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5 MOMENTO LINEAR E
COLISÕES
Nesta unidade será estudado um conceito de grande importância na Física: o
momento linear e sua conservação. Ao longo desta unidade, você aprenderá como
essa grandeza pode ser utilizada na generalização da 2ª Lei de Newton, que relaciona
força, massa e aceleração, e utilizará a sua conservação para prever o comportamen-
to de sistemas sujeitos a forças internas, como colisões entre partículas. Como essas
grandezas têm natureza vetorial, você verá que a adição entre elas não respeitará,
necessariamente, uma adição algébrica. Neste caso será preciso utilizar, se necessá-
rio, a decomposição vetorial nessa tarefa.
Vamos lá!
INTRODUÇÃO
Prezado aluno, no seu cotidiano pessoal e profissional muitas grandezas físicas estão
presentes, como velocidade, aceleração e energia. Outras, embora não tenham um
nome tão conhecido, fazem parte da estrutura que garante a validade das leis da
Física e se relacionam com as grandezas conhecidas cotidianamente através de leis,
teoremas e generalizações. O momento linear e o impulso, mesmo que não sejam
grandezas físicas tão discutidas no dia a dia, são a base para o entendimento de
importantes fenômenos, como o movimento dos corpos e as colisões entre partículas.
A natureza conservativa dessa grandeza encontra paralelo na energia, que também
se conserva em sistemas isolados.
Bons estudos!
p = m.v Equação 18
Observe que, em um dado ponto de uma trajetória, o vetor velocidade será tangen-
te a ela, ao passo que o vetor momento linear terá mesma direção e mesmo sentido
que ele, apenas sendo multiplicado pela massa (ou seja, essa grandeza aumentará a
Se o movimento ocorrer em duas dimensões, pode-se escrever cada uma das compo-
nentes como:
px = m.vx Equação 19
py = m.vy Equação 20
Uma bola de futebol, chutada sobre o eixo x, tem massa de 400 g e, num
certo instante, apresenta velocidade de 54 km/h. Determine:
Resolução:
a) m = 400 g = 0,4 kg
p = mv → p = 0,4.15 = 6 i kg.m/s
b) m = 60 g = 0,06 kg
Para calcular o momento linear resultante sobre uma partícula, basta somar (veto-
rialmente) todos os vetores momento linear presentes, encontrando o vetor resultan-
te. Observe, na figura a seguir, que o vetor pR , que corresponde ao momento linear
resultante, foi obtido utilizando-se a regra do polígono: cada vetor foi colocado na
extremidade do anterior, de modo que o vetor resultante foi aquele que fechou o
polígono.
a) Partícula em repouso (v = 0): nesse caso, seu momento linear também será nulo.
De acordo com o eminente físico inglês Newton, a força resultante sobre um corpo
pode ser escrita como o produto da massa desse corpo pela aceleração adquirida.
Em outras palavras:
F = m.a Equação 21
∆v v − v0
α= = Equação 22
∆t ∆t
Substituindo, tem-se:
v − v0 mv − mv0
F = m. =
∆t ∆t
∆p
F= Equação 23
∆t
A força resultante sobre uma partícula é a variação do momento linear com o tempo.
Outra relação importante é entre o momento linear e a energia cinética, energia asso-
ciada ao movimento dos corpos e dada pela expressão:
v = p/m Equação 25
Substituindo, tem-se:
p2
EC = Equação 26
2m
O conceito de momento linear tem uma grande importância para os estudos da Físi-
ca, pois possibilita estudar as interações entre os corpos, conhecendo os parâmetros
velocidade e massa, mais fáceis de medir do que a força atuante sobre estes parâme-
tros.
5.1.2 O IMPULSO
A aplicação de uma força sobre um corpo pode produzir diferentes efeitos. Dois fato-
res, no entanto, são de extrema importância para o entendimento desses efeitos: as
características da força em questão, como seu módulo, direção e sentido, além do
seu tempo de aplicação.
A grandeza que se utiliza para medir o efeito do tempo de aplicação de uma força
sobre uma partícula é o impulso (I).
O impulso pode ser definido como o produto do somatório de todas as forças atuan-
tes sobre um corpo pelo tempo de aplicação dessas forças, sendo a sua equação
representada por:
∞
I = ∑ Fi ∆t
i =1
I = F .∆t
Assim como ocorre com o momento linear, o impulso é uma grandeza vetorial, apre-
sentando direção e sentido dados pela força F. No entanto, o impulso não é uma
grandeza instantânea, sendo definido em função de uma variação de tempo, ∆t.
Dessa forma, analisando a unidade para o impulso, conclui-se que ela é idêntica à
unidade do momento angular, sugerindo uma relação entre essas duas grandezas.
De fato, ela existe.
Como visto anteriormente, a 2ª Lei de Newton pode ser escrita em termos da variação
do momento linear, ou seja:
∆p
F= Equação 28
∆t
∆p
∆t.F = .∆t
∆t
Como I = F .∆t ,
I = ∆p Equação 29
Resolução:
m = 20 g = 20.10-3 kg
v0 = 40 m/s e v = 0
∆t = 2 ms = 2.10-3 s
I = ∆p
F .2.10−3 = 20.10−3 (0 − 40)
|F|=400N
Considera-se que um sistema é isolado quando a soma total das forças externas
atuantes sobre ele for nula. Chama-se, então, de força interna aquelas trocadas entre
as partículas do próprio sistema, ao passo que as forças externas são exercidas por um
corpo externo ao sistema sobre as partículas que pertencem ao sistema (MARQUES,
2016).
F 1 = − F2 Equação 30
∆ p1 ∆ p2
=−
∆t1 ∆t2
Rearranjando os termos, tem-se que:
∆ p1 ∆ p2
+ =0
∆t1 ∆t2
Em outras palavras, pode-se dizer que nos sistemas isolados não há variação no
momento linear. Isso equivale a dizer que o momento linear do sistema (e não das
partículas, isoladamente) se conserva durante as interações como, por exemplo, coli-
sões.
5.2 COLISÕES
Na situação em questão, o corpo 1 colide contra o corpo 2, que se move com mesma
direção e sentido, impulsionando-o. Como resultado dessa interação, a velocidade do
corpo 1 após a colisão diminui, e a velocidade do corpo 2 aumenta. No entanto, devi-
do à conservação do momento angular, a quantidade de movimento inicial e final do
sistema (formado pelos dois corpos) permanece constante, antes e após a interação,
ou seja, o choque. Assim, pode-se escrever:
p antes = p após Equação 32
Onde v1 e v2 são as velocidades antes da colisão e v1’ e v2’ são as velocidades após a
colisão.
vaproximação = v1 – v2 Equação 33
Nesse tipo de colisão, após a colisão os corpos seguem juntos, ou seja, a velocidade
de afastamento é nula. A dissipação de energia cinética é a maior: um ovo caindo no
chão e se quebrando é um exemplo desse tipo de colisão.
Na tabela a seguir tem-se a classificação dos diversos tipos de colisões, bem como
suas características.
Resolução:
O sistema é formado por dois corpos: a arma (1) e o projétil (2). Antes do
disparo, tem-se:
• m1 = 2 kg
• m2 = 10 g = 0,01 kg
• v1 = 0
• v2 = 0
• Após o disparo, tem-se:
• m1 = 2 kg
• m2 = 10 g = 0,01 kg
• v1’ = ?
0 = 2.v1’ + 1
2.v1’ = - 1
CONCLUSÃO
Nesta unidade foram abordados os conceitos de momento linear e impulso, cujas
definições envolvem uma análise do conceito de velocidade e sua relação com a
massa dos corpos em movimento. Nesta análise, percebeu-se a existência de uma
conexão com a 2ª Lei de Newton e com a energia cinética, possibilitando o enten-
dimento do Teorema do Impulso e a determinação da conservação do momento
linear, um dos teoremas centrais da Física, e sua aplicação na análise de colisões
entre partículas.