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A Revolução Farroupilha trouxe muitas mudanças na paisagem

urbana da capital dos gaúchos. Em (....) uma paliçada foi levantada em


torno do perímetro urbano.Passava pela Rua do Império(atual Rua da
República), Rua da Várzea(atual Av. João Pessoa), Praça do
Portão(atual Praça Argentina),(verificar nome da rua em fronte a Fac.de
Eng.), Av. Sarmento Leite, Escadaria da Conceição até a Av. Sete de
Setembro( Este modesto muro de taipa foi construido a partir do
material retirado de um fosso que acompanhava o muro pelo lado de
fora. Companhia Carris de Ferro Porto-Alegrense foi fundada em 19 de
junho de 1872 pelo Imperador D. Pedro II. Durante 7 meses de trabalho
os trilhos de ferro são instalados na cidade e em 4 de janeiro de 1873 o
primeiro bonde a burro transita pela capital dos gaúchos.
Os primeiros carros foram importados dos EUA e, depois de
algum tempo, a Cia. adquiriu tecnologia e os modelos foram copiados e
ampliados, por isso, existiam veículos de vários tamanhos transportando
de 25 a 40 passageiros sentados. Os bancos eram inteiriços levando 5
passageiros cada e o cobrador andava pelo lado de fora do carro, num
estribo externo. Na frente dos veículos a iluminação era feita por dois
lampiões de querosene. Em 1886, a Cia. Carris possuía 4 linhas de
bondes a mula - Menino Deus, Caminho Novo, Rua da Margem (atual
Rua João Alfredo) e Rua da Varzea- e o preço das passagens variava
de 200rs a 240rs.
Em 1893, no dia 15 de janeiro começaram a trafegar os carros
de uma outra empresa, chamada de Cia. Carris Urbanos de Porto
Alegre. Como os veículos desta eram menores , estes foram apelidados
pela população de “caixa de fósforos” e atendiam a 3 linhas: Partenon,
Independência e Floresta. O serviço de bondes a mula começou a ser
desativado em 1906 com a chegada da eletricidade a Porto Alegre.
Neste mesmo ano as duas empresas de transporte se unem, fundando
a Cia. Força e Luz Portoalegrense que ficou responsável pela
exploração do novo sistema de transporte e do fornecimento de energia
da capital dos gaúchos. A empresa que ganhou a licitação para a
instalação do revolucionário meio de transporte é a inglesa Dick, Kern &
Co. Ltda, que além da tecnologia fornece também 37 bondes (29
veículos para tráfego normal, inclusive 2 Imperiais de 2 andares e 8
sobressalentes)
Durante quase 2 anos foi instalado na cidade a rede elétrica
aérea e demais adaptações nas antigas linhas de bonde a mula. A 8 de
março de 1908 entra em funcionamento o primeiro veículo elétrico da
capital, que atendia a linha do Menino Deus, saindo do Prédio da Carris
na Av. Redenção(atual João Pessoa) e tendo como fim da linha o Arraial
do Menino Deus, na Av. Treze de Maio(atual Getúlio Vargas). Ainda
neste ano começa a circular as linhas Partenon, Glória e Teresópolis.
Estes novos veículos com tecnologia revolucionária ( a eletricidade ),
possuiam vários modelos, transportando de 30 a 40 passageiros por
vez. Os primeiros modelos, com um ou dois andares, eram
completamente abertos e não possuiam corredor. O cobrador se
deslocava pelo lado de fora do veículo caminhando sobre um estribo.
Em 1923 foi criada no Rio de Janeiro a Cia. de Energia Elétrica
Rio-Grandense (CEERG), pertencente ao grupo de Empresas Elétricas
Brasileiras (dentre as quais a CBFE – Companhia Brasileira de Força
Elétrica), integrante do grupo Eletric, Bond e Share (EUA). Em 1925 a
CEERG compra a antiga Usina Fiat Lux e 1/3 das ações da Força e Luz.
Em 1925 ocorre a transferência para a CEERG de todo o acervo
energético, inclusive da Usina Municipal, responsável pelo
abastecimento elétrico da capital. Em 24/03/1926 é decidido em
Assembléia a transferência da esfera de decisões e a própria sede para
o Rio de Janeiro. A antiga Cia. Força e Luz passa a se chamar Cia.
Carris Portoalegrense sendo definitivamente absorvida pela CEERG.
O serviço de transporte de passageiros por ônibus começou em
1926, quando o sr. Amador dos Santos Fernandes colocou em
funcionamento um Chevrolet Pavão , comprado novo por onze contos
de réis. Entre 1926 e 1929 o sr. Amador transportou passageiros dentro
do perímetro urbano da capital, até que em 29 começa a transportar
passageiros entre São Leopoldo e Porto Alegre, fundando
posteriormente a Cia. Central .Em 1928 é o ano que o serviço de ônibus
é regulamentado na cidade. Em 1929 a Carris coloca em circulação os
primeiros ônibus da Cia., que atendendiam aos bairros onde o serviço
de carros elétricos não chegavam.
Em 5/05/1928 os americanos da CBFE assinam com a
intendência o contrato de concessão de fornecimento de
eletricidade( inclusive com a compra das usinas elétricas da capital) e
monopólio do serviço de bondes elétricos na cidade de Porto Alegre. Em
13/09/1928 novo contrato é assinado, onde fica regulamentado a
exploração do serviço de ônibus na capital pela Carris. O desmonte dos
monopólios americanos(transporte coletivo, gás e energia) começaram
apenas na gestão de Loureiro da Silva(1937/43), quando em 08/05/1940
começam a circular na cidade ônibus de proprietários particulares num
total de 50.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939/45), o Brasil passou
por vários períodos de racionamento de combustível. Os veículos que
necessitavam de óleo e gasolina são obrigados a reduzir suas
atividades. Isso sobrecarregou todo o serviço de bondes, que andavam
completamente lotados. A Cia. se obriga a aumentar o número de
veículos elétricos de 85 para 101.
É também durante o período da II Guerra, quando grande parte
das tripulações da Cia. (principalmente cobradores, visto que estes se
encontravam em sua maioria em idade de prestar serviço militar) são
requisitadas pelo exército, que a Carris tenta contratar mulheres para
seus quadros. A medida foi vetada pelo próprio Ministério do Trabalho.
Durante o período da administração dos americanos (05/05/1928
a 08/02/1954) o sistema de transporte elétrico foi lentamente sucateado.
O transporte de passageiros por bondes era um impecílio as
importações de automóveis americanos para o Brasil.
As dívidas contraidas pela Cia. Carris durante a administração
americana fazem com que a própria empresa proponha a encampação
da empresa pela municipalidade. Neste mesmo ano, o prefeito Ildo
Meneghetti designa uma comissão para estudar a proposta.
Após 3 anos de fervorosos debates, em 29/11/1953 é votada na
Câmara Municipal a lei 1069, que efetivava o encampamento da Cia.
Carris , passando o controle acionário desta para a PMPA. A lei foi
aprovada por 17 votos a 2. Em 22/02/1954 a Câmara Municipal se reune
e aprova a reformulação do estatuto da Cia., que além de mudanças
administrativas, determina a mudança da sede de volta para Porto
Alegre.
Em 1959 a Carris compra 10 troleibus(ônibus tracionados com
motor elétrico), destes apenas 2 entrariam em funcionamento em 1964
nas linhas Gasômetro e Menino Deus. Os novos veículos causam
alvoroço no antigo sindicato dos transviários, que já previam a extinção
do serviço de bondes.
Contudo os troleibus não foram a causa da desativação do antigo
serviço. Haviam outros problemas estruturais e operacionais. A
concorrência com as empresas de ônibus particulares e a limitação do
fornecimento de energia que causava interrupções das viagens fez com
que a população abandonasse os bondes em detrimento dos ônibus.
Havia, também, por parte da Cia. reclamações do descaso da PMPA
com relação a Carris.
Durante setembro de 1966 é implantado na capital o sistema de
ônibus movido a óleo diesel com 30 veículos modernos. Em 1969 mais
90 ônibus são adquiridos pela Carris. É o golpe final no serviço elétrico.
Em 08/03/1970 os bondes circulam pela última vez em Porto Alegre
depois de 62 anos de serviços prestados a comunidade.
Outras mudanças ocorrem a nível estrutural na Carris nos
primeiros meses de 1970. A terraplanagem do terreno e construção da
nova sede na Av. Albion, 385 começa. A obra termina em fevereiro de
1973 e a mudança para a nova sede ocorre em março do mesmo ano.
Outro marco na História da Cia. é a criação da Escola de
Motoristas em 1974. Foi a forma mais racional de qualificar a força de
trabalho existente dentro da Cia. Os salários foram incrementados com
comissionamentos pela produção. Foi também neste mesmo ano que foi
criada a Carris - tur com a compra de 10 veículos seletivos que
possuiam ar condicionado, som ambiental e serviço de rodomoças. A
passagem nestes veículos tinham um valor um pouco maior que as
tarifas comuns. O serviço dos ônibus seletivo funcionou entre 1974/79.
Em 1976 são implantadas as linhas transversais T1, T2, T3 e T4.
Durante o ano de 1977 é implantada a linha Campus - Ipiranga,
ligando o Campus da UFRGS no bairro Agronomia ao centro da cidade.
Neste ano a Cia. Carris já era a mais forte das 26 empresas de
transporte coletivo da cidade de Porto Alegre possuindo 18 linhas, 205
veículos e transportando 15% dos passageiros da cidade de Porto
Alegre.
Em 1980 entra em funcionamento a linha Carlos Gomes e a
Carlos Gomes – Anita. É neste mesmo ano que a Câmara Municipal
aprova o Decreto Municipal nº 7550 de 13/10/1980 que institui a tarifa
social única. A partir daí o preço das passagens de ônibus foi unificado
na cidade de Porto alegre.
Durante o ano de 1982 a Cia. Carris mais uma vez saí na frente
criando 2 linhas circulares que atenderiam a zona central da capital.
A renovação da frota é incrementada durante os anos de 1986/88
quando a Carris adquire 114 novos veículos.
.......................................INTERVENÇÃO.....................................

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