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Universidade Federal do Pampa

Campus Bagé
Engenharia de Produção
Disciplina de Eletricidade Aplicada
Professor Dr. Gustavo Marchesan

TRABALHO FINAL DE INSTALAÇÕES


ELÉTRICAS

PROJETO RESIDENCIAL

Barbara Barbieri
Bruna Antunes
Caroline Martins
Fabiano Dantas
Mateus Irigoen
Vanuza Gomes

Bagé/RS
Julho/2016
BARBARA BARBIERI
BRUNA ANTUNES
CAROLINE MARTINS
FABIANO DANTAS
MATEUS IRIGOEN
VANUZA GOMES

PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


ELETRICIDADE APLICADA

Relatório de eletricidade apresentado


ao Curso de Engenharia de
Produção, turma EP11 da
Universidade Federal do Pampa,
como requisito parcial para obtenção
da aprovação na disciplina.
Professor responsável: Dr. Gustavo
Marchesan

BAGÉ/RS
JULHO/2016
Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
2. PROJETO DE INSTALAÇÃO ELÉTRICA DE UMA RESIDÊNCIA ........................................ 1
3. MEMORIAL DESCRITIVO .................................................................................................. 2
3.1. Pontos de Iluminação e pontos de tomada ............................................................... 2
3.1.1. Iluminação ................................................................................................................. 3
3.1.2. TUG’S ......................................................................................................................... 3
3.1.3. TUE’S .......................................................................................................................... 3
3.1.4. Divisão das instalações .............................................................................................. 4
3.2. Tipos de fornecimento de tensão ............................................................................. 4
3.3. Cálculo das correntes ............................................................................................... 4
3.4. Dimensionamento dos condutores................................................................................. 5
3.4.1. Condutores utilizados ................................................................................................ 7
3.4.2. Seção mínima dos condutores utilizados .................................................................. 7
3.5. Dimensionamento dos eletrodutos ................................................................................ 8
3.6. Dispositivos de proteção dos circuitos ......................................................................... 10
3.6.1. Disjuntores termomagnéticos (DTM) e Disjuntores diferenciais residuais (DR) ..... 10
3.7. Sistema de proteção para descargas atmosféricas ...................................................... 11

4. MEMORIAL DE CÁLCULO ............................................................................................... 11


4.1. Iluminação ............................................................................................................ 11
4.2. TUG’S .................................................................................................................... 11
4.3. TUE’S .................................................................................................................... 12
4.4. Cálculo para potência total .................................................................................... 12
4.5. Cálculo das correntes do circuito ............................................................................ 12
4.5.1. Cálculo da corrente dos circuitos terminais e divisão dos circuitos ........................ 14

5. AGRUPAMENTO DOS CIRCUITOS POR ELETRODUTO ................................................... 15


6. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES .................................................................... 16
7. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO DOS CIRCUITOS ............................................................. 17
8. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 18
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 18
10. ANEXOS .......................................................................................................................... 18
10.1. Fatores de agrupamento por circuito .......................................................... 18
10.2. Corrente Ib ................................................................................................ 18
10.3. Diagrama unifilar ....................................................................................... 18
10.4. Planta baixa com instalação elétrica ........................................................... 18
LISTA DE TABELAS

1. TABELA 1. Capacidade de condução de corrente dos condutores ..................................... 7

2. TABELA 2. Dimensões médias dos condutores ................................................................... 8

3. TABELA 3. Eletrodutos PVC rígido rosqueável .................................................................... 9

4. TABELA 4. Potência de Iluminação por cômodo ............................................................... 11

5. TABELA 5. Potência de TUG'S por cômodo ....................................................................... 11

6. TABELA 6. Potência de TUE'S por cômodo ...................................................................... 12

7. TABELA 7. Fatores de demanda para os pontos de iluminação e de tomadas ................ 13

8. TABELA 8. Fator de demanda para circuitos independentes ........................................... 13

9. TABELA 9. Divisão da corrente por circuitos ..................................................................... 15

10. TABELA 10. Fatores de agrupamento ................................................................................ 15

11. TABELA 11. Capacidade de condução de corrente, em ampères, em relação aos métodos
de referência B1, B2 e D ..................................................................................................... 16

12. TABELA 12 Dimensionamento dos condutores de acordo com a norma ......................... 16

13. TABELA 13. Máxima queda de tensão .............................................................................. 17

14. TABELA 14. Dispositivo de proteção ................................................................................. 17


LISTA DE FIGURAS

1. FIGURA 1. Planta do projeto elétrico .................................................................................. 2

2. FIGURA 2. Tabela de condução de corrente ....................................................................... 6

3. FIGURA 3. Instalações alimentadas desde a rede de Baixa Tensão da concessionária ...... 6

4. FIGURA 4. Planta por trechos ............................................................................................. 9


1. Introdução
No mundo atual, a principal fonte de luz, calor e força é a eletricidade.
Além de auxiliar no dia-a-dia das pessoas, tem extrema importância para o setor
comercial e industrial, auxiliando assim, o desenvolvimento do país. A
eletricidade chega aos consumidores por meio de sistemas elétricos complexos,
compostos de quatro etapas: geração, transmissão, distribuição e consumo.
A geração de energia acontece de diversas maneiras, entre elas: usinas
hidrelétricas, usinas termelétricas e usinas nucleares. Atualmente no Brasil, a
forma mais utilizada para a geração de eletricidade, é a energia provinda das
hidrelétricas.
Segundo Cotrim (2009), um sistema elétrico é um circuito ou um conjunto
de circuitos elétricos inter-relacionados, constituído para determinada finalidade.
É formado essencialmente, por componentes elétricos que conduzem corrente.
Uma instalação elétrica, consiste basicamente, em um conjunto de materiais e
componentes elétricos indispensáveis ao funcionamento de um circuito ou
sistema elétrico. Sendo o sistema elétrico físico o conjunto de componentes
elétricos associados e coordenados entre si, composto para um fim específico.
Todas as instalações elétricas devem seguir normas técnicas, com as quais
se garante o seu bom funcionamento e a segurança de pessoas e animais
domésticos, bem como a conservação dos bens. No Brasil essas normas
técnicas são definidas pela Associação Brasileira de Normas técnicas, ABNT,
sendo a principal delas a norma NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa
tensão, esta norma abrange quase todos os tipos de instalações de baixa tensão.
Neste trabalho será apresentado o projeto elétrico residencial de uma casa
padrão de classe média, com todos os itens determinados e projetados de
acordo com a NBR-5410 (Instalações elétricas).

2. Projeto de instalação elétrica de uma residência


O presente projeto foi elaborado em uma casa com aproximadamente 40m²,
com os seguintes cômodos: dois dormitórios, banheiro, sala de estar, cozinha,
corredor, área de serviço e varanda. A residência modelo para a elaboração do
projeto elétrico pode ser vista na figura 01.

1
Figura 1: Planta do projeto elétrico.

3. Memorial Descritivo

3.1. Pontos de Iluminação e Pontos de Tomadas

O levantamento das potências é feito mediante uma previsão das potências


(cargas) mínimas de iluminação e tomadas a serem instaladas, possibilitando,
assim, determinar a potência total prevista para a instalação elétrica residencial
(Prysmian, 2006).
Conforme Prysmian (2006), em projetos de instalação elétrica residencial os
cálculos efetuados são baseados na potência aparente, composta por potência
ativa (parcela transformada em potência mecânica, térmica ou luminosa) e pela
potência reativa (parcela transformada em campo magnético).
A potência ativa é uma parcela da potência aparente, sendo assim ela
representa uma porcentagem de toda potência aparente que venha a ser
transformada em potência mecânica, térmica ou luminosa.
Portanto para saber o quanto de potência aparente foi transformado em
potência ativa, devemos aplicar o fator de potência correspondente. Nos pontos
de iluminação o fator de potência utilizado é de 1,0. Já para os pontos de
tomadas o fator de potência que deve ser usado é de 0,80.

2
3.1.1. Iluminação

A NBR- 5410 estabelece que, em cada cômodo ou dependência de


unidades residenciais deve ser previsto um ponto de luz no teto, com potência
mínima de 100 VA, comandada por interruptor na parede. Em cômodos ou
dependências com área igual ou inferior a 6m², deve ser prevista pelo menos
uma carga de 100VA e com área superior a 6 m² deve ser prevista uma carga
mínima de 100VA para os primeiros 6m², acrescida de 60VA para cada
aumento de 4m² inteiros. A norma Brasileira não estabelece critérios para a
iluminação de áreas externas da residência, sendo assim fica a caráter do
projetista e do cliente a instalação de pontos adicionais.

3.1.2. TUG’S

Segundo Prysmian (2006), ponto de tomada é o ponto onde a conexão do


equipamento à instalação elétrica é feita através de tomada corrente. Um
ponto de tomada pode ter uma ou mais tomadas de corrente.
A NBR-5410 recomenda que para as unidades residenciais, o número de
tomadas de uso geral deve ser fixado de acordo com o seguinte critério:

 Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m²,


estabelecer no mínimo um ponto de tomada.
 Salas e dormitórios independente da área e cômodos ou
dependência com mais de 6m², estabelecer no mínimo um ponto
de tomada para cada 5m ou fração de perímetro, distribuídas de
maneira coerente e uniforme.
 Em cozinhas, copas, áreas de serviço e lavanderias, fixar um ponto
de tomada para cada 3,5m ou fração de perímetro, independente
da área do local. Acima da pia da cozinha devem ser previstas, no
mínimo, duas tomadas no mesmo ponto ou em pontos separados.
 Em banheiros, cozinhas, áreas de serviços e locais análogos, no
mínimo 600VA por tomada, até três tomadas, e 100VA por tomada,
para as excedentes, considerando cada um desses ambientes
separadamente. Nos demais cômodos ou dependências, no
mínimo 100VA por tomada.
 Em varandas, pelo menos um ponto de tomada.

Em diversas aplicações, é recomendável prever uma quantidade de


pontos de tomadas maior do que o mínimo calculado, evitando-se, assim, o
emprego de extensões e benjamins (tês) que, além de desperdiçarem
energia, podem comprometer a segurança da instalação (Prysmian, 2006).

3.1.3. TUE’S

A quantidade de PTUE’S é estabelecida de acordo com o número de


aparelhos de utilização que sabidamente vão estar fixos em uma dada
posição no ambiente (Prysmian, 2006). As tomadas de uso específico devem
ser atribuídas uma potência igual à potência nominal do equipamento a ser
alimentado. Quando não for conhecida a potência do equipamento a ser
alimentado, deve-se atribuir a tomada uma potência igual à potência nominal

3
do equipamento mais potente com possibilidade de ser ligado, ou potência
determinada a partir da corrente nominal da tomada e da tensão do
respectivo circuito. Os equipamentos que mais necessitam de TUE’S são os
equipamentos fixos e estacionários, tais como: chuveiros elétricos, máquinas
de lavar roupas, ar condicionados, torneiras elétricas e demais equipamentos
com potência nominal relativamente alta.

3.1.4. Divisão das Instalações

A instalação elétrica de uma residência, deve ser dividida em circuitos


terminais, que partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente
lâmpadas, pontos de tomadas de uso geral e pontos de tomadas de uso
específico. O que facilitará a manutenção e reduzirá a interferência. A NBR
5410 estabelece os seguintes critérios para esta divisão:
 Prever circuitos de iluminação separados dos circuitos de pontos
de tomadas de uso geral (PTUG’S).
 Prever circuitos independentes, exclusivos para cada equipamento
com corrente nominal superior a 10A.
 Os pontos de tomadas de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas
de serviços, lavanderias e locais semelhantes devem ser
alimentados por circuitos destinados unicamente a estes locais.
A divisão das instalações deve ser feita em vários circuitos de modo a
assegurar o melhor equilíbrio de cargas entre as fases. Os circuitos
independentes são previstos para os aparelhos de potência igual ou superior
a 1500VA, sendo permitida a alimentação de mais de um aparelho do mesmo
tipo através de um só circuito.

3.2. Tipos de Fornecimento de Tensão

O tipo de fornecimento é estabelecido através do cálculo da potência ativa


total da instalação. Este fornecimento pode ser monofásico feito a dois fios, fase
e neutro, se a potência ativa total for até 12000 W, bifásico feito a três fios, com
duas fases e um neutro, se a potência ativa total for acima de 12000 W e até
25000 W, ou trifásico feito a quatro fios, com três fases e um neutro, se a potência
ativa total for acima de 25000 W e até 75000 W. A tensão que irá alimentar a
residência é definida de acordo com a concessionária de energia elétrica local
podendo ser 127 V ou 220/380V.

3.3. Cálculo das Correntes

Para dimensionar as seções nominais (bitolas) dos fios e cabos da instalação


elétrica, primeiramente é preciso calcular as correntes Ib (de projeto) e Ic
(calculada) dos circuitos terminais e do circuito de distribuição. O correto cálculo
destas correntes é importante pois, quando vários fios são agrupados em um
mesmo eletroduto, eles se aquecem, e o risco de um curto-circuito ou princípio
de incêndio aumenta. Para que isso não ocorra, é necessário utilizar fios ou
cabos de maior seção, para diminuir os efeitos desse aquecimento. A corrente
Ic é corrigida através do fator de agrupamento (f), resultando em uma corrente
maior Ib, que é utilizada para determinar a bitola dos condutores. As correntes
podem ser calculadas de acordo com a equação 01 e 02, respectivamente.

4
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜
𝐼𝑐 = (1)
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙

𝐼𝑐
𝐼𝑏 = (2)
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝐴𝑔𝑟𝑢𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

3.4. Dimensionamento dos Condutores

O dimensionamento dos condutores elétricos, deverá ser efetuado pelos


métodos da máxima corrente admissível e pela máxima queda de tensão
admissível, conforme recomenda a NBR-5410.
O método de dimensionamento dos condutores pela máxima corrente
admissível, consiste em calcularmos a corrente elétrica que circulará no condutor
a ser dimensionado, levando-se em conta o tipo da carga elétrica que queremos
alimentar, isto é, se a mesma é monofásica ou trifásica, se a instalação possui
tensão de fornecimento de 380/220V ou 220/127V e se na instalação haverá
motores ou elementos de iluminação e equipamentos eletroeletrônicos. A
fórmula a ser utilizada é:
𝑘𝑊 𝑥 1000
𝐼= (1)
𝑈 𝑥 𝜇 𝑥 𝑐𝑜𝑠𝜑

Após a aplicação da fórmula acima, entramos com o resultado obtido em


Ampéres, na tabela a seguir na coluna B1, escolhendo o valor imediatamente
superior ao calculado, que indicará a bitola do condutor a ser utilizado.

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Figura 2. Tabela de condução de corrente

O método da máxima queda de tensão admissível consiste em calcular a


bitola do condutor em questão, levando-se em consideração a máxima queda de
tensão admissível para cada tipo de uso, conforme recomenda a NBR – 5410.
Para instalações alimentadas desde a rede de Baixa Tensão da concessionária,
temos:

Figura 3. Instalações alimentadas desde a rede de Baixa Tensão da concessionária

Após termos definido quais as quedas máximas admissíveis, para aplicarmos o


método da máxima queda de tensão, aplicamos a seguinte equação:

6
2𝑥[(P1 x L1) + (P2 x L2) + ...+ (Pn x Ln)]
𝑆= (1)
58 𝑥 𝑒% 𝑥 𝑈²

S = Seção do condutor calculada em mm²


P1, P2,... = Potência em cada ponto de utilização
L1, L2,... = Distância de cada ponto de utilização até o quadro de distribuição em
metros
e% = Queda percentual máxima admissível
U² = Tensão de linha ao quadrado
O resultado obtido nesta fórmula, indicará diretamente a bitola do condutor a ser
utilizado, bastando apenas adequar com a bitola comercial imediatamente
superior à calculada.

3.4.1. Condutores Utilizados

A NBR – 5410 estabelece que os condutores utilizados nas instalações


elétricas residenciais de baixa tensão poderão ser de cobre ou de alumínio,
com isolamento de Cloreto de Polivinil (PVC) ou de outros materiais, como
EPR ou XLPE. Todos os condutores deste projeto serão com isolamento de
PVC e deverão respeitar os padrões de cores da norma brasileira.

 Condutor de fase: preto, branco ou vermelho.


 Condutor neutro: azul claro.
 Condutor de proteção (terra): verde ou verde e amarelo.

3.4.2. Seção mínima dos condutores utilizados

A NBR 5410 prescreve a orientação de que a seção mínima do condutor


deve ser conforme o tipo de instalação, o material utilizado e a utilização do
circuito. Para os circuitos de iluminação a seção mínima exigida pela norma
é de 1,5 mm² e para os circuitos considerados de força (pontos de tomada,
circuitos independentes e distribuição), a seção mínima exigida é de 2,5 mm².
Cada seção nominal de um condutor suporta um determinado valor de
corrente, como mostra a tabela 01.

Tabela 1. Capacidade de condução de corrente dos condutores

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3.5. Dimensionamento dos Eletrodutos

Denominamos eletroduto, todo o elemento que por sua característica


construtiva, permite a passagem por seu interior de condutores elétricos. Os
eletrodutos são caracterizados pelo diâmetro nominal ou diâmetro externo (em
mm).
Quando queremos dimensionar um eletroduto em que serão instalados
condutores desiguais, isto é, condutores com bitolas diferentes, precisamos levar
em consideração a taxa de ocupação do eletroduto, ou seja, para que possamos
alocar os condutores neste eletroduto devemos ter uma folga ou espaço
suficiente no mesmo. Esta taxa de ocupação não deve ser maior que 40%, o que
significa dizer que a soma das áreas totais dos condutores contidos no eletroduto
não pode ser superior à 40% da área útil do eletroduto.
Para calcularmos esta ocupação, aplicamos a seguinte fórmula:

ΣÁ𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠


Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 = (1)
0,4

Na tabela abaixo, temos as áreas de cada bitola de condutores, onde foi


considerado que todos são circulares, e utilizados valores médios de diâmetro
externo.

Tabela 2. Dimensões médias dos condutores

Após calcularmos a área do eletroduto, calculamos seu raio conforme fórmula


abaixo:
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝐸𝑙𝑡𝑒𝑡𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜
𝑅𝑎𝑖𝑜 𝐸𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 = √ (1)
𝜋

Conhecendo o raio do eletroduto, temos o diâmetro interno do eletroduto, que


é dado pela fórmula:

𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 = 𝑅𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑥 2 (1)

Com o resultado, obtemos na tabela abaixo, a referência de rosca do


eletroduto, considerando aquele que tiver diâmetro interno, imediatamente
superior ao calculado.

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Tabela 3. Eletrodutos PVC rígido tipo rosqueável

Com intuito de obtermos o máximo de economia no projeto, optou-se por


seccionar a planta em trechos e utilizar as bitolas apenas de acordo com o
necessário. Abaixo a figura ilustrativa, de forma que os quadrados azuis
representam cada trecho analisado.

Figura 4. Planta por trechos

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3.6. Dispositivos de Proteção dos Circuitos

A NBR - 5410 recomenda as seguintes prescrições fundamentais destinadas


a garantir a segurança de pessoas, animais e de bens materiais, contra os
perigos e danos que possam resultar da utilização das instalações elétricas:

 Proteção contra choques elétricos


 Proteção contra sobrecorrentes
 Proteção contra sobretensões

3.6.1. Disjuntores termomagnéticos (DTM) e Disjuntores


diferenciais residuais (DR)

Os disjuntores em geral são responsáveis por garantir o correto


funcionamento das instalações elétricas e seus sistemas.
Disjuntores termomagnéticos são dispositivos que oferecem proteção aos
condutores do circuito, desligando-o automaticamente quando da ocorrência
de uma sobrecorrente provocada por um curto-circuito ou sobrecarga.
Permitem manobra manual, operando-o como um interruptor, secciona
somente o circuito necessário numa eventual manutenção (Prysmian, 2006).
Disjuntor diferencial residual é um dispositivo constituído de um disjuntor
termomagnético acoplado a um outro dispositivo: o diferencias residual.
Sendo assim, ele conjuga as duas funções: a do disjuntor termomagnético
(protege os condutores do circuito contra sobrecarga e curto-circuito) e a do
dispositivo diferencial residual (protege as pessoas contra choques elétricos
provocados por contatos diretos e indiretos) (Prysmian, 2006).
A NBR – 5410 exige a utilização de proteção diferencial residual de alta
sensibilidade em circuitos terminais como os seguintes:

 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais


que contenham chuveiro ou banheira.
 Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas externas
à edificação.
 Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas internas
que possam vir a alimentar equipamentos na área externa.
 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em
cozinhas, copas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais
dependências internas normalmente molhadas ou sujeitas a
lavagens.

É importante destacar que o dispositivo DR não dispensa o disjuntor. Os


dois devem ser ligados em série, pois cada um tem sua função.

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3.7. Sistema de proteção para Descargas Atmosféricas

O sistema indicado para a proteção contra descargas atmosféricas será o


dispositivo de proteção contra surtos (DPS). Este dispositivo estará instalado
junto ao quadro do medidor ligado diretamente ao aterramento da residência. O
sistema de ligação deste equipamento com a instalação pode ser visualizado
nos anexos do projeto através do diagrama unifilar.

4. Memorial de Cálculo

Neste capitulo serão apresentados todos os cálculos para elaboração


deste projeto.

4.1. Iluminação

DEPENDÊNCIA ÁREA (m²) POTÊNCIA (W)


Sala estar 9,57 200
Cozinha 4,51 100
Área de serviço 0,00 100
Dormitório 01 8,02 100
Dormitório 02 8,01 100
Banheiro 2,14 200
Varanda 2,86 200
Potência total instalada 1000
Tabela 4. Potência de Iluminação por cômodo

4.2. TUG’S

DEPENDÊNCIA QUANTIDADE POTÊNCIA UNITÁRIA (W) POTÊNCIA INSTALADA (W)


Sala estar 3 100 300
Cozinha 3 100+600+600 1300
Dormitório 01 2 100 200
Dormitório 02 2 100 200
Banheiro 1 100 100
Varanda 1 100 100
Potência total instalada 2200
Tabela 5. Potência de TUG'S por cômodo

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4.3. TUE’S

CÔMODO QUANTIDADE DESCRIÇÃO POTÊNCIA INSTALADA (W)


Dormitório 01 1 Ar condicionado 01 1900
Dormitório 02 1 Ar condicionado 02 1900
Banheiro 1 Chuveiro 5400
Cozinha 1 Torneira elétrica 5000
Potência total instalada 14200
Tabela 6. Potência de TUE'S por cômodo

4.4. Cálculo para potência total

Os cálculos foram determinados pelos seguintes passos:

1. Calculou-se a potência ativa de iluminação e dos pontos de tomada a


partir da potência aparente, utilizando o fator de potência
correspondente. Para os pontos de iluminação o fator de potência
adotado de acordo com a norma é de 1. Já para os pontos de tomada
o fator de potência correspondente é 0,8.

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝐼𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎çã𝑜 = 1000 𝑊 (1)


𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 = 1,00 (2)
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 = 1000 𝑥 1,00 = 1000𝑊 (3)

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑇𝑈𝐺 ′ 𝑆 = 2200 𝑊 (4)


𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 = 0,8 (5)
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 = 2200 𝑥 0,8 = 1760 𝑊 (6)

2. Cálculo da potência ativa total. Somou-se os valores de potência ativa


dos pontos de tomada, pontos de iluminação e circuitos
independentes.

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 = 1000 + 1760 + 14200 (7)


𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 = 16960 𝑊 (8)

4.5. Cálculo das correntes do circuito

A corrente do circuito de distribuição é aquela que sai do quadro do


medidor e chega até o quadro de distribuição no interior da residência. Foram
estabelecidos os seguintes passos para o cálculo:
1. Realizou-se a soma das potências ativas de iluminação e dos pontos
de tomada. O resultado é a potência instalada.
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 = 1000 (𝑖𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎çã𝑜) + 1760 (𝑇𝑈𝐺 ′ 𝑆) (1)
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 = 2760 𝑊 (2)
2. A potência instalada será consumida apenas se todos os circuitos
funcionarem ao mesmo tempo com a carga máxima para a qual foram

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projetados. A tabela 7 corresponde aos fatores de demanda para os
pontos de iluminação e de tomada, baseados na potência instalada da
residência.

Tabela 7. Fatores de demanda para os pontos de iluminação e de tomada.

Como o valor da potência instalada é de 2760 W está na faixa entre 2001 W a


3000 W, de forma que, o fator de demanda utilizado foi de 0,66. Sendo assim a
demanda máxima dos circuitos de iluminação e de tomada é de:

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑥 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 (1)


𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 2760 𝑥 0,66 (2)
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 1821,6 𝑊 (3)

3. Para os circuitos independentes o procedimento foi similar. Foram


somados os valores das potências instaladas para cada circuito de uso
específico. O fator de demanda dos circuitos independentes é obtido
em função do número de circuitos previstos no projeto, de acordo com
a tabela 8.

Tabela 8. Fator de demanda para circuitos independentes

13
O número de circuitos independentes adotados para a residência foi de 4
circuitos, portanto o fator de demanda utilizado na tabela 8 foi de 0,76.

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑥 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 (1)


𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 14200 𝑥 0,76 (2)
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 10792 𝑊 (3)
4. Logo após foram somados os valores das demandas máximas de
iluminação, pontos de tomada e circuitos independentes.

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 1821,6 + 10792 (1)


𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 12613,6 𝑊 (2)
5. O valor de 12613,6 W encontrado corresponde à potência ativa
instalada no circuito de distribuição. Para chegarmos ao valor da
corrente de distribuição é preciso transformar a potência ativa (W) em
potência aparente (VA). Este procedimento foi feito multiplicando pelo
fator de potência de 0,95 que correspondente ao circuito de
distribuição.

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑥 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 (1)


𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 12613,6 𝑥 0,92 (2)
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 11604,51 𝑉𝐴 (3)

6. Logo após a obtenção da potência aparente do circuito de distribuição,


foi calculada a sua corrente calculada (Ic). Para calcular a corrente Ic
do circuito de distribuição, é necessária sempre a maior tensão que
ele fornece. Neste projeto, como o circuito é monofásico, utilize a
tensão entre fase e fase (220 V).
11604,51
𝐼𝑐 = 220 (1)

𝐼𝑐 = 52,74 𝐴 (2)

4.5.1. Cálculo da corrente dos circuitos terminais e divisão dos


circuitos

Para chegar ao valor das correntes de todos os circuitos terminais foi


necessário primeiramente realizar a divisão dos circuitos da residência. A
tabela 09 mostra os valores de Ic para cada circuito terminal.

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Tabela 9. Divisão da corrente por circuitos

5. Agrupamento dos circuitos por eletrodutos


Com as correntes calculadas (Ic) de todos os circuitos, foi possível encontrar
os fatores de agrupamento para cada um deles. O fator de agrupamento de um
circuito é encontrado em função do maior número de circuitos que estão
agrupados em um mesmo eletroduto. A tabela 10 contém os fatores de
agrupamento em função do número de circuitos agrupados.

Tabela 10. Fatores de agrupamento

No anexo 1 deste projeto, temos especificados a bitola do fio condutor por


circuito, área total dos condutores dentro dos eletrodutos e o diâmetro
nominal dos eletrodutos.

Através do anexo 1 foi possível obter a corrente de projeto para cada circuito
terminal.

𝐼𝑐
𝐼𝑏 = 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑟𝑢𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
(1)

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Os resultados obtidos encontram-se no Anexo 2 deste projeto.

6. Dimensionamento dos condutores


Para encontrar a bitola dos condutores em cada circuito foi utilizada a
tabela de tipos de linhas elétricas disponível na NBR-5410. Nesta tabela
encontramos o método de referência B1, para ambos os métodos de
condução.
Logo após entrando com o método de referência na tabela de seções
nominais levando em consideração a quantidade de condutores carregados
no circuito, gerou-se a tabela 12, já considerando conforme a NBR-5410.

Tabela 11. Capacidade de condução de corrente, em ampères, em relação aos métodos de referência B1, B2 e D.

Tabela 12. Dimensionamento dos condutores de acordo com a norma

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Para estabelecer a bitola do condutor real precisamos calcular a queda
de potencial do circuito seguindo a NBR-5410 que estabelece um máximo
de 5%. Foi utilizada a tabela das somas das potências em watts por
distância em metros até o quadro de distribuição.

Tabela 13. Máxima queda de tensão

7. Dispositivos de proteção dos circuitos


A corrente nominal do disjuntor deverá atender a necessidade de corrente
do circuito que estamos protegendo. Utilizamos para tal:

𝐼𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 ≤ 𝐼 𝑑𝑖𝑠𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜𝑟 𝑜𝑢 𝐷𝑅 < 𝐼𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 (1)

Tabela 14. Dispositivo de proteção

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8. Conclusão
Após a conclusão do trabalho e seus cálculos é possível analisar claramente
os pontos onde há singularidades de cada circuito e esclarecer os pontos de
maior corrente para que seja possível o dimensionamento de seus componentes,
desde condutores até disjuntores. Sempre utilizando a norma nbr-5410 para que
houvesse um padrão de excelência na instalação.
O projeto requer tanto do projetista como do cliente o bom senso em realizar
todas as recomendações mínimas exigidas pela NBR-5410, com relação a todos
os procedimentos existentes para a instalação elétrica residencial ou predial com
a máxima segurança. A correta divisão dos circuitos e o levantamento minucioso
e preciso de todas as cargas que possam conter na residência é indispensável
para o projeto. Sendo assim as instalações elétricas projetadas neste trabalho
foram dimensionadas na maioria dos casos para suportar cargas maiores que
as instaladas, ou seja, se o proprietário por determinado motivo resolver alterar
ou modificar algum dos fatores já projetados como, por exemplo, a troca do
chuveiro elétrico existente por um com maior potência nominal, tanto a bitola dos
fios condutores como a dos eletrodutos proporcionará esta substituição sem a
preocupação de sobrecarregar o sistema.

9. Referências Bibliográficas

COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações elétricas. 5. ed. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2009.

PRIME, Schneider. Guia prático para instalações residenciais, 2015.

Manual de Instalações Prysmian, 2006.

Material disponibilizado em aula.

10. Anexos
10.1. Fatores de agrupamento por circuito
10.2. Corrente Ib
10.3. Diagrama Unifilar

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