Você está na página 1de 12

MECÂNICA 2

AULA 8
CINÉTICA DE UMA PARTÍCULA – IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO
PRINCÍPIO DO IMPULSO E DA QUANTIDADE DO MOVIMENTO

- Da 2ª Lei de Newton
𝑑𝑣Ԧ
෍ 𝐹Ԧ = 𝑚.
𝑑𝑡
𝑡2
න ෍ 𝐹Ԧ . 𝑑𝑡 = 𝑚. 𝑣Ԧ2 − 𝑚. 𝑣Ԧ1
𝑡1

Impulso Linear Quantidade de


Movimento Linear

𝑡2
𝑚. 𝑣Ԧ1 + න ෍ 𝐹Ԧ . 𝑑𝑡 = 𝑚. 𝑣Ԧ2
𝑡1
PARALELOS ENTRE AS EQUAÇÕES

Ambos os Princípios relacionam uma integral de forças externas com a variação na velocidade de um objeto.

Princípio do Impulso e Quantidade Linear (PIQML) Princípio do Trabalho e Energia (PTE)

PIQML PTE
𝐹Ԧ = 𝑓(𝑣,
Ԧ 𝑡) 𝐹 = 𝑓(𝑣, 𝑟)
𝑡2 𝑟Ԧ2
Ԧ 𝑑𝑡 = 𝑚. 𝑣Ԧ2 − 𝑚. 𝑣Ԧ1 1 1
න ∑𝐹. Ԧ
න ∑𝐹. 𝑑 𝑟Ԧ = . 𝑚. 𝑣2 − . 𝑚. 𝑣12
2
𝑡1 𝑟Ԧ1 2 2
Equação vetorial: mostra variação na magnitude e Equação Escalar: mostra variação apenas na
direção da velocidade magnitude da velocidade
Quaisquer forças externas Apenas forças conservativas
Conhecida a variação de velocidade pode-se determinar a força média agindo sobre
um corpo em um determinado intervalo de tempo:

𝑡2
1
∑𝐹Ԧ𝑀 = Ԧ 𝑑𝑡
. න ∑𝐹.
𝑡2 − 𝑡1 𝑡1
ou
𝑡2 − 𝑡1 . ∑𝐹Ԧ𝑀 = 𝑚. 𝑣Ԧ2 − 𝑚. 𝑣Ԧ1

𝑡
Área 1: ‫ 𝑡׬‬2 𝐹 𝑡 . 𝑑𝑡
1
𝐹𝑀
Área 2: 𝑡2 − 𝑡1 . 𝐹𝑀
PROBLEMA 1 (Hibbeler 4.10 Proposto)
𝑚𝑃 = 1.360 𝑔
𝐹1 = 22,25. 𝑖Ƹ + 8,90. 𝑡. 𝑗Ƹ + 4,45. 𝑡. 𝑘෠ 𝑁
𝐹2 = 4,45. 𝑡 2 𝑖Ƹ 𝑁
𝑣Ԧ𝑃 = 0,914. 𝑖Ƹ + 0,305. 𝑗Ƹ + 1,829. 𝑘෠ 𝑚/𝑠

Qual 𝑣𝑃 após 2 segundos?


𝑡=2
න Ԧ 𝑑𝑡 = 𝑚. 𝑣Ԧ2 − 𝑚. 𝑣Ԧ1
∑𝐹.
𝑡=0

2 2 2
෠ 𝑑𝑡 − න 1,36.9,81 𝑘.
න 4,45. 𝑡 2 . 𝑖.Ƹ 𝑑𝑡 + න (22,25. 𝑖Ƹ + 8,90. 𝑡. 𝑗Ƹ + 4,45. 𝑡. 𝑘). ෠ 𝑑𝑡 =
0 0 0

= 1,36. 𝑣Ԧ2 − 1,36. (0,914. 𝑖Ƹ + 0,305. 𝑗Ƹ + 1,829. 𝑘)

=> 11,867. 𝑖Ƹ + 44,5. 𝑖Ƹ + 17,8𝑗Ƹ + 8,90. 𝑘෠ − 26,683. 𝑘෠ = 1,36. 𝑣Ԧ2 − 1,243. 𝑖Ƹ − 0,414𝑗Ƹ − 2487. 𝑘෠
=> 𝑣Ԧ2 = 42,36. 𝑖Ƹ + 13,39𝑗Ƹ − 11,24𝑘෠
=> 𝑣2 = 45,83 𝑚/𝑠
PROBLEMA 2 (Bedford 5.2 Resolvido)

-Bola de golfe de 43 mm de diâmetro


- 𝑚𝑏𝑜𝑙𝑎 = 𝑚𝑏 = 0,046 𝑘𝑔
1
- fotografada a cada 1000 seg.
- contato da bola com o taco por 0,0006 seg.

- Estimar força impulsiva média exercida pelo taco sobre a bola.

0,048 𝑚
𝑣𝑡 = = 48 𝑚/𝑠
0,001 𝑠
𝑡2 − 𝑡1 . ∑𝐹Ԧ𝑀 = 𝑚. 𝑣Ԧ2 − 𝑚. 𝑣Ԧ1
(0,0006). ∑𝐹Ԧ𝑀 = 0,046 . 48 . cos 21° . 𝑖Ƹ + 𝑠𝑒𝑛 21° . 𝑗Ƹ − 0

෍ 𝐹Ԧ𝑀 = 3436. 𝑖Ƹ + 1319. 𝑗Ƹ 𝑁 ∑𝐹𝑀 = 3680,5 𝑁 força resultante sobre a bola


Comentário:
∑𝐹Ԧ𝑀 = 𝐹Ԧ𝑡𝑎𝑐𝑜→𝑏𝑜𝑙𝑎 + 𝐹Ԧ𝑝𝑒𝑠𝑜
A força média calculada aqui, ∑𝐹Ԧ𝑀 , inclui o peso da bola, 0,046 . 9,81 = 0,451 N, que foi desprezado,
portanto a força calculada não é de fato a força do taco sobre a bola, 𝐹Ԧ𝑡𝑎𝑐𝑜→𝑏𝑜𝑙𝑎 . No entanto, a variação
no resultado final é de apenas 0,012% se desprezarmos o peso, muito menor, portanto, da tolerância
aceitável em engenharia, que é de 0,2%.
O perfil real da força instantânea do taco sobre a bola sofre o efeito de mola produzido pela deformação
elástica na bola, o que faz com que a velocidade da bola seja diferente da velocidade do taco ao longo do
percurso em contato, ou seja, na prática a velocidade observada da bola logo após sua separação do taco
pode ser maior do que a velocidade máxima do taco.
- CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO LINEAR

- Se as forças externas agindo sobre um sistema puderem ser desprezadas, a Q.M.L. é conservada.

𝐹Ԧ𝐵𝐴 = força que o corpo B exerce em A


𝐹Ԧ𝐴𝐵 = força que o corpo A exerce em B
𝐹Ԧ𝐵𝐴 e 𝐹Ԧ𝐴𝐵 podem ser forças de contato ou exercidas por molas.

Como as forças são internas: 𝐹Ԧ𝐵𝐴 + 𝐹Ԧ𝐴𝐵 = 0 (1)


Aplicando o PIQML,

𝑡2 𝐹Ԧ𝐵𝐴 + 𝐹Ԧ𝐴𝐵 = 0 (1)


න 𝐹Ԧ𝐴𝐵 . 𝑑𝑡 = 𝑚𝐵 . 𝑣Ԧ𝐵2 − 𝑚𝐵 . 𝑣Ԧ𝐵1
𝑡1
(2)
𝑡2
න 𝐹Ԧ𝐵𝐴 . 𝑑𝑡 = 𝑚𝐴 . 𝑣Ԧ𝐴2 − 𝑚𝐴 . 𝑣Ԧ𝐴1
𝑡1

Somando as equações (2) e usando (1)

𝑚𝐴 . 𝑣Ԧ𝐴1 + 𝑚𝐵 . 𝑣Ԧ𝐵1 = 𝑚𝐴 . 𝑣Ԧ𝐴2 + 𝑚𝐵 . 𝑣Ԧ𝐵2 = ⋯ = 𝑚𝐴 . 𝑣Ԧ𝐴𝑛 + 𝑚𝐵 . 𝑣Ԧ𝐵𝑛

𝑚𝐴 . 𝑣Ԧ𝐴 + 𝑚𝐵 . 𝑣Ԧ𝐵 = constante (A QML do sistema de corpos se conserva)


- PIQML para um Sistema de Partículas

A velocidade do centro de massa de 𝐴 e 𝐵 juntos é também constante.

𝐺
𝑚𝐴 . 𝑟Ԧ𝐴 + 𝑚𝐵 . 𝑟Ԧ𝐵
𝑟Ԧ𝐺 =
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵

Derivando no tempo

𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 . 𝑣Ԧ𝐺 = 𝑚𝐴 . 𝑣Ԧ𝐴 + 𝑚𝐵 . 𝑣Ԧ𝐵 = constante

Se não houver nenhuma força resultante externa não nula atuando no sistema, o centro de massa
mantém sua velocidade constante. Exemplo: bolas sobre mesa sem atrito
PROBLEMA 3 (Hibbeler 4-37)

Em relação a si - Homem sobre gelo arremessa caixa


- 𝑚𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 = 𝑚𝑐 = 8 𝑘𝑔 ∶ 𝑚ℎ𝑜𝑚𝑒𝑚 = 𝑚ℎ = 70 𝑘𝑔
- Δ𝑡 = 1,5 𝑠𝑒𝑔. Para o arremesso.
- 𝑣ℎ =? Após arremesso.
- 𝑁 =? Reação vertical nos patins.
- Desprezar atrito e movimento dos braços. Pernas rígidas.

Em x:
𝑡
2
‫ 𝑥𝐹∑ 𝑡׬‬. 𝑑𝑡 = 𝑚ℎ . 𝑣ℎ + 𝑚𝑐 . 𝑣𝑐 𝑥 − 0 = 0 (∑𝐹𝑥 = 0) (1)
1

Mas 𝑣Ԧ𝑐 = 𝑣Ԧℎ + 𝑣Ԧ𝑐/ℎ e 𝑣𝑐/ℎ = 2 𝑚/𝑠 (dado)

=> 𝑣𝑐 𝑥 = 𝑣ℎ + 2. cos( 30°) (2)


𝑣𝑐 𝑦 = 0 + 2. 𝑠𝑒𝑛 30° = 1 𝑚/𝑠
𝑡
2
‫ 𝑥𝐹∑ 𝑡׬‬. 𝑑𝑡 = 𝑚ℎ . 𝑣ℎ + 𝑚𝑐 . 𝑣𝑐 𝑥 − 0 = 0 (1)
Substituindo (2) em (1) 1

0 = 𝑚ℎ . 𝑣ℎ + 𝑚𝑐 . 𝑣ℎ + 2. cos 30° (em (x) a QML se conserva) 𝑣𝑐 𝑥 = 𝑣ℎ + 2. cos( 30°) (2)

𝑣𝑐 𝑦 = 1 𝑚/𝑠
2
2. 𝑚𝑐 . cos 30° 2.8. cos 30°
𝑣ℎ = − =− = −0,178 𝑚/𝑠
𝑚𝑐 + 𝑚ℎ 8 + 70
Para achar a reação vertical nos patins tem-se: (Sem atrito a reação é apenas em 𝑦)

DCL Bloco DCL homem

0 0
𝑡2
𝑚ℎ . 𝑣ℎ 𝑦 + ෎ න 𝐹𝑦 . 𝑑𝑡 = 𝑚ℎ . 𝑣ℎ 𝑦
1 𝑡1 2

𝑡2 =1,5
𝑚𝑐 . 𝑣𝑐 𝑦 + ෎ න 𝐹𝑦 . 𝑑𝑡 = 𝑚𝑐 . 𝑣𝑐 𝑦
1 𝑡1 =0 2
𝑁. 1,5 − 𝑊ℎ . 1,5 − 𝑃𝑦 . 1,5 = 0
0 + 𝑃𝑦 . 1,5 − 𝑊𝑐 . 1,5 = 8. (1 𝑚/𝑠) 𝑁 = 771 𝑁
=> 𝑃𝑦 = 83,81 𝑁 Comentário: Observe que a equação é também a equação de
equilíbrio estático ∑𝐹𝑦 = 0.

Você também pode gostar