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- VEÍCULO -
FENASAN
2016
- OFICIAL -
O sucesso do
26º Congresso
Técnico AESabesp
Fenasan 2015
Promovida pela AESabesp, essa realização
superou todos os seus índices, em 2015,
consolidando-se como a maior evento
técnico-mercadológico do setor da América
Latina. Saneas traz a cobertura completa.
www.bauminas.com.br
Expediente Editorial
É
aesabesp@aesabesp.org.br
www.aesabesp.org.br
Órgão Informativo da Associação dos
com imensa satisfação que trazemos nesta última edição da Revista
Engenheiros da Sabesp
Tiragem: 10.000 exemplares
Saneas da Diretoria da AESabesp Gestão 2013/2015 os principais re-
Redação
Uma boa leitura a todos!
Ednaldo Sandim e Lúcia Andrade
06
Matéria
Tema
A projeção
internacional
do saneamento
na América Latina
10 Entrevista
AIDIS: a grande conexão
pelo saneamento da AL 28 Especial
26º Encontro Técnico
Fenasan 2015
12 Ponto de vista
AESabesp apresentou
experiências na
29 Solenidade de abertura
41 Premiação e
Encerramento
16 Artigos técnicos
Programa de uso racional
45 Diretoria
da água, estratégia bem
sucedida da Sabesp na
gestão do consumo de Projetos
em prédios públicos: o Socioambientais
caso da penitenciária de Ações da DPS
Santana
24 Direitos da natureza -
dignidade do planeta
Terra
48 Vivências
Pilotos de kart
TURMAS
2016
Bauru
Campinas
Ribeirão Preto
INFORMAÇÕES ADICIONAIS: www.ibeas.org.br
Fone: (14) 3016 0416
REALIZAÇÃO: APOIO:
matéria tema
A
proximadamente 97,5% de toda a água do planeta
Terra encontram-se nos oceanos, ou seja, é água
salgada. Dos 2,5% de água doce existente, 2,493%
estão em locais praticamente inacessíveis. Apenas
0,007% é encontrada em locais de fácil acesso. A América Lati-
na, uma área majoritariamente subdesenvolvida, é ironicamente
a região mais rica do mundo em termos de disponibilidade de
água doce por pessoa. Estima-se que 31% dos recursos hídricos
do mundo estejam neste continente. Mesmo assim, em toda a re-
gião, a irregularidade no abastecimento de água e no saneamento
básico faz com que esses serviços não cheguem a quem precisa.
Cerca de 100 milhões de pessoas na AL são desprovidas
de acesso ao saneamento básico. E, com mais de 80% dos la-
tino-americanos vivendo em cidades, essa desigualdade é mais
sentida nas áreas rurais da região, onde a falta de água e sane-
amento é comum. A falta de saneamento básico tem impactos
na saúde, na educação, no turismo e em outras áreas e pode
diminuir o Produto Interno Bruto (PIB) de 2% a 3%.
Com a contínua expansão das megacidades da América Latina
a tendência é que as políticas públicas priorizem as necessidades
da crescente população urbana. Mas, embora o investimento em
água e saneamento aumente as diferenças entre as zonas urbanas
e rurais, em muitos países isso não necessariamente significa falta
de recursos financeiros. O que falta são políticas mais eficientes,
treinamento profissional para fazer a manutenção das redes e des-
tinação correta de investimentos.
Reservatório Mundial
América
Segundo dados do Banco Mundial, até 2050, mais de um bilhão
de pessoas viverão em cidades sem água suficiente. À medida que
a população aumenta, também cresce a necessidade de abaste-
cimento. O principal problema é que a quantidade de água no
mundo não aumenta. A América Latina, nesse cenário, tem um
Latina:
papel fundamental, porque possui a maior quantidade de água
doce do mundo. Segundo a Global Water Partnership (GWP),
quase um terço dos recursos hídricos renováveis estão na América
do Sul. Entre os países do mundo que contam com a maior quan-
tidade de água, três estão na América Latina e figuram entre os
dez primeiros: Brasil (primeiro), Colômbia (terceiro) e Peru (oitavo).
Uma região rica em O ranking de abundância, no entanto, não significa água para
todos. Em cidades como Lima, São Paulo e Cidade do México,
água e de contrastes onde a demanda por esse recurso é muito elevada, grande parte
da água potável é desperdiçada devido ao uso ineficiente e às
em qualidade de vida instalações precárias, agravando assim a crise futura.
Pela hora da morte pelo aquecimento global.
Água é vida, certo? Certo. Mas seu custo em alguns lugares da Buscar novas fontes pode parecer a
AL está pela hora da morte. De acordo com informações do Pro- solução mais adequada, no entanto, es-
grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mais pecialistas alertam que a melhor saída
de 15% da população, distribuída em 31 países da AL, não têm seria investir na conservação e recu-
acesso à água potável. peração de mananciais existentes,
Um bom exemplo é o Peru, onde uma grande região do país além, é claro, do reaproveitamento
é um enorme deserto, os que estão mais afastados obtêm água da água. É mais ou menos parecido
através de caminhões-pipa, poços artesianos, rios, valas ou nas- com nosso orçamento doméstico:
centes. Não raras vezes a qualidade dessa água é inadequada e se gastamos mais do que ganha-
seu abastecimento não é contínuo. A cobertura de água e sane- mos ou temos, teremos de tomar
amento no país já supera 90%, mas são justamente os que não emprestado. O problema é que, no
têm acesso à rede que pagam mais pelo serviço. Um metro cúbico caso da água, o recurso é esgotável.
de água para um usuário conectado à rede pública custa apro-
ximadamente 30 centavos de dólar, enquanto que a compra de Sem energia não há
água de caminhões-pipa pode chegar a custar mais de 4 dólares água e sem água
(12 reais) por metro cúbico, ou seja, 12 vezes mais. não há energia
A reciclagem da água, especialmente no setor agrícola, é uma Na América Latina e no Caribe
das principais soluções para enfrentar a crise. Desafortunadamen- existe uma pressão crescente dos
te, cerca de 90% da água residual de países em desenvolvimento recursos hídricos por fatores climá-
escoa sem tratamento até os rios, lagos e zonas costeiras. De acor- ticos como as secas e as inundações
do com especialistas do Banco Mundial, na América Latina, três e por atividades econômicas que precisam de muita água, como
quartos dos esgotos líquidos ou água residual volta para os rios a mineração e a agricultura. Apesar de ser uma região rica em
e outras fontes hídricas, criando graves problemas para a saúde recursos energéticos como hidrocarbonetos, energia hidrelétrica
pública e para o meio ambiente. e biocombustíveis, esta riqueza está igualmente má distribuída:
Mas há exemplos positivos. É o caso, por exemplo, da usina aproximadamente 34 milhões de pessoas carecem de acesso aos
Taboada, uma estação de tratamento de água em Lima, que se serviços modernos de eletricidade.
transformou em uma peça importante para a solução do pro- A água precisa de energia para ser purificada, transportada,
blema. Os resíduos sólidos, ao invés de serem lançados ao mar, pressurizada e depurada, enquanto a maior parte dos processos
podem ser reutilizados para fins comerciais como combustível, de produção de energia necessitam de água para a refrigeração,
fertilizantes e até material de construção. extração, entre outros. Trata-se de dois recursos intimamente liga-
Finalmente, já que 71% dos glaciares tropicais - situados entre dos e que impactam os sistemas alimentares.
o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio - do mundo se A FAO (Foodand Agriculture Organization of the United
encontram no país, um projeto busca aproveitar a água dos An- Nations) orienta que os governos devem criar políticas energéti-
des, cerca de 7.240 quilômetros de picos cobertos de neve que cas que levem em consideração os nexos existentes entre a produ-
desempenham um papel vital no abastecimento de água da re- ção de alimentos, a geração de energia e a sustentabilidade dos
gião, e que se vêem ameaçados devido ao derretimento causado recursos hídricos.
de serviço. Essa população soma-se a 256 milhões de habitantes El Salvador, com 21,040 km², é um dos países mais desmatados
da região que fazem uso de latrinas e de fossas sépticas. e densamente povoados da América Latina, com 333 habitantes/
km². Conta com uma cobertura florestal original de apenas 3%
Gestão inadequada dos recursos hídricos de todo o território, com uma população estimada em 6,9 milhões
Aproximadamente 86% das águas residuais são despejadas em de habitantes. Este pequeno país depende de uma grande bacia
corpos d’água na região, sem qualquer tratamento. Apesar de que abrange 50% do seu território a bacia tri nacional do Rio
grandes camadas da população serem abastecidas por água po- Lempa (compartilhado com Honduras e Guatemala).
tável e possuírem saneamento, deve-se salientar que a utilização O alto nível de erosão das encostas existentes na bacia deste rio,
de água para as necessidades básicas não é a principal destinação como resultado da alta taxa de desmatamento e conversão do uso
dada aos recursos hídricos. O agronegócio, com 70% e a indústria do solo (para pasto, por exemplo) influenciou decisivamente no
com 20% configuram-se como os principais setores sócio econó- estresse hídrico que este país vem sofrendo. San Salvador, onde
micos que fazem maior uso da água, totalizando 90% da água um terço da população do país se concentra, importa 25% da
extraída e utilizado para tais fins. água que consome do rio Lempaque.
A região está experimentando uma crescente dependência do Vale a pena mencionar a crise de água que aflige o Haiti. A
uso de suas fontes de água subterrânea: América do Sul utiliza situação deste país do Caribe é classificada como “catastrófica”,
entre 40 e 60% de sua água de aquíferos, enquanto a América semelhante à da África subsaariana. De acordo com Rothfeder
Central e México dependem de 65% dessas fontes. No México, (2001) em seu livro: “EveryDrop for Sale”, as populações deste
por exemplo, 102 dos 653 aquíferos são sobre-explorados. país sobrevivem, em média, com 3 ou 4 litros de água por dia.
Somado a isso, há a inadequada gestão na conservação e na
distribuição da água, e em média, 40% da água é perdida em Consequências para a saúde associados com
vazamentos e em sistemas de esgoto inadequados. Com uma po- a deterioração
pulação em crescimento, com demandas crescentes por serviços
básicos e modelo de desenvolvimento baseado na exploração de
da água
A Organização Mun- 85%
Causas de doenças
matérias-primas, a América Latina está caminhando em direção a dial de Saúde tem dito e mortes no mundo
uma piora na exploração das suas fontes de água. repetidamente que são associadas a água
contaminada e falta
85% das causas de de acesso a ela
O “estresse”da água doenças e mortes no
Apesar de ser o continente mais rico em termos de disponibili- mundo são associadas
dade per capita de água, isso não significa que as populações a água contaminada e
não sofram com uma escassez, e grave, da água. Países como falta de acesso a ela.
o Peru, El Salvador e México já experimentam o chamado “es- Anualmente, disente-
3
tresse hídrico”. ria, diarréia e outras
Cada um desses países merece uma análise diferenciada: o Peru doenças transmitidas
é um país rico na disponibilidade de água, mas, tendo em conta pela água tiram a vida
que os seus principais núcleos urbanos e suas atividades económi- de 3 milhões de pesso- milhões
cas estão no litoral em áreas desérticas, a acessibilidade do recurso as. A América Latina
de mortes
Disenteria, diarréia
se torna difícil e caro. não é uma exceção a e outras doenças
No caso do México, há a crescente migração campo/cidade, em esta realidade: todos transmitidas pela água
particular, em direção a Cidade do México, um dos principais aglo- os anos, 150.000 mor-
merados urbanos do mundo.Este centro urbano abriga um quinto tes são relatados por
da população (mais de 20 milhões de pessoas) e as principais ativi- doenças de veiculação
dades socioeconômicas do país. Como mencionado anteriormen- hídrica, 85% das quais
te, cerca de 1/6 dos aquíferos mexicanos já está sobre-explorado, ocorrem em crianças
portanto a crescente procura de centros urbanos envolve a impor- com menos de 5 anos de idade.
tação de água de outras regiões. A Cidade do México já importa
45% da água que consome do interior do país.
AIDIS:
a grande conexão
pelo saneamento
da América Latina
E
m complementação a nossa abordagem entidade, o que garante reconhecimento e represen-
sobre o saneamento na América Latina, tações nas assembléias e comitês executivos tanto na
entrevistamos o Eng. Dr. Luiz Augus- OMS como também na Organização Panamericana
to de Lima Pontes, presidente da AIDIS da Saúde (OPS).
(Associação Interamericana de Engenharia Sanitária
e Ambiental), entidade que congrega as principais Saneas: O senhor poderia discorrer sobre as atuações
Eng. Dr. Luiz Augusto instituições de profissionais e estudantes das três da AIDIS e de que forma ela tem promovido o sanea-
de Lima Pontes
Presidente da AIDIS
Américas, com focos voltados à preservação am- mento e a engenharia sanitária na América Latina?
biental, à saúde e ao saneamento. Fundada em 14 Lima Pontes: A Associação representa o setor em 32
de abril de 1948, a AIDIS foi criada 7 dias após a países das Américas e do Caribe e atualmente possui 35
fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS). mil associados. A cada 2 anos, nos anos pares, promove-
Desde então, mantém estreita colaboração com essa mos o Congresso Interamericano de Engenharia Sanitá-
AESabesp apresentou
experiências vivenciadas
em visita técnica à
Califórnia
Promovido pela AESabesp, por meio de seu Pólo Ambiente), ABIMAQ (Associação Brasileira da Indús-
Ponte Pequena, foi realizado, na manhã de 23.09, o tria de Máquinas e Equipamentos), Arcadis-Logos,
Momento de Tecnologia: “ Experiências na adminis- CH2M Hill e Tetratech Brasil, em evento que lotou
tração de secas na Califórnia”. A abertura foi feita por completo o auditório do “Espaço Vida”.
pelo presidente da entidade, Reynaldo Young Ribei- Nessa ação foram apresentadas as experiências vi-
ro, que destacou a importância de se trazer informa- venciadas na Califórnia pelo grupo formado por Vi-
ções relacionadas ao enfrentamento da crise hídrica viana Aquino Borges (diretora social e vice-presidente
de outros países, para uma possível aplicabilidade em da AESabesp, cuja participação nessa missão técnica
nossa região. teve seu custeio autorizado a partir de uma decisão
Essa ação ainda contou com a participação da do Conselho Deliberativo da entidade); Dante Raga-
ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária zzi Pauli (presidente da ABES nacional); Luiz Roberto
e Ambiental), APECS (Associação Paulista de Empre- Pladevall (presidente da APECS); Valdir Folgosi (vice-
sas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio -presidente do Sindesam/Abimaq); Rolando Gaal Va-
Viviana Aquino Borges, Dante Ragazzi Pauli,Luiz Roberto Pladevall, Valdir Folgosi, Rolando Gaal Vadas,Antonio Eduardo
Giansante,Carlos Alberto Rosito, Gesualdo Saraiva Pallerosi,Helio Nazareno Padula Filho e Lineu Andrade de Almeida
É preciso discutir, entender e aproveitar as oportuni- nheiros americanos, no início do século passado,
dades que surgem em decorrência de uma crise! projetaram e construíram uma infraestrutura com
A questão da pouca oferta de água é muito dis- dimensionamento coerente às estiagens extremas
cutida por especialistas, por ser motivo de disputas que a cada década ocorria e ocorre na Califórnia. Da
regionais e até de guerras, quando muitas vezes se mesma forma, os engenheiros brasileiros projetaram,
afirma ser a água o petróleo do futuro. Será que este no meio do século passado, a sequência de repre-
Viviana Marli Nogueira tempo já começou? sas que compõem o sistema Cantareira, coerentes
de Aquino Borges
Possui graduação em A AESabesp se uniu a uma delegação brasileira do com a projeção do histórico da RMSP. Similares,
engenharia civil pela
Universidade Mackenzie setor de saneamento e foi a Califórnia para conhecer tanto a Califórnia, mais concentrada no sul da Ca-
(1992), mestrado pela lifórnia, quanto a RMSP relata
as tecnologias aplicadas, seus
USP - Escola Politécnica
(2003), especialização resultados e, principalmente, a um crescimento populacional
em engenharia de
saneamento básico administração da estiagem hídri- acentuado nos últimos anos
pela USP - Faculdade de
Sáude Pública (1999) ca extrema que se estabelece por e atravessam uma escassez
e em gestão pública
pela Fundação Escola
lá, há cerca de 4 anos. Tudo isto hídrica associada a altas tem-
de Sociologia e Política para trazer experiências ao setor peraturas. Entretanto, a dispo-
de São Paulo (2010).
Atualmente é gerente da
Divisão de Planejamento,
de saneamento brasileiro e, es-
pecificamente ao de São Paulo.
No ambiente nibilidade hídrica da RMSP foi
de, aproximadamente metade
Gestao, Desevolvimento
Operacional e produção da
Diretoria Metropolitana da Inicialmente podemos pensar técnico, da sua mínima histórica men-
Sabesp, e também diretora
social e vice-presidente da
que os californianos estão numa adoramos novas sal durante sucessivos meses
AESabesp. crise há mais tempo que nós na de 2014, ao passo que, a Ca-
RMSP - Sabesp, mas não é bem
técnicas, novas lifórnia registra uma seca pró-
assim. A seca na Califórnia é re- metodologias, xima da mínima histórica da
corrente, eles já passaram por
estiagens extremas cerca de 10
inovações década de 70. Assim, apesar
da escassez hídrica na Califór-
vezes no último século. Ou seja, aplicadas, mas o nia desde 2012, esta não é tão
as condições de recursos hídricos povo pode pagar assustadora quanto à enfren-
da Califórnia são críticas histo- tada pelo Brasil na RMSP.
ricamente! Muito diferente da
esta conta? Outro exemplo é a dificul-
crise hídrica que se abateu na dade de se reduzir o consumo
RMSP - Sabesp, com ênfase no quando se gasta pouco. Para
Sistema Cantareira em 2014, que apresentou uma sequ- os californianos que consomem atualmente cerca
ência de poucas chuvas num período de três anos, nunca de 450 l/hab.dia e utilizam cerca de 40% do con-
antes registrada na nossa história. Entretanto, mesmo sumo em rega de jardim, pode-se economizar o
conhecendo o preparo para o enfrentamento das secas consumo abrindo mão da rega do jardim sem se
extremas na Califórnia há de se ponderar sobre a aplica- apertar com outros usos domiciliares. No entanto,
ção destes recursos no nosso país. para os brasileiros, o que significa reduzir o consu-
Tomemos como exemplo, o dimensionamento da mo em 20% ou 40%?
infraestrutura que é planejada e se baseia na proje- O sistema de abastecimento de água americano
ção de um longo histórico. Sendo assim, os enge- é público. Apesar da escassez hídrica, a Califórnia é
A
trabalho em pesquisas de
vazamentos em sistemas té agosto de 2012, a conta de água Introdução
de abastecimento de
água e na implantação do da Penitenciária Feminina de Santana, Iniciativa pioneira no Brasil, o Programa de Uso
Programa de Uso Racional
da Água - PURA da Sabesp na capital paulista, sob responsabilida- Racional da Água – PURA, da Companhia de Sa-
em edifícios públicos da
Região Metropolitana de de do governo estadual, oscilava em neamento Básico do Estado de São Paulo, con-
São Paulo.
Endereço (1): torno de R$ 1.300 milhão, com uma média de con- cebido com o suporte do Instituto de Pesquisas
Rua Capitão Antonio Rosa,
406 - Jardim Paulistano sumo mensal de 56.424 m . No mês de dezembro
3
Tecnológicas – IPT e da Escola Politécnica da USP,
- São Paulo - SP - CEP
01443-010 - Brasil - Tel:
de 2014, para o mesmo número de usuários e com foi uma resposta à necessidade latente já nos
(11) 3897-8000 - e-mail: maior regularidade e segurança no abastecimento, o anos 1980 de políticas públicas de conservação
ramonvelloso@cobrape.
com.br volume faturado foi de R$ 585 mil e o volume con- da água disponível, em face das dificuldades e dos
sumido de 29.040 m – com uma economia acumu-
3
custos crescentes de exploração de novas fontes
lada, ao longo do período, de 420.406 m3, suficiente de abastecimento.
Sônia Maria
para abastecer uma população de 100 mil habitan- O PURA começou a ser idealizado na Sabesp em
Nogueira e Silva tes. Os resultados foram obtidos com a implantação 1985 e institucionalizado em 1986, inspirado em
do Programa de Uso Racional da Água – PURA, uma experiências de outros países trazidas pelo Sim-
das principais ações da Companhia de Saneamen- pósio Internacional sobre Economia de Água de
to Básico do Estado de São Paulo – Sabesp dentre Abastecimento Público, promovido pelo IPT1, em
as diretrizes de gestão sustentável dos recursos hí- São Paulo. Entre outras contribuições relevantes do
dricos. Institucionalizado em 1996, com foco em evento, demonstrou-se que a quantidade de água
1
SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ECONOMIA DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO. SÃO PAULO, 1986. Anais... São Paulo: IPT, 1987. 324 p.
Ao mesmo tempo, a Sabesp estabeleceu negociações com fabricantes para a aquisição de equipamentos economizadores. Dados apura-
dos pela Escola Politécnica da USP comprovaram as vantagens da substituição de equipamentos (Tabela 2).
Bacia com válvula bem regulada 10 litros/descarga Bacia VDR 6 litros/descarga 40%
Ducha (água quente/fria) - até 6 mca 0,19 litros/seg Restritor de vazão 8 litros/min 0,13 litros/seg 32%
Ducha (água quente/fria) - 15 a 20 mca 0,34 litros/seg Restritor de vazão 8 litros/min 0,13 litros/seg 62%
Ducha (água quente/fria) - 15 a 20 mca 0,34 litros/seg Restritor de vazão 12 litros/min 0,20 litros/seg 41%
Torneira de pia - até 6 mca 0,23 litros/seg Arejador vazão cte (6 litros/min) 0,10 litros/seg 57%
Torneira de pia - 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Arejador vazão cte (6 litros/min) 0,10 litros/seg 76%
Torneira uso geral/tanque - até 6 mca 0,26 litros/seg Regulador de vazão 0,13 litros/seg 50%
Torneira uso geral/tanque - 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Regulador de vazão 0,21 litros/seg 50%
Torneira uso geral/tanque - até 6 mca 0,26 litros/seg Restritor de vazão 0,10 litros/seg 62%
Torneira uso geral/tanque - 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Restritor de vazão 0,10 litros/seg 76%
Torneira de jardim - 40 a 50 mca 0,66 litros/seg Regulador de vazão 0,33 litros/seg 50%
A implantação efetiva do PURA teve início em 1996 mediante a assinatura de contratos com tarifa reduzida para entidades públicas
estaduais e municipais da Região Metropolitana de São Paulo, além de alguns edifícios comerciais “ Contrato de Tarifação Pública” –
garantindo-se aos participantes um desconto de 25% na tarifa de água desde que cumprida uma meta de redução mensal de consumo
de no mínimo 10%. Entre outros exemplos bastante significativos, a Escola Estadual Fernão Dias, no bairro de Pinheiros, apresentou uma
redução de 93% no consumo; e nas próprias instalações da Sabesp a economia superou os 70%, como mostra a Tabela 3.
Tabela 3: Economia no consumo de água em locais onde inicialmente foi implantado o PURA
Ceagesp 32%
Poupatempo Sé 10%
A iniciativa da empresa paulista antecedeu em um ano a criação do Na maioria dos casos, a meta de economia 10% é superada em
Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA poucos meses, mantendo-se, na média, em 33%, e os valores in-
pelo Ministério do Planejamento e Orçamento e Secretaria de Política vestidos são recuperados em períodos muito curtos, quase sempre
Urbana, constituído de orientações para o planejamento, gestão e antes do final da implantação do Programa.
articulação institucional de ações de conservação e uso racional da
água, conservação da água nos sistemas públicos de abastecimento Metodologia do PURA
e conservação da água nos sistemas prediais.2 Desde então, o PURA A metodologia para implementação do PURA compreende três
vem servindo de base para outras companhias estaduais de sanea- etapas. Primeiramente é realizado um diagnóstico técnico: uma
mento que começam a vislumbrar o potencial de retorno econômico equipe designada pela Sabesp vai à instalação, faz o levantamen-
e ambiental de programas de uso racional da água. 3
to de todo o processo de consumo e utilização de água, detecta
Dados mais recentes da Sabesp indicam que, até o final de pontos críticos e aponta a margem de economia possível. Em se-
2014, o Programa foi implantado em 8.160 mil imóveis em todo guida, é elaborado o projeto técnico: uma equipe especializada
o Estado, dos quais 2.903 na Região Metropolitana de São Pau- apresenta soluções para os pontos críticos identificados na etapa
lo. Até dezembro de 2015, será implantado em 240 escolas es- anterior e estabelece ações, investimento, prazo necessário para
taduais, e a expectativa é chegar a uma economia anual de R$ a execução de obras, treinamento de pessoal e mudança dos pro-
13,9 milhões e de, no mínimo, 216 milhões de litros de água, cessos. A última etapa, de suporte operacional, consiste na execu-
deixando de utilizar água suficiente para abastecer uma cidade ção das obras necessárias e na manutenção dos sistemas críticos,
com 36 mil habitantes.4 aplicando a tecnologia selecionada. Ao mesmo tempo, são reali-
2
http://www.pmss.gov.br/index.php/biblioteca-virtual/programa-nacional-combate-ao-desperdicio-agua-pncda
3
http://www.revistas.sp.senac.br/index.php/ITF/article/viewFile/453/408
4
Balanço Sabesp 2014. Disponível em <http://site.sabesp.com.br/uploads/file/sociedade_meioamb/rs_2014.pdf>
Resultados
O Contrato de Tarifação para Entidades Públicas formalizado em março de 2013. No final do contrato, a média registrada era
entre a Sabesp e a Administração da Penitenciária Feminina de de 40.854 m3/mês.
Santana, em agosto de 2012, estabeleceu como meta de consu- Para o cálculo de redução de consumo, foi utilizada a média
mo de água 49.000 m /mês após a conclusão das intervenções
3
de consumo de água dos 12 últimos meses anteriores ao início
do PURA, em dezembro de 2014. Esse resultado foi alcançado já das atividades do Programa, que era de 56.424 m3.
No último mês de validade do contrato, foi registrada uma redução de 49% no volume de água consumido, e desde o início a econo-
mia foi de 420.406 m³.
Direitos da natureza -
dignidade do planeta Terra
Vanessa Hasson de
Oliveira é advogada,
graduada pelo Centro
Universitário das
Faculdades Metropolitanas
Por Vanessa Hasson de Oliveira
Unidas (1992). Especialista
em Direito Ambiental
pela Faculdade de Saúde
A
Pùblica da Universidade de
São Paulo (2003). Doutora dignidade do planeta Terra é assunto tituída pela representação de todos os 193 países
em Direitos Difusos e
Coletivos e Mestre em da comunidade planetária, assim con- que constituem as Nações Unidas e farão reuniões
Direito das Relações
Econômicas Internacionais, siderados todos os membros que em anuais, diferentemente da governança anterior, onde
com ênfase em Meio
Ambiente, pela Pontifícia sua universalidade constituem o pla- a representação era de apenas 58 países e suas reu-
Universidade Católica de
São Paulo (2008). neta Terra, e deve ser remetido à toda comunidade niões bianuais. No âmbito da reunião inaugural da
Atua na gestão e
desenvolvimento de humana internacional. Desde 1972, com a realização UNEA, realizada no final de junho de 2014, foram
projetos socioambientais
junto ao primeiro e terceiro da Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio discutidos os encaminhamentos para o fortalecimen-
setor. Professora Titular da
Faculdade de Direito da Ambiente, em Estocolmo, seguindo-se das reuniões to das políticas públicas internacionais de meio am-
Universidade
Estácio. Diretora da
realizadas no Rio de Janeiro nos anos de 1992, 2002 biente - Environmental Rule of Law.
OSCIP MAPAS - Métodos e mais recentemente a Rio+20 em 2012, a comunida- Ainda com referência à Rio+20, a comunidade
de Apoio à Práticas
Ambientais e de internacional tem se prestado ao debate com ano- internacional reconheceu o acolhimento do Plane-
Sociais e líder do
Movimento Direitos da tações de princípios relevantes à tomada de decisões ta como suporte da vida; considerou o afetuoso e
Natureza no Brasil.
internas de cada um dos Estados-parte, notadamente visceral relacionamento que algumas comunidades
a internalização da proteção ambiental às legislações, humanas mantém com ele, denominando-o de Mãe
a exemplo do Brasil em sua Constituição Federal, pro- Terra e percebeu a necessidade de restaurar a saúde
mulgada em 1988. e a integridade dos ecossistemas do Planeta de forma
A Organização das Nações Unidas vem marcando holística e integrada, ou seja, sistêmica.
o passo da humanidade e caminhando com proposi- Apesar da força dessas afirmações, as lideranças
ções de relevância à consecução da mudança para- mundiais diretamente envolvidas com a problemá-
digmática de que o Planeta necessita para permane- tica ambiental não puderam romper, ainda, com o
cer como suporte da vida e para que o ser humano paradigma antropocêntrico e finalmente reconhecer
alcance os níveis de paz suficientes ao seu aprovei- que não há um objeto apropriável nesta relação.
tamento. Entretanto, a marcha das negociações da Mas estamos a caminho, nossa percepção é de que
comunidade internacional é lenta, ou por outra, a se trata de uma questão de mais ousadia e ação,
velocidade da destruição avassaladora imposta pela cuja contribuição espera-se realizar com o esforço
humanidade à qual responde reflexivamente o meio empregado no presente trabalho e seus possíveis
ambiente, é maior. desdobramentos para fazer coro com o que de me-
Alertada sobre o cenário apocalíptico da crise am- lhor tem sido produzido, em termos de avanço na
biental retratado pela ciência, a ONU deu reposta mudança do paradigma antropocêntrico, em dire-
às diretrizes emanadas da Rio+20 para fortalecer a ção à paz da humanidade.
governança para o meio ambiente e resolveu imple- Seguimos, assim, os passos da doutrina do Capita-
mentar direcionamento mais eficaz na governança lismo Humanista, pretendendo dar ênfase à questão
ambiental mundial, regida pela UNEP - United Na- planetária, alinhando-se com as águas frescas jorra-
tions of Environment Program, instituindo a UNEA das das novas, e cada vez mais fortes, falas da co-
- United Nations Environment Assembly, que é cons- munidade ambiental internacional a respeito de um
toda sua proposta holística que envolve o espírito do homem por Sociais Autopoiéticos, é um meio privilegiado por sua caracte-
meio do culturalismo cristão – do amor poiético, portanto – para rística multidimensional, que inclui todas as dimensões dos sis-
promover uma mudança paradigmática na compreensão destes temas ditos parciais sociais, todos dotados de seus respectivos
direitos e, assim, uma nova concepção do modo de vida e, via centros gravitacionais em torno da vida, e envolvidos pelo meio
de consequência, na mudança comportamental do ser humano, que rege a vida, e, assim, é capaz de articular, inclusive com os
que leve em conta, sobretudo, o respeito aos direitos da natu- sistemas naturais, tudo aquilo que diga respeito à manutenção
reza, como forma determinante para o ser humano amar a si da vida planetária. Esse novo acoplamento estrutural, joga luz
mesmo e ao outro. sobre um neojushumanismo, no qual novos saberes são produzi-
Somente assim, o fundamento da teoria do Capitalismo Hu- dos como resultado das conversações entre os direitos humanos
manista de “que o direito humano corresponde naturalmente à e os direitos universais da natureza, na regência da Lei Universal
dignidade da pessoa humana e, por desdobramento, à dignida- da Fraternidade.
de planetária – síntese dos Para nós, meio ambien-
direitos subjetivos inatos te e Planeta são sinônimos
da liberdade e fraternida- na concepção do artigo
de do homem todo e de 225 da Constituição Fe-
todos os homens, ima- deral, com a ressalva de
nentes ao planeta – terá que o meio ambiente
validade suficiente, de tal pode ainda extrapolar as
forma que a dignidade do interações físicas do pla-
Planeta será juridicamente neta Terra para todo o
considerada a própria dig- Universo, como no caso
nidade humana. da problemática do lixo
A dignidade da coletivi- espacial. O reconhecimen-
dade maior, a planetária, to da dignidade Planetária
reconhecida juridicamen- inaugura um novo enten-
te, será o fundamento de dimento da episteme do
um Planeta Humanista de referido artigo, no qual a
Direito em evolução a um expressão ‘todos’ inclui to-
Estado Democrático de Di- das as coisas que em sua
reito que reconhece ape- universalidade constituem
nas a dignidade de uma o Planeta, assim como o
parte da coletividade pla- próprio planeta Terra e a
netária, a humana. Para ‘sadia qualidade de vida’
tanto o direito natural deve ser revisitado, em consideração à se refere à vida planetária.
interdependência da vida de todos os viventes da comunidade Os direitos da natureza, e assim, a dignidade planetária, con-
planetária, que remete ao direito-dever comum do homem em tudo, não se restringem ao texto positivado pela Declaração dos
preservar a vida digna no Planeta. Direitos Humanos, pela Constituição brasileira ou pela legisla-
Assim, é imperioso estabelecer o Planeta Humanista de Direito, ção, posto que considera a intralinguagem, relevada na catego-
que deve ter uma ordem jurídica, monista, planetária, regendo ria estruturante do direito natural à dignidade.
harmoniosamente uma economia de mercado que pense na pros- Sem perder de vista este entendimento e o fato de que a huma-
peridade em detrimento ao desenvolvimento per se e, na concreti- nidade precisa fazer o giro suficiente ao resgate de sua condição
zação multidimensional dos direitos humanos, em prol do homem natural originária do amor poiético e, assim, permear suas ações
e de todos os homens, bem como de todas as coisas que consti- da ação de amar, tudo para que a adoção de mecanismos imuni-
tuem o Planeta, assim como também da própria Terra. tários seja cada vez menor até o momento em que possa a comu-
Os direitos humanos, sob a perspectiva da Teoria de Sistemas nidade planetária reestabelecer seus processos de cura naturais, o
de participação.
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Fenasan 2015
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A necessidade de
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Troféu AESabesp aos
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melhores de 2015
26º
Encontro
Técnico
AESabesp
Fenasan
2015
Nossos números em 2015:
A edição de 2015 do 26º Encontro Técnico AESabesp – Fenasan
20 mil 250 2015, realizada em 4, 5 e 6 de agosto, pela Associação dos En-
Empresas
Visitantes investidoras-expositoras genheiros da Sabesp, superou as suas próprias expectativas, em
do evento na Feira
termos de otimização de áreas, presença de público e projeção
Apresentações no congresso de imagem, consolidando mais uma vez a sua posição como o
maior evento técnico-mercadológico da América Latina, no setor
10 Mesas Redondas de saneamento ambiental.
Com foco no tema “A crise da água e suas consequências no
04 Cursos século XXI”, o Congresso Técnico do evento abordou ações previstas
em políticas públicas, apresentou novas formas de condutas sociais e
Visitas Técnicas: Projeto Aquapolo e em obra de
02 Método Não Destrutivo em tubulação de esgotos que
faz parte do Projeto Tietê
resultados significativos explanados por meio dos trabalhos seleciona-
dos. Já a Feira deu visibilidade a produtos, sistemas e serviços voltados à
otimização de tecnologias para o setor.
105 Apresentações técnicas (trabalhos,
palestras técnicas e institucionais)
Motivada pelos bons resultados de 2015, a AESabesp já definiu
a data do próximo 27º Encontro Técnico e Fenasan 2016, para 16,
01 Palestra magnas de encerramento:
(David Schurman) 17 e 18 de agosto de 2016, no Pavilhão Vermelho do Expo Center
Norte. E tal iniciativa tanto provocou o interesse dos congressistas
152 Registros de jornalistas na Feira:
(frequência da sala de Imprensa) em preparar os seus trabalhos para próximo ano, como dos expo-
sitores em garantir o seu espaço na Feira, sinalizando mais uma
realização de sucesso.
Especial
Fenasan 2015
de abertura
amento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Rui Brasil
Assis; pelo presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro e
pelo diretor técnico da AESabesp, Olavo Prates Sachs.
Olavo Sachs,
Diretor da AESabesp
Da esq. para dir.: Diretor técnico da AESabesp, Olavo Prates Sachs; Coordenador de Recursos Hídricos da
Secretaria de Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Rui Brasil Assis; Presidente
da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro; Secretário nacional de saneamento, Paulo Ferreira
cação de conhecimento
e tecnologia apropria-
da, “sem dar ouvidos Jerson Kelman,
Presidente da Sabesp
aos recém-especialistas
em distribuição de água
que surgiram em profu-
são com sugestões ins-
tantâneas que não re-
solveriam a questão de
forma adequada”.
O secretario nacional
de saneamento, Paulo Rui Assis Brasil
(SSRH SP)
Ferreira, falou da impor-
tância de estar nesse ambiente fraterno, pois ele foi o 1º presidente da AESabesp, em 1986, e
o orgulho de constatar o crescimento da entidade. Em abordagem à crise hídrica em São Paulo,
afirmou que a situação não o assusta, por que conhece a competência dos técnicos que enfrentam
esta ação e sabe da devoção que eles tem ao saneamento.
Concluindo os pronunciamentos, o presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro saudou a
todos, destacou as parcerias com a Sabesp e empresas expositoras e prospectou uma edição pro-
missora em 2015, fruto de um trabalho conjunto da atual gestão da entidade e desejou sucesso a
todos os participantes. Paulo Ferreira,
Secretario nacional
Registramos ainda, nessa cerimônia, as presenças do diretor de Sistemas Regionais da Sabesp, de saneamento
Fenasan
Na manhã de terça-feira (04/08), foi promovida a abertura oficial
do 26 º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente/
Fenasan (Feira Nacional de Saneamento Ambiental), com a confe-
rência de abertura do tema do evento em 2015: “A crise da água
e suas consequências no séc. XXI”.
Com o auditório totalmente lotado, a palestra tema foi ministra-
da pelo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, que abordou a ne-
cessidade de se constituir um capital cívico, pautado pela confiança
da sociedade nos poderes públicos e pelo exercício da cidadania.
Em sua abordagem, Kelman atribuiu a crise hídrica às intempéries
climáticas, com a maior seca em mais de oito décadas e o enfren- Em âmbito interno, informou que a Sabesp estrutura um plane-
tamento com as medidas adotadas pela Sabesp, como a concessão jamento estratégico, focado na detecção de problemas de abas-
de bônus e campanhas de conscientização para a sociedade, bem tecimento, gestão de perdas, destinação de recursos e contratos
como ações trabalhadas pelo corpo técnico da empresa, como as de programas, que priorizam o tratamento de água e esgoto para
obras de interligação de sistemas de distribuição de água; as am- a população, além de uma revisão com a agência reguladora de
pliações de estações de tratamento e construção de adutoras. saneamento e questões tarifárias.
Para o presidente da Sabesp, a inovação tecnológica é uma
base fundamental para o desenvolvimento do setor, e isso ele tem
visto de forma evidente no corpo técnico da Sabesp. Com refe-
rência ao evento, avaliou “fiquei impressionado com a dimensão
deste Congresso e Feira organizados pela AESabesp, principal-
mente pelos novos conceitos e tecnologias apresentadas, que
comprovam que o saneamento não é um setor estático. Essa rea-
lização é uma prova que ele pode ser a cada dia mais inovador”.
No encerramento de sua palestra, o presidente da AESabesp
Cursos ministrados pelo Eng. Sérgio Palazzo e David Schurmann, em palestra. Reynaldo Young Ribeiro presenteou o presidente da Sabesp,
Abertura da Feira
A Feira deste ano alcançou a estimativa de recebimento de 20 mil
visitantes e contou com cerca de 250 estandes. Os expositores
mostram-se satisfeitos com bons volumes de negociação de seus
equipamentos, produtos e serviços.
Entre os expositores dos mais diversos segmentos, ouvimos
o representante da Digitrol, Cássio Prado, que enfatizou sua
empresa com a exposição dos mais variados equipamentos de
processo, como medidores de vazão e de nível, transmissores de
pressão, entre outros voltados para tratamento de água e esgo-
to, afirmou que “a Fenasan tem grande potencial para agregar
as empresas de engenharia e os profissionais do setor, gerando
sempre bons resultados”.
Já o representante da WEG, Alessandro Fernandes, observou Logo após realizar a conferência de abertura, o presidente da Sabesp
Jerson Kelman, junto ao presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro,
que essa feira esteve bastante movimentada, desde o seu 1º dia,
e o diretor técnico da entidade, responsável pela estruturação do evento,
atestando que uma cartela de clientes compareceu em seu estan- Olavo Alberto Prates Sachs, conduziu o descerramento da fita inaugural da
de, que apresentou uma diversa linha de produtos, como inver- Fenasan 2015. Na sequência, o Pavilhão Vermelho logo foi tomado por um
número expressivo de visitantes, que também aprovaram e se divertiram
sores de frequência, corretor do fator de potência, soft starters
com a condução do “Engenhoso”, um personagem animado da entidade,
(partidas e paradas suaves para motores de bombas), control, caracterizado em todos os seus eventos. Na Fenasan, estava com um
motores elétricos e redutores. uniforme de técnico operacional com o necessário capacete branco
Segundo dia
do 26º Encontro Técnico AESabesp-Fenasan
Na quarta feira, 05.08, foi realizado o segundo dia do 26º Con-
gresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente/ Fenasan, com
forte participação de congressistas e volumosa visitação nos es-
tandes, principalmente ao do promotor do evento AESabesp, que
prestava informações sobre todas as ações dessa realização.
No Encontro Técnico, seis mesas redondas foram apresentadas
ao público, conduzidas por seletos especialistas.
Na sala Vila Maria, o coordenador da Secretaria de Recursos Hí-
dricos de São Paulo, Américo de Oliveira Sampaio, coordenou a
mesa redonda composta pelos palestrantes e professores da USP
(Universidade de São Paulo) Augusto José Pereira Filho e Paulo Participantes da mesa redonda “Mudanças climáticas e
planejamento de sistemas de saneamento” recebem lembrança
Eduardo Artaxo Neto, sobre “Mudanças climáticas e planejamento e cumprimentos da AESabesp, representada
de sistemas de saneamento”, cuja abordagem foi voltada aos im- pela conselheira Iara Chao.
Mesa “Água e energia: o desafio da sustentabilidade” coordenada Mesa “As consequências da exploração desordenada das águas
pelo ex-presidente da AESabesp, João Batista Comparini subterrâneas em tempos de escassez de água”
Automação
1º
lugar 2º
lugar 3º
Josinei da lugar
Silva Valim Roberto Paes
(RJ) da Silva (RB) Joel Leopoldo
Costa (RV)
VRP
1º 2º
lugar
lugar 3º
lugar
Satiro
Kondo (RV) Rogelio Costa
Chrispim (RM) Leandro Costa
Testi (RB)
Ao final da prova, o presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro, junto ao superintendente de Franca
Gilson Mendonça (representando o diretor Luiz Paulo de Almeida Neto) saudaram todos os participantes.
Terceiro dia
do 26º Encontro Técnico AESabesp-Fenasan
Na quinta-feira (06/08), foi realizado o terceiro e conclusivo dia
do 26 º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente,
com discussões acirradas em convergência com o tema “A crise
da água e suas consequências no séc. XXI”.
Logo pela manhã, um grupo de congressistas, coordenado
pela eng. Iara Chao, foi levado para uma visita técnica ao Projeto
Aquapolo Industrial, sediado na Estação de Tratamento de Esgoto
(ETE) ABC, da Sabesp, e considerado o maior projeto de água de
reúso, a partir do esgoto tratado, para fins industriais do Brasil e
do Hemisfério Sul.
No decorrer do Congresso, na sala Santana 1, a mesa “Água
Mesa “Água de Reúso para fins potáveis e recarga
de Reúso para fins potáveis e recarga de aquíferos e mananciais”, de aqüíferos e mananciais”, coordenada pelo
diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato
coordenada pelo diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato,
reuniu os palestrantes Samy Menasce (Brazilozônio); Leonardo de
Almeida (Agência Nacional de Águas-ANA) e o professor da USP, Ivanildo Hespanhol, conceituado estudioso dos processos de re-
úso. Na oportunidade, foram apresentados os cenários de vários
países que adotaram o reúso, por meio de aplicação de várias
técnicas, como carvão ativado, osmose reversa, entre outras de-
batidas pelos presentes.
Na sala Santana 2 foi apresentada a mesa “Importância da
Gestão de Projetos nos resultados dos empreendimentos”, coor-
denada pelo presidente da ABES-SP, Alceu Guérios Bittencourt, e
composta pelo superintendente de Empreendimentos da Sabesp,
Silvio Leifert, e presidente da APECS, Luiz Roberto Pladevall, com
a mediação do jornalista Sérgio Lapastina. Na platéia, vários agen-
tes da iniciativa pública e privada debateram a necessidade de ca-
pacitação técnica e o planejamento de toda a cadeia de prestação
Eng. Iara Chao com um grupo de congressistas. de serviços para o setor.
2º 2º
Leandro Cezar Del Alamo – RT 3m48s Márcio Souza - RG
3º 3º
Airton de Moraes – RR 3m45s Charles Nogueira - RM
encerramento
“O nosso 26º Congresso
Técnico foi composto por 105
palestras incluindo palestras
da 26ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente foi reali- em tubulação de esgotos que
zada no final do dia 06.08, com comemoração do sucesso alcan- faz parte do Projeto Tietê.”
çado em 2015. Tamanha foi a sua repercussão que, além do alto “E na Fenasan 2015, tivemos a presença de 250 expositores,
nível de visitação de técnicos de todos os países e alguns mesmo 20.000 visitantes, num total da área de 8.000 m2., com as respecti-
do exterior, a AESabesp registrou a presença de 117 profissionais vas atividades incorporadas: Balcão de Informações Trilingue, dispo-
da imprensa, entre os principais veículos de comunicação do País: nibilidade de Aplicativo Fenasan 2015, coleta seletiva (uma segre-
TVs Globo, Bandeirantes, Record e RIT; Rádios CBN, Jovem Pan e gação de 2,3 toneladas de materiais recicláveis com a parceira da
Bandeirantes; Revista Época e as especializadas do setor, além dos Cooperativa Filadélfia e seis containers com um total de 30 toneladas
jornais: Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e Valor Econô- de resíduos não recicláveis); parceria da ABRATT (Associação Brasi-
mico, com matérias replicadas em mídias de todo o País. leira de Tecnologias Não Destrutivas) com a realização da exposição
Após o registro das autoridades presentes e entonação do “NO DIG e V Congresso Brasileiro de MND - Métodos Não Destruti-
Hino Nacional, os pronunciamentos foram abertos com o dire- vos”; prova de Trekking e o Campeonato de Operadores Isaías Stor-
tor técnico da AESabesp e responsável pela estrutura do evento, ch, em parceria com a diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp”.
Na sequência foram homenageados os membros da Comissão mesma forma foi agraciada com um brinde a equipe de colabo-
Organizadora do evento, presidida pelo eng. Gilberto Alves Mar- radores do evento, composta por Antonio Carlos Gianotti, Aram
tins e composta por Antonio Carlos Roda Meneses, Iara Regina Kemechiam, Camila Barros, Choji Ohara, Diego Borges, Evan-
Chao, Ivan Norberto Borghi, João Augusto Poeta, Maria Apare- dro Nunes Oliveira, Ednaldo Sandim, Eduardo Bronzatti Morelli,
cida Silva de Paula Santos, Maria Flávia Baroni, Maria Lúcia An- Eliana Guarda, Estefano C. Memmo, Gilberto Azevedo, Gilberto
drade, Marisa Guimarães Prota, Monique Funke, Nelson Cesar Margarido Bonifácio, Isabel Amato, Kaíke de Masi, Lyris Porto,
Menetti, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo Ivan Morelli, Paulo Nizar Qbar, Rodrigo de Oliveira Catanho, Sérgio Caveagna, Tami-
Oliveira, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Rodrigo Carneiro, Ro- res Guilherme, Viviane Andrade, Viviana Marli Aquino Borges e
drigo Pereira de Mendonça, Tarcisio Luis Nagatani, Sonia Maria Nicolas Negreiros, que deu vida ao nosso Mascote “Engenhoso”
Nogueira e Silva, Vanessa Hasson e Walter Antonio Orsatti. Da e encantou os participantes.
Entrega do Troféu
AESabesp 2015
Ao final da solenidade de
encerramento foi a vez do
momento mais esperado da noite:
a entrega do Prêmio
AESabesp 2015
de 2015: Itinoce, Gilberto, Santos de Oliveira, Hilton Silva dos Santos, Ivan Freitas, Jailson Motta, José Augusto
Bravo, Julio Cesar Araujo da Silva, Marcos Roberto Silva das Dores, Mateus da Costa Nogueira, Monica
Fujimoto, Nilander de Siqueira Pintor, Rogério Bispo da Silva, Sandra Cristiane Sant’Anna Campelo,
Solange Pessoa Meira, Valeska Koch Moreira e William Thomaz, com a colaboraçao da Polícia Militar de
São Paulo, as empresas detentoras do Troféu AESabesp 2015 foram:
Ensitec Tecnologia de Prod. Elétricos FGS Brasil Indústria e Comércio Tecno Control Tecnologia e Sistemas
Eletrônicos e Automotivos
Categoria “Atendimento a Cliente”
No estande da AESabesp, promotora do evento, os visitantes tiveram conhecimento de todos os benefícios oferecidos por esta entidade, em sua
condição de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), aberta a toda a comunidade para cadastramento e apoio de projetos. Veja
mais informações no site www.aesabesp.org.br.
D
urante a realização do
Congresso Técnico e Fe-
nasan 2015, a diretoria
de Projetos Socioam-
bientais, liderada pela química Maria
Aparecida Silva de Paula, promoveu
uma série de ações do projeto Ecoe-
ventus®, principalmente por meio da
qualificação da AESabesp como OSCIP
(Organização da Sociedade Civil de In-
teresse Público). Confira:
Associados
que gostam
de velocidade
e adrenalina
E
spírito de velocidade, técnica e gostar de adrena- de trabalho, mas com o passar do tempo foi ganhando vulto
lina. Essas são três das características que alguém e, atualmente, conta com 58 pilotos. Nas competições, são
que decida pilotar um kart deve possuir ou desen- premiados os três primeiros colocados, que recebem troféus
volver. Como todo esporte, o kartismo trás consigo e miniaturas.
não só a competitividade, mas, também, o espírito de equipe, O esporte, como outros, oferece alguns riscos. Durante os 17
o qual pretendemos mostrar nesta sessão, onde destacamos o anos de existência do campeonato apenas um acidente mais gra-
KartSabesp, uma ação que há 17 anos é encerrada com uma ve foi registrado: um piloto quebrou o braço durante uma prova.
grande confraternização anual entre os corredores. A infraestrutura de segurança é mantida pelo próprio kartódromo
O KartSabesp foi criado em 1998. Trata-se de um campeo- (atualmente é disputado no Kartódromo da Granja Viana), que
nato interno de corrida de karts entre funcionários da Compa- mantém enfermeiros e uma ambulância pronta para qualquer
nhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp. ocorrência. Os pilotos também recebem instruções de segurança
No início, tratava-se de uma atividade recreativa entre colegas em todas as etapas do evento.
Alex Orellana
(TOE)
Benemar Movikawa
Tarifa (MPO)
XVII FIMAI
Feira Internacional de
Meio Ambiente Industrial
e Sustentabilidade