O conto "Telefonema" descreve a carta de Lena para o ex-marido Antônio após o divórcio. Lena relembra seu casamento infeliz, onde era submissa às infidelidades de Antônio. A narrativa critica como as mulheres eram socialmente condicionadas a papéis submissos e à perda da identidade em nome do casamento e dos filhos. A escrita de Vaz, embora homem, aproxima a perspectiva feminina ao descrever os medos e decepções vividos por Lena.
O conto "Telefonema" descreve a carta de Lena para o ex-marido Antônio após o divórcio. Lena relembra seu casamento infeliz, onde era submissa às infidelidades de Antônio. A narrativa critica como as mulheres eram socialmente condicionadas a papéis submissos e à perda da identidade em nome do casamento e dos filhos. A escrita de Vaz, embora homem, aproxima a perspectiva feminina ao descrever os medos e decepções vividos por Lena.
O conto "Telefonema" descreve a carta de Lena para o ex-marido Antônio após o divórcio. Lena relembra seu casamento infeliz, onde era submissa às infidelidades de Antônio. A narrativa critica como as mulheres eram socialmente condicionadas a papéis submissos e à perda da identidade em nome do casamento e dos filhos. A escrita de Vaz, embora homem, aproxima a perspectiva feminina ao descrever os medos e decepções vividos por Lena.
O conto Telefonema escrito, do autor Português Júlio Machado Vaz, faz parte
da coletânea intitulada Estes difíceis Amores, publicado em 2002 pela editora
Dom Quixote, narra em tom coloquial a carta de Lena para seu ex-marido Antônio, trocada por outra mais jovem Lena descreve como foi seu casamento, e seus conflitos internos, assim como a personagem, muitas mulheres são representadas nesse desabafo, a crítica mostra o calvário que as mulheres passam na sua condição de esposa e mãe, condicionadas a um papel social imposto pelos homens, negadas a liberdade de escolhas, que para o bem dos filhos e o bem estar do casamento, aceitam uma rotina de perda de identidade. Para Zianini (p.54 2010) a cultura dominante masculina, impôs o pensamento que: o casamento era considerado o destino apropriado para a mulher, e a maternidade, a sua vocação. Enquanto isso, sua sexualidade era completamente reprimida, em nome de uma moralidade que defendia tanto a santidade do lar quanto a existência de prostíbulos.
A personagem que no momento, mantém contato com o ex-marido através de
advogados, rememora sua vida de esposa submissa, que sabia das infidelidades do marido, este também não fazia questão de esconder, mas ela suportava. Para Zianni (2010) no século XIX Mesmo com a redução do papel social do homem, que foi ampliado ao estado, os homens exerciam em seu lar o papel de dominantes, enquanto as mulheres foram reduzidas a meros adornos, podemos ver que o conto se passa nos dias atuais, mas o pensamento social de que tudo é aceitável para os homens, perdura. A narrativa ainda aborda a questão da invisibilidade da mulher em seu papel social e doméstico, os seus afazeres não parecem ser importantes, as mulheres são subjugadas a piedade do marido por atenção, essa prática mostra que mesmo após muitas conquistas em diversos campos, os homens ainda tratam as mulheres ( esposas) como coadjuvantes, a personagem cita Ovídio: “Eis a causa que impede as esposas legitimas de serem amadas, os maridos vêe-nas quando querem”. Sintetiza a longa tradição do apagamento da mulher, e a miopia conjugal que são submetidos os casamentos. Lena fala da desleal competição dos afazeres, enquanto o homem sai para trabalhar, a mulher fica com a responsabilidade da casa e os filhos e ainda as preocupações com a manutenção da relação sexual, pois culturalmente é uma obrigação da mulher, e se essa falhar, é apropriado o homem buscar outras. A escrita do autor, traz uma questão importante sobre a literatura, que não existe uma escrita particular feminina ou masculina, mesmo sendo um homem, Vaz (2010) trabalha o casamento, a infidelidade e o abandono por uma ótica que aproxima do pensamento feminino, pois os diálogos estão repletos de medos e decepções, e os sentimentos expostos são problemas que são mais descritos nas obras femininas. Autoras como Virginia Woolf já questionava o lugar da mulher na literatura, mas esse questionamento esta ligado as condições das mulheres e o longo caminho percorrido para estas se firmarem como escritoras, tendo em vista que a literatura representa a sociedade, afinal que experiências as mulheres poderia abordar, se sua liberdade era limitada, os acessos a bibliotecas e as universidades eram negados? restando assim para a mulher falar do seu cotidiano, do lar.