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Funções Trigonométricas Complexas

Aspectos Históricos
O primeiro estudo sistemático das funções complexas e das suas aplicações a problemas de
análise, hidrodinâmica e cartografia deve-se a L. Euler,(1776-77). Contudo, funções deste
tipo tinham sido anteriormente consideradas por outros matemáticos, com destaque para J.
d’Alembert1 que utilizou funções complexas em 1752, no âmbito do estudo do movimento
de fluidos. Euler obteve, então, condições necessárias para a diferenciabilidade de uma
função complexa, embora não as tenha explorado completamente. Estas condições resultam
da forma especial das funções lineares complexas, dado que a diferenciabilidade de uma
função num ponto corresponde a poder ser aproximada por uma função linear numa
vizinhança desse ponto

Definição:
Consideremos os desenvolvimentos em séries de potências das funções reais: exponencial,
cosseno e seno.

• Estas fórmulas são válidas para todo x real, como sabemos, porêm Vamos admitir
(de modo prematuro) que o desenvolvimento em série de potências de exp(x)=ex
também seja válido para números complexos, isto é, que seja possível realizar o
mesmo desenvolvimento para exp(z)=ez, mas tomaremos um caso particular em que
a parte real do número complexo seja nula.
• Assim, tomando z=0+iy=iy com y real, poderemos escrever:
Tendo em vista que uma série absolutamente convergente, permite rearranjar os termos da
série, separaremos a parte real desta série de sua parte imaginária.

• Comparando com as séries de potências das funções cosseno e seno, temos:


• eiy = cos(y) + i sen(y)
• É claro da definição de exponencial complexa que, para yÎIR se verifica:

• As funções complexas coseno e seno definem-se estendendo as correspondentes


funções reais por expressões análogas,

• Como a exponencial é uma função periódica de período π2i, as funções coseno e


seno são periódicas de período π2. Na verdade, este é o único período mínimo
destas funções.

A tangente complexa é periódica de período p e este é o seu único período mínimo.


Vamos agora observar a representação gráfica das referidas funções:
f(z) = cos(z)

f(z) = sen(z)
f(z) = tan(z)

Diferenciabilidade e derivadas de funções complexas


Por volta de 1825, A.L. Cauchy deu um sentido preciso à noção de derivada de uma
função, tornando rigorosa a noção de limite da sua razão incremental, na seqüência de uma
idéia de d’Alembert (1752). Cauchy deu passos decisivos no estudo das funções complexas
com base nas condições necessárias de diferenciabilidade obtidas por Euler, mas só com o
trabalho de B. Riemann, em 1851, é que estas condições são plenamente exploradas.
Ficaram conhecidas por “condições de Cauchy-Riemann”. Podem ser expressas por
equações que relacionam as derivadas parciais das partes real e imaginária da função.
Estabelecem que a diferenciabilidade de funções complexas implica fortes restrições de
interligação das suas partes real e imaginária, ausentes na diferenciabilidade de funções de
IR2 em IR2.
As transformações lineares definidas pelas derivadas de funções complexas
diferenciáveis num conjunto aberto correspondem a relações geométricas de semelhança do
domínio para o contradomínio, isto é, transformações que preservam ângulos entre retas e
expandem (ou contraem) comprimentos uniformemente em todo o espaço. Como as
derivadas de uma função definem transformações lineares que são boas aproximações
locais da função, as propriedades referidas tendem a ser satisfeitas pela função, no limite
quando se tende para um ponto de diferenciabilidade Euler chamava-lhes “transformações
infinitesimalmente semelhantes” para traduzir a idéia de, na vizinhança de cada ponto,
tenderem a definir transformações de semelhança no sentido da geometria elementar
(triângulos semelhantes têm ângulos correspondentes iguais e lados correspondentes
proporcionais com a mesma constante de proporcionalidade). Estas transformações foram
consideradas nos trabalhos de Euler (1777) sobre cartas geográficas da Rússia, ( S.
Petersburgo).
Na verdade, um aspecto essencial para o uso prático de mapas é que o “traçado de
rumos” definindo um ângulo de direção de percurso com uma direção de referência (por
exemplo, com o Norte magnético ou celeste) possa ser feito marcando o mesmo ângulo
numa carta plana, o que exige a preservação de ângulos na construção de mapas planos da
superfície do globo terrestre e, portanto, a propriedade de corresponderem a
“transformações infinitesimalmente semelhantes”. A designação “transformações
conformes”, utilizada para transformações do plano com as propriedades geométricas
referidas, foi introduzida apenas em 1789 por S. Schubert, acadêmico de S. Petersburgo.

LEMBRANDO:

ASSIM...
Praticando...
1)Estabeleça as seguintes identidades (onde z = x + iy):
a) cos2z + sen2z = 1
Mais uma vez utilizando a definição das funções trigonométricas complexas

b) sen (z + w) = sen z · cosw + cos z · senw


Outra vez utilizando a definição das funções trigonométricas complexas

c) Sen(z) = cos (p/2-z)


d)cos(z) = cos(-z)

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