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Brigadista Particular

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


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APOSTILA PARA PREPARAÇÃO DO BRIGADISTA PARTICULAR

Comissão de Elaboração

MÓDULO I – Noções de Primeiros Socorros

Asp BM Marcelo dos Santos Rodrigues


2° Sgt BM Marcos Antônio Ribeiro
Cb BM Gerson Luis Marcondes
Sd BM Valdir Adriano Pereira
Sd BM Bruna de Paula Schafhauser
Sd BM Aldinei Fernandes
Sd BM Eraldo César Ulbrich
Sd BM Douglas Maidl

MÓDULO II – Noções de Combate a incêndios

Asp BM Daniel Torquato Elias

MÓDULO III - Prevenção e sistemas preventivos

1º Ten BM Fabio Fregapani Silva


2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz

MÓDULO IV - Brigada de incêndio

1º Ten BM Fabio Fregapani Silva


2º Ten BM Marcos Luciano Colla
Sd BM Marcio Floriano Barbosa

Edição e Diagramação

2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz


Asp BM DanielTorquato Elias

Supervisão
Tenente Coronel BM Altair Francisco Lacowicz
2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz

Revisão

Diretoria de Atividades Técnicas - DAT


Ten Cel BM Marcos Antônio de Oliveira
1º Ten BM Fabio Fregapani Silva
1ª Edição
Setembro – 2014

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SUMÁRIO
PLANO DE ESTUDOS 4
MÓDULO I – NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS 6
Unidade Didática 1 Noções Básica de Anatomia e Fisiologia (Corpo Humano) 6
Unidade Didática 2 Princípios Básicos de Biossegurança (Segurança do Socorrista) 18
Unidade Didática 3 Sinais Vitais, Prática e Verificação 20
Unidade Didática 4 Avaliação do Paciente 24
Unidade Didática 5 Parada Respiratória e Oxigenoterapia 30
Unidade Didática 6 Parada Cardíaca e Prática de RCP 39
Unidade Didática 7 Hemorragias e Estado de Choque 47
Unidade Didática 8 Intoxicação e Envenenamento 53
Unidade Didática 9 Ferimentos em Tecido Mole e Uso de Bandagens e Ataduras 58
Unidade Didática 10 Trauma Crânio Encefálico 64
Unidade Didática 11 Traumatismo Raquimedular 60
Unidade Didática 12 Partos em Situação de Emergência 72
Unidade Didática 13 Escala de Trauma e Fichas de APH 77
Unidade Didática 14 Fraturas, Luxações e Entorses 80
Unidade Didática 15 Técnica de Remoção 84
Unidade Didática 16 Limpeza e Desinfecção 86
Unidade Didática 17 Queimaduras e Lesões Ambientais 90
MÓDULO II – NOÇÕES DE COMBATE À INCÊNDIO 96
Unidade Didática 1 Fundamentos Básicos do Combate aos Sinistros 97
Unidade Didática 2 Equipamentos de Proteção Individual 110
Unidade Didática 3 Classes de incêndio 115
Unidade Didática 4 Fundamentos Operacionais 124
Unidade Didática 5 Fundamentos Técnicos 132
Unidade Didática 6 Técnicas e Táticas de Extinção 135
Unidade Didática 7 Operações de Combate a Incêndio 148
Unidade Didática 8 Abastecimentos 152
Unidade Didática 9 Combate Incêndio por Meio de Sistema Gravitacional e de Bombas 155
MÓDULO III – SISTEMAS PREVENTIVOS CONTRA INCÊNDIO 160
Unidade Didática 1 Sistemas Preventivos 161
Unidade Didática 2 Relatórios 200
MÓDULO IV – BRIGADA DE INCÊNDIO 205
Unidade Didática 1 Brigada de Incêndio 206
Unidade Didática 2 Brigadas -Atribuições 209
Unidade Didática 3 Ambientes e Sistemas 216
Unidade Didática 4 Psicologia em Emergências 219

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PLANO DE ESTUDOS

O plano de estudos visa a orientá-lo/a no desenvolvimento da disciplina. Possui


elementos que o/a ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de
estudos.

Objetivo Geral:

A referida apostila visa orientar os estudos aos candidatos a Brigadista Particular, pessoa
credenciada pelo CBMSC, responsável para prestar serviços de prevenção, combate a princípio
de incêndios e salvamento, exclusivamente no local em que atua a Brigada de Incêndio, com
dedicação exclusiva às atribuições inerentes à sua função, onde, dependendo do tipo de
edificação ou ocupação, pode ser o próprio funcionário da empresa ou contratado;

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Currículo dos Cursos de Brigadistas

Tabela 1 – BRIGADISTAS PARTICULARES


Carga
ÁREAS DISCIPLINAS Horária
(Hora/Aula)
Noções Básicas de Anatomia e Fisiologia humana 03
Princípios de Biossegurança, Sinais vitais e verificação 03
Avaliação Inicial e Dirigida 05
Parada Respiratória, oxigenoterapia e parada cardíaca 08
Hemorragias e Estado de Choque 02
Queimaduras e lesões ambientais 02
NOÇÕES DE Intoxicação e envenenamento 02
PRIMEIROS Ferimentos em tecidos moles e uso de bandagens e
SOCORROS ataduras 03
Fraturas, Luxações e entorses (teoria e prática) 05
Traumatismos Crânio Encefálico e raquimedular
(noções) 02
Técnicas de remoção 03
Verificação Final 02
Carga horária da Área de Primeiros Socorros 40
NOÇÕES DE Fundamentos técnicos e básicos do combate aos
COMBATE À sinistros 10
INCÊNDIO Classes de Incêndio 03
Técnicas e táticas de extinção 05
Operações de combate à incêndio 03
Equipamentos de proteção Individual 02
Combate a Incêndio com emprego de extintores 05
Combate a Incêndio com utilização do sistema 05

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gravitacional
Combate a Incêndio com utilização do sistema de
bombas 05
Verificação Final 02
Carga horária da Área de Combate à Incêndio 50
Sistemas Preventivos 10
SISTEMAS Relatórios 04
PREVENTIVOS
Vistorias 04
CONTRA
INCÊNDIO Verificação Final 02
Carga horária da Área de Sistemas Preventivos 20
Objetivo Geral 01
Aspectos Legais 02
Aspectos Técnicos 02
Composição e organograma 02
Implementação e procedimentos 02
BRIGADA DE
Equipamentos de proteção e uniforme 02
INCÊNDIO
Plano de emergência 03
Funções de brigadista particular 02
Funções de brigadista voluntário 02
Verificação Final 02
Carga horária da Área de Brigada de Incêndio 20
CARGA HORÁRIA CURRICULAR TOTAL 130
Nota: Uma Hora/Aula equivale a 50 minutos.

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Brigadista Particular – Módulo I

NOÇÕES DE PRIMEIROS
SOCORROS

Aluno:

_______________________________________________

_______________________________________________

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Módulo I – Unidade Didática 1

Noções Básica de Anatomia e Fisiologia (Corpo Humano)

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:


1) Conhecer principais termos utilizados em APH;
2) Descrever as funções gerais dos seguintes sistemas: respiratório, circulatório,
muscular, esquelético, nervoso, reprodutivo (masculino e feminino) e digestivo;
3) Definir as cavidades do corpo humano com seus componentes;
4) Listar o nome dos principais ossos do sistema esquelético;
5) Descrever a coluna vertebral.

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Noções Básica de Anatomia e Fisiologia

Introdução

Iniciando o Curso Avançado de Atendimento a Emergência surgirão inúmeros termos


novos que farão parte de todo seu estudo nesta disciplina, são termos de uso comum no
atendimento pré hospitalar. Alguns são alto explicativos e se fazem compreender como, por
exemplo, “Pressão Alta”, outros necessitarão de pesquisa ou auxílio do instrutor para melhor
compreensão como “mediastino”. Aproveite e pesquise o que significa esse termo!

Mediastino: cavidade torácica que abriga alguns dos principais órgão do corpo
humano (coração, pulmão, grandes vasos) situa-se entre o final do pescoço e o diafragma.

Terminologia comum

Avaliação geral do paciente - série de procedimentos que visa estabelecer a segurança do


socorrista, a analise da gravidade e situação da vítima, estabelecendo dai a técnica indicada para
o problema identificado.
Obstrução ou parada respiratória - Supressão súbita dos movimentos respiratórios, que
poderá ou não, ser acompanhada de parada cardíaca.

Terminologia técnica

Imprudência: Falta de atenção, imprevidência, descuido. Ex.: Dirigir em alta velocidade.


Negligência: Desprezar, desatender, não cuidar. Ex.: Não usar EPI necessário.
Imperícia: Ignorância, inabilidade, inexperiência. Ex.: Realizar procedimento invasivo.
Socorrista: É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar
problemas que comprometam a vida. Cabe ao emergencista prestar o adequado socorro pré
hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes

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Omissão de socorro: “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou
em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.

Sistemas do Corpo Humano

Sistema Circulatório

Movimenta o sangue, transporta o oxigênio e nutrientes para as células do corpo, remove


os resíduos e o dióxido de carbono das células.
O sistema circulatório é composto por vasos sanguíneos (veias, artérias e capilares)
coração e sangue.

As artérias de grosso calibre no corpo humano, as quais devemos ter conhecimento são a
abdominal, femural e a braquial.

Sistema Respiratório

Promove a troca de ar, introduzindo o oxigênio e expelindo o dióxido de carbono. Este


oxigênio é deslocado para o sangue, enquanto o dióxido de carbono é removido. O sistema
respiratório e o sistema circulatório são intimamente ligados, pois é o sangue que leva o oxigênio
até as células e capta o gás carbônico para levá-lo até o pulmão a fim de realizar a troca por
oxigênio e trocar por gás carbônico nas células novamente.
O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas superiores e inferiores.
Sendo estas compostas basicamente por:
 Vias aéreas superiores: cavidade oral, língua, faringe, laringe e parte da traqueia;
 Vias aéreas inferiores: parte da traqueia, brônquios e bronquíolos.

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Sistema Musculoesquelético O Esqueleto

O sistema esquelético é composto de ossos e cartilagens.

Conceito de Cartilagem: É uma forma elástica de tecido


conectivo semirrígido – forma partes do esqueleto nas quais ocorre
movimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo próprio;
consequentemente, suas células obtêm oxigênio e nutrientes por difusão
de longo alcance.

Conceito de Ossos: Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que se unindo aos
outros, por intermédio das junturas ou articulações constituem o esqueleto. É uma forma
especializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua
matriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanas).

Funções do Sistema Esquelético:

- Sustentação do organismo (apoio para o corpo);


- Proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro);
- Base mecânica para o movimento (movimentação);
- Armazenamento de sais (cálcio, por exemplo);
- Hematopoiética (suprimento contínuo de células sanguíneas novas).

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Divisão do Esqueleto

Esqueleto Axial – Composta pelos ossos da cabeça, pescoço e do tronco.


Esqueleto Apendicular – Composta pelos membros superiores e inferiores.
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e
pélvica.
Crânio

O crânio possui duas divisões principais: caixa encefálica (crânio propriamente dito):
composto por 8 (oito) ossos largos e irregulares que se fundem formando a cobertura que
protege o encéfalo. Face: composta por 14 (quatorze) ossos que se fundem para dar sua forma.

Coluna vertebral

A coluna vertebral é uma estrutura óssea central, composta de 33 (trinta e três) vértebras,
dividida em cinco regiões:

✔ Coluna cervical (pescoço): composta de 07 (sete) vértebras;


✔ Coluna torácica (parte superior do dorso): composta de 12 (doze) vértebras;
✔ Coluna lombar (parte inferior do dorso): composta de 05 (cinco) vértebras;
✔ Coluna sacral (parte da pelve): composta de 05 (cinco) vértebras;

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✔ Coluna coccígea (cóccix ou cauda): composta de 04 (quatro) vértebras.

Os músculos

São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua
contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas
denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema
nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica.

Funções dos Músculos:

a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e


correr.
b) Estabilização das posições corporais: a contração dos músculos esqueléticos
estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar
em pé ou sentar.
c) Regulação do volume dos órgãos: a contração sustentada das faixas anelares dos
músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
d) Movimento de substancias dentro do corpo: as contrações dos músculos lisos das
paredes dos vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem
mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem
o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
e) Produção de calor: quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande
parte desse calor liberado pelo músculo é usada na manutenção da temperatura corporal.

Sistema reprodutor

O sistema reprodutor humano fica localizado na cavidade pélvica. A célula reprodutora


masculina recebe o nome de espermatozoide e a célula feminina é conhecida como óvulo.

Todas as diferenças anatômicas e sentimentais experimentadas pelo homem e pela mulher


são provenientes dos hormônios sexuais, que também são diferentes em ambos os sexos.
No homem atua a testosterona e na mulher a progesterona e o estrógeno. Também na
mulher há o ciclo menstrual onde há aproximadamente cada 28 dias ela perde aproximadamente
20 a 80 ml de sangue através da vagina. Hemorragia natural designada de metrorragia.

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Sistema nervoso

Funções

✔ Colher informações do meio externo e interno e transformá-las em estímulos;


✔ Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo.

Divisão

Sistema Nervoso Central – SNC


O sistema nervoso central é uma porção de recepção de
estímulos, de comando e desencadeadora de respostas. A
porção periférica está constituída pelas vias que conduzem os
estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos
órgãos, as ordens emanadas da porção central. Pode-se dizer
que o SNC constituído por estruturas que se localizam no
esqueleto axial (coluna vertebral e crânio): a medula espinhal
e o encéfalo.

Sistema Nervoso Periférico – SNP

O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gânglios e


as terminações nervosas.

Sistema Nervoso Visceral – SNV: O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com
o meio interno, compreendendo fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) –
músculo liso e gânglios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ou
involuntário, constituído apenas da parte motora do SNV.

Sistema Nervoso Somático – SNS: O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo


com o meio externo, compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras
(eferente) músculo estriado esquelético.

Sistema Nervoso Central

Meninges: O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (ou
membranas) de tecido conjuntivo chamado em conjunto, de meninges. Estas lâminas são de fora
para dentro: dura-máter, aracnoide e pia-máter.
O Sistema Nervoso Central – SNC é dividido anatomicamente em:

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Encéfalo: Porção do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e que


compreende o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico.
Medula espinhal: É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canal
vertebral. A medula espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e
retransmissão de impulsos motores. Todos os centros importantes do encéfalo são conectados
através de longos feixes nervosos, diretamente aos órgãos ou músculos que controlam. Estes
feixes se unem formando a medula espinhal, transmitindo mensagens entre o encéfalo e o
sistema nervoso periférico. Estas mensagens são passadas ao longo do nervo sob a forma de

impulsos elétricos. Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da primeira ou
segunda vértebra lombar. Na porção final da medula localizam-se nervos espinhais que formam
uma espécie de “cabeleira” nervosa, comparada à cauda equina. Uma possível lesão da medula
espinhal acarretará na paralisia total e irreversível dos membros abaixo da lesão.
Cérebro: Constitui a parte mais importante do encéfalo, localiza-se na caixa craniana, é
centro da consciência. As funções do cérebro normal incluem a percepção de nós mesmos e do
ambiente ao nosso redor, controla nossas reações em relação ao meio ambiente, respostas
emocionais, raciocínio, julgamento e todas as nuances que formam a consciência, as sensações e
origem dos movimentos, compreendendo o telencéfalo e o diencéfalo.
Cerebelo: Possui a função de determinar o equilíbrio do corpo e sua orientação no
espaço, bem como, a regulação do tônus muscular e a coordenação das atividades motoras do
organismo.
Tronco encefálico: Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférios
cerebrais e por onde transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras.
Ponte: Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamentos
de fibras e células nervosas. A Ponte possui três pares de nervos responsáveis pela inervação dos
músculos que movimentam os olhos para os lados, dos músculos mímicos da face, das glândulas
salivares e lacrimais, e conduz sensações de paladar captadas na língua.
Bulbo: Porção inferior do tronco encefálico no sentido craniocaudal, sendo que o grande
forame (forame magno) constitui o limite convencional com a medula espinhal. No bulbo,
localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a respiração e o funcionamento
vasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata instantaneamente. Com a lesão do bulbo, são
cortados os impulsos que controlam o funcionamento dos vasos sanguíneos e dos pulmões.

Sistema nervoso periférico

O Sistema Nervoso Periférico – SNP – é dividido anatomicamente em:


Nervos: São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido
conjuntivo, tendo como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los do SNC ao
periférico. Distinguem-se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais.
Nervos cranianos: São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria
deles (10) originam-se no tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são também
denominados por números em sequência craniocaudal.
Nervos espinhais: Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula e
abandonam a coluna vertebral através de forames intervertebrais. A coluna pode ser dividida em
porções cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. Da mesma maneira, reconhecemos nervos
espinhais que são cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos.

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Sistema digestório

O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O trato digestório é


um tubo oco que se estende da cavidade bucal ao ânus, sendo também chamado de canal
alimentar ou trato gastrintestinal. As estruturas do trato digestório incluem: boca, faringe,
esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus.
Os órgãos digestório acessórios são os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado,
vesícula biliar e o pâncreas.

Funções

✔ Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de substâncias estranhas ditas


alimentares, que asseguram a manutenção de seus processos vitais.
✔ Transformação mecânica e química das macromoléculas alimentares ingeridas
(proteínas, carboidratos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem
absorvidas pelo intestino.
✔ Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os
capilares sanguíneos da mucosa do intestino.
✔ Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente
com restos de células descamadas da parte do trato gastro intestinal e substâncias secretadas na
luz do intestino.

Fases

 Mastigação: Desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e químico.


 Deglutição: Condução dos alimentos através da faringe para o esôfago.
 Ingestão: Introdução do alimento no estômago.
 Digestão: Desdobramento do alimento em moléculas mais simples.
 Absorção: Processo realizado pelos intestinos.
 Defecação: Eliminação de substâncias não digeridas do trato gastro intestinais.

Noções de anatomia humana

Posição anatômica

Posição Anatômica é a posição padronizada de descrição


do organismo, empregando-se os termos de posição e direção.
O corpo humano deverá estar em:
✔ em posição ortostática;
✔ com a face voltada para frente;
✔ com o olhar dirigido para o horizonte;
✔ com os membros superiores estendidos ao longo
do tronco;
✔ com as palmas voltadas para frente;
✔ com os membros inferiores unidos.

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Divisão do corpo humano e planos anatômicos

O corpo humano é dividido em:

✔ Cabeça;
✔ Pescoço;
✔ Tronco; e
✔ Membros.
Nos membros empregam-se termos
especiais de posição
✔ Proximal: situado mais
próximo à raiz do membro;
✔ Médio: situado entre proximal
e distal; e
✔ Distal: situado mais distante
da raiz do membro.
Além desta divisão, para identificar
as partes do corpo humano, são definidos
como Planos Anatômicos:
 Plano mediano: direito e
esquerdo;
 Plano transversal: superior e
inferior;
 Plano frontal: anterior
(ventral) e posterior (dorsal).

Quadrantes abdominais
QSD QSE
Maior parte do fígado; Baço;
Vesícula biliar; Maior parte do estômago;
Parte do intestino delgado; Parte do intestino grosso;
Parte do intestino grosso; Parte do intestino delgado;
Parte do pâncreas; Parte do pâncreas;
Parte do estômago. Parte do fígado.
QID QIE
Apêndice; Parte do intestino grosso;
Parte do intestino delgado; Parte do intestino delgado;
Parte do intestino grosso; Parte do ovário (mulher).
Parte do ovário (mulher).

Divide-se o abdômen em quatro para avaliar possíveis lesões internas. Podemos referir a
eles como Quadrante superior esquerdo e direito e quadrante inferior esquerdo e direito. Ou nos
referimos como 1º, 2º, 3º ou 4º quadrante, em sentido horário. Observe a figura:

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Cavidades do corpo humano e seus componentes

O corpo humano possui 5 cavidades. As cavidades têm por objetivo alojar e proteger os
órgãos vitais. As cinco cavidades são:

1. Cavidade craniana;
2. Cavidade torácica;
3. Cavidade abdominal;
4. Cavidade pélvica; e
5. Cavidade vertebral.

Pulsos palpáveis

Cabeça e pescoço

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Pulsos palpáveis

Membros Superiores e Inferiores

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Módulo I - Unidade Didática 2

Princípios Básicos de Biossegurança (Segurança do Socorrista)

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Conceituar Biossegurança.
2) Conceituar Doenças infectocontagiosas;
3) Listar os principais EPI's utilizados pelos socorristas;
4) Citar e enumerar as principais enfermidades infecciosas a qual o socorrista está
sujeito e os meios de transmissão no ambiente pré-hospitalar;

Princípios básicos de biossegurança (segurança do socorrista)

Biossegurança

É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos


inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação
de serviços, que pode comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a
qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
O serviço pré-hospitalar, devido sua peculiaridade, faz com que o socorrista fique muito
exposto a riscos, entre eles o biológico. Por isso, é necessária a utilização rigorosa dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): luva de látex ou de vinil, óculos protetor, máscara
facial e coletes. Estas normas devem ser seguidas, para diminuir os riscos pelos quais o
socorrista está exposto.

Doenças infectocontagiosas

São enfermidades causadas por micro-organismos patogênicos (bactérias, vírus ou


parasitas) que são transmitidas a outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes,
fluídos corporais (saliva, muco ou vômito) ou ainda pela picada de insetos transmissores de
doenças.

Principais EPI's utilizados pelos socorristas

✔ Luvas descartáveis;
✔ Máscaras faciais;
✔ Óculos de proteção;
✔ Colete:

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Saiba mais

Coloque aqui as definições de cada equipamento:

luvas descartáveis: Proteção contra fluidos corporais que possam entrar em


contato com ferimentos nas mãos, ou podem ser levados por ela até a boca, olhos ou
mucosas.
óculos de proteção: Proteção contra fluidos corporais que possam entrar com
contato com a mucosa dos olhos durante o atendimento pré-hospitalar.
máscaras faciais: Proteção contra fluidos corporais e doenças que podem ser
transmitidas através da respiração.
colete: Acessório utilizado para guardar os materiais de uso individual e serve de
proteção do socorrista sinalizando ajudando a sinalizar o local da ocorrência por ser feito
com material refletivo.

Principais enfermidades infecciosas

Em ambiente pré-hospitalar

Dentre as enfermidades mais comuns encontram-se: AIDS, hepatite, tuberculose,


meningite, gripe, entre outras.

Meios de Transmissão

✔ Pelas mãos até a boca, nariz, olhos ou feridas na pele;


✔ Por objetos ou roupas contaminadas, em contato com a boca, nariz, olhos ou
ferimentos na pele;
✔ Por acidentes com perfuro cortantes.

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Módulo I - Unidade Didática 3

Sinais Vitais, Prática e Verificação

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:


1) Definir sinais/sintomas.
2) Listar os sinais diagnósticos.
3) Demonstrar o uso correto dos principais equipamentos utilizados para aferição dos
sinais vitais.
4) Executar de forma correta a aferição FR e FC e a qualidade de cada.
5) Definir as principais alterações pupilares.

Sinais vitais: prática e verificação

Sinais e sintomas

A avaliação dos sinais e sintomas ajuda o socorrista a definir a suspeita das lesões ou
emergência médica que acomete a vítima.
Sinal: tudo o que é possível verificar, aferir, medir, mesurar.
Ex.: palidez, diaforese, cianose, êmese.
Sintoma: tudo o que é descrito pelo paciente, que não pode ser verificado, medido,
mensurado, aferido.
Ex.: dor, enjoo, tontura, astenia.

Idades referenciais para APH

No APH classificamos as pessoas conforme as idades da seguinte forma:


✔ Adulto: maior que 8 anos;
✔ Criança: entre 1 ano e 8 anos;
✔ Lactente: do nascimento até 1 ano.

Sinais vitais e suas referências

Os quatro sinais vitais são:


✔ temperatura corporal;
✔ pulso;
✔ respiração; e
✔ pressão arterial.

Temperatura corporal

A temperatura corporal é de 36,5 à 37ºC para todas as idades. Podemos aferir também a
temperatura relativa da pele, que pode se apresentar fria, normal ou quente. Essa aferição se faz
com o dorso da mão na região frontal da cabeça (testa).

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Pulso (bpm – batimentos por minuto)

✔ Adulto: 60 a 100 bpm;


✔ Criança: 60 a 140 bpm;
✔ Lactente: 100 a 190 bpm.

O pulso ideal para de aferir os batimentos cardíacos de um adulto e criança é o pulso


radial (punho). Em um lactente é o braquial (próximo à axila).

Respiração (frm – frequência respiratória por minuto)

✔ Adulto: 12 a 20 frm;
✔ Criança: 15 a 30 frm;
✔ Lactente: 25 a 50 frm.

Pressão Arterial (mmHg – milímetros de mercúrio)

Adulto

✔ Sistólica máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg;


✔ Diastólica máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg.

A PA de um adulto ideal é 120x80 mmHg, recomendado pela Sociedade Brasileira de


Cardiologia.

Sinais diagnósticos e suas referências

Sinais diagnósticos são utilizados para ajudar a confirmar alguma suspeita de lesão ou
emergência médica. Os três sinais diagnósticos são:
a) pupila;
b) coloração da pele; e
c) perfusão sanguínea.

Pupilas

✔ Isocoria: iguais;
✔ Anisocoria: desiguais;
✔ Midríase: dilatadas;
✔ Miose: contraídas.

Foto reagentes: quando há atividade cerebral a pupila reage à luz, contraindo na presença
e dilatando na ausência de luz.

Coloração da pele

A pele pode apresentar-se: normal, pálida, avermelhada, cianótica.

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Brigadista Particular

Perfusão sanguínea

Perfusão sanguínea é a circulação presente nas extremidades. Quando um trauma ou


emergência médica acomete uma pessoa, essa perfusão pode diminuir por vários motivos. Sendo
assim, a perfusão sanguínea é avaliada pressionando o dedo, a extremidade perde a coloração,
que deverá retornar de 2 a 3 segundos para ser considerada normal. Se demorar, a voltar, pode
ser uma indicação de que há uma falha na circulação sanguínea.

Equipamentos para avaliação do paciente

✔ Lanterna pupilar:
✔ Esfigmomanômetro;
✔ Estetoscópio;
✔ Oxímetro de dedo.

Avaliação da lição

Atividade teórica. Preencha as lacunas com as idades referencias para APH.

✔ Lactente: desde o nascimento à 1 ano;


✔ Criança: de 1 ano à 8 anos;
✔ Adulto: acima de 8 anos.

Cite os quatro sinais vitais e os três sinais diagnósticos.

Sinais vitais:
Pulso;
Respiração;
Temperatura;
Pressão Arterial.

Sinais diagnósticos:
Perfusão Sanguínea;
Pupilas;
Coloração da Pele.
Atividade prática. Aplicação.
✔ Tenha disponível equipamentos de avaliação do paciente, exceto oxímetro.
✔ Forme duplas.

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Brigadista Particular

✔ Oriente aos alunos que avaliem os sinais vitais e diagnósticos do companheiro e


que anotem os dados na ficha que consta na apostila.
✔ Após anotados os dados o instrutor retomará a aula e perguntará que os socorristas
observaram se havia algum paciente com sinal vital ou diagnóstico alterado.
✔ Em caso positivo, peça para o socorrista realizar uma entrevista com o paciente
para tentar descobrir o porquê dessa alteração.
✔ Logo o instrutor informará que essa atitude de entrevistar é uma etapa de
avaliação do paciente que será estudada na unidade seguinte, deve sempre ser realizada, pois é na
entrevista que se descobre informações importantíssimas.
✔ Peça para os alunos guardarem a avaliação para uma próxima utilização.
✔ Dependendo do tamanho da turma a atividade poderá durar até 2 h/aula, pois o
ideal é que o instrutor acompanhe e oriente a entrevista de cada dupla.

Nome socorrista: ____________________________________________


Nome paciente: ______________________________ Idade: __________________

Temperatura corporal ou relativa da pele

Pulso

Respiração

Pressão arterial

Perfusão sanguínea

Coloração da pele

Pupilas*
Anisocóricas ou Miótica, midriática ou Fotorreagente ou
isocóricas normal não fotorreagente

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Módulo I - Unidade Didática 4

Avaliação do Paciente

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Avaliação geral do paciente dimensionamento da cena;


2) Avaliação inicial;
3) Avaliação dirigida;
4) Avaliação detalhada;
5) Avaliação continuada;
6) Mensuração e colocação do colar cervical;

Avaliação do paciente

Avaliação geral do paciente

Para realizarmos a avaliação de um paciente devemos observar uma sequência de


procedimentos que ajudam o socorrista a tomar decisões em relação às prioridades em cada caso.
Essa sequencia foi dividida em cinco etapas, onde mostra claramente o que fazer em cada
uma delas. As cinco fases da avaliação geral do paciente são:

1) Avaliação da cena;
2) Avaliação inicial;
3) Avaliação dirigida;
4) Avaliação detalhada; e
5) Avaliação continuada.

Avaliação da cena

Na avaliação da cena o socorrista deve ter uma visão ampla da cena para poder identificar
características da cena. Essa etapa da avaliação geral geralmente é rápida, e quando não há
gerenciamento de risco, não compromete mais que 30 segundos.

Confirmar a solicitação

Muitas vezes o ocorrido não condiz com a situação real.

Ex.: o SEM é acionado para atender um desmaio, e no local encontra uma PCR.

Identificar o tipo de situação

A situação se trata de um trauma ou emergência médica.

Observar dos mecanismos de trauma

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Brigadista Particular

Em uma ocorrência de trauma, para podermos determinar as suspeitas de lesões das


vítimas envolvidas, devemos imaginar como o trauma aconteceu e, com isso imaginar onde se
encontrará as possíveis lesões.

Avaliar riscos potenciais:

Riscos que a cena pode produzir para o socorrista, vítimas e terceiros.

Gerenciar os riscos:

Tomar atitudes que minimizam os riscos;

Ex.: Em acidente de transito, acionar a PM para controle do trânsito, estabilizar veículos


antes de atender pacientes que estão dentro do veículo, etc.

Checar número de vítimas

Saber quantas vítimas tem na cena de emergência;

Checar necessidade de recursos adicionais

Solicitar os recursos adicionais se faz necessário;


Ex.: apoio da Celesc, em caso risco com energia, PM em caso de controle do trânsito, etc.

Colocação de EPI

Colocar todos os EPI's necessários antes de abordar a vítima.

Avaliação inicial

A avaliação inicial também é chamada de avaliação primária, é nessa etapa da avaliação


que o socorrista tem o primeiro contato com a vítima. Após toda a avaliação da cena o socorrista
se dirige à vítima e deve:

Formar a impressão geral do paciente

Verifica a posição do paciente, qualquer deformidade


maior ou lesão óbvia e qualquer sinal ou sintoma indicativo de
emergência clínica.
Ex.: Paciente dentro do veículo, sentado com a cabeça
sobre o volante, de olhos fechados.

Apresentar-se como socorrista

O socorrista deve se apresentar falando o nome, informando que é socorrista e pedindo


consentimento para atender.

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AVDI

Para avaliar o nível de consciência, usamos a técnica AVDI.


A – o paciente está alerta?
V – responde a estímulo verbal?
D – responde a estímulo doloroso?
I – determina inconsciência.

Devem-se seguir os passos descritos acima para determinar a inconsciência.

SBV

Oferecer o Suporte básico da vida, através do ABC da vida. Abertura das vias aéreas:
hiperextensão da cervical para casos clínicos e tração mandibular para casos traumáticos. A
colocação do colar cervical adequada garante permeabilidade das VA.

Verificação de presença de pulso

No caso de ausência de respiração deve-se pesquisar presença de pulso, de preferencia no


ponto carotídeo.

Colocação do colar cervical

Em caso traumático a colocação do colar se faz nessa fase da avaliação. Em caso clínico
o uso do colar é dispensado.

Oxigenoterapia

A saturação mostra a quantidade de oxigênio presente no sangue. A saturação normal


deve estar entre 90% e 100%. O oxímetro é o aparelho que mostra esta porcentagem.
Pacientes que sofrem trauma ou caso clínico, podem apresentar uma deficiência na
saturação. Portanto deve-se sempre ofertar oxigênio em pacientes traumatizados e emergências
clínicas.

Hemostasia de hemorragias visíveis

Ao realizar a impressão geral, o socorrista perceberá hemorragias evidentes que devem


ser contidas depois de realizada o ABC da vida.

Escala CIPE

Após as avaliações acima descritas, e com as informações colhidas o socorrista deve


decidir a prioridade de transporte do paciente, para isso utiliza-se da ferramenta CIPE. Veja:
C – Crítico: parada respiratória ou cardiorrespiratória;
I – Instável: paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratória
severa, com lesão grave de cabeça e/ou tórax;
P – Potencialmente Instável: paciente com choque compensado portador de lesões
isoladas importantes;

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Brigadista Particular

E – Estável: paciente portador de lesões menores e sinais vitais normais.


Sabendo classificar o paciente, o socorrista deve observar que pacientes críticos e
instáveis devem ser tratados na cena de emergência em no máximo 5 minutos. Os pacientes
Potencialmente instáveis e estáveis em no máximo 12 minutos.

Crítico e instável: 3 a 5 minutos


Potencialmente instável e estável: 10 a 12 minutos

Avaliação dirigida

É a fase da avaliação onde o socorrista se dirige ao problema do paciente, realizando,


ainda, mais algumas avaliações, a fim de detectar problemas que ameacem a vida do paciente. É
dividida em três fases: entrevista, exame rápido e aferição dos sinais vitais.

Entrevista

Etapa da avaliação onde o socorrista conversa com o paciente buscando obter


informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de lesão ou enfermidade
existente e outros dados relevantes:

1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto conhecido);
2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença)
3) Há quanto tempo isso aconteceu?
4) Isso já ocorreu antes? (emergência clínica)
5) Você tem algum problema de saúde?
6) Você tem tomado algum remédio?
7) Você é alérgico a alguma coisa?

Exame rápido

O exame rápido é realizado conforme a queixa principal do paciente ou em todo


segmento corporal, para descobrir lesões e hemorragias não aparentes.

Ex.: Dor no braço após uma queda: se dirigir ao membro superior referido e avaliar
aspecto físico, motricidade, sensibilidade e realizar o procedimento adequado a suspeita
(imobilização em caso de fratura, curativos em caso de ferimento, etc.).

Aferição dos sinais vitais

Aferição do pulso, respiração, temperatura, PA. Avaliação das pupilas, temperatura


relativa da pele, e perfusão sanguínea. Avalia-se também capacidade de movimentação e reação à
dor.

Avaliação física detalhada

A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser realizada pelo socorrista em cerca
de 2 a 3 minutos. Tem como objetivo a identificação de problemas que não foram relatados pelo
paciente (fraturas, pequenas hemorragias, ferimentos).

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O exame completo não precisa ser realizado em todos os pacientes, podendo ser realizado
de forma limitada em pacientes que sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergências
médicas evidentes. Em casos onde o paciente é crítico ou instável o exame deve ser realizado
dentro da ambulância, ou se o percurso for pequeno e não der tempo, não há necessidade de fazê-
lo.
Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deve:

1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa;


2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e as pálpebras, o nariz, a boca, a
mandíbula e os ouvidos;
3) Verificar a região posterior, anterior e lateral do pescoço (antes da aplicação do colar
cervical, ou seja, essa verificação é feita na avaliação inicial);
4) Inspecionar o ombro bilateralmente distal / proximal;
5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax;
6) Inspecionar o abdome em quatro quadrantes separadamente;
7) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital;
8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de
pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade;
9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de
pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade;
10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal (essa avaliação é
feita na hora que se coloca a vítima na maca).

Avaliação continuada

A avaliação continuada é o cuidado que se dispensa ao paciente durante o deslocamento


até a unidade médica. Consiste em avaliar constantemente da presença de consciência, respiração
e pulso e garantir a temperatura corporal e conforto ao paciente.
Ou seja, após a execução de todas as etapas da avaliação geral, o socorrista deve se
preocupar periodicamente em reavaliar o paciente até a sua entrega à unidade médica.
Em pacientes críticos e instáveis a reavaliação deve acontecer a cada 3 minutos e Em
pacientes potencialmente instáveis e estáveis, de 15 em 15 minutos.

Escala CIPE Avaliação Continuada


Estável e potencialmente instável A cada 15 minutos
Instável e crítico A cada 3 minutos

Mensuração do colar cervical

Para a mensuração e colocação correta do colar deve-se seguir observar os seguintes


aspectos:

✔ A vítima deverá estar com a cabeça em posição neutra;


✔ Verifique com seus dedos, a altura do pescoço que corresponde à distância entre
uma linha imaginária que passa pela borda inferior da mandíbula e outra que passa pelo ponto
onde termina o pescoço e se inicia o ombro.

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É importante salientar que o colar cervical:

- imobiliza a cervical verticalmente, a imobilização horizontal é feita em maca com os


coxins;
- deve ser de tamanho adequado ao paciente;
- não deve impedir a abertura da boca;
- não deve obstruir ou dificultar ventilação;
- se bem colocados auxiliam na permeabilidade das vias aéreas.

Avaliação da lição

Relacione as colunas mostrando em que fase do atendimento se realiza cada


procedimento:

1) Avaliação da cena; ( 2 ) Hemostasia de hemorragias visíveis


2) Avaliação inicial; ( 4 ) Avaliação física detalhada da cabeção aos
3) Avaliação dirigida; pés
4) Avaliação detalhada; ( 2 ) Oxigenoterapia
5) Avaliação continuada. ( 1 ) Avaliar riscos potenciais
( 3 ) Aferição dos sinais vitais
( 2 ) Decidir prioridade de transporte (Escala
CIPE)
( 1 ) Confirmar a solicitação
( 3 ) Entrevista
( 1 ) Colocação de EPI
( 2 ) Colocação do colar cervical
( 5 ) Monitoramento do paciente durante o
percurso
( 1 ) Identificar o tipo de situação
( 2 ) Oferecer o Suporte básico da vida
( 1 ) Checar número de vítimas
( 1 ) Gerenciar os riscos
( 2 ) Exame rápido
( 2 ) AVDI
( 1 ) Observar dos mecanismos de trauma
( 2 ) Apresentar-se como socorrista
( 1 ) Checar necessidade de recursos adicionais
( 2 ) Formar a impressão geral do paciente

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Módulo I - Unidade Didática 5

Parada Respiratória e Oxigenoterapia

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Revisar as principais partes do sistema respiratório e fisiologia;
2) Descrever o mecanismo da respiração e a importância do O2 no organismo;
3) Definir Parada Respiratória e listar suas causas;
4) Conceituar OVACE e listar suas causas;
5) Listar os sinais e sintomas de uma OVACE;
6) Descrever o uso correto dos equipamentos auxiliares utilizados para reanimação
respiratória;
7) Citar a importância da oxigenoterapia, riscos, uso correto do gás e dos
equipamentos.

Parada respiratória e oxigenoterapia

Técnicas de SBV

Antes de iniciar o estudo das técnicas para promover o suporte básico da vida, deve-se
lembrar de que, para o serviço pré-hospitalar, teremos no mínimo três tipos de pacientes:
 adultos: pessoas maiores que 8 anos;
 crianças; pessoas entre 1 ano e 8 anos; e
 lactentes: pessoas menores que 1 ano;
Para cada tipo de paciente existe uma técnica diferente. Podemos encontrar também
pacientes obesos e gestantes onde as técnicas sofrem algumas alterações.
Além do tipo de paciente temos outros fatores que influenciam na técnica, como o
número de socorristas e a qualificação (leigo ou treinado). Sendo assim, temos que ficar muito
atentos nas diferenças para aplicar a técnica certa para o paciente certo.

Abertura das vias aéreas

Hiperextensão cervical Abertura mandibular

Casos clínicos Casos traumáticos

A abertura de vias aéreas deve ser feita conforme o tipo de situação. A manobra de
hiperextensão da cervical só pode ser utilizada em casos clínicos e sem nenhuma suspeita de
lesão na cervical. A manobra de abertura mandibular é utilizada quando o paciente foi vítima de
trauma e em casos clínicos onde há suspeita de lesão na cervical.

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Checagem das VA's

A checagem das vias aéreas é feita em casos de obstrução ou quando o


ar não passa nas tentativas de ventilações. Consiste em ver e retirar objetos que
estejam impedindo a passagem do ar após a inconsciência do paciente.
- Adulto: pinça às cegas;
- Criança: pinça somente se visualizar o objeto;
- lactente: pinça com dedo mínimo somente se ver o objeto.
Ventilações

As ventilações devem durar 1,5 a 2 segundos;


Boca a boca e nariz: Lactentes;
O socorrista deve selar sua boca na boca e nariz do lactente.

Boca a boca: crianças e adultos

A boca do socorrista deve selar a boca do paciente e as narinas devem


ser seladas com os dedos do socorrista em forma de pinça para impedir a
saída do ar pelo mesmo.
Boca máscara: todos
A boca máscara permite que o socorrista e a vítima não tenham
contato com a boca evitando contaminação de ambos. As máscaras
têm tamanhos variados que se adaptam a cada idade de pacientes.
Algumas possuem válvula de entrada para O2, o que potencializa a
eficácia da ventilação.

Uso do ambu e colocação da cânula

O Ambu é um ventilador mecânico manual onde é necessário o uso da cânula a fim de


evitar a obstrução das VA pelo relaxamento do músculo da língua. A mensuração da cânula é
feita do canto da boca até o lóbulo da orelha em adultos e crianças e do canto da boca até a
mandíbula do lactente. A cânula deve ser colocada em adulto com a extremidade contra o palato,
girando-a em 180º; criança e lactente com a extremidade contra a língua, sem giro.

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Verificação de pulso

O pulso mais utilizado para verificação de PCR em adultos


e crianças é o carotídeo. Para verificar o pulso localize a
cartilagem da tireoide e coloque a ponta dos dedos (indicador e
médio) ao lado deste ponto, deslize os dedos no sulco entre a
traqueia e o músculo lateral do pescoço mais próximo a você e
sinta o pulso. Deve-se sempre verificar o pulso do mesmo lado que
se está para não obstruir as VA.

Em lactentes o pulso mais palpável é o braquial que


achamos colocando dois dedos na região medial interna
pressionando contra o úmero.

Revisão do sistema respiratório

Promove a troca de ar,


introduzindo o oxigênio e expelindo o
dióxido de carbono. Este oxigênio é
deslocado para o sangue, enquanto o
dióxido de carbono é removido. O
sistema respiratório e o sistema
circulatório são intimamente ligados,
pois é o sangue que leva o oxigênio até
as células e capta o gás carbônico para
levá-lo até o pulmão a fim de realizar a
troca por oxigênio e trocar por gás
carbônico nas células novamente.

O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas inferiores e superiores. Sendo estas
compostas basicamente por:
- Vias aéreas superiores: cavidade oral, língua, faringe, laringe e parte da traqueia;
- Vias aéreas inferiores: parte da traqueia, brônquios e bronquíolos.

Fisiologia da respiração

Inspiração

Durante a inspiração o diafragma e os músculos intercostais se contraem. Quando o


diafragma se contrai, movendo-se para baixo, aumentando a cavidade torácica. Quando os
músculos intercostais se contraem, elevam as costelas e estas ações se combinam para aumentar
a cavidade torácica em todas as dimensões, os pulmões são puxados com ela, que se expande.

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Troca gasosa
Com o pulmão cheio de ar oxigenado ocorre a troca gasosa. É retirado do sangue que está
nos capilares do pulmão o dióxido de carbono e é colocado o oxigênio. Por isso no momento da
inspiração o ar sai com menos oxigênio e mais dióxido de carbono.

Expiração

O diafragma e os músculos intercostais se relaxam e


a cavidade torácica diminui de tamanho em todas as
dimensões. À medida que a cavidade torácica diminui, o ar
nos pulmões é pressionado em um espaço menor, a pressão
interna aumenta e o ar é empurrado através da traqueia para
o exterior.

Importância do oxigênio no organismo

O oxigênio é o combustível que as células humanas utilizam para gerar energia. Sem ele
elas morreriam. Quando elas utilizam o oxigênio para gerar energia produzem como resíduo o
dióxido de carbono que é liberado na expiração.
O ar atmosférico contém cerca de 21% de oxigênio. Quando respiramos não consumimos
toda essa porcentagem. Inspiramos 21% e expiramos 16% de oxigênio mais dióxido de carbono.
O gás oxigênio é bastante tóxico, embora ele seja essencial para a manutenção da vida,
por ser utilizado pelos organismos que obtêm energia por meio da respiração aeróbica. No
entanto, a vida só é possível se a sua concentração na atmosfera não exceder os atuais 21%. O
oxigênio é altamente reativo e, nos organismos vivos, o seu excesso resulta em radicais livres
que roubam elétrons de outros elementos, causando assim a sua oxidação. Isso provoca
alterações nos componentes celulares e, consequentemente, nos tecidos que constituem esse
organismo, impossibilitando assim o seu funcionamento normal e a sua sobrevivência.

Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranho - OVACE

São obstruções de vias aéreas causadas por corpos estranhos. Podem ser totais,
impedindo totalmente o ar de passar, ou podem ser parciais, quando permite uma pequena
entrada e saída de ar.

Causas de obstrução

✔ língua (“engolir a língua”);


✔ epiglote (devido a inspirações sucessivas);
✔ corpo estranho (ex.: alimento);
✔ danos aos tecidos (ex.: ferimentos nas vias aéreas superiores);

As obstruções que podem ser tratadas no atendimento pré-hospitalar são somente os


causados por objetos que possam ser expelidos, ou seja, OVACE, obstrução de vias aéreas por
corpos estranhos. Em uma obstrução clínica o socorrista fica limitado pois a intervenção deverá
ser invasiva, procedimento para qual o socorrista não é habilitado.

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Sinais de obstrução grave

✔ Sinal universal de asfixia; ---------------->


✔ Incapacidade para falar;
✔ Tosse fraca e ineficaz;
✔ Sons inspiratórios agudos ou ausentes;
✔ Dificuldade respiratória crescente;

✔ Pele cianótica;
✔ Em lactente agitação extrema dos braços e cabeça.

Tratamento para OVACE

Existem técnicas diferentes para tratar OVACE em adultos, crianças e lactentes.


Para adultos e crianças utilizamos a Manobra de Heimlich. A manobra de Heimlich
consiste em comprimir a região abdominal do paciente com obstrução total ou parcial, na região
média dos quadrantes superiores, com o objetivo de expelir o objeto.
A manobra de Heimlich é utilizada em adultos e crianças, com diferença de mensuração
no ponto de compressão e para pacientes conscientes e inconscientes.
Já para tratar OVACE em lactentes, a técnica muda consideravelmente. Usam-se
compressões torácicas e tapagens no tórax posterior.

Técnicas para tratamento de OVACE

Manobra de Heimlich
- Pacientes conscientes - O socorrista deve se apresentar e pedir
permissão para ajudar, se posicionando atrás do paciente, com a perna que
tem menos força para trás e a que tem maior força fica entre as pernas do
socorrista levemente semiflexionada.
Essa posição favorece o socorrista no momento em que o paciente
perder a consciência, pois ele cairá sobre a perna com maior força, tendo o
socorrista base para colocá-lo no chão.

Se o paciente for uma criança, o socorrista pode se ajoelhar ou colocá-la em uma


superfície mais alta.
O próximo passo é retirar as mãos do paciente do pescoço e abrir espaço para mensurar o
ponto de compressão. Há duas formas de mensuração:
1. dois dedos abaixo do processo xifoide para adultos e um dedo para crianças.
2. procurar umbigo do paciente, colocar uma mão espalmada horizontalmente e dedos
unidos do umbigo para cima. O ponto e logo acima da mão espalmada. Não utilizar essa técnica
em criança.

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Localizando o ponto de compressão coloca-se uma mão


fechada é colocada com a protuberância formada pela articulação
proximal do dedo polegar contra o ponto já localizado, a outra mão irá
espalmada atrás da mão fechada.
O movimento é enérgico, de sentido horizontal ascendente contra
o ponto de compressão. Aplica-se menos força em crianças.

A aplicação das compressões deve ser efetuadas até que o paciente desengasgue perca a
consciência. Em gestantes com gravidez avançada e pacientes obesos as compressões são
realizadas no tórax.

Pacientes inconscientes ou que perdem a consciência

O paciente deve ser colocado em posição supina. Depois de


posicionado o paciente, o primeiro passo é a checagem das VA. Abrem-se as
VA, procura-se o objeto e mesmo que não veja, realiza a busca às cegas em
adultos. Em crianças e lactentes só se retira se visualizar o objeto. Realize
duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e ventile novamente.

Após as ventilações verifique pulso, se houver, ventile 12x verifique o pulso novamente.
Ventile até que a pessoa retorne ou evolua para uma PCR. Se o paciente entra em PCR, inicie
RCP.

Tapotagens e compressões torácicas

Pacientes conscientes

Em pé ou sentado, o socorrista posiciona busca sinais de obstrução


grave, se confirmada à obstrução, o socorrista posiciona o lactente em seu
antebraço, em decúbito ventral, colocando seu braço entre as perninhas. Seu
braço trava uma das pernas contra o tórax, sem pressionar demais. A cabeça
do lactente deve estar levemente mais baixa que o nível do corpo para facilitar
a saída do corpo estranho. A mão deve servir de apoio à cabeça. Nesta
posição o socorrista deverá aplicar cinco tapotagens no centro das escápulas
do lactente.
O socorrista deve virar o lactente em decúbito ventral,
Inclinando levemente a cabeça para baixo, até o ponto que fique
um pouco mais baixa que o corpo. Nessa posição o socorrista
inicia as tapagens.
Após aplicar as tapagens, o socorrista deve virar o
lactente em decúbito ventral, com o mesmo método anterior,
aplicando 5 compressões torácicas.

Para mensurar o ponto de compressão, colocam-se os dedos indicadores e médio um dedo


abaixo da linha dos mamilos, em cima do osso esterno. As compressões feitas com os dedos
indicador e médio, de modo que atinja a profundidade de 1,5 a 2 cm.

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Pacientes inconscientes

Se o paciente está inconsciente ou perde a consciência durante a manobra, o socorrista


deve verificar primeiro as VA, abrindo a boca do lactente. Se visualizar algum objeto retirar com
o dedo mínimo. Não fazer a busca às cegas.
Aplique duas ventilações. Se o ar não passa, reposicione a cabeça e aplique mais duas
ventilações. Verifique pulso. Ventile até voltar ou entrar em PCR. Se entrar em PCR inicie RCP.

Equipamentos para reanimação respiratória

✔ Ambu;
✔ Máscara de para ventilação;
✔ Reanimadores manuais
(Ambu);
✔ Cânulas orofaríngeas;
✔ Aspiradores portáteis;
✔ Cilindros de O2.

Coloque aqui as definições de cada equipamento:

Reanimadores manuais (Ambu): equipamento destinado a estabelecer ventilação


artificial manual. Composto de bolsa, válvula e máscara, garantindo assim eficiente
insuflação de ar e maior concentração de oxigênio para a vítima. Equipamento disponível
nos tamanhos adulto e infantil.
Máscara de ventilação: cumpre a mesma função do Ambu porém a ventilação não é
feita mecanicamente, é feita através do sopro do socorrista que envia ar até os pulmões da
vítima.
Cânulas orofaríngeas ou Cânulas de Guedel: equipamento destinado a garantir a
permeabilidade das vias áreas em vítimas inconscientes devido à queda da língua contra as
estruturas do palato, promovendo a passagem de ar através da orofaringe. Possui vários
tamanhos.
Aspiradores portáteis: destinado à aspiração de secreções da cavidade oral, as quais
obstruem a passagem de oxigênio sendo indispensável uma unidade portátil e uma unidade
fixa na ambulância.
Cilindros de O2: unidade portátil destinada a dar suporte de oxigênio a vítima
acidentada no local da ocorrência inicial, com capacidade de 300 litros e fluxômetro a fim
de dosar a administração de 1 à 15 litros de oxigênio por minuto.
Oxímetro: aparelho eletrônico destinado à medição da saturação periférica de

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oxigênio.
Precauções no uso de oxigênio

✔ Nunca transfira ou misture gases de um cilindro para outro (transvazamento);


✔ O oxigênio facilita a combustão, portanto, mantenha-o afastado das fontes de
chama do local onde estiver sendo empregado. Nunca fume quando o estiver manipulando. Evite
o contato com óleos e graxas;
✔ Evitar batidas e quedas do cilindro. Um golpe mais forte que rompa a válvula
poderá fazer o cilindro ser impulsionado como um míssil;

Protocolos

Os protocolos são sequências pré-estabelecidas a fim de garantir eficácia plena no


atendimento realizado.
Serão apresentados protocolos de ventilações de resgate, OVACE consciente e
inconsciente. Todos os protocolos estão em forma e lista de checagem.

Check list: ventilação de resgate

1. Abra VA
2. Se não respira realize duas ventilações, se não passa reposicione a cabeça e ventile
novamente.
Se o ar não
Se o ar passa
passa
3. Inicie a
3. Mas o paciente continua não responsivo, verifique pulso.
inicie RCP
Se há pulso Se não há pulso
4. Se há pulso realize 12 ventilações
4. Inicie a inicie RCP
(adulto) ou 20 ventilações (criança ou lactente)
5. Verifique pulso novamente
6. Prossiga com os itens 4 e 5 até o paciente retomar a respiração ou entrar em PCR
7. Se retomar a respiração coloque em posição de recuperação e se entra em PCR realize
RCP

Obs.: A abertura de VA em pacientes sem suspeita de trauma é feita com a hiperextensão


cervical, em pacientes com suspeita de trauma é realizada a manobra modificada (mandibular).

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Pg. 37
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Avaliação da lição

Avaliação prática

- Formação de duplas;
- Realização das técnicas de SBV descritas abaixo;

- Clínico
Abertura de VA Técnicas VOS
- Trauma

Verificação de Pulso - Adulto e criança / lactente

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Módulo I - Unidade Didática 6

Parada Cardíaca e Prática de RCP

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Listar as principais patologias cardiovasculares;


2) Listar sinais de uma parada cardíaca;
3) Aplicar corretamente o tratamento ao nível de suporte básico as emergências
cardiovasculares;
4) Executar corretamente RCP em adulto, criança e bebê.

Parada cardíaca e prática de RCP

Principais patologias cardiovasculares

Infarto agudo do miocárdio

Quando uma área do músculo


cardíaco é privada de fluxo sanguíneo e de
oxigênio por oclusão ou rompimento dos
vasos arteriais destinados a nutri-lo, durante
um período prolongado, causando necrose
no tecido cardíaco.

Sinais e sintomas

Dor ou sensação de opressão no peito podendo irradiar-se para o queixo, braços,


antebraços, mandíbula e costas, com duração superior a 30 minutos;
Dor próxima à região epigástrica, podendo defini-la apenas como mal-estar gástrico;
✔ Queda de pressão arterial;
✔ Sinais de choque;
✔ Náuseas;
✔ Dificuldade respiratória;
✔ Sudorese;
✔ Fraqueza;
✔ Vômito;
✔ Falta de ar;
✔ Agitação;
✔ Parada cardíaca.

Zona de dor do IAM

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As regiões mais escuras apresentam maior dor que as regiões claras. Repare que há zona
de dor na região epigástrica (estômago).

Insuficiência cardíaca congestiva

A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) se dá quando o coração torna-se incapaz de


bombear uma quantidade adequada de sangue que possa satisfazer as necessidade de oxigênio e
de nutrientes dos tecidos.
A ICC é determinada pela congestão circulatória decorrente da diminuição da
contratilidade do miocárdio. Como consequência, o débito cardíaco torna-se insuficiente para
manter adequado o fluxo de sangue ao organismo, resultando em congestão vascular.

Sinais e sintomas
✔ Respiração ofegante e
ruidosa;
✔ Insuficiência respiratória;
✔ Tosse;
✔ Náuseas;
✔ Anorexia;
✔ Fadiga;
✔ Ansiedade e agitação;
✔ Inquietação;
✔ Edema no tornozelo;
✔ Edema no abdômen;
✔ Veias do pescoço distendidas;
✔ Cianose;
✔ O paciente insiste em ficar
sentado ou de pé.
Observação: na insuficiência cardíaca, não é frequente que a vítima apresente dor
torácica.

Tratamento pré-hospitalar para IAM e ICC

✔ Tranquilize o paciente;
✔ Coloque-o em posição de repouso, permitindo uma respiração mais confortável;
geralmente, na posição semi-sentada;
✔ Administre oxigênio suplementar;

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✔ Afrouxe roupas apertadas;


✔ Mantenha a temperatura corporal;
✔ Transporte o paciente, monitorando os sinais vitais.

Parada cardiorrespiratória - PCR

A parada cardiorrespiratória é definida como uma parada súbita de batimentos cardíacos


seguidos de parada de movimentos respiratórios ou vice-versa.

Causas de PCR

As causas da PCR são diversas: problemas respiratórios, neurológicos, traumáticos,


cardíacos, doenças crônicas, etc.

Sinais de PCR

Os sinais de PCR são: inconsciência, cianose, ausência de movimentos respiratórios, de


batimentos cardíacos, algor e pupilas dilatadas. Nem sempre são encontrados todos os sintomas,
pois alguns deles se manifestam algum tempo depois da parada. Uma pessoa com parada recente
pode não apresentar, por exemplo, algor e pupilas dilatadas.

Tratamento de PCR

A parada cardiorrespiratória é tratada através do procedimento de ressuscitação


cardiopulmonar, RCP. A RCP é sequências de procedimentos pré-estabelecidos por protocolos
específicos que visam à reversão da parada.

Ressuscitação cardiopulmonar – RCP

A técnica para tratamento de parada cardiorrespiratória é o a ressuscitação


cardiopulmonar – RCP. A RCP é composta por uma sequência de avaliações e procedimentos
que garantem um índice grande de sobrevida ao paciente parado até o acesso ao serviço
avançado.

Identificação de PCR

Em paciente não responsivo, coloca-se o mesmo em superfície rígida. Abre-se VAs,


realiza-se VOS. Se não respira, aplicam-se duas ventilações, verifica novamente. Não respirando,
verifica-se Pulso. Na ausência de pulso. Inicia-se RCP.
A RCP consiste em aplicar 2 ventilações para 30 compressões (30x2). Se o socorrista
estiver sozinho, ele efetuará as duas manobras. Se houver dois socorristas, um ventila e outro
realiza a compressão.

Mensuração do ponto de compressão torácica

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Adulto e Criança:

Contorne as costelas do paciente até


achar o processo xifoide, com a outra mão
coloque dois dedos acima (no osso esterno),
e novamente coloque a outra mão acima dos
dois dedos achando assim o ponto torácico.

Lactente: trace uma linha imaginária entre os mamilos,


coloque o dedo indicador sobre a linha imaginária retire e com o
dedo médio e anular terá identificado o ponto de compressão.
Antigamente, aplicava-se 15x2 em dois socorristas e 30x2
se estivesse sozinho. De acordo com um artigo publicado na
Revista Brasileira de Terapia Intensiva (2006), passou-se a
executar universalmente 30x2.

Posição da RCP

As mãos devem ser posicionadas ambas de frente para o paciente, uma sobra à outra,
cruzando os dedos. Os dedos da mão de cima puxam o dedos da mão de baixo, evidenciando a
região hipotenar. É a região hipotenar da mão de baixo que irá comprimir o ponto torácico.
Em crianças, utiliza-se somente uma mão, porém a região que deve comprimir o ponto
torácico também é a região hipotenar.

Adulto: mão unidas, dedos entrelaçados, região hipotenar da mão apoiado no ponto
torácico, os braços apoiados perpendicularmente ao corpo do paciente.
É importante ressaltar que a mão que vai fazer a maior força é a mão que estiver em
baixo. A mão de cima tem duas funções, fazer força e puxar os dedos da mão de baixo para cima,
a fim de garantir que somente a região hipotenar atuará na compressão.
Criança: com a região hipotenar de uma mão no ponto de compressão, apoiada
perpendicularmente ao corpo do paciente.
Lactente: dois dedos no ponto de compressão.

Outras orientações

As compressões torácicas devem ser rápidas e profundas:


Adulto - Deslocamento de 4 a 5 cm e frequência de aproximadamente 100 por minuto.
Criança - Deslocamento de 2,5 a 4 cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.

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Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.

Atenção: para realizar RCP, o paciente deve estar sobre superfície rígida. Um ciclo
de RCP é 30 compressões por duas ventilações.

Atendimento com um socorrista

Adulto 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2


Criança 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2
Lactente 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2

Atendimento com dois socorristas

Nos casos de RCP em criança ou lactente, quando houver dois socorristas, a frequência
deve ser de 10 ciclos de 15x2 (15 compressões por 2 ventilações). Após 2 minutos, reavalie.
Nos pacientes adultos, esta frequência não é alterada, ou seja, tanto com 1 ou 2
Socorristas, a frequência será sempre 30x2 (30 compressões por 2 ventilações).
Os 2 Socorristas devem inverter suas posições ao término dos cinco ciclos.

Protocolos de atendimento

Os protocolos são sequências pré-estabelecidas a fim de garantir eficácia plena no


atendimento realizado.
Serão apresentados protocolos de ventilações de resgate, OVACE consciente e
inconsciente, RCP, RCP para leigo. Todos os protocolos estão em forma e lista de checagem.

Check list: RCP adulto

Procedimento
1. Coloque o paciente em posição supina em superfície rígida
2. Abra VA
3. Se não respira, realize duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e
faça mais duas ventilações
Se o ar não
Se o ar passa
passa
4. inicie
4. Verifique pulso
imediatamente RCP.
Se não há pulso Se há pulso
5. mensure o ponto torácico e sele o 5. realize as ventilações de resgate até o
Ambu retorno da respiração ou PCR
6. Faça 30 compressões torácicas
7. Realize duas ventilações com o Ambu
Caso em 2 socorristas, um comprime e o outro ventila.
8. Realize o procedimento 7 e 8 mais quatro vezes (5 ciclos no total)
9. A cada cinco ciclos realizar VOS e verificar pulso.

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Check list: RCP criança ou lactente

Procedimento
1. Coloque o paciente em posição supina em superfície rígida
2. Abra VA
3. Se não respira, realize duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e
faça mais duas ventilações
Se o ar não
Se o ar passa
passa
4. Inicie RCP
4. Verifique pulso
imediatamente.
Se não há pulso Se há pulso
5. mensure o ponto torácico e sele o 5. realize as ventilações de resgate até o
Ambu retorno da respiração ou PCR
6. Se em 2 socorristas realize 15 compressões por duas ventilações. Se 1 socorrista
realiza 30 compressões por 2 ventilações.
7. Se em 2 socorristas realize o procedimento 7 e 8 mais nove vezes (10 ciclos no
total) e se em 1 socorrista realize mais quatro vezes (5 ciclos no total).
8. a cada fim de 10 ou 5 ciclos realizar voz e verificar pulso, se não retorna.

Obs.: RCP em lactente com 1 ou 2 socorristas: 30 x 2 - 5 ciclos

Check list: RCP leigo

1. Confirme inconsciência
2. Verifique pulso
3. Se não houver pulso, acione o SEM.
4. Se possuir EPI, coloque-os.
4. mensure o ponto torácico e inicie as compressões sem interrupções, rápidas e
profundas, num ritmo de 100 compressões por minuto.
5. Faça RCP até a chegada do SEM ou a exaustão do socorrista.

Considerações finais

O estudante deve ter em mente que a mudança de paciente implica muitas vezes na
mudança da técnica, mesmo que o procedimento seja o mesmo.
Exemplos:
✔ Ao verificar pulso, o socorrista deve verificar o carotídeo em adultos e crianças e
braquial nos lactentes.

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✔ Ao aplicar RCP, deve mensurar igualmente em adultos e crianças através do


processo xifoide e em lactentes mensurar pela linha dos mamilos. Além de ter o cuidado de
colocar duas mão em adultos, uma em crianças e dois dedos em lactentes.
Quando o socorrista está de folga e se depara com uma emergência, deve lembrar-se de
acionar o socorro antes de iniciar qualquer procedimento, se houver mais pessoas perto, ele pode
solicitar a alguém enquanto inicia os procedimentos.

Se você inicia os procedimentos sem acionar o SEM, quem vai socorrer vocês?

As técnicas de suporte básico da vida são complexas, pois envolvem mudanças de


prioridades a cada momento. A única maneira de realizá-las com eficiência é conhecendo-as, e
para conhecê-las o aluno deve TREINAR, TREINAR e TREINAR. Além de sempre acompanhar
as mudanças.

Bases tecnológicas

Mensuração ponto de
- adulto e criança
compressão e aplicação
Tapagens, compressões e
- lactente
aplicações.
Mensuração ponto - adulto e criança
compressão RCP - lactente
- adulto
Posição socorrista RCP - criança
- lactente
Posição de recuperação - adulto e criança

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Avaliação da lição

a) Qual a primeira atitude que se deve tomar ao se deparar com uma pessoa
inconsciente? E as outras duas seguidas?
R: Abrir vias aéreas, realizar e verificar Pulso.
b) Explique a corrente da sobrevivência, e diga qual o objetivo de sua criação.
R: É uma sequência de passos a serem seguidos em caso de Parada Cardíaca, onde
se forem seguidos rapidamente aumentam a chance de sobrevida do paciente. Seu objetivo é
justamente aumentar a chance de sobrevivência das pessoas que foram acometidas por parada
cardiorrespiratória.
c) Quais são os motivos pelos quais as técnicas podem sofrer variações.
R: Pela idade dos pacientes, por serem obesos ou apresentarem gestação.
d) Qual as técnicas de abertura de VA específicas para casos clínicos e traumáticos?
R: Em casos clínicos aplicamos a técnica da Hiperextensão da cervical, já para casos
traumáticos utilizamos a manobra de tração mandibular.
e) Descreva as diferenças da varredura digital nos adultos, crianças e lactentes.
R: A varredura digital em adultos e crianças é feita com o dedo indicador ou médio
dependendo da necessidade e do tamanho da VA.
f) Onde é o local que mais comumente se verifica o pulso em adultos e crianças em
suspeita de PCR? E em lactentes?
R: A verificação de pulso em adultos e crianças com suspeita de PCR é no ponto
carotídeo, já no lactente é na região braquial.
g) Defina OVACE e cite suas possíveis causas.
R: OVACE é obstrução das vias aéreas por corpos estranhos, pode ser causado pela
epiglote, secreções, ou pequenos objetos que impedem a passagem do ar, como por exemplo,
os alimentos.
h) Quais as duas técnicas apresentadas para o tratamento de OVACE.
R: Manobra de Heimlich para adultos e crianças e tapagens e compressões torácicas
para lactentes.
i) Defina PCR e cite suas possíveis causas.
R: PCR é parada cardiorrespiratória é ocasionada por doenças cardíacas, traumas,
choques elétricos, etc.
j) Qual a técnica em nível de suporte básico apresentada parta o tratamento de PCR.
R: A técnica para tratamento de PCR em nível de suporte básico é a RCP, que
consiste em aplicar compressões torácicas e insuflações no paciente.
k) Descreva a mensuração do ponto de compressão para adultos, crianças e lactentes.
R: Adulto e Crianças: contornando as costelas, ache o processo xifoide, com a outra
mão meça dois dedos acima e, logo acima coloque a região hipotenar da outra mão. Esse ponto
deverá estar em cima do osso esterno do paciente.
Lactentes: trace uma linha imaginária entre os mamilos, faça a compressão no centro do
peito um dedo abaixo dessa linha imaginária.
l) Como deve ser a aplicação das compressões em cada um dos pacientes?
R: As compressões torácicas devem ser rápidas e profundas:
Adulto - Deslocamento de 4 a 5 cm e frequência de aproximadamente 100 por minuto.
Criança - Deslocamento de 2,5 a 4 cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.
Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e frequência de no mínimo 100 por minuto.

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Módulo I - Unidade Didática 7

Hemorragias e Estado de Choque

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Descrever o funcionamento do sistema circulatório, bem como sua importância e
nomenclatura básica.
2) Demonstrar os métodos para o controle de hemorragias.
3) Descrever o procedimento a ser aplicado para hemorragia interna.
4) Definir estado de choque.
5) Descrever os mecanismos fisiopatológicos do choque.
6) Diferenciar os principais tipos de choque.
7) Identificar os principais sinais e sintomas.
8) Executar corretamente o tratamento pré-hospitalar no estado de choque.

Hemorragias e estado de choque

Sistema Circulatório
É um sistema fechado, composto pelo sangue,
coração e por uma rede de tubos denominados
artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias.
As principais funções do sistema
circulatório são:
✔ fornecer oxigênio, substâncias
nutritivas e hormônios aos tecidos;
✔ transportar produtos finais do
metabolismo, como CO2 e ureia até os órgãos
responsáveis por sua eliminação; e
✔ termo regulação do organismo.

Sangue

O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida), glóbulos
vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.

O sangue é composto por:


✔ Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os
produtos de degradação para os órgãos excretores.
✔ Glóbulos vermelhos: Fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio.
✔ Glóbulos brancos: Atuam na defesa do organismo contra as infecções.
✔ Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sanguíneos, necessários
para estancar o sangramento.

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Coração
É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que
funciona como uma bomba contrátil e propulsora do
sangue.
As camadas musculares do coração são formadas
por três camadas:
- miocárdio: camada média determina a sístole e a
diástole cardíaca;
- endocárdio: camada de revestimento interno;
- epicárdio: camada de revestimento externo.

Para o coração realizar sua função de bombeamento de sangue, efetua movimentos de


contração e relaxamento da musculatura das suas cavidades:
✔ Sístole: período de contração dos ventrículos, para expulsar o sangue proveniente
dos átrios para as artérias pulmonares e aorta;
✔ Diástole: período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de contração
dos átrios, permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os ventrículos.

Vasos sanguíneos

São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída por
artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as arteríolas, vênulas
e capilares.

Hemorragia

Hemorragias ou sangramentos significam a mesma coisa, ou seja, sangue que escapa de


vasos sanguíneos. A hemorragia poderá ser interna ou externa.

Hemorragia interna

A hemorragia interna não é visível, por isso geralmente é grave. O socorrista deve estar
atento aos sintomas, pois é de difícil avaliação. Como na hemorragia interna não se consegue
realizar hemostasia, o socorrista deve tomar outros cuidados com o paciente, como posição de
transporte confortável e oxigeno terapia, tudo isso para prevenir o choque hipovolêmico.

Sinais e sintomas de hemorragias internas

✔ Agitação;
✔ Palidez;
✔ Sudorese intensa;
✔ Pele fria e pegajosa;
✔ Taquicardia;
✔ Hipotensão;
✔ Sede;
✔ Fraqueza;

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✔ Saída de sangue ou fluídos pelo nariz e/ou pavilhão auditivo externo;


✔ Vômito ou tosse com presença de sangue;
✔ Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais;
✔ Sangramento pelas genitálias;

Tratamento de hemorragias internas

✔ garantir a permeabilidade das vias aéreas;


✔ coloque o paciente deitado e eleve as pernas cerca de 20 cm;
✔ Mantenha a temperatura corporal;
✔ Não de nada de comer nem beber;

Hemorragia externa

A hemorragia externa é visível, facilitando sua avaliação e tratamento. Dentro da


hemorragia e externa há a classificação anatômica das hemorragias:

Hemorragia capilar: o sangue sai lentamente dos vasos


menores.
Hemorragia arterial: hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil
e de cor vermelho vivo.
Hemorragia venosa: hemorragia onde o sangue sai lento e
contínuo, com cor vermelha escuro.

Métodos de hemostasia

A hemostasia consiste em conter a hemorragia externa não oriunda de orifícios naturais.


Para promover a hemostasia deve-se fazer a compressão direta sobre o ferimento, elevar o
membro, e comprimir o ponto arterial próximo da lesão. As três técnicas podem ser utilizadas
combinadas em caso de hemorragia severa.

Alguns cuidados devem ser observados:

✔ Utiliza-se primeiramente a Pressão direta


pressão direta, se não for suficiente, eleve o
membro, e se ainda assim não for suficiente
comprima o ponto arterial, utilizando as três
técnicas combinadas;
✔ na pressão direta, nunca retirar
o campo já colocado, para evitar que a

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hemorragia retorne; Elevação membro


✔ Nunca retire objetos
encravados, exceto nas bochechas;
✔ Sangramentos por orifícios
naturais não devem ser oclusos. Eles se
referem às hemorragias internas. Caso o
socorrista oclua o sangramento, ele não vai
realizar hemostasia, mas sim forçando o
sangue a procurar uma cavidade para se alojar, Compressão do ponto arterial
causando maiores danos ao paciente;
✔ A hemorragias pode levar o
paciente a choque hipovolêmico, portanto
deve-se sempre estar atento aos sinais e
sintomas.

A hemostasia consiste em conter a hemorragia externa não oriunda de orifícios naturais.


Para promover a hemostasia deve-se fazer a _______________ sobre o ferimento,
_______________, e _______________________________ próximo da lesão. As três técnicas
podem ser utilizadas combinadas em caso de hemorragia severa.

Alguns cuidados devem ser observados:

✔ Utiliza-se primeiramente a pressão direta, se não for suficiente, eleve o membro, e


se ainda assim não for suficiente comprima o ponto arterial, utilizando as três técnicas
combinadas;
✔ na pressão direta, nunca retirar o campo já colocado, para evitar que a hemorragia
retorne;
✔ Nunca retire objetos encravados, exceto nas bochechas;
✔ Sangramentos por orifícios naturais não devem ser oclusos. Eles se referem às
hemorragias internas. Caso o socorrista oclua o sangramento, ele não vai realizar hemostasia,
mas sim forçando o sangue a procurar uma cavidade para se alojar, causando maiores danos ao
paciente;
✔ A hemorragias pode levar o paciente a choque hipovolêmico, portanto deve-se
sempre estar atento aos sinais e sintomas.

Estado de choque

Definição de estado de choque

O estado de choque é uma reação do organismo a uma condição em que o sistema


circulatório não é eficiente, por algum motivo.
A função do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e nutrientes para todas
as partes do corpo. Quando esse processo é falho ou insuficiente, o organismo utiliza
mecanismos para evitar a falta do sangue nos órgãos vitais, desviando assim o fluxo normal da
circulação.

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Tipos de choque

Choque hemorrágico: É o choque causado pela perda de sangue e/ou pela perda de
plasma.
Choque cardiogênico: É o choque cardíaco. Este choque é causado pela falha do
coração no bombeamento sanguíneo para todas as partes vitais do corpo.
Choque neurogênico: É o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a vítima sofre
um trauma e o sistema nervoso não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos vasos
sanguíneos. O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dos
vasos sanguíneos dilatados.
Choque anafilático: É o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma pessoa entrar
em contato com determinada substância da qual é extremamente alérgica, por exemplo,
alimentos, medicamentos, substâncias inaladas ou em contato com a pele. O choque anafilático é
o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida.
Choque séptico: É o choque da infecção. Micro-organismos lançam substâncias
prejudiciais que provocam uma dilatação dos vasos sanguíneos. O volume de sangue torna-se
insuficiente para preencher o sistema circulatório dilatado.
Choque psicogênico: Algo psicológico afeta a vítima. O sangue drena da cabeça e se
acumula no abdome causando desmaios.
Choque metabólico: Choque insulínico, coma diabético, vômito, diarreia ou outras
condições que causem perdas de líquidos e alteração no equilíbrio bioquímico do corpo.

Sinais e sintomas do estado de choque

- pele opaca - astenia


- pele fria e úmida - diaforese
- sede - respiração rápida e superficial
- taquicardia - cianose
- hipotensão - náuseas
- tontura - alterações na consciência
- respiração superficial e irregular

Tratamento pré-hospitalar

✔ SBV;
✔ Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
✔ Em caso de gestação, dificuldade respiratória, lesão torácica adotar posição semi-
sentada;
✔ Afrouxar roupas apertadas;
✔ Controle qualquer hemorragia externa;
✔ Imobilização das fraturas;
✔ Manter a vítima aquecida;
✔ Manter a vítima imóvel;
✔ Eleve os MMII a 20/30 cm acima do nível do coração. (exceto em TCE, AVC ou
lesões nos MMII);
✔ Não administrar qualquer substância ou líquido via oral;
✔ Encaminhar ao hospital.

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Avaliação da lição

1. Quais os três métodos de controle de hemorragia externa?


R: Pressão direta, elevação do membro e compressão do ponto arterial.
2. O que não se deve fazer quando há sangramento em orifícios naturais? Do que
suspeitar nesse casos?
R: não impedir a saída do sangramento, ou seja não realizar a hemostasia, somente
limpar. Deve-se suspeitar de hemorragia interna.
3. Defina Estado de choque.
R: É uma falha no sistema circulatório.
4. Indique os sinais e sintomas mais comuns do estado de choque.
R: Palidez, sudorese, astenia, cianose, pele fria e pegajosa, pulso rápido e fraco,
agitação, etc.

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Módulo I - Unidade Didática 8

Intoxicação e Envenenamento

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:


1) Definir intoxicação e envenenamento;
2) Identificar as formas mais comuns de envenenamento;
3) Descrever os tratamentos básicos, ao nível de suporte básico das vítimas
envenenadas;

Intoxicação e Envenenamento

Definimos intoxicação ou envenenamento como uma emergência médica causada pela


absorção de agentes, que por suas características e quantidade, produzem danos ao organismo ou
risco de vida às pessoas.
Uma substância tóxica pode entrar no organismo por quatro diferentes formas:
✔ Ingestão;
✔ Absorção através da pele;
✔ Inalação;
✔ Injeção.

Vias de intoxicações

Intoxicações por ingestão

Nos casos onde é possível a ingestão de venenos, o Socorrista deve tentar obter o máximo
de informações e o mais rápido possível. Logo após a avaliação inicial, deve-se verificar se no
local existem recipientes, líquidos derramados, cápsulas, comprimidos, substâncias venenosas ou
qualquer indício que permita identificar a substância ingerida.

Sinais e sintomas

✔ Queimaduras ou manchas ao ✔ Formação excessiva de saliva


redor da boca (caso de substâncias líquidas) ou espuma na boca;
✔ Odor inusitado no ambiente, ✔ Dor abdominal;
no corpo ou nas vestes do paciente; ✔ Náuseas;
✔ Respiração anormal; ✔ Vômito;
✔ Pulso anormal; ✔ Diarreia;
✔ Sudorese; ✔ Convulsões;
✔ Alteração do diâmetro das ✔ Alteração do estado de
pupilas; consciência, incluindo a inconsciência.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Mantenha as VA permeáveis;

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✔ Caso tenha disponível, ofereça carvão ativado (observe protocolo local);


✔ Induza vômito somente se o socorrista tiver certeza que a substância ingerida não
é corrosivas ou irritantes e derivados de petróleo;
✔ Nunca induzir o vômito em pacientes inconscientes ou em convulsão;
✔ Guarde em saco plástico toda a substância eliminada através de vômito pelo
paciente;
✔ Transporte com monitoramento constante.

Frente aos venenos, em geral, o socorrista fica muito limitado e necessita de antídotos
específicos, portanto o transporte deve ser rápido.

Intoxicações por inalação

São aquelas provocadas por gases ou vapores tóxicos (Ex: gases produzidos por motores
a gasolina, solventes, gases industriais, aerossóis, etc.).
Auxilie o paciente somente após certificar-se que a cena está segura. Acione socorro
especializado e utilize os EPIs necessários.
Uma ação importante a tomar é obter informações do próprio paciente e de testemunhas,
tentando identificar o tipo de gás venenoso inalado.

Sinais e sintomas

✔ Respirações superficiais e rápidas;


✔ Pulso rápido ou lento;
✔ Dificuldade visual;
✔ Tosse;
✔ Secreção nas VA.

A absorção da substância tóxica por inalação pode também produzir os sinais e sintomas
descritos nas intoxicações por ingestão.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Remova o paciente para um local seguro. Se necessário, remova as roupas do


paciente;
✔ Mantenha as VA permeáveis;
✔ Avalie e, se necessário, realize manobras de reanimação (não faça boca a boca,
utilize o reanimador manual ou máscara de proteção);
✔ Administre oxigênio suplementar.

Intoxicações por contato

São causadas por substâncias tóxicas que penetram através da pele e das mucosas, por
meio de absorção. Algumas vezes estas intoxicações provocam lesões importantes na superfície
da pele, outras, o veneno é absorvido sem dano algum. A maioria dos tóxicos absorvidos são
substâncias químicas de uso comum e plantas.

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Brigadista Particular

Sinais e sintomas

✔ Reações na pele, que podem variar de irritação leve até o enrijecimento e


queimaduras químicas no local;
✔ Inflamação;
✔ Coceiras (pruridos) e ardência na pele;
✔ Aumento da temperatura da pele.

A absorção dos tóxicos por contato pode produzir os sinais e sintomas descritos
anteriormente na intoxicação por ingestão.

Tratamento pré-hospitalar

Para atender estes pacientes, o socorrista deve usar além dos EPI s básicos, proteção para
a sua roupa.
✔ Remova o paciente para local seguro. Se houver condições de segurança para tal;
✔ Remova as roupas e os calçados contaminados e lave a área de contato com muita
água corrente (mínimo de 15 minutos);
✔ Guarde os materiais e roupas em sacos plásticos próprios;
✔ Transporte com monitoramento constante.

Intoxicações por injeções

As picadas de aranhas, de serpentes e por ferrões de insetos são as maneiras como o


veneno de origem animal é injetado em nosso corpo. Outras formas: agulhas hipodérmicas com
medicamentos, drogas contaminadas com substâncias tóxicas ou overdose de drogas.

Sinais e sintomas

✔ Picadas ou mordidas visíveis na pele.


✔ Podem apresentar dor e inflamação no local;
✔ Ardor na pele e prurido (coceira);
✔ Choque alérgico;
✔ Hemorragias;
✔ Parada respiratória e/ou cardíaca.

A absorção dos tóxicos por injeção pode também produzir os sinais e sintomas descritos
anteriormente na intoxicação por ingestão.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Previna o choque;
✔ Nas picadas de inseto (com ferrão preso na pele), raspe no sentido contrário para
evitar a injeção do mesmo no corpo;
✔ Monitore constantemente o paciente e esteja preparado para uma parada
respiratória e/ou cardíaca;

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Brigadista Particular

✔ Transporte imediato para o hospital.

Acidentes ofídicos

Ocorrência bastante comum, principalmente na zona rural, tem sinais e sintomas que
variam bastante de acordo com o gênero do animal (serpente).

Sinais e Sintomas

✔ Marca dos dentes na pele;


✔ Dor local e inflamação;
✔ Pulso acelerado e respiração dificultosa;
✔ Debilidade física;
✔ Problemas de visão;
✔ Náuseas e vômito;
✔ Hemorragias.

Tratamento Pré-Hospitalar

✔ Mantenha o paciente calmo e deitado, removendo-o do local do acidente;


✔ Lave com água e sabão o local da picada;
✔ Retire anéis, braceletes e outros materiais que restrinjam a circulação na
extremidade afetada;
✔ Mantenha o membro afetado elevado ou no mesmo nível do coração;
✔ Previna o choque;
✔ Transporte com monitoramento constante, e caso necessário, realize manobras de
reanimação.

Somente o soro cura intoxicação provocada por picada de cobra, quando aplicada de
acordo com as seguintes normas:
✔ Soro específico;
✔ Dentro do menor tempo possível;
✔ Em quantidade suficiente.

O socorrista deve considerar todas as picadas como venenosas até que se prove o
contrário. Se for treinado para tal e houver tempo e condições, conduza o espécime que provocou
a lesão para avaliação e identificação da espécie.

Restrições

Não faça curativo ou qualquer tratamento caseiro;


✔ Não corte nem fure o local da picada;
✔ Não ofereça bebidas alcoólicas;
✔ Não faça torniquete.

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Avaliação da lição

1) Cite as quatro vias de intoxicação e crie um exemplo por cada.

2) Procure na internet o que é o CIT. E pesquise o telefone do CIT-SC.

3) O que fazer e o que não fazer em um envenenamento?

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Módulo I - Unidade Didática 9

Ferimentos em Tecido Mole e Uso de Bandagens e Ataduras

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Definir os principais tipos de ferimentos;
2) Descrever os procedimentos básicos usados no cuidados de feridas;
3) Executar corretamente a aplicação da bandagem e ataduras;

Ferimentos em Tecidos Moles e uso de bandagens e ataduras

Classificação dos Ferimentos - Tipos de ferimentos e cuidados básicos

Ferimento aberto
É aquele onde existe uma perda de continuidade da superfície
cutânea

Ferimento fechado
Ocorre quando a lesão é abaixo da pele, porém não existe perda da
continuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta.

Abrasões ou escoriações

Descrição
Lesões superficiais, com sangramento discreto, muito dolorosos,
popular “ralado”.
Observações
- geralmente não é grave;
- contaminação é a maior preocupação.

Tratamento

- limpar com soro fisiológico e gaze;


- proteger com curativo estéril umedecido;
- bandagens e ataduras.

Ferimentos incisivos
Descrição
Bordas regulares produzidas por objetos cortantes com fio, quando
unidas as pontas se unem facilmente.
Observações
Causam sangramentos variáveis que podem ser superficiais ou
profundos

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Tratamento
- hemostasia
- proteger com curativo estéril
- bandagens e ataduras

Lacerações

Descrição Observações Tratamento


-bordas irregulares; -causam sangramentos -hemostasia;
-produzidas por objetos variáveis; -proteger com curativo
rombo; -podem ser superficiais ou estéril;
-ao aproximar as profundos; -bandagens e ataduras;
extremidades não se unem;
-popular “rasgado”

Penetrantes ou perfurantes

Descrição
- danificam o tecido em linha transversal;
- são provocados por objetos pontiagudos e ermas de fogo.
Observações
- considerar lesões em órgão internos;
- uma ferida penetrante pode ser perfurante, quando há um
ponto de entrada e outro de saída.
Tratamento
- hemostasia;
- proteger o ferimento com curativo estéril;
- atadura e bandagens;
- não retirar objetos encravados.

Avulsões
Lesões que envolvem rasgos ou arrancamentos de uma grande parte da pele ou músculos

Observações:
- se estiver presa deve-se recolocar no local protegendo-o com
gaze umedecida para não contaminar.
Tratamento:
- hemostasia;
- proteger o ferimento com curativo estéril.

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Amputações

Descrição
- perda de um membro do corpo humano.
Observações
- pode ser desde a parte um dedo até uma perna ou braço.
Tratamento
- proteger o ferimento;
- procurar a parte amputada envolver em gaze estéril e colocá-
la em um plástico limpo e fechado.

Eviscerações

Descrição
- rompimento da musculatura do abdome
expondo as vísceras.
Observações:
Pode haver ou não exposição (quando sai da
cavidade abdominal);
- ferimento altamente contaminante.
Tratamento
- não lavar;
- proteger o ferimento e as vísceras;
- após protegidas colocar sobre o curativo
do abdome para manter o calor corporal.

Empalamento

Descrição
Tratamento
-encravamento em orifícios
naturais. -não retirar;
-estabilizar objeto.

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Contusões
Descrição Observações Tratamento

- ferimento fechado - podem romper - imobilização;


ocasionado por tecidos internos - prevenir o choque.
“batida”; causando hemorragias
- apresentam edema e internas.
hematoma.

Outros ferimentos

Trauma fechado de abdome

Sinais e sintomas
- Dor ou contração; Observações
- abdômen protegido; - nem sempre irá aparecer
- respiração rápidas e hematoma;
superficiais; - lesão produzida por cinto de
- abdômen sensível ou segurança de duas pontas
rígido; (foto).
- Tratar como contusão.

Couro cabeludo

Tratamento Observações
- suspeitar de lesão adicional no
- hemostasia (pressão direta); crânio e cervical.
- não aplicar pressão se existir
TCE;
- não lavar;
- realizar curativo.

Ferimento de face

Tratamento
Observações
- revisar a boca procurando corpos
estranhos ou sangue coagulado; - se for necessário transporte o
- manter VA permeáveis; paciente lateralizado para drenagem
- empurrar objetos penetrantes nade fluídos;
bochecha de dentro para fora; - suspeitar de lesões adicionais na
- mantenha a posição neutra dacabeça e pescoço.
cabeça.

Epistaxe (sangramento nasal)

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Tratamento Observações

- permeabilidade das VA; - não fletir a cabeça para trás;


- fletir a cabeça para frente; - se houver líquido.
- comprimir acima das cefalorraquidiano não impedir
fossas nasais (no septo). sua saída

Ferimento nos olhos

Tratamento

- não comprimir sobre os olhos;


- cobrir o olho lesado com gaze umedecida;
- estabilizar objetos encravados.

Observações

- cobrir os dois olhos.

Lesões de ouvido e orelhas

- não tentar remover objetos encravados - não realizar hemostasia se ela sair do
- não pressionar ouvido

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Ferimento no pescoço

Tratamento Observações

- aplicar pressão direta nas - não pressionar


hemorragias; demasiadamente;
- observar VA e respiração; - não comprimir ambos os lados
- deixar a cabeça em posição do pescoço;
neutra. - suspeitar de lesões adicionais
de crânio e cervical.

Ferimento nas genitálias

Tratamento Observações
- controlar ferimento com pressão direta; - em caso de o paciente estar com
- em contusões utilizar bolsa de gelo ou água fria; suspeita de ferimento na genitália
- não remover objetos transfixados; lembre-se de perguntar se ela não
- proteger partes avulsionadas com curativos estéril está no período menstrual.
umedecidos.

Como fazer um curativo

Materiais necessários para realizar um curativo

- Gaze;
- Atadura;
- Soro fisiológico;
- Bandagem triangular;
- Tesoura.

Objetivos de se fazer curativos

Contensão de hemorragias: o curativo bem feito auxilia na hemostasia.


Prevenção de contaminação: o curativos previne maior contaminação do ferimento que
fica menos tempo exposto contaminado (cena da ocorrência e/ou ambulância, contato com
secreções, etc.).

Como fazer um curativo

USE SEMPRE EPI's


Exponha o local da ferida;
Cubra o ferimento com gaze;
Fixe a gaze com ataduras de forma que fique firme e confortável;
Inicie fixando a atadura da região distal para a região proximal;
Não aperte demais para não trancar a circulação.

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Módulo I – Unidade Didática 10

Trauma Crânio Encefálico

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Revisar aspectos anatômicos e fisiológicos da cavidade craniana;


2) Descrever sinais e sintomas de vítima com TCE;
3) Descrever sinais e sintomas das principais lesões cranianas e encefálicas e
tratamentos.

Trauma crânio encefálico

Aspectos anatômicos da cavidade craniana

O sistema nervoso é composto pelo sistema nervoso central e sistema nervoso periférico,
veja:

A cavidade craniana comporta e protege o cérebro que é um órgão do sistema nervoso


responsável por enviar mensagens de funcionamento e controle para todos os outros órgãos do
corpo.

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Classificação dos traumas crânio encefálico

Classificação

Assim como em outras lesões, pode se encontrar traumas de crânio:


✔ aberto ou fechado;
✔ com fraturas ou sem fraturas.

Porém todas devem passar por uma avaliação rigorosa, pois qualquer uma delas pode
lesionar a massa encefálica. Os danos no cérebro é que vão identificar a gravidade da lesão.
As lesões podem ser classificadas como direta e indireta:
✔ Direta: São produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e
lesando o encéfalo.
✔ Indireta: contusão ou concussão.

Diferença entre concussão e contusão

Concussão: lesão causada por uma pancada na cabeça que produz um edema
cerebral. Frequentemente associada a dor de cabeça, perda breve da consciência ou em
casos mais graves, inconsciência prolongada.

Contusão: lesão mais grave que produz o rompimento de vasos sanguíneos. O


sangue forma coágulos dentro do crânio e pressionam o cérebro, afetando e
prejudicando as funções cerebrais.

Sinais e sintomas de TCE

✔ Cefaleia e/ou dor no local da lesão;


✔ náuseas e vômitos;

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✔ alterações da visão;
✔ alteração do nível de consciência;
✔ ferimento ou hematoma no couro cabeludo;
✔ deformidade do crânio;
✔ pupilas desiguais (anisocóricas);
✔ alteração dos sinais vitais;
✔ lesão periorbital (olhos de guaxinim);
✔ sangramento observado através do nariz ou dos ouvidos;
✔ líquido claro (líquor) que flui pelos ouvidos ou pelo nariz;
✔ postura de decorticação ou descerebração.

PESQUISA
Pesquise o que seria postura de decorticação e postura de descerebração, e qual delas
indica uma situação mais grave.
Tanto a descorticação e a descerebração são achados patológicos que podem
existir quando se examina um doente em coma. A descerebração ocorre quando o coma
resulta de um dano no tronco cerebral. Neste caso, o doente apresenta o membro
superior estendido. A descorticação aparece no doente com lesão nos núcleos da base
(estruturas de massa cinzenta localizadas no interior do cérebro) ou entre eles e o córtex
cerebral. Neste caso os membros superiores estão flectidos. Ambos correspondem a
condições de grande gravidade sendo que a descerebração tem um pior prognóstico.
Os traumatismos cranianos podem apresentar gravidades diferentes dependendo da
intensidade da força do trauma, o local e o tamanho da lesão. Sendo assim o socorrista pode
observar todos os sinais e sintomas nos TCE's mais graves e somente alguns nos mais leves.
SAIBA MAIS
Por mais leve que seja o TCE o socorrista não deve se descuidar do SBV. Esse
paciente deve ser monitorado constantemente lembrando que o TCE é passível de evolução
em estado de choque.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Corrija os problemas que ameaçam a vida (ABC);


✔ Suspeite de lesão cervical associada abrindo VA com manobra modificada;
✔ Colocação de colar cervical (permeabilidade VA);
✔ Controle hemorragias (não detenha a saída de sangue ou líquor pelos orifícios
naturais);
✔ Cubra e proteja os ferimentos abertos sem pressionar o crânio;
✔ Mantenha a vítima em repouso com o tronco levemente elevado;
✔ Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso;
✔ Previna e/ou trate o choque;
✔ Não dê nada para comer ou beber;
✔ Esteja preparado para o vômito e convulsões protegendo o paciente;
✔ Nunca tente remover objetos transfixados na cabeça e imobilize-os.

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Cuidados especiais em traumatismos de face

O principal perigo das lesões e fraturas faciais são os fragmentos ósseos, dentes, sangue,
avulsões, objetos transfixados na bochecha, pois poderão provocar obstruções nas vias aéreas.
Os cuidados são os mesmos do TCE e ferimentos em tecido mole, porém sua atenção
deve estar voltada para a manutenção da permeabilidade das vias aéreas e controle de
hemorragias.

Cuidados especiais

✔ esteja preparado para realizar a aspiração no paciente;


✔ previna o choque;
✔ retire objetos transfixados na bochecha pressionando-os de dentro para fora;
✔ cubra os ferimentos com gaze estéril umedecido;
✔ nunca realizar a limpeza do ferimento jogando soro fisiológico direto no
ferimento;
✔ monitore o paciente.

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Módulo I - Unidade Didática 11

Traumatismo Raquimedular

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Revisar aspectos anatômicos e fisiológicos da cavidade espinhal;


2) Descrever sinais e sintomas de vítimas com TRM;
3) Descrever sinais e sintomas das principais lesões de coluna e tratamento pré-
hospitalar.

Traumatismo Raquimedular

Aspectos anatômicos e fisiológicos da cavidade espinhal


Coluna vertebral

Relação das raízes nervosas com as vértebras

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Detalhe dos nervos saindo de entre as vértebras

A medula espinhal percorre toda a coluna vertebral. Entre cada vértebra sai nervos da
medula espinhal destinados a alguma região do corpo específica. Essa regiões engloba
funcionamento de órgãos, sentidos como o tato, sensibilidade, motricidade, etc.
O trauma raquimedular se caracteriza pela lesão das vértebras ou da medula óssea. Nem
sempre quando há lesão na vértebra há necessariamente lesão na medula, por esse motivo é que
deve-se ter tanto cuidado ao manipular uma vítima de trauma.

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Pg. 69
Brigadista Particular

Trauma tipo chicote

Uma das causas de lesões na cervical é o “efeito chicote” ou “trauma tipo chicote”,
que acontece principalmente em colisões frontais de veículos.

Sinais e sintomas de vítimas com TRM

✔ Dor regional (pescoço, dorso e região lombar);


✔ Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e/ou inferiores;
✔ Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia);
✔ Sensação de formigamento nas extremidades;
✔ Deformidade em topografia da coluna;
✔ Perda do controle urinário ou fecal;
✔ Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico;
✔ Priapismo (ereção peniana contínua).

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Brigadista Particular

Complicações

✔ Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração sendo feita


exclusivamente pelo diafragma;
✔ A lesão medular pode provocar dilatação dos vasos sanguíneos, podendo se
instalar o choque (neurogênico).

Tratamento pré-hospitalar

✔ Corrija os problemas que ameaçam a vida (ABC);


✔ Controle o sangramento importante;
✔ Coloque colar cervical;
✔ Administre o oxigênio;
✔ Evite movimentar o paciente e não deixe que ele se movimente;
✔ Não mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos que necessite RCP;
✔ Monitore os sinais vitais constantemente;
✔ Previna o choque e esteja preparado para parada respiratória;

Avaliação da lição

1) Cite pelo menos três sintomas e três sinais de TRM.

Sintomas: dor regional, sensação de formigamento, perda da sensibilidade (este


último pode ser considerado sinal e sintoma).

Sinais: deformidade em topografia da coluna, perda do controle urinário ou fecal,


dificuldade respiratória.

2) Quais são as complicações que podem ocorrer durante o atendimento à um paciente


com TRM?
Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração sendo feita
exclusivamente pelo diafragma.
A lesão medular pode provocar dilatação dos vasos sanguíneos, podendo se instalar
o choque (neurogênico).

3) Cite três primeiros passos no atendimento à um paciente com TRM.

*OBS.: Provavelmente os alunos irão responder seguindo a sequência da apostila e o


instrutor poderá aproveitar a oportunidade para relembrar a UD 4, sobre Avaliação geral
do paciente.

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Módulo I - Unidade Didática 12

Partos em Situação de Emergência

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Descrever a anatomia de uma mulher grávida;
2) Descrever os sinais e sintomas indicativos de período expulsivo;
3) Identificar as principais complicações do parto e os procedimentos no
atendimento pré-hospitalar.
4) Demonstrar os procedimentos a serem aplicados no parto normal para a mãe e o
bebê.

Partos em situação de emergência


Anatomia da mulher grávida

Fases do trabalho de parto

Primeira fase - Dilatação


A dilatação do colo uterino tem início com as contrações e termina no momento em que o
feto entra no canal de parto.
Segunda fase – Expulsão
A partir do momento em que o feto está no canal de parto até o nascimento do bebê.
Terceira fase – Dequitação
Após o nascimento do bebê até a completa expulsão da placenta (10 a 20 minutos).

Evolução do trabalho de parto

Entrevista
✔ Pergunte o nome e idade da mãe;
✔ Pergunte se realizou o exame pré-natal;
✔ Pergunte se é o primeiro filho (se for primípara, o trabalho de parto demorará
cerca de 16 horas. O tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto subsequente);
✔ Pergunte se há indicação de parto gemelar (múltiplo);
✔ Pergunte a que horas iniciaram-se as contrações (checar e anotar);
✔ Pergunte se já houve a ruptura do saco amniótico;

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Brigadista Particular

✔ Pergunte se sente vontade de defecar e/ou urinar.


✔ Antes de efetuar qualquer procedimento, o Socorrista deve realizar uma entrevista
com a parturiente, extraindo o maior número de dados possíveis;
✔ Se após a entrevista o Socorrista avaliar que o parto não é iminente, deve proceder
ao transporte da parturiente e controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis os traumas
abertos, monitore os sinais vitais e esteja preparado para o choque.

Sinais e sintomas do período expulsivo

✔ Sangramento ou presença de secreções pelo rompimento do saco amniótico;


✔ Frequência das contrações, abaixo de 5 minutos com duração de 30 segundos a 50
segundos;
✔ Abaulamento da vulva;
✔ Apresentação da cabeça do feto;
✔ Necessidade frequente de urinar e/ou defecar.

Condutas em parto emergencial

Parto iminente

✔ Assegure a privacidade da parturiente, escolha um local apropriado;


✔ Explique à mãe o que fará e como irá fazê-lo. Procure tranquilizá-la informando
que o que está acontecendo é normal. Peça para que após cada contração relaxe, pois isto
facilitará o nascimento;
✔ Posicione a parturiente para o parto emergencial, peça-lhe para que retire a roupa
íntima, deite-a em posição ginecológica (joelhos flexionados e bem separados, e os pés apoiados
sobre a superfície que está deitada);
✔ Coloque uma almofada debaixo da cabeça da mãe para observar os seus
movimentos respiratórios;
✔ Prepare o kit obstétrico e seu EPI, mantenha todo material necessário à mão;
✔ Disponha adequadamente os campos, lençóis ou toalhas limpas abaixo das
nádegas, abaixo da abertura vaginal, sobre ambos os joelhos e sobre o abdômen;
✔ Sinta as contrações colocando a palma da mão sobre o abdome da paciente, acima
do umbigo;
✔ Posicione-se de forma a poder observar o canal vaginal constantemente. Oriente a
parturiente a relaxar entre as contrações, respirando profunda e lentamente e a fazer força
durante as mesmas;
✔ Tente visualizar a parte superior da cabeça do bebê (coroamento). Se o saco
amniótico não estiver rompido, corte-o com técnica e material apropriado;

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Brigadista Particular

✔ Comprima a região do períneo, com uma das mãos, posicionada sob campo que se
encontra abaixo da abertura vaginal, a fim de evitar lacerações nesta região;
✔ Apoie a cabeça do bebê, colocando a mão logo abaixo da mesma com os dedos
bem separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão, não tente puxá-
lo;
✔ Verifique se há circular de cordão, caso tenha, desfaça com cuidado no sentido
face-crânio do bebê;
✔ Geralmente a cabeça do bebê apresenta-se com a face voltada para baixo e logo
gira para a direita ou esquerda. Guie, cuidadosamente, a cabeça para baixo e para cima, sem
forçá-la, facilitando assim a liberação dos ombros e posteriormente de todo o corpo;

Anote a data, hora e lugar do nascimento e o nome da mãe!

Cuidados com o recém-nascido

1. Limpe as vias aéreas usando gaze e aspirador de secreções;


2. Avalie a respiração do bebê (VOS), estimule se necessário, massageando com
movimentos circulares a região das costas e/ou estimulando a planta dos pés;
3. Aqueça o recém-nascido envolvendo-o em toalha, lençol ou similar;
4. Avalie a presença de pulso no cordão umbilical, se ausente, pince-o utilizando
pinças, fita umbilical ou similar;
5. O primeiro ponto a ser pinçado deve estar a, aproximadamente, 25 cm (um palmo)
a partir do abdome do bebê;
6. O segundo ponto a ser pinçado deve estar a cerca de 5 a 8 cm (quatro dedos) do
primeiro em direção ao bebê;
7. Seccione o cordão umbilical com bisturi ou tesoura de ponta romba, este corte
deve ser realizado entre os dois pontos pinçados.

Tratamento pré-hospitalar da mãe

Inclui os cuidados com a expulsão da placenta, controle do sangramento vaginal e a


tentativa de fazer a mãe se sentir o mais confortável possível.
1. Normalmente entre 10 e 20 minutos há a expulsão da placenta. Guarde-a em um
saco plástico apropriado e identifique-a para posterior avaliação médica. O cordão desce
progressiva e espontaneamente. Não o tracione;
2. Após a expulsão da placenta, observe presença de sangramento vaginal, se houver,
controle-o:
✔ Com gaze ou material similar, retire os excessos de sangue ou secreções;
✔ Use um absorvente higiênico ou material similar estéril;
✔ Coloque-o sobre a vagina;
✔ Não introduza nada na vagina;
✔ Oriente para que a parturiente una e estenda as pernas, mantendo-as juntas sem
apertá-las;
✔ Apalpe o abdome da mãe, no intuito de localizar o útero;
✔ Faça movimentos circulares com o objetivo de estimular a involução uterina e,
consequentemente, a diminuição da hemorragia.

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3. Tranquilize a mãe fazendo-a sentir-se o melhor possível e registre todos os dados


da ocorrência. Transporte à mãe, o bebê e a placenta para o hospital;
4. Durante todos os procedimentos, monitore constantemente a mãe e o bebê.

Principais complicações do parto e seus tratamentos

Apresentação pélvica

Quando as nádegas ou os pés do feto são os primeiros a se apresentar.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Espere que as nádegas e o tronco do feto sejam expulsos espontaneamente.


✔ Segure os membros inferiores e o tronco à medida que são expulsos.
✔ A cabeça, geralmente, é liberada espontaneamente, entretanto, algumas vezes ela
poderá não sair de imediato. Nos casos em que a criança não for completamente expulsa em até
três minutos após a saída da cintura e tronco, não a puxe, apenas crie uma via aérea.
✔ Informe a mãe sobre o procedimento que será realizado e introduza os dedos
indicador e médio em forma de "V" entre a face do feto e a parede da vagina, criando, assim, um
espaço para que ele possa vir a respirar. Introdução dos dedos em forma de “V” entre as paredes
da vagina e a face do bebê;
✔ Criado um espaço para que o feto possa vir a respirar, deve-se mantê-lo. Permita
que o nascimento prossiga mantendo a sustentação do corpo do bebê.
✔ O transporte deverá ser realizado imediatamente, mantendo as vias aéreas
permeáveis.
Observação: se, durante o trabalho de parto, apresentar
apenas uma mão ou um pé, não é considerado parto pélvico, essa é
uma apresentação de membro, que requer os seguintes cuidados:
1. não puxe a extremidade, nem tente introduzi-la
novamente na vagina;
2. deixe-a na posição ginecológica ou coloque-a na posição
genopeitoral, o que ajudará a reduzir a pressão no feto e no cordão Posição
umbilical; Genopeitoral
3. Oriente para que respire profunda e lentamente;
4. Se necessário oferte oxigênio;
5. Transporte à parturiente.

Prolapso de cordão umbilical

Ocorre quando durante o trabalho de parto, o cordão umbilical é o primeiro a se


apresentar.

Tratamento pré-hospitalar

✔ Retire a parturiente da posição ginecológica, colocando-a em posição genopeitoral


(conforme figura acima);
✔ Não empurre o cordão para dentro da vagina;

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✔ Não introduza a mão ou os dedos na vagina;


✔ Envolva o cordão umbilical com gaze estéril úmida e embrulhe-o com compressas
cirúrgicas estéreis, para aquecê-lo;
✔ Administre oxigênio;
✔ Monitore e transporte a parturiente para hospital. Instrua-a para que respire
profunda e lentamente.

Parto múltiplo

Em caso de nascimentos múltiplos, as contrações uterinas reiniciarão após o primeiro


nascimento. O procedimento será o mesmo utilizado para o parto simples.
É recomendado ao socorrista que pince o cordão umbilical da primeira criança antes do
próximo nascimento.

Parturiente

Considera-se parto prematuro qualquer nascimento em que o bebê tenha menos de 37


semanas completas de gestação, ou que pese menos de 2500g, independentemente da idade
gestacional, e requer os seguintes cuidados abaixo.
Somados os cuidados dispensados a um parto a termo, o socorrista deve dar uma atenção
maior ao aquecimento do recém-nascido. Embrulhe-o em mantas, lençóis, toalhas ou papel
aluminizado, mantenha a face do bebê descoberta.
Crianças prematuras, frequentemente, requerem reanimação pulmonar; proceda de acordo
com as condutas para recém-nascido (neonato).

Hemorragia excessiva

Se, durante a gravidez, a parturiente começar a ter um sangramento excessivo pela


vagina, é muito provável que terá um aborto. Porém, se a hemorragia ocorrer durante o trabalho
de parto ou na etapa final da gravidez, provavelmente estará ocorrendo um problema relacionado
à placenta.

Tratamento pré-hospitalar

1. Posicione a parturiente em decúbito lateral esquerdo;


2. Coloque absorvente higiênico, campos ou lençóis limpos na abertura da vagina;
3. Não introduza nada na vagina;
4. Troque os tampões quando estiverem embebidos;
5. Guarde e conduza ao hospital todos os tampões ensanguentados, bem como todo e
qualquer material expulso;
6. Previna o estado de choque;
7. Monitore os sinais vitais.

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Módulo I - Unidade Didática 13

Escala de Trauma e Fichas de APH

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Definir escala de Trauma;
2) Descrever o correto preenchimento das escala de trauma;
3) Descrever o correto preenchimento da documentação do atendimento pré-
hospitalar.

Escala de Trauma e Fichas de APH

Definição escala de trauma

As Escalas de traumas tem o objetivo que quantificar o nível de gravidade de um paciente


traumatizado como fator decisivo para orientar quanto tempo o socorrista deve permanecer em
cena, definir prioridade as prioridades do paciente; que é primeiramente o cuidado com o suporte
básico da vida.
As escalas servem também como base e orientação e comunicação entre profissionais de
outras instituições.

Escala de trauma de coma de Glasgow

A Escala de Glasgow é um sistema de pontuação que mede o nível de consciência de um


paciente que tenha sofrido lesão cerebral.
Durante a avaliação do nível de consciência do paciente, através da técnica AVDI, o
socorrista pontua a melhor resposta do paciente em três requisitos conforme a tabela abaixo:

A. Abertura Ocular B. Melhor Resposta Verbal C. Melhor Resposta Motora


Não abre 1 Ausente 1 Não reage 1
Estímulos dolorosos 2 Sons e gemidos 2 Extensão anormal 2
Estímulos auditivos 3 Palavras desconexas 3 Flexão anormal 3
Espontaneamente 4 Confuso 4 Retira aos estímulos 4
Orientado 5 Localiza e retira 5
Atende a solicitações 6
TOTAL A+B+C=

Relatórios

Todo atendimento prestado por uma instituição deve ser registrado através da algum
documento. No caso de atendimento pré-hospitalar prestado pelo Corpos de Bombeiros o
registro é feito através de relatórios que são preenchidos exclusivamente por quem prestou o
atendimento. Esse documento tem caráter público, portanto deve ser preenchido com clareza e
imparcialidade.

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Brigadista Particular

Os relatórios irão registrar o local, a natureza da ocorrência, suas características, os


envolvidos, os danos causados, bem como seus envolvidos e outras informações relevantes.
Cada instituição elabora seu modelo de relatório de acordo com os seus parâmetros de
atendimento, tipo de serviço prestado, etc. E fica a cargo dos socorristas preenchê-lo com
fieldade aos acontecimentos.
O preenchimento correto do relatório garante à vítima e ao socorrista uma fieldade à
ocorrência prevenindo transtornos futuros com a esfera judicial. Bem como alguns direitos à
vítima, como por exemplo, indenizações, licenças médicas, etc.
Algumas informações são indispensáveis em um relatórios, tais como:
✔ Data;
✔ hora;
✔ local;
✔ tipo;
✔ nome e idade da vítima;
✔ histórico da ocorrência;
✔ suspeitas de lesões ou casos clínicos;
✔ procedimentos adotados;
✔ materiais utilizados;
✔ sinais vitais e diagnósticos;
✔ nomes dos socorristas;
✔ destino do paciente;
✔ recursos adicionais solicitados;
✔ escala de trauma;
✔ campo para recusa de atendimento;
✔ especificações do trauma ou caso clínico;
✔ entre outros.

Como fazer um histórico

No histórico deverá ser descrito brevemente o que foi feito na cena do atendimento.
Deverá conter a posição do paciente, o nível de consciência, ferimentos aparentes, queixas
principais, suspeitas de ferimentos e casos clínicos, dados de sinais vitais aferidos,
procedimentos e local de encaminhamento.
Exemplo: Após a retirada dos entulhos, verificou-se paciente consciente e desorientado,
deitado em decúbito lateral esquerdo, no pátio da empresa Farias & Farias. Segundo relatos de
funcionários o mesmo trabalhava quando despencou da escada de aproximadamente 5 metros.
Apresentava ferimentos no couro cabeludo, anisocoria, amolecimento de crânio, com suspeita de
TCE. Além de insensibilidade e dos MMII, com suspeita de TRM. Não conseguia se comunicar.
Após imobilização em maca, com colar e cinto aranha, foi conduzido com oxigeno terapia até o
HHAO.”
Nesse relatório tudo indica que foi um acidente de trabalho, porém o socorrista não deve
afirma isto a não ser que seja através do relato de alguém.

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SUGESTÃO DE ATIVIDADE

Conte ou encene uma ocorrência que você atendeu e peça para cada aluno realizar
um histórico da cena usando os parâmetros comentados na apostila.

Exercício:
________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

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Brigadista Particular

Módulo I - Unidade Didática 14

Fraturas, Luxações e Entorses

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Descrever aspectos anatômicos do sistema musculoesquelético;
2) Definir as lesões musculoesquelético e articulares;
3) Identificar sinais e sintomas de cada tipo de lesão;
4) Aplicar corretamente as técnicas de imobilização ao trauma de extremidade.

Fraturas, luxações e entorses

Aspectos anatômicos do sistema músculo esquelético

Classificação dos ossos

Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: Ossos longos:
Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas
extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior
resistência. O osso um pouco encurvado absorve o estresse mecânico do peso do
corpo em vários pontos, de tal forma que há melhor distribuição do mesmo. Os
ossos longos têm suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentam
grande quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises. Exemplo: Fêmur.

Ossos curtos: São parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos


praticamente iguais às suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso,
exceto na superfície, onde há fina camada de tecido ósseo compacto.
Exemplo: Ossos do Carpo.

Ossos laminares (planos): São ossos finos e compostos por duas


lâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com camada de osso esponjoso
entre elas. Os ossos planos garantem considerável proteção e geram grandes
áreas para inserção de músculos. Exemplos: Frontal e Parietal.

O esqueleto

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Lesões musculoesqueléticas e articulares

Fraturas

Fraturas
Fratura é a ruptura total ou parcial de um osso. Pode ser classificada em:
a) Aberta: onde há rompimento da pele;
b) Fechada: onde não há rompimento da pele.

Sinais e sintomas

✔ Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que
não possui articulação;
✔ Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível à dor;
✔ Crepitação: num movimento da vítima podemos escutar um som áspero,
produzido pelo atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente,
porque aumenta a dor e pode provocar lesões;
✔ Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é acompanhada de certo
inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor poderá
demorar várias horas para aparecer;

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Brigadista Particular

✔ Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A


vítima geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com dificuldade e sente
dor intensa;
✔ Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se
projetar através da pele ou for vistos no fundo do ferimento.

Luxação

É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as


superfícies articulares percam o contato entre si.

Sinais e sintomas

- Deformidade - Mais acentuada na articulação luxada;


- Edema;
- Dor: Aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;
- Impotência funcional: Perda completa ou quase total dos movimentos articulares.

Entorse

É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de amplitude.

Sinais e sintomas

São similares aos das fraturas e aos das luxações. Mas nas entorses os ligamentos
geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados por movimento brusco.

SAIBA MAIS

Para termos práticos a diferença essencial entre uma luxação e um entorse é que na luxação a
articulação desalinha e fica desalinhada e no entorse a articulação desalinha e volta para o
lugar. Porém em ambos os casos devem ser imobilizados pois podem sofrer lesões nos
ligamentos, tendões, etc.

Tratamento pré-hospitalar

O tratamento pré-hospitalar para fraturas é a imobilização.

Regras básicas de imobilização:

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Brigadista Particular

✔ alinhar (trazer à posição anatômica);


✔ tracionar;
✔ colocar tala;
✔ fixar tala com atadura da região distal para proximal;
✔ juntar ao corpo.

Imobilização de luxação e entorses:

✔ não alinhar;
✔ não tracionar;
✔ imobilizar na posição encontrada;
✔ colocar tala;
✔ fixar tala.

Razões para realizar a imobilização:

A imobilização é o tratamento pré-hospitalar para fratura, luxação e entorse. Os


benefícios da imobilização são:
✔ minimização da dor;
✔ Prevenção de lesões adicionais de músculos, nervos e vasos sanguíneos;
✔ Manutenção da perfusão no membro; e
✔ Auxílio da hemostasia.

Atividade prática:

Separar os alunos em duplas e distribuir o material de imobilização disponível, solicitar


que os mesmos as realizem as imobilizações demonstradas na aula.

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Módulo I - Unidade Didática 15

Técnica de Remoção

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Executar corretamente a remoção de vítimas em locais típicos e atípicos do
ambiente pré-hospitalar:

1.1 Técnicas de Remoção

São as técnicas das quais o socorrista irá se utilizar para retirar a vítima do local da
ocorrência até um local seguro a fim de garantir segurança para si e para a vítima e
principalmente com o propósito de minimizar as sequelas do trauma ou caso clínico ocorrido.

Imobilizações

Membros

Os membros devem ser imobilizados abrangendo a articulação anterior e posterior, e


posteriormente unidos ao corpo, próximo à posição anatômica.
MMII – tíbia e fíbula, joelho, fêmur, tornozelo, pé;
MMSS – rádio e ulna, cotovelo, úmero, mão;
TTF – aparelho de tração específica para fratura de fêmur.

Cinturas

As cinturas devem ser imobilizadas utilizando a própria base do corpo como sustentação.
Cintura pélvica: colo de fêmur, ílio, ísquio e púbis;
Cintura escapular: clavícula, escápula e articulação.

Coluna

A coluna deve ser imobilizada sempre em superfície rígida, realizando o mínimo de


movimentos o possível. A maior preocupação é com a coluna cervical.
Colar cervical – específico para imobilizar a coluna cervical em amplitude vertical;
Maca – superfície rígida onde são colocado pacientes traumatizados;
Base e coxins – específico para imobilizar coluna cervical em amplitude horizontal.

Luxações e entorses

As luxações e entorses são traumas específicos de articulações, onde a imobilização deve


ser feita na posição em que for encontrada.

Improvisações

As improvisações devem ser feitas sempre lembrado dos critérios básicos de


imobilizações.

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Brigadista Particular

Colocação de colar cervical

A cabeça deve estar apoiada e fixa, em posição anatômica. Não se deve levantar a cabeça
para colocar o colar cervical. A mensuração é feita medindo, em dedos, a distância do trapézio
até a mandíbula e transportada ao colar.

Colocação em maca

✔ Rolamento de 90º;
✔ Rolamento de 180º;
✔ Elevação a cavaleiro;
✔ KED;
✔ Fixação na maca com cinto aranha e coxins.

Outras manipulações

Retirada de capacete;
Rolamento 1 socorrista emergencial vítima politraumatizada.

Manipulação e transporte de emergências médicas

A manipulação e transporte de casos clínicos são tão complexas quanto à do


traumatizado, pelo fato de poder amenizar ou piorar o quadro clínico. Cada caso requer uma
posição diferenciada, sendo que é importante considerar o conforto do paciente.
Podemos pensar que por ser caso clínico não precisaremos de maca rígida, porém
dependendo do estado do paciente ele pode sofrer uma parada cardiorrespiratória e se não houver
uma superfície rígida não haverá eficácia nas com pressões torácicas. Sempre que o paciente se
encontrar no estado instável ou crítico, deve ser transportado com maca rígida, mas pode-se
utilizar a maca se o socorrista julgar necessário em outros casos também.
Portanto devem-se observar as seguintes peculiaridades de cada caso clínico:
✔ AVC: a cabeça deve estar um nível acima do corpo, para isso incline a maca
retrátil. Lembre-se de não obstruir as VA, sendo assim deve-se elevar o tronco e não somente a
cabeça. Se estiver em maca rígida, coloque algo embaixo da maca para elevá-la. Essa posição
deve ser utilizada em TCE também.
✔ IAM e dispneia: o paciente consciente preferirá a posição semi-sentada. Deve-se
respeitar essa necessidade. Pacientes com dificuldades respiratórias também devem escolher a
posição a ser transportados, desde que não prejudiquem outras prioridades (ABC e cervical).
✔ Estado de choque: os MMII devem estar mais elevados, a fim de concentrar o
sangue no tronco e cabeça. Coloque um cobertor nas pernas ou abaixo da maca rígida. Essa
posição só não é aceita se o paciente apresenta TCE ou AVC juntamente com o estado de choque.

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Brigadista Particular

Módulo I - Unidade Didática 16

Limpeza e Desinfecção

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Descrever a importância dos procedimentos de limpeza e desinfecção de viaturas
e equipamentos;
2) Citar os cuidados e acondicionamento adequado do lixo hospitalar;
3) Citar os produtos químicos, materiais e EPI, utilizados nos procedimentos de
desinfecção terminal e concorrente, ao nível de equipamento pré-hospitalar.

Limpeza e desinfecção

Limpeza

Definições

É a ação física e química onde se utiliza água e sabão ou detergente, em superfícies fixas
de todas as áreas do ambiente pré-hospitalares, promovendo a remoção da sujeira e do mau odor
e reduzindo a população microbiana no ambiente pré-hospitalar.

Assepsia

É o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de micro-organismos


num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre
de infecção.

Antissepsia

É o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de micro-organismos ou


removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamos
antissépticos ou desinfetantes.

Desinfecção

É o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se inativa


sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos são necessariamente destruídos.

Esterilização

É o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana mediante a aplicação


de agentes físicos e/ou químicos.

Limpeza e desinfecção de viaturas e equipamentos

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Brigadista Particular

Importância da limpeza e desinfecção

O serviço pré-hospitalar tão gratificante quanto perigoso. Seus riscos variam desde o
perigo de ser atropelado em um atendimento de acidente de trânsito até a exposição do socorrista
ao ambiente saturado de micro-organismos patológicos.
E é esse desse ambiente biologicamente inseguro que vamos tratar nessa unidade
didática. Tentaremos fazer desse ambiente um local com riscos aceitáveis de trabalho e de
atendimento.

Limpeza das mãos

O ato de lavar as mãos ainda não é um hábito corrente em nossos dias, apesar da sua
importância já ter sido demonstrada no século XIX.

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Cuidados e acondicionamento do lixo hospitalar

A cada atendimento onde houver produção de lixo, ele deve ser trocado;
1. Para trocar o lixo, o socorrista deve estar usando luvas
descartáveis, fechar bem o saco de lixo e colocá-lo no expurgo;
2. O lixo hospitalar só deve ser descartado no expurgo, nunca
em outro lugar;
3. Mesmo as luvas que supostamente não estão contaminadas
devem ser descartadas no lixo hospitalar;
4. O saco plástico para lixo hospitalar deve ser próprio;

Procedimentos de desinfecção

Produtos químicos

Para desinfecção das mãos

Soluções antissépticas com detergentes se destinam à limpeza da pele, removendo


detritos e impurezas e realizando antissepsia parcial.
✔ Solução detergente de PVPI a 10% (1% de Iodo ativo);
✔ Solução alcoólica para antissepsia das mãos;
✔ Solução de álcool iodado a 0,5 ou 1% (álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de
glicerina).

Para desinfeção da ambulância

✔ Hipoclorito a 1%;
✔ Álcool etílico 70%.

Material para limpeza

1- Balde; 3- Panos limpos e secos;


2- Vassoura; 4- Água tratada.
*NÃO SE ESQUEÇA DE USAR EPI's

Desinfecção terminal

É o processo de limpeza que ocorre em todas as superfícies horizontais e verticais de


diferentes dependências, incluindo parede, vidros, portas, pisos etc. No piso, a limpeza é mais
completa quando comparada à concorrente.

Procedimentos

✔ Realizar desinfecção terminal na unidade em caso de ocorrência por Doenças


Infectocontagiosas ou quando de uma ocorrência com derramamento de fluídos corporais; senão
sempre uma vez ao dia;
✔ Retirar todos os equipamentos e materiais de dentro da unidade móvel;

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Brigadista Particular

✔ plicar Hipoclorito a 1% no chão da unidade e deixar agir por 10 minutos;


✔ Aplicar álcool etílico a 70% nas superfícies mais frágeis como: bancada, armário,
maca e colchão e deixar agir por 10 minutos;
✔ Retirar o álcool com pano úmido e repetir a aplicação por 3 vezes;
✔ Retirar o excesso do hipoclorito e do álcool com pano úmido limpo;
✔ Realizar limpeza com água e sabão em todas as superfícies;
✔ Secar com pano seco limpo;
✔ Realizar desinfecção com álcool etílico a 70% nos equipamentos;
✔ Limpar as bolsas com esponja úmida em água e sabão;
✔ Secar os equipamentos e as mochilas com pano seco limpo;
✔ Retire o lixo hospitalar e coloque no expurgo;
✔ Recolocar os equipamentos e materiais dentro da ambulância.

Desinfecção concorrente

Limpeza concorrente: A limpeza concorrente é úmida e menos completa quando


comparada à limpeza terminal. É a limpeza que é feita no retorno de cada ocorrência quando
não envolve acidente com suspeita de doença infecto contagiosa ou derramamento de fluidos
corporais.

Procedimentos

✔ Limpe o que foi utilizado pelo paciente e pela equipe do socorro;


✔ realize a limpeza do chão;
✔ recoloque materiais se necessário.

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Brigadista Particular

Módulo I - Unidade Didática 17

Queimaduras e Lesões Ambientais

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Revisar os aspectos anatômicos do sistema tegumentar;
2) Definir os tipos de queimaduras e lesões ambientais;
3) Descrever os procedimentos de atendimento pré hospitalar para atender vítimas de
queimaduras e lesões ambientais.

Queimaduras e lesões ambientais

Aspectos anatômicos do sistema tegumentar

O tegumento ou pele cobre a superfície do corpo protegendo-o das influências ambientais


danosas. Como a pele é facilmente acessível, ela é importante nos exames físicos. A pele
propicia:
✔ Proteção do corpo contra o meio ambiente, abrasões, perda de líquido,
substâncias nocivas e micro-organismos invasores.
✔ Sensibilidade por meio dos nervos superficiais e suas terminações sensitivas .
✔ Regulação do calor através das glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos.

A pele forma um envoltório para as estruturas do corpo e substâncias


vitais (líquidos), formando assim o maior órgão do corpo.
A pele é composta de:
Epiderme: camada celular superficial.
Derme: camada de tecido conectivo profunda.

Queimaduras

Queimaduras são lesões produzidas nos tecidos de revestimento do organismo que são
causadas por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc. Elas podem lesar a
pele, os músculos, os vasos sanguíneos, os nervos e os ossos.

Causas das queimaduras

Térmicas: são produzidas pela transmissão de calor, fogo, vapores quentes, objetos
quentes; e por frio, objetos congelados, gelo;
Químicas: são produzidos pelo contato com substâncias químicas, inclui vários
cáusticos, ácidos e álcalis;
Elétricas: são produzidas pelas descargas elétricas de materiais energizados e
descargas atmosféricas;
Substâncias radioativas: são produzidas por exposição à radiação através de elementos
radioativos e até mesmo o sol, que emite radiações ultravioletas.

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Classificação por profundidade e sinais e sintomas

Queimadura de 1º Grau: Atinge somente a epiderme (camada mais superficial da pele).


Caracteriza-se por dor intensa no local e vermelhidão da área atingida.
Queimadura de 2º Grau: Atinge a epiderme e a derme. Caracterizam-se por dor,
vermelhidão e formação de bolhas.
Queimadura de 3º Grau: Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo,
incluindo o tecido gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É a
mais grave quanto à profundidade da lesão. Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição das
terminações nervosas da sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada. Em uma
queimadura de 3º grau a vítima, geralmente, queixa-se de dor nas bordas da lesão, onde a
queimadura é de 2º ou 1º grau.

Extensão da queimadura

De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dos


nove que permitem estimar a superfície corporal total queimada - SCTQ. Neste caso, analisamos
somente o percentual da área corpórea atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade.
A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões. Onze delas equivalem a 9%
cada uma, e a região genital equivale a 1%, conforme segue:

Dimensionamento da queimadura

Área crítica: sistema respiratório, face, mãos e pés, genitais e nádegas

Queimaduras Menores Queimaduras Maiores


- São aquelas de 1o e 2o graus que - Qualquer queimadura que envolva áreas críticas.
afetam uma pequena área do corpo (< - Queimaduras complicadas por lesões no sistema
que 20%), sem comprometimento de respiratório ou por outras lesões do tipo fraturas.
áreas críticas. - Queimaduras que atinjam todo o corpo.

Gravidade das queimaduras

A gravidade de uma queimadura é calculada considerando os seguintes aspectos:


✔ Grau da queimadura;
✔ Percentagem da SCTQ;
✔ Localização da queimadura;
✔ Complicações que a acompanham;
✔ Idade da vítima;
✔ Enfermidades anteriores da vítima.

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Tratamento pré-hospitalar

De acordo com a gravidade e a causa das queimaduras, os procedimentos a serem


adotados são:

Queimaduras Menores - por causas térmicas ou radiação:


✔ Exponha o local da lesão e resfrie a área queimada com água fria ou use água
corrente por vários minutos (+- 5 min) para resfriar o local. O melhor é submergir a área
queimada;
✔ Cubra o ferimento com um curativo úmido solto (estéril);
✔ Retire, se possível, anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos etc.; e
✔ Conduza a vítima e transmita calma.

Queimaduras Maiores - por causas térmicas ou radiação:


✔ Inicialmente detenha o processo da lesão (se for fogo na roupa, use a técnica do
PARE, DEITE e ROLE);
✔ Avalie a vítima e mantenha as VA permeáveis, observando a frequência e
qualidade da respiração;
✔ Não retire os tecidos aderidos à pele, apenas recorte as partes soltas sobre as áreas
queimadas;
✔ Cubra toda a área queimada;
✔ Use curativo estéril;
✔ Não obstrua a boca e o nariz;
✔ Não aplique nenhum creme ou pomada;
✔ Providencie cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-os com
curativo estéril úmido;
✔ Tenha cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com curativos
estéreis;
✔ Previna o choque e transporte a vítima.

Queimaduras Químicas:
✔ Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das roupas antes de
iniciar a lavação;
✔ Lave o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15 minutos (não
se deve submergir)
✔ Use EPIs apropriados;
✔ Cubra com curativo estéril toda a área de lesão;
✔ Previna o choque e transporte a vítima;
✔ Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico;
✔ Se a lesão for nos olhos, lave-os bem, no mínimo por 15 minutos, com água
corrente e depois cubra com curativo úmido estéril. Volte a umedecer o curativo a cada 5
minutos.

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Queimaduras Elétricas:
As queimaduras elétricas aparecem no local de entrada e saída da corrente. Os problemas
mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada respiratória ou cardiorrespiratória,
dano no SNC e lesões em órgãos internos.
✔ Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética local;
✔ Realize a avaliação inicial e , se necessário, inicia manobras de reanimação;
✔ Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de entrada e um
de saída da fonte de energia);
✔ Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas; e
✔ Previna o choque e conduza o paciente, com monitoramento constante, ao
hospital.

Lesões ambientais

Lesões provocadas pelo calor

Cãibras pelo calor

São dores e espasmos musculares que ocorrem quando o corpo perde muito sal durante
uma intensa sudorese ou quando este não é reposto adequadamente.
Sinais e Sintomas
✔ cãibras musculares severas, usualmente nas pernas e abdome;
✔ cansaço físico;
✔ tontura e, às vezes, desmaio.
Tratamento Pré hospitalar
✔ remover o paciente para um local fresco e bem arejado;
✔ oferecer água pura ou substância isotônica;
✔ massagear os músculos com cãibras ou aplicar simples pressão sobre eles;
✔ aplicar toalhas úmidas sobre os músculos mais doloridos pode produzir um alívio
extra.

Exaustão por calor

Situação que ocorre quando uma pessoa que não está em boas condições físicas realiza
exercícios excessivos em um ambiente aquecido.
Sinais e Sintomas
✔ respiração rápida e superficial;
✔ pulso debilitado;
✔ pele fria e às vezes, pálida;
✔ sudorese intensa;
✔ debilidade física generalizada;
✔ tontura e às vezes inconsciência.
Tratamento pré-hospitalar
✔ Remova o paciente para um local fresco;
✔ afrouxe e remova as roupas;
✔ Ventile o paciente para resfriá-lo;

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Pg. 93
Brigadista Particular

✔ Ofereça água ou substância isotônica.

Insolação

Situação muito grave (também chamada de golpe de calor) que ocorre quando uma
pessoa aumenta muito a temperatura corporal por falha dos mecanismos de regulação térmica. A
pessoa nessa situação deixa de suar e sua temperatura sobe muito podendo lesar células cerebrais
e até chegar à morte.
Sinais e Sintomas
✔ Respirações profundas, seguidas de respirações superficiais;
✔ pulso rápido e forte, seguido de pulso rápido e fraco;
✔ pele seca e quente. Às vezes, avermelhada;
✔ Pupilas dilatadas;
✔ Perda de consciência ou coma;
✔ Convulsões ou tremor muscular podem estar presentes.
Tratamento pré-hospitalar
✔ Esfriar rapidamente o paciente. Retirá-lo do local, remover as roupas, aplicar
toalhas molhadas sobre ele. Devemos normalizar a temperatura para evitar que as células
cerebrais morram;
✔ aplicar bolsas de gelo sob as axilas, nos pulsos e atrás dos joelhos e também
próximos aos lados do pescoço;
✔ Se possível, providenciar a imersão da vítima em uma banheira d´água e esfriar a
água com gelo.

Lesões provocadas pelo frio

O corpo humano pode ser lesado pela exposição, por período prolongado, a baixas
temperaturas, ou mesmo por exposição ao frio extremo durante apenas um curto período.
A exposição pode lesar desde a superfície do organismo até um esfriamento corporal
generalizado, levando a pessoa à morte.
Dois fatores influenciam significativamente o desenvolvimento das lesões por frio:
a) A temperatura do ambiente;
b) A velocidade do vento.
Resfriamento generalizado

Também chamado de hipotermia geral. Afeta todo o corpo com uma queda da
temperatura corporal que poderá levar ao coma e a morte.
Sinais e sintomas
✔ Calafrios, sensação de adormecimento e ou sonolência;
✔ Respiração lenta e pulso lento;
✔ Perda da visão;
✔ Inconsciência;
✔ Congelamento de algumas partes do corpo.
Tratamento pré-hospitalar
✔ Avaliar o paciente para determinar a magnitude do problema, retirando-o do local
de risco (frio);

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Brigadista Particular

✔ Manter o paciente seco e aquecido com uso de cobertores, aquecedores, bolsas


quentes, etc. (banhos quentes também são de grande ajuda);
✔ Se estiver consciente, oferecer líquidos quentes;
✔ Oferecer suporte emocional e transportar com monitoramento constante.

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Brigadista Particular – Módulo II

NOÇÕES DE COMBATE À
INCÊNDIO

Aluno:

_______________________________________________

_______________________________________________

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Módulo II - Unidade Didática 1

Fundamentos Básicos do Combate aos Sinistros

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

✔ Conceituar corretamente os termos “fogo” e “incêndio”;


✔ Indicar os 4 componentes essenciais do fogo (tetraedro do fogo);
✔ Citar as 5 fases de um incêndio;
✔ Explicar diferentes métodos de extinção de um incêndio interior
✔ Citar pelo menos 3 diferentes produtos da combustão;
✔ Citar os 3 mecanismos básicos para a transferência (propagação) do calor;

EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS

Fundamentos básicos do combate aos sinistros

Introdução

Segundo a teoria básica do desenvolvimento do fogo, seu efetivo controle e extinção


requerem um entendimento da natureza físico-química do fogo e isso inclui informações sobre
elementos essenciais do fogo, fontes de calor, composição e características dos combustíveis,
mecanismos de transferência do calor e as condições necessárias para a ocorrência da
combustão.

Conceitos básicos

Fogo e combustão são termos frequentemente usados como sinônimos, entretanto,


tecnicamente, o fogo é uma forma de combustão.
O fogo (Do lat. focu) pode ser conceituado como um processo (reação química) de
oxidação rápida, autossustentável, acompanhada pela produção de luz e calor em intensidades
variáveis.
Já o incêndio (Do lat. incendiu) é toda e qualquer combustão fora do controle do
homem, que pode danificar ou destruir bens e objetos e lesionar ou matar pessoas.
Outro conceito diz que o incêndio é uma combustão descontrolada.
Ainda neste conceito é importante verificar que o fogo quando aproveitado corretamente
fornece grandes benefícios que podem suprir nossas necessidades industriais e domésticas, mas,
quando descontrolado, pode causar danos materiais e sofrimento humano.

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Componentes essenciais do fogo

1) Combustível;
2) Comburente (geralmente
oxigênio);
3) Calor ou energia térmica; e
4) Reação química em cadeia.

Figura do Tetraedro do Fogo


Considerações sobre o combustível

O combustível é o material ou substância que se oxida ou arde no processo da


combustão. Cientificamente, o combustível de uma reação de combustão é conhecido como
agente redutor. A maioria dos combustíveis mais comuns contém carbono junto com
combinações de hidrogênio e oxigênio. Estes materiais combustíveis podem ser divididos em
materiais derivados de hidrocarbonetos (como a gasolina, óleos e plásticos) e materiais derivados
da celulose (como a madeira e o papel).
De forma simplificada, podemos dizer que o combustível é toda a substância capaz de
queimar-se e alimentar a combustão, ou seja, é o elemento que serve de campo de propagação ao
fogo.
Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos e, a grande maioria precisa
passar pelo estado gasoso para, então, combinar-se com o oxigênio. A velocidade da queima de
um combustível depende de sua capacidade de combinar-se com o oxigênio sob a ação do calor e
da sua fragmentação (área de contato com oxigênio).
A posição do combustível sólido também afeta sua forma de queima, ou seja, se uma
determinada chapa de madeira (por exemplo, uma porta) está em posição vertical (de pé), a
exposição ao fogo será mais rápida do que se sua posição fosse na horizontal (deitada).
A posição do fogo dentro do cômodo incendiado também afeta seu desenvolvimento em
função da maior ou menor quantidade de ar que é arrastado para dentro da coluna de ar quente
(pluma) que se forma sobre o fogo.

No caso dos líquidos, os gases combustíveis são gerados a partir de um processo


chamado vaporização. A vaporização é a transformação de um líquido em vapor, ou seja, a
mudança do estado líquido para o estado gasoso.
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Considerações sobre o comburente (agente oxidante)

São todos os elementos químicos capazes de alimentar o processo de combustão


conforme narra o ele tem a capacidade de se reduzir (ganho de elétrons) no processo da
combustão, o que cientificamente, é conhecido como agente oxidante.
Dentre os comburentes o oxigênio se destaca como o mais importante, por ser o
comburente obtido de forma natural no ar atmosférico que respiramos, o qual é composto em
volume por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases. No entanto, que há casos
de combustões em que o comburente é o cloro (Cl2) ou o bromo (Br2). O flúor (F2) também é um
comburente e seu manuseio é muito perigoso.
Quando a atmosfera é normal (21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros
gases), a queima desenvolve-se com velocidade e de maneira completa e notam-se chamas.
Contudo, a combustão irá consumir o oxigênio do ar num processo contínuo. Quando a
porcentagem do oxigênio do ar do ambiente passar de 21% para a faixa compreendida entre 16%
e 8%, a queima tornar-se-á mais lenta, surgirão brasas e não mais chamas. Quando o oxigênio
contido no ar do ambiente atingir concentrações menores de 8% é muito provável que a
combustão deixe de existir.
Quando as concentrações de oxigênio ultrapassam os 21%, dizemos que a atmosfera está
enriquecida com oxigênio. Nessas condições, os materiais que arderiam nos níveis normais de
oxigênio (O2), se queimam muito mais rapidamente e podem igualmente se incendiar mais
facilmente. Os Combatentes devem ficar atentos e lembrar que muitos materiais que não
queimam nos níveis normais de oxigênio poderão queimar com rapidez em atmosferas
enriquecidas com oxigênio. Um desses materiais é o conhecido Nomex (material resistente ao
fogo que é utilizado na fabricação de roupas de aproximação e combate ao fogo para bombeiros)
que em ambientes normais não se inflama, no entanto, arde rapidamente em atmosferas com
concentrações de 31% de oxigênio. Essas situações podem ocorrer em indústrias químicas,
ambientes hospitalares e até, em domicílios particulares cujos inquilinos utilizem equipamentos
portáteis para oxigenoterapia.

Considerações sobre o calor

Calor é é energia térmica em trânsito devido a uma diferença de temperaturas no espaço,


isto é, no tetraedro do fogo ele é o componente energético. Ele é gerado através da transformação
de outra energia, através de processos físicos ou químicos.
Alguns efeitos físicos e químicos do calor são: a elevação da temperatura, o aumento de
volume do corpo aquecido, mudanças no estados físicos da matéria ou mudanças no estado
químico da matéria.
O calor também produz efeitos fisiológicos, ou seja, o calor é a causa direta de
queimaduras e outros danos pessoais, tais como: desidratação, insolação, fadiga, lesões no
aparelho respiratório e em casos mais graves a morte.

Considerações sobre a reação química em cadeia

Sabemos que a combustão é uma reação química que se processa rapidamente e, em


cadeia.
De forma simples, o calor das chamas atinge o combustível e este é decomposto em
partículas menores, que se combina com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o
combustível, formando um ciclo constante. A reação química em cadeia e a propagação
relativamente rápida são os fatores que distinguem o fogo das reações de oxidação mais lentas.
As reações de oxidação lentas não produzem calor suficientemente rápido para chegar a uma
ignição e nunca geram calor suficiente para uma reação em cadeia.
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A ferrugem em metais e o amarelado em papéis velhos são alguns exemplos de oxidação
lenta.

Introdução ao desenvolvimento do fogo (fases do incêndio)

Se um incêndio ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que ele seja
logo descoberto no seu início e a situação mais facilmente resolvida. Mas se ocorrer quando a
edificação estiver deserta ou fechada, o fogo continuará crescendo até ganhar grandes
proporções.
Até pouco tempo atrás, as fases do incêndio eram estudadas a partir de três etapas – a fase
inicial, a fase da queima livre e fase da queima lenta. Atualmente, a maioria das organizações de
bombeiro e programas de treinamento está sofrendo alterações e passando a estudar o processo a
partir de cinco fases distintas, a saber:

Ignição;
Crescimento;
Ignição súbita generalizada;
Desenvolvimento completo; e
Diminuição.

No entanto, convém observar que a ignição e o desenvolvimento de um incêndio interior


é algo complexo, que depende de uma série de numerosas variáveis. Por isso, pode ser que nem
todos os incêndios se desenvolvam seguindo cada uma das fases descritas a seguir, no entanto, os
incêndios poderão ser mais bem entendidos se estudarmos esse modelo de sequência em fases.

Fase da ignição

A ignição do fogo descreve o período em que os quatro elementos do tetraedro do fogo se


juntam e se inicia a combustão. Neste ponto, o incêndio é pequeno e geralmente se restringe ao
material que se incendiou primeiro. Todos os incêndios interiores e exteriores são o resultado de
algum tipo de ignição. A ignição do fogo é o principio de qualquer incêndio, quando por atuação
de um agente ígneo é alcançado o ponto de inflamação ou ignição de um combustível presente,
fazendo-o entrar em processo de combustão viva.

Fase do crescimento do fogo

Pouco depois da ignição, o calor gerado no foco inicial se propaga, determinando o


aquecimento gradual de todo o ambiente.
É importante considerar o fato de que o fogo e os gases aquecidos naturalmente se
moverão para cima, depois lateralmente, e só então para baixo. Tal fenômeno é explicado
através do modelo cúbico da propagação do fogo (cube model of firespread) que serve para
facilitar o entendimento da propagação normal de um incêndio em compartimento.

O modelo cúbito da propagação do fogo serve para facilitar o entendimento da


propagação normal de um incêndio em compartimento.

Fase da ignição súbita generalizada

Esta fase é uma etapa de transição entre a fase do crescimento e o desenvolvimento


completo do incêndio. Essa fase poderá desenvolver-se normalmente mediante um crescimento

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Pg. 100
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gradual ou manifestar-se por dois fenômenos distintos, variando conforme o nível de oxigenação
do ambiente.
Havendo uma oxigenação adequada com semelhante elevação de temperatura, o
incêndio poderá progredir para uma ignição súbita generalizada (em inglês, flashover), se do
contrário, a oxigenação é inadequada (incêndio controlado pela falta de ventilação) e a
temperatura permanece em elevação, poderemos progredir para uma ignição explosiva (em
inglês, backdraft), ambos, fenômenos que serão melhor estudados a seguir.
Se a oxigenação é adequada, as condições do ambiente alteram-se muito rapidamente à
medida que o calor radiado atinge todas as superfícies combustíveis expostas. Os gases que se
produzem durante este período se aquecem até a temperatura de ignição e poderá ocorrer um
fenômeno denominado de ignição súbita generalizada, ficando toda a área envolvida pelas
chamas.
Se ao contrário a oxigenação é inadequada, a queima se torna mais lenta e a combustão
incompleta porque não há oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Grandes quantidades de
calor e gases não pirolisados podem se acumular nos espaços não ventilados. Estes gases podem
até atingir a temperatura de ignição, mas carecem de oxigênio suficiente para se inflamar. Estes
estão prontas para incendiar-se rapidamente assim que o aporte de ar (oxigênio) for suficiente e,
na presença de ar fresco, esse ambiente explodirá. A essa explosão chamamos ignição explosiva.

Fase do desenvolvimento completo

Na fase do desenvolvimento completo do incêndio (também chamado de pós-flashover),


todos os materiais combustíveis do ambiente são envolvidos pelo fogo e as chamas enchem todo
o compartimento. A taxa de liberação do calor (TLC) atingirá seu ponto máximo, produzindo
altas temperaturas - tipicamente, essas temperaturas poderão atingir 1100 graus celsius (ºC) ou
mais em determinadas circunstâncias especiais.
O calor liberado e os gases da combustão que se produzem dependem da carga de fogo e
do número e do tamanho das aberturas de ventilação do ambiente incendiado.

Fase da diminuição

À medida que o incêndio consome todos os combustíveis disponíveis do ambiente, a taxa


de liberação de calor começa a diminuir. Uma vez mais o incêndio se converte em um incêndio
controlado, agora por falta de material combustível. A quantidade de fogo diminui e as
temperaturas do ambiente começam a reduzir, entretanto, as brasas podem manter temperaturas
ainda elevadas durante algum tempo. Esta fase representa a decadência do fogo.
A fase da diminuição do incêndio é frequentemente identificada como o estágio no qual o
fogo tem sua temperatura média caindo cerca de 80% abaixo do seu valor máximo.

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O controle dos incêndios

Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos


essenciais que provocam o fogo.
Essas técnicas de controle de incêndios e explosões se baseiam no conhecimento de seus
componentes básicos – existência de combustão com ou sem chama – e dos métodos apropriados
para reduzi-los ou eliminá-los.
Iniciada a ignição, ela continuará produzindo a combustão até que:
✔ Todo o combustível disponível seja consumido;
✔ O combustível e/ou o oxigênio seja eliminado;
✔ A temperatura seja reduzida por resfriamento; ou
✔ O número de moléculas vibrantes seja reduzido e se quebre a reação em cadeia.

Portanto, toda a segurança contra incêndio se baseia no princípio de manter fontes


combustível e fontes de ignição separadas.

Métodos de extinção

Retirada do material combustível

É a forma mais simples de se extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do material


combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação da
combustão.
Exemplos: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido
ou gasoso, retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.

Resfriamento

É o método utilizado mais frequentemente por combatentes. Consiste em diminuir a


temperatura do material combustível que está queimando, diminuindo, consequentemente, a
liberação de gases ou vapores inflamáveis. A água é o agente extintor mais usado, por ter grande
capacidade de absorver calor, diminuindo a temperatura, e ser facilmente encontrada na natureza.
Exemplos: aplicação de jatos diretos de água (jatos sólidos) dirigidos diretamente à base
do fogo (ataque direto), aplicação de jatos de água ajustado num ângulo médio (jato neblinado)
dirigidos a parte superior e próxima ao fogo (ataque indireto), etc.
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Abafamento

Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível.


Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo (como exceções temos
os materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade do oxigênio do
ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco).
Exemplos: Abafamento do fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra,
cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais, etc.

Quebra da reação química em cadeia

Consiste na introdução de determinadas substâncias no processo (reação química) da


combustão com o propósito de inibi-la e com isso criar uma condição especial em que o
combustível e o comburente perdem ou têm em muito reduzida as suas capacidades de manter o
processo da reação química em cadeia.
Exemplos: os extintores de incêndio à base de pó com alta capacidade extintora (tipo
ABC) tem como seu principal método de extinção a quebra da reação em cadeia.

Incêndios de progresso rápido

Os incêndios de progresso rápido (do inglês, rapid fire progress) ou IPR são conceituados
pela National Fire Protection Association (NFPA) como todo tipo de incêndio que se desenvolve
muito rapidamente, a partir de fenômenos conhecidos, tais como o flashover, o backdraft e outros
fenômenos similares.
Em português, ainda não temos nenhuma publicação científica que forneça uma tradução
padronizada para esses termos, motivo pelo qual sugerimos a adoção dos seguintes verbetes:
6) Ignição súbita generalizada (flashover);
7) Ignição explosiva (backdraft); e
8) Ignição dos gases do incêndio (fire gás ignition).
No entanto, ainda é comum encontrarmos outras terminologias, tais como inflamação
generalizada (flashover), explosão de fumaça ou explosão por fluxo reverso (backdraft), etc.

Sinais indicativos de uma ignição súbita generalizada (Flashover):

9) Incêndio ventilado;
10) Percepção de calor radiante doloroso (os combatentes são forçados a
permanecerem agachadas devido às altas temperaturas);
11) Existência de superfícies superaquecidas;
12) Chamas visíveis ao nível do teto;
13) Aumento na velocidade da pirólise dos materiais existentes no cômodo
incendiado;
14) Rebaixamento crescente do plano neutro e aumento de turbulência (efeito ondular
dos gases).

Sinais indicativos de uma ignição explosiva (Backdraft):

✔ Incêndio com ventilação limitada ou incêndio controlado por falta de ventilação;


✔ Existência de fumaça espessa (densa);
✔ Portas e janelas superaquecidas;
✔ Janelas com vidros escurecidos pela fumaça e/ou vidros rachados ou quebrados;
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✔ Ausência de chamas visíveis;
✔ Surgimento do “Ciclo de pulsações” (percepção de ar sendo arrastado - aspirado
para dentro do cômodo sinistrado com sons característicos seguido de lufadas de fumaça saindo
pelas frestas e pequenas aberturas);
✔ Aparecimento de chamas azuis nos planos mais altos;
✔ Surgimento de chamas dançantes ou chamas fantasmas, que são relatadas como
línguas de fogo (chamas vivas) que não são unidas à fonte do combustível e move-se em torno
do local onde o combustível e o ar se mistura em condições favoráveis.

Entendendo o processo da combustão

O processo da combustão pode ocorrer de dois modos distintos:

✔ Uma combustão com chamas (flamejante);


✔ Uma combustão sem chamas (não flamejante), fumegando ou com brasas.
✔ O processo da combustão, com ou sem chamas, pode ocorrer individualmente ou
em combinação.
✔ Os líquidos inflamáveis e os gases só queimam no modo flamejante, ou seja, com
chamas.
✔ Já a madeira, a palha ou o carvão (combustíveis sólidos) são exemplos onde
ambos os modos podem ser encontrados simultaneamente.

A combustão com chamas (flamejante) pode ocorrer das seguintes formas:

✔ Chamas de difusão, situação mais comum, onde o combustível e oxigênio são


inicialmente separados e queimam somente na região onde se misturam (por exemplo, a queima
de certo líquido inflamável numa vasilha ou a queima de um pedaço de madeira).
✔ Chamas de pré-mistura, onde o combustível e oxigênio são misturados antes de
ignição (por exemplo a chama num bico de gás de Bunsen, num queimador de um fogão a gás,
etc.).

Chamas de pré-mistura: Chamas de difusão:


Gases misturados antes da combustão; Gases não misturados antes da
combustão;
Chama de cor azul; Chama de cor laranja ou vermelha;
Ardem de forma limpa; Não ardem de forma limpa
Maior ruído; Menor ruído;
Maior velocidade de deflagração; ‘ Menor velocidade de deflagração
Mais estável; Menos estável;
Perfil da chama definido; Bordas difíceis de delimitar;
Combustão mais eficaz. Combustão menos eficaz.

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Os principais produtos da combustão

Os principais produtos da combustão são os gases da combustão, as chamas propriamente


ditas, o calor irradiado e as fumaças visíveis.
Contrariamente a opinião popular, o maior risco à vida devido aos incêndios, não se
constitui nem das chamas, nem do calor, senão da inalação de fumaça e gases aquecidos e
tóxicos, assim como a deficiência de oxigênio.

Os gases da combustão

Os gases da combustão podem ser conceituados como aquelas substâncias que surgem
durante o incêndio e permanecem mesmo após os produtos da combustão ser resfriados até
alcançarem temperaturas normais. A quantidade e os tipos de gases da combustão presentes
durante e depois de um incêndio varia fundamentalmente com a composição química do material
da combustão, com a quantidade de oxigênio disponível e também com a temperatura do
incêndio.
Os efeitos da fumaça e dos gases tóxicos sobre as pessoas dependem do tempo de
exposição, da concentração dos gases na atmosfera e também, em grande parte, das condições
físicas e resistência dos indivíduos expostos.
As fumaças geradas em incêndios contêm gases narcóticos (asfixiantes) e irritantes. Os
gases narcóticos ou asfixiantes são aqueles que causam a depressão do sistema nervoso central,
produzindo desorientação, intoxicação, perda da consciência e até morte. Os gases narcóticos
mais comuns são o monóxido de carbono (CO), o cianeto de nitrogênio (HCN) e o dióxido de
carbono (CO2).
A redução dos níveis de oxigênio como resultado de um incêndio também provocará
efeitos narcóticos nos humanos. Os agentes irritantes são substâncias que causam lesões na
respiração (irritantes pulmonares), além de inflamação nos olhos, vias aéreas superiores, e pele
(irritantes sensoriais).
Dos principais gases presentes nos incêndios destacamos como mais letais o monóxido de
carbono, o dióxido de carbono, o ácido cianídrico, o cloreto de hidrogênio e a acroleína, no
entanto, não podemos esquecer que a falta de oxigênio também pode ser fatal.
A toxicidade do CO deve-se fundamentalmente a sua tendência a combinar-se com a
hemoglobina do sangue, no lugar do oxigênio, o que gerará uma diminuição no abastecimento de
oxigênio dos tecidos humanos (hipóxia).

As chamas

A combustão dos materiais no ar quase sempre estará acompanhada de chamas visíveis.


O contato direto com as chamas, assim como a irradiação direta do calor das mesmas pode
produzir graves queimaduras. As queimaduras se classificam em diferentes graus. As
queimaduras de primeiro grau afetam a parte mais externa da pele, são muito dolorosas, mas não
tão graves como as de segundo e terceiro grau. As queimaduras de segundo grau são aquelas que
penetram mais profundamente na pele, formam bolhas e acumulam quantidades de líquidos
debaixo das mesmas. As queimaduras de terceiro grau são as que mais penetram e, portanto as
mais perigosas, no entanto, não são inicialmente tão dolorosas como as de primeiro e segundo
graus, já que as terminações nervosas acabaram destruídas e, portanto desativadas.
Qualquer queimadura é importante, pois além da profundidade, elas também devem ser
avaliadas pela extensão da área atingida e quanto maior for à superfície corporal atingida, pior a
situação da vítima. Os danos produzidos pelas queimaduras são dolorosos, duradouros, difíceis
de tratar e muito penosos para os vitimados.

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O calor irradiado

O calor produzido pelos incêndios afetam diretamente as pessoas expostas em função da


distância e das temperaturas alcançadas e poderá produzir desde pequenas queimaduras até a
morte. A exposição ao ar aquecido aumenta o ritmo cardíaco, provoca desidratação,
esgotamento, bloqueio do trato respiratório e queimaduras. Pessoas expostas a ambientes com
excesso de calor podem morrer se este ar quente entrar nos pulmões. A pressão sanguínea
diminuirá, a circulação do sangue ficará debilitada e a temperatura do corpo aumentará até
danificar centros nervosos do cérebro. Os combatentes não devem entrar em ambientes com
atmosferas que excedam os 50 ºC sem roupas de proteção e conjuntos de proteção respiratória. O
máximo nível de calor suportável num incêndio (considerando uma atmosfera seca durante um
curto período de exposição) é estimado em 150 ºC. Qualquer umidade no ar aumentará
notadamente esse perigo e reduzirá drasticamente o tempo de sobrevivência.

Fumaças visíveis

As fumaças são constituídas por partículas sólidas e líquidas transportadas pelo ar e por
gases desprendidos dos materiais que queimam. Normalmente, em condições de insuficiência de
oxigênio para uma combustão completa, madeira, papel, gasolina e outros combustíveis comuns
desprendem minúsculas partículas pretas de carbono chamadas de fuligem que são visíveis na
fumaça e se acomodam sob superfícies por deposição. A fumaça, incluindo os gases venenosos
invisíveis que a mesma contém, é a principal causa de mortes em incêndios, sendo responsáveis
por cerca de 50 a 75% das mortes. A fumaça irrita os olhos e os pulmões e normalmente cria
pânico. Outros gases da combustão, como o metano (CH 4), formaldeído e ácido acético, podem
ser gerados sob combustões incompletas, condensando-se sobre as partículas de fumaça e sendo
transportadas até os pulmões com consequências fatais para as pessoas.

Transferência do calor

O estudo da transferência do calor nos auxiliará a identificar as diferentes formas de


propagação de um incêndio.
O calor pode propagar-se a partir de três diferentes formas:
✔ Por condução, a qual ocorre principalmente nos sólidos;
✔ Por convecção, em líquidos e gases e;
✔ Por radiação, onde não há necessidade de um meio material para a propagação
dessa energia.
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Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos ou locais com
temperatura mais alta para objetos ou pontos com temperatura mais baixa, ou seja, o ponto ou
objeto mais frio absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.

Condução

Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula.


Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se
fosse um só corpo.
Exemplos: aquecimento de uma barra de metal, incêndio em floresta, etc.

Convecção

É a transferência de calor que ocorre nos fluídos (gases e líquidos) através do


movimento de massas de gases ou de líquidos dentro de si próprios.
Diferentemente da condução onde o calor é transmitido de átomo a átomo
sucessivamente, na convecção a propagação do calor se dá através do movimento do fluido
envolvendo o transporte de matéria.
Exemplo: em incêndios de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor para
andares superiores, quando os gases aquecidos encontram caminho através de escadas, poços de
elevadores, etc.

Radiação

A radiação térmica é a transmissão de energia através do espaço em forma de ondas


eletromagnéticas (como ondas de luz visível, de raios-X, ondas de rádio, micro-ondas, radiação
ultravioleta – UV, raios gama). Este processo de transmissão do calor não depende da presença
de um meio material, podendo ocorrer através do vácuo. A energia solar, por exemplo, chega
até nós dessa forma.
Devemos estar atentos aos materiais ao redor de uma fonte que irradie calor para protegê-
los, a fim de que não ocorram novos incêndios.
Exemplos: energia solar, incêndio em casas muito próximas, etc.

Condutores e isolantes térmicos

Os metais são excelentes condutores de calor, por outro lado, temos que materiais como a
lã, a madeira, o vidro, o papel, o isopor e o gesso, que são maus condutores de calor (isolantes
térmicos.
Os líquidos e gases, em geral, são maus condutores de calor. O ar, por exemplo, é um
ótimo isolante térmico. É por este motivo que quando colocamos a mão no interior de um forno
aquecido, não nos queimamos logo, entretanto, ao tocarmos numa forma de metal colocada

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dentro do forno, à queimadura é praticamente imediata, pois, a forma metálica conduz o calor
mais rapidamente que o ar.
A neve é outro exemplo de um bom isolante térmico. Isto acontece porque os flocos de
neve são arranjado de tal maneira que o ar fica preso entre eles dificultando a transmissão de
calor.

Pontos de temperatura

Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberar


vapores, que se incendeiam caso houver uma fonte externa de calor. Neste ponto, chamado de
Ponto de Fulgor, as chamas não se mantêm, devido à pequena quantidade de vapores, só
produzem um “flash”, que logo se apaga.
Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma temperatura em que os gases desprendidos
do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a combustão, e
continuam a queimar sem o auxílio daquela fonte. Esse ponto é chamado de Ponto de
Combustão.
Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual o combustível, exposto ao ar,
entra em combustão sem que haja fonte externa de calor. Este é o chamado Ponto de Ignição.

Avaliação da lição

1. Usando suas próprias palavras, use o espaço abaixo para conceituar os termos “fogo” e
“incêndio”.
Resposta:

2. Observe com atenção o desenho abaixo (tetraedro do fogo) e indique os componentes


essenciais do fogo que estão faltando.

3. O desenho abaixo indica uma curva típica de incêndio. Relembre as diferentes fases de
um incêndio preenchendo os espaços em branco.

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_______ _______ _______ _______

4. Indique se a afirmação a seguir é verdadeira ou falsa, escrevendo “V” ou “F” no


espaço em branco.

___ A retirada do material combustível é a forma mais simples de se extinguir um


incêndio e se baseia na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de
propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão.
___ O abafamento é método utilizado mais frequentemente por combatentes. Consiste
em diminuir a temperatura do material combustível que está queimando, diminuindo,
consequentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis.
___ O resfriamento consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o
material combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo.
___ A quebra da reação química em cadeia consiste na introdução de determinadas
substâncias no processo (reação química) da combustão com o propósito de inibi-la e com isso
criar uma condição especial em que o combustível e o comburente perdem as suas capacidades
de manter o processo da reação química em cadeia.

5. Escreva no espaço abaixo pelo menos três diferentes produtos da combustão:


Resposta:

6. Indique a correspondência entre os termos de ambas as colunas, colocando nos espaços


em branco da segunda coluna, as letras equivalentes da primeira coluna.
a) Condução ( ) Incêndio em casas muito próximas
b) Convecção ( ) Aquecimento de uma barra de meta
c) Radiação ( ) Ocorre nos fluidos (gases e líquidos)

7. Indique se a afirmação a seguir é verdadeira ou falsa, escrevendo “V” ou “F” no


espaço em branco.
___ Ponto de fulgor é a temperatura na qual um líquido inflamável gera suficiente vapor
para formar uma mistura inflamável com o ar.
___ Ponto de combustão (também chamado de ponto de inflamação) é a temperatura
mínima, na qual os vapores emitidos por um corpo combustível provocam a combustão na
presença de uma fonte ígnea externa. Porém, ao ser retirada essa fonte externa de calor, a chama
se mantém acesa.
___ Ponto de ignição é a temperatura mínima na qual os vapores desprendidos por um
corpo combustível provocam combustão ao entrar em contato com o ar, independente ou não da
presença de qualquer fonte ígnea externa.
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Pg. 109
Brigadista Particular
Módulo II - Unidade Didática 2

Equipamentos de Proteção Individual

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:


✔ Definir Equipamentos de Proteção Individual;
✔ Enumerar as ameaças encontradas em uma operação de combate a incêndio;
✔ Enumerar e descrever os itens de proteção individual utilizados em operações de
incêndio;
✔ Descrever as ameaças respiratórias em um incêndio;
✔ Enumerar os equipamentos de proteção respiratória;
✔ Descrever e utilizar a máscara de respiração autônoma;
✔ Equipar-se completamente com os EPI
✔ Executar as atividades básicas utilizando o EPI completo.

Equipamento de proteção individual - EPI

Todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do


combatente.

Ameaças no ambiente de incêndio

1) Vapores e gases tóxicos


2) Calor
3) Impactos
4) Perfurações
5) Cortes
6) Descargas elétricas
7) Produtos perigosos

Equipamentos

Capacete

✔ Destinado à proteção da cabeça ou parte dela


✔ Deve ser resistente a impacto, perfurações, calor, choque elétrico penetração
✔ Deve permitir o uso de:
✔ Proteção facial
✔ Máscara autônoma
✔ Sistema de comunicação

Roupa de proteção

✔ NFPA 1971
✔ Deve possuir faixas refletivas
✔ Deve proteger pescoço, tronco e membros

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Brigadista Particular

Luvas

✔ Norma NFPA 1973


✔ Deve ser resistente a cortes, perfurações, absorção do líquidos, chama e calor
✔ Deve preservar a destreza do combatente

Botas

✔ Norma NFPA 1974


✔ Deve possuir resistência ao calor, chama, penetração e impacto
✔ Deve possuir palmilha e biqueira de aço ou fibra de carbono e alças laterais
✔ São usadas por dentro das calças

Ameaças Respiratórias

Calor

A inspiração de gases com temperatura a partir de 60 graus centígrados pode provocar


danos para o sistema respiratório, com formação de edema de vias aéreas e pulmonar. O fato de
respirar ar fresco após a exposição não torna o dano reversível de imediato, aliás não há como
afirmar a reversibilidade ou extensão dos danos sem avaliação médica.

Efeitos fisiológicos da falta de oxigênio:

✔ 21% - Condição normal


✔ 17% - Diminui coordenação motora e aumenta frequência respiratória
✔ 12% - Vertigem, dor de cabeça e fadiga
✔ 9% - Morte em alguns minutos por PCR

Gases tóxicos

Os gases vão variar de acordo com:


✔ Natureza do combustível
✔ Taxa de aquecimento
✔ Temperatura dos gases
✔ Concentração de oxigênio

Monóxido de Carbono (CO)

✔ Não possui cor nem odor


✔ Está presente na fumaça
✔ Combina-se com a hemoglobina de forma irreversível

Cloreto de Hidrogênio (HCl)

✔ Provém da queima de plástico (PVC)


✔ Incolor, porém tem cheiro
✔ Provoca edema e obstrução do trato respiratório
✔ Respiração fica difícil e pode ocorrer sufocação
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Brigadista Particular

Cianeto de Hidrogênio (HCN)

✔ Provém de materiais como nylon, poliuretano e papel. É comum em lojas de


roupas
✔ Atua na respiração a nível celular
✔ Provoca respiração tipo gasping, espasmos musculares, taquicardia e
inconsciência
✔ Concentração de 0,0270% é fatal

Dióxido de Carbono – CO2

✔ Provém da queima de materiais com carbono em sua composição


✔ É incolor, inodoro e não inflamável
✔ Aumenta FR > aumenta inalação > deprime sistema respiratório > parada
respiratória
Concentrações:
✔ 0,03% normal
✔ 5% alterações
✔ 12% morte

Equipamentos de proteção respiratória

✔ Filtrantes
✔ Filtro químico para absorção de gases
✔ Filtro mecânico para retenção de partículas sólidas em suspensão
✔ Filtro combinado
✔ Filtro para CO

Equipamento de Proteção Respiratória

Linha de ar

✔ O combatente recebe ar de um reservatório externo por uma mangueira


✔ Risco de avarias na mangueira
✔ Limita os movimentos

Circuito fechado

✔ O ar expirado é reaproveitado com o uso de um filtro


✔ Desvantagens: custo, esforço para respirar e ar seco

Máscara autônoma

✔ O ar é estocado em um cilindro (até 300 bar)


✔ Ao abrir o registro o ar passa por uma válvula que reduz a pressão a 6 bar
✔ O ar chega a uma válvula de demanda que libera a quantidade suficiente para os
pulmões
✔ O ar expirado sai por uma válvula de exalação na máscara facial
Partes principais:
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Brigadista Particular
✔ Suporte
✔ Válvula de demanda
✔ Máscara
✔ Cilindro

Inspeção diária

✔ Conexão do cilindro ao redutor de pressão


✔ Cinta que liga o cilindro ao suporte
✔ Alças de transporte, cinto e placa de suporte
✔ Conexões das mangueiras
✔ Tirantes e peça facial
✔ Pressão do cilindro
✔ Vedação de alta pressão
✔ Alarme

Pressão do cilindro

Abrir o registro do cilindro e verificar a pressão do manômetro

volume (litros) X pressão (bar)


Autonomia (minutos) = _________________________

consumo (litros por minuto)

*Descanso = 5 a 10 LPM
*Trabalho pesado = 35 a 50 LPM
*Esforço máximo = 50 a 90 LPM

Lembrando que para cálculos quando necessário usamos que 1 bar = 15 PSI

Vedação de alta pressão

✔ Acoplar a válvula de demanda à mangueira de alta pressão, abrir o registro, ler a


pressão indicada no manômetro
✔ Fechar o registro do cilindro e verificar se a pressão diminui mais de 10 bar em 1
min.
✔ Acionar o botão de descarga para despressurizar o sistema

Alarme

✔ Acoplar a válvula de demanda à mangueira de alta pressão, abrir o registro e


voltar a fechá-lo
✔ Liberar o ar pela válvula de demanda observando o manômetro
✔ O alarme deve soar entre 35 e 45 bar

Métodos de colocação

✔ Pela cabeça
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Brigadista Particular
✔ Mochila
Avaliação da lição

1. Ao sinal participante deverá colocar o EPI (calça, bota, jaqueta, balaclava,


capacete e luvas) no menor tempo possível.

2. Ao sinal, cada participante deverá colocar todo o EPI e EPR, no tempo menor
possível, executando todos os itens do check list.

Avaliação prática sobre colocação de EPI

ALUNO: _____________________________________________________

PROCEDIMENTO CORRETO INCORRETO


Vestir as Botas
Colocar a calça (vestir os suspensórios)
Colocar a balaclava
Colocar a jaqueta
Fechar a Jaqueta (proteção do pescoço)
Colocar o Capacete (ajustar)
Ajoelhar-se a frente do cilindro
Passar o cilindro pela cabeça
Ajustar os tirantes
Colocar o capacete para trás
Colocar a máscara a tira colo
Conectar as mangueiras (máscara e cela)
Colocar o registro da válvula em “off”
Abrir o registro do cilindro (retornar ¼ de volta)
Verificar manômetro
Fechar registro do cilindro
Verificar vazamentos
Liberar o ar das mangueiras (conferir alarme)
Colocar o registro da válvula em “off”
Abrir o registro do cilindro (retornar ¼ de volta)
Verificar manômetro
Vestir a máscara
Ajustar tirantes
Recolocar o capacete (ajustar os tirante)
Calçar as luvas
Executar um meio-sugado (verificar eq. ajustado)
TEMPO TOTAL

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Módulo II - Unidade Didática 3

Classes de incêndio

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Enumerar as 5 classes de incêndio e dar um exemplo de cada uma delas;


2) Identificar as técnicas de combate incêndio para cada Classe

Classes de Incêndio

Introdução

Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos (tipo de


material combustível), bem como a situação em que se encontram. Essa classificação é feita para
determinar o agente extintor mais adequado para o tipo de incêndio específico. Entendemos
como agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos elementos
essenciais do fogo, cessando a combustão. Existem cinco classes de incêndio, identificadas pelas
letras A, B, C, D e K. Essa classificação é adotada pela Norma Americana e também pelos
Corpos de Bombeiros Militares dos Estados Brasileiros, no entanto, as Normas Europeias
apresentam outro tipo de classificação.

Quadro demonstrativo
Class
Norma Americana* Classe Norma Europeia
e
SÓLIDOS SÓLIDOS
A papel, madeira, tecido, A papel, madeira, tecido,
borracha, plásticos borracha, plásticos
LÍQUIDOS, GRAXAS e
LÍQUIDOS
GASES
B B Gasolina, óleo, álcool e
Gasolina, álcool, butano,
petróleo
metano e acetileno
ELÉTRICOS
GASES
C Equipamentos e máquinas C
Butano, metano e acetileno
elétricas e eletrônicas energizadas
METAIS ESPECIAIS METAIS ESPECIAIS
magnésio, selênio, magnésio, selênio,
D D
antimônio, lítio, potássio, zinco, antimônio, lítio, titânio, zircônio,
titânio, sódio, urânio e zircônio sódio, urânio, zinco e potássio
ELÉTRICOS
ÓLEOS e GORDURAS
K E Equipamentos e máquinas
Óleos e gorduras de cozinha
elétricas e eletrônicas energizadas
ÓLEOS e GORDURAS
F Óleos, gorduras de
cozinhas e piche derretido

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Incêndio Classe ”A”

Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns, tais como papel, madeira, tecido,
borracha, plásticos, etc. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e por
queimar em razão do volume, isto é, a queima se dá na superfície e em profundidade.
O método mais utilizado para extinguir incêndios de classe A é o uso de resfriamento com
água, mas também se admite o uso de pós químicos secos de alta capacidade extintora ou
espuma.

Incêndio Classe “B”

Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis.


É caracterizado por não deixar resíduos e por queimar apenas na superfície exposta e não
em profundidade. Os métodos mais utilizados para extinguir incêndios de classe B são o
abafamento (uso de espuma), a quebra da reação em cadeia (uso de pós químicos) ou ainda o
resfriamento com cautela.

Incêndio Classe “C”

Incêndio envolvendo equipamentos elétricos energizados. É caracterizado pelo risco de


vida que oferece ao combatente. A extinção deve ser realizada por agentes extintores que não
conduzam a corrente elétrica (pós químicos ou gás carbônico). É importante registrar que a
maioria dos incêndios de classe C, uma vez eliminado o perigo da eletricidade (choque elétrico),
transformam-se em incêndios de classe A.

Incêndio Classe “D”

Incêndio envolvendo metais combustíveis pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio,


lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, urânio e zircônio). É caracterizado
pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns (principalmente
os que contenham água). O método mais utilizado para extinguir incêndios de classe D é o uso
de pós especiais que separam que agem por abafamento.

Incêndio Classe “K”

Essa não é verdadeiramente uma classe de incêndio, pois se confunde com a classe B, no
entanto já aparece na maioria dos textos técnicos mais recentes e tem uma finalidade mais
educativa para enfatizar os riscos especiais da classe. São os incêndios em óleo, gorduras de
cozinhas e piche derretido que não devem ser combatidos com água em jato direto. Os métodos
mais utilizados para extinguir incêndios de classe K são o abafamento (uso de espuma), a quebra
da reação em cadeia (uso de pós químicos) ou ainda o resfriamento com muita cautela.

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Técnicas de combate a incêndios

Combate a Incêndios Classe “A”

Os incêndios classe “A”, isto é, incêndios em combustíveis comuns papel, madeira,


tecidos que deixam resíduos característicos (brasa, carvão, cinza), em geral, são extintos por
resfriamento, podendo se utilizar também o abafamento, retirada do material e quebra da
reação em cadeia.
A água é o agente extintor mais eficaz para o resfriamento. A explicação de água será
bem-sucedida se a quantidade utilizada for suficiente para resfriar o combustível que está
queimando para temperaturas que o conduzam abaixo do ponto de combustão.

Ataque Direto

O mais eficiente uso de água em incêndio em queima livre é o ataque direto. O


combatente deve estar próximo ao incêndio, utilizando jato contínuo ou chuveiro, sempre
concentrando o ataque para a base do fogo, até extingui-lo. Não jogar mais água que o necessário
para a extinção, isto é, quando não houver mais chamas.
Em locais com pouca ou nenhuma ventilação, o combatente deve usar jatos intermitentes
e curtos até a extinção. Os jatos não devem ser empregados por muito tempo, sob pena de
perturbar o balanço térmico.
O balanço térmico é o movimento dos gases aquecidos em direção ao teto e a expansão
de vapor d´água em todas as áreas, após a aplicação dos jatos d´água. Se o jato for aplicado por
muito tempo, além do necessário, o vapor começará a condensar, causando a precipitação de
fumaça ao piso e, por sua vagarosa movimentação, haverá perda da visibilidade, ou seja, os gases
aquecidos deveriam ficar ao nível do teto tomarão o lugar do ar fresco que deveria ficar ao nível
do chão e vice-versa.

Ataque Indireto

Este método é chamado de ataque indireto porque o combatente faz a estabilização do


ambiente, usando a propriedade de vaporização da água, sem entrar no ambiente. Deve ser
executado quando o ambiente está confinado e com alta temperatura, com ou sem fogo. É
preciso cuidado porque esta pode ser uma situação propicia para o surgimento de uma explosão
ambiental (backdraft ou flashover).
Este ataque não deve ser feito enquanto não houver certeza da retirada das vítimas do
local, porque a grande geração de vapor poderia matá-las. Realiza-se dirigindo o jato d´água para
o teto superaquecido, tendo como resultado a produção de aproximadamente 1700 litros de
vapor, para cada litro de água à pressão normal e temperatura superior a 100º C.
No ataque indireto, o esguicho será acionado por um período de 20 a 30 segundos, no
máximo. Não poderá haver excesso de água, o que causaria distúrbios no balanço térmico.

Antes de entrar, certifique-se de que o ambiente se encontra estabilizado.


Não aumentar os prejuízos causados pelo fogo com o uso abusivo de água.

Ataque combinado

Quando o combatente se depara com um incêndio que está em local confinado, sem risco
de explosão ambiental, mas com superaquecimento do ambiente, que permite a produção de
vapor para auxiliar a extinção (abafamento e resfriamento), usa-se o ataque combinado.

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O ataque combinado consiste na técnica da geração de vapor combinada com ataque
direto à base dos materiais em chamas. O esguicho, regulado, deve ser movimentado de forma a
descrever um circulo, atingindo o teto, a parede oposta e novamente o teto.
No ataque combinado, os combatentes devem ficar abaixados com a mangueira sobre o
ombro, o que facilitará a movimentação circular que caracteriza este ataque. Quando não houver
mais geração de vapor, utiliza-se o ataque direto para a extinção dos focos remanescentes.
Lembrar que:
✔ Nunca se deve aplicar água na fumaça.
✔ A aplicação de água na fumaça não extingue o incêndio, somente causa danos,
distúrbios no balanço térmico, desperdício de água e perda de tempo.

Seleção de Linhas e Jatos

A técnica de aplicação de água somente será bem-sucedida se a forma e a quantidade


utilizadas forem adequadas e suficientes.
Para isso, a seleção de linhas e jatos dependerá das necessidades da situação, tais como:
✔ volume de água disponível e o necessário para a extinção;
✔ alcance do jato;
✔ número de pessoas disponíveis para manobrar as linhas;
✔ mobilidade exigida;
✔ tática e técnica escolhida.

Combate a Incêndio Classe “B”

São incêndios que ocorrem em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis.

Características dos incêndios em líquidos inflamáveis

Os incêndios em líquidos inflamáveis apresentam propriedades e características próprias,


que os diferenciam das demais classes de incêndio.
Dentre essas características, destacam-se as seguintes:
✔ Geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente;
✔ Flutuam em água;
✔ Queimam rapidamente e em superfície;
✔ Não deixam resíduos;
✔ Produzem expressivas chamas e desprendem grande quantidade de calor.

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Combate a incêndio em líquidos inflamáveis

O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios em líquidos inflamáveis é o


abafamento, podendo também ser utilizado à quebra da reação em cadeia, a retirada do
material e o resfriamento.
O emprego da espuma destaca-se como método mais eficiente no combate a incêndio em
líquidos inflamáveis.

Fenômenos importantes nos incêndios em líquidos inflamáveis:

BOIL OVER: É o fenômeno caracterizado por uma violenta erupção turbilhonar, com
ejeção do líquido combustível.
SOLOP OVER: Caracterizado por uma ebulição e espumação ao nível da superfície do
líquido inflamável, com o consequente extravasamento do produto do interior do reservatório.
BLEVE: Pode se conceituar o “BLEVE” como sendo uma explosão de líquido em
ebulição expandida.
Ocorre quando um recipiente contendo líquido sob pressão tem suas paredes expostas
diretamente à chama, tendo como resultado o aumento da pressão interna. A resistência das
paredes do recipiente cai bruscamente, resultando no seu rompimento.

Procedimento para combate a incêndios:

Utilização de Espuma: o emprego de espuma (mecânica) é o meio mais eficiente no


combate a incêndios em líquidos inflamáveis, necessitando certo cuidado quanto à escolha do
respectivo líquido gerador de espuma (LGE).
Considerando que a função principal da espuma como agente extintor é o “abafamento”,
o lançamento da mesma deverá ser uniforme, cobrindo toda a superfície do líquido incendiado.
Pó químico Seco: muito eficaz para a extinção de pequenos incêndios, considerando a
dificuldade de aproximação em consequência do calor emanado das chamas.
CO2: devido a sua rápida dispersão no ambiente, não é muito recomendado, todavia em
pequenos focos de incêndios poderá apresentar um bom grau de desempenho.
Água: levando em consideração suas características de extinção, resfriamento e
abafamento, é muito eficiente, todavia deverá ser aplicada sempre em forma de “neblina”,
atentando para não provocar o transbordamento do líquido incendiado, bem como a ocorrência
do BOILOVER.

Combate a incêndio em gás combustível:

Ao se deparar com fogo em gás inflamável e não podendo conter o fluxo do mesmo, não
deverá extinguir o incêndio, apenas controlá-lo.
Um vazamento de gás inflamável será mais grave que a situação de incêndio, por reunir
condições propícias para uma explosão.
A conduta correta será o controle do incêndio, evitando sua propagação, bem como o
aumento de suas proporções.
Informações importantes sobre o Gás Liquefeito do Petróleo(GLP):
O GLP é um gás combustível de fácil combustão, o GLP é incolor e inodoro, mas, por
motivo de segurança, uma substância do grupo MERCAPTAN é adicionada para a identificação
de vazamentos, produzindo um cheiro especifico. O GLP não é corrosivo, poluente e nem tóxico,
mas se inalado em grande quantidade produz efeito anestésico.
O GLP no estado gasoso é mais pesado que o ar (1.5 vezes) e mais leve que a água, por
isso, concentra-se nos local mais baixo (ralos, valos, canaletas, etc.) e mantém-se sobre a
superfície de um recipiente contendo água.
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Combate a Incêndio “Classe C”

Materiais Energizados

Este tipo de incêndio pode ser extinto após o corte da energia elétrica, tornando-se classe
“A” ou “B”. Deve-se utilizar agentes extintores não condutores, como PQS, CO 2 e Halon (em
desuso). Não se deve utilizar extintores de água ou espuma, devido ao perigo de choque
elétrico.

Ocorrência de Alta Tensão


A decisão do comandante do combate ao fogo não deve ser tomada sem a definição do
responsável técnico ou operador.

Procedimentos de Segurança Alta e Baixa Tensão

✔ Contato com técnico especializado;


✔ Cuidados extras com instalação clandestina de energia elétrica;
✔ No combate a incêndio em instalações elétricas em galerias, não se deve utilizar
água, pela proximidade com a eletricidade. Pode haver risco de explosão, devido a vapores
inflamáveis provenientes da combustão de fusíveis, relês ou de curto circuito;
✔ Quando forem encontrados fios caídos, deve-se isolar a área;
✔ Tratar todos os cabos como sendo energizados e alta tensão;
✔ Cuidados extras no manuseio de escadas junto a fio elétricos;
✔ Cuidados com água empoçada junto ao material energizado;
✔ Providenciar isolamento do local;
✔ Muitos materiais elétricos, como transformadores, quando submetidos ao fogo
podem liberar líquidos e gases tóxicos (produtos perigosos). Importante a utilização do EPI e
EPR.

Combate a Incêndio “Classe D”

Incêndios em metais combustíveis (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio, potássio,


alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio). Agentes especiais de extinção (que se fundam com o
material ou que retirem o calor). Reagem com a água arremessando partículas. Quanto maior a
fragmentação, maior a reação.

Características do incêndio:

✔ Apresenta-se basicamente quando na forma fragmentada;


✔ Maior problema para o combatente é o agente extintor à situação especifica;
✔ Não apresentam comportamento padrão;
✔ Melhor método de extinção: abafamento;
✔ Agentes extintores especiais: grafite seco, areia seca, cloreto de sódio e
nitrogênio;
✔ Água pode ser utilizada em alguns casos.

Dica: Cuidado na instalação de indústrias nas cidades onde o combatente atua, solicitar
que a edificação tenha o agente extintor adequado.

Incêndios e emergências em ambientes fechados


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É o incêndio ou salvamento que ocorre em locais de pouca ou nenhuma ventilação.

Características:

✔ Ocorre em subsolos, depósitos, garagens, residências, escritórios ou outras


dependências;
✔ Insuficiência de oxigênio, excesso de vapores e gases tóxicos e/ou inflamáveis;
✔ Espaço limitado para entrada e saída;
✔ Riscos de colapso estrutural e instabilidade de estoques de material;
✔ Presença de estruturas metálicas aquecidas pelo fogo;
✔ Presença de eletricidade
Meio de segurança: Cabo guia para comunicação
Para cada equipe que entra na edificação deve haver uma do lado de fora para a
segurança. A comunicação deve existir entre os dois lados, sempre com resposta.

Segurança na Extinção

Durante o atendimento de ocorrências os combatentes devem sempre ter preocupação


constante com a sua segurança e a segurança dos próprios companheiros. Considerando que os
Bombeiros trabalham em situações de risco, deve-se sempre tratar de superá-las com atos
seguro.

Principais atos que colocam em risco os combatentes

✔ Excesso de autoconfiança – Induz o combatente a acreditar-se invulnerável e


indestrutível, desta maneira colocando a si mesmo e terceiros em perigo.
✔ Entrar em locais em chamas, deixando chamas à sua retaguarda – constitui erro
de procedimento tal fato, uma vez que as chamas poderão ganhar volume, interditando a rota de
fuga do combatente, ou ainda, poderão causar danos à estrutura da edificação o que causará o
colapso da mesma, e igualmente bloquear a saída do combatente.
✔ Trabalhar isoladamente – O combatente atuando desta forma, colocar-se-á à
mercê dos perigos contidos em uma edificação em chamas, sem que haja controle ou
conhecimento de sua situação.
✔ Não utilizando EPI – O não emprego dos EPIs, constitui erro que pode trazer
graves consequências para o combatente, uma vez que os EPIs, são necessários para reduzir a
incidência de ferimentos durante os trabalhos e ainda para permitir uma maior aproximação do
fogo, visando sua extinção.
✔ Ausência de sinalização no local da ocorrência – Quando do atendimento a
ocorrências em vias públicas, e não houver a presença de policiamento de trânsito no local, um
combatente deverá ser incumbido de sinalizar e isolar o local do evento, garantindo a segurança
dos combatentes envolvidos. Se necessário e viável as viaturas poderão ser estacionadas de
forma a proteger as equipes de combatentes do fluxo de veículos nas proximidades da
ocorrência.
✔ Contaminação com produtos perigosos – O combatente deverá estar atento para
não entrar em contato, nem permanecer sobre poças de líquidos inflamáveis, ou ainda água que
contenha resíduos de líquidos inflamáveis. De igual maneira deve estar atento o combatente para
o atendimento de ocorrências que envolvam ácidos e outras substâncias perigosas, minimizando
o contato com o referido produto, a fim de garantir sua integridade física.

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Cuidados básicos no atendimento de ocorrências.

9) Evitar entrar em contato com produtos perigosos;


10) Observar os cuidados relativos à possibilidade da existência de materiais
energizados;
11) Em ocorrências em vias urbanas, sinalizar a uma distância segura para possibilitar
aos motoristas tempo suficiente para sua reação;
12) A noite em ocorrências em vias urbanas, empregar sinalização luminosa;
13) Ao efetuar combate em edificações, evitar entrar sozinho, procure estar sempre
em duplas, e mantenha um combatente como segurança na parte externa da edificação,
observando ainda a situação de emprego da mangueira como equipamento guia, no caso de
emergência;
14) Utilizar sempre o EPI correto, para o tipo de ocorrência;
15) Trabalhar sempre em equipe, seguindo as orientações do escalão superior;
16) Ao efetuar trabalhos acima do nível do solo, usar equipamentos de segurança
(cinto de segurança – cabo da vida);
17) Ao se deparar com fogo em válvulas de alívio ou canalização, o combatente não
deverá extinguir o fogo, caso não consiga conter o fluxo de combustível, sob pena de criar um
vazamento maior do que o já existente. No vazamento os gases geralmente são mais pesados do
que o ar e poderão se acumular em pontos mais baixos criando bolsas, as quais poderão entrar
em combustão;
18) Promover o controle de todas as fontes de ignição nas proximidades de
vazamentos de fluídos inflamáveis (veículos, fósforos, isqueiros, fagulhas de ferramentas e
elétricas);
19) Sinalizar e isolar adequadamente o local da ocorrência, somente permitindo o
acesso dos combatentes autorizados ao local do evento.
20) No caso de ocorrências em vias públicas, não empregar sinalização com fogo
(latas de óleo ou outro combustível queimando), uma vez que poderá ocasionar a ignição do
produto derramado.
O combatente de serviço em atendimento de ocorrências poderá estar ainda exposto aos
seguintes riscos:
✔ Cair durante o desabamento de estruturas;
✔ Inalar gases tóxicos;
✔ Cortar-se;
✔ Receber choque elétrico;
✔ Torcer o pé ou joelho;
✔ Escorregar e cair;
✔ Tropeçar e cair;
✔ Queimar-se;
✔ Ficar preso sob objetos pesados, tendo partes do corpo esmagadas;
✔ Contaminar-se produtos químicos perigosos;
✔ Ser atingido por objetos que caem;
✔ Ser atropelado.

Rescaldo

É quando se elimina todos os riscos de reignição do incêndio. Procedimentos para o


rescaldo:
✔ Caminhar por todo o perímetro onde se deu o incêndio e ter certeza de que foi
extinto;

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✔ Eliminar toda fonte de calor do perímetro do incêndio;
✔ Se o rescaldo for trabalhoso permitir que o combustível queime sob controle;
✔ Extinguir focos esparsos;
✔ Espalhar todo o material incandescente que não puder ser extinto com água para
dentro do perímetro (se for o caso enterrá-lo);
✔ Fazer rescaldo de modo que se preserve o local sinistrado, a fim de que se
preservem as evidências que causaram o sinistro.

Avaliação da lição

1. Indique a correspondência entre os termos de ambas as colunas, colocando nos espaços


em branco da segunda coluna, as letras equivalentes das classes de incêndio (primeira coluna).

Classe A ( ) Óleo, gorduras de cozinhas e piche


Classe B ( ) Equipamentos elétricos energizados
Classe C ( ) Magnésio, alumínio fragmentado e sódio
Classe D ( ) Gases combustíveis, graxas, álcool, gasolina
Classe K ( ) Papel, borracha, plástico, tecido, madeira

2. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe A.

3. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe B.

4. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe C.

5. Explane sobre a forma de combate ao incêndio de Classe D.

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Módulo II - Unidade Didática 4

Fundamentos Operacionais

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar os diversos tipos de extintores;


2) Identificar os extintores apropriados às respectivas classes de incêndio;
3) Conhecer princípios básicos de inspeção e manutenção;
4) Conceituar mangueira de incêndio;
5) Citar os tipos de Acondicionamento de Mangueiras, com suas respectivas finalidades;
6) Citar pelos menos 04 acessórios de mangueiras utilizados pelo Corpo de Bombeiros;
7) Citar as funções de uma guarnição de combate a incêndio completa e reduzida;
8) Citar quais são os tipos de linhas de mangueira;
9) Citar pelo menos 5 ferramentas ou equipamentos utilizados no combate a incêndio.

Fundamentos operacionais

Introdução

Extintores são recipientes metálicos que contém em seu interior agentes extintores para
combate imediato e rápido a princípios de incêndio. Os extintores podem ser portáteis ou sobre
rodas, conforme o seu tamanho e uso. Os extintores portáteis também são conhecidos
simplesmente por extintores e os extintores sobre rodas, por carretas. Os extintores classificam-
se em conformidade com a classe de incêndio a que se destinam, ou seja, “A”, “B”, “C” e “D”.
O sucesso na operação de um extintor dependerá basicamente de:
✔ Uma fabricação de acordo com as normas técnicas (ABNT);
✔ Uma adequada distribuição dos aparelhos na planta;
✔ Uma inspeção periódica da área a proteger;
✔ Uma manutenção adequada e eficiente; e
✔ Pessoal habilitado no correto manuseio do aparelho.

Tipos de agentes extintores

Os extintores devem conter uma carga de agente extintor em seu interior, essa carga é
chamada de unidade extintora e é especificada em norma.

Água

É o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por resfriamento.

Pó Químico Seco

Os pós químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato


de potássio ou cloreto de potássio, que pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo,
extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por abafamento.

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Gás Carbônico CO2

Também conhecido como dióxido de carbono, o CO2 é um gás mais pesado que o ar, sem
cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso (mas asfixiante). Age
principalmente por abafamento, tendo, secundariamente, ação de resfriamento. Por não deixar
resíduos nem ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater incêndios em
equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais telefônicas e computadores).

Espuma

A espuma pode ser química ou mecânica conforme seu processo de formação. Mais leve
que todos os líquidos inflamáveis é utilizada para extinguir incêndios por abafamento e, por
conter água, possui uma ação secundária de resfriamento.

Considerações Sobre Extintores Portáteis

São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater princípios de incêndio. Recebem


o nome do agente extintor que transportam em seu interior (por exemplo: extintor de água,
porque contém água em seu interior). Os extintores podem ser:
Extintor de água

✔ Pressurizado ou por pressão injetada.


✔ Manual do tipo costal.

Características de um extintor de água tipo costal: É preso às costas do operador por


alças. O esguicho já é acoplado à bomba. Opera-se com as duas mãos: uma controla o jato
d’água e a outra, com movimento de “vai e vem”, aciona a bomba.

Extintor de pó químico seco:


✔ Pressurizado.
✔ Pressão injetada
Extintor de espuma
✔ Mecânica (pressurizado).
✔ Mecânica (pressão injetada).

Extintores sobre rodas (carretas)

Os extintores sobre rodas, também chamados de carretas, são aparelhos montados sobre
rodas e com grande quantidade de agente extintor. As carretas recebem o nome do agente
extintor que transportam, da mesma forma que os extintores portáteis.
Devido ao seu tamanho e a sua capacidade de carga, a operação destes aparelhos
geralmente é realizada por dois operadores.
As carretas podem ser:
✔ de água;
✔ de espuma mecânica;
✔ de pó químico seco;
✔ de gás carbônico.

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Capacidade extintora mínima exigida

A capacidade extintora de um extintor de incêndio ou a sua eficácia de extinção é a


medida do poder de extinção de fogo que ele tem em função de sua carga, que pode constituir
uma ou mais unidades extintoras, obtida em ensaios práticos normalizados.
A capacidade extintora mínima de cada tipo de extintor de incêndio, para que se
constitua numa unidade extintora, é identificada por caracteres alfanuméricos:

a) um número, que representa a capacidade extintora ou o tamanho do fogo que pode ser
extinto por uma unidade extintora ou pelo extintor de incêndio;

b) uma letra maiúscula, que identifica a classe de fogo adequada para o referido agente
extintor.
Os extintores são certificados de acordo com a sua "capacidade extintoras" e a condição
mínima para que constituam uma unidade extintora, deve atender a tabela abaixo, no caso dos
extintores portáteis:

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Manutenção e inspeção

A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina com
a correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente. É realizada
através de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade, rótulo de
identificação, lacre e selo das manutenções, peso, danos físicos, obstrução no bico ou na
mangueira, peças soltas ou quebradas e pressão nos manômetros.

Tipos de inspeções:
Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização.
Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira do extintor estão obstruídos. Observar a
pressão do manômetro (se houver), o lacre e o pino de segurança.
Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO2 e do cilindro de gás comprimido, quando
houver. Se o peso do extintor estiver abaixo de 90% do especificado, recarregar.
Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de segurança e no
lacre. Recarregar o extintor se constatado qualquer violação nestes itens.
Quinquenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se submete o extintor a
cada cinco anos ou toda vez que o aparelho sofrer acidentes, tais como: batidas, exposição a
temperaturas altas, ataques químicos ou corrosão. Deve ser efetuado por pessoal habilitado e
com equipamentos especializados.

Nota: diferentemente do dizem algumas empresas, o conteúdo dentro do extintor, é valido


enquanto o mesmo estiver íntegro e com o teste hidrostático válido.

Quadro resumo de extintores


Agente Extintor
Incêndio
Água PQS CO2 Halon Espuma
Mecânica
Classe “A” Eficiente Pouco Pouco Pouco Pouco
eficiente eficiente eficiente eficiente
Classe “B” Não Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente
Classe “C” Não Eficiente* Eficiente Eficiente Não
Classe “D” Não PQS** Não Não Não
Alcance 10 m 5m 2,5 m 3,5 m 5m
médio do jato
Tempo de 60 s 15 s 25 s 15 s 60 s
descarga
Método de Resfriamento Quebra da Abafamento Químico e Abafamento
extinção reação em e abafamento e
cadeia e resfriamento resfriamento
abafamento
OBSERVAÇÕES:
* O uso de PQS não é indicado em equipamentos com componentes sensíveis.
** Para incêndio classe “D” use somente PQS especial.
*** Unidade extintora especificada pelo CB.

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Mangueiras de incêndio

É o equipamento de combate a incêndio, constituído de um duto flexível dotado de juntas


de união, destinado a conduzir água sob pressão. O revestimento interno do duto é um tubo de
borracha que impermeabiliza a mangueira, evitando que a água saia do seu interior.
A capa do duto flexível é uma lona, confeccionada em fibras naturais ou sintéticas, que
permite à mangueira suportar alta pressão de trabalho, tração e as difíceis condições de trabalho
do combatente.

Classificação das Mangueiras

Quanto à composição das fibras

As mangueiras podem ser de fibras naturais ou fibras sintéticas. As fibras vegetais são
oriundas de vegetais (algodão, cânhamo, linho). As sintéticas são fabricadas na indústria a partir
de substâncias químicas.
As fibras sintéticas apresentam diversas vantagens sobre as naturais, tai como: peso
reduzido, maior resistência à pressão, ausência de fungos, manutenção mais fácil, baixa absorção
da água. Pelos motivos citados são as mais utilizadas pelo Corpo de Bombeiros.

Quanto ao diâmetro

As mangueiras classificam-se também quanto ao seu diâmetro, sendo normalmente


utilizadas pelo Corpo de Bombeiros as de 38 mm (1½ polegada); 63 mm (2½ polegadas); 75 mm
(3 polegadas) e 100 mm (4 polegadas).

Nota: 1 polegada = 2,54 cm = 25,4 mm = 0,0254 m

Quanto a Disposição das lonas

As mangueiras podem ser classificadas quanto disposição das lonas em mangueiras de


lona simples, lona dupla e de lona revestida por material sintético.
As mangueiras do tipo lona simples são constituídas de um tubo de borracha, envolvido
por uma camada têxtil, que forma a lona.
As mangueiras do tipo lona dupla são constituídas de um tubo de borracha, envolvido
por duas camadas têxteis sobrepostas.
As mangueiras do tipo lona revestida por materiais sintéticos são constituídas de um tubo
de borracha, envolvido por uma ou duas camadas têxteis revestidas por material sintético. Esse
tipo de material permite à mangueira ter maior resistência aos efeitos destrutivos de ácidos,
graxas, abrasivos e outros agentes agressores.
Juntas de união: são peças metálicas, fixadas nas extremidades das mangueiras, que
servem para unir lances entre si ou ligá-los a outros equipamentos hidráulicos.
O CBMSC, adota como padrão as juntas de união de engate rápido tipo Storz.

Juntas
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Acondicionamento de Mangueiras
São as maneiras de dispor as mangueiras, em função de sua utilização. São classificadas
em três tipos de acondicionamento a saber:

Em Espiral: própria para o armazenamento, devido ao fato de apresentar uma dobra


suave, que provoca pouco desgaste no duto. Uso desaconselhável em operações de incêndio,
tendo em vista a demora de estendê-la e a inconveniência de lançá-la, o que pode ocasionar
avarias nas juntas de união.

Espiral

Aduchada: é de fácil manuseio, tanto no combate a incêndio quanto no transporte. O


desgaste do duto é pequeno por ter apenas uma dobra.

Aduchada

Ziguezague: acondicionamento próprio para linhas prontas, na parte superior ou lateral


da viaturas. O desgaste do duto é maior devido ao número de dobras.

Ziz e Zag

Acessórios Hidráulicos
São peças que permitem a utilização segura de outros equipamentos hidráulicos
possibilitando a versatilidade na tática de combate a incêndios.
Adaptação: peça metálica que permite a conexão do equipamento hidráulico com a junta
de rosca, com outro equipamento hidráulico com junta de união tipo engate rápido.
Coletor: peça que se destina a conduzir para uma só linha, água proveniente de duas ou
mais linhas.
Derivante: peça metálica destinada a dividir uma linha de mangueira em outra de
diâmetro inferior.
Redução: peça usada para transformar uma linha ( ou expedição ) em outra de maior
diâmetro.
Tampão: os tampões destinam-se a vedar as expedições desprovidas de registro que
estejam em uso, e a proteger as extremidades das uniões contra eventuais golpes que possam
danificá-las.
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Equipamentos
Ferramentas
São utensílios para facilitar o acoplamento e desacoplamento de uniões, acessórios ou
aberturas e fechamento de registro. Usualmente Corpo de Bombeiros de SC, utiliza 02
ferramentas a saber:
Chave de Mangueira: destina-se a facilitar o acoplamento e desacoplamento das
mangueiras. Apresenta na parte curva dentes que se encaixam nos ressaltos existentes no corpo
das juntas de união.
Chave de Magote: ferramenta que possui boca com formato próprio para aperto e
desaperto das conexões tipo mangote.

Guarnições de combate a incêndio

É o menor grupo de combatentes que irão trabalhar em uma operação de combate a


incêndios, distribuídos numa viatura auto bomba tanque. A guarnição poderá ser completa ou
reduzida, quando não existam combatentes suficientes para preencher todas as funções.

Linhas de mangueiras e evoluções

Linhas de mangueiras

Linhas de mangueira são os conjuntos de mangueiras acopladas, formando um sistema


para o transporte de água. Dependendo da utilização, podem ser: linha adutora, linha de
ataque, linha direta e linha siamesa.
Linha Adutora
É aquela destinada a conduzir água de uma fonte de abastecimento para um reservatório.
Por exemplo: de um hidrante para o tanque de viatura, e de uma expedição até o derivante, com
diâmetro mínimo de 63mm, no mínimo, podendo conter vários lances de mangueiras para esse
propósito
Linha de Ataque
É o conjunto de mangueiras utilizado no combate direto ao fogo, isto é, a linha que tem
um esguicho numa das extremidades. Pela facilidade de manobra, utiliza-se, geralmente,
mangueira de 38 mm. A linha de ataque pode conter vários lances de mangueiras.
Linha Direta
É a linha de ataque, composta por um ou mais lances de mangueira, que conduz,
diretamente, a água desde um hidrante ou expedição de bomba até o esguicho.
Linha Siamesa
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A linha siamesa é composta de duas ou mais mangueiras adutoras, destinadas a conduzir
água da fonte de abastecimento para um coletor, e deste, em uma única linha, até o esguicho ou a
aumentar o volume de água a ser utilizada em uma adutora.

Montagem de estabelecimento em edificações verticalizadas

Em edificações verticalizadas deve-se observar a existência de sistema hidráulico próprio.


A informação pode ser obtida pela presença ou não do hidrante de recalque. Tal hidrante é
localizado junto à calçada, na entrada da edificação (na maioria das vezes) e servirá como linha
adutora para a pressurização da rede interna da edificação.
Muitas vezes a tampa do hidrante de recalque pode estar emperrada e não possibilitar sua
abertura, nem por isso à rede deixará de ter sua utilidade. Pode-se fazer o recalque da rede
utilizando-se o hidrante de parede do primeiro pavimento. Não é aconselhável a utilização das
mangueiras dos abrigos internos, pois estas podem se encontrar danificadas pelo
acondicionamento prolongado. Recomenda-se que a guarnição leve consigo um lance de
mangueira de 38 mm e um esguicho.
A linha adutora poderá ser montada por fora da edificação e içada através de um cabo de
salvamento ou ser montada nas escadas de aceso ao interior do prédio. Neste último caso, deverá
a guarnição iniciar a montagem da linha adutora do pavimento térreo e ir subindo com os lances
de mangueira até o local do incêndio. Tal procedimento é extremamente cansativo e moroso, o
que acaba retardando as ações de combate. Para facilitar essas ações é importante que no interior
das viaturas existam lances de mangueira acondicionadas na forma zig-zag, pois facilita o
lançamento em espaço reduzido.
Convém salientar que em edificações, o combatente deverá fazer uso de todo
equipamento de proteção individual disponível (bota, calça, jaqueta, balaclava, capacete, luva),
bem como do equipamento de proteção respiratória.

Avaliação da lição

-Cite 3 tipos de extintores portáteis;

-Conceituar mangueira de incêndio;

-Citar os tipos de Acondicionamento de Mangueiras, com suas respectivas finalidades;

-Citar pelos menos 04 acessórios de mangueiras utilizados pelo Corpo de Bombeiros;

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Módulo II - Unidade Didática 5

Fundamentos Técnicos

Objetivos:
Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:
1) Identificar tipos de espuma
2) Definir os tipos de jatos;
3) Identificar os extintores apropriados às respectivas classes de incêndio;
4) Compreender os fundamentos e princípios básicos de uma operação de busca e
resgate;
5) Descrever ventilação; Citar pelo menos 03 das regras gerais para a execução de
ventilação;
6) Descrever os fenômenos Flashover; Backdraft; Citar duas ações para evitar a
formação de um Backdraft.

Fundamentos técnicos

Propriedades extintoras da água


A água é capaz de absorver grandes quantidades de calor e quanto maior a sua
fragmentação mais rápida a absorção de calor. A transformação da água em vapor é outro fator
que influencia na extinção de incêndios. Seu volume aumenta 1700 vezes, na passagem do
estado líquido para o gasoso. Este grande volume de vapor d’água desloca um volume igual de ar
ao redor do fogo, reduzindo, deste modo, a quantidade de oxigênio disponível para sustentar a
combustão.

Pressão
Pressão é a ação de uma força sobre uma área. Em termos práticos, a pressão é a força
que se aplica na água para esta fluir através de mangueiras, tubulações e esguichos, de uma
extremidade a outra. É importante notar que o fluxo em si não caracteriza a pressão, pois se a
outra extremidade do tubo estiver fechada por uma tampa, a água estará “empurrando” a tampa,
apesar de não estar fluindo.

Perda de carga
A água sob pressão tende a se distribuir em todas as direções, como quando se enche
uma bexiga de borracha com ar. Contudo, as paredes internas de mangueiras, tubulações,
esguichos, etc., impedem a expansão da água em todas as direções, conduzindo-a numa única
direção. Ao evitar a expansão da água, direcionando-a, as paredes absorvem parte da força
aplicada na água, “roubando” energia. Isto explica por que a força aplicada diminui de
intensidade à medida que a água vai caminhando pelas tubulações. A isto chamamos perda de
carga. A força da gravidade é um outro fator que acarreta perda de carga.

Golpe de aríete
Quando o fluxo de água, através de uma tubulação ou mangueira, é interrompido de
súbito, surge uma força resultante que é chamada “golpe de aríete”. A súbita interrupção do
fluxo determina a mudança de sentido da pressão (da bomba ao esguicho, para do esguicho à
bomba), sendo esta instantaneamente multiplicada. Esse excesso de pressão causa danos aos
equipamentos hidráulicos e às bombas de incêndio. Os esguichos, hidrantes, válvulas e
estranguladores de mangueira devem ser fechados lentamente, de forma a prevenir e evitar o
golpe de aríete.

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Pg. 132
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Tipos de jatos
No Serviço de combate a incêndio, depara-se com situações das mais diversas, cada qual
exigindo a ferramenta adequada para se efetuar um combate apropriado. Sob este ponto de vista,
os jatos são considerados “ferramentas” e, como tal, haverá um jato para cada propósito que se
queira atingir.
Os seguintes tipos de jatos são utilizados nos serviços de combate a incêndio:
 Jato contínuo;
 Jato chuveiro;
 Jato neblina.

Jato contínuo
Como o próprio nome diz, é o jato em que a água toma uma forma contínua, não
ocorrendo sua fragmentação. É utilizado quando se deseja maior alcance e penetração.

Alcance do jato contínuo


É a distância máxima que um jato pode atingir sem perder sua eficiência. Essa eficiência
é prejudicada por duas forças: a gravidade e o atrito com o ar. Estas forças produzem no jato
um efeito denominado “ponto de quebra”. O “ponto de quebra” é o ponto a partir do qual o
jato perde a configuração de jato contínuo e passa a se fragmentar em grandes gotas que cairão
ao solo, não penetrando no material como se desejava, e muitas vezes, nem alcançando o
material. Para se eliminar o efeito nocivo destas forças, o combatente deve alterar a velocidade e
o volume do jato ou se aproximar do objetivo, se possível.

Penetração do jato contínuo


Por não estar fragmentado, o jato contínuo chegará ao ponto desejado com maior
impacto, atingindo camadas mais profundas do material em chamas, o que pode ser observado
em materiais fibrosos.

Jato chuveiro
Neste tipo de jato, a água fragmenta-se em grandes gotas. É
usado quando se pretende pouco alcance. A fragmentação da água
permite absorver maior quantidade de calor que o jato contínuo. Nos
ataques direto e indireto, o jato chuveiro atinge uma área maior do
incêndio, possibilitando um controle eficaz.

Jato neblina
Os jatos em neblina são gerados por fragmentação da água em
partículas finamente divididas, através de mecanismos do esguicho. O
ar ficará saturado como uma fina névoa, e as partículas de água
parecerão estar em suspensão.
Em virtude desta fragmentação, a água se vaporiza mais rapidamente que nos jatos
contínuo e chuveiro, absorvendo o calor com maior rapidez. Na forma de neblina, a água
protegerá com eficiência os combatentes e o material não incendiado da irradiação do calor.

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Pg. 133
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Esguicho

Peça metálica adaptada à extremidade da linha de mangueira, destinada a dar forma e


controlar o jato de água.

Tipos de esguicho
Para produzir o jato desejado, utilizam-se esguichos apropriados. Para isso o combatente
deve conhecer as características de cada esguicho:

Esguicho agulheta: é formado por um corpo tronco de cone,


em cuja introdução é incorporada uma união de engate rápido e na
extremidade oposta, menor, podem ser adaptadas bocas móveis de
diversos diâmetros, chamadas requintes. O orifício de saída deve ser
protegido contra choques que prejudicarão o seu desempenho. Este
esguicho somente produz jato contínuo.

Esguicho regulável: esguicho com dispositivo especial, capaz


de produzir jato contínuo ou jato chuveiro, controlado pelo próprio
operador, quando este gira a parte móvel do esguicho.

Esguicho universal: o esguicho recebe este nome pelo fato de


permitir a produção de jato contínuo, jato chuveiro e jato neblina
(quando nele é acoplada extensão para neblina).

Esguicho canhão: esguicho constituído de um corpo tronco de


cone montado sobre uma base coletora por meio de junta móvel. É
empregado quando se necessita de jato contínuo de grande alcance e
volume de água. Também pode estar montado sobre uma viatura.

Inspeção e cuidados com esguichos


Para se ter certeza de que os esguichos encontram-se em condições de trabalho, é
necessário inspecioná-los periodicamente. Esta inspeção deve incluir:
✔ Conferência visual de avarias externas;
✔ Conferencia com vistas a danos internos;
✔ Conferencia de vedação: com a mangueira pressurizada, fechar os esguichos
lentamente e observar se há vazamentos; Deve-se, também, tomar alguns cuidados básicos com
os esguichos:
✔ Para que não ocorram danos, nunca arrastar ou deixar um esguicho cair no chão.
✔ Os esguichos devem ser inteiramente limpos com sabão e água, usando-se
✔ uma escova de cerdas macias. Secá-los após a limpeza.

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Módulo II - Unidade Didática 6

Técnicas e Táticas de Extinção

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

✔ Combater incêndios de Classe A utilizando ataque direto, indireto e combinado;


✔ Combater incêndios de Classe B em líquidos inflamáveis e gases combustíveis
utilizando neblina, espuma, CO2 e PQS
✔ Combater incêndios de Classe C em alta e baixa tensão;
✔ Extinguir incêndios de classe D utilizando agendes extintores adequados;
✔ Combater incêndios em locais confinados e em mata.
✔ Identificar e conhecer os riscos e cuidados que envolvem Produtos Perigosos.

1.1 Técnicas e táticas de extinção

Técnicas de combate a incêndios

Combate a Incêndios Classe “A”


Os incêndios classe “A”, isto é, incêndios em combustíveis
comuns como papel, madeira, tecidos que deixam resíduos
característicos (brasa, carvão, cinza), em geral, são extintos por
resfriamento, podendo se utilizar também o abafamento, retirada
do material e quebra da reação em cadeia.
A água é o agente extintor mais eficaz para o resfriamento. A explicação de água será
bem-sucedida se a quantidade utilizada for suficiente para resfriar o combustível que está
queimando para temperaturas que o conduzam abaixo do ponto de combustão.
Ataque direto
O mais eficiente uso de água em incêndio em queima
livre é o ataque direto. O combatente deve estar próximo ao
incêndio, utilizando jato contínuo ou chuveiro (30º ou menos),
sempre concentrando o ataque para a base do fogo, até
extingui-lo. Não jogar mais água que o necessário para a
extinção, isto é, quando não houver mais chamas.
Em locais com pouca ou nenhuma ventilação, o combatente deve usar jatos intermitentes
e curtos até a extinção. Os jatos não devem ser empregados por muito tempo, sob pena de
perturbar o balanço térmico.

O balanço térmico é o movimento dos gases aquecidos em direção ao teto e a expansão


de vapor d´água em todas as áreas, após a aplicação dos jatos d´água. Se o jato for aplicado por
muito tempo, além do necessário, o vapor começará a condensar, causando a precipitação de
fumaça ao piso e, por sua vagarosa movimentação, haverá perda da visibilidade, ou seja, os gases
aquecidos deveriam ficar ao nível do teto tomarão o lugar do ar fresco que deveria ficar ao nível
do chão e vice-versa.

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Ataque Indireto

Este método é chamado de ataque indireto porque o combatente faz a estabilização do


ambiente, usando a propriedade de vaporização da água, sem entrar no ambiente. Deve ser
executado quando o ambiente está confinado e com alta temperatura, com ou sem fogo. É
preciso cuidado porque esta pode ser uma situação propicia para o surgimento de uma explosão
ambiental (backdraft ou flashover).
No ataque indireto, o esguicho será acionado por um período de 20 a 30 segundos, no
máximo. Não poderá haver excesso de água, o que causaria distúrbios no balanço térmico.

O processo de estabilização do ambiente será muito rápido e o combatente perceberá os


sinais logo após a aplicação de água.
O combatente, depois de estabilizado o ambiente, deve entrar no local com o esguicho
fechado e extinguir os focos remanescentes através de jatos intermitentes de pequena duração,
dirigidos diretamente à base do fogo. Quando estiver desenvolvendo esta fase, o combatente
deve fazer com que o volume de água utilizado seja o menor possível.
Quando do término da utilização do esguicho, deve-se fecha-lo lentamente, para evitar
golpe de aríete.
Quando da aplicação da água por qualquer abertura da edificação, os homens devem se
manter fora da linha da abertura para se protegerem da explosão de gases quentes e vapores que
sairão através das aberturas.
1) Antes de entrar, certifique-se de que o ambiente se encontra estabilizado.
2) Não aumentar os prejuízos causados pelo fogo com o uso abusivo de água.

Ataque combinado

Quando o combatente se depara com um incêndio que está em local


confinado, sem risco de explosão ambiental, mas com superaquecimento do
ambiente, que permite a produção de vapor para auxiliar a extinção
(abafamento e resfriamento).

O ataque combinado consiste na técnica da geração de vapor combinada com ataque


direto à base dos materiais em chamas. O esguicho, regulado de 30 a 60 graus, deve ser
movimentado de forma a descrever um circulo, atingindo o teto, a parede oposta e novamente o
teto.
No ataque combinado, os combatentes devem ficar abaixados com a mangueira sobre o
ombro, o que facilitará a movimentação circular que caracteriza este ataque. Quando não houver
mais geração de vapor, utiliza-se o ataque direto para a extinção dos focos remanescentes.
Lembrar que:
✔ Nunca se deve aplicar água na fumaça.
✔ A aplicação de água na fumaça não extingue o incêndio, somente causa danos,
distúrbios no balanço térmico, desperdício de água e perda de tempo.
Seleção de Linhas e Jatos
A técnica de aplicação de água somente será bem-sucedida se a forma e a quantidade
utilizada forem adequadas e suficientes.
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Para isso, a seleção de linhas e jatos dependerá das necessidades da situação, tais como:
✔ volume de água disponível e o necessário para a extinção;
✔ alcance do jato;
✔ número de pessoas disponíveis para manobrar as linhas;
✔ mobilidade exigida;
✔ tática e técnica escolhida.

Obviamente, seria errado escolher uma linha direta de 38 mm, ou ainda o mangotinho,
para atacar um incêndio numa grande ocupação comercial totalmente envolvida pelo fogo. O
ataque não teria o volume nem o alcance necessário. Também é incorreto atacar um dormitório
de residência familiar com uma linha de 63 mm, descarregando 940 litros por minuto, ou armar
essa mesma linha não havendo reserva d´água (hidrante público) disponível.

Combate a Incêndio Classe “B”

São incêndios que ocorrem em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis.


Características dos incêndios em líquidos inflamáveis
Os incêndios em líquidos inflamáveis apresentam propriedades e características próprias,
que os diferenciam das demais classes de incêndio.

Dentre essas características, destacam-se as seguintes:


✔ Geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente;
✔ Flutuam em água;
✔ Queimam rapidamente e em superfície;
✔ Não deixam resíduos;
✔ Produzem expressivas chamas e desprendem grande quantidade de calor.
Combate a incêndio em líquidos inflamáveis
O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios em
líquidos inflamáveis é o abafamento, podendo também ser utilizado à quebra
em cadeia, a retirado do material e o resfriamento.
O emprego da espuma destaca-se como método mais eficiente no
combate a incêndio em líquidos inflamáveis.
Fenômenos importantes nos incêndios em líquidos inflamáveis:

Boil Over:

É o fenômeno caracterizado por uma violenta erupção


turbilhonar, com ejeção do líquido combustível.

Slop Over:

Caracterizado por uma ebulição e espumação ao nível da


superfície do líquido inflamável, com o consequente
extravasamento do produto do interior do reservatório.
Bleve:
Pode se conceituar o “BLEVE” como sendo uma explosão de líquido em ebulição
expandida. Ocorre quando um recipiente contendo líquido sob pressão tem suas paredes

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expostas diretamente à chama, tendo como resultado o aumento da pressão interna. A resistência
das paredes do recipiente cai bruscamente, resultando no seu rompimento.
Fundamental para a prevenção de ocorrência do BLEVE, sendo utilizada no resfriamento
do vaso contendedor do líquido sob pressão.
A água também poderá ser utilizada para substituir os combustíveis, reduzindo e
controlando os incêndios.
Combate a incêndio em Gás combustível:
Ao se deparar com fogo em gás inflamável e não podendo conter o fluxo do mesmo, não
deverá extinguir o incêndio, apenas controlá-lo.
Um vazamento de gás inflamável será mais grave que a situação de incêndio, por reunir
condições propícias para uma explosão. A conduta correta será o controle do incêndio, evitando
sua propagação, bem como o aumento de suas proporções.
Informações importantes sobre o Gás Liquefeito do Petróleo(GLP):
O GLP é um gás combustível formado pela mistura de hidrocarbonetos
com três ou quatro átomos de carbono (Propano e Butano), extraídos do
petróleo. Tem a características de permanecer no estado líquido quando
submetido à determinada pressão, sendo por isso chamado de gás liquefeito
de petróleo.
De fácil combustão, o GLP é incolor e inodoro, mas, por motivo de segurança, uma
substância do grupo MERCAPTAN é adicionada para a identificação de vazamentos, produzindo
um cheiro especifico.
O GLP no estado gasoso é mais pesado que o ar (1.5 vezes) e mais leve que a água, por
isso, concentra-se nos local mais baixo (ralos, valos, canaletas, etc.) e mantém-se sobre a
superfície de um recipiente contendo água.
Sua faixa de explosividade ou inflamabilidade, ou seja sua concentração no ambiente,
será fundamental para a ocorrência da combustão. Essa faixa varia de 2 a 9% aproximadamente,
de GLP em um determinado volume de ar. Em concentrações inferiores a 2% ou superiores a
9%, o mesmo em contato com uma fonte externa de ignição, o GLP não entrará em combustão.
Diante do exposto fica evidenciado a necessidade de uma eficaz e correta ventilação, a
fim de não proporcionar que um possível vazamento de GLP atinja as concentrações favoráveis á
combustão (explosão).

Combate a Incêndio “Classe C”

Este tipo de incêndio pode ser extinto após o corte da energia elétrica, tornando-se classe
“A” ou “B”. Deve-se utilizar agentes extintores não condutores, como PQS, CO2 e Halon. Não
se deve utilizar extintores de água ou espuma, devido ao perigo de choque elétrico Pode ser
utilizada a água através de mangueiras, conforme tabela abaixo:

Deve-se preferencialmente, utilizar jato neblinado, pois a água nebulizada não conduz
corrente elétrica, por ser constituída de partículas não contínuas. Também, deve-se optar pela
utilização do esguicho canhão, quando possível.

Ocorrência de Alta Tensão


Tipos:
✔ Fogo em equipamentos isolados em subestação (SE);
✔ Fogo generalizado em SE;
✔ Incêndio nas vizinhanças da SE;
✔ Queda de linha da alta tensão energizado da casa, automóvel ou estradas;

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✔ Pessoas vítimas de acidentes em SE e que se encontram presas no material
energizado;
✔ Incêndio em residências sob linhas de alta tensão.

A decisão do comandante do combate ao fogo não deve ser tomada sem a definição do
responsável técnico ou operador.
Procedimentos de Segurança Alta e Baixa Tensão
✔ Contato com técnico especializado;
✔ Cuidados extras com instalação clandestina de energia elétrica;
✔ No combate a incêndio em instalações elétricas em galerias, não se deve utilizar
água, pela proximidade com a eletricidade. Pode haver risco de explosão, devido a vapores
inflamáveis provenientes da combustão de fusíveis, relês ou de curto circuito;
✔ Quando forem encontrados fios caídos, deve-se isolar a área;
✔ Tratar todos os cabos como sendo energizados e alta tensão;
✔ Cuidados extras no manuseio de escadas junto a fio elétricos;
✔ Cuidados com água empoçada junto ao material energizado;
✔ Providenciar isolamento do local;
✔ Muitos materiais elétricos, como transformadores, quando submetidos ao fogo
podem liberar líquidos e gases tóxicos (produtos perigosos). Importante à utilização do EPI e
EPR.

Combate a Incêndio “Classe D”

Incêndios em metais combustíveis (magnésio, selênio, antimônio,


lítio, cádmio, potássio, alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio). Agentes
especiais de extinção (que se fundam com o material ou que retirem o calor).
Reagem com a água arremessando partículas. Quanto maior a fragmentação,
maior a reação.

Características do incêndio:
✔ Apresenta-se basicamente quando na forma fragmentada;
✔ Maior problema para o combatente é o agente extintor à situação específica;
✔ Não apresentam comportamento padrão;
✔ Melhor método de extinção: abafamento;
✔ Agentes extintores especiais: grafite seco, areia seca, cloreto de sódio e
nitrogênio;
✔ Água pode ser utilizada em alguns casos.

Dica: Cuidado na instalação de indústrias nas cidades onde o BM atua, solicitar que a
edificação tenha o agente extintor adequado.
Incêndios e emergências em ambientes fechados
É o incêndio ou salvamento que ocorre em locais de pouca ou nenhuma ventilação.
Características:
✔ Ocorre em subsolos, depósitos, garagens, residências, escritórios ou outras
dependências;
✔ Insuficiência de oxigênio, excesso de vapores e gases tóxicos e/ou inflamáveis;
✔ Espaço limitado para entrada e saída;
✔ Riscos de colapso estrutural e instabilidade de estoques de material;

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✔ Presença de estruturas metálicas aquecidas pelo fogo;
✔ Presença de eletricidade

Meio de segurança:

Cabo guia para comunicação: Para cada equipe que entra na edificação deve haver uma
do lado de fora para a segurança. A comunicação deve existir entre os dois lados, sempre com
resposta. Do lado de fora da edificação deverá existir uma guarnição de segurança, composta por
dois combatentes com EPI e EPR, sob a supervisão do Cmt da operação. Obrigatoriamente deve
existir um BM responsável pela operação no interior da edificação
Os combatentes no interior da edificação não devem hesitar em sair da edificação no
primeiro sinal de um colapso da estrutura. Devem ter pleno conhecimento da quantidade de ar
para o retorno (50 Bar).

Segurança na Extinção

Durante o atendimento de ocorrências os combatentes devem sempre ter preocupação


constante com a sua segurança e a segurança dos próprios companheiros. Considerando que os
combatentes trabalham em situações de risco, deve-se sempre tratar de superá-las com atos
seguro.
Cuidados básicos no atendimento de ocorrências.
✔ Evitar entrar em contato com Produtos Perigosos;
✔ Observar os cuidados relativos à possibilidade da existência de materiais
energizados;
✔ Em ocorrências em vias urbanas, sinalizar a uma distância segura para possibilitar
aos motoristas tempo suficiente para sua reação;
✔ A noite em ocorrências em vias urbanas, empregar sinalização luminosa;
✔ Ao efetuar combate em edificações, evitar entrar sozinho, procure estar sempre
em duplas, e mantenha um combatente como segurança na parte externa da edificação,
observando ainda a situação de emprego da mangueira como equipamento guia, no caso de
emergência;
✔ Utilizar sempre o EPI correto, para o tipo de ocorrência;
✔ Trabalhar sempre em equipe, seguindo as orientações do escalão superior;
✔ Ao efetuar trabalhos acima do nível do solo, usar equipamentos de segurança
(Cinto de segurança – cabo da vida);
✔ Ao se deparar com fogo em válvulas de alívio ou canalização, o combatente não
deverá extinguir o fogo, caso não consiga conter o fluxo de combustível, sob pena de criar um
vazamento maior do que o já existente. No vazamento os gases geralmente são mais pesados do
que o ar e poderão se acumular em pontos mais baixos criando poças ou bolsas, as quais poderão
entrar em combustão;
✔ Promover o controle de todas as fontes de ignição nas proximidades de
vazamentos de fluídos inflamáveis (veículos, fósforos, isqueiros, fagulhas de ferramentas e
elétricas);
✔ Sinalizar e isolar adequadamente o local da ocorrência, somente permitindo o
acesso dos combatentes ao local do evento. A entrada de quaisquer outras pessoas, inclusive
policiais, somente será permitida com a autorização do comandante do operação ( caso haja
autorização, estas pessoas deverão ser acompanhadas por um combatente);
✔ No caso de ocorrências em vias públicas, evitar empregar sinalização com fogo
(latas de óleo ou outro combustível queimando), uma vez que poderá ocasionar a ignição do
produto derramado.
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Emergências com produtos perigosos e seus fatores de risco

Conceito: Produto perigoso é todo agente com a propriedade de provocar algum tipo
de dano as pessoas, as propriedades ou ao meio ambiente.
Os agentes que podem provocar algum tipo de dano às pessoas, as propriedades ou
ao meio ambiente são classificadas em:

✔ Agentes biológicos;
✔ Agentes radiológicos; e
✔ Agentes químicos.

Agentes biológicos:

Definição: São toxinas produzidas por seres vivos com a capacidade


de provocar lesões, enfermidades ou a morte nos indivíduos a eles expostos.
Exemplos: Vírus, bactérias, fungos, parasitas, etc.

Agentes radiológicos:
Definição: Corpos que emitem radiações ionizantes que
podem provocar lesões, enfermidades ou a morte nos indivíduos
a eles expostos.
Exemplos: materiais radioativos utilizados nas indústrias
(químicas, petroquímicas, de papel, de plásticos), na medicina
(hospitais e laboratórios), etc.
Agentes químicos:
Definição: Elementos ou compostos que de acordo com suas
características (perigos tóxicos, da corrosão, perigos mecânicos provocados
por explosões, perigos térmicos da combustibilidade e outros) podem
provocar lesões, enfermidades ou a morte nos indivíduos vivos a eles
expostos e, danos a propriedades ou ao meio ambiente.
Exemplos: Ácidos e Bases

Acidente com produto perigoso


Evento repentino e não desejado, onde a liberação de substâncias químicas perigosas em
forma de incêndio, explosão, derrame ou vazamento, causa dano a pessoas, propriedades ou ao
meio ambiente.
Estes acidentes podem variar consideravelmente, dependendo dos produtos perigosos
envolvidos, suas quantidades, propriedades e características físico-químicas, das condições
meteorológicas e do terreno.
Emergências com produtos perigosos
Atividade realizada por profissionais devidamente capacitados para, com segurança;
dimensionar, planejar e implementar ações destinadas ao atendimento de emergências com
produtos perigosos, considerando as características inerentes às diversas classes de risco dos
produtos perigosos e, também, os aspectos ambientais envolvidos.
Existe uma substancial diferença entre o atendimento de uma ocorrência ordinária e uma
emergência com produtos perigosos. Nesses casos, mudam as regras do jogo, e as melhores
soluções, nem sempre são as mais rápidas, mas sim, as mais seguras.
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Recebem a denominação “produtos perigosos”, as substâncias sólidas, líquidas ou
gasosas que tem a propriedade de provocar algum tipo de dano às pessoas, as propriedades ou ao
meio ambiente. Mas o que transforma essas substâncias em perigosas são, basicamente, suas
características biológicas, radiológicas e químicas.
Os perigos que podem provocar algum tipo de dano às pessoas, as propriedades ou ao
meio ambiente são classificadas em:

✔ Perigos Biológicos
✔ Perigos Radiológicos
✔ Perigos Químicos.

Perigos biológicos

Existem várias categorias de agentes biológicos capazes de causar infecções ou


enfermidades nos indivíduos a eles expostos. Esses agentes podem ser vírus, bactérias, fungos ou
parasitas. Estes tipos de agentes podem estar presentes em depósitos de produtos perigosos ou
em derrames de resíduos. Os agentes biológicos podem se dispersar através do meio ambiente
por meio dos ventos e da água

Perigos radiológicos

As radiações ionizantes são emitidas por materiais artificialmente ou naturalmente


radioativos, ou então, por máquinas que só emitem essas radiações quando em operações
específicas para esse objetivo (exemplo: aparelhos de raios X, reatores nucleares, etc.). A
radiação não possui propriedades de advertência (cheiros característicos, irritações). A ionização
pode alterar a função celular produzindo disfunções ou até a morte celular.

Perigos químicos

Os perigos químicos classificam-se em numerosos grupos. É fundamental que os


profissionais de primeira resposta conheçam os fundamentos de cada um deles e suas relações,
de maneira que possam atuar reduzindo riscos e trabalhando em operações seguras e efetivas.
Térmicos

Combustibilidade: Propriedade de um determinado material para atuar como


combustível. Os materiais que podem se inflamar rapidamente e manter o fogo são considerados
combustíveis, enquanto que aqueles que não possuem tal característica são chamados
incombustíveis. Para se iniciar uma ignição são necessários quatro elementos: combustível
(agente redutor), temperatura, agente oxidante e reação em cadeia sem limitações.

Inflamabilidade: Propriedade de um material (gás ou líquido) para gerar suficiente


concentração de vapores combustíveis debaixo de condições normais para inflamar-se e produzir
uma chama. É necessário possuir uma relação apropriada entre combustível e ar para que a
combustão prossiga. Essa relação é expressa em percentagem de combustível no ar.

Mecânicos

Explosivos são substâncias que sofrem uma transformação química muito rápida,
produzindo grandes quantidades de gases e calor. Os gases produzidos se expandem rapidamente
e isto origina tanto ondas de choque como intenso ruído. Os perigos mecânicos relacionados com
explosões podem produzir destruição física pelas ondas de choque, grande calor, lançamento de
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fragmentos, liberação de compostos no meio ambiente circundante ao local do evento e início de
incêndios.

Tóxicos

Os tóxicos causam efeitos locais ou sistêmicos no organismo humano. Os tipos de


perigos tóxicos podem ser categorizados pelos seus efeitos fisiológicos no organismo, tais como:
asfixia, irritação alérgica, envenenamento de sistemas, mutagênese, teratogênese, etc. A
probabilidade de que o organismo sofra estes efeitos depende não somente da toxicidade inerente
ao próprio produto (medida por sua dose letal) como também pela magnitude da exposição
(aguda/crônica) e a rota da exposição.
As Vias de exposição são os caminhos ou meios através dos quais uma substância
ingressa no Corpo humano. Para este Curso, vamos considerar que existem três vias: Absorção,
Inalação e Ingestão.

1) Absorção – Implica no contato direto com a pele destruindo-a e /ou traspassando


determinada substância através da pele ou olhos.
2) Inalação – Consiste em aspirar determinada substância, levando-a a um contato direto
com as membranas da zona respiratória (nariz, garganta, traqueia e pulmões).
3) Ingestão – É a deglutição de uma substância, a qual produz um efeito em contato com
a zona digestiva (boca, garganta, esôfago, estômago e Intestinos.

O sistema de classificação da organização das nações unidas

A Organização das Nações Unidas (ONU), preocupada com o crescente número de


acidentes ambientais envolvendo produtos perigosos e a necessidade de uma padronização dos
mesmos, atribuiu a cada um deles um número composto de quatro algarismos, conhecido por
“número da ONU”. A relação completa dos produtos perigosos, em ordem numérica e alfabética,
consta do Manual de Emergências da Associação Brasileira da Indústria Química e de Produtos
Derivados (ABIQUIM).
A classificação da Organização das Nações Unidas reconhece nove classes de risco, que
seguem abaixo:

Classes risco
✔ EXPLOSIVOS
✔ GASES
✔ LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
✔ SÓLIDOS INFLAMÁVEIS
✔ SUBSTÂCIAS OXIDANTES
✔ SUBSTÂNCIAS TÓXICAS
✔ SUBSTÂNCIAS RADIOTIVOS
✔ SUBSTÂNCIAS CORROSIVOS
✔ SUBSTÂNCIAS PERIGOS DIVERSOS
Sistemas informais de identificação
Consideramos sistemas informais, aqueles que permitem o reconhecimento da presença
de produtos perigosos quer por meio da apreciação das formas estruturais dos recipientes onde
encontram-se os produtos, sejam eles fixos ou de transporte, quer por meio da observação de
marcas, cores, características de ocupação e localização.

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Sistemas formais de identificação
Os sistemas formais de identificação são todos aqueles
normatizados, de características similares e de uso massivo,
que incorporam informações suficientes para uma
identificação primária do produto perigoso com segurança.
A Associação é uma entidade de classe representativa
do setor da indústria química no Brasil, fundada
no ano de 1964.
A identificação formal de um produto perigoso poderá
ser realizada por qualquer uma das seguintes maneiras:

1 – Número da ONU
É o número de 4 algarismos (número da ONU)
existente no painel de segurança (placa retangular de
cor laranja) afixada nas laterais, traseira e dianteira do
veículo de transporte.

✔ Painel de Segurança
✔ Número de Risco
✔ Número da ONU

2 - Número de Risco

O número de risco é a identificação de risco existente na parte superior do painel de


segurança. Esses números são semelhantes aos da ONU, mas indicam simplesmente a classe
geral (classe de perigo do produto perigoso). Estes números são constituídos por dois ou três
algarismos e, se necessário, a letra “X”. Quando for expressamente proibido o uso de água no
produto perigoso, deve ser colada a letra X, no início, antes do número de identificação de risco.
O número de identificação de risco permite determinar de imediato:
✔ 1º algarismo = O risco principal do produto;
✔ 2º e/ou 3º algarismos = Os riscos subsidiários.

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Observação:
Na ausência de risco subsidiário deve ser
colocado como 2º algarismo o número “zero”; no
caso de gás, nem sempre o 1º algarismo significa o
risco principal; e a duplicação ou triplicação dos
algarismos significa uma intensificação do risco.
3– Rótulo de Risco
O rótulo de risco é a placa ilustrada
em formato de losango afixado nas laterais
e, traseira dos veículos de transporte. Os
rótulos de risco possuem desenhos e
números que identificam o produto
perigoso. Quanto à natureza geral, a cor do
fundo dos rótulos é a mais visível fonte de
identificação de um produto perigoso.

Os rótulos de risco possuem


desenhos, números e cores, que identificam
o risco que o produto perigoso oferece.

3 = INFLAMÁVEL;
33 = MUITO INFLAMÁVEL;
333 = ALTAMENTE INFLAMÁVEL.
Significado do primeiro algarismo (risco principal do produto)
1 Explosivo; 5 Substância oxidante ou peróxido
2 Gás orgânico
3 Líquido inflamável 6 Substância tóxica
4 Sólido inflamável 7 Substância radioativa
8 Substância corrosiva
Significado do segundo e/ou terceiro algarismos (risco adicionais)
0 Ausência de risco subsidiário
1 Explosivo
2 Emana gás
3 Inflamável
4 Fundido
5 Oxidante
6 Tóxico
7 Radioativo
8 Corrosivo
9 Perigo de reação violenta

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4 – Outras formas de identificação do produto

Pelo número da ONU ou pelo nome do produto perigoso constante na ficha de


emergência, no documento fiscal ou na embalagem do produto.

Observações:
✔ Os painéis de segurança devem ser de cor laranja e os números de identificação de
risco e do produto perigoso (número da ONU) devem ser indeléveis de cor preta. Quando o
transporte for efetuado desde o por do sol até o amanhecer, os painéis devem ser de cor laranja
refletiva;
✔ O painel de segurança e o rótulo de risco, se destacáveis, devem ter seus versos
pintados na cor preta, e os números citados no painel não devem ser removíveis;
✔ Os algarismos devem ter altura de 10 cm e largura de 5,5 cm;
✔ No Brasil, os símbolos convencionais e seu dimensionamento são estabelecidos
pela NBR 7500, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, de Jan/94 – Símbolos de risco e
manuseio para o transporte e armazenamento de materiais (63 páginas).
Manual para atendimento de emergências com produtos perigosos

O Manual de Emergências da ABIQUIM é somente uma fonte de informação inicial para


os primeiros 30 minutos do acidente.
Utilize suas recomendações para orientar as primeiras medidas na cena da emergência,
até a chegada de uma equipe especializada, evitando riscos e a tomada de decisões incorretas.
Cada produto perigoso recebeu da Organização das Nações Unidas (ONU), um número
com quatro algarismos, conhecido como número da ONU.
Por exemplo: O gás liquefeito de petróleo (GLP), que utilizamos como gás de cozinha,
possui o número 1075.
Utilize o Manual de Emergências para identificar os produtos perigosos e as ações
iniciais de emergência da forma que segue:
Seção AMARELA = Nas páginas amarelas do Manual de Emergências da ABIQUIM,
os produtos perigosos estão relacionados por ordem numérica crescente.
Exemplo:
Nº ONU C.R GUIA NOME DO PRODUTO PERIGOSO
✔ 1427 4.3 138 HIDRETO DE SÓDIO
✔ 1888 6.1 151 CLOROFÓRMIO
✔ 2842 3 129 NITROETANO
Seção AZUL = Nas páginas azuis, os produtos perigosos estão relacionados por
ordem alfabética.
Exemplo: NOME DO PRODUTO PERIGOSO Nº ONU C.R GUIA
✔ BENZOL 1114 3 130
✔ CLOROETANO 1037 2.1 115
✔ PERÓXIDO DE POTÁSSIO 1491 5.1 144

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Observação: Não sendo possível identificar o número da ONU ou o nome do produto
perigoso, existe uma alternativa; procurar o rótulo de risco do produto perigoso. No Manual de
Emergências da ABIQUIM existem páginas de rótulos de risco com seus guias correspondentes.
Seção VERDE = Você poderá encontrar uma série de produtos perigosos destacados pela
cor verde nas seções amarela e azul do Manual de Emergência, por exemplo o cloro, número da
ONU 1017, estes produtos exigem uma atenção especial nos casos de vazamentos, pois são
substâncias tóxicas se inaladas. Consulte as páginas verdes, na parte final do manual, para
conhecer as distâncias em metros para isolamento e evacuação (ação de proteção) inicial.
Atenção
Se você não conseguir identificar nem o número da ONU, nem o nome do produto
perigoso, utilize a Guia de Emergência nº 111, que é a guia indicada para produtos perigosos em
geral. Depois procure obter informações mais detalhadas sobre o produto o mais rápido possível.

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Módulo II - Unidade Didática 7

Operações de Combate a Incêndio

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

✔ Citar as 04 ações do controle de um incêndio;


✔ Definir ataque direto; indireto e combinado;
✔ Definir ações de combate a incêndio florestal;
✔ Definir ações de combate incêndio em veículos;
✔ Executar com segurança operações de salvamento em incêndios.

Operações de combate a incêndio e salvamento


Introdução
O combate eficaz a incêndio em edificações requer uma série de conhecimentos e ações
por parte do combatente. Para tanto, diversas técnicas, estratégias e táticas são necessárias. Saber
como o incêndio surge e como se desenvolve, e como enfrentá-lo com correção, com a máxima
segurança e produzindo os menores danos possíveis, são requisitos fundamentais desta que é a
maior e indiscutível razão da existência dos Corpos de Bombeiros.
Estratégias de combate a incêndio
As estratégias de combate em edificações são dividas em operações ofensivas, defensivas
e marginais.
Operações ofensivas
Durante uma operação ofensiva (também chamada de ataque interno ou ataque direto) as
condições do incêndio permitem a realização de um ataque interior, rápido ou cauteloso. Em
geral, essas ações são desenvolvidas de um modo agressivo e objetivam a rápida extinção do
incêndio no interior da edificação.

1 2 3 4 5

1. Não se vê nada = Investigue;


2. Se vê fumaça = Ataque interior (AI) rápido;
3. Se vê fumaça e pouco fogo = AI agressivo;
4. Fogo em desenvolvimento = AI cauteloso;
5. Fogo ativo = Ataque interior bem cauteloso.
Operações defensivas
São utilizadas quando as condições do incêndio impedem a entrada e o ataque interior, de
modo que o Cmt da Guarnição deverá determinar o posicionamento de linhas de proteção de
maior calibre (2 ½”) entre o foco de incêndio e as outras estruturas vizinhas para prevenir a
propagação do fogo. Trabalho orientado mais para ações de isolamento do que para extinção.
Operações marginais
Representam situações de difícil combate, pois ocorrem quando as condições do sinistro
estão no fim de uma operação ofensiva e no início de uma operação de defesa (situação limite).

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O Cmt de Guarnição deverá determinar o inicio de um ataque ofensivo, mas poderá ter de alterar
sua decisão estratégica e determinar a retirada dos combatentes a qualquer momento.

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6. Fogo marginal = AI preparando-se p/ação externa;


7. Totalmente em chamas = Operação defensiva (OD);
8. O fogo desce = OD preparando-se para colapso;
9. Fogo na base = OD preparando-se para colapso;
10. Destruição total.
O controle do incêndio

Consiste nas ações destinadas especificamente ao controle do incêndio, sendo tais ações o
isolamento, o confinamento, a extinção, as ações de apoio e suporte (entradas forçadas,
ventilação, iluminação, gerenciamento de riscos e abertura de acessos).

Isolamento

O controle do incêndio sempre se inicia pelo isolamento da área sinistrada. A operação de


isolamento nada mais é do que uma ação de impedimento da propagação do fogo que poderá
dirigir-se para além da edificação de onde se originou. A proteção das edificações e estruturas
vizinhas ao local do sinistro deverá ser sempre considerada como principal objetivo em situações
de combate ao fogo do tipo defensivo.

Confinamento

O confinamento de um incêndio em sua área de origem é uma ação tática (operacional)


que consiste em impedir a progressão, horizontal ou vertical, do fogo e do calor para ambientes
ainda não expostos (atingidos). Podemos dizer que um incêndio está confinado quando foi
reduzido a uma área onde possa ser controlado pelos combatentes.

Extinção

São as ações necessárias para o ataque e a extinção propriamente dita do incêndio. O


êxito dessas operações depende do tipo de material combustível, da localização do incêndio, do
grau de dificuldade e da capacidade de resposta das equipes de combate ao fogo.
Ações de apoio e suporte
Gerenciamento de riscos

Incluem as ações de corte da energia elétrica e fechamento dos registros de gás.


Recomenda-se o corte da energia localizado, ou seja, devemos evitar ao máximo, cortar
totalmente a energia elétrica de uma edificação vertical ou grande local de incêndio, e sim,
restringir o corte da energia apenas à área sinistrada.
O fechamento do gás segue as mesmas regras, ou seja, deve ser feito localizado (só no
apartamento ou só no andar do incêndio). O corte no registro geral (central de gás) poderá gerar

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problemas futuros gerando vazamentos nos queimadores dos fogões que estavam acessos na hora
do corte e que permaneceram abertos.

Conservação da propriedade

Deverá iniciar-se tão cedo quanto possível para evitar danos adicionais à estrutura
sinistrada. Essas ações visam diminuir os danos causados pelo fogo, pela água e pela fumaça,
durante e depois do combate ao incêndio e, de forma geral, compreendem atividades de
escoamento de água, transporte e cobertura de objetos e ações de proteção de salvados em geral.

Técnicas de ataque e extinção de incêndios

As técnicas de ataque e extinção são determinadas em função do tipo, intensidade e classe


do incêndio e a regra do combate é sempre o ataque ofensivo (interno), conduzido de forma
rápida e agressiva. Assim, as técnicas utilizadas serão o ataque direto, ataque indireto ataque
combinado,
Ataque direto

Forma de ataque caracterizada pelo lançamento de um jato de água diretamente sobre a


base do fogo. Ataque usualmente utilizado para enfrentar incêndios nas fases iniciais e nas
situações de pré ou pós flashover. Essa técnica exige que os BM caminhem até bem próximo do
fogo e executem o ataque utilizando jatos d’água direcionados para a base do incêndio.
O ataque direto só deve ser feito após se verificar as condições da estrutura da edificação,
não devendo ser adotado se tais condições não forem seguras. Deve-se estar atento as
“armadilhas” que podem estar ocultas pela fumaça (ou pela escuridão). Também se deve atentar
para que sejam cortados os suprimentos de energia elétrica e gás, conforme a necessidade.
Recentemente, devido especialmente aos riscos associados do flashover e do backdraft,
recomenda-se que antes da realização do combate direto propriamente dito, os combatentes
façam o uso de uma série de jatos bem curtos de neblina fina direcionados a capa de gases
aquecidos existente na parte mais alta da área sinistrada, já a partir da abertura de acesso ao
ambiente sinistrado.
Esse procedimento não objetiva a supressão do fogo, mas sim o resfriamento dos gases e
a redução da temperatura do ambiente para facilitar a aproximação tática dos combatentes de
linha, promovendo um ambiente mais seguro para a extinção propriamente dita.
Obs. Não confundir essa prática com a técnica do combate indireto.
Em edificações verticalizadas também se deve buscar o ataque direto, com a
pressurização do SHP da edificação ou, caso não disponha, com a utilização de mangueiras
montadas através das escadas. O ataque indireto (externo) é, conforme a altura, totalmente
ineficaz e representará apenas desperdício de tempo e água. É importante salientar que os
combatentes devem buscar utilizar suas próprias mangueiras, visto que as que se encontram nos
hidrantes das edificações, em geral, são de péssima qualidade, isso se houver mangueiras nos
hidrantes. Caso o hidrante de recalque não seja encontrado ou se encontre sem condições de uso,
o recalque poderá ser feito no hidrante da edificação mais próximo.

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Brigadista Particular

Ataque indireto

Forma de ataque caracterizada pelo lançamento de um jato de água indireto a partir de


uma área externa, ou seja, o combatente permanece fora da área sinistrada e lança jatos
direcionados para a parte superior da edificação, usando a propriedade de vaporização da água,
sem a necessidade de adentrar no local do incêndio.
O combate indireto é desaconselhável caso não se tenha a certeza que no ambiente
incendiado não há vítimas, visto que a grande geração de vapores d’água poderá comprometer
ainda mais a segurança de possíveis vítimas que estejam no interior da área sinistrada.
Além disso, a produção de vapores superaquecidos e a quebra do equilíbrio interno do
ambiente expõem os combatentes a condições extremas e ao risco de graves queimaduras. Existe
ainda o problema do efeito êmbolo como consequência da expansão do vapor que poderá acabar
empurrando os produtos da combustão (fumaça, calor e, ocasionalmente, o próprio fogo) para
áreas ainda não afetadas da edificação.
Ataque combinado
Forma de ataque ainda empregada para combater incêndios
confinados, sem risco de explosão ambiental, mas com superaquecimento do
ambiente. A técnica baseia-se no emprego simultâneo das duas técnicas
anteriores, ou seja, o uso da produção de vapor combinado com o ataque
direto.

Incêndio em ambientes confinados

O combate a incêndio num ambiente confinado deve ser realizado através de um ataque
direto, mas cauteloso. Deve sempre ser precedido de ventilação adequada e de jatos curtos e
intermitentes contra as áreas elevadas do compartimento, a fim de proporcionar a diminuição da
temperatura e permitir melhor visualização dos focos do incêndio, diminuindo,
consequentemente a ocorrência de flashover e backdraft e proporcionado maior facilidade para a
locomoção correta do combatente.

Preservação do local sinistrado

Em vista da realização de perícia o local sinistrado deve ser preservado até a chegada do
perito. A guarnição no combate o incêndio deve alterar somente o mínimo necessário ao
combate, sendo desaconselhável a retirada de materiais do interior da edificação, salvo aqueles
que apresentem risco, bem como não se deve fazer a descarga de mangueiras a partir da ponta da
mangueira do esguicho dentro da edificação.

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Brigadista Particular
Módulo II - Unidade Didática 8

ABASTECIMENTOS

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Conhecer os dois tipos de fontes de abastecimentos;


2) Indicar os três métodos de abastecimentos;
3) Indicar os três objetivos de um sistema hidráulico preventivo de uma edificação.

Durante uma operação de incêndio surge a necessidade de várias atividades de apoio ao


combate. Embora todas tenham grande importância para o sucesso da operação, talvez nenhuma
atividade seja tão importante que a de abastecimento.
A utilização do agente extintor água é feita em larga escala em situações de sinistro. A
falta de tal agente pode condenar a perder-se por completo todo o trabalho já realizado.
Comumente, quando esta atividade falha, o incêndio volta a crescer e, muitas vezes, perde-se
completamente o seu controle.
A existência de água em abundância para garantir o controle do incêndio requer a
presença de uma boa rede de hidrantes públicos, existência de reservas técnicas de incêndio nas
edificações, agilidade nas ações de reabastecimento dos caminhões e, principalmente, do uso
comedido da água durante o combate.

Fontes de Abastecimento

As fontes de água para combate a incêndios são: mananciais, reservatórios, viaturas,


sistemas de hidrantes de prédios e indústrias e da rede pública.

Mananciais

São mananciais: rios, lagos, córregos, mares, represas, poços, etc. A utilização de
mananciais depende de bombeamento, geralmente através de escorva/sucção.

Reservatórios

Reservatórios são depósitos de água destinados a compensar as variações horárias e


diárias de consumo, manter reserva a ser utilizada em emergência e manter uma pressão
adequada na rede de distribuição. São reservatórios: as caixas d’água elevadas e subterrâneas. Do
ponto de vista operacional, pode-se ainda considerar como reservatórios as piscinas, fontes
públicas, espelhos d’água.

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Métodos de Abastecimentos

O abastecimento poderá ser feito de três modos: por bombeamento, por gravidade ou
modo combinado.

1) Por bombeamento

Uma ou mais bombas captam água de um manancial e a descarregam em estações de


tratamento. Posteriormente, a água é novamente bombeada para o sistema de distribuição.

2) Por Gravidade

Quando existe uma fonte de água situada em local mais elevado que o sistema de
distribuição, a gravidade proporciona a pressão necessária à distribuição.

3) Modo Combinado

É a utilização dos dois modos: bombeamento e gravidade. Quando o consumo de água é


pequeno, o abastecimento por gravidade pode ser suficiente, não sendo necessário o
bombeamento. Porém, quando o consumo aumenta, o bombeamento é associado ao
abastecimento por gravidade, para suprir a demanda.

Redes Internas de Edificações

A rede interna de uma edificação é composta pelo sistema de consumo de água normal
(uso comum pelos ocupantes) e pelo sistema hidráulico preventivo. É abastecida, geralmente,
pela rede de distribuição pública e possuem hidrantes de coluna ou de parede. O sistema
hidráulico preventivo de uma edificação tem três objetivos definidos: a) permitir que o usuário
ou brigadista da edificação efetue o combate do princípio do fogo; b) permitir que o corpo de
bombeiros possa utilizar a canalização para bombear água para o sistema e; c) abastecer as
viaturas do Corpo de Bombeiros para utilização em incêndios em edificações vizinhas.

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Brigadista Particular
Hidrantes Públicos

São hidrantes da rede de distribuição pública, para captação de grande quantidade de


água pelos bombeiros, para o combate a incêndios. Os hidrantes públicos podem ser de coluna
ou subterrâneos.

Avaliação Abastecimentos

1) Cite os dois tipos de fontes de abastecimento:


2) Quais os três métodos de abastecimento?
3) Quais os três objetivos de um sistema hidráulico preventivo de uma edificação?

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Brigadista Particular
Módulo II - Unidade Didática 9

COMBATE INCÊNDIO POR MEIO DE SISTEMA GRAVITACIONAL E DE BOMBAS

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Conhecer as partes do sistema hidráulico preventivo

Conhecendo o SHP

As edificações multifamiliares são dotadas de um sistema hidráulico preventivo contra


incêndio. O Artigo 4º da IN – 007 - 2014 do CBMSC traz a seguinte definição: o sistema
Hidráulico Preventivo (SHP) é constituído por uma rede de tubulações que tem a finalidade de
conduzir água de uma Reserva Técnica de Incêndio (RTI), por meio da gravidade ou pela
interposição de bombas, permitindo o combate do princípio de incêndio através da abertura de
hidrante para o emprego de mangueiras e esguichos e/ou o emprego do mangotinho.
Esse sistema é basicamente composto pelas seguintes partes: reservatório de água ou
reserva técnica de incêndio, sistema de pressurização por bombas, hidrantes de parede e hidrante
de recalque.

Fonte: http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br/

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Brigadista Particular
Para melhor entendimento e análise do sistema, seguiremos o caminho da água no
seguinte sentido: reservatório > bombas > canalização > hidrantes > mangueiras > recalque.

-Reservatório: a reserva técnica de incêndio (RTI) constitui uma quantidade determinada


de água, reservada exclusivamente para ser utilizada no sistema hidráulico preventivo da
edificação. Tais reservatórios poderão ser elevados ou subterrâneos, pressurizando a rede de
hidrantes por meio gravitacional ou por bombeamento.
Deverão ser de material resistente ao fogo ou protegidos por ele (mureta ou similar). Pode
também abastecer a rede de consumo comum do imóvel desde que a canalização de consumo
comum tenha sua saída na lateral do reservatório a uma altura que garanta o mínimo de reserva
para o combate exigido em lei.

-Bomba de pressurização: destinado a fornecer ao sistema de hidrantes de parede a


pressão necessária para o combate ao incêndio. Pode ou não estar presente no SHP, dependendo
se a pressão de saída na ponta do esguicho do hidrante de parede está adequada ou não.

-Canalização Incêndio

As informações sobre as canalizações do SHP podem ser encontradas na IN 007 de 2014


do CBMSC disponível para consulta pública.

Algumas características exigidas são:

1- Deverá ser em tubo de ferro fundido ou galvanizado, aço preto ou cobre e quando
subterrâneas PVC, Fibrocimento ou equivalente;
2- Em qualquer situação a resistência da canalização deverá ser superior a 15kgf/cm2 ;
3- As canalizações, conexões e peças quando se apresentarem expostas, aéreas ou não,
deverão ser pintadas de vermelho;
4- Devem terminar no hidrante de recalque.

Fonte: http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br/

-Hidrantes de Paredes

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São dispositivos colocados nas redes de distribuição que permitem a captação de água
pelos bombeiros, especialmente durante o combate a incêndios. Fonte:
bombeiroswaldo.blogspot.com

-Bombas

Podem ser de três tipos a saber:

1-Bomba de incêndio – principal: bomba hidráulica centrífuga destinada a recalcar


(empurrar para fora da bomba) água para os sistemas de combate a incêndio.
2-Bomba de incêndio – de pressurização (Joquey): bomba hidráulica centrífuga,
destinada a manter o sistema pressurizado em uma faixa preestabelecida.
3-Bomba de incêndio – de reforço: bomba hidráulica centrífuga, destinada a fornecer
água aos hidrantes mais desfavoráveis hidraulicamente, quando estes não puderem ser
abastecidos somente pelo reservatório elevado.
Admite-se a instalação de uma bomba de reforço com acionamento automático e manual,
entre o reservatório e os hidrantes menos favoráveis. O funcionamento desta bomba deverá ser
automático, assim como sua alimentação elétrica deverá ser independente da rede geral da
edificação.
A empresa Zurich fez algumas considerações sobre bombas de combate a incêndio que
publicou em informativo denominado “Bombas de Incêndio: O que você precisa saber”

1- A experiência comprova que, em casos de incêndio, a impossibilidade de utilização de


equipamentos/ instalações de combate, proteção e segurança ocorre com uma freqüência maior
do que a esperada. São muitos os motivos que levam a essas situações. Simples problemas de
manutenção ou limpeza podem acarretar danos ou até perdas que poderiam ser prevenidos ou
evitados através de algumas medidas de segurança.
2- A Casa de Bombas :
Recomenda-se iluminação de emergência no local?
Imagine um incêndio à noite. Pode estar certo de que nessa hora ninguém saberá onde
está a lanterna.
É fundamental uma iluminação de emergência no local para que as bombas possam ser
monitoradas e para corrigir eventuais problemas que possam ocorrer. A iluminação pode ser
autônoma com bateria ou ligada ao gerador de emergência, por exemplo.
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Brigadista Particular
3- Será que as válvulas da rede de incêndio podem estar fechadas quando for necessário
usar o sistema?
Esta é uma das falhas mais freqüentes. A melhor maneira de se evitar tal inconveniente é
travar o volante das válvulas da rede de hidrantes na posição de operação por meio de correntes e
cadeados. Isto ajuda a prevenir inclusive o risco de sabotagem e brincadeiras de mal gosto.
4- Bombas com motor a combustão a gasolina podem causar problemas?
Sim. Jamais devem ser utilizados motores de combustão a gasolina para o acionamento
de bombas de incêndio, por apresentarem menor confiabilidade e pelas dificuldades para a
manutenção/controle da rotação nominal requerida para o funcionamento da bomba.
5- Manutenção, Inspeções e Testes
Semanalmente:
-Inspeção visual;
-Teste da partida automática;
-Teste operacional do motor e bomba;
Mensalmente:
-Verificação dos itens requeridos pelo fabricante do equipamento.
Anualmente:
-Teste de desempenho de cada bomba medindo-se a vazão no hidrante mais desfavorável;
-Teste funcional dos painéis de controle e alarme;

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Brigadista Particular

Fonte: Zurich
-Hidrantes de Recalque

O hidrante de recalque (ou hidratante de passeio) é uma extensão da rede hidráulica que
será utilizado pelos bombeiros ou brigadistas para pressurizar a rede e realizar o combate do foco
do incêndio.

Atividade Proposta

Recomenda-se que o instrutor tente dentro de suas possibilidades agendar uma visita de 2
a 3 HA para visitação de uma edificação com SPH funcional com os alunos do curso de
brigadistas.

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Brigadista Particular – Módulo III

SISTEMAS PREVENTIVOS
CONTRA INCÊNDIO

Aluno

_______________________________________________

_______________________________________________

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Módulo III - Unidade Didática 1


Sistemas Preventivos

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar quais os sistemas preventivos existentes;


2) Descrever os princípios de funcionamento e manutenção de cada sistema preventivo;
3) Identificar as principais exigências normativas em Santa Catarina;

PREVENÇÃO E SISTEMAS PREVENTIVOS

O fogo sempre motivou a curiosidade do ser humano. Antes de seu domínio, o homem
primitivo o considerava um deus. Após dominá-lo, o fogo tornou-se um grande aliado do animal
em desenvolvimento. Com seu calor aqueceu-se do frio e preparou sua comida. Com seu brilho
iluminou a caverna e afugentou os animais, tornando-se uma fonte de segurança.
Em torno das fogueiras o homem se reunia com os companheiros e iniciava sua
caminhada como ser social. Com o passar do tempo, o fogo continuou a ser utilizado pelo
homem como um grande aliado. Com sua energia pode aquecer as caldeiras e criar a revolução
industrial. Ainda hoje é fonte de energia presente em nossas vidas e lares.
Mas o mesmo fogo amigo pode tornar-se um inimigo poderoso quando fora de controle,
ceifando vidas, destruindo matas e florestas e causando dor. Ao fogo descontrolado chamamos de
incêndio.
Deste modo, para que homem não virasse vítima deste fogo, sistemas preventivos contra
incêndio foram aos poucos sendo instituídos, sempre visando à manutenção da vida.

1 Sistemas preventivos

São dispositivos e equipamentos instalados numa edificação, destinados a extinguir


princípios de incêndio, bem como auxiliar os usuários a abandonarem a edificação com
segurança, evitando o pânico e evitando a propagação das chamas.

1.1 Sistema Preventivo por Extintores

Exigido em todas as edificações, independentemente de área ou altura (exceto as


unifamiliares), tem por objetivo permitir a existência de equipamentos de controle dos princípios
de incêndios, que podem ser utilizados por pessoas leigas, evitando o crescimento e o
descontrole do fogo.
Estão localizados nas áreas úteis da edificação, devidamente sinalizados e identificados,
permitindo acesso fácil e rápido para ações em princípios de incêndio. Na maior parte das vezes,
está projetado para utilização naquela área da edificação, levando-se em conta o tipo de
combustível existente.

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Brigadista Particular

São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater


princípios de incêndio. Recebem o nome do agente extintor que
transportam em seu interior (por exemplo: extintor de água,
porque contém água em seu interior).

Tipos de Extintores de Incêndio


De maneira geral, os extintores classificam-
se em:

a) extintores portáteis;
b) extintores transportáveis (estacionários
ou carretas).

A IN 006/DAT/CBMSC traz alguns requisitos específicos para extintores:

Art. 26. Em edificações com mais de um pavimento, são exigidas no mínimo dois
extintores de incêndio para cada pavimento, mesmo que em área inferior ao exigido para uma
capacidade extintora.
Art. 15. Cada Unidade Extintora protege uma área máxima de:
I - risco Leve – 500m²;
II - riscos Médio e Elevado – 250m².

Art. 16. Os extintores devem ser dispostos de maneira equidistante e distribuídos de


forma a cobrir a área do risco (classe de risco de incêndio), de modo que o operador percorra, do
extintor até o ponto mais afastado, um caminhamento máximo de:
I - risco Leve – 20m;
II - risco Médio - 15m;
III - risco Elevado - 10m.

Art. 20. Os extintores portáteis deverão ser afixados de maneira que:

I - nenhuma de suas partes fique acima de 1,7m do piso acabado e nem abaixo de 1m;
II - a fixação do aparelho deverá ser instalada com previsão de suportar 2,5 vezes o peso
total do aparelho a ser instalado.

Art. 21. Nos casos onde a fixação em paredes seja prejudicada, em virtude de serem
construídas em materiais mecanicamente não resistentes, os extintores portáteis poderão ser
locados em suporte sobre o piso, instalado com a parte inferior, no mínimo, a 20cm do piso
acabado, de modo que a visibilidade e acesso não fiquem prejudicados.

Art. 22. Os extintores nas áreas descobertas ou sem vigilância poderão ser instalados em
nichos ou abrigos de latão ou fibra de vidro, pintados em vermelho com a porta em vidro com
espessura máxima de 3mm, em moldura fixa com dispositivo de abertura para manutenção e
deverão ter afixados na porta instruções orientando como utilizar o equipamento.

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Art. 28. Para áreas superiores a 400m2, com risco de incêndio Elevado é obrigatório o
emprego de extintores sobre-rodas (carretas).

Validade dos Extintores


Os extintores de incêndio estão presentes na maior parte das edificações. Destinados a
combater princípios de incêndios, os mesmos tem capacidade reduzida e validade pré-definida.
No Brasil não existe uma regulamentação acerca da validade dos extintores, sendo que a única
obrigatoriedade criada em torno destes equipamentos é a de que os mesmos sejam submetidos a
teste hidrostático (teste no cilindro) a cada cinco anos.
Em razão desta regulamentação, em Santa Catarina, o Corpo de Bombeiros Militar
recomenda a manutenção dos extintores à validade do teste hidrostático, desde que os mesmos
mantenham suas características externas intactas (mangueiras, esguichos, condições de casco),
inviolabilidade do lacre e nível de pressurização.
Em suma, a validade do extintor poderá ser de até 5 (cinco) anos.

1.2 Sistema Hidráulico Preventivo-SHP


Também denominado de sistema de hidrantes, serve para a extinção de princípios de
incêndio e podem ser operadas por pessoas leigas, com algum conhecimento de técnicas de
extinção.
Composto por um reservatório de água (RTI – Reserva Técnica de Incêndios), uma rede
de canalização, hidrantes de paredes, mangueiras de incêndio e esguichos, são posicionados
nas áreas comuns das edificações, permitindo acesso fácil dos usuários, bastando lançar as
mangueiras, conectar os esguichos e abrir o registro para que expelir água para o foco do
incêndio.
Tal sistema também é utilizado pelo Corpo de Bombeiros Militar para bombear água
para o interior da edificação, através da rede de canalização existente e evitar a necessidade de
montagem de linhas de mangueiras pelas escadas da edificação, reduzindo tempo e facilitando as
ações de extinção.

Conforme a IN 007/DAT/CBMSC, alguns requisitos deverão ser observados no sistema:


Art. 11. A canalização do Sistema deverá ser em tubo de ferro fundido ou galvanizado,
aço preto ou cobre.
Art. 12. As redes subterrâneas, exteriores à edificação, poderão ser com tubos de Cloreto
de Polivinila Rígido, Fibrocimento ou categoria equivalente.
§ 1º As tubulações deverão ser enterradas a pelo menos 1,2m de profundidade.
§ 2º Nos pontos de união dos tubos de PVC ou de categoria equivalente com tubos
metálicos, deve ser construído um nicho com as dimensões mínimas de 25 x 30cm, guarnecido
por tampa metálica pintada de vermelho, onde estará instalada a conexão FG x PVC.
Art. 13. Em qualquer situação a resistência da canalização deverá ser superior a
15kgf/cm², devendo ser dimensionada de modo a proporcionar as pressões e vazões exigidas por
normas nos hidrantes hidraulicamente menos favoráveis.

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Art. 17. O diâmetro interno mínimo da canalização do Sistema Hidráulico Preventivo


deverá ser de 63mm (2 ½”).
Art. 56. O hidrante deverá ser instalado, preferencialmente, dentro do abrigo de
mangueiras, de modo que seja permitida a manobra e substituição de qualquer peça.
Parágrafo único. Em instalações de risco “Médio e Elevado” os hidrantes devem ser
sinalizados, com um quadrado de cor amarela ou vermelha com 1m de lado, pintado no piso e
com as bordas de 10cm, pintados na cor branca.
Art. 57. Para as edificações de risco “Leve”, os hidrantes terão saída singela, enquanto
nas edificações de risco “Médio ou Elevado”, terão saída dupla.
Art. 61. Os hidrantes não poderão ser instalados em rampas, em escadas e nem seus
patamares.
Art. 62. O número de hidrantes de uma edificação é determinado pela cobertura
proporcionado pelas mangueiras.
Art. 63. Em edificações onde a razão vertical é predominante, haverá em cada pavimento
pelo menos um hidrante.
Art. 64. Os abrigos terão, preferencialmente, forma paralelepipedal, com as dimensões
máximas de 90cm de altura, por 70cm de largura, por 20cm de profundidade, para as instalações
de risco Leve.
§1º Para instalações de risco Médio e Elevado deverão ser observadas dimensões que
permitam abrigar com facilidade os lances de mangueira determinados para cada projeto.
§ 2º As portas dos abrigos deverão dispor de viseiras de vidro com a inscrição
“INCENDIO”, em letras vermelhas com as dimensões mínimas: traço de 5mm e moldura de 3 x
4cm.
§ 3º A porta do abrigo deverá possuir dispositivos para ventilação, de modo a evitar o
desenvolvimento de fungos e/ou líquens no interior dos abrigos.
§ 4º Em edificações residenciais, quando separado do hidrante de parede, o abrigo de
mangueira não poderá ser instalado a mais de 3m de distância.
Art. 75. O hidrante de recalque será localizado preferencialmente junto à via pública, na
calçada ou embutido em muros ou fachadas, observando- se as mesmas cotas para instalação dos
hidrantes de parede.
Parágrafo único. O hidrante poderá ser instalado junto à via de acesso de veículos, via de
circulação interna, de modo a ser operado com facilidade e segurança e em condições que lhe
permitam a fácil localização.
Art. 80. A pressão dinâmica no hidrante hidraulicamente menos favorável, medido no
requinte, não poderá ser inferior a:
I -0,4 kgf/cm2 (4 m.c.a.), para edificações de risco leve;
II -1,5 kgf/cm2 (15 m.c.a), para edificações de risco médio;
III -3,0kgf/cm2 (30m.c.a), para edificações de risco elevado.
Art. 97. A reserva técnica de incêndio será dimensionada de tal forma que forneça ao
sistema uma autonomia mínima de 30 minutos.
Art. 98. No dimensionamento da reserva técnica de incêndio, deverão ser consideradas as
seguintes vazões:
I -risco leve: avazão no hidrante mais favorável, a crescido de 2 minutos por hidrante
excedente a quatro;
II -risco médio e risco elevado -as vazões nos hidrantes mais desfavoráveis, considerando
em uso simultâneo:
a) 1 Hidrante: quando instalado 1 hidrante;
b) 2 Hidrantes: quando instalados de 2 a 4 hidrantes;

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c) 3 Hidrantes: quando instalados 5 ou 6 hidrantes;


d) 4 Hidrantes: quando instalados 7 ou mais hidrantes; e acrescer 2 minutos por hidrantes
excedente a quatro.
§ 1º Em edificações de risco leve, a RTI mínima deve ser de 5.000 litros.
§ 2º A RTI, quando em reservatório subterrâneo, será o dobro da previsão para a do
reservatório elevado, para todas as classes de risco.

1.3 Saídas de Emergência


São compostos pelas portas, escadas, rampas, corredores, elevadores de emergência ,
locais para de resgate aéreo e outros. Tem o objetivo de servir de rota de fuga para os usuários
da edificação, por isso devem estar sinalizados, desobstruídos e iluminados. A largura dos
acessos é projetada de acordo com o número de habitantes da edificação.

A norma que institui as Saídas de Emergência em Santa Catarina é a IN


009/DAT/CBMSC, a qual estabelece alguns itens essenciais a serem observados. Os principais
são:
Art. 5º Independente da ocupação da edificação, altura, área total construída ou carga
de incêndio, será exigido o Sistema de Saídas de Emergência.

Art. 6º Todas as saídas de emergência das edificações serão sinalizadas com indicação
clara do sentido de saída.

Art. 7º Para efeito do Sistema de Saídas de Emergência, a definição do número e tipo de


escadas, deverá ser feita considerando-se:
I - número de pavimentos;
II - altura da edificação;
III - área do pavimento tipo; e
IV - caminhamento (distâncias máximas a serem percorridas).

Art. 8º Entende-se como pavimento útil, todos os níveis (pavimentos) úteis ocupáveis,
quer compreendendo subsolo, pilotis, térreos, garagens ou áticos e mezaninos com área superior
a 100m².

Art. 9° Entende-se como número de pavimentos:


I - para a escada que atenderá aos pavimentos superiores ao pavimento de descarga,
serão considerados aqueles acima do piso térreo, inclusive o térreo;
II - para a escada que atenderá aos pavimentos inferiores ao pavimento de descarga, serão
considerados aqueles abaixo do piso térreo, inclusive o térreo;

Art. 10. Entende-se como altura da edificação:

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I - para a escada que atenderá aos pavimentos superiores ao pavimento de descarga, será
considerada a altura ascendente, ou seja, a medida em metros, entre o nível do piso do pavimento
de descarga (térreo) e o nível do piso do último pavimento útil, localizados acima do pavimento
térreo;
II - para a escada que atenderá aos pavimentos inferiores ao pavimento de descarga, será
considerada a altura descendente, ou seja, a medida em metros, entre o nível do piso do
pavimento de descarga (térreo) e o nível do piso do último pavimento útil inferior (subsolo),
localizados abaixo do pavimento térreo.

Art. 11. Entende-se como caminhamento as distâncias máximas a serem percorridas para
atingir um local seguro (espaço livre exterior, área de refúgio, escadas, rampas e outros), tendo
em vista o risco a vida humana decorrente do fogo e da fumaça.
§ 1º Os caminhamentos previstos são medidos dentro do perímetro do pavimento, a partir
do centro geométrico da economia (sala comercial, sala de aula, apartamento, etc), exceto para
garagens;
§ 2º Quando for pavimento com ocupação garagem, o caminhamento é medido a partir
do ponto médio entre o ponto mais distante do pavimento e os degraus ou a porta da escada,
desviando dos obstáculos durante a medição do caminhamento, devendo ser observado o tipo de
escada;
§ 3º As distâncias previstas neste artigo podem ser aumentadas em até 15m, sempre que
houver proteção total do pavimento por chuveiros automáticos (Sprinklers).

Art. 12. As Saídas de Emergências compreendem, de uma forma geral:


I – escadas;
II – rampas;
III – portas;
IV – portinholas;
V - local para resgate aéreo;
VI - elevadores de emergência e segurança;
VII – passarelas;
VIII – outros

Art. 28. Os degraus devem obedecer aos seguintes requisitos:


I - devem ser revestidos por materiais incombustíveis e antiderrapantes (conforme a IN
018/DAT/CBMSC);
II - possuir o espelho (h) entre 16 e 18cm;
III - ter seu comprimento (b) dimensionado pela fórmula: 63 cm ≤ (2h + b) ≤ 64 cm;
IV - quando houver saliência (bocel) este deverá ser menor ou igual a 2cm, sendo que, os
espelhos inclinados também são considerados como saliências;
V - os lanços mínimos serão de 3 degraus, contando-se estes pelo número de espelhos;
VI - balanceados, quando excepcionalmente o lanço da escada for curvo (escada em
curva):
a) a medida (b) (comprimento do degrau) neste caso é feita perpendicularmente à
projeção da borda do degrau anterior e a 60cm da extremidade mais estreita do mesmo; e
b) a parte mais estreita do degrau deve ter no mínimo 15cm.
VII - ser uniforme em toda a sua extensão;
VIII - não são admitidos degraus em leque, exceto para escadas de acesso restrito
Art. 30. Os corrimãos devem atender aos seguintes requisitos:

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I - instalados, obrigatoriamente, em ambos os lados da escada, incluindo-se os patamares;


II - estar situados entre 80 e 92cm acima do nível da superfície do piso, medida esta
tomada verticalmente da borda do degrau até a parte superior do corrimão;

Art. 31. Toda saída de emergência (corredores, circulação, patamares, escadas e rampas),
terraços, mezaninos, galerias, sacadas, varandas ou balcões de todos os tipos de ocupação devem
ser protegidos de ambos os lados por paredes ou guarda-corpos contínuos, sempre que houver
qualquer desnível maior que 55cm, para evitar quedas.
Art. 32. A altura dos guarda-corpos, internamente, deve ser no mínimo de 1,1m ao longo
dos patamares, corredores, mezaninos, e outros,

Art. 34. As escadas são classificadas quanto ao tipo em:


I - escada comum;
II - escada protegida;
III - escada enclausurada;
IV - escada enclausurada a prova de fumaça;
V - escada pressurizada.

Art. 50. A descarga é a parte da saída de emergência de uma edificação, que fica no
mesmo nível da via pública ou área externa em comunicação com a via pública, ligando a escada
ou a rampa à via pública ou área externa.

Art. 51. As descargas poderão ser constituídas por:


I - área em pilotis;
II – corredor;
III - átrio enclausurado;
IV - hall ou saguão não enclausurado, quando o final da descarga localizar-se a menos de
quatro metros de área em pilotis, fachada ou alinhamento predial.
§ 1º Quando esta distância for maior do que quatro metros o saguão ou hall deverão ser
necessariamente enclausurados.
§ 2° Quando o hall ou saguão ligarem a outros ambientes (garagem e salas) deverão ser
isolados por portas corta- fogo do mesmo tipo da escada, exceto para escadas comuns.
Art. 52. Quando a descarga conduzir a um corredor a céu aberto, este deverá ser
protegido com marquise com largura de pelo menos 1,2m
Art. 53. Os elevadores das edificações podem ter acesso direto à descarga, porém devem
ser dotados de portas resistentes ao fogo.
Art. 54. A largura de descarga atenderá aos seguintes requisitos:
I - será proporcional ao número de pessoas que por ela transitarem;
II - terá no mínimo 1,2m de largura;
III - não poderá ser menor que a largura das escadas que com ela se comunique.
Art. 55. Quando a descarga receber mais de uma escada, sua largura irá se acrescendo a
partir de cada uma delas, da largura destas.
Art. 56. A descarga deverá ser sinalizada, indicando claramente a direção para via pública
ou área que com ela se comunique.
1.4 Sinalização de abandono de local
São as placas indicativas de saída, localizadas na rota de fuga da edificação.
Normalmente são placas simples ou luminosas com a indicação SAÍDA, seguida ou não de uma
seta de orientação do rumo a ser seguido.

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Pg. 167
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Em relação a sinalização de abandono de local, a IN 013/DAT/CBMSC estabelece como


principais observações que:

Art. 6º A Sinalização para Abandono do Local deve assinalar todas as mudanças de


direção, obstáculos, saídas, escadas, etc.
§ 3º A fixação dos pontos de SAL pode ser feita em paredes, teto ou suspensas, devendo
ser realizada de modo que pontos de SAL não fiquem instaladas em alturas superiores às
aberturas do ambiente.
Art. 8º A Sinalização para Abandono do Local deve ser luminosa, com um fluxo
luminoso do ponto de luz, no mínimo igual a 30 lúmens, com autonomia mínima de 1 hora.
Art. 10. A sinalização deverá conter a palavra “SAÍDA” sobre a se ta indicando o sentido
da saída, devendo ter as letras e setas de sinalização na cor vermelha sobre fundo branco leitoso
de acrílico ou material similar.
Art. 11. As edificações que dispuserem de escada enclausurada ou outros pontos de fuga,
deverão ter nas portas corta fogo das antecâmaras que dão acesso à escada e nos pontos de fuga,
a palavra “SAIDA”, em cor vermelha sobre o fundo branco leitoso de acrílico ou material
similar, com as dimensões mínimas: traço de um centímetro e moldura de quatro por nove
centímetros

1.5 Iluminação de Emergência


São luminárias instaladas na rota de fuga de forma a possibilitar a visibilidade no trajeto,
visando identificar obstáculos e permitir um abandono rápido e eficiente. São localizadas em
altura abaixo das aberturas da edificação, de forma que não sejam prejudicadas pela fumaça.
Possuem dispositivos automáticos que se acendem com o corte da energia da edificação.

Conforme a IN 011/DAT/CBMSC, alguns requisitos deverão ser observados:


Art. 6º O Sistema de Iluminação de Emergência poderá ser concebido pelos seguintes
tipos de fontes de energia:
I -blocos autônomos;
II -centralizado por conjunto de baterias (acumuladores);

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Pg. 168
Brigadista Particular

III -centralizado por gerador.

Art. 15. Deve ser garantido um nível mínimo de iluminamento em nível do piso, de:
I - 5 Lux em locais com desnível:
a) escadas;
b) rampas;
c) obstáculos.
II - 3 Lux em locais planos
a) corredores;
b) halls;
c) elevadores;
d) locais de refúgios.

Art. 13. A autonomia do sistema deverá ser dimensionada levando em consideração o


tempo necessário para a realização dos eventos de saída dos ocupantes da edificação e as
manobras de salvamento e combate ao incêndio.
Parágrafo único. A autonomia mínima do sistema deve ser de 1 hora garantindo o nível
mínimo de iluminamento.

Art. 24. A fixação dos pontos de luz pode ser feita em paredes, teto ou suspensas,
devendo ser realizada de modo que as luminárias não fiquem instaladas em alturas superiores às
aberturas do ambiente.

Art. 25. A distância máxima entre dois pontos de iluminações de ambiente deve ser
equivalente a quatro vezes a altura da instalação destes em relação ao nível do piso.

1.6 Instalações de Gás Combustíveis

Esse sistema armazena fora da edificação à carga de GLP (gás liquefeito de petróleo)
utilizado pelos usuários. É composto por uma central de gás, canalizações metálicas de
distribuição, abrigos de medidores com registro de corte e registro de corte no ponto de
consumo.
Conforme a IN 008/DAT/CBMSC alguns itens deverão ser observados em relação a este
sistema, sendo os principais:

Art. 10. Central de Gás é a área destinada para conter os recipientes e acessórios,
destinados ao armazenamento de GLP.
Parágrafo único. Recipiente é o vaso de pressão destinado a conter o gás liquefeito de
petróleo.

Art. 11. A Central de Gás poderá utilizar gás armazenado em:

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Pg. 169
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I - recipientes enterrados;
II - recipientes aterrados;
III - recipientes de superfície, protegidos por gradil metálico; ou
IV - recipientes de superfície dentro de cabine de proteção (Abrigo ou Central de GLP).

Art. 12. A locação dos recipientes de GLP deverá obedecer aos seguintes critérios:
I - recipientes em Abrigo (Abrigo de GLP): recipientes instalados em cabine, protegida
por paredes e cobertura, construída em alvenaria ou concreto, limitado a capacidade total de até
90kg de GLP;
II - recipientes em Central (Central de GLP): recipientes instalados em cabine, protegido
por paredes e cobertura resistente ao fogo por 2 horas, construída em alvenaria ou concreto, com
capacidade total superior a 90kg de GLP;
III - recipientes de superfície: recipientes instalados diretamente sobre o solo ou sobre
suportes rente ao chão (bases ou suportes estáveis, de material incombustível);
IV - recipientes aterrados: recipientes recobertos de terra compactada, com no mínimo
30cm de espessura em qualquer ponto do costado do recipiente; e
V - recipientes enterrados: recipientes instalados a uma profundidade mínima de 30cm,
medida entre a tangente do topo do recipiente e o nível do solo.
Parágrafo único. Os recipientes enterrados, aterrados ou de superfície, terão proteção
através de cerca de gradil metálico, conforme especificação desta IN.
Recipientes em Abrigo de GLP

Art. 13. A edificação que utilizar GLP com capacidade total até 90kg, deverá possuir
Abrigo de GLP atendendo aos seguintes requisitos:
I - cabine de proteção, construída em alvenaria ou concreto;
II - possuir ventilação nas portas do Abrigo;
III - deve estar situado em cota igual ou superior ao nível do piso onde o mesmo estiver
situado;
IV - recipiente deve ser instalado no lado externo da edificação;
V - local de fácil acesso;
VI - as dimensões deverão ser compatíveis para um recipiente ativo e outro reserva
quando existir;
VII - possuir afastamento mínimo de 1,50m de fossos, caixas ou ralos de escoamento de
água, gordura, ventilação ou esgoto, de caixas de rede de luz e telefone, de fossa, de sumidouro e
outros;
VIII - podem ser instalados até 6 recipientes de 13kg, em Abrigos individuais,
preferencialmente agrupados, podendo ser instalado um Abrigo sobre o outro, resultando, no
máximo, em duas fileiras;
IX - cada Abrigo deverá ser identificado com o número do apartamento;
X - possuir no interior de cada Abrigo:
a) regulador de pressão de acordo com o tipo de aparelho de queima;
b) registro de corte do fornecimento de gás do tipo fecho rápido;
c) mangueira para condução do gás de acordo com esta IN.

Recipientes em Central de GLP


Art. 14. A edificação que utilizar GLP com capacidade total superior a 90kg, poderá ter os
recipientes instalados em cabine, denominada “Central de GLP”, seguindo as especificações:

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Pg. 170
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I - teto de concreto com espessura mínima de 10cm, com declividade para escoamento de
água;
II - as paredes deverão possuir tempo de resistência ao fogo mínima de 2 horas, e quando
forem utilizados blocos vazados (cerâmico ou de concreto) em sua construção, estes deverão ser
preenchidos com argamassa ou graute;
III - as portas deverão:
a) ser de eixo vertical pivotante ou de correr, com as dimensões mínimas de 0,90 x
1,70m, não excedendo a largura compatível com o recipiente a ser instalado;
b) dispor, em toda a porta, de ventilação, podendo ser em venezianas, com a distância de
8mm entre as placas, ou tipo grade, com espaçamento máximo de 10cm, entre as barras,
guarnecida por tela metálica com malha de 2 a 5mm.
IV - a cada 5m de comprimento da Central de GLP, serão exigidos, no mínimo, 2 portas,
instaladas preferencialmente em pontos diferentes;
V - as portas das Centrais de GLP não poderão ficar no mesmo alinhamento (uma
defronte a outra);
VI - nas paredes laterais e frontais, a cada metro linear deve haver aberturas para
ventilação:
a) preferencialmente cruzadas, ao nível do piso e do teto, nas dimensões mínimas de
15cm x 10cm, devidamente protegidas por tela metálica, com malhas de 2 a 5mm, não
diminuindo a área efetiva mínima de ventilação;
b) não podem ser colocadas as aberturas de ventilação que, em relação ao piso externo e
outros ambientes, comprometerem a segurança da edificação, quer por acúmulo de gás ou por
pontos de ignição.
VII - o piso terá no mínimo 5cm de espessura e será em concreto;
VIII - a Central terá altura mínima de 1,8m, medida na parte mais baixa do teto;
IX - possuir largura para manobras de manutenção com espaço livre mínimo de 90cm
(para recipientes trocáveis) e de 50cm (para recipientes abastecidos no local);
X - Central de GLP com recipientes transportáveis trocáveis, deverá dispor de estrado de
madeira tipo grade;
XI - na Central de GLP deverá ser afixada a inscrição “CUIDADO CENTRAL DE
GÁS”, de forma legível (letras na cor preta sobre fundo amarelo).

Art. 15. A Central de GLP, não poderá ser instalada em:


I - fossos de iluminação e ventilação;
II - garagens, subsolos, porões;
III - cota negativa (deve estar situada em cota igual ou superior ao nível do piso onde a
mesma estiver situada, ou seja, não poderá ser edificada em locais onde o piso fique em desnível,
e os cilindros fiquem instalados em rebaixos, nichos ou recessos abaixo do nível externo);
IV - em teto, laje de cobertura ou terraço;
V - local de difícil acesso.

Art. 20. A Central de GLP não poderá ser construída com um afastamento inferior a
1,50m de fossos ou ralos de escoamento de água ou esgoto, de caixas de rede de luz e telefone,
caixa ou ralo de gordura ou ventilação, da fossa ou do sumidouro.

Art. 23. A quantidade máxima de armazenagem de GLP no interior de uma Central será
de 5000kg.

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Art. 69. As tubulações não podem passar em:


I - dutos de lixo, de ar condicionado ou de águas pluviais;
II - reservatórios de água;
III - incineradores de lixo;
IV - poços de elevadores;
V - compartimentos de equipamentos elétricos;
VI - subsolos ou porões com pé direito inferior à 1,2m, entre-pisos, tetos rebaixados ou
qualquer compartimento de dimensões exíguas;
VII - compartimentos não ventilados;
VIII - compartimentos destinados a dormitórios;
IX - poços de ventilação capazes de confinar o gás proveniente de eventual vazamento;
X - qualquer vazio ou parede contígua a qualquer vão formado pela estrutura ou
alvenaria, mesmo que ventilado;
XI - ao longo de qualquer tipo de forro falso, salvo se for ventilado por tubo luva,
atendendo aos critérios desta IN;
XII - pontos de captação de ar para sistemas de ventilação;
XIII - dutos de ventilação

Art. 80. As tubulações, quando se apresentarem expostas, deverão ser pintadas nas
seguintes cores:
I- alumínio quando for utilizado GLP;
II - amarelo quando for utilizado GN.

Art. 81. As tubulações devem:


I - ter um afastamento mínimo de 30cm das tubulações de outra natureza e dutos de cabo
de eletricidade;
II - ter um afastamento das demais tubulações de gás igual a, no mínimo, um diâmetro da
maior das tubulações contíguas;
III - ter um afastamento, no mínimo, de 2m de para-raios e de seu aterramento.

1.7 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas


Também conhecido como para-raios, serve para criar um sistema de captação, descidas e
aterramento de descargas atmosféricas, impedindo seu contato com a edificação. É composto de
sistema de captação (hastes, malhas metálicas ou estruturas metálicas), descidas (cabos
esticados) e de aterramento (anéis, barras etc).

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A IN 010/DAT/CBMSC traz alguns itens importantes a serem observados no Sistema de


Proteção Contra Descargas atmosféricas. Os principais são:
Art. 14. O SPDA será exigido: I - à todas as edificações especiais com riscos inerentes de
explosão, como aquelas contento gases ou líquidos inflamáveis, independente de altura ou área
construída.
II - à todas as edificações com altura igual ou superior a 20 metros ou área total
construída igual ou superior a 750m², com as seguintes ocupações:
a) locais de grande afluência de público: shopping center, hospital, centro comercial,
rodoviária, aeroporto, cinema, ginásio esportivo, centro de eventos, boates, e outros;
b) locais que prestam serviços públicos essenciais: subestações, hidrelétricas, estações
telefônicas, estações meteorológicas e similares;
c) edificações de valor histórico ou cultural: museu, biblioteca e congêneres.
III - às demais as edificações com altura igual ou superior a 20 metros ou área total
construída igual ou superior a 750m², existem duas possibilidades:
a) Recomenda-se a instalação do sistema para maior proteção da edificação, podendo o
proprietário e responsável técnico, de pronto, decidirem pela instalação do sistema.
b) Em não ocorrendo o disposto no item anterior, deverá ser realizado o cálculo do
Capítulo III desta IN. Podendo, consequentemente, chegar às seguintes soluções:
1) Se o Ndc for ≥ a 10-³, o SPDA será exigido.
2) Se 10-³> Ndc > 10-5, o SPDA poderá ser dispensado, necessitando de um
requerimento formulado pelo proprietário e responsável técnico, explicando os motivos da não
instalação.
3) Se o Ndc for ≤ a 10-5, o SPDA será dispensado, sem necessidade de requerimento,
bastando a apresentação do cálculo feito pelo responsável técnico.
Parágrafo único. A possibilidade de dispensa do SPDA independe se a edificação é nova,
antiga ou a construir.
Art. 29. Em um projeto de SPDA, podem-se utilizar os seguintes métodos, conforme o
caso:
I - ângulo de proteção (método Franklin); e/ou
II - condutores em malha (gaiola de Faraday ou método Faraday); e/ou
III - eletrogeométrico (esfera rolante ou fictícia).

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1.8 Sistema de alarme e detecção


Visa criar um sistema de alerta aos usuários da edificação quando da ocorrência de um
incêndio. Podem ser utilizados acionadores manuais e / ou automáticos, de forma a noticiar o
sinistro e alarmar a população usuária para abandono da edificação.

Em relação ao sistema de alarme e detecção a IN 012/DAT/CBMSC traz que:


Art. 24. Os acionadores do sistema deverão:
I - ser do tipo quebra vidro “push button”;
II -ser em cor vermelha e possuir corpo rígido para impedir danos mecânicos;
III - possuir instruções de operações impressas em português no próprio corpo ou fora
dele, de forma clara.
Parágrafo único. Admite-se o uso de acionadores que não sejam quebra-vidro desde que
contenham dispositivo que dificulte o acionamento acidental, porém facilmente destrutível no
caso de operação intencional e que não ponha em risco a integridade física dos usuários.
Art. 25. Os acionadores serão instalados em locais visíveis e entre cotas de 1,2m e 1,5m
tendo como referência o piso acabado.
Art. 27. Em cada bloco e andar da edificação deverá existir pelo menos um acionador
manual.

1.9 Sistema de chuveiros automáticos


É um sistema automatizado, que expele água no ambiente quando da ocorrência de um
princípio de incêndio. São compostos por canalizações que possuem em suas extremidades
aparelhos denominados sprinklers, que se rompem a determinada temperatura e fazem escoar a
água sobre a fonte de calor.

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Módulo III - Unidade Didática 2


Plano de Emergência

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:


1) Identificar o que é um plano de emergência e seus elementos;
2) Aprender a executar os procedimentos básicos na segurança contra incêndio;
3) Aprender a executar exercícios simulados;
4) Verificar as plantas de emergência, sua localização e interpretação.

Plano de Emergência
Não é um sistema, mas sim uma medida de segurança contra Incêndio. Documento que
contem os procedimentos que devem ser adotados pelas pessoas ocupantes do imóvel em caso
de situação de emergência. Será a referência para o uso por brigadas de incêndio das edificações.

Segundo o Art. 5º da IN 031/DAT/CBMSC, O plano de emergência contra incêndio


deverá conter:
I - procedimentos básicos na segurança contra incêndio;
II – dos exercícios simulados;
III - plantas de emergência; e
IV - programa de manutenção dos sistemas preventivos.

Dos procedimentos básicos de segurança

Art. 6° Os procedimentos básicos na segurança contra incêndio serão:

I -alerta: identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa que identificar tal
situação deverá alertar, através do sistema de alarme, ou outro meio identificado e conhecido de
alerta disponível no local, os demais ocupantes da edificação.
II - análise da situação: a situação de alerta deverá ser avaliada, e, verificada a existência
de uma emergência, deverão ser desencadeados os procedimentos necessários para o
atendimento da emergência;
III - apoio externo: acionamento do Corpo de Bombeiros Militar, de imediato, através do
Telefone 193, devendo informar:
a) nome do comunicante e telefone utilizado;
b) qual a emergência, sua característica, o endereço completo e os pontos de referência do
local (vias de acesso, etc);
c) se há vítimas no local, sua quantidade, os tipos de ferimentos e a gravidade.
IV - primeiros socorros: prestar primeiros-socorros às vítimas, mantendo ou estabilizando
suas funções vitais até a chegada do socorro especializado.
V -eliminar riscos: realizar o corte das fontes de energia elétrica e do fechamento das
válvulas das tubulações (GLP, GN, acetileno, produtos perigosos, etc), da área atingida ou geral,
quando possível e necessário.
VI - abandono de área: proceder abandono da área parcial ou total, quando necessário,
conforme definição preestabelecida no plano de segurança, conduzindo a população fixa e
flutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo até a definição final do sinistro.

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VII - isolamento da área: isolar fisicamente a área sinistrada de modo a garantir os


trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem o local.
VIII - confinamento e combate a incêndio: proceder o combate ao incêndio em fase
inicial
e o seu confinamento, de modo a evitar sua propagação até a chegada do CBMSC.
§ 1° A sequência lógica dos procedimentos será conforme o fluxograma do Anexo C da
IN 031/DAT/CBMSC
§ 2° Para a eliminação dos riscos é necessário: definir o tipo de risco, definir os
equipamentos necessários à proteção e definir o responsável para realizá-los em caso de sinistro.
§ 3° O plano de emergência deve contemplar ações de abandono para portadores de
necessidades especiais ou mobilidade reduzida, bem como as pessoas que necessitem de auxílio
(idosos, crianças, gestantes, etc).
§ 4° O isolamento das áreas compreende a verificação das áreas, por responsável,
verificando e certificando que todos evacuaram o local.

Dos exercícios simulados

Art. 7° Exercícios simulados de abandono de área no imóvel, com a participação de toda


a população fixa, devem ser realizados no mínimo duas vezes ao ano(semestralmente).

Art. 8° Após o término de cada simulado deve ser realizada uma reunião, com registro em
ata, para a avaliação e correção das falhas ocorridas, descrevendo no mínimo:
I - data e horário do evento;
II - número de pessoas que participaram do simulado;
III - tempo gasto para o abandono total da edificação;
IV - atuação dos responsáveis envolvidos;
V -registro do comportamento da população;
VI - falhas em equipamentos;
VII - falhas operacionais;
VIII - outros problemas e sugestões levantados durante o simulado.
§ 1° Os exercícios simulados deverão ser realizados uma vez com comunicação prévia
para a população do imóvel; e uma segunda vez no ano sem a comunicação prévia.
§ 2° Todos os simulados deverão ser comunicados com no mínimo 24h de antecedência
ao CBMSC.
§ 3° Os exercícios simulados poderão ter a participação do CBMSC, mediante solicitação
prévia e avaliação da Autoridade Bombeiro Militar conforme o caso.

Da planta de emergência

Art. 9° A planta de emergência visa facilitar o reconhecimento do local por parte da


população da edificação e das equipes de resgate dividindo-se em dois tipos: interna e externa,
conforme exemplos do Anexo B da IN 031/DAT/CBMSC

Art. 10. A planta interna é aquela localizada no interior de cada unidade autônoma, (por
exemplo: quarto de hotéis e similares, banheiros coletivos e ambientes de reunião de público,
salas comerciais e outros) a qual indica claramente o caminho a ser percorrido para que a
população saia do imóvel em caso de incêndio ou pânico, devendo conter:

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I - indicação do local exato no imóvel onde a pessoa se encontra;


II - indicação através de linha tracejada das rotas de fuga e acesso às portas de saída ou
escadas de emergência;
III - indicação das escadas de emergência;
IV - indicação da localização dos extintores de incêndio;
V - indicação da localização do acionador do alarme de incêndio;
VI - indicação da localização dos hidrantes de parede.

Parágrafo único. As plantas de emergência devem ser fixadas atrás das portas dos
ambientes com altura de 1,7m, sendo que quando os ambientes tiverem portas que permaneçam
abertas, a planta deverá ser afixada na parede ao lado desta.

Art. 11. A planta externa é aquela localizada no hall de entrada principal do pavimento de
descarga do imóvel, a qual indica claramente o caminho a ser percorrido para que a população
saia do imóvel em caso de incêndio ou pânico e possa chegar até o ponto de encontro (local
seguro no térreo e fora da edificação) devendo conter:
I - indicação do local exato no imóvel onde a pessoa se encontra;
II - indicação através de linha tracejada das rotas de fuga e acesso até o ponto de
encontro;
III – indicação do local exato do ponto de encontro;
IV- indicação das saídas de emergência;
V - indicação da localização dos extintores de incêndio;
VI - indicação da localização da central de alarme de incêndio;
VII - indicação da localização dos hidrantes de parede;
VIII - indicação da localização do hidrante de recalque;
IX - localização da central de GLP ou estação de redução e medição de pressão de GN;
X- localização de riscos isolados (ex: Amônia, caldeira, transformadores, outros gases
inflamáveis ou tóxicos, etc.).

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Programa de manutenção dos sistemas preventivos

Art. 12. O responsável pelo imóvel ou a brigada de incêndio deverá verificar a


manutenção dos sistemas preventivos contra incêndio, registrando em livro: os problemas
identificados e a manutenção realizada.

Art. 13 As observações mínimas nos sistemas serão as seguintes:


I - iluminação de emergência: verificar todas as luminárias e seu funcionamento no
mínimo uma vez a cada 90 dias;
II - saídas de emergência: verificar semanalmente a desobstrução das saídas e o
fechamento das portas corta – fogo;
III - sinalização de abandono de local: verificar a cada 90 dias se a sinalização apresenta
defeitos, devendo indicar o caminho da rota de fuga;
IV - alarme de incêndio: verificar a central de alarme a cada 90 dias e realizar o
acionamento do alarme no mínimo quando da realização dos exercícios simulados;

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V - sistema hidráulico preventivo: verificar semestralmente as mangueiras e hidrantes,


devendo acionar o sistema, com abertura de pelo menos um hidrante durante a realização dos
exercícios simulados;
VI - instalações de gás combustíveis: verificar as condições de uso das mangueiras
anualmente, os cilindros de GLP, a pressão de trabalho na tubulação e a validade do seu teste
hidrostático;
VII - outros riscos específicos: caldeiras, vasos de pressão, gases inflamáveis ou tóxicos,
produtos perigosos e outros, conforme recomendação de profissional técnico;
VIII - verificar as condições de uso e operação de outros sistemas e medidas de segurança
contra incêndio e pânico do imóvel.

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Relatórios

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

a) Identificar quais os sistemas preventivos exigidos para cada edificação conforme a Norma de
Segurança Contra Incêndio;
b) Descrever os sistemas e alterações a serem constadas em um relatório de vistoria.

Relatórios

Atualmente no Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), com a Lei


16.157/13 e do Decreto 1.957/13, passou a estabelecer as Normas de Segurança Contra Incêndio
e Pânico (NSCI), através de Instruções Normativas que têm por finalidade padronizar os
procedimentos e requisitos mínimos de segurança contra incêndio e pânico para os imóveis no
Estado de Santa Catarina. A mesma Lei estabeleceu o Poder de Polícia administrativa para
fiscalização destes imóveis visando a sua adequação as NSCI.
Antes de confeccionar qualquer relatório de vistoria, existe a necessidade de conhecer um
pouco da norma que rege os sistemas de segurança em Santa Catarina. Para tanto a IN
001/DAT/CBMSC comtém as exigências para todos os tipos de ocupações, conforme as tabelas
de exigências que se seguem.

Normas de Segurança Contra Incêndio – IN 001/DAT/CBMSC/2014.


A presente norma têm por finalidade fixar os requisitos mínimos nas edificações e no
exercício de atividades, estabelecendo Normas e Especificações para a Segurança Contra
Incêndios e Pânico, no Estado de Santa Catarina, levando em consideração a proteção de pessoas
e seus bens.
A exigência dos sistemas preventivos apresentados IN 001 são:

Art. 94. Nas edificações RESIDENCIAIS PRIVATIVAS MULTIFAMILIARES, serão exigidos


os seguintes sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

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(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 50m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

> 150 m - Chuveiros automáticos (sprinklers)

Parágrafo único. Para as residenciais privativas multifamiliares, tipo geminadas, em condomínios


horizontais, com saídas de cada unidade habitacional direto para o logradouro, deverá ser
atendido:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Instalação de gás combustível em abrigos individuais.

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

Art. 95. Nas edificações RESIDENCIAIS COLETIVAS, serão exigidos:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- -
nas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 181
Brigadista Particular

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 96. Nas edificações RESIDENCIAIS TRANSITÓRIAS, serão exigidos:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio (exceto para as edificações


- ≥ 750m²
isoladas com um pavimento ou duplex)

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

Sistema Hidráulico Preventivo (inclusive para as unidades isoladas ou


≥ 4 pvtos ≥ 750m²
agrupadas em blocos com área total ≥ 750m2)

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 182
Brigadista Particular

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivos para ancoragem de cabos

> 30m - Chuveiros automáticos (sprinklers)

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 97. Nas edificações COMERCIAIS, serão exigidos:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- -
áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 50m² Proteção por Extintores (ou com carga de incêndio ≥ 25 kg/m²)

≥ Chuveiros automáticos (desde que com carga de incêndio > 120


-
3000m² kg/m²)

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 183
Brigadista Particular

I – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20
pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100
pessoas;
II – que possuírem áreas destinadas ao armazenamento, manipulação e manutenção de
recipientes de GLP fica sujeito às prescrições de IN específica;
III – destinadas à distribuição, abastecimento ou venda a varejo de combustíveis e de
lubrificantes para qualquer fim, ao comércio de armas, munições e fogos de artifícios ficam
sujeitos às determinações previstas em Instrução Normativa específica.
Art. 98. Nas edificações SHOPPING CENTER será exigido:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- -
nas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ Chuveiros automáticos
- 15000m
²

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 99. Nas edificações INDUSTRIAIS, serão exigidos:

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Pg. 184
Brigadista Particular

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- -
nas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ Chuveiros automáticos (desde que com carga de incêndio > 120


-
3000m² kg/m²)

> 6m ≥ 750m² Paredes Corta-Fogo (desde que com a carga incêndio > 120 kg/m²)

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

I – setores que apresentam manipulação e/ou guarda de produtos formadores de gases


explosivos, devem ter as máquinas e outros equipamentos geradores de carga eletrostáticas
devidamente aterrados, e com as instalações elétricas à prova de explosão;
II – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20
pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100
pessoas.
Art. 100. Nas edificações MISTAS, será exigido:
I – quando houver compartimentação entre as diferentes ocupações do imóvel, sem sobreposição
de fluxo nas saídas de emergência, deverão prevalecer os sistemas e medidas de segurança contra
incêndio e pânico previstos para cada tipo de ocupação do imóvel; ou

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 185
Brigadista Particular

II – quando não houver compartimentação entre as diferentes ocupações do imóvel ou havendo


sobreposição de fluxo nas saídas de emergência, deverão prevalecer os sistemas e medidas de
segurança contra incêndio e pânico da ocupação com maior risco;
Art. 101. Nas edificações PUBLICAS, serão exigidos:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- -
nas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas

Art. 102. Nas edificações ESCOLARES GERAIS, serão exigidos:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Plano de Emergência

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

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Pg. 186
Brigadista Particular

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


nas circulações, saídas de emergência, salas de aula (exceto onde a
- -
sala possua saída diretamente para o exterior), auditórios e
elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

≥ Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio


-
1500m²

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 10 pessoas

Art. 103. Nas edificações ESCOLARES DIFERENCIADAS, serão exigidos:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


nas circulações, saídas de emergência, salas de aula (exceto onde a
- -
sala possua saída diretamente para o exterior), auditórios e
elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

- ≥ Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 187
Brigadista Particular

1500m²

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas

Art. 104. Nas Edificações HOSPITALARES COM INTERNAÇÃO OU COM RESTRIÇÃO DE


MOBILIDADE, serão exigidos os seguintes sistemas e medidas:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Plano de Emergência

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- - áreas de circulação, nas saídas de emergência, nos quartos coletivos
com internação, nos locais de reunião, nos auditórios e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 15m - Elevador de emergência

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 188
Brigadista Particular

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 105. Nas Edificações HOSPITALARES SEM INTERNAÇÃO E SEM RESTRIÇÃO DE


MOBILIDADE, serão exigidos os seguintes sistemas e medidas:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- - circulações, nas saídas de emergência, nos locais de reunião, nos
auditórios e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Caldeiras e vasos de pressão, atender a IN 032/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 106. Nas edificações GARAGENS, serão exigidos:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 189
Brigadista Particular

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- -
circulações, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

I – deverão dispor de uma proteção (anteparo contra a queda de veículos) no mínimo com 20 cm
de altura e com um afastamento mínimo de 50 cm da parede, quando forem elevadas;
II – deverão ser previstos corredores para circulação com largura mínima de 1,65 m e paredes
externas com aberturas para ventilação, guarnecidos por elementos vazados;
III – será exigido apenas Brigadista de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior
a 20 pessoas;
IV – nas MARINAS e HANGARES, quando houver reabastecimento de combustível atender as
prescrições de Instrução Normativa específica.
Art. 107. Nas edificações de REUNIÃO DE PÚBLICO COM CONCENTRAÇÃO, serão
exigidos os seguintes sistemas e medidas:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Plano de Emergência

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

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Pg. 190
Brigadista Particular

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- - nas circulações, nas saídas de emergência, nos locais de reunião de
público, nos auditórios e nos elevadores

- - Materiais de decoração e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

I – para os locais de reunião de público a lotação máxima deverá constar no projeto preventivo,
no plano de regularização de edificação (quando existir), nos atestados de vistoria de habite-se e
funcionamento, e fixado próximo a entrada do local de reunião de público;
II – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 10
pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular conforme especificações da IN 28/DAT/CBMSC;
III – quando houver séries (conjuntos) de assentos, deverá ser previsto:
a) entre as filas de cadeiras de uma série, deve existir um espaço mínimo de 90cm, de encosto e,
entre as séries de cadeiras deve existir um espaço mínimo de 1,20m de largura;
b) o número máximo de assentos por fila será de 15 e por coluna de 20, constituindo séries de
300 assentos no máximo;
c) serão permitidas séries de assentos que terminem junto às paredes, devendo ser mantido um
espaço de no mínimo, 1,20 m de largura, quando a serie de assentos da fila for superior a 8
assentos;
IV – os EVENTOS TRANSITÓRIOS com concentração de público e as PRAÇAS
ESPORTIVAS (como circos, estádios de futebol e outros) deverão ainda atender as prescrições
da IN 024/DAT/CBMSC;
V - nos TEATROS, CINEMAS E SALÕES é terminantemente proibido guardar ou armazenar
material inflamável ou de fácil combustão, cenários em desuso, sarrafos de madeira, papéis,
tintas e outros materiais, sendo admitido, única e exclusivamente, o indispensável para o
espetáculo;
VI – nos TEATROS será ainda exigido:

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 191
Brigadista Particular

a) a parede que separa o palco do salão será do tipo resistente ao fogo, com a boca-de-cena
provida de cortinas conforme previsto na IN 018/DAT/CBMSC; a descida dessa cortina será feita
na vertical e se possível automaticamente. As pequenas aberturas, interligando o palco e o salão,
serão providas de portas corta-fogo tipo P-30;
b) todos os compartimentos da “caixa” terão saída direta para a via pública, podendo ser através
de corredores, “halls”, galerias ou pátios, independentes das saídas destinadas ao público;

VII – nos CINEMAS será ainda exigido:


a) a cabine de projeção estará separada de todos os recintos adjacentes por meio de portas corta-
fogo tipo P-30 e na parte da parede que separa a cabine do salão, não haverá outra abertura,
senão as necessárias janelas de projeção e observação. As de observação podem ter no máximo
250 cm2 e as de projeção, o necessário à passagem de feixe de luz do projetor, ambas possuirão
um obliterador de fechamento em chapa metálica de 5 mm de espessura;
b) só serão admitidos na cabine de projeção os rolos de filmes necessários ao programa do dia,
todos os demais estarão em seus estojos, guardados em armários de material incombustível, em
local próprio;
VIII – nos CIRCOS será ainda exigido:
a) os mastros, tirantes e cabos de sustentação deverão ser metálicos;
b) as arquibancadas serão de estrutura metálica, admitindo-se os assentos de madeira;
c) deverão observar outros requisitos previstos na IN nº 024/DAT/CBMSC.
Art. 108. Nas edificações de REUNIÃO DE PÚBLICO SEM CONCENTRAÇÃO, serão
exigidos os seguintes sistemas e medidas:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- - nas circulações, nas saídas de emergência, nos locais de reunião de
público, nos auditórios e nos elevadores

- - Materiais de decoração e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Piscina de uso coletivo, atender a IN 033/DAT/CBMSC

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

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Pg. 192
Brigadista Particular

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 12m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

> 20m - Dispositivo para ancoragem de cabos

> 40m - Local para resgate aéreo

> 60m - Elevador de emergência

I – para os locais de reunião de público a lotação máxima deverá constar no projeto preventivo,
no plano de regularização de edificação (quando existir), nos atestados de vistoria de habite-se e
funcionamento, e fixado próximo a entrada do local de reunião de público;
II – quando houver séries (conjuntos) de assentos, deverá ser previsto:
a) entre as filas de cadeiras de uma série, deve existir um espaço mínimo de 90cm, de encosto e,
entre as séries de cadeiras deve existir um espaço mínimo de 1,20m de largura;
b) o número máximo de assentos por fila será de 15 e por coluna de 20, constituindo séries de
300 assentos no máximo;
c) serão permitidas séries de assentos que terminem junto às paredes, devendo ser mantido um
espaço de no mínimo, 1,20 m de largura, quando a serie de assentos da fila for superior a 8
assentos;
III – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a
10 pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a lotação máxima for superior a 2000
pessoas;
IV – os EVENTOS TRANSITÓRIOS sem concentração de público (como parques de diversões
e outros) deverão ainda atender as prescrições da IN 024/DAT/CBMSC;
V – nos AEROPORTOS ou AEROCLUBES, quando houver reabastecimento de combustível
atender as prescrições de Instrução Normativa específica.
Art. 109. Nos POSTOS PARA REABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEIS, serão exigidos
os seguintes sistemas e medidas:

Altura Área
Sistema ou medida
/Pvtos total

- - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 193
Brigadista Particular

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- -
circulações e nas saídas de emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender as prescrições da IN 021/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

- ≥ 750m² Plano de Emergência (desconsiderar a área de cobertura de bombas)

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 110. Nos POSTOS DE REVENDA DE GLP (PRGLP), serão exigidos:

Altura Área
Sistema ou medida
/Pvtos total

- - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- -
circulações e nas saídas de emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender as prescrições da IN 029/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

- ≥ 750m² Plano de Emergência

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

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Pg. 194
Brigadista Particular

Parágrafo único. Para a definição da área total construída, desconsiderar para efeito de
implantação dos sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico a área de
armazenamento dos recipientes, quando esta for descoberta.
Art. 111. Nos LOCAIS COM RESTRIÇÃO DE LIBERDADE, serão exigidos:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- -
nas circulações e nas saídas de emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender as prescrições de Instrução Normativa específica

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas

Art. 112. DEPÓSITOS (galpões, centros de distribuição, centro atacadista), serão exigidos os
seguintes sistemas e medidas:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- -
nas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

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Pg. 195
Brigadista Particular

≥ Chuveiros automáticos (desde que com carga de incêndio > 120


-
3000m² kg/m²)

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas


≥ 20m ≥ 750m²
(pode ser dispensado conforme a IN 010/DAT/CBMSC)

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

I – que possuírem áreas destinadas ao armazenamento, manipulação e manutenção de recipientes


de GLP fica sujeito às determinações previstas na IN 029/DAT/CBMSC;
II – destinadas à distribuição, abastecimento ou venda a varejo de combustíveis e de lubrificantes
para qualquer fim, ao comércio de armas, munições e fogos de artifícios ficam sujeitas às
determinações em Instrução Normativa específica;
III – serão exigidos Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a
20 pessoas, e Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100
pessoas.
Art. 113. Nas edificações com RISCOS DIFERENCIADOS, serão exigidos:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- -
nas áreas de circulação, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 4 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 196
Brigadista Particular

Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

Art. 114. Nas edificações ESPECIAIS, serão exigidos:


I – Nas OFICINAS DE CONSERTOS de veículos automotores será ainda exigido:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- -
circulações, nas saídas de emergência e nos elevadores

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

≥ 3 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 3 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 20m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

a) Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas;
b) Todo material inflamável ou explosivo deverá ser armazenado em local próprio e externo ao
imóvel.
II – nos DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEIS E/OU INFLAMÁVEIS será ainda exigido:

Altura Área
Sistema ou medida
/Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 197
Brigadista Particular

- - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local nas


- -
circulações, nas saídas de emergência e nos elevadores

- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

- ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

a) Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas;
b) Parques de armazenamento com volume superior a 30 m3 deverão dispor de Sistema
Hidráulico Preventivo.
III – nos DEPÓSITO DE EXPLOSIVOS E MUNIÇÕES será ainda exigido:

Altura Área
Sistema ou medida
/Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

a) com área total superior a 100m2, deverão dispor de Sistema Hidráulico Preventivo (instalado
fora do depósito e dimensionado para risco leve);
b) será exigido Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas;
c) deverão observar outros requisitos previstos em IN 030/DAT/CBMSC;
d) brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e
Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas.
IV – nas CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO será ainda exigido:

Altura/ Área
Sistema ou medida
Pvtos total

- - Proteção por Extintores

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Pg. 198
Brigadista Particular

- - Saídas de Emergência

- - Materiais de acabamento e revestimento, ver IN 018/DAT/CBMSC

- - Atender prescrições de Instruções Normativas específicas

- - Instalações de gás combustível (quando houver consumo de gás)

Iluminação de Emergência e Sinalização para Abandono do Local


- -
nas circulações e nas saídas de emergência

≥ 3 pvtos ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

≥ 3 pvtos ≥ 750m² Plano de Emergência

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

≥ 9m ≥ 750m² Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

- Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas.

Art. 115. Nos TÚNEIS, GALERIAS e MINAS, serão exigidos:

Altura Área
Sistema ou medida
/Pvtos total

- - Proteção por Extintores

- - Saídas de Emergência

- - Iluminação de Emergência

- - Sinalização para Abandono do Local

- ≥ 750m² Sistema Hidráulico Preventivo

- ≥ 750m² Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio

- ≥ 750m² Sistema de ventilação para exaustão de fumaça

- Brigadistas de Incêndio Voluntário, quando a população fixa for superior a 20 pessoas, e


Brigadistas de Incêndio Particular, quando a população fixa for superior a 100 pessoas

§ 1º Quando o túnel rodoviário tiver mais de 1000 metros de extensão deverá ser previsto um
túnel secundário para as saídas de emergência.

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Pg. 199
Brigadista Particular

§ 2º Poderá ser exigido outros sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico, à
critério do CBMSC.
Art. 116. Nas ATIVIDADES AGROPASTORIS e SILOS serão exigidos os sistemas e medidas
de segurança contra incêndio e pânico, previstos na IN 034/DAT/CBMSC.
Art. 117. Para MATAS NATIVAS e REFLORESTAMENTOS serão exigidos os sistemas e
medidas de segurança contra incêndio e pânico, previstos na IN 026/DAT/CBMSC.
Art. 118. Nos PARQUES AQUÁTICOS e PISCINAS serão exigidos os sistemas e medidas de
segurança contra incêndio e pânico, previstos na IN 033/DAT/CBMSC.
Relatório de inspeção de edificações
Trata-se de um relatório que contempla o estado dos sistemas preventivos da edificação,
especificando os sistemas presentes e faltantes, assim como seu atual estado de utilização. Após
os conhecimentos adquiridos acerca de sistemas preventivos, suas exigências e sua necessidade
conforme os tipos de ocupações, as Brigadas de Incêndio deverão realizar relatórios sobre as os
sistemas. Logicamente que os relatórios propostos são meramente referências, sendo modelos
simplificados, podendo qualquer empresa, indústria estabelecer outro modelo.
Modelos contidos nos anexos F e G da IN 028/DAT/CBMSC Módulo de Brigada de Incêndio,
ANEXO F da IN28/DAT/CBMSC.
Inspeções Preventivas
As inspeções preventivas devem ser realizadas pelo responsável pela edificação e ou
Brigadista, a fim de constatar a eficiência dos sistemas instalados.
Cabe ao Brigadista, conforme Art 17 da IN 28/DAT/CBMSC, elaborar relatório das
irregularidades encontradas e apresentação de eventuais sugestões para melhoria das condições
de segurança.

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Pg. 200
Brigadista Particular

ANEXO F

Relatório das Atividades Executadas - Edificações

Período: de .........../............/............. a ............/............../.............

DADOS DA PRESTADORA DE SERVIÇO (se for o caso)

Razão Social:

Nome Fantasia:

CNPJ: Telefone: N° do Credenciamento no CBMSC:

CEP: Cidade: Bairro:

Endereço:

Nº:

Complemento:

DADOS DA EDIFICAÇÃO

Razão Social:

Nome Fantasia:

CNPJ: Telefone: Número do Registro de Edificação no CBMSC

CEP: Cidade: Bairro:

Endereço:

Nº:

Complemento:

Área total construída: Nº de pavimentos: Altura:

População fixa: Lotação máxima:

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Pg. 201
Brigadista Particular

COMPOSIÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO

(Quantidade total e por turno, nome, CPF, localização na edificação (pavimento, sala, setor),
(outros dados que achar necessário)

SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO INSTALADOS

(SPE, SHP, SE, SPCDA, IE, SAL, SADI, etc)

OUTROS RECURSOS DISPONÍVEIS

(equipamentos de proteção individual, etc)

IRREGULARIDADES ENCONTRADAS / RISCOS IDENTIFICADOS

EMERGÊNCIAS ATENDIDAS

SIMULADOS, TREINAMENTOS E PALESTRAS

OUTRAS INFORMAÇÕES

(Se necessário)

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Pg. 202
Brigadista Particular

ANEXO G

Relatório das Atividades Executadas - Eventos Transitórios

Dia:.........../............/.............

Horário: de .............:............ a ............:.............

DADOS DA PRESTADORA DE SERVIÇO

Razão Social:

Nome Fantasia:

CNPJ: Telefone: Número do Credenciamento no CBMSC

CEP: Cidade: Bairro:

Endereço:

Nº:

Complemento:

DADOS DO EVENTO

Nome do local (ou evento):

Contato: Registro do Evento no CBMSC

Telefone:

Endereço:

Nº:

CEP: Cidade: Bairro:

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Pg. 203
Brigadista Particular

Complemento:

Área total construída: Nº de pavimentos: Altura:

População fixa: Lotação máxima:

COMPOSIÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO

(Quantidade, nome, CPF, localização na edificação (pavimento, sala, setor, turno), outros dados
que achar necessário)

SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO INSTALADOS

(SPE, SHP, SE, SPCDA, IE, SAL, SADI, etc)

OUTROS RECURSOS DISPONÍVEIS

(Equipamentos de proteção individual, etc)

IRREGULARIDADES ENCONTRADAS / RISCOS IDENTIFICADOS

EMERGÊNCIAS ATENDIDAS

OUTRAS INFORMAÇÕES

(Se necessário)

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Pg. 204
Brigadista Particular

Brigadista Particular – Módulo IV

BRIGADA DE INCÊNDIO

Instrutor

_______________________________________________

_______________________________________________
20 h/a
CBMSC

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 205
Brigadista Particular

Módulo IV - Unidade Didática 1

Brigada de Incêndio

Objetivo Geral

Objetivos

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Indicar o que é necessário para tornar uma edificação mais segura;


2) Compreender o objetivo geral do curso de brigada de incêndio;
3) Conceituar brigada de incêndio e brigadista particular;

Um dos mais antigos problemas da humanidade era combater os grandes incêndios que,
quando ocorriam, se tornavam devastadores, pois não podiam ser controlados, e destruíam tudo
que encontravam pela frente. Com o avanço das civilizações, o homem começou a se organizar
para prevenir e combater esses incêndios, surgindo, assim, de forma organizada, as primeiras
equipes de combate ao fogo, que mais tarde foram denominadas “brigadas de combate a
incêndios”.
Para que haja, em um imóvel, segurança contra incêndios de forma eficiente, deve-se
observar três aspectos básicos:
-Equipamentos instalados: de acordo com o risco do imóvel, sua utilização, área e o número de
ocupantes, serão projetados levando-se em conta quais devem ser os equipamentos de prevenção
e combate a incêndios necessários para protegê-la.
-Manutenção adequada: de nada adianta possuirmos sistemas adequados e devidamente
projetados para uma edificação se eles não estiverem em perfeito funcionamento e
prontos para o uso imediato.
-Pessoal treinado: os equipamentos instalados e com uma correta manutenção serão
inócuos se não possuirmos pessoal treinado para operacionalizá-los de forma rápida e
eficiente.
Assim, podemos perceber quão eficiente é a existência, a formação e o treinamento das
brigadas de combate a incêndios. O Corpo de Bombeiros Militar não consegue estar presente em
todos os locais, como empresas, comércios e indústrias, por isso todas as legislações atuais
determinam a existência de grupos treinados para o controle a incêndios, abandono de local e
situações de emergência.

Objetivo geral
Preparar pessoas para atuarem em situações emergenciais, operando equipamentos de
combate a incêndios, auxiliando no plano de abandono, identificando produtos perigosos e
reconhecendo seus riscos ou prestando os primeiros socorros, visando preservar a vida e o
patrimônio.
Exigida por lei, a Brigada de Incêndio é uma das condições necessárias para a obtenção
do Atestado de Vistoria de Funcionamento do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
Este documento certifica que a edificação possui as condições mínimas de segurança contra
incêndio, contemplando medidas estruturais, técnicas e organizacionais integradas, que possam
garantir à edificação proteção no segmento de segurança contra incêndios.

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Pg. 206
Brigadista Particular

Objetivo específico do curso

Capacitar os alunos do Curso Avançado de Atendimento as Emergências – CAAE, para


poder atuar como brigadista particular, tendo em vista as exigências previstas na legislação
estadual que estabelecem e padronizam critérios mínimos de exigências para dimensionamento,
implantação de Brigada de Incêndio nas edificações em geral, locais de eventos e áreas de risco
analisados e fiscalizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina –
CBMSC.
Dar condições técnicas para o brigadista particular prestar serviços de prevenção,
combate a incêndios e salvamento, em caráter profissional contratado direto ou terceirizado,
exclusivamente no local onde atua a brigada de incêndio, com dedicação exclusiva às atribuições
inerentes à sua função.

Conceitos Iniciais
Brigada de Incêndio é definida como um grupo organizado de pessoas treinadas e
capacitadas para atuar na segurança contra incêndio e pânico dentro de uma edificação ou área
pré estabelecida, composta por brigadistas voluntários e particulares, cujas finalidades são
realizar atividades de combate a princípio de incêndio, primeiros socorros, inspeções dos
sistemas preventivos contra incêndio e implementação do plano de emergência da edificação.
Segundo a IN 028 do CBMSC que trata das Brigadas de Incêndio, estas são divididas em
duas modalidades sendo elas:
Brigada Particular: é aquela formada e preparada para atuar em todo tipo de edificação,
locais de eventos e áreas de risco. Será composta por um número mínimo de Brigadistas
Particulares e poderá agregar Brigadistas Voluntários;
Brigada Voluntaria: é aquela composta por usuários e/ou funcionários do próprio
estabelecimento, empresa ou edificação, que tenham recebido a capacitação para atuar como
Brigadistas.
Brigadista Particular: pessoa credenciada pelo CBMSC, responsável para prestar
serviços de prevenção, combate a princípio de incêndios e salvamento, exclusivamente no local
em que atua a Brigada de Incêndio, com dedicação exclusiva às atribuições inerentes à sua
função, onde, dependendo do tipo de edificação ou ocupação, pode ser o próprio funcionário da
empresa ou contratado.
Brigadista Voluntário: pessoa capacitada por instrutor credenciado no CBMSC, para
auxiliar nos serviços de prevenção, combate a principio de incêndio e salvamento, em caráter
voluntário, podendo ser usuário ou funcionário da edificação, que exerça outras funções, não
sendo remunerado para fins de atuação como Brigadista.

Terminologias
Área de Risco: espaço não edificado utilizado em eventos transitórios e que necessita de
dispositivos e/ou sistemas de segurança para a proteção das pessoas;
Chefe de brigada de incêndio: profissional responsável pela coordenação, orientação e
atuação nas ações de emergência da edificação em que a brigada atue;
Combate a incêndio: conjunto de ações destinadas a extinguir ou isolar o princípio de
incêndio com uso de equipamentos manuais ou automáticos;
Emergência: situação com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao
meio ambiente ou ao patrimônio;
Eventos de grande concentração de público: são aqueles com a participação estimada
de mais de 2000 pessoas em locais fechado e mais de 5000 pessoas em locais abertos;

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Pg. 207
Brigadista Particular

Exercício simulado: exercício prático realizado periodicamente com o objetivo de


manter a brigada de incêndio e os ocupantes da edificação em condições de enfrentar uma
situação real de emergência;
Grupo de apoio: grupo de pessoas composto por terceiros ou não, treinados e
capacitados, que auxiliam na execução dos procedimentos básicos na emergência contra
incêndio;
Imóvel: edificação, estrutura ou áreas de risco.
a) Edificação: qualquer tipo de construção, permanente ou provisória, de alvenaria,
madeira ou outro material construtivo, destinada a moradia, atividade empresarial ou qualquer
outra ocupação, constituída por teto, parede, piso e demais elementos funcionais;
b) estrutura: instalação permanente ou provisória, utilizada em apoio para os mais
diversos fins e ocupações;
c) área de risco: espaço não edificado utilizado em eventos transitórios e que necessita de
dispositivos e/ou sistemas de segurança para a proteção das pessoas.
Instrutor de brigadista: Profissional credenciado pelo CBMSC com formação mínima e
aprovação em curso de 100 horas/aula de Combate a incêndio, 50 horas/aula em Atendimento
Pré-hospitalar, 50 horas/aula de Segurança Contra incêndio, 50 horas/aula de Brigada de
incêndio, além de possuir ensino médio completo;
Local ao ar livre: local sem cobertura e sem barreiras físicas, podendo ter estruturas
montadas (palco e/ou estruturas de apoio);
Lotação máxima do imóvel: quantidade total de pessoas presentes dentro do imóvel
em determinado momento (funcionários e público);
Perigo: situação com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio
ambiente ou ao patrimônio, ou combinação destas;
Planta: local onde estão situadas uma ou mais imóveis ou área a ser utilizada para um
determinado evento ou ocupação;
Ponto de encontro: local seguro e protegido dos efeitos do sinistro;
População por pavimento: Número de pessoas para as quais um imóvel, ou parte dele,
sendo dimensionado de acordo com sua classificação de ocupação;
População fixa do imóvel: Aquela que permanece regularmente na edificação,
considerando-se todos os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, bem como terceiros nestas
condições, para um período de 24h (ex: funcionários, servidores, vigias, professores etc.);
Prevenção de incêndio: série de medidas destinadas a evitar o surgimento de um
princípio de incêndio, dificultar sua propagação e facilitar a sua extinção;
Risco: propriedade de um perigo promover danos, com possibilidade de perdas humanas,
ambientais, materiais e/ou econômicas, resultante da combinação entre frequência esperada e
consequência destas perdas;
Saída de emergência (rota de fuga): caminhos e saídas devidamente sinalizados,
dotados de proteção contra incêndio e desobstruídos, a serem percorridos pelas pessoas para um
rápido e seguro abandono de qualquer local da planta até o ponto de encontro previamente
determinado pelo plano de emergência contra incêndio;
Sinistro: ocorrência proveniente de risco que resulte em prejuízo ou dano;
Terceirizado: pessoal pertencente a uma empresa prestadora de serviço.

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Pg. 208
Brigadista Particular

Módulo IV - Unidade Didática 2

Brigadas -Atribuições

Objetivos:

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Definir os Aspectos Legais;


2) Diferenciar Brigada Particular e Voluntário;
3) Descrever as atribuições inerentes à função do Brigadista particular.
4) Definir a atuação das brigadas de Incêndio;

Aspectos Legais

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina – CBMSC, considerando as


necessidades de adequação e atualização de prescrições normativas, face às evoluções
tecnológicas e científicas, resolve editar a seguinte Instrução Normativa, referentes às Brigadas
de Incêndio:
Instrução Normativa nº 028/DAT/CBMSC – que trata de Brigadas de Incêndio;
Com o objetivo de estabelecer e padronizar critérios mínimos de exigências,
dimensionamento e, implantação de Brigada de Incêndio nas edificações em geral, locais de
eventos e áreas de risco, analisados e fiscalizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de
Santa Catarina – CBMSC.
Tomando como base as seguintes referências:
I - Lei nº 15.124, de 19 de janeiro de 2010 – Fixa exigências mínimas de segurança para
estabelecimentos ou eventos de grande concentração pública e regula a atividade de brigadista
particular no Estado de Santa Catarina;
II - Decreto 3.465, de 19 de agosto de 2010 – regulamenta a Lei nº 15.124, de 19 de
janeiro de 2010;
III - NBR 14.276/ 2006 – Brigada de Incêndio – Requisitos; e
IV - NBR 15.219/ 2005 – Plano de Emergência contra Incêndio – Requisitos.

Definição
Segundo a IN 028 do CBMSC que trata das Brigadas de Incêndio, estas são divididas em
duas modalidades sendo elas:
Brigada Particular: é aquela formada e preparada para atuar em todo tipo de edificação,
locais de eventos e áreas de risco. Será composta por um número mínimo de Brigadistas
Particulares e poderá agregar Brigadistas Voluntários;
Brigada Voluntaria: é aquela composta por usuários e/ou funcionários do próprio
estabelecimento, empresa ou edificação, que tenham recebido a capacitação para atuar como
Brigadistas.
Os brigadistas particulares são os profissionais qualificados e capacitados para prestar
serviços de segurança contra incêndio e pânico em áreas privadas. Os estabelecimentos que
tiverem 3 (três) ou mais brigadistas particulares por turno de serviço deverão constituir o chefe
da brigada, que é a pessoa habilitada com autoridade para comandar, orientar e fiscalizar a
atuação dos brigadistas.

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 209
Brigadista Particular

Normas Gerais
A Brigada de Incêndio será considerada como uma Medida de Segurança do imóvel,
devendo ser apresentado seu dimensionamento quando da vistoria de funcionamento.
Em todos os estabelecimentos ou eventos de grande concentração de público no âmbito
do Estado de Santa Catarina é obrigatória a existência do serviço de brigadistas particulares.
Evento de grande concentração de público é aquele realizado em locais próprios, com ou
sem cobrança de ingresso, onde a participação estimada seja de mais de 2.000 (duas mil) pessoas
em espaços fechados e mais de 5.000 (cinco mil) em locais abertos.
Todo o evento de grande concentração de público a ser realizado no âmbito do Estado de
Santa Catarina, que necessitar de Alvará de Funcionamento, deve possuir Responsável Técnico
pela segurança contra incêndio e pânico, com registro no referido Conselho de Engenharia ou
Arquitetura, que deverá emitir a respectiva ART ou RRT, sendo que a ART ou RRT deverá
constar a descrição do evento, público estimado, local, data e hora e a contratação dos brigadistas
certificados.
Para a realização de qualquer evento de grande concentração de público, o interessado
deverá comparecer a Organização Bombeiro Militar do município em que irá acontecer o evento
com pelo menos 20 dias de antecedência, para início dos trâmites legais. Quando naquele
município não houver quartel de bombeiro deverá o interessado comparecer a Organização
Bombeiro Militar com respectiva circunscrição.
O organograma da Brigada de Incêndio da edificação (planta) varia de acordo com o
número de edificações, o número de pavimentos em cada edificação e o número de pessoas
empregadas em cada setor, pavimento, compartimento e turno.

Plano de Implantação:
A estruturação da Brigada de Incêndio deve ser precedida da apresentação do Plano de
Implantação da Brigada de Incêndio, elaborado por um responsável técnico, conforme modelo
do Anexo D da IN028/DAT/CBMSC, a ser entregue na Seção de Atividade Técnica da
Organização Bombeiro Militar local:

I. - na vistoria de funcionamento ou durante o processo de regularização de edificação


II. - na solicitação de vistoria de eventos ou área de risco.
Informações mínimas do Plano de Implantação da Brigada de Incêndio deve conter:
I. - Dados da edificação (endereço, destinação, área total construída, altura, população);
II. - Dados da prestadora do serviço de Brigada de Incêndio, se for o caso (razão social, nome
fantasia, CNPJ, endereço, telefone, número da credencial);
III. - Composição da Brigada de Incêndio (nome, CPF e função dos Brigadistas, quantidade
total e por turno de brigadistas particulares e voluntários, turnos de serviço);
IV. - Recursos disponíveis (sistemas de proteção contra incêndio e pânico da edificação, meios
de comunicação, equipamentos de proteção e outros materiais);
V. - Ações de prevenção (rotinas de trabalho, atribuições dos membros da Brigada de
Incêndio, itens a serem inspecionados nos sistemas de proteção contra incêndio e pânico,
palestras, cursos e programas de treinamento da população e dos membros da Brigada de
Incêndio e execução de exercícios simulados);
VI. - Proposta de fluxograma dos procedimentos de emergência da Brigada de Incêndio,
conforme sugerido no anexo E.

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 210
Brigadista Particular

A exigência da Brigada de Incêndio particular e/ou voluntária, em caráter compulsório ou


facultativo, prevista na Instrução Normativa nº28/DAT/CBMSC, será estabelecida nas seguintes
situações:
✔ Imóveis cujas características se enquadrem nas exigências de ocupações que estão
contidas no anexo B desta IN;
✔ A composição da quantidade brigadistas particulares é determinada pelas Tabelas
1 e 2 do Anexo B, devendo ser apresentado seu dimensionamento na vistoria de funcionamento;
✔ Locais de evento e praças desportivas (com capacidade acima de 2000 pessoas em
espaços fechados e acima de 5000 em locais abertos) deverão dispor de Brigada de Incêndio
conforme consta na tabela 2 do anexo B;
✔ Áreas consideradas de risco, a critério do CBMSC por questões de segurança,
deverão dispor de Brigada de Incêndio.
Parágrafo único: Mediante avaliação técnica do risco de incêndio, da finalidade da
exigência deste sistema e das condições específicas do caso (edificação, evento ou área de risco),
o CBMSC, por meio da Autoridade Bombeiro Militar da SAT da OBM, poderá rever o
dimensionamento (número de brigadistas) apresentado e atestar a isenção do sistema.
Os critérios para a exigência ou não da brigada serão: população fixa, lotação de público,
tipo de ocupação, e risco incêndio da edificação, ou local de evento ou da área de risco.
Para o dimensionamento de brigadistas voluntários adotam-se os seguintes critérios:
✔ para os locais com ocupação de reunião de público sem concentração de público,
reunião de público com concentração de público, escolar geral e escolar diferenciada, até uma
população fixa de 10 pessoas não são necessários brigadistas voluntários, sendo que acima de 10
o cálculo da quantidade de brigadistas será de 2% da população fixa do imóvel;
✔ para as demais ocupações não previstas no inciso anterior, com população fixa de
até 20 pessoas, está isento brigadista voluntário, sendo que acima de 20 o cálculo da quantidade
de brigadistas será de 2% da população fixa do imóvel.
Parágrafo único: Adota-se como critério de arredondamento o primeiro número inteiro
superior.
Dos cursos de formação e Credenciamento
Com base nas atribuições dos Brigadistas ficam definidos os currículos mínimos dos
cursos de formação de brigadistas particulares e voluntários através do anexo C da
IN028/DAT/CBMSC.
Os cursos de brigadistas deverão ser ministrados por Instrutores ou empresas
credenciadas no CBMSC.

Dos Brigadistas Particulares:


Os brigadistas particulares serão considerados credenciados quando aprovados em prova
de credenciamento, escrita e objetiva, sem consulta, aplicada semestralmente, no primeiro
domingo dos meses de junho e novembro, pelos Batalhões de Bombeiro Militar, devendo obter
70% de aproveitamento, no mínimo.
Parágrafo único: O credenciamento, terá validade de 2 anos a contar da data da
expedição do certificado de credenciamento, devendo o brigadista, após o vencimento da
validade do certificado, realizar nova prova de credenciamento.

Dos Instrutores de Brigadistas:


Os instrutores de brigadista serão considerados credenciados quando aprovados em prova
de credenciamento, escrita e objetiva, sem consulta, aplicada anualmente, no primeiro domingo

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 211
Brigadista Particular

dos mês de junho, pelos Batalhões de Bombeiro Militar, devendo obter 70% de aproveitamento,
no mínimo.
§1° Para retirar o documento de credenciamento de instrutor de brigadista o candidato
deverá apresentar primeira via da guia de recolhimento da taxa de segurança quitada, certificado
que comprove aprovação em curso de 100 horas/aula de Combate a incêndio, 50 horas/aula em
Atendimento Pré-hospitalar, 50 horas/aula de Segurança Contra incêndio, 50 horas/aula de
Brigada de incêndio, além de possuir ensino médio completo.
§2° O credenciamento terá validade de 2 anos a contar da data da expedição do
certificado de credenciamento, devendo o instrutor, após o vencimento da validade do
certificado, realizar nova prova de credenciamento.

Dos Brigadistas Voluntários:


Para os brigadistas voluntários não existe a necessidade de credenciamento, devendo
possuir apenas o certificado de conclusão de curso de brigadista voluntário, emitido por instrutor
ou empresa credenciada.

Das Empresas de Formação de Brigadistas:


O requisito para o credenciamento das Empresas de formação de brigadistas é que todos
seus instrutores sejam credenciados, devendo realizar a comprovação documental.

Das Empresas Prestadoras de Serviço de Brigadistas:


O requisito para o credenciamento das Empresas prestadoras de Serviço de Brigadistas é
possuir todos os brigadistas particulares credenciados no CBMSC.

Das Generalidades do Credenciamento


Cabe ao comandante do Batalhão de Bombeiro Militar da respectiva região do Estado a
responsabilidade pelo controle e credenciamento das empresas formadoras de brigadistas
particulares, empresas prestadoras de serviço de brigadistas particulares e chefes de brigada
dentro da área territorial de sua circunscrição.
O comandante do Batalhão de Bombeiro Militar é o responsável por emitir o certificado
de credenciamento Instrutores e certificado de credenciamento de Brigadistas particulares.
À Diretoria de Ensino do CBMSC cabe a elaboração das provas, devendo regular sua
aplicação na mesma data e hora em todos os Batalhões, com o auxílio dos mesmo, através das
Seções de Planejamento, Ensino e Instrução (B-3), devendo dar publicidade a todos os atos à sua
realização.
Os bombeiros comunitários que possuem certificado de conclusão do Curso Avançado de
atendimento à emergências ou equivalente não necessitam realizar avaliação para o
credenciamento como brigadista particular, devendo apresentar seu certificado de capacitação no
curso para solicitar o certificado de credenciamento de brigadista particular.
Parágrafo único: O re-credenciamento automático dos Bombeiros Comunitários no
término dos dois anos só poderá ser realizado se este estiver no serviço ativo de Bombeiro
Comunitário, devendo ser solicitado exclusivamente no Batalhão onde o Bombeiro Comunitário
realizar serviço.

Os bombeiros comunitários que possuem certificado de conclusão do Curso Básico de


atendimento à emergências não necessitam realizar avaliação para atuarem como brigadistas
voluntários, devendo apresentar cópia do seu certificado de capacitação no curso.

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 212
Brigadista Particular

Aspectos Técnicos
Atuações da Brigada de Incêndio
Durante sua rotina de trabalho, os Brigadistas Particulares e Brigadistas Voluntários,
respeitando sua capacidade técnica e sempre utilizando os EPIs correspondentes, desenvolverão
as atividades de rotina listadas a seguir:

I. - Verificação do plano de emergência da edificação, do qual já deverão ter conhecimento


prévio;
II. - Identificação dos perigos e avaliação dos riscos existentes;
III. - Inspeção periódica dos equipamentos de combate a incêndios, incluindo seus testes e
manutenção básica (acondicionamento de mangueiras e acessórios, teste de alarmes, motores e
bombas, etc.);
IV. - Inspeção periódica das rotas de fuga, incluindo manutenção e sinalização;
V. - Participação nos exercícios simulados (abandono de local, combate a incêndios e
primeiros-socorros);
VI. - Relatório escrito das irregularidades encontradas, com propostas e medidas corretivas
adequadas e posterior verificação da execução das alterações;
VII. - Apresentação de eventuais sugestões para melhoria das condições de segurança;
VIII. - Avaliação e acompanhamento das atividades de risco;
IX. - Participação e integração da empresa junto ao Corpo de Bombeiros Militar – CBMSC, da
área onde estiver localizada, através de visitas recíprocas e intercâmbio de informações;
X. - Atendimento ao plano de emergência da edificação;
XI. - Registrar todas as ocorrências (acidentes e incidentes) durante seu turno de trabalho; e
XII. - Apresentar-se ao Bombeiro Militar que se fizer presente na edificação para fins de
atendimento em situações emergenciais, fiscalização e vistoria.

Das atribuições dos brigadistas particulares


De acordo com a Instrução Normativa nº028/DAT/CBMSC - Os Brigadistas particulares
devidamente credenciados, deverão atuar nas ações de prevenção e ações de emergência.
As ações de prevenção compreendem:
✔ inspecionar periodicamente os equipamentos de prevenção e proteção contra
incêndios e pânico;
✔ avaliar os riscos existentes;
✔ elaborar relatório das irregularidades encontradas e apresentação de eventuais
sugestões para melhoria das condições de segurança;
✔ treinar a população para o abandono da edificação orientando sobre as rotas de
fuga e escadas de emergência;
✔ implementar e treinar o plano de emergência contra incêndio e pânico; e
✔ informar com antecedência ao CBMSC sobre os exercícios simulados.

As ações de emergência compreendem:


I. - aplicar o plano de emergência contra incêndios e pânico;
II. - identificar situações de emergência e acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros
Militar;
III. - combater o princípio de incêndio com os dispositivos da edificação;
IV. - prestar os primeiros socorros às vítimas;
V. - atuar no controle de pânico e auxiliar no abandono da edificação;

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina


Pg. 213
Brigadista Particular

VI. - verificar a transmissão do alarme aos ocupantes;


VII. - interromper o fornecimento de energia elétrica e gás liquefeito de petróleo ou gás natural
quando da ocorrência de sinistro;
VIII. - estar sempre em condições de auxiliar o Corpo de Bombeiros Militar; e
IX. - isolar e preservar o local para os serviços de perícias.

Das atribuições dos brigadistas voluntários


Os brigadistas voluntários deverão atuar nas seguintes situações:
✔ combater o princípio de incêndio com os dispositivos da edificação;
✔ orientar e auxiliar no abandono da edificação;
✔ orientar a evacuação do imóvel quando em caso de incêndio e/ou sempre em que
houver o acionamento do alarme de incêndio;
✔ participar dos exercícios simulados.

Das atribuições da brigada de Incêndio

O Chefe da Brigada de Incêndio possui o dever de coordenar, orientar e fiscalizar a


atuação dos brigadistas devendo:
executar as rotinas de trabalho (ações de emergência e prevenção)

✔ ser o agente de ligação com o Corpo de Bombeiros Militar;


✔ arquivar todos os documentos que comprovem o funcionamento da brigada de
incêndio, por um período mínimo de cinco anos, para uso do CBMSC em pesquisas e perícias de
incêndio;
✔ disponibilizar a cada membro da Brigada, conforme sua função prevista no Plano
de Implantação da Brigada, os EPI's necessários para a realização das suas rotinas de trabalho, de
forma a protegê-los dos riscos específicos da atividade;
✔ apresentar-se, juntamente com os brigadistas particulares do local, ao Bombeiro
Militar que se fizer presente na edificação para fins de atendimento em situações emergenciais,
fiscalização e vistoria.
§1° Quando não houver a figura do chefe da brigada cabe ao responsável pela contratação
dos brigadistas pelo fornecimento dos EPI's previstos inciso IV deste artigo.
§2° Quando não houver chefe da brigada, o responsável pelo imóvel deverá determinar
um brigadista para realizar as atividades previstas na Seção III deste capítulo.

Critérios básicos para a seleção de candidatos a brigadista

Os candidatos a brigadista devem ser selecionados atendendo ao maior numero de


critérios a seguir:
✔ Permanecer na edificação durante seu turno de trabalho;
✔ Possuir boa condição física e boa saúde;
✔ Possuir bom conhecimento das instalações;
✔ Ter mais de 18 anos;
✔ Ter o credenciamento de brigadista particular emitido pelo CBMSC (obrigatório).

Do uniforme da Brigada de Incêndio

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Pg. 214
Brigadista Particular

Os Brigadistas Voluntários são dispensados do uso de uniforme, devendo estar


identificados por uso de crachá.
O Brigadista Particular, durante sua jornada de trabalho, deve permanecer identificado e
uniformizado.
Os Brigadistas Particulares desenvolverão suas atividades uniformizados a fim de
serem facilmente identificados. Este uniforme é de uso exclusivo no local de serviço, sendo
vedado o uso para deslocamentos em vias publicas ou em atividade particular.
O uniforme do Brigadista Particular deverá ser diferente em padrões de cores (diferente
de azul, vermelho, caqui, preto ou camuflado), formato, acabamento, bolsos, pregas, reforço,
costuras e acessórios dos uniformes usados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina e
por outras forças militares ou policiais, no âmbito federal, estadual, distrital ou municipal.

O uniforme do Brigadista Particular deverá conter somente:


✔ Razão social ou nome de fantasia da empresa;
✔ Logotipo da prestadora de serviço se for o caso;
✔ Plaqueta de identificação (crachá) do Brigadista Particular; e
✔ Descrição “Brigadista Particular” na parte posterior do uniforme.

Do Uniforme dos Brigadistas em Eventos


O Brigadista deve utilizar, durante eventos em áreas abertas ou fechadas, um colete
(verde ou amarelo) com detalhes refletivos, que permitam identificá-lo como membro da
Brigada de Incêndio e que possa ser facilmente visualizado à distância, bem como estar
identificado com um crachá ou similar.
Parágrafo único. Na parte posterior do colete ou uniforme, deverá conter a inscrição
“Brigadista Particular”

Dos EPIs
O tomador do serviço deverá assegurar que todos os membros da Brigada de Incêndio
tenham à disposição, a fim de evitar acidentes e possíveis lesões à saúde do brigadista, os
seguintes EPIs:
✔ Capacete tipo combate a incêndio,
✔ Balaclava,
✔ Luva,
✔ Bota especial,
✔ Conjunto de roupa de aproximação para incêndios;
✔ Luvas de procedimentos, máscara para RCP e óculos.

Relatórios de Atividades
Durante o exercício da função o brigadista deve cuidar para que o incêndio não aconteça
e verificar os equipamentos de proteção e combate, mantendo as rotas de fuga, saídas de
emergência e portas corta-fogo sempre desobstruídas, para que todo o sistema de segurança
contra incêndio funcione como projetado.

Dentre os Brigadistas deverá ser escolhido um para atuar como Chefe da Brigada de
Incêndio, sempre que a edificação necessitar de três ou mais brigadistas por turno de serviço,
sendo ele responsável pela coordenação e execução das ações de emergência e prevenção, bem
como, ser o agente de ligação com o Corpo de Bombeiros Militar.

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Brigadista Particular

Módulo IV - Unidade Didática 3

Ambientes e sistemas

Objetivo Geral

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1) Identificar os principais ambientes e seu público ocupante;


2) Orientar os brigadistas no conhecimento dos sistemas preventivos das edificações
3) Orientar os brigadistas quanto a psicologia em incêndios.
4) Identificar os fatores humanos que afetam num emergência;
5) Definir o Grupo de Abandono de Área

Os edifícios de escritórios, atualmente, estão sendo projetados e construídos para


maximizar o espaço disponível, com divisórias baixas, como estações de trabalho. Isso adensa e
aumenta a população no pavimento, diminui a compartimentação, o que facilita uma possível
contaminação de fumaça, em uma situação de incêndio.
Mas via de "regra" a maioria da população está familiarizada com as rotas de fuga e
saídas de emergência, fato que facilita a evacuação do ambiente, se houver necessidade de
abandono de área.
Em hotéis, o público usuário é rotativo e nem sempre está habituado a observar onde
estão as saídas de emergência e os procedimentos de emergências.
Os incêndios em apartamentos têm, na maioria das vezes, a particularidade de
permanecerem confinados dentro da unidade de origem, face à compartimentação dos ambientes.
Em hospitais, há setores em que as pessoas internadas não podem ser facilmente
removidas, como centros cirúrgicos, unidades de terapia intensiva; deve haver, portanto,
cuidadosa compartimentação e rigoroso controle de materiais e equipamentos contra a
eventualidade de um princípio de incêndio.
Nos locais em que as pessoas permanecem em vigília, por exemplo, em locais de
trabalho, o tempo de reação aos alarmes é inferior aos ambientes em que pessoas repousam ou
apresentam dificuldade de locomoção, a exemplo de hospitais e até mesmo de edificações
prisionais, principalmente se não estiverem familiarizadas com as rotas de fuga e saídas de
emergência, como nos hotéis e assemelhados.
Portanto o brigadista dever conhecer todos os sistemas preventivos exigidos para a
edificação que estiver atuando.

Sistema preventivo por extintores

✔ Reconhecimento dos extintores, tipos (PQS, CO2, Água, Gases Especiais).


✔ Inspeção geral dos extintores.
✔ Reconhecimento dos componentes (manômetro, esguicho, cilindro, etc.).
✔ Inspeção periódica nos extintores e realizar as anotações em local apropriado para
a equipe de brigadistas ter acesso.

Sistema hidráulico preventivo

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Brigadista Particular

✔ Reconhecimento do sistema
✔ Inspeção geral do SHP
✔ Verificar os componentes (Mangueiras, Esguichos, Hidrante de recalque, Parede e
RTI).

Saída de emergência

✔ Tipos de escadas (comum, protegida, enclausurada e enclausurada a prova de


fumaça).
✔ Características das escadas (paredes corta-fogo, portas corta fogo, antecâmara,
etc.).
✔ Verificar os componentes (portas, dutos, telas).
✔ Inspeção periódica das rotas de fuga bem como nos sistemas instalado nas
mesmas, como, corrimão, pisos, luminárias, barras antipânico, portas, dutos, telas.

Iluminação de emergência

✔ Tipos de sistemas (bloco autônomo e central de bateria).


✔ Características de cada sistema
✔ Inspeção nos sistemas

Gás central canalizado

✔ Tipos de sistema (recarregável ou transportável)


✔ Características do sistema (Central de GLP, canalização, abrigo de medidores,
etc.).
✔ Inspeção nos sistemas

Sistema de alarme e detecção

✔ Reconhecimento do sistema (ótico e termovelocimétrico)


✔ Características (central de alarme, acionador, fiação, detectores).
✔ Inspeção nos sistemas

Chuveiros automáticos (Splinkers)

✔ Reconhecimento do sistema
✔ Inspeção no sistema

Dispositivo de ancoragem de cabos

✔ Reconhecimento (alças metálicas para utilização de abandono de pessoas da


edificação);
✔ Teste de tracionamento;

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Pg. 217
Brigadista Particular

✔ Inspeção no sistema;

Local para resgate aéreo

✔ Reconhecimento do sistema (local de pouso do helicóptero, local de espera,


portas, acionamento do sistema de alarme, etc.).
✔ Inspeção (vistoria)

Sistema de CO2 e outros gases

✔ Reconhecimento (CO2, baterias, inundação, aviso sonoro, barra antipânico, etc.).


✔ Inspeção (vistoria)

Sistema de proteção contra descargas atmosféricas

✔ Tipos de sistema de proteção (gaiola de Faraday, Franklin e Eletro geométrico).


✔ Reconhecimento (cabos, hastes, soldas, embutido, etc.).

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Brigadista Particular

Módulo IV - Unidade Didática 4

Psicologia em Emergências

Objetivo Geral

1) Identificar os fatores humanos que afetam num emergência;


2) Definir o Grupo de Abandono de Área

Comportamento humano em incêndios

O incêndio é um fato indesejado e inesperado que põe em risco a vida humana e os bens.
O homem, por possuir uma bagagem de informações a respeitos desses riscos, está predisposto a
apresentar comportamentos que serão determinados a partir de alguns fatores, como por
exemplo, relacionados à sua experiência de vida.
O estudo do comportamento humano em situações de incêndio é complexo, pelo fato de
serem impraticáveis as realizações de certos experimentos que venham a demonstrar as reais
reações e comportamentos, sem que venha a se expor a riscos a integridade física dos
envolvidos.
Numa situação de incêndio, podem ocorrer diversos fenômenos tais como: a presença de
chamas; aumento das temperaturas; presença de fumaça e gases tóxicos; que podem contribuir
para provocar uma instabilidade emocional nas pessoas. Embora, na maioria das vezes, as
pessoas apresentem um comportamento dentro dos padrões normais, tais fenômenos podem
contribuir para que surjam comportamentos fora do comum.

O fator humano relacionado às características pessoais está diretamente ligado ao


comportamento manifestado em situações emergenciais. Duas pessoas reagem de forma
diferente a uma mesma situação quando ela ocorre, e mesmo assim, uma destas pode agir de uma
determinada forma hoje e diferentemente daqui a algumas horas, dias ou semanas. Há certos
fatores que podem determinar como nós agiremos em determinadas situações. Como nós agimos
frente ao calor, fumaça e chamas são baseadas em diversos fatores, dentre eles: a idade; tamanho;
condições físicas; e uso de medicamentos e drogas.

Idade: Os mais novos devido ao desconhecimento e as restrições de mobilidade, e os


mais velhos (por isso as faixas de maior vulnerabilidade nos incêndios é até os 5 anos e acima
dos 65 anos) além destas restrições de mobilidade, devido a outros problemas de ordem sensorial
e neurológica (agravadas ainda por mal de Parkinson, Alzheimer etc.) tem a sua capacidade de
lidar com o incêndio reduzido tornando-se um fator crítico de sobrevivência.

Tamanho: Pessoas de maior massa muscular podem tolerar melhor altas doses de
materiais tóxicos gerados nos incêndios, entretanto no tocante ao condicionamento
cardiorrespiratório, crucial nestas condições de sobrevivência, estas pessoas em geral mal
condicionadas podem tornar-se vítimas potenciais.

Condições físicas pré-existentes: A condição geral de um indivíduo poderá ter um efeito


na sua sobrevivência em um incêndio, Nestas podemos incluir:

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Pg. 219
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Estabilidade Cardíaca (determinada pela condição anatomo-fisiológica do sistema


cardiocirculatório).

Condição Aeróbica (associada ao condicionamento cardiorrespiratório) - Mobilidade


(ligada ao biotipo, peso, altura, flexibilidade articular, doenças musculoesqueléticas), neste
aspecto tem também de considerar grávidas, pessoas com restrição motora, visual e auditiva, em
especial cadeirantes;

Capacidade Respiratória - Quaisquer doenças crônicas pré-existentes como enfisema


pulmonar e asma (devido à alteração respiratória por conta da alteração e da elevação da
frequência respiratória, em decorrente da obstrução dos músculos pulmonares contraem-se,
interrompendo o ciclo respiratório e provocando vasoconstrição - diminuição do calibre das vias
aéreas pulmonares. Fatores estes associados à fumaça, stress, calor etc.), podem reduzir
consideravelmente esta capacidade. Fatores agudos como Resfriados, Gripes ou Pneumonias
podem vir a afetar esta capacidade. E no caso de fumantes as condições pulmonares, bem
reduzidas em geral, dificultam a ações de troca pulmonar a nível alveolar, em termos de absorção
de O2, e consequentemente dificultando uma boa irrigação sanguínea cerebral, indispensável
para a tomada de ações, quer quanto ao critério, quanto à velocidade das mesmas, quer quanto ao
impulso neurológico em uma situação de incêndio.

Medicação e drogas: estes elementos reduzem substancialmente a capacidade de


avaliação e da percepção dos riscos inerentes a um incêndio, alterando substancialmente a
capacidade de se tomar a decisão adequada frente a emergências. Estatísticas recentes (United

States Fire Administration – USFA , Abril, 17 , 2008) citam que pelo menos 10% das
fatalidades em incêndios residenciais tem como causa principal o uso de drogas ou álcool, em
especial nas comunidades mais pobres. Neste aspecto a faixa etária envolvida neste tipo de
evento se situa entre 20 a 64 anos, cujos índices são duas vezes maiores que as outras faixas
etárias, e os homens são os mais predominantes neste aspecto.

Resposta Fisiológica
As reações humanas são condicionadas por um mecanismo fisiológico, no qual o homem
ao ser informado de uma situação de perigo, o qual ele identifica com base em experiências,
cognitivas anteriores ou de conhecimento adquirido através da informação e de relatos, o qual
lhe permite estabelecer comparações. As reações, estas as mais típicas são:
- a FUGA, na maior parte dos comportamentos ou,
- a LUTA da situação de perigo, ou a ausência dela,
- a INÉRCIA, em que nada mais é de um processo total de negação do fato relacionado
com o perigo, motivado por uma situação maior e mais complexa que a capacidade individual de
ser tomada qualquer ação, quer fugir ou lutar.
A resposta fisiológica ao medo é um dos fenômenos fisiológicos mais básicos, inerentes
às espécies animais, e a garantia de sua sobrevivência e evolução. Os seres vivos, em especial os
animais, cujo homem é parte integrante da espécie, ao perceberem da ocorrência de um

determinado perigo, pelos seus sentidos, sendo os mais importantes e influentes: a visão, a
audição, o olfato, e o tato, têm o seu processamento lógico-sensorial baseado na definição ou não
de uma situação de perigo como visto anteriormente.

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Brigadista Particular

Esta situação sendo identificada como uma situação de perigo é transmitida um impulso
elétrico pelo Sistema Nervoso Central (o qual corre em grande parte pelo interior da coluna
vertebral) a um conjunto de glândulas situadas sobre os rins - as glândulas suprarrenais, as quais
se incumbem de liberar o hormônio adrenalina ou (epinefrina) para a corrente sanguínea.
Os efeitos da adrenalina sobre o sistema cardiovascular são considerados os mais
importantes, pois mantêm a frequência cardíaca e pressão arterial adequada tanto em repouso
como em condições de estresse.
A adrenalina promove vasoconstrição periférica, aumento da frequência cardíaca e da
automaticidade das regiões do coração. A adrenalina pode estimular a secreção de hormônios
como insulina, glucagon, gastrina, etc. Estimula o aumento da concentração de glicose no
plasma. Promove a fosforilação de proteínas no fígado, envolvidas na regulação do metabolismo
do glicogênio. Participa da degradação de triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo, o que
vai influenciar diretamente numa situação em que o indivíduo precisar “lutar” ou “fugir”.

Resiliência
A resiliência é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade
de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações
adversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico. E é a partir desse conceito que
vai determinar a ação da pessoa numa situação de perigo iminente.

Pânico
As pessoas têm reações diferentes diante de situações adversas, em caso de sinistros,
quando sentem ameaçadas em sua integridade física.
Em um incêndio, o comportamento mais frequente é a tensão nervosa ou estresse, e não a
reação de medo e que foge ao controle racional, ou seja, o pânico. Não há necessariamente a
ocorrência de pânico ainda que não houvesse a evidencia de escape; Os comportamentos
contagiosos são muito mais comuns nas situações ambíguas ou emergenciais simplesmente pela
tendência das pessoas, seguirem um líder, em situações de stress, onde esta opção (de seguir um
líder) é a única opção.
De uma forma geral as pessoas sempre ajudam umas as outras, tendendo a serem
solidárias umas com as outras nas situações de grande perigo, ao contrário do pensamento
comum de que em situações extremas o caráter individual é prevalente, e o exemplo recente do
World Trade Center, mostrou esta característica.
Normalmente, as pessoas demoram a reagir diante de uma situação de incêndio, como se
estivessem paralisadas nos primeiros minutos, não acreditando que estejam sendo envolvidas
numa situação de risco grave. A maior parte das pessoas 39% acredita durante o acionamento de
um alarme de incêndio tratar-se apenas de um exercício simulado, e outra quantidade
significativa 23% pensa estar relacionado o som com as atividades de manutenção dos sistemas,
apenas 14% consideram a hipótese de um incêndio real;
Um dos fatores cruciais é a informação disponível associada ao tempo, pelo recebimento
tardio do aviso de incêndio, quando as situações de fogo e fumaça estão mais severas, para se
buscar uma resposta. O descobrimento sobre a gravidade do incêndio, qual a direção a seguir,
muitas vezes em ambiente com fumaça, tende a gerar muita tensão nervosa.
Portanto as situações que podem dificultar o controle emocional advêm da demora da
disponibilidade de informações sobre o que está acontecendo, qual a severidade do evento, atraso
na divulgação de um incêndio e como proceder e dispor de saídas protegidas.
As mensagens devem ter uma elaboração prévia, e algumas palavras como “CALMA”,
“NÃO CORRA”, podem vir a ser problemáticas, gerando um entendimento inverso ao esperado.

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Brigadista Particular

O volume da mensagem, o tom de voz também tem um efeito direto na forma pela qual as
pessoas percebem a ameaça.
Quando pessoas estão tentando escapar de um edifício em chamas por uma única saída,
seu comportamento parece extremamente irracional para uma pessoa que analisa a situação
depois e constata que existiam outras saídas. Entretanto, as pessoas que estão tentando sair
desconhecem as outras saídas, tendo aquela como a única disponível prefere brigar por ela ao
invés de morrer queimado. O pânico ainda é muito confundido com comportamento de fuga.
Alguns comportamentos podem, além de dificultar a evacuação dos indivíduos que estão
tentando abandonar o edifício, dificultar a entrada daqueles que combaterão o incêndio.

Incêndios em imóveis verticais


Conforme relatos de pessoas envolvidas, dentro das torres, nos pavimentos dos impactos
das aeronaves e ainda, a temperatura insuportável, a fumaça densa, a pouca visibilidade e a
dificuldade de respirar tornaram penosa à busca pela única saída existente, na Torre Norte, do
World Trade Center - WTC.
As condições críticas durante um incêndio em uma edificação ocorrem quando a
temperatura excede a 75ºC, e/ou o nível de oxigênio cai abaixo de 10%, e/ou as concentrações de
monóxido de carbono ultrapassam 5.000 ppm. Tais situações adversas induzem a sentimentos de
insegurança, que podem vir a gerar o pânico e descontrole e levar pessoas a saltar pelas janelas.
Os meios de escape devem ser constituídos por rotas seguras que proporcionem às
pessoas escapar em caso de incêndio, de qualquer ponto da edificação a um lugar seguro, fora da
edificação, sem assistência exterior.
As rotas de fuga projetadas impropriamente, falhas nos sistemas de comunicação e
alarme, propagação de fumaça nos ambientes, bem como a movimentação de fumaça e gases
quentes, penetração de fogo e fumaça têm provocado perdas de vidas. Entre as soluções contra
esses fatores estão o sistema de iluminação de emergência eficiente e efetivo, sistemas de
extinção e de supressão do fogo, a limitação na distância de percurso, controle dos materiais de
acabamento, portas corta-fogo e resistentes à penetração de fumaça, ventilação natural para
auxiliar na extração de gases e rotas de fuga desobstruídas, protegidas e bem sinalizadas,
localização e capacidade adequadas para promover pronta evacuação dos ambientes pelos
ocupantes.
As edificações devem ser projetadas e construídas de modo a garantir a proteção das
vidas humanas contra os efeitos fatais oriundos do fogo. Entre esses riscos encontramos as
queimaduras (fatais ou não), asfixia, envenenamento, contusões, irritações, cortes, etc.. Os
efeitos secundários do fogo ocorrem por falta de oxigênio, fumaça, gases nocivos, agressivos ou
tóxicos, pânico, colapsos materiais ou estruturais.
No incêndio do Edifício Joelma, as pessoas na rua improvisaram faixas procurando
acalmar as pessoas dentro do prédio, informando que o fogo havia acabado e que não saltassem,
encontrando morte certa, mesmo assim, várias pularam.
A maioria dos especialistas em segurança contra incêndios não recomenda o resgate aéreo
como rota viável em um edifício alto durante um incêndio. O uso de helicópteros deve ocorrer
em último caso e sob condições muito específicas (DWYER e FLYNN, 2005).
A cobertura dos prédios está sujeita a muitas variáveis em caso de sinistros, como a
existência, ou não, de local para pouso de helicópteros e embarque de pessoas, pois muitos
prédios antigos possuem telhados na cobertura, refletores, antenas, painéis de propaganda,
ocorrência de acessos trancados para terraços, entre outros.
Há ainda os efeitos do incêndio, por meio de fumaça densa, calor excessivo e ventos
fortes. Os helicópteros necessitam de ventos ascendentes para se manter em voos e o calor pode

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Brigadista Particular

tornar o ar rarefeito, prejudicando a estabilidade desses veículos (DWYER e FLYNN, 2005, p.


159).

Comportamento de escolha de saídas de emergência


Como enfatiza a ISO 6241 – Performance standards in building (Padrões de desempenho
nas construções), as edificações, no todo ou suas partes, devem possuir elementos de segurança
para diminuir o risco de início de um incêndio, limitar sua propagação e os efeitos do calor e
fumaça para possibilitar condições de evacuação de pessoas em tempos eficientes.
Quando há opções de escolha entre rotas de fuga, dentre os fatores que influenciam a
escolha das saídas de emergência, e que podem estimular ou intimidar pessoas que estão
procurando escapar de um sinistro, estão a fumaça, o calor e cheiro, características individuais
como idade, dificuldade de locomoção, parcial ou total, temporária ou permanente.
Outros tipos de exposições prováveis, além da perda de visibilidade e do calor, que
podem gerar condições perigosas, é a presença de produtos tóxicos e irritantes, obscurecimento
das rotas de fuga por fumaça e o colapso estrutural.
Existe a tendência de as pessoas a adotar o percurso mais familiar para a saída, que é a
entrada normal da edificação, do que uma saída de emergência, que é pouco familiar.
O comportamento humano em situações de incêndios é diretamente influenciado pelas
condições locais, em que a pessoa estiver e pelo conhecimento do que fazer e por onde seguir.
É muito comum as pessoas terem uma resposta lenta ao alarme de incêndio, muitas vezes
postergando o início de seu movimento de abandono e quando os ocupantes decidem mover-se
para uma área segura, o tempo restante para uma evacuação pode ser mínimo.
É por meio do treinamento em conjunto que se obtém a familiarização das pessoas para a
cadência e movimentação adequada: nunca correr deve ser a principal regra a fim de não
contribuir para o fator pânico e desgaste físico desnecessário.
A inclusão da educação da velocidade de locomoção pode ter como palco: as rotas de
evacuação de modo geral; as escadas, as rampas; os corredores e demais dependências.

Abandono de área
Abandono de local em emergências é o comportamento de sair rápido por uma rota de
fuga e isso depende do recebimento do aviso de incêndio, se precoce ou tardio, e da
familiaridade da saída de emergência de onde estiver.
Para os ocupantes das edificações, as saídas conhecidas são mais procuradas do que rotas
de fuga não familiares, e a sinalização é menos importante que a regularidade do uso; logo, os
treinamentos de abandono de área devem condicionar os usuários a proceder conforme o plano
de abandono e seguir por rotas seguras. A familiaridade com os caminhos a percorrer pode
reduzir o tempo de pré-movimento.
Os extintores de incêndio e hidrantes, raramente, são usados pelos que não forem
brigadistas, e são menos efetivos sem treinamento periódico.
As pessoas devem estar atentas a avisos precoces, como barulhos estranhos, como vidros
quebrando e atividade extra dos outros ocupantes.
Devem ser providenciadas as comunicações iniciais sobre sinistros para evitar a busca
por informações adicionais, que podem ser desencontradas e provocar indecisões.
Cada demora pode ser perigosa. Ações em estágios iniciais têm influência mais efetiva
em eventuais evacuações.
Para a perfeita execução do abandono de local, faz-se necessário o treinamento periódico
dos componentes da brigada, bem como a realização de palestras-relâmpago para os demais
funcionários, visando a orientá-los a respeito dos procedimentos gerais a serem seguidos.

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Grupo de Abandono de área


O Grupo de Abandono é composto por brigadistas capacitados tecnicamente, para que em
situações de incêndio efetuem o procedimento de retirada do pessoal ali presente de forma
coordenada, minimizando assim as situações de riscos. O grupo de abandono de área é composto
basicamente por brigadistas particulares e voluntários: coordenador geral da brigada, líder, puxa-
fila, cerra-fila e vistoriador.

Coordenador Geral da Brigada: Brigadista responsável pela coordenação e execução


das ações de emergências da edificação. É o responsável máximo da brigada de incêndio,
determina o início do abandono, devendo priorizar os locais sinistrados, os pavimentos
superiores a estes, os setores próximos e os locais de maior risco.
✔ Aciona o Corpo de Bombeiros;
✔ Dirigir-se imediatamente para o ponto de encontro;
✔ Organizar o ponto de encontro, buscando informações;
✔ Aguardar e checar o completo abandono;
✔ Comunicar o completo abandono e as alterações ao Corpo de Bombeiros;
✔ Receber as alterações dos líderes;
✔ Observar e corrigir posteriormente possíveis pontos a melhorar referente ao
desempenho dos membros da brigada e demais funcionários e visitantes

Líder: Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência de


um determinado setor / compartimento / pavimento da planta.
✔ Reunir e conferir os funcionários de seu pavimento;
✔ Fazer contatos externos;
✔ Orientar e supervisionar as ações dos demais membros;
✔ Auxiliar na remoção de pessoas;
✔ Solicitar auxílios em geral;
✔ Contatar o supervisor no ponto de encontro;
✔ No ponto de encontro fazer chamada/contagem;

Puxa-Fila: Brigadista que vai a frente do pessoal a ser retirado, com as funções de:
✔ Iniciar o trabalho de escape das pessoas, posicionando-se na via de escape,
indicando a saída e organizando o ingresso e passagem na escada;
✔ Se possível, o puxa-fila deve contar o número de pessoas e informar ao líder.

Cerra-Fila: Brigadista que sai por último e posicionando-se ao final da fila do pessoal a
ser retirado, com as funções de:
✔ Ir a todos os recintos chamando as pessoas e depois se posicionar ao final da fila;
✔ Auxiliar nas tarefas de primeiros socorros, remoção de pessoas e organização da
fila.

Vistoriador:
✔ Enviar o elevador ao térreo;
✔ Desligar o sistema elétrico do andar;
✔ Fechar as portas e janelas sem as travar;

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Brigadista Particular

✔ Checar as dependências dos pavimentos;


✔ Auxiliar nas tarefas de primeiros socorros e na remoção de retardatários.

Recomendações gerais

Orientações gerais para o sucesso durante o procedimento de abandono de local:

✔ Acatar as orientações dos brigadistas;


✔ Manter a calma;
✔ Caminhar em ordem;
✔ Permanecer em silêncio;
✔ Pessoa em pânico: se não puder acalmá-la, deve-se evita-la. Se possível, avisar
um brigadista;
✔ Nunca voltar para apanhar objetos;
✔ Ao sair de um lugar, fecha as portas e janelas sem trancá-las;
✔ Não se afastar dos outros e não parar nos andares;
✔ Levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;
✔ Ao sentir cheiro de gás, não acender ou apagar as luzes;
✔ Deixar a rua e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de
socorro médico;
✔ Encaminhar-se ao ponto de encontro e aguardar novas instruções.

Em locais com mais de um pavimento:


✔ Nunca utilizar o elevador, salvo por orientação da brigada;
✔ Descer até o nível da rua e não subir, salvo por orientação da brigada;
✔ Ao utilizar as escadas, deparando-se com as equipes de emergência, dar passagem
pelo lado interno da escada, sempre usar o corrimão, não pular degrau e seguir em fila indiana.

Em situações extremas:
✔ Evitar retirar as roupas e, se possível, molha-las;
✔ Se houver necessidade de atravessar uma barreira de fogo, molhar todo o corpo,
roupas, sapatos e cabelo;
✔ Proteger a respiração com um lenço molhado junto à boca e nariz e manter-se
sempre o mais próximo do chão, já que é o local com menor concentração de fumaça;
✔ Antes de abrir uma porta, verificar se ela não está quente;
✔ Se ficar preso em algum ambiente, aproximar-se das aberturas externas e tentar de
alguma maneira informar sua localização;
✔ Nunca saltar.

A lista, a seguir, expõe os principais fatores de escolha de saída:


✔ O escurecimento de ambiente pela fumaça, que pode causar irritação e toxicidade.
✔ Características do incêndio, como calor e cheiro.
✔ Familiaridade com as rotas de fuga.
✔ Características como idade, debilidades e incapacidades.
✔ Orientação existente antes do incêndio, em como proceder em caso de incêndio.

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Brigadista Particular

✔ Níveis de iluminação e fonte de luz.


✔ Tipo de função do usuário, se funcionário ou público externo à edificação.
✔ Posição e proximidade da pessoa até uma saída.
✔ Sinalização da saída de emergência.

Pessoas com mobilidade reduzida


Toda pessoa é especial, a partir do momento que necessita uma atenção diferenciada,
devido a uma característica particular que o distingue das demais pessoas, um exemplo disso são
os ocupantes da edificação que possuem dificuldades de se locomover, o que dificultaria uma
evacuação da edificação caso a mesma esteja sinistrada.
Nem sempre se enquadrando no conceito de portador de deficiência motora, como
erradamente entendido pela sociedade, uma pessoa com mobilidade reduzida pode ser um idoso,
uma mulher grávida, desde que por qualquer motivo, tenha dificuldade em se movimentar e
aceder aos espaços meios físicos que a rodeiam.
As pessoas que possuem mobilidade reduzida em casos de incêndio são:

Portadores de deficiência visual


Pessoas que nascem privadas da visão são cegos congênitos, no entanto, existe também a
cegueira adquirida que é aquela devida a uma doença ou acidente ocorrido ao longo da vida.
Quando uma pessoa cega encontra-se no ambiente sinistrado, sua capacidade de orientação pode
ser alterada e por isso é muito importante que o brigadista lhe informe explique o que houve e o
faça entender o que aconteceu antes de iniciar o atendimento.
Lembre-se dessas recomendações ao lidar com portadores de deficiência visual:
✔ Comunique-se em tom de voz normal (não grite com o paciente);
✔ Se ele puder caminhar, permita que ele se apoie em seu braço (advirta sobre os
perigos e não empurre, nem puxe o paciente cego, apenas conduza-o);
✔ Deixe que a pessoa segure o seu braço, próximo ao cotovelo, isso fará com que
ele sinta os movimentos do seu corpo e tenha segurança para andar, subir e descer escadas;
✔ Numa escada, antes de chegar à escada, coloque a mão do paciente no corrimão;
✔ Não saia de perto da pessoa, ainda que rapidamente, sem antes comunicar tal fato,
para que ele não fique falando sozinho.
Surdo ou surdo-mudo
Pessoas que não ouvem ou ouvem muito pouco são chamadas de surdas, entretanto
existem também os surdos-mudos que são aqueles que não ouvem e também não falam. Se uma
pessoa não leva consigo um aparelho auditivo visível não há nenhuma indicação aparente de que
seja surda. Entretanto, seus procedimentos podem advertir sobre sua condição, assim, apesar de
seu aspecto atento, se a pessoa não responder as perguntas formuladas, poderemos supor que ela
sofre de uma incapacidade auditiva.
Se o paciente puder compreender o que você diz através da leitura dos movimentos dos
lábios, certifique-se de que seu rosto esteja iluminado e voltado para o paciente enquanto você
fala e comunique-se pausadamente.
Muitas pessoas surdas não estão treinadas para fazer a leitura labial, então os melhores
métodos a serem utilizados são a escrita e os gestos.
Observação: Algumas pessoas surdas podem falar claramente, outras falam com
dificuldade, prejudicando a compreensão e outras nem falam. Se o paciente surdo fala com
dificuldade, não finja entender (gesticule encolhendo os ombros e mostrando as mãos com as
palmas para cima em frente ao seu corpo, como se dissesse "Não entendi o que você disse!”).

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Brigadista Particular

A pessoa de língua estrangeira


Problemas de comunicação poderão surgir quando a área de atendimento do Serviço de
Atendimento Pré-Hospitalar incluir comunidades onde habitam pessoas que não falam a língua
oficial do país, ou ainda, áreas turísticas, onde é grande o número de visitantes estrangeiros.
De forma geral, ao encontrar pessoas que não falam seu idioma, o brigadista deverá
comunicar-se através de gestos e não tardar em solicitar auxílio de outros integrantes de sua
equipe ou de pessoas da família e testemunhas que possam ajudar na comunicação e tradução das
falas.
Os serviços de socorro poderão providenciar resumos traduzidos das principais frases
utilizadas pelos brigadistas para facilitar a comunicação.

Pessoas com deficiência física ou mental


O maior problema em lidar com pessoas que apresentam deficiência física, seja ela
nervosa, muscular ou esquelética, está muitas vezes na locomoção, pois estes pacientes podem
ter partes do corpo comprometidas ou não funcionantes. O brigadista deverá reunir o máximo de
informações possíveis através de uma boa entrevista e auxiliar no deslocamento dessa pessoa,
solicitando ajuda de mais algum indivíduo que possa auxiliar o deslocamento do deficiente, para
que possa sair do lugar sinistrado da forma mais seguro e ágil possível.
Já alguns pacientes, por deficiência, não desenvolveram partes da função neurológica e
podem apresentar retardamento mental ou de desenvolvimento. Nessas situações, sua principal
tarefa como brigadista é estabelecer um processo de interação com o paciente, que permita
entender o que está acontecendo e como você poderá ajudá-lo.
A identificação do retardo mental ou deficiência de desenvolvimento nem sempre é uma
tarefa fácil. Mantenha a calma e, caso seja necessário, explique pausada e repetidamente cada
uma de suas ações e o que você quer que o paciente faça.
Finalmente, devemos entender que os pacientes com qualquer tipo de deficiência, assim
como a maioria das pessoas, gostam de ser independente, portanto, merece receber o mesmo
tratamento de um paciente normal.
Observação: Cuidado para não confundir estes pacientes com outros pacientes sob o
efeito abusivo de álcool ou drogas ou que em função de um incêndio apresentam-se
desorientados ou confusos.
Idoso
Infelizmente, grande parte da população tende a pensar que as capacidades de uma pessoa
se medem de acordo com sua idade cronológica, entretanto, existem pessoas que ainda não
completaram 65 anos e já apresentam sinais de senilidade, são doentes crônicos e apresentam
completa dependência. Por outro lado, existem também pessoas de 70, 80 e até 90 anos que se
mantêm ativas, capazes e em bom estado de saúde.
No desempenho de suas funções, brigadistas serão responsáveis por atender pessoas
idosas de uma ou outra categoria. Nessas oportunidades, quando o idoso se mostrar consciente,
atento e interessado, atenda-o da mesma forma como faria com outro paciente adulto.
Se, pelo contrário, o paciente pelo envelhecimento apresentar perda de memória ou
desorientação em relação ao tempo-espaço-pessoa, sem dúvida, você terá dificuldades de
interação com o mesmo. De qualquer forma, a chave do sucesso na interação com pessoas idosas
é a paciência.
✔ Mantenha contato olho-a-olho e fale calma e diretamente ao paciente.

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Brigadista Particular

✔ Seja muito paciente, pois quando envelhecemos as palavras ficam mais


importantes. Não apresse a conversa.
✔ Se o paciente estiver acompanhado pelo cônjuge ou algum amigo mais próximo,
fique atento, pois devido à tensão causada pela situação você poderá ter de atender outro
paciente, normalmente devido a uma emergência clínica. Seja amável e providencie apoio
emocional para ambos.
Observação: Ao atender uma emergência envolvendo pessoas idosas não se precipite,
apesar da aparente gravidade da situação, você deverá ajustar suas perguntas e ações à
capacidade que o paciente demonstra para entender e responder.

Planos de emergência em edificações


A brigada de incêndio, bem dimensionada e treinada, deve ser capaz de executar
perfeitamente o plano de abandono para o local.
Proteger a vida e a saúde dos empregados e dos clientes da (nome da empresa) é a
prioridade durante uma emergência. Para alcançar este objetivo, desenvolvemos um Plano de
Emergências que nos permitirá responder e administrar de forma efetiva e eficiente as
emergências e eventos catastróficos. Um dos objetivos principais do Plano é retomar o mais
rápido possível as atividades normais com um mínimo de interrupção e prejuízos aos clientes,
fornecedores e contratados.

Responsabilidades
Será responsabilidade da Equipe de Resposta de Emergências por em prática e dirigir as
ações de emergências estabelecidas no Plano de Emergências da (nome da empresa) bem como
qualquer outra ação que seja necessária para proteger vidas e propriedade. Será seguido o
processo de notificação estabelecido no plano. A ativação das diferentes equipes de trabalho se
fará quando assim determinarem os coordenadores das equipes de Resposta de Emergências e
Administração de Emergências.

Notificação de Emergências
A notificação imediata da condição de emergência, usando o procedimento apropriado, é
essencial para neutralizar a situação e prevenir lesões pessoais e danos à propriedade.

REFERÊNCIAS

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Hill, 1985.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE CASCAVEL. Histórico do Corpo de Bombeiros no


Brasil. Disponível em < http://www.bombeiroscascavel.com.br/modules/mastop_publish/?
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______. Instrução Normativa 006/DAT/CBMSC- Sistema Preventivo por extintores.


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______. Instrução Normativa 028/DAT/CBMSC- Brigadas de Incêndio. Florianópolis, 2014.

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______. Curso de Formação de Socorristas em Atendimento Pré-Hospitalar-Básico (Curso


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______. Prevenção e Combate a incêndios - CBAE - Lição 2 - Sistemas Preventivos.


Florianópolis, 2012.

______. Curso de Normas de Segurança Contra Incêndio - Florianópolis, 2012.

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