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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
PSICOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO

Aluno:

AN02FREV001/REV 4.0

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EaD - Educação a Distância Portal Educação

CURSO DE
PSICOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO

MÓDULO II

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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO II

2 DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

De acordo com STONE & CHURCH (1969), a primeira etapa da vida no


desenvolvimento do indivíduo é o instante da concepção, quando uma única célula
chamada espermatozoide do homem penetra na parede do óvulo da mulher. Entre
milhões de espermatozoides, apenas um consegue entrar no útero, assim como
mostra a imagem ao lado.
Normalmente, a mulher produz um óvulo (célula-ovo) a cada 28 dias, em um
dos seus ovários. Isso ocorre aproximadamente na metade do tempo entre dois
períodos menstruais. Caso ele não seja fertilizado, o óvulo sai do ovário, passa pela
trompa de falópio, chega ao útero, onde gradualmente se desintegra e é expelido
como parte da próxima menstruação.
Se um casal tem relações sexuais durante os poucos dias cruciais em que o
óvulo está na trompa de Falópio, um dos milhões de espermatozoides ejaculados
como parte do orgasmo de cada homem pode atravessar toda a distância desde a
vagina, cérvice, útero e trompa de Falópio, e penetrar na parede do óvulo. As
estruturas celulares do esperma e do óvulo que se uniram se desintegram e se
recombinam para formar uma única célula, ou zigoto, e um novo indivíduo inicia sua
marcha para a maturidade.
O indivíduo que acaba de se formar terá diversos nomes de acordo com
importantes estágios de seu desenvolvimento, antes de emergir como recém-
nascido. Durante o período germinal da gravidez, que dura mais ou menos duas
semanas a partir da concepção (ou aproximadamente até a época em que a
menstruação deveria ocorrer normalmente), ele será ainda conhecido como zigoto.
Durante as seis semanas seguintes em que todas as partes de seu corpo estão
tomando já uma forma rudimentar, ele será chamado embrião. A seguir, da idade de
oito semanas até o nascimento, será feto. Sua existência intrauterina total dura
aproximadamente quarenta semanas, ou dez meses lunares, correspondendo ao
período mais familiar de nove meses (STONE & CHURCH, 1969).

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FIGURA 1: ZIGOTO

FONTE:<http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/zigoto.html>. Acesso em: 08 fev. 2009.

2.1 PERÍODO DO EMBRIÃO

O período embrionário inicia com a ligação do zigoto à parede uterina e


continua durante aproximadamente seis semanas. Ocorrem dois grupos importantes
de eventos durante o período embrionário. Primeiro, o ambiente uterino em que a
criança pré-natal se desenvolverá, fica estabelecido. Começam a desenvolver os
seguintes aspectos:
Durante as duas primeiras semanas de gravidez, a mãe não tem consciência
dos fatos que estão acontecendo, e que são virtualmente inconstatáveis por meios
bioquímicos. Quase imediatamente depois da fertilização, o zigoto, à medida que
desce a trompa, se divide e se transforma em duas células ligadas, essas se
subdividem e se transformam em quatro e assim sucessivamente. Para formar o

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corpo são estimadas aproximadamente vinte e seis bilhões de células (STONE &
CHURCH, 1969).
As novas células formadas não seguem seu próprio curso, como as duas
metades da ameba, cada uma das quais constitui um organismo completo. Pelo
contrário, permanecem juntas de uma forma organizada; subordinam-se ao
organismo como um todo e operam em relação a um plano básico da pessoa em
crescimento.
Quando o zigoto tem cerca de sete dias e já se localizou no útero, ele
consiste num agrupamento de células em duas camadas, uma interna e outra
externa. Secreções da camada externa cavam um recesso no tecido uterino, onde
se aninha o zigoto, estendendo prolongações que criam raiz nos espaços do tecido
repletos de sangue. O material nutritivo – oxigênio, água, sangue, açúcar, etc. é
absorvido do sangue da mãe por meio das paredes destas prolongações, sendo
pela mesma via eliminados os dejetos. Deve-se notar que, normalmente, não há
nunca uma mistura de sangue entre a mãe e a criança. As paredes dos vasos
sanguíneos atuam como uma membrana fina que admite apenas certas substâncias,
impedindo a passagem do sangue propriamente dito (STONE & CHURCH, 1969).

FIGURA 2: DESENVOLVIMENTO DO FETO

FONTE: <http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/feto.html>. Acesso em: 16 mar. 2009.

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Depois desse processo de fixação, o período germinal do desenvolvimento
pré-natal é dedicado, sobretudo à construção de um alojamento no qual a criança
passará sua vida dentro do útero; a criança mesma, enquanto isso permanece
dentro de uma protuberância interior do zigoto chamada disco germinal. O disco,
juntamente com o alojamento, constitui o zigoto. Por essa razão, irá ser descrito
primeiramente a forma que este alojamento assumirá, antes do crescimento do bebê
(STONE & CHURCH, 1969).
Em primeiro lugar, há a placenta, uma placa carnosa, em forma de disco,
que é uma elaboração da junção dos tecidos da criança com os tecidos maternos,
formada quando o zigoto se fixa por meio de vasos sanguíneos em forma de raiz,
permanecendo, entretanto distinta desse tecido. A criança se liga ao outro lado da
placenta pelo cordão umbilical, uma extensão de seu sistema circulatório. No cordão
há duas artérias carregando sangue do feto para a placenta, e apenas uma veia
levando o sangue de volta ao feto (STONE & CHURCH, 1969).

FIGURA 3 – EMBRIÃO

FONTE: http://www.criativopunk.com.br/wp-content/uploads/2008/05/embriao.jpg. Acesso em: 04 mar.

As artérias umbilicais levam o sangue carregado dos produtos residuais e


dióxido de carbono, enquanto que a veia traz de volta à circulação fetal ao sangue
renovado, provindo da placenta que atua, inclusive, como substituto do pulmão. Das
bordas do disco da placenta projeta-se uma membrana de duas paredes, formando
uma espécie de balão cheio de fluído amniótico no qual a criança flutua (STONE &
CHURCH, 1969).

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O segundo grupo de eventos do desenvolvimento, que ocorre durante o
período embrionário, envolve a diferenciação de estruturas físicas dentro do próprio
organismo. Durante a divisão celular, que ocorre neste período, envolvem do zigoto
três camadas de tecido. O ectoderma, ou tecido externo, forma o fundamento para o
cabelo, unhas, dentes e outras estruturas físicas encontradas nas estruturas
exteriores do corpo. O mesoderma, ou tecido intermediário, forma a base para o
desenvolvimento dos músculos, ossos e sistema circulatório. O endoderma forma o
fundamento para as estruturas interiores do organismo – por exemplo, o trato
gastrintestinal, órgãos vitais como os pulmões, coração, fígado e assim por diante. A
diferenciação inicial de todos esses órgãos fica completa ao final do período
embrionário (aproximadamente na oitava semana). Por esta época é possível ouvir o
funcionamento primitivo do coração e observar que as características físicas do
embrião se assemelham as do ser humano.
Durante o período embrionário ocorre o desenvolvimento inicial de muitos
órgãos vitais da criança. Assim, quaisquer anormalidades que ocorram no processo
de desenvolvimento durante este período, podem resultar em uma disfunção fatal de
tais órgãos vitais. Por essa razão, os abortos espontâneos ocorrem mais
frequentemente durante o período embrionário. Além disso, o impacto da moléstia
da mãe, de sua ingestão de drogas ou outros eventos nocivos ao processo de
desenvolvimento, tem seu maior efeito negativo por essa ocasião (STONE &
CHURCH, 1969).

2.2 PERÍODO DO FETO

O período fetal vai desde a oitava semana após a concepção até que ocorra
o nascimento, aproximadamente quarenta semanas depois da concepção. O
período fetal é marcado por crescimento e refinamento contínuo das estruturas cujos
fundamentos foram estabelecidos durante o período embrionário. Durante este
crescimento e refinamento vagarosos, as estruturas corpóreas do organismo, bem
como o sistema nervoso e circulatório, tornam-se mais capazes de automanutenção
e de responder independentemente ao ambiente. Embora o período normal de
gestação do ser humano seja de quarenta semanas, o feto já se acha

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suficientemente desenvolvido na vigésima oitava e se tem conhecimento de crianças
que sobrevivem, nascendo com esse tempo (STONE & CHURCH, 1969).
Durante o quarto mês de gravidez os médicos perguntam as mães se
desejam ouvir o batimento cardíaco do filho. Um estetoscópio ou um dispositivo
sonar pode detectar as batidas do coração do feto. O batimento cardíaco do feto é
consideravelmente mais rápido do que o do adulto humano, tendo a média
aproximada de 140 batimentos por minuto, em comparação com a média de 70 para
o adulto do sexo masculino.
Tanto as mães como os pais frequentemente se surpreendem pela
quantidade de atividades que parece existir dentro do útero, a partir do terceiro mês
de gravidez. Os pais podem receber pontapé da criança que ainda não nasceu ao se
deitarem junto às esposas à noite. As mães podem notar uma distorção completa de
seu abdômen, quando a criança se espicha vigorosamente dentro do útero. Alguns
fetos desenvolvem soluços, que são percebidos pela mãe como uma sensação de
que há algo empurrando o abdômen e que ocorre a intervalos regulares. Todos
esses sinais exemplificam o aumento das capacidades físicas do feto (STONE &
CHURCH, 1969).

FIGURA 4 – GRAVIDEZ

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gravidez_4.html. Acesso em: 07 jan. 2009.

Uma pergunta muitas vezes feita pelos pais é “Quando é que será
determinado o sexo de meu filho?“ O sexo da criança é geneticamente determinado
no momento da concepção. Todavia, os órgãos sexuais externos se desenvolvem
aproximadamente oito a nove semanas depois da concepção. O interessante é que
as características sexuais iniciais de todas as crianças são femininas.

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As características sexuais masculinas somente envolvem se hormônios
específicos produzidos nos testículos masculinos estiverem presentes na ocasião da
determinação sexual. Se os testículos são removidos antes do desenvolvimento do
sistema reprodutivo, ou se por alguma outra razão o hormônio não for produzido, a
criança desenvolverá o sistema reprodutivo feminino, não importando seu sexo
geneticamente definido.

2.3 O PROCESSO DE NASCIMENTO

Aproximadamente quarenta semanas depois da concepção, nasce a criança.


Naturalmente, em alguns casos, este evento ocorre antes da data esperada e, em
alguns outros, o nascimento é tardio. Alguns dias antes do nascimento real, o evento
é previsto pelo abaixamento da cabeça do feto para a parte mais baixa da pélvis,
perto da cérvix. Essa insinuação é tipicamente acompanhada de uma sensação de
redução de pressão sobre os pulmões e o estômago da mãe e é conhecida como
descida do feto (STONE & CHURCH, 1969).
O processo normal de nascimento apresenta basicamente três partes:
dilatação, nascimento propriamente dito e expulsão da placenta.
Em gestações sem complicação e de baixo risco, o parto em casa ou em um
centro de nascimentos é tão seguro quanto aquele realizado em hospital.
Como observamos o nascimento, não é na realidade o começo da vida. Ao
nascer o recém-nascido já tem uma carreira pessoal de nove meses de duração.

2.4 TRABALHO DE PARTO

FIGURA 5 - PARTO

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/parto.html. Acesso em: 30 jan. 2009.

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Um sinal que ainda não foi identificado inicia o nascimento da criança. O
processo do nascimento em si consiste do desvanecimento, ou adelgaçamento da
cérvix, sua dilatação para aproximadamente 10 cm e a expulsão do feto do útero por
meio do canal de parto. O processo todo é acompanhado por contrações do útero.
Durante o nascimento do primeiro filho esse processo de trabalho de parto dura de
doze a catorze horas (STONE & CHURCH, 1969).
O cordão umbilical é cortado e amarrado. Nesse ponto a criança precisa
começar a manter suas funções corporais independentemente da mãe. Apesar das
estórias tradicionais, não é necessário que os médicos deem uma palmada no
recém-nascido para iniciar a respiração ou outras funções corporais. Na maioria das
crianças a respiração é espontânea. Quando há necessidade de estimulação
externa, fazer cócegas no pé do bebê é o quanto basta na maioria dos casos
(STONE & CHURCH, 1969).
A presença do pai durante o parto apresenta uma variedade de
consequências positivas, o que inclui experiência de menos dor por parte da mãe.

2.5 COMPLICAÇÕES NO PROCESSO DE NASCIMENTO

Segundo FAW (1981), as complicações no processo de nascimento podem


resultar de dificuldades fisiológicas sofridas pela mãe, tais como uma cérvix que não
se dilata adequadamente, toxicidade, ou o desenvolvimento da placenta em uma
posição que cobre a cérvix e não permite a saída da criança antes da saída da
própria placenta. Também podem ocorrer complicações em resultado do
posicionamento do feto. Em alguns casos, uma criança é posicionada de tal modo
que ela nascerá com a saída dos pés em primeiro lugar, um parto pélvico. Em outros
casos, o cordão umbilical pode enrolar-se no pescoço da criança, causando
estrangulamento durante o processo do nascimento, ou anóxia, falta de oxigênio
vital para a criança. Em muitos casos, estas complicações podem ser contornadas
pelo uso de um fórceps obstétrico a fim de guiar a criança para a posição apropriada

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ao nascimento e ajudar o parto. Outras vezes, as complicações são contornadas
pelo uso de parto cirúrgico, mais conhecido como cesariana. Essa é uma operação
em que se faz uma incisão na parede abdominal e no útero, por intermédio da qual
se ergue a criança.
Segundo BEE (1997), os desvios do padrão normal podem ser causados, na
concepção, por qualquer uma dentre uma variedade de anomalias cromossômicas,
tais como a Síndrome de Down, ou pela transmissão de genes para doenças
específicas.

FIGURA 6 – BEBÊ COM SÍNDROME DE DOWN

FONTE:
http://3.bp.blogspot.com/_GJmPdEZpetA/SiLKo28PmXI/AAAAAAAAACk/gmkUfAIrKJc/s320/beautiful
_baby_cdss-753029.jpg>. Acesso em: 30 jan. 2009.

Antes da concepção é possível o teste dos pais na detecção da presença de


genes para várias doenças herdadas. Após a concepção, existem várias técnicas de
diagnóstico que identificam anomalias cromossômicas ou doenças de genes
recessivos no feto.
Algumas doenças contraídas pela mãe podem afetar a criança, o que inclui a
rubéola, a AIDS e o citomegalovírus. Qualquer uma dessas pode resultar em doença
ou anomalias físicas na criança.
Álcool, nicotina e cocaína parecem causar efeitos significativamente
danosos sobre o desenvolvimento fetal; quanto maior a dose, maior parece ser o
efeito potencial.

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A dieta da mãe também é importante. No caso de ela estar gravemente
desnutrida, há maiores riscos de natimortos, bebê com baixo peso ao nascer e
morte do bebê no primeiro ano de vida.
Mães mais velhas ou muito jovens correm também maiores riscos, embora
muitos deles sejam bastante reduzidos ou eliminados, no caso de a mãe gozar de
boa saúde e receber cuidado pré-natal adequado.
Altos níveis de ansiedade ou estresse na mãe podem também aumentar o
risco de complicações na gravidez ou dificuldades para o bebê.
Diferenças de sexo, no desenvolvimento pré-natal, são poucas. Os meninos
desenvolvem-se mais lentamente, são maiores ao nascer e mais vulneráveis à
maioria das formas de estresse pré-natal.
Bebês que nascem com peso abaixo de 2,5Kg são conhecidos como de
baixo peso ao nascer; os que nascem com menos de 1,5Kg são chamados de bebês
com peso muito baixo e os que têm menos de 1,0Kg são os bebês com peso
extremamente baixo ao nascer. Quanto mais baixo o peso, maior o risco de
problemas significativos permanentes, tais como baixo QI ou deficiências de
aprendizagem (FAW, 1981).
Algumas dificuldades no pré-natal ou no nascimento podem causar
deficiências ou deformidades permanentes, embora muitas doenças associadas à
vida pré-natal ou ao nascimento possam se exceder, caso a criança seja criada em
um ambiente de apoio e estimulador (FAW, 1981).

3 PSICOLOGIA DA GRAVIDEZ

FIGURA 7 – GRAVIDEZ

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gravidez.html. Acesso em: 02 set. 2009.

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O nascimento de um filho envolve muitas mudanças na vida da mulher em
vários níveis, o que tem um impacto enorme na vida emocional, familiar, sobretudo
biologicamente, com o envolvimento de inúmeras modificações endócrinas,
somáticas e psicológicas.
FIGURA 8 – PRÉ-NATAL

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gravidez.html. Acesso em: 30 set. 2009.

Segundo MALDONADO (1990), o processo gravídico, implica uma


importante passagem na vida da mulher, não sendo mais apenas responsável por si
mesma, mas passa a ser responsável por um ser completamente dependente de si,
ao qual tem que prestar todos os cuidados necessários a sua sobrevivência e bem-
estar. Nessa nova fase deve ser levada em conta a presença de vários
espectadores envolvidos no processo, como: o pai, os avós ou familiares mais
próximos.
Para LEAL (1997) a gravidez pode ser entendida como uma situação de
preparação física e psicológica para o papel que a mulher passará a desempenhar,
o papel de mãe, em que tem início o relacionamento mãe/filho. Para CANAVARRO
(2001), a gravidez é um processo que corresponde a um período, definido
temporalmente, que medeia à concepção e o parto.
A gravidez é uma fase em que não é só o corpo da mulher que muda, mas o
seu psicológico, na sua mente também ocorre mudanças significativas. Por isso, é
muito importante que a futura mamãe tenha um acompanhamento médico pré-natal,
que são orientações psicológicas e de assistência, pois a decisão de ter um filho
envolve a iniciativa de novas atitudes e responsabilidades (MALDONADO, 1990). O
acompanhamento pré-natal irá contribuir para a saúde mental e física da mãe e do
bebê. Neste período é comum a gestante se sentir mais ansiosa e ficar mais

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sensível, pois são mudanças muito intensas que estão ocorrendo na sua vida física,
psíquica e social. Torna-se muito mais difícil quando a gravidez não foi desejada,
principalmente na ausência paterna. A decisão de ter um filho envolve um
compromisso para o resto da vida (MALDONADO, 1990).
Para a gravidez da mulher que tem um parceiro, normalmente, nesta fase os
pais repensam fazendo todo um retrospecto das suas vidas, principalmente da
infância. Sentem certas angústias e dúvidas de como irão educar o futuro filho.
Neste período há muitas expectativas sobre o bebê, no sentido de como serão
enquanto pais. Esse significado é próprio de cada um, de acordo com a história de
vida individual, tanto do pai quanto da mãe (MALDONADO, 1990).

FIGURA 9 – CASAL

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/gravidez_4.html. Acesso em: 03 mar. 2009.

Outra característica fundamental nesse momento é a mudança do papel


social. No período da gestação, é instalada uma nova identidade no casal, deixando
de ser apenas filhos para se tornarem pais.
Os pais se preocupam muito, principalmente a mãe, que o bebê nasça
perfeito, sem deficiência. Caso isso ocorra, os pais se veem como fracassados e
carregam dentro de si uma culpa intensa.
A gravidez pode ser vivenciada como um momento de alegria e prazer. Os
sintomas do corpo fazem parte do processo de mudança. Toda a mudança gera
dúvidas e temores, porém são naturais e esperadas.
Alguns dos sintomas ocasionados nesta fase da gestante são: a hipersonia
ou aumento da necessidade de dormir, instabilidades emocionais, maior
sensibilidade, náuseas, vômitos, constipação e diarreia, desejos e aversões, entre

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outros. Todos esses sintomas dependem de cada mulher, alguns podem ser
vivenciados outros não, tudo depende do emocional da gestante e como ela está
experenciando essa fase da gravidez (MALDONADO, 1990).

3.1 A MATERNIDADE

A maternidade é um período em longo prazo, em que ocorrem sucessivas


transformações, tarefas e adaptações no desenvolvimento da criança ultrapassando
a gravidez (LEAL, 1997).
Hrdy (2001) mostra que nos dias de hoje há certa dificuldade em ser mãe,
surge vários questionamentos sobre o que é ser mãe, pois a mulher hoje ocupa um
espaço no mercado de trabalho diferente das décadas passadas. Na atualidade há
uma dificuldade em conciliar o papel de ser mãe com o ser profissional. Segundo a
visão psicanalítica, a mãe é essencial na formação psíquica da criança, sendo
responsável por determinar a saúde ou a doença psíquica de uma criança (GRANT,
2001).
Consequentemente, a família toda muda com a transformação do papel da
mulher na sociedade. O homem passa a ser cobrado também em contribuir com os
afazeres domésticos. Os homens passam a ter uma participação mais ativa no que
se refere à casa e aos cuidados com os filhos.
Na contemporaneidade, a mulher precisa do trabalho externo para se sentir
realizada. Normalmente, nos períodos em que precisa ficar em casa só para cuidar
do filho, sentem-se deprimidas e inúteis, segundo Granato e Aiello-Vaisberg (2003).
A decisão de ter um filho depende muito mais da mulher, do que
propriamente do homem. Pois, ainda nos dias de hoje, a mulher é a maior
responsável do que propriamente o pai. O que é questionado é o desejo de ser mãe.
O que se observa é muitas mulheres sendo influenciadas pela cultura da sociedade,
mas muitas vezes, elas ainda não estão preparadas para ter filhos. Muitas vezes
decidem ter filhos para preencher um vazio e não propriamente porque querem.
Para entender, o que motiva uma mulher a fazer essa escolha naquele momento, é
preciso compreender a formação da sua identidade e suas influências
(MALDONADO, 1990).

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4 O RECÉM-NASCIDO: SUAS CAPACIDADES SENSORIAIS

FIGURA 10 – BEBÊ

FONTE: http://velhosrascunhos.files.wordpress.com/2008/03/bebe.jpg&imgrefurl=. Acesso em: 09


maio 2009.

Segundo STONE & CHURCH (1969), todos os organismos, o bebê, antes e


depois do nascimento, está equipada para sobreviver, crescer e funcionar. É
importante ver, entretanto, que realiza estas coisas em um contexto ambiental do
qual nunca pode ser inteiramente separada.
Um organismo mantém sempre uma comunhão básica como o meio que o
cerca e sem este meio ele deixaria de existir como organismo. O ambiente é
importante tanto biológica como psicologicamente. Do ponto de vista biológico
momentâneo, podemos ver que o organismo deve respirar, trocando o dióxido de
carbono produzido no decurso do metabolismo por um novo suprimento de oxigênio.
Ele deve irradiar o excesso de calor ao ambiente e absorver o calor deste. Deve
ajustar-se a atração da gravidade. Pelo menos periodicamente, deve tomar alimento
para suprir o forno metabólico (STONE & CHURCH, 1969).
O contexto biológico do organismo, naturalmente nem sempre é benigno ou
mesmo neutro. Os seres humanos são bombardeados por radiação cósmica ou
artificial, o ar é respirado com substâncias químicas, micróbios e vírus. Ainda mais,
nem todo o ambiente humano está fora da pele. O biólogo considera tudo o que está
contido no aparelho digestivo, e que não foi ainda absorvido pelas suas paredes,
como exterior ao organismo e como uma parte última de seu ambiente. Mas,
enquanto estamos acostumados a pensar no organismo, embora com relação ao
seu ambiente, como bastante separado dele, os biólogos recentemente
reconheceram que, em seu funcionamento, o organismo não se separa do ambiente

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por limites claramente determinados, e falam de campos de organismo-ambiente
nos quais se desenvolvem padrões de processos vitais (STONE & CHURCH, 1969).

FIGURA 11 – BEBÊS

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_3.html. Acesso em 19 jan. 2009.

Uma das mais importantes características do organismo em nossa


consideração sobre o bebê, tanto antes como depois do nascimento, é definida pelo
conceito de homeostase, manutenção da estabilidade no funcionamento fisiológico
do organismo. Apesar de a homeostase ser atribuída ao organismo, é uma
excelente ilustração do funcionamento dos princípios de campo. A regulação da
temperatura do corpo e a conservação do teor do oxigênio no sangue são duas das
várias maneiras pelas quais o organismo preserva seu equilíbrio homeostático.
Ambas são mantidas dentro de limites muito estreitos e preciosos, apesar das
variações relativamente grandes nas condições exteriores.
Mas, para manter o equilíbrio, o organismo deve-se ajustar a mudanças em
seu redor. A frequência e profundidade da respiração aumentam à medida que o
oxigênio diminui, quando a temperatura ambiente baixa, os capilares sob a pele se
contraem, a produção de suor diminui etc. Assim, por uma variedade de
ajustamentos sistemáticos a mudanças no ambiente, o organismo preserva a
relação homeostática com o mesmo. Da mesma forma, as mudanças químicas
internas rapidamente provocam as atividades necessárias para se atingir um
equilíbrio satisfatório (STONE & CHURCH, 1969).
Os organismos são estáveis e sensitivos. Ou seja, como vimos no caso da
homeostase, reagem a mudança de energia interna e externa. Essa sensibilidade à
estimulação existe em diversos níveis, dependendo do grau em que está envolvido o
sistema nervoso central. Ela pode independer da atividade neural, como quando
nossa pele se bronzeia reagindo aos raios ultravioletas ou quando a ameba

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reconhece o alimento. Num nível muito mais elevado, pode envolver órgãos
sensoriais especializados, olhos, ouvidos, receptores da pele, de acordo com
determinadas espécies de energia, luz, som, calor, etc. É por meio de suas
sensibilidades que o organismo conhece o que acontece dentro de si mesmo e em
seu ambiente e, por conseguinte ajusta-se ou ajusta o seu meio, conforme o caso
(STONE & CHURCH, 1969).

FIGURA 12 - BEBÊ

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_3.html. Acesso em: 19/01/2009

Os organismos são ativos, mesmo quando um organismo não está se


movendo de um para outro lugar, ele está em estado de constante atividade, que
consiste pelo menos num mínimo de respiração, circulação, metabolismo e tensão
muscular, ou de movimentos suaves ou claramente marcados. Algumas vezes a
atividade é motivada por estados internos do organismo, outras vezes por
estimulação externa (STONE & CHURCH, 1969).
Os organismos, como o próprio nome o indica, são organizados. Mesmo os
mais simples organismos possuem um grande número de partes diferentes que
atuam conjuntamente de forma que cada parte está sempre, de alguma forma, em
comunicação com todas as outras partes. Os recém-nascidos como vêm, ainda
estão difusamente organizados. Seus diferentes subsistemas são pobremente
separados e também ligados. Como resultado, pode haver um considerável
desgaste de energia, como notamos em relação a suas contrações; ou ele pode não
ser capaz de mover-se, de forma que aquilo que parece o início de uma atividade,
como chupar, pode não ser mais o do que um simples tremor de lábios (STONE &
CHURCH, 1969).

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FIGURA 13 - BEBÊ

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_3.html. Acesso em: 19 jan. 2009.

Os organismos se desenvolvem. Eles crescem tanto em tamanho como em


complexidade. É importante considerar que mesmo quando um organismo está em
mudança, de alguma forma se conserva o mesmo, ele possui continuidade. A
lagarta pode se transformar em borboleta, cinderela pode se tornar princesa, mas a
cada passo do caminho leva consigo alguma coisa do que havia sido antes (STONE
& CHURCH, 1969).
O bebê escuta facilmente os sons dentro dos intervalos do diapasão e altura
da voz humana. Pode localizar grosseiramente os objetos pelo seu som, e
discriminar algumas vozes, especialmente a da mãe. Ele também pode focar ambos
os olhos no mesmo ponto em poucas semanas.
Tudo no organismo muda, não apenas o tamanho e a forma, como também
na maneira de estabelecer as relações de campo, e na própria natureza de sua
sensibilidade, sua atividade e sua organização.

4.1 O BEBÊ E O PRIMEIRO ANO DE VIDA

FIGURA 14 – BEBÊ

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_8.html. Acesso em: 14 jan. 2009.

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Observarmos que o recém-nascido é capaz de ouvir, de ver, de cheirar e de
sentir pressão ou dor. Também percebe mudanças de posição. O único sentido que
tarda um pouco é o do paladar.
O bebê já nasce com alguns reflexos, respostas naturais do organismo que
não se precisa aprender. Por exemplo, a colocação de um bico entre seus lábios é
suficiente para fazê-la começar a sugá-lo. Ela prende nosso dedo se com ele lhe
tocarmos a palma da mão, reflexo que desaparece por ocasião do seu quarto mês
de vida. A criança chora quando mal acomodada ou faminta. O choro constitui seu
principal meio de comunicação com o mundo exterior (STONE & CHURCH, 1969).

FIGURA 15 – RECÉM-NASCIDO

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_8.html. Acesso em: 14 jan. 2009.

A maioria de nós supõe no instante em que virmos nosso filho recém-


nascido já passaremos a amá-lo. Kenneth Robson da Tufts University School of
Medicine e Howard Moss do National Institute of Mental Health estudaram um grupo
de 54 mulheres inteligentes com seus primeiros filhos. Observaram que 34% das
mães não tinham sentimento algum relativamente aos filhos no momento em que os
viam pela primeira vez; 7% manifestaram sentimentos negativos – “Não pude olhar
para ela”, “Eu desejava que o levassem embora”. Cerca da metade alegou ter tido
sentimentos positivos, mas apenas sete descreveram esses sentimentos como
sendo amor (STONE & CHURCH, 1969).
A maioria das mulheres disse ter levado entre seis e nove semanas para
começar a sentir amor pelos filhos. Robson e Moss observaram que “a emoção foi
desencadeada por acontecimentos bastante específicos”, como, por exemplo,
quando a criança passava a sorrir para a mãe e a reagir às emoções dela. Como
nossa cultura espera que as mães amem os filhos, os sentimentos neutros ou

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negativos podem fazer que a mãe se sinta culpada ou ansiosa. É importante
compreender que o amor pode ser aprendido!

FIGURA 16 – BEBÊ COM A MÃE

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_8.html. Acesso em: 14 jan. 2009.

Em outras culturas, não se espera que as mães amem os filhos. Por


exemplo, em Aritama, uma comunidade da Colômbia, nem os homens e as
mulheres desejam as crianças como alvo de amor. Os primeiros às desejam como
recursos econômicos, e essas encaram a produção e criação de filhos como sendo
um desagradável dever que tem para com os maridos. Não raro o bebê é tratado de
modo um tanto rude. É manuseado como um peso morto, destituído de sentimentos,
e quase nenhuma reflexão é consagrada ao seu conforto e segurança. Tratam-no
como se sua única necessidade fosse de se alimentar (BEE, 1997).

FIGURA 17 – BEBÊ CHORANDO

FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA_8.html. Acesso em: 14 jan. 2009.

Um estudo longitudinal de Nova Iorque indica que a maioria dos bebês se


enquadra em três categorias de temperamento. A maioria é constituída de “crianças
calmas” com disposição alegre e prazenteira. O segundo grupo é dos “bebês
reservados”, que manifestam cautela com as pessoas e sempre que se veem em
situações novas. De cada dez bebês, um é “difícil”. Os difíceis são emotivos. Podem

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irar-se e chorar, ter hábitos alimentares, e de sono, irregulares, e demoram mais
para se adaptar a situações novas. Alexander Thomas, da Escola de Medicina da
Universidade de Nova Iorque, explica: “A criança acabará se adaptando se os pais
forem coerentes, firmes e amorosos.” Os pais “têm que aprender que é errôneo fazer
seja o que for para levar a criança a parar de chorar. Isso só a faria pensar que pode
obter tudo por meio do choro” (BEE, 1997).
Outro aspecto fundamental na vida do bebê é a amamentação. Foram
realizadas pesquisas em muitos países, com médicos e epidemiologistas sobre a
amamentação ao seio ser substancialmente superior, do ponto de vista nutricional,
do que a alimentação com mamadeira. O leite materno oferece anticorpos
importantes ao bebê contra muitas espécies de doenças, especialmente as
infecções gastrintestinais e respiratórias superiores. O leite materno também parece
promover o crescimento dos nervos e do trato intestinal, podendo estimular um
melhor funcionamento do sistema imunológico em longo prazo (BEE, 1997).
Também há certo alívio decorrente da observação de que as interações
sociais entre a mãe e a criança parecem não sofrer quaisquer efeitos doentios
decorrentes da alimentação via mamadeira. Bebês alimentados com ela são seguros
afagados da mesma forma que bebês amamentados ao seio, e suas mães parecem
tão sensíveis e reagentes a seus bebês quanto aquelas de crianças amamentadas
ao seio (BEE, 1997).
A infância é uma etapa decisiva na vida de todos. A criança se desenvolve
rapidamente, duplicando o próprio peso a cada quatro ou cinco meses. O âmbito de
seu aprendizado é maior do que em qualquer outra fase de desenvolvimento. Ela
aprenderá a engatinhar e a andar, a comunicar-se por meio de palavras e de ações.
Assimilará o mundo. Sorrirá de prazer e saberá quando ficar ansiosa. Nessa fase,
sua relação com a mãe é o fator de maior importância em sua vida. Sua mãe
representa para ela o mundo inteiro. Os primeiros anos de vida têm influência
decisiva no futuro desenvolvimento do ser humano.

Curiosidades: Leitura Complementar

Gestação semana a semana por Dra. Zsuzsanna Jármy-Di Bella*

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1º semana Espermatozoide indo de encontro ao óvulo.
2ª semana A fecundação (encontro do óvulo com o
espermatozoide que formará o embrião) ocorre
somente no fim da segunda semana do ciclo, na
maioria das vezes.
3ª semana A implantação (quando embrião "gruda" no útero)
ocorre no fim da terceira semana, quando pode ocorrer
uma pequena perda sanguínea que não prejudica a
gravidez.
4ª semana Na quarta semana inicia-se a formação propriamente
dita do embrião.
5ª semana A futura mãe percebe que a menstruação está
atrasada há aproximadamente cinco dias. O sistema
circulatório do embrião, juntamente com o coração,
começa a ser formado. Além disso, os primórdios do
sistema nervoso central também já existem com o
fechamento do tubo neural.
6ª semana Brotos dos membros superiores e inferiores estão se
formando. O embrião mede aproximadamente 4 mm.
7ª semana O embrião chega a medir 8 mm. A face primitiva está
em desenvolvimento.
8ª semana O embrião chega a medir 13 mm de comprimento. Os
dedos já são visíveis, bem como as orelhas. Inicia-se o
desenvolvimento dentário.
9ª semana Nesse período ele já se mexe bastante dentro do útero,
porém a mãe ainda não percebe. A genitália externa é
definida, ou seja, o sexo já está estabelecido. O
comprimento chega a 18 mm.
10ª semana Os primórdios de todas as estruturas essenciais
externas e internas já existem. O embrião chega a 30
mm de comprimento. Entre 10 e 14 semanas pode-se,
por intermédio da ultrassonografia, medir a
translucência nucal que, quando normal, afasta em

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85% a chance de a criança nascer com Síndrome de
Down.
11ª semana O embrião chega a medir 50 mm. Na ultrassonografia
já se pode observar o estômago, a bexiga e massa
encefálica, além do esboço da coluna vertebral.
12ª semana O embrião torna-se um feto, ou seja, suas
características físicas assemelham-se à de um adulto.
A face tem aspecto humano. Ele chega a medir 61 mm.
A placenta torna-se o órgão responsável pela nutrição
fetal. As unhas dos dedos das mãos e dos pés
começam a se formar.
13ª semana Inicia-se o segundo trimestre da gestação. A
"barriguinha" da gestante começa a apontar, pois o
útero já ocupa a parte superior da pelve. O sistema
tegumentar que forma a pele já está se desenvolvendo.
14ª semana A possibilidade de o médico obstetra escutar os
batimentos cardíacos fetais com um aparelho chamado
sonar já é bem alta: depende da quantidade de tecido
adiposo da paciente e da posição fetal.
15ª semana O sexo fetal já pode ser definido pelo exame de
ultrassom. Isso depende principalmente da posição
fetal, além do equipamento utilizado e do profissional
que realiza o exame. Existem casos em que não se
consegue diagnosticar o sexo fetal até o fim da
gestação pelo ultrassom, outros em que há grande
facilidade em se identificar a genitália.
16ª semana O feto já não pode ser visto inteiro na tela do
ultrassom: o médico o mostrará por partes. A
ossificação do esqueleto fetal progride rapidamente
nesse período.
17ª semana A movimentação fetal nessa fase é intensa, porém a
mãe ainda não consegue percebê-la.
18ª semana Nos fetos de sexo feminino, os ovários já estão

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diferenciados. Os testículos, nos fetos masculinos,
iniciam sua descida para a bolsa escrotal.
19ª semana Os sistemas circulatório, digestivo e urinário já
funcionam harmoniosamente. O feto deglute parte do
líquido amniótico e elimina urina no líquido.
20ª semana A partir dessa época a maioria das gestantes começa a
sentir as movimentações fetais. As primigestas
(primeira gestação) podem sentir mais tardiamente, por
volta de 22 semanas. Entre 20 e 24 semanas de
gestação pode se realizar o ultrassom morfológico, que
é o exame não invasivo mais detalhado que existe
atualmente para o estudo da função dos órgãos e sua
morfologia. É a época apropriada para o rastreamento
de várias malformações fetais e placentárias. O peso
fetal está em torno de 500 gramas.
21ª semana O soluço fetal pode ser percebido frequentemente até o
fim da gestação.
22ª semana Os pelos começam a tornarem-se visíveis, inicialmente
nas sobrancelhas, nos lábios superiores e queixo, bem
como os cabelos.
23ª semana O feto mexe bastante nessa fase gestacional, podendo
dar cambalhotas, virar de um lado para o outro e
inclusive dormir no útero materno.
24ª semana O comprimento céfalo-nádegas é em torno de 21 cm, e
o peso em torno de 650g.
25ª semana As medidas do feto tornam-se mais proporcionais a
partir dessa fase.
26ª semana A partir dessa semana inicia-se o terceiro trimestre da
gestação que se caracteriza pelo ganho de peso fetal,
além do amadurecimento de seus órgãos.
27ª semana A pele encontra-se enrugada devido à escassez de
gordura subcutânea. Os olhos começam a abrir. O feto
tem aparência magra.

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28ª semana O peso fetal está em torno de 1kg.
29ª semana A gordura subcutânea já está desenvolvida, ou seja, a
pele enrugada desaparece. O sistema nervoso central
atinge um grau de desenvolvimento satisfatório,
permitindo já certo controle de regulação térmica
corporal. O feto já ensaia movimentos respiratórios
intrauterinos.
30ª semana Daqui para frente a implantação placentária é definitiva,
ou seja, não há mais deslocamento da mesma.
Normalmente após esse período o feto já fica na
posição correta, que é de ponta cabeça, ou seja,
dificilmente dará uma cambalhota para ficar sentado.
31ª semana Os núcleos de ossificação do fêmur (osso principal do
corpo humano) já se formaram, indicando que o
amadurecimento ósseo está adequado.
32ª semana As contrações uterinas fisiológicas, que preparam o
útero para o trabalho de parto, iniciam-se lentamente
nessa fase. A gestante pode sentir a barriga
"endurecer" por curtos períodos de tempo e não
rítmicos.
33ª semana A partir dessa semana é interessante que a gestante
vá preparando os últimos detalhes do enxoval do bebê,
que conheça a maternidade e o melhor caminho para
chegar lá.
34ª semana O peso fetal está em torno de 2 kg.
35ª semana A partir dessa época, os pulmões já produzem
surfactante, uma substância fabricada pelo próprio
organismo que faz com que eles sequem, e eles
deixam de ser imaturos.
36ª semana A média de peso fetal é de 2,5 kg. A partir dessa
semana é comum a realização de um exame chamado
cardiotocografia anteparto ou monitoragem fetal. É feito
semanalmente e tem o intuito de avaliar o bem-estar

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fetal, ou seja, a sua vitalidade.
37ª semana Ao final desta semana o feto já é considerado maduro
por isso, caso a paciente entre em trabalho de parto
espontaneamente, o recém-nascido não será
prematuro. Porém nesse período o feto frequentemente
ainda está em fase de ganho de massa corporal, em
torno de 200-250g/semana.
38ª semana As gestantes em geral apresentam contrações uterinas
ainda não rítmicas que preparam o organismo para o
trabalho de parto. Fique atenta às movimentações
fetais e a uma eventual perda de líquido.
39ª semana No fim da gestação é importante o controle médico
semanal. Muitas mulheres já apresentam dilatação do
colo uterino.
40ª semana O final desta semana coincidirá com a data que o
médico calculou como a data provável do parto no
início do pré-natal. Em alguns casos, a duração da
gestação pode ser superior a 40 semanas, mas o
acompanhamento médico é fundamental nesse período
para garantir o bem-estar materno e fetal.

*A Dra. Zsuzsanna Jármy-Di Bella é ginecologista e obstetra com especialização em


ultrassonografia e uroginecologia. Mestre em ginecologia.

Questão para Debate em Grupo.

1) Qual a lembrança mais antiga da sua infância? Que idade você tinha na
ocasião? Por que acha que essa é a primeira lembrança a lhe ocorrer?

2) Crie uma colagem de suas memórias de infância numa sequência de


tempo. Explique a importância de cada acontecimento ou experiência que se
destaque em sua memória.

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3) Suponhamos que sua amiga lhe peça para ajudá-la a encontrar um lugar
onde ela possa obter boa assistência pré-natal. Quais são as agências, hospitais ou
clínicas existentes em sua comunidade, que a possam ajudar? Quais os serviços
que cada uma dessas entidades proporciona?

FIM DO MÓDULO II

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