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OS BANCOS COMUNITÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO

(BCDS) E A POLÍTICA PÚBLICA DE FINANÇAS


SOLIDÁRIAS: A EXPERIÊNCIA DO PROJETO BCDS EM
REDE NO NORDESTE BRASILEIRO

Magno Willams de Macedo Farias


Elenita Barbosa de Souza
Simaia Santos Barreto
Genauto Carvalho de França Filho
Introdução
 Objetivo Geral: Analisar o processo de implementação de
uma ação de política pública, do tipo bottom up, orientada
para o fomento de experiências de BCDs no Nordeste
brasileiro, considerando os desafios encontrados durante sua
execução em meio a um cenário de desarticulação das
políticas públicas em curso, com consequências para o
campo da economia solidária.

 O trabalho analisa a execução do projeto Bancos


Comunitários em Rede (BCD’s em Rede) no Nordeste, no
âmbito da Política Pública de Finanças Solidárias fomentada
pela SENAES/MTE;
Metodologia
 Abordagem qualitativa;
 Estudo de Caso como estratégia de pesquisa: Projeto Rede
BCDs
 Fontes de evidências:
 Pesquisa documental: relatórios técnicos (2014 a 2017);
relatórios serviços de finanças e relatórios de atividades de
campo.
Observação como participante: visitas de acompanhamento;
encontros formativos e reuniões dos conselhos gestores.
 Dimensões observadas: mobilização e articulação social nos
territórios; burocratização institucional dos processos de
execução; e a descontinuidade da política.
Análise
 A análise aqui apresentada perpassa quatro metas do
projeto:
Fortalecimento e estruturação de 20 (vinte) Bancos
Comunitários de Desenvolvimento (BCD´s);
Criação de 10 (dez) novos Bancos Comunitários de
Desenvolvimento (BCDs);
Serviço de finanças solidárias;
Fortalecimento do processo de articulação em rede dos 30
BCDs. ;
Análise: Fortalecimento e estruturação de 20 (vinte)
Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCD´s)

 Substituição de 04 BCDs;
 Entre 2015 e 2016 vários movimentos sociais se articulam em
manifestações políticas e sociais em disputa por condução de
preferências políticas no Brasil;
 Exemplo: Banco BAMEX – Ameaças dos direitos a nível nacional
e disputas locais.
 Repercussão da burocracia no decorrer da assistência técnica:
 Dificuldade das comunidades organizarem as associações
locais;
 Sustentabilidade dos bancos – garantia de infraestrutura mínima
(serviços de finanças).
 Falta de garantia da manutenção da política.
Análise: Criação de 10 (dez) novos Bancos Comunitários
de Desenvolvimento (BCDs);

 Foram criados 9 BCDs:

 Início havia desarticulação e desmobilização das comunidades –


substituição de quatro territórios;

 Identificação do descompasso entre a implementação de ações


previstas no projeto e as demandas locais:
 Burocracias institucionais – tempo maior para execução dos serviços
(contratação das associações, moeda e infraestrutura);

 Dificuldade na formação do fundo de crédito e manutenção de


pessoal dos BCDs;
Análise: Serviço de finanças solidárias

 Inovação no contexto de execução – possibilitou condições


mínimas no processo de mobilização;
 Lançamento de três chamadas públicas - arranjo
administrativo/burocrático para realização do projeto;
 Dificuldade de execução por algumas experiências – Exemplos:
Banco Sertanejo, Choró – CE, Banco BAMEX, Canavieiras -Ba e
Dunas, Barra dos Coqueiros – SE;
 Recurso garantiu a capacidade financeira para melhoria das
condições de funcionamento dos BCDs;
Análise: Fortalecimento do processo de articulação em
rede dos 30 BCDs

 A execução do projeto garantiu espaço de articulação que


possibilitou, em certa medida, o fortalecimento dos BCDs;

 Institucionalização da Rede Brasileira de Bancos Comunitários;

 A adesão dos bancos ao aplicativo comum aos bancos


comunitários denominado “E-dinheiro” ;

 Criação de diversas redes estaduais;

 Incidência no GT de finanças – Publicação de um edital na Bahia.


Resultados

 Existência de fragilidade da burocracia na política de economia


solidária;

 Evidencia, empiricamente, que a mobilização social para


manutenção do banco comunitário é fruto de um tecido social
articulado em rede de atores e organizações;

 A existência de descontinuidade da política implica diretamente


no descompasso da implementação de ações previstas e
demandas locais;

 A execução do projeto requereu inovações administrativas e de


execução para superar ausência de institucionalidade no âmbito
das finanças solidárias.
Resultados

 Evidencia de desafios e avanços dos bancos comunitários de


desenvolvimento enquanto práticas de gestão social;

 Verificou-se que sustentabilidade do banco comunitário depende


diretamente de uma ação estruturante de uma organização social
com recursos ilimitados para a ação, um agente público
fomentador da experiência ou inovações sucessivas que permitam
o funcionamento contínuo da estrutura necessária;

 Observou-se a fragilidade de politicas públicas menos


institucionalizadas, como é o da Economia Solidária;
Obrigado!

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