as situações em rede.
É importante ressaltar que o Moodle é um ambiente educacional, onde seu
significado compreende a aprendizagem no sentido mais genérico na utilização de
tecnologias. O conhecimento em um ambiente de aprendizagem centraliza sua
abordagem no papel ativo dos participantes segundo reflexão na ação, realizada entre os
envolvidos de forma a ampliar uma aprendizagem exclusiva.
A partir dos pressupostos acima, a Teoria Sóciointeracionista por Lev
Semyonovich Vygotsky este defende a importância da interação do sujeito com o meio,
numa postura não somente ativa, contudo ativa e interativa.
A teoria sóciointeracionista, vem mostrar que o indivíduo se estabelece como ser
humano graças às relações instituídas com o meio e com seus semelhantes. Tais
relações somente são admissíveis de se consolidarem graças ao característico
instrumento de interação humana, a linguagem. A este respeito, Vygotsky (1986)
destaca o dinâmico papel da linguagem tanto no desenvolvimento do pensamento
quanto na formação do caráter do indivíduo.
Conforme Pereira (2007), para que o processo ensino e aprendizagem sejam
viabilizados de forma expressiva para as interações professor e educando, pode-se
pronunciar que o design do material incide em um dos aspectos fundamentais. Fatores
como tecnologia, interação, colaboração e auxílio entre alunos, professores e tutores
colaboram para a efetividade do ensino e, por conseguinte da aprendizagem.
Assim, o Ministério da Educação (MEC), através do Decreto 5622, de 19 de
dezembro de 2005, art.1º caracteriza a educação à distância como:

Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos


processos de ensino e aprendizagem acontece com o uso de meios e
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educativas em espaços ou
tempos variadas (BRASIL, 2005, s.p.).

Segundo Moran (2010) compreende-se que no ensino a distância professores e


estudantes estão afastados espacial e/ou temporalmente. A conexão entre eles se
realizam por meio de ferramentas da tecnologia, como a Internet, pelo correio, rádio,
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televisão, vídeo, CD-ROM, telefone.


A educação à distância (EAD) não difere da educação presencial somente no uso
da tecnologia, porém possui uma abordagem completamente diferente, com estudantes,
técnicas, mídias, estratégias e objetivos distintos na política educacional. Compete
ressalvar que os resultados de ensino e aprendizagem devem ser equivalentes,
independentemente da modalidade escolhida pelo estudante assim afirma Cazaroto
(2007).
Na EAD, o serviço de apoio aos alunos é realizado por mediadores nomeados
tutores, que administram os conteúdos ministrados pelos professores para que sejam
apreendidos pelos estudantes, respondendo as dúvidas, além de contribuir no processo
de construção do conhecimento. Os tutores motivam e ajudam os educandos a
gerenciarem seus estudos, buscando, portanto, colaborar para o desenvolvimento da
autoaprendizagem.
Moran (2010) ressalta o uso da internet como um meio de comunicação entre
professores e alunos que permite vincular a escrita, a fala e a imagem, com agilidade,
flexibilidade e interação. Logo, a EAD possui determinadas características que podem
ser analisadas e proveitosas para o aprendizado, tanto para o ensino convencional
quanto para alunos com deficiência.
Nunes (2009) ainda traz que, para elevar ao máximo as vantagens da educação à
distância, existe necessidade em aproveitar um arsenal específico, como os meios de
comunicação, métodos de ensino, metodologias de aprendizagem, processos de tutoria,
entre outros, correspondendo a certos princípios fundamentais de qualidade.
No ambiente virtual de aprendizagem AVA, perspectivas novas com relação à
educação à distância em apresentar serviços de informação particular são lançadas
fazendo com que esse acesso se altere em algo revolucionário é o fato de os indivíduos
ou grupos também poderem lançar e trocar informações virtuais em larga escala
favorecendo a EAD.
Para Ferreira (2001), o ambiente virtual de aprendizagem é um sistema rico a
qualquer tipo de atividade concretizada pelo aluno, isto é, um conjunto de ferramentas
que são empregadas em diversas conjunturas do processo de aprendizagem. Analisando
pela construção de conhecimento do educando por meio da concepção de ambientes
virtuais de aprendizagem, destaca-se a natureza construtivista da aprendizagem: os
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indivíduos são sujeitos ativos na constituição dos seus próprios conhecimentos.


Qualquer ambiente virtual de aprendizagem deve admitir diversas estratégias de
aprendizagem, não só para se ajustar ao maior número possível de pessoas, que trarão
com certeza estratégias diferenciadas, contudo porque as estratégias empregadas
particularmente variam de acordo com fatores como interesse, intimidade com o
conteúdo, estrutura dos conteúdos, motivação, organização e capacidade criadora. Além
disso, deve adaptar a aprendizagem colaborativa, interação e independência.
Sendo assim, a Teoria Sóciointeracionista defende a importância da interação do
sujeito com o meio, numa postura não somente ativa, contudo ativa e interativa. A
concepção de sujeito que surge desta teoria é de um indivíduo que estabelece o seu
conhecimento por meio da interação social, ao longo de um processo histórico, cultural
e social. “Todas as atividades cognitivas principais do indivíduo acontecem de acordo
com sua história social e acabam se compondo no produto do desenvolvimento
histórico-social de sua comunidade” (VYGOTSKY, 2002, p. 03).
Neste ponto de vista, o referencial histórico-cultural apresenta um novo modo de
apreender a relação entre sujeito e objeto no processo de construção do conhecimento,
uma vez que a correspondência com outros sujeitos e consigo próprio, promove a
internalização de conhecimentos, papéis e funções sociais, o que admite a coordenação
de conhecimentos e da própria consciência.
Ainda, para o autor a troca de aprendizados que se constituem entre sujeitos,
remete ao fato de que desde o nascimento as pessoas são dependentes dos outros e
assim adentra em um processo histórico antecipadamente constituído sob muitos
aspectos; o qual permite uma construção particular de visão de mundo ao longo do
crescimento. A história singular de cada homem se oferece mediante uma relação ativa
e interativa com seus semelhantes e da assimilação do patrimônio cultural da
humanidade que lhe é disponibilizado.
Pode-se afirmar, portanto, que as interações sociais na perspectiva social e
histórica permitem refletir um ser humano em constante construção e transformação
que, mediante as interações sociais, apresenta novo significados para a vida em
sociedade, na qual opera como elemento imprescindível.
Para alcançar um bom desempenho do aprendiz ao usar ferramentas e
tecnologias na educação é adequado criar um ambiente virtual de aprendizagem
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centralizado no educando como agente ativo, avaliando ainda, que o ambiente deve
prever não somente apresentações de situações de aprendizagem, entretanto também
possibilitar ao aluno criação de novas ocorrências.
Desenvolver ambientes virtuais de aprendizagem é uma empreitada
multidisciplinar. Assim, deve-se atentar para as necessidades características que são
manifestadas pela criança nessa faixa etária, visualizando desejos e necessidades de
modo a não deixar interpretações ambíguas do que se quer e a intencionalidade do que
se necessita.
Segundo Costa et al. (2009), a interação é fundamental para o desenvolvimento
cognitivo do educando. O conhecimento é estabelecido nas interações entre o sujeito e o
meio, dependendo dos dois ao mesmo tempo.
A interação desempenha no educando o desenvolvimento tanto de um
conhecimento próprio quanto de uma distribuição social, cujo processo depende da sua
própria atuação e responsabilidade. Deste modo, pode intervir na autonomia de maneira
a alcançar o conhecimento de forma que possa colaborar para seu crescimento e
aprendizado.
É necessário apresentar autonomia na aprendizagem e essa promove algumas
exigências por parte do aluno. A independência na aprendizagem é algo peculiarmente
democrático e solicita disciplina, disposição, organização, constância, motivação,
avaliação e responsabilidade.

METODOLOGIA
 
Para Moran (2010), que pesquisa inovação em educação, é plenamente válido
trabalhar os conceitos de aprendizagem e mídias interativas que corroboram para
entender uma educação mais conectada, que se utiliza de tecnologias, sendo a educação
um processo intenso de intercâmbio entre pessoas, sem que necessariamente educadores
e educandos estejam presencialmente juntos. Segundo Moran, o processo de
personalização, realizado por plataformas educativas que permitem que cada um possa
fazer seu percurso, em qualquer lugar, desde que esteja conectado, é uma nova forma de
educar para a autonomia. 
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Partindo do pressuposto em que as mídias interativas ofereceram um novo


significado à Educação a Distância (EaD) através de interfaces de aprendizagem
estruturadas para promover os contatos e a construção do conhecimento entre os
aprendizes em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), como uma proposta
pedagógica, rica em trocas sociais, o presente projeto almeja contribuir com as novas
proposições da metodologia a ser desenvolvida, como também demonstrar através do
ambiente virtual, inúmeras possibilidades de interação com as ferramentas disponíveis
no moodle.
O intuito é possibilitar ao estudante da EJA a efetivação e sua participação,
enquanto sujeito crítico e reflexivo em suas ações de cidadania, a luz da teoria
sóciointaracionista e através das tecnologias disponíveis em um ambiente de
aprendizagem e pelo professor, os quais são mediatizados pelas interconexões que
viabilizam uma comunicação interativa e colaborativa.
Dessa forma, partir-se de uma análise nos métodos de investigação, tendo como
norte a pesquisa quantitativa e qualitativa, incorporada a pesquisa-ação. Apreendendo a
pesquisa-ação, segundo Severino (2007, p. 120):

... É o tipo de pesquisa social, com base empírica, realizada com


estreita relação com a ação. Origina-se a partir de problema coletivo,
visando solucioná-lo com a participação do pesquisador e dos sujeitos
investigados. Assim, ao mesmo tempo em que realiza um diagnóstico
e análise de uma determinada situação, a pesquisa-ação propõe ao
conjunto de sujeitos envolvidos mudanças que levam o
aprimoramento das práticas analisadas.

O estudo em questão consiste numa pesquisa descritiva, qualitativa e se


desenvolverá em três momentos: 1) entrevistas com professores, estudantes e gestores;
2) leitura e coleta de dados a partir dos documentos 3) análise das informações
coletadas.
Oferecendo sustentação às reflexões, serão utilizados autores cujas ideias
refletem pressupostos da abordagem sóciointeracionista de ensino e aprendizagem, a
exemplo L. S. Vygotsky. Os instrumentos empregados para a análise dos dados são a
seleção e categorização dos elementos. A pesquisa propõe também, levantamento de
dados em documento como o Projeto Político Pedagógico - PPP de escolas estaduais
selecionadas.
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Trata-se também de uma pesquisa aplicada, de produção tecnológica,


desenvolvida em 4 etapas: concepção e planejamento; desenvolvimento do conteúdo e
design instrucional; criação do material educacional e implantação no portal de
aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatamos que o uso das mídias interativas e a contribuição da teoria do


sociointeracionismo de Vygotsky para o desenvolvimento e aprendizagem de alunos da
EJA podem acontecer, sendo presencial ou em um ambiente virtual de aprendizagem.
Portanto, o interesse em pesquisar sobre o assunto permitiu compreender as
especificidades do processo de EAD como um método que objetiva, primordialmente, à
superação de obstáculos de espaço e tempo, num desafio para aperfeiçoar as práticas de
interação entre os participantes.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Nº ATIVIDADES/PERÍODOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 Levantamento de literatura X X
2 Montagem do Projeto X X
3 Coleta de dados X X X

4 Tratamento dos dados X X

5 Elaboração do relatório final X X X


6 Revisão de texto X X
7 Entrega do trabalho X

REFERÊNCIAS

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Regulamenta o art. 80 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as
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