Estudo autodirigido- Conteúdo de Início do Trabalho de Parto e Mecanismo de Parto.
1. Sobre o verdadeiro e falso trabalho de parto, preencha quadro em anexo.
Ocorrência Trabalho de parto Trabalho de parto falso verdadeiro Cronologia das Regulares, tornando-se Irregulares, não ocorrendo contrações progressivamente mais próximas muito próximo entre si. uma da outra, geralmente com intervalos de 4 a 6 min, com duração de 30 a 60 seg. Força das contrações Tronam-se progressivamente mais Frequentemente fracas, não se fortes; geralmente a gentante sente intensificam progressivamente pressão vaginal. ou se alternam (forte/fraca) Desconforto das Começa nas costas e irradia Sentido habitualmente na frente contrações circunferencialmente até o abdome. do abdome. Alterações As contrações persistem, não As contrações podem cessar importa quais mudanças de posição ou abrandar ao deambular ou sejam feitas. mudar de posição (banho com quente) posicionamento e atividade. Ficar ou ir? Ir para o hospital quando as Ficar em casa contrações estiverem com intervalos de 5min, durem 45 a 60seg e sejam fortes o suficiente para não conseguir conversar durante a contração.
2.Leia o texto abaixo e responda:
- Como se efetivam as contrações do verdadeiro trabalho de parto em torno dos
hormônios envolvidos? Inicialmente, o hormônio liberador de corticotrofina (CRH placentário) é secretado pelo hipotálamo do feto. Em seguida, esse hormônio ativa a produção de adrenocorticotrofina (ACTH) pela hipófise. Por sua vez, o ACTH estimula a secreção de cortisol pelo córtex da suprarrenal. Finalmente, o cortisol participa na síntese de estrógenos. Assim, a contração do útero dá-se pela atuação de esteroides e interrupção da progesterona. Além disso, a hipófise posterior do feto secreta ocitocina (útero fica com maior sensibilidade a ocitocina), que estimula contrações peristálticas (estiramento) na musculatura lisa uterina e induz a liberação de prostaglandinas pela decídua.
- O que é Contração de Braxton-Hicks?
São as famosas contrações de treinamento, acontecem durante a gestação e geralmente aumentam no último trimestre, porém são indolores, curtas, durando apenas um minuto ou dois, e não ocasionam o trabalho de parto. Elas tendem a ocorrer de maneira irregular e, embora desconfortável, elas não devem incomodá-la muito. Sua função é ajudar a amolecer o colo uterino e a exercitar todos os músculos que serão utilizados para empurrar o feto para fora. Sem a ajuda das contrações de Braxton Hicks, o trabalho de parto seria uma experiência muito mais difícil e dolorosa.
- Como se dá a elasticidade da musculuatura miometral?
Há a queda da progesterona, aumento do estrogênio e uma maior sensibilidade a ocitocina nas células do miométrio (causada pelo aumento de prostaglandina), que provocam o estiramento e aumento da elasticidade da musculatura do útero. Ocorre, também, um aumento das junções comunicantes do miométrio, que junto com o aumento das prostaglandinas e das proteínas conectoras das membranas celulares, aumentam gradativamente e preparam o processo de dilatação do óstio.
FISIOLOGIA DAS CONTRAÇÕES UTERINAS UNIDADE CONTRÁTIL MIOMETRIAL
“A contração uterina depende da interação dos componentes do complexo proteico entre si, que é modulada pela ação da enzima cínase da cadeia leve de miosina. Essa enzima é influenciada por três sistemas reguladores: cálcio, calmodulina e monofosfato de adenosina cíclico (AMP cíclico). Os dois primeiros formam um complexo que ativa a cínase da cadeia leve de miosina, enquanto o AMP cíclico inibe a sua atividade enzimática. Por sua vez, a cínase da cadeia leve de miosina, quando ativada, modulada, a fosforilação da miosina, ao nível da cadeia leve, permitindo dessa forma uma interação das duas proteínas do complexo e possibilitando a contração local. Esses três sistemas reguladores da cínase da cadeia leve de miosina estão inter-relacionados e respondem a ações hormonais e a agentes farmacológicos. A progesterona, principal hormônio da gravidez, consolida as ligações do cálcio no retículo sarcoplasmático, reduzindo assim a fração livre disponível de cálcio intracelular e, consequentemente, elevando o limiar de excitabilidade da fibra miometrial. Esse fato torna o útero quiescente e foi descrito como bloqueio progestagênico. De forma inversa, as prostaglandinas também modulam o fluxo de cálcio por meio de alterações na permeabilidade da membrana celular, o que leva ao aumento dos níveis intracelulares de cálcio e favorece a contração das fibras. Somado a isso, as células musculares comunicam-se umas com as outras via conexões proteicas denominadas gap junctions (conexinas) (Figura 1). Essas conexões facilitam a sincronização e a transmissão dos estímulos eletrofisiológicos, aumentam em número com a progressão da gestação e estão sob a influência dos esteroides placentários, sendo o estrógeno o principal responsável pelo aumento da concentração dessas proteínas de conexão. Entre as principais características das células musculares miometriais, podem ser citadas a sua baixa sensibilidade a estímulos dolorosos, a excitabilidade, a capacidade elástica, a tonicidade e a capacidade contrátil. Sensibilidade dolorosa: é discreta no colo e no corpo uterino. A queixa dolorosa relatada pelas pacientes relaciona-se, na cesárea, ao manuseio do peritônio. Durante o parto por via vaginal, ela coincide com a contração e resulta da projeção da apresentação fetal contra o segmento inferior e da compressão dos órgãos vizinhos”. Referência: ZUGAIB Obstetrícia. 4. São Paulo Manole 2020 1 recurso online ISBN 9788520458105. P.321-320. Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520458105/ [2021 Apr 19]
3) Observe a figura abaixo e responda:
a. A que se refere a figura ( fenômenos ):
Apagamento ou esvaecimento e dilatação do colo.
b. Por que fenômeno se dá diferente em primíparas e multíparas?
Porque nas primíparas os fenômenos ocorrem sepradamente, primeiro o esvaecimento, de cima para baixo, e depois a dilatação do orifício externo; já nas multíparas os fenômenos são simultâneos, debaixo para cima. Isso pode acontecer por um processo natural, em que as enzimas, os hormônios e a resposta imunológica que vão preparando o colo do útero para um parto vaginal começam a trabalhar antes das contrações. Pois o colo tem uma espessura e após um parto anterior ocorre uma cicatrização fisiológica, onde o orifício externo fica uns 2-3 até 4 centímetros abertos, devido ao peso da gravidade e do próprio bebê (memória de dilatação). 4.Discorra sobre o mecanismo de parto, diferenciando trajeto duro e mole, e os componentes envolvidos. O mecanismo de parto é um conjunto de movimentos e fenomenos ativos do feto durante sua passagem no canal de parto. Sendo composto por três partes, que didaticamente, se dividem: o trajeto (composto pelo canal de parto, caminho a ser percorrido pelo feto até a sua saída do organismo materno, é representado pelo trajeto mole e duro), o motor (composto pela força motora representada pelas contrações que movimentam o feto e a dilatação em si, o que permite sua expulsão para o exterior) e o objeto (composto pelo próprio feto, com seu tamanho e postura que ira tomar para sair do organismo materno e como ele se relaciona com a bacia e o útero). O trajeto duro, bacia, é formado por: ilíaco, sacro, coccige e articulações. Sendo a bacia dividida em grande bacia e pequena bacia. Enquanto o trajeto mole, diafragma pélvico, é constituído por: segmento inferior (istmo) do útero, cérvice, vagina e região vulvoperineal. Em relação ao motor, pode-se citar que tem seu início duas semanas antes do final da gestação (contração de braxton-hicks) e através das contrações uterinas, seguida pelo esforço muscular da parede abdominal, dessa forma acontece a expulsão do feto pelas vias genitais. Por último, o objeto do parto-feto, também chamado de móvel, é que oferece maior resistência na passagem pelo trajeto (duro e mole). As mudanças de posições necessárias para progredir o canal pélvico são dividas em tempos: 1º insinuação, 2° descida, 3° rotação interna, 4° desprendimento cefálico, 5° rotação exerna, e 6° desprendimento do tronco.
5.Classifique os fenômenos mais importantes na diferentes
fases/períodos do trabalho de parto.
Período Fenômenos Assistência de
Enfermagem - Promover a autonomia e bem estar da mulher com a oferta de dieta leve (sucos, chás e água); 1º período Apagamento e Dilatação - Interagir com a parturiente e (latente, ativa e transição) sua família, encorajando e informando a evolução do TP; - Avaliar alterações de SSVV, dinamica uterina, cardiotocografia, toque, auscuta de BCF, preencher partograma. - Identificar distócias de progressão, rotação e sofrimento fetal; - Monitorar BCF a cada 5 min; - Não realizar episiotomia de 2º período Período de expulsão rotina, -Identificar se há circular de cordão; - Contato pele a pele imediato; -Permitir acompanhante; - Promover parto ativo.
6. Levante dois diagnósticos de enfermagem para cada período do
Trabalho de Parto ( 1º e 2º períodos) e descreva as intervenções. 1° período: DE: Sobrecarga de esresse e Conforto prejudicado; Intervenção: deambulação, alimentar e hidratar, dar orientações, posições verticalizadas. 2° período: DE: Dor no trabalho de parto e Dispneia/Hiperventilação; Intervenção: técnicas de alívio da dor, presença de acompanhante, prestar assistencia humanizada, oxigênio.
7.Observe a figura abaixo e responda.
Relação entre os pontos de reparo, pontos de referência e linhas de orientação
das apresentações fetais. Região que se Cefálica fletida Cefálica Cefálica defletida apresenta defletida 1º de 2º grau grau Ponto de reparo vértice ou de bregma fronte occipital
Ponto de referência Fontanela posterior Fonatanela Raiz do nariz
lambda anterior bregma glabela Linha de orientação Sutura sagital Sutura ságito- Linha metópica metópica Fonte: ZUGAIB Obstetrícia. 4. São Paulo Manole 2020 1 recurso online ISBN 9788520458105. P.349. Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520458105/ [2021 Apr 19]