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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................................. 2
2. DEFINIÇÕES OPERACIONAIS ....................................................................................................................................................................... 3
3. DIRETRIZ ..................................................................................................................................................................................................... 4
4. FINALIDADE ................................................................................................................................................................................................ 4
5. MATERIAIS NECESSÁRIOS ........................................................................................................................................................................... 4
6. RECURSOS HUMANOS ................................................................................................................................................................................ 4
7. CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA POR SARS-COV-2 (COVID-19) .................................................................................................................... 5
8. CONDUTAS MÉDICAS.................................................................................................................................................................................. 6
8.1. CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA ........................................................................................................................................................................ 6
8.2. TERAPIA ................................................................................................................................................................................................. 7
8.2.1. Doença Leve ou Pneumonia (sem sinais de gravidade)..................................................................................................................... 7
8.2.2. Orientação quanto aos sinais e sintomas de agravamento da doença.............................................................................................. 8
8.2.3. Doença Grave ................................................................................................................................................................................... 8
8.3. EXAMES A SEREM SOLICITADOS NA INTERNAÇÃO DE CASOS SUSPEITOS DE COVID-19 ........................................................................ 9
8.3.1. Exames Iniciais .................................................................................................................................................................................. 9
8.3.2. Exames diagnósticos para infecção por SARS-CoV-2 ....................................................................................................................... 10
8.3.3. Exames de cultura (em caso de SEPSE ou suspeita de foco infeccioso) .......................................................................................... 11
8.3.4. Culturas de vigilância ...................................................................................................................................................................... 11
8.4. TERAPIA INICIAL ................................................................................................................................................................................... 12
8.4.1. Oxigenoterapia e Monitorização..................................................................................................................................................... 12
8.4.2. Uso de Ventilação não-invasiva ...................................................................................................................................................... 13
8.4.3. Prona espontânea ........................................................................................................................................................................... 14
8.4.4. Manejo de Fluidos .......................................................................................................................................................................... 14
8.5. TRATAMENTO DE COINFECÇÕES ......................................................................................................................................................... 15
8.6. SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA/ARDS) ................................................................................................. 16
8.7. CHOQUE SÉPTICO ................................................................................................................................................................................ 19
8.7.1. Abordagem da Infecção .................................................................................................................................................................. 19
8.7.2. Ressuscitação volêmica................................................................................................................................................................... 19
8.7.3. Vasopressores e inotrópicos ........................................................................................................................................................... 20
8.7.4. Dispositivos invasivos...................................................................................................................................................................... 20
8.8. CORTICOSTEROIDES ............................................................................................................................................................................. 21
8.9. HEPARINA SÓDICA ............................................................................................................................................................................... 22
9. DROGAS ESPECÍFICAS ESPECIAIS............................................................................................................................................................... 24
10. CRITÉRIOS PARA RETIRADA DE PRECAUÇÕES PARA PACIENTES SUSPEITOS COVID-19 ........................................................................ 25
11. CRITÉRIOS PARA ALTA HOSPITALAR ..................................................................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................................................................... 26
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1. INTRODUÇÃO
O novo coronavirus (SARS-CoV-2) é um vírus identificado como a causa de um surto de doença
respiratória detectado pela primeira vez em Wuhan, China. No início, muitos dos pacientes do surto na
China teriam algum vínculo com um grande mercado de frutos do mar e animais, sugerindo a
disseminação de animais para pessoas. No entanto, um número crescente de pacientes supostamente
não teve exposição ao mercado de animais, indicando a ocorrência de disseminação de pessoa para
pessoa. A doença pelo SARS-CoV-2 foi denominada COVID-19 e declarada como emergência de saúde
pública internacional e pandemia instalada em março de 2020. Desde então, praticamente todos os
países e territórios do mundo relataram casos confirmados da doença, incluindo casos de óbito,
especialmente relacionados a alguns fatores de risco.
Para infecções confirmadas pelo SARS-CoV-2, há relatos de pessoas com sintomas leves e outras
com sintomas muito graves, chegando ao óbito, em algumas situações. Os sintomas mais comuns
dessas infecções podem incluir sintomas respiratórios (tosse, dificuldade para respirar, batimento das
asas nasais, entre outros) e febre (a febre pode não estar presente em alguns pacientes, como aqueles
que são muito jovens, idosos, imunossuprimidos ou que tomam medicamentos antitérmicos).
A OMS determinou que os códigos U 07.1 e U 07.2, reservado para casos emergenciais, devem ser
utilizados para COVID-19. Na falta do CID U 07.1 na base de registro, a Coordenação Geral de
Informações e Análises Epidemiológicas (CGIAE/DASNT/SVS/MS), gestora do SIM em nível nacional,
informa que o código B34.2 (Infecção por coronavírus de localização não especificada) da CID-10 deve
ser utilizado para a notificação de todos os óbitos por COVID-19. Para os óbitos ocorridos por doença
respiratória aguda devido à COVID-19, deve ser utilizado também, como marcador, o código U04.9
(Síndrome Respiratória Aguda Grave – SARS) e CID B 34.2 – infecção por coronavírus de localização não
especificada – pode ser utilizado.
Em caso de óbito, a declaração de óbito (DO) deve ser emitida pelo médico assistente, em caso de
morte ocorrida em hospitais e outras unidades de saúde ou em domicílio. Nos casos em que a causa
do óbito tenha sido esclarecida no SVO, fica a cargo do médico patologista. Seguir POP específico.
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2. DEFINIÇÕES OPERACIONAIS
CASOS SUSPEITOS
DEFINIÇÃO 1 – SÍNDROME GRIPAL (SG): indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por
sensação febril ou febre1, mesmo que relatada, acompanhada de tosse OU dor de garganta OU coriza
OU dificuldade respiratória.
Em Idosos: a febre pode estar ausente. Deve-se considerar também critérios específicos de
agravamento como síncope, confusão mental, sonolência excessiva, irritabilidade e inapetência.
DEFINIÇÃO 2 – SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG): Síndrome Gripal que apresente:
dispneia/desconforto respiratório OU pressão persistente no tórax OU saturação de O2 menor que 95%
em ar ambiente OU coloração azulada dos lábios ou rosto (cianose).
Em Crianças: além dos itens anteriores, observar os batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem
intercostal, desidratação e inapetência.
CASOS CONFIRMADOS
• Biologia molecular (RT-PCR em tempo real, detecção do vírus SARS-CoV2, influenza ou VSR):
» Doença pelo coronavírus 2019: com resultado positivo para anticorpos IgM e/ou IgG. Em amostra
coletada após o sétimo dia de início dos sintomas.
1 Na suspeita de COVID-19, a febre pode não estar presente. 2 Ver informações sobre investigação laboratorial
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8. CONDUTAS MÉDICAS
Pneumonia Pacientes com pneumonia, mas sem sinais de gravidade e sem necessidade de O2 suplementar.
leve
Pneumonia Pacientes com febre ou suspeita de infecção respiratória + pelo menos 1:
grave
FR> 30irpm, desconforto respiratório grave ou SpO2 ≤93% em ar ambiente.
Síndrome do Tempo de início: sintomas respiratórios novos ou piora dentro de 1 semana do início do quadro.
Desconforto
RX ou TC de tórax: opacidades bilaterais não explicadas por outras causas (como sobrecarga de
Respiratório
volume, colapso lobar ou pulmonar, nódulos, Ex. derrame pleural, atelectasia ou nódulos
Agudo (SDRA)
pulmonares)
Origem infiltrado pulmonar: edema pulmonar não completamente explicado por insuficiência
cardíaca ou sobrecarga de volume. É necessário ecocardiograma para excluir causa hidrostática
do edema se não houver fator de risco evidente.
Comprometimento da Oxigenação:
SDRA leve: PaO2/FiO2 ≤ 300 mmHg
SDRA moderado: PaO2/FiO2 ≤200 mmHg
SDRA grave: PaO2/FiO2 ≤ 100 mmHg
Quando a PaO2 não estiver disponível: SpO2/FiO2 ≤315 sugere SDRA
Sepse Disfunção orgânica grave causada por resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção
suspeita ou comprovada
Sinais de Disfunção Orgânica: alteração do nível de consciência, dispneia ou taquipneia,
dessaturação, oliguria, taquicardia, pulsos finos, extremidades frias, pulso fraco ou hipotensão,
livedos ou evidência alterações laboratoriais (coagulopatia, trombocitopenia, acidose,
hiperlactatemia ou hiperbilirrubinemia)
Choque Hipotensão persistente apesar da ressuscitação volêmica, com necessidade de vasopressores
séptico para manter PAM ≥65 mmHg + lactato sérico >2 mmol/L.
8.2. TERAPIA
− Não requer internação, mas é necessário isolamento domiciliar (termo de consentimento livre e
esclarecido, atestados médicos para paciente e contatos domiciliares).
− Orientação do paciente e acompanhantes quanto às precauções.
− Prescrição de sintomáticos, como analgésicos e antitérmicos.
− Iniciar Oseltamivir, para pessoas com comorbidades, até 48h de sintomas, até descartada influenza
ou confirmada COVID-19.
− O uso inadequado de drogas bacterianas deve ser evitado.
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- Caso surjam, o paciente necessita atendimento médico para a decisão sobre internação hospitalar.
Glasgow < 15
Dispneia/taquipneia
Alteração da ausculta pulmonar (crépitos)
Cianose
Tontura/ Confusão mental/agitação psicomotora/ torpor
Sinais de choque
o PAM < 65 mmHg + Lactato > 2 mMol/L
Oligúria < 0,5 ml/kg/h
Insuficiência respiratória
o SO2 < 95%, PaO2 < 70, PCO2 > 50, pH < 7,35
Diminuição da movimentação fetal
Hemograma Coagulograma
Ureia Gasometria arterial e/ou venosa central
Creatinina Sódio
TGO Potássio
TGP Ca (opicional em enfermaria)*
Bilirrubinas Mg (opicional em enfermaria)*
Proteínas totais Fósforo (opicional em enfermaria)*
DHL CPK*
Lactato sérico CKMB*
PCR Troponina*
D-dímero BNP*
Ferritina * Solicitar apenas quando indicação clínica
ECG Se dor torácica ou outra indicação cardiológica
Ensaios moleculares
o Colher preferencialmente entre 3º e 7º dias do início de sintomas.
o Se > 7 dias, avaliar coleta de amostra de trato respiratório inferior (aspirado
nasofaríngeo, escarro, aspirado traqueal, lavado broncoalveolar etc)
o Em pacientes intubados, preferir amostra de aspirado traqueal.
− Pesquisa por RT-PCR de vírus influenza + painel viral incluindo SARS-CoV-2 (LACEN)
o Em todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, gestante ou
neonatologia
o Notificação CIEVS (checar com Vigilância se já realizada)
O LACEN não prossegue a investigação de painel viral para Influenza e outros vírus
se SARS-CoV-2 detectável.
Teste sorológico: deve ser colhido após 8º dia de sintomas, preferencialmente após o 10º
o Para complementação diagnóstica, em pacientes com tempo de doença
prolongado e RT-PCR negativo ou indisponível e quadro clínico-radiológico
compatível.
o Teste sorológico não deve ser utilizado isoladamente para diagnóstico de
doença em atividade
Em locais com equipe multiprofissional com vasta experiência no uso de ventilação não-invasiva e
com disponibilidade de monitorização rigorosa do paciente, proteção adequada da equipe e
limpeza frequente do ambiente, pode-se tentar a ventilação não-invasiva para pacientes dispneicos
e hipoxêmicos, apesar da suplementação de O2, com SpO2 menor que 93% com cateter nasal de
oxigênio ≥ 5 litros/minuto, desde que sejam cumpridas estritamente as recomendações a seguir:
Adotar precauções com barreira máxima pelos profissionais (uso de avental impermeável, luvas,
gorro, máscara N95, óculos, faceshield, propé).
Realizar ventilação não-invasiva preferencialmente em quarto individual, se possível com pressão
negativa. Na indisponibilidade, realizar apenas em quarto com boa ventilação.
Realizar a ventilação não-invasiva com máscara conectada a dispositivo HME e circuito duplo do
ventilador mecânico com software de ventilação não invasiva e com filtro HEPA no ramo
expiratório, em ventilador convencional.
Usar máscara totalmente vedada à face, com película protetora para evitar lesão de pele, e ajuste
da interface com o mínimo vazamento de ar para o ambiente.
Se não for possível reunir TODAS as condições acima relatadas, associada a uma equipe treinada
para este tipo de ventilação, deve-se EVITAR o uso de Ventilação Não-Invasiva rotineiramente.
Neste caso, ajustar com parâmetros pressóricos baixos: até 10cmH20 de EPAP e no máximo
10cmH20 de delta de IPAP para manter SpO2 acima de 93% e abaixo de 96% com FIO2 ≤ 50% e
frequência respiratória < 24 incursões respiratórias por minuto.
Reavaliar a resposta clínica em 30 a 60 minutos. Se o paciente apresentar melhora clínica, com menos
dispneia, queda da frequência respiratória, saturação no alvo e melhora da gasometria arterial, a VNI
poderá ser mantida, de forma intercalada com cateter nasal de baixo fluxo (até 5 litros por minuto)
ou máscara de oxigênio com reservatório de O2. Pode ser mantida essa estratégia se estiver sendo
percebida melhora clínica entre uma sessão e outra.
Caso não haja melhora ou haja piora durante o uso da ventilação não-invasiva, esta deve ser
interrompida e o paciente prontamente intubado e ventilado mecanicamente.
Caso haja nova piora da insuficiência respiratória, deve-se intubar prontamente o paciente, sem
tentar realizar novamente outra sessão de ventilação não-invasiva.
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Estratégia Conservadora
Se não houver sinais de hipoperfusão/choque, manter mínima infusão de fluidos
intravenosos –estimular hidratação por via oral, sempre que possível (ou via SNE, se for o caso)
Ressuscitação volêmica agressiva pode piorar a oxigenação, aumentando a necessidade de
ventilação mecânica
Em pacientes já sob ventilação mecânica, estratégia conservadora no manejo de fluidos
está associada a menor tempo de ventilação
Promover preferencialmente balanço hídrico negativo ou zerado, se viável (diurético
poderá ser utilizado, com critério). Atentar para risco de injúria renal.
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Não iniciar antibioticoterapia imediata em casos leves, sem sepse, se definido apenas quadro
pneumônico viral. Verificar se há suspeita de influenza e se oseltamivir está indicado. Avaliar
evolução.
Tomografia sem presença de consolidações, suspender antibioticoterapia, se ausência de outro
foco infeccioso. Manter vigilância infecciosa diária, com intuito de identificar coinfecção bacteriana.
Tomografia com consolidações, porém classificada clinicamente como pneumonia adquirida na
comunidade (PAC) sem gravidade, utilizar isoladamente de betalactâmico (amoxicilina-clavulanato,
ceftriaxone) ou macrolídeo (azitromicina, claritromicina) ou fluorquinolona (levofloxacina,
moxifloxacina – evitar e pesar risco-benefício).
Associar macrolídeo em PAC grave, sepse ou choque séptico.
Em sepse / choque séptico, iniciar terapia antimicrobiana empírica para tratar todos os possíveis
patógenos causadores de infecção respiratória aguda grave, o mais rápido possível (dentro de uma
hora da identificação da sepse). Quadro 2.
Terapia antimicrobiana empírica deve ser baseada no diagnóstico clínico (pneumonia comunitária,
pneumonia hospitalar), nos dados locais de epidemiologia e suscetibilidade, nos guidelines oficiais de
tratamento.
A febre em COVID-19 pode persistir por longo período, sem necessariamente representar
complicação infecciosa. Avaliar criteriosamente a presença de coinfecções e realizar screening com
culturas e busca de focos infecciosos retidos.
Descalonamento de acordo c/ resultados de microbiologia e julgamento clínico.
Toda prescrição de antimicrobiano necessita de formulário de controle específico.
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A. Intubação traqueal – A intubação traqueal não deve ser postergada, devendo ser realizada com
indução anestésica e intubação em sequência rápida com toda a paramentação da equipe e em
ambiente adequado. Vide protocolo específico da unidade.
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B. Ventilação mecânica
Implementar ventilação mecânica protetora
Modo : Volume controlado
Volume corrente : Iniciar com 6 mL /kg peso corporal predito
O uso de sedação profunda pode ser necessário, para controle do drive respiratório e obtenção do
volume corrente desejado
Todos os pacientes devem ter o cálculo do Peso Corporal Predito (PCP) realizado no momento da
admissão à UTI ou à Enfermaria, independente de estarem ou não intubados, através das seguintes
fórmulas:
•Masculino: 50 + 0,91 x (altura em cm 152,4)
•Feminino: 45,5 + 0,91 x (altura em cm 152,4)
Pressão de platô : < 30 cmH2O
Driving pressure (= pressão de platô - PEEP): < 15 cmH2O
Frequência respiratória : 18 a 25 ipm (manter volume minuto entre 7 e 10 L/min)
PEEP inicial : 10 cmH2O
Alvo inicial de SpO 2 : 93 a 96% (evitar hipóxia e evitar hiperoxia
Realizar gasometria arterial dentro de 30 a 60 minutos da instalação da ventilação mecânica, com
ajustes de parâmetros ventilatórios de acordo com a necessidade
Na SDRA/ARDS moderada (PaO2 /FiO2 ≤ 200) ou grave (PaO2 /FiO2 ≤ 100), maiores níveis de PEEP
podem ser necessários. PEEP será definido de acordo com titulação individual ou de acordo com tabela
PEEP/FiO 2 ARDSNet )
Manobras de recrutamento alveolar não estão, a priori , indicadas
Na SDRA/ARDS grave (PaO2 /FiO2 ≤ 100), ventilação em posição prona por 12 a 16 horas por dia
Obs : Pacientes grávidas podem se beneficiar de serem posicionadas em decúbito lateral esquerdo
Protocolo de desmame específico
Bloqueador neuromuscular contínuo: Não usar de rotina. Considerar uso nos casos de:
Assincronia a despeito de sedação profunda, comprometendo a limitação do volume corrente
Hipoxemia ou hipercapnia refratárias
Evitar desconectar o paciente do ventilador
Usar sistema fechado de aspiração traqueal
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Infecção suspeita ou confirmada com necessidade de vasopressores para manter PAM ≥ 65 mmHg
+ lactato > 36 mg/ dL (ou > 2 mmol/ L), na ausência de hipovolemia.
Na ausência de lactato, usar PAM + sinais clínicos de hipoperfusão para a definição de choque:
livedos, perfusão periférica, enchimento capilar, frequência cardíaca e nível de consciência.
Terapia antimicrobiana imediata, iniciada dentro de 1 hora do diagnóstico.
Em casos oriundos da comunidade, iniciar esquema duplo. Quadro 2
Hemoculturas (duas amostras): coletar antes de iniciar e de alterar esquema antimicrobiano.
Urocultura, cultura de aspirado traqueal e cultura de abscessos – avaliar caso a caso.
Ampliação do espectro antibacteriano a critério médico, de acordo com epidemiologia local, uso
prévio de antimicrobianos e foco infeccioso.
Alvos:
1. PAM > 65 mmHg (em pacientes ≥ 65 anos, PAM 60 a 65 mmHg) E
2. Débito urinário > 0,5 ml /kg/h
3. Melhora nos sinais de hipoperfusão: livedos , perfusão periférica, enchimento capilar, frequência
cardíaca, nível de consciência
4. Redução do lactato
Determinar necessidade de bolus adicionais baseado na resposta clínica
Obs : Em pacientes grávidas, compressão da veia cava inferior pode causar redução do retorno venoso
e pré carga cardíaca, podendo resultar em hipotensão. Por essa razão, grávidas em sepse ou choque
séptico podem se beneficiar de posicionamento em decúbito lateral esquerdo
Vasopressores : Indicados quando o choque persiste durante ou após a ressuscitação volêmica. Usar a
mínima dose necessária para manter perfusão e prevenir efeitos adversos
• Noradrenalina
• Vasopressina
Inotrópicos : nos casos de persistência de sinais de má perfusão tecidual e disfunção cardíaca , mesmo
após a obtenção da PAM alvo com fluidos e vasopressores (doença cardíaca prévia, injúria miocárdica
associada à COVID 19). Usar Dobutamina
Todos os pacientes que necessitarem de vasopressores devem ter acesso venoso central.
Se ainda não houver acesso venoso central, vasopressores podem ser iniciados em acesso venoso
periférico, veia de grosso calibre (monitorização para sinais de extravasamento e necrose tecidual local)
Passar acesso venoso central o mais rápido possível preferência por veia jugular interna esquerda
(preservar veia jugular interna direita para eventual necessidade de hemodiálise). Utilizar
Ultrasonografia para punção.
Todos os pacientes que necessitarem de vasopressores devem ter pressão arterial invasiva
preferência por artéria radial .
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Todos os pacientes que necessitarem de vasopressores devem ter sonda vesical de demora
instalada.
Para reduzir o acesso ao box/quarto/leito do paciente, organizar para fazer os procedimentos no
mesmo tempo.
8.8. CORTICOSTEROIDES
Não prescrever corticosteroides sistêmicos para o tratamento de pneumonias virais em fase inicial
(< 7 dias), a menos que indicado por outras razões, tais como, crise asmática, DPOC descompensado ,
choque séptico refratário (que persiste a despeito de expansão volêmica + vasopressores).
Enquanto alguns estudos sugerem benefícios em subpopulações específicas, outros sugerem piora
com aumento de carga viral, aumento do tempo de internação e aumento do risco de infecção
secundária. Além de possíveis riscos: necrose avascular, psicose, hiperglicemia, hipernatremia,
hipocalemia, clearance viral retardado, infecções secundárias.
Atentar para contraindicações ou piora de doenças de base.
De acordo com evidências recentes (Estudo RECOVERY), em pacientes com COVID-19 confirmado
ou com alta suspeição clínica, pode ser indicado o uso de dexametasona 6 mg/dia por até 10 dias, em
pacientes com hipoxemia comprovada (SaO2 ≤ 93%, relação P/F < 300) e com pelo menos 7 dias de
doença. A mesma dose demonstrou benefício em pacientes em ventilação mecânica.
Equivalência de doses: hidrocortisona 160mg = prednisona 40mg = metilprednisolona 32mg
Em gestantes, substituir dexametasona por prednisona 40mg VO ou hidrocortisona 80mg de
12/12h EV.
Corticosteroides poderão ser considerados em doses maiores, de acordo com a indicações
específicas, como no tratamento de broncoespasmo refratário ou choque séptico.
Não há evidências atuais de que o uso de corticosteroides, fora das indicações acima, seja benéfico
ou isento de riscos. Revisões sistemáticas do eu uso em SARS, MERS e COVID-19 não demostrou
benefícios e evidenciou riscos de complicações. Estudos clínicos estão em curso.
Até este momento, não há indicação da manutenção do uso do corticóide após a alta, se melhora
clínica, o mesmo pode ser suspenso antes de 10 dias.
Dose para broncoespasmo: hidrocortisona 100 mg 8/8h, por 3 a 5 dias.
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Em Terapia Intensiva:
o Dose para choque séptico: Dexametasona 6mg EV 2x/dia ou hidrocortisona 200mg/dia.
Em gestantes, para maturação pulmonar fetal:
– Betametasona 12mg 1x dia por 2 dias.
– Após maturação, iniciar esquema com hidrocortisona 160mg/dia ou prednisona 40mg.
O uso de heparina de baixo peso molecular em doses de 40-60 mg não foi associado a diminuição
da mortalidade em estudo retrospectivo conduzido em Wuhan com 449 pacientes (30.3% vs 29.7%,
P=0.910) exceto em pacientes com SIC (sepsis‐induced coagulopathy) > ou = 4 ou aumento de D
Dímero acima de 6x o valor de referência. TANG, et al.
A incidência de eventos tromboembólicos em pacientes internados é elevada mesmo em uso de
doses profiláticas. KLOK, FA et al. Microtromboses pulmonares são achados comuns em necropsias
(Pacientes do HC-USP 8/10 e New Orleans 2/4).
Até este momento, não recomendamos drogas experimentais fora de estudos clínicos bem delineados.
São exemplos destas:
- Remdesivir
- Interferon
- Ribavirina
- Fabiravir
- Lopinavir/Ritonavir
- Tocilizumabe
- Imunoglobilina hiperimune humana
- Plasma de pacientes curados de COVID-19 (Plasma de convalescentes)
- Ivermectina
- Nitazoxanida
- Outros sem comprovação de evidência
Conforme evidências recentes, a hidroxicloroquina/cloroquina, associada ou não à azitromicina, não
deve ser utilizada para tramanento de pacientes hospitalizaddos com COVID-19 (estudo RECOVERY,
OMS, IDSA), inclusive como medicação profilática.
REFERÊNCIAS
1. AMIB. Orientações sobre o manuseio do paciente com pneumonia e insuficiência respiratória
devido a infecção pelo coronavírus (SARS-CoV-2) - Versão n.06/2020. Disponível em:
https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/abril/24/Orientac__o__es_para_o_
Manuseio_do_paciente_com_coronavirus_-V6_Junho_2020.pdf
2. Bouadma, L, et al. Severe SARS‑CoV‑2 infections: practical considerations and management
strategy for intensivists. Intensive Care Med. https://doi.org/10.1007/s00134-020-05967-x.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus (2019-nCoV).
Brasília (DF), 2020. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04-2020+GVIMS-
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PROCEDIMENTO / ROTINA
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Título do MANEJO CLÍNICO DO PACIENTE SUSPEITO OU Emissão: 29/06/2020 Próxima revisão:
Documento CONFIRMADO PARA COVID 19 Versão: 03/2020
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PROCEDIMENTO / ROTINA
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ANEXOS
CID-10 Descrição
U07.1 Diagnóstico de COVID-19 confirmado por exames laboratoriais.
U07.2 Diagnóstico clínico ou epidemiológico de COVID-19, quando a confirmação laboratorial
é inconclusiva ou não está disponível.
1. HISTÓRICO DE REVISÃO
Elaboração e Validação:
Serviço de Controle de Infecção Relacionado à Assistência à Saúde – SCIRAS
Dulcelene de Sousa Melo – Enfermeira do SCIRAS
Fernanda Melo Vieste – Médica Infectologista do SCIRAS
Moara Alves Santa Bárbara Borges – Médica Infectologista do SCIRAS Data: 08/04/2020 V1
Suely Cunha Albernaz Sirico – Enfermeira do SCIRAS
Equipe Médica da Unidade de Terapia Intensiva HC/UFG
Suelene Aires Franca
Marciano de Sousa Nóbrega
Homologação:
Data: 09/04/2020 V1
Divisão Médica
Revisão da Versão 2:
Data: 27/04/2020 V2
SCIRAS
Homologação:
Data: 29/04/2020 V2
Divisão Médica
Revisão da Versão 3:
SCIRAS
Fernanda Melo Vieste – Médica Infectologista do SCIRAS
Moara Alves Santa Bárbara Borges – Médica Infectologista do SCIRAS
Equipe Médica da Unidade de Terapia Intensiva HC/UFG
Dimitra Pyloridis Lustosa
Data: 29/06/2020 V3
Marciano de Sousa Nóbrega
Equipe Pneumologia
Amanda da Rocha Oliveira Cardoso
Daniela Graner Scuwartz Tannus Silva
Equipe Hematologia
Yana de Sousa Rabelo
Homologação:
Data: 29/06/2020 V3
Divisão Médica