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RC CLÍNICA MÉDICA

CINDY FREITAS 5° SEM


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AULA 8 – ITUs

Infecções do Trato Urinário DADOS EPIDEMIOLÓGICOS


- mais prevalente em crianças de até 6 anos,
- presença de patógeno na urina, uretra, bexiga, rim
mulheres jovens com vida sexual ativa e idosos
ou próstata
- na infância mais frequente nos meninos até o 1º
- indicada por crescimento de mais de 10 5
ano de vida (maior n° de malformações congênitas
colonias de microorg/mL de urina coletada
– válvula de uretra posterior)
- ausência de bacteriúria não descarta dx de ITU
- após o 1º ano a frequência aumenta nas meninas
- na punção suprapúbica e cateterização da bexiga,
- maior susceptibilidade das mulheres à ITU se deve
presença de 102 a 104 colonias/mL já indica infecção
a uretra mais curta e à sua proximidade com o
- caso de crescimento de múltiplos microorg ou
introito vaginal
crescimento superior a 105 colonias/mL podem
- prevalência de ITU aumenta com a idade, tanto
indicar contaminação da amostra
em homens quanto em mulheres
- ITUs são divididas em 2 categorias anatômicas:
 a partir dos 50-60 anos a presença de
• ITU baixo  cistites, uretrites, prostatites
prostatismo torna os homens mais
• ITU alto  pielonefrites, abscessos
susceptíveis
perinefréticos
- presença de bacteriuria assintomática é comum
- podem ainda ser divididas em relação a presença
em idosos
ou não de cateter e podem ser sintomáticas e não
sintomáticas ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
- classificação: - são geralmente causadas por bactérias Gram-
• Não complicada  quando ocorre em pcte com
negativas originarias da flora intestinal
estrutura e função do TU normal e é adquirida - E. Coli é o agente mais comum em infecções
na comunidade agudas em pctes sem cateteres e sem alterações
• Complicada  associadas a algumas condições urológicas
 Causas obstrutivas: HPB, litíase, estenose - Klebsiella, Proteus, Enterobacter e outros Gram-
da junção útero-piélica negativos são responsáveis por uma porção
 Alterações anatomofuncionais: bexiga pequena de infecções não complicadas
neurogênica, refluxo vesicouretral,  esses agentes acompanhados de
nefrocalcinose, iverticulos vesicais Pseudomonas e Serratia marcescences,
 Presença de sonda vesical de demora, apresentam maior importância em infecões
cateter duplo J ou derivações ileais associadas a presença de cateteres,
 Doenças sistêmicas: IRC, DM e transplante manipulação urológica, cálculos ou
renal obstrução urinária
- Infecções que recorrem após o tratamento com - Proteus  produção de uréase + Klebsiella 
antibiótico podem ser devidas à persistência da produção de MEC e polissacárides = predispõem
infecção, até duas semanas do tratamento anterior, formação de cálculos e são isolados mais
ou reinfecção. frequentemente em pctes com litíase
 reinfecção = quando a recorrência é - cocos Gram-positivos apresentam papel de menor
causada por uma cepa bacteriana diferente importância nas ITU
daquela que causou a infecção inicial e  Staphylococcus saprophyticus (agente
recidiva quando se trata da mesma cepa, coagulase negativo)  2º causa de infecção
que teria persistido em um foco no trato aguda em mulheres jovens
urinário.  Enterococos podem causar cistite não
 flora fecal serve como reservatório para complicada em mulheres jovens
uropatógenos, muitas vezes é difícil  Presença de S. aureus deve levar a suspeita
determinar se, de fato, houve recidiva ou de bacteremia como causa da ITU
reinfecção pelo mesmo agente - ~1/3 das mulheres jovens com quadro de disúria
e urgência apresenta nº não significante de
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bactérias ou urina estéril  dx de síndrome anus, tamanho mais curto (4 cm) e terminação
uretral próxima ao introito vaginal
 Clamydia, trachomatis, ureoplasma - atividade sexual pode introduzir bactérias na
urealyticum, neisseria gonorrhoeae e herpes bexiga e esta relacionada ao inicio de sintomas e
vírus podem ser responsáveis cistite
- introito vaginal e uretra distal são normalmente - uso de espermicida altera o pH e a flora do introito
colonizados por lactobacilos, streptococos e e está associado ao aumento de colonização por
estafilococos, mas não por bacilos gram-negativos E.Coli e incidência de cistite
entéricos! - prostatite e obstrução uretral por hipertrofia
- em mulheres predispostas a desenvolver cistites, prostática nos homens são fatores predisponentes a
microrg entéricos colonizam a uretra e podem bacteriuria
atingir a bexiga (via ascendente) - intercurso anal tbm está associado a maior
 bactérias entram na bexiga pela uretra e a probabilidade de cistite em homens
partir dai podem ascender ao parênquima GRAVIDEZ
renal - ITU são encontradas em 5-10% das gravidas
- via hematogênica tbm pode ser responsável por - maior risco de desenvolvimento de pielonefrite
algumas ITU, principalmente em pctes com - principais FR para predisposição são:
obstrução intra ou extra renal ao fluxo urinário • modificação da posição da bexiga
- as ITU dependem da virulência bacteriana e de • aumento da capacidade vesical devido redução
fatores predisponenetes do hospedeiro do tônus vesical
VIRULÊNCIA BACTERIANA • relaxamento da musculatura lisa da bexiga e do
- determinada pela capacidade de adesão da ureter
bactéria à camada mucosa ou à célula urotelial • dilatação do ureter e da pelve renal, facilitando o
- virulência bacteriana e sua adesão ao trato refluxo vesicouretral
urinário depende da produção de substancias ou da OBSTRUÇÃO DO TRATO URINÁRIO
presença de algumas estruturas: - interferência do fluxo urinário como litíase, tumor,
• flagelo ou antígeno H  motilidade estenose ou hipertrofia prostática  estase urinaria,
• produção de hemolisina  induz formação de aumento da proliferação bacteriana e distensão
poros na membrana celular vesical
• produção de aerobactina  aquisição de ferro - infecções de repetição podem ocasionar lesão
• produção de urease  formação de amônia e renal permanente  obstrução deve ser sempre
alcalinização da urina  precipitação de fosfato, investigada para determinar a necessidade de
carbonato e Mg formando calculo de estruvita cirurgia
• cápsula ou antígeno K  resistência à BEXIGA NEUROGÊNICA
fagocitose - disfunção neuromotora da bexiga quando em
• polissacarídeos ou antígeno O  lesões da medula espinhal, tabes dorsalis,
determinantes antigênicos esclerose múltipla, DM e outras doenças 
• fímbrias ou pili  interação entre adesinas frequentemente associada a presença de ITU
bacterianas e componentes da cél epitelial  - estase urinária e uso de cateter de drenagem
ligação irreversível entre elas; 2 tipos de intermitente favorecem a contaminação do trato
fímbrias: urinário
 tipo I  manose-sensíveis, se ligam a - imobilização dos pctes predispõe a aumento da
manose ou a proteína de Tamm-Horsfall reabsorção óssea, hipercalciúria, nefrolitiase e
 tipo II  manose-resistentes, se ligam a associação com obstrução e infecções de repetição
digalactosídeo P, determinante de grupo REFLUXO VESICOURETRAL
sanguíneo importante na susceptibilidade - refluxo de urina da bexiga para o ureter, ou pelve
populacional à infecção renal, pode ocorrer durante episódios de IU,
principalmente em crianças
PREDISPOSIÇÃO DO HOSPEDEIRO - alterações da junção vesicouretral podem facilitar
GÊNERO E ATIVIDADE SEXUAL
esse refluxo durante a micção
- uretra feminina é mais sucetivel a colonização por
- pctes com sinais de cicatrizes renais  realizar
bacilos gram-negativos devido proximidade com
cistouretrografia miccional retrógrada para dx de
refluxo
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CATETERIZAÇÃO URINÁRIA consciência, hipotensão, acidose metabólica ou


- sondas vesicais de demora predispõe bacteriuria, alcalose respiratória)
geralmente assintomática • crianças o principal sintoma de ITU pode ser
- leucocituria não apresenta boa correlação com ITU dor abdominal
nesses pctes • neonatos costumam ter icterícia fisiológica
- algumas bactérias produzem matriz de prolongada, hipertermia, diarreia, vômitos,
polissacaride que envolve e protege das defesas do cianose e até perda de peso ou alterações
hospedeiro e confere resistência a alguns neurológicas
antibióticos • lactentes costumam manifestar-se com
- com isso recomenda-se troca de cateteres pelo alterações do habito intestinal, déficit podenro-
menos a cada 21 dias estatural, anorexia, vômitos, febre de etiologia
- risco de bacteremia por microrg gram-negativo não determinada
nesses pcte é aumentado e proporcional ao tempo • pré-escolares apresentam-se com enurese,
de cateterização dispuria, polaciúria ou febre

QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO E EXAMES COMPLEMENTARES


• Cistite: ITU baixa - feito com base nos sinais e sintomas clínicos e
- disúria, geralmente associada a polaciúria, amostra clinica de urina confirmando presença de
urgência miccional, dor em região suprapúbica e leucocitúria significativa e bactérias
hematúria - todos pcts com sintomas devem ter dx confirmado
- em adultos não associada a outros sintomas por analise de urina e cultura, exceto mulheres
sistêmicos jovens com leucocitúria confirmada por fita reagente
- idosos que podem ter febre ou hipotermia e ou analise de sedimento urinário, não precisando
alterações do comportamento ou nível de realizar a cultura
consciência - indicações de cultura urinaria em mulheres jovens:
- dx diferenciais: uretrites e vaginites em mulheres e • sintomas atípicos
prostatites em homens • suspeita de infecção complicada
• Pielonefrite aguda: ITU alta ou nefrite • falência terapêutica inicial
intersticial bacteriana • sintomas recorrentes em menor de 1 mês após
- não complicada  lombalgia, náuseas, vômitos, tratamento
febre (>38°C) e sinal de Giordano + com ou sem AMOSTRA DE URINA
associação de sintomas de cistite - padrão de referencia para dx de ITU = coleta de
- pode ter superposição entre sintomas de cistite e urina estéril por aspiração suprapubica da bexiga
pielonefrite, mas lombalgia, febre e em indivíduos normais
náuseas/vômitos são os mais frequentes na  no entanto esse método não é aplicado na
pielonefrite prática clinica
- diferencias complicada da não complicada nem - urina é normalmente coletada após micção
sempre é possível só com a clinica natural, levando em consideração em sua analise a
- urolitiase  presença de cólica nefrética e provável contaminação por microrg que colonizam
hematúria macroscópica e sintomas inespecíficos naturalmente a uretra
(mal estar, fadiga, dor abdominal) podem sugerir dx - medidas para reduzir grau de contaminação da
de pielonefrite complicada amostra por bactérias:
- pielonefrite com demora de dx e tratamento tem  Desinfecção do meato uretral e mucosa
risco de evolução para quadro séptio, disfunção de adjacente com solução anti-septica não
múltiplos órgãos e sistemas e insuficiência renal espumosa (secar depois para não confundir
aguda o anti-septico com a urina)
• pcte com cateter urinário de demora não  Redução do contato do jato urinário com a
apresentam os mesmos sinais e sintomas de mucosa, afastando pequenos e grandes
ITU lábios ou retraindo o prepúcio nos não
- investigar ITU sempre que pctes com catéteres circuncidados e utilização do jato médio
vesicais de longa permanência apresentarem febre, urinário, descartando a urina do jato inicial
urina leitosa ou outras manifestações sistêmicas que carrega contaminantes uretrais
compatíveis com infecção (alteração do nível da FITAS REAGENTES (DIPSTICK)
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- detectam uréase leucocitária, indicativa de urocultura após sondagem intermitente em que uma
leucocitúria significativa e nitrito em caos de bactéria foi isolada em contagens > 102 colonias/mL
infecção por enterobacterias que promovem - para homens  1 urocultura com bactéria isolada
redução de nitrato para nitrito em contagens > 105 colonias/mL é significativa
- pcte com sintomatologia sugestiva e com fita - pcte com cateter vesical de demora, recomenda-
reagente negativa devem ter amostra de urina se coleta de amostra de urina após troca de cateter;
submetida a analise de sedimento ou cultura para quando não possível retirada do cateter, não coletar
confirmação a amostra direto do saco coletor
SEDIMENTO URINÁRIO OUTROS EXAMES
- ITU sem leucocitúria é incomum; mas presença de • diferenciação cistite x pielonefrite
leucocitúria significativa não é diagnostica de ITU e - dosagem proteína C-reativa (mais usada)
pode ter origem não infecciosa (nefrite intersticial, - imunofluorescência do sedimento urinário ou ACB,
litíase, neoplasias urológicas, traumatismo que indica comprometimento ureotelial
geniturinários) - dosagem de enzimas tubulares na urina, que
- leucocitúria significativa ou piúria = contagem na indica lesão tubular
urina > 10.000 leucócitos/mL ou 10 EXAMES DE IMAGEM
leucócitos/campo - indicados em casos de suspeita ou dx de ITU
- na citometria de fluxo são consideradas anormais complicada ou recorrente  utilizado para
em mulheres contagens >30.000 leucócitos/mL identificação de anormalidades predisponentes
- presença de leucorréia em mulheres, pode • USG:
interferir na contagem de leucócitos, e a - identificação de cálculos e suas repercussões no
contaminação da amostra com anti-sépticos, trato urinário, rins policísticos, coleções e abscessos
interferindo no crescimento bacteriano • TC:
- causas mais comuns de piúria estéril sintomática - para descartar presença de abscesso perinefrético
(síndrome uretral) descartadas  investigar e maior sensibilidade na identificação de calculos
organismos atípicos ou de crescimento lento • Uretrocistografia miccional:
(Chlamydia, Ureaplasma urealyticum ou - indicada na avaliação de ITU recorrete em pcte
Mycobacteria), ou abscessos renais sem drenagem transplantado renal, para afastar refluxo vesicouretrl
para trato urinário. (RVU) ao rim transplantado
- presença de cilindros leucocitários sugere - crianças < 2 anos é padrão de referencia
pielonefrite  pH urinário é geralmente alcalino diagnostica de RVU
 pH > 8 pode suspeitar de infecção por • Urografia excretora:
Proteus - não deve ser realizada na fase aguda da ITU
 hematúria quando presente é discreta e (risco nefrotoxicidade pelo contraste)
presença de proteinúria é iscreta a variável - ITU complicada: duplicidade calicial, estenose de
 presença de bactérias precisa ser JUP, adequação do esvaziamento vesical, presença
confirmada por cultura de cálculos e hidronefrose
UROCULTURA • Cintilografia com DMSA:
- contagem > 105 colonias/mL - indicada na fase aguda em crianças por auxiliar dx
 contagens < 102 colonias/mL são aceitas diferencial com pielonefrite
como significativas em pctes com sintomas • Cistoscopia:
sugestivos e piúria e que tiveram - idosos e transplantados renais com ITU recorrente
possibilidade de contaminação fecal e hematúria  afastar neiplasia da bexiga
descartada - realizada com urina estéril e/ou após profilaxia
- fatores que interferem na contagem de colônias: antibiótica
contaminação com anti-séptico, urina muito diluída,
uso de antimicrobianos e demora no
TRATAMENTO
encaminhamento da amostra CISTITES
- bacteriúria assintomática  bacteriuria significativa • cistites não complicadas em mulheres:
na ausência de sintomatologia - uso de esquemas anti-microbianos por 3 dias
- diferenciação com contaminação de amostra em - tratamento empírico deve cobrir os uropatógenos
mulheres  2 uroculturas com mesma bactéria mais freqüentes:
isolada em contagens > 105 colonias/mL ou 1
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 fluoroquinolonas  norfloxacino (400 mg, - Cocos gram-positivos geralmente são


VO, a cada 12 horas) enterococos ou estafilococos, devendo-se associar
 sulfonamidas  sulfametoxazol- vancomicina (1 g, VI, a cada 12 horas) até
trimetoprim (SMZTMP). identificação final do patógenos e
 nitrofurantoína (por 7 dias) como desescalonamento da terapia
alternativa inicial no lugar de SMZTMP (800 - presença de fungos em pacientes cateterizados
mg de trimetoprim, VO, a cada 12h) -> não é comum, principalmente em idosos, diabéticos e
tem ação contra Proteus, Klebsiella e naqueles em uso de antibióticos, e pode
Enterobacter! representar colonização do sistema coletor, sendo
- tratamento sintomático em pacientes com disúria seu tratamento reservado a pacientes sintomáticos
importante: ou em investigação de foco infeccioso
 pode-se associar fenazopiridina (200 mg,  Geralmente trata-se de candidúria, e pode-
via oral, a cada 8 horas) por 1 a 2 dias. se iniciar a terapia empírica com
fluconazol (200 mg, VI, ao dia, após dose
• Tratamento empírico inicial para a maioria de ataque de 400 mg) até identificação final
das cistites complicadas e cistites em do fungo
homens: PIELONEFRITES
- uso de antimicrobianos de amplo espectro por • Pielonefrite aguda não complicada:
7 a 14 dias  dps adequar a terapia, reduzindo o - deve ser internados para inicio de terapia
espectro e/ou utilizando esquemas mais baratos, de parenteral quando incapacitados de ingerir líquidos
acordo com os resultados das culturas e e medicações ou episódios frequentes de vômitos,
antibiogramas quando houver duvida dx ou adesão ao tratamento
- recomenda-se, inicialmente, a utilização de: ou apresentarem sinais de sepse grave
 fluoroquinolonas  ciprofloxacino (500 mg, - terapia empírica inicial inclui:
VO, a cada 12 horas) ou levofloxacino (500  Antibióticos que atingem níveis teciduais
mg, VO, a cada 24 horas) elevados  fluoroquinolonas
- quando há presença de cocos gram-positivos, (ciprofloxacino e levofloxacino) ou
sugestivos de enterococos, pode-se: ceftriaxone (caso de terapia IV)
 associar ampicilina (1 g, via oral, a cada 6  Aminoglicosidos em dose única e lenta
horas) ou amoxacilina (500 mg, via oral, a diária
cada 8 horas)  Após 48h de terapia IV passar para
• Em gestantes: esquema antibiótico oral caso haja sinais de
- sugere-se terapia inicial com cefalexina (500 mg, melhora
via oral, a cada 6 horas), moxacilina ou  Caso não haja melhora após 72h de ATB,
nitrofurantoína. realizar exames de imagem para afastar
uropatia obstrutiva ou presença de
• Espera-se melhora após 48h da terapia, se não abscessos renais ou perirrenais
ocorrer, realizar novas culturas e exames de  Terapia ATB deve durar 14 dias ou 21 dias
imagem (USG ou TC) nos com resposta mais lenta
- não se recomenda culturas urinarias após termino
• Pct com cateter vesical de demora: do tratamento, a não ser nos que apresentem
- antibioticoterapia guiada por culturas e recorrência de sintomas em 2 semanas
antibiogramas e remoção do cateter de demora  • Pielonefrite complicada:
realiza cateterização intermitente até resolução ou - hospitalizados
troca por um novo cateter de demora - sugere-se iniciar tratamento com fluoroquinolona
- presença de bacilos gram-negativos, sugere-se (ciprofloxacino e levofloxacino) VO em pctes com
terapia inicial com: doença leve/oderada, ou VI até determinação do
 cefalosporinas de terceira geração  agente em cultura
ceftriaxone (2g, VI, cada 24 horas) - após 48h de terapia IV, passar para esquema ATB
 fluoroquinolonas  ciprofloxacino (500 mg, VO caso haja sinais de melhora
VO, ou 400 mg, VI, a cada 12 horas) ou - prudente a utilização de vancomicina se houver
levofloxacino (500 mg, VO ou VI, a cada identificação de cocos gram-positivos na urina,
24 horas) até resultado final da cultura.
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- recomenda-se 14 dias de terapia ATB, mas pode - retirada do cateter mais precoce possível
prolongar caso o fator associado retarde a cura - cateterização necessária com técnica estéril e
- em gestantes, inicia-se terapia parenteral posterior ancoragem do cateter para evitar tração e
empírica com ceftriaxone ou gentamicina colocação de sistema coletor fechado
- repetir urocultura após 1-2 semanas do termino do - limpeza do local com agua e sabão durante o
tratamento banho
BACTERIÚRIAS ASSINTOMÁTICAS - Não se recomenda a troca periódica dos catéteres,
- condição benigna que não requer uso de ATB nem o seu uso com antimicrobianos nem a utilização de
rastreamento periódicos antibióticos profiláticos
- alguns pctes tem maior risco de desenvolver - uso de catéteres do tipo “camisinha” deve ser
(idosos, lesão medular, gestantes, transplantados restrito aos pacientes cooperativos ou que não
renais, cateteres vesicais de demora, cálculos de estejam se movimentando
estruvita e crianças com RVU)
- recomendação de rastreamento e tratamento
reserva-se para gestantes, pctes submetidos a
ressecção prostática ou procedimentos urológicos
com previsão de sangramento de mucosa vesical e
crianças com RVU

PROFILAXIA
• mulheres:
- comportamentais: uso de espermicidas como AC,
ingerir mais líquidos, aumentar frequência de
micções (2-3h) urinar logo após o coito e antes de
se deitar
- suco de cranberry
- tratamento profilático medicamentoso para
mulheres que tem 2 ou + ITU sintomáticas em 6
meses ou 3 ou + vezes em 12 meses  esquemas
contínuos ou póscoito de profilaxia
 Esquemas contínuos: SMZ-TMP 200 mg/40
mg uma vez ao dia ou três vezes por
semana, nitrofurantoína 50 mg ao dia,
cefalexina 250 mg ao dia ou norfloxacino
200 mg ao dia.
 Esquema pós-coito: utiliza-se dos mesmos
agentes, que deverão ser tomados após o
intercurso sexual.
- utilização de cremes vaginais com estrógenos em
mulheres menopausadas com 3 ou + ITU anuais
- gestantes com ITU recorrente durante gravidez ou
antes  profilaxia antibiótica pós-coito com
nitrofurantoína (50 a 100 mg pós-coito ou ao se
deitar) ou cefalexina (250 a 500 mg pós-coito ou ao
se deitar).
 Casoo apresente diabetes ou anemia
falciforme (fatores de risco), sugere-se o
início da profilaxia logo após a primeira ITU
durante a gravidez
* Nitrofurantoína deve ser suspensa no período pré-
termo, pelo risco de desenvolvimento de doença
hemolítica nos recém-nascidos!!!
• Pcte com cateter vesical de demora:

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