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Fotos de capa:
Correio
Dúvidas e comentários dos leitores 6 Brasilio Wille,
Diego Meneghetti,
Vitor Marigo e
8
Richard Cheles
Grande Angular
Notícias e novidades
32
62
Natureza
Como fotografar cachoeiras
Brasilio Wille
Richard Cheles
Teste: Canon
EOS 77D
42
Com bons recursos
para fotógrafos
avançados
Retratos no quintal
Dicas para usar só a luz natural 70 Die
go
Me
neg
he
tti
Lição de Casa
Dicas para fazer boas imagens em P&B 80
Raio X
As fotos dos leitores comentadas 86
COMPOSIÇÃO
Linhas, formas, textura e espaço
52 FilmMaker
Casamento e áudio: erros mais comuns
O
Diretores:
Aydano Roriz
mundo hoje aceita mais tranquilamente os diferentes, seja por gênero,
Luiz Siqueira raça ou qualquer outro quesito. O politicamente correto, por mais cha-
Tânia Roriz
to que seja em alguns aspectos, tem suas virtudes. Quando era meni-
Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz no, e lá se vão quase 50 anos, um casal vizinho recebeu uma notícia que
Diretor Executivo: Luiz Siqueira
Diretor Editorial e Jornalista Responsável:
chocou a pequena cidade onde nasci: o bebê tão esperado tinha nasci-
Roberto Araújo – MTb.10.766 – araujo@europanet.com.br do com Síndrome de Down. Na época, não se usava esse termo, e sim outro,
felizmente abolido. A criança viveu escondida da sociedade por anos. Só quan-
REDAÇÃO do chegou na pré-adolescência é que os pais tiveram a coragem de dar mais
Diretor de Redação: Sérgio Branco (branco@europanet.com.br)
liberdade àquele menino doce, alegre, um mestre em fazer colagens com fo-
Editor-contribuinte: Mário Fittipaldi tos recortadas de revistas.
Repórteres: Livia Capeli
Editora de arte: Izabel Donaire Hoje essas crianças especiais vivem como as outras e merecem nossa
Revisão de texto: Denise Camargo atenção e carinho, jamais o preconceito. Por isso, fiquei feliz quando meu ami-
Colaborador especial: Diego Meneghetti
Colaboraram nesta edição: Brenda Zacharias, Guilherme Mota, go Orlando Brito me ligou de Brasília para falar de um trabalho que havia vis-
José Carlos Fernandes, Laurent Guerinaud e Vitor Marigo to e que merecia atenção. A médica obstetra Sônia Almeida, também fotógra-
PUBLICIDADE fa profissional há três anos, havia feito um ensaio de newborn com um bebê
Diretor Comercial: Mauricio Dias (11) 3038-5093
E-mail: publicidade@europanet.com.br
portador da Síndrome de Down. Até onde sei, é inédito, e você poderá vê-lo na
pág. 24. Que Sônia inspire outros trabalhos assim.
São Paulo
Equipe de Publicidade: Angela Taddeo, Alessandro Donadio,
Já a síndrome do pânico é um mal contemporâneo que deve ter feito mui-
Elisangela Xavier, Ligia Caetano, Renato Perón e Roberta Barricelli ta gente sofrer no passado, pois a medicina ainda não sabia tratar o problema
Criação: Adriano Severo – (11) 3038-5067
nem remédios adequados havia. Para quem é acometido por ela, é desespe-
Outras Regiões rador – sei do que falo, pois acompanho de perto um caso na família. Assim,
Bahia e Sergipe: Aura Bahia – (71) 3345-5600/9965-8133
Brasília: New Business – (61) 3326-0205
fui surpreendido com um e-mail de Alexandre Mazzo, editor de fotografia do
Paraná: GRP Mídia – (41) 3023-8238 grupo Gazeta do Povo, de Curitiba (PR). Nele, Mazzo, um excelente profissio-
Rio Grande do Sul: Semente Associados – (51) 8146-1010
Santa Catarina: MC Representações – (48) 9983-2515 nal, me apresentava um trabalho denso, perturbador, fruto de sua experiência
Outros estados: Mauricio Dias – (11) 3038-5093 como portador da síndrome do pânico.
Publicidade – EUA e Canadá: Global Media, +1 (650) 306-0880
Quando muitos evitam se expor nessas condições, Mazzo escancarou as
ATENDIMENTO AO LEITOR janelas do olhar para mergulhar nas profundezas da sua alma sofredora. Di-
Gerente: Fabiana Lopes (fabiana@europanet.com.br)
Coordenadora: Tamar Biffi (tamar@europanet.com.br) vidiu isso com os curitibanos, pois expôs as fotos lá, e agora divide com você.
Desse subsconsciente amargurado, emergiram ima-
Equipe: Josi Montanari, Camila Brogio, Regiane Rocha, Gabriela
Silva, Bruna Fernandes e Bia Moreira gens de impacto, produzidas em P&B, que você pode
conferir na pág. 76.
ATENDIMENTO LIVRARIAS E BANCAS – (11) 3038-5100
Equipe: Paula Hanne (paula@europanet.com.br) Assim é a vida. Todos temos problemas. Ao en-
cará-los, a solução, na maioria das vezes, surge mais
EUROPA DIGITAL (www.europanet.com.br)
Gerente: Marco Clivati (marco.clivati@europanet.com.br) rápido. Boa leitura.
Equipe: Anderson Cleiton, Anderson Ribeiro e Karine Ferreira
PRODUÇÃO E EVENTOS
Juan Esteves
ADMINISTRAÇÃO
Gerente: Renata Kurosaki SE FOR O CASO, RECLAME.
Equipe: Paula Orlandini
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL
NOSSO OBJETIVO É A EXCELÊNCIA!
Tânia Roriz e Elisangela Harumi
Correspondência Atendimento: 0800-8888-508 e
Rua MMDC, 121, São Paulo, SP - CEP 05510-900 Rua MMDC, 121 (11) 3038-5050 (cidade de São Paulo),
Telefone: 0800-8888-508 (ligação gratuita) e CEP 05510-900 – São Paulo – SP Das 8h às 20h
(11) 3038-5050 (cidade de São Paulo) e-mail: atendimento@europanet.com.br
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Fone: (11) 3038-5114 Fone: (11) 3038-5093
A Revista Fotografe Melhor é uma publicação da Editora Europa Ltda e-mail: fotografe@europanet.com.br e-mail: publicidade@europanet.com.br
(ISSN 1413-7232). A Editora Europa não se responsabiliza pelo
conteúdo dos anúncios de terceiros. Digital Para entrar em contato
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São Paulo – SP
CIDADE INVERTIDA
Gostaria de parabenizar o profes- Reportagem dos 100
sor Ricardo Hanztschel e sua equipe anos da Nikon repercutiu
bem entre os leitores
pelo belíssimo trabalho desenvolvi-
do no projeto Cidade Invertida. Tomei
conhecimento dele justamente ao ler Desafio Fotografe
a reportagem na edição 250 e preten-
do um dia conhecer o trailer-câmera.
Espero que o projeto continue levan-
do a cultura da fotografia e da ima-
A leitora Jane Amorim, de São
Paulo (SP), foi a vencedora do
“Desafio Fotografe”, realizado pe-
aos 10 anos, quando ganhou da sua
mãe uma Olympus OM-1. Jane é
formada em Jornalismo e atua na
gem para muitas escolas. lo Facebook da revista e disputa- área há 6 anos sem nunca conse-
Ronaldo Chaves, via e-mail do entre os dias 23 de junho e 7 de guir dissociar a fotografia da profis-
julho de 2017 com o tema “Olha o são. A foto vencedora foi feita num
passarinho”. A foto escolhida pela fim de tarde, quando ela tinha aca-
redação de Fotografe teve 106 cur- bado de sair do serviço, e viu a cena
tidas e 1 compartilhamento, totali- numa praça do centro de São Pau-
zando 107 interações. Ela conta que lo. Ela usou uma Canon EOS 5D
seu contato com a fotografia surgiu com objetiva 75-300 mm.
Arquivo Cidade Invertida
Jane Amorim
EGO NA FOTOGRAFIA
Quero dar os parabéns pelo tex-
to do editor Sérgio Branco na “Car-
ta ao Leitor” publicada na edição
250. Ele falou exatamente o que
eu pensava há muito tempo. Tenho
certeza de que muitos “coleguinhas
fotógrafos” que leram o texto vesti-
ram a carapuça e tiveram que en-
golir o orgulho.
O carinho entre os pardais foi registrado com maestria por Jane Amorim
Miguel Melleiro Junior,
via e-mail
mm f/2.8-4.0 (praticamente nova, telefone (21) 99600-2651. Dou pre-
CANON À VENDA com pouquíssimo uso), conjunto de ferência para quem possa retirar
Vendo Kit com câmera Canon filtros em 72 mm e um flash Sunpak na cidade do Rio de Janeiro.
EOS Rebel XSi (usada, em excelen- DF3600U novo, compatível com Ca- Ricardo Ottati,
te estado) mais lente Sigma 17-70 non e-TTL. Tratar com Ricardo pelo via e-mail
Agosto 2017 • 7
GRANDE ANGULAR
notícias e novidades
Flavio Bari
Marco de Bari num dos ambientes de que mais gostava: fotografando carros em estúdio; acidente causou a morte dele há um ano
Dorte Verner
meu amado Egito, que tem sido minha casa
por mais de dez anos. A intenção por trás de-
la é expressar calma e tranquilidade para dar
um novo sentido à palavra celebração”, co-
mentou a fotógrafa. ma intensa e emotiva, feita de forma mais im- Pescador
O Grande Prêmio foi dado ao fotógrafo chi- pactante por estar em P B”, definiu Tian. em ação na
nês uanyuan Tian, autor de uma imagem po- Na categoria Voto Popular, o vencedor foi o Tailândia com
derosa que aborda o tema global das mudanças americano Dorte Verner, que fez um flagran- um arpão
climáticas e a necessidade de novos rumos em te incrível de um pescador com um arpão. Ele rudimentar:
direção a práticas industriais menos poluentes. pratica uma forma ancestral de pescar em cena ganhou em
“A foto de trabalhadores de uma fábrica de fer- Moken, na Tailândia, “que infelizmente está de- Voto Popular
ro procurou capturar essa preocupação de for- saparecendo”, segundo Verner.
O desenho da câmera
Nikon formado por quase
1.500 pessoas em Turim
Agosto 2017 • 9
GRANDE ANGULAR
Kaylee Greer
Outras duas fotos premiadas: de Alasdair MacLeod na categoria Cães Assistentes (à esq.) e de Kaylee Greer na Cães Brincando
DIA 2 DE SETEMBRO
Abertura da manhã – 10h15
10h30-11h45 – Marcos Hermes
Performance: fotografará um músico em ação ao vivo
12h-13h15 – Luciano Candisani
Performance: mostrará como funciona na prática uma
armadilha para fotos noturnas na natureza ao vivo
13h30-14h45 – Marcio Scavone/Luiz Garrido
Arquivo Pessoal
ESPELHO DA ALMA
Azul, castanha, verde, acinzentada Ca- os surpreendentes padrões gráficos coloridos
da íris é nica, como um espelho da al- e quase psicodélicos revelados pela macrofo-
ma de cada pessoa. E é justamente essa sin- tografia. A imagem acima, do olho de uma jo-
gularidade que fascina o fotógrafo Mateus Fé- vem de 22 anos, ganhou um efeito formidável
lix, de Brasília (DF). Ele vem se dedicando a fo- criado pelo reflexo do anel de led acoplado à
tografar íris de diferentes pessoas, acentuando objetiva usada para a iluminação.
Agosto 2017 • 19
REVELE-SE
LEMBRANÇAS
NO OLHAR
O retrato ao lado tem um sig-
nificado muito especial para
Ederson Porto de Moura Lopes, de
Maricá (RJ). Fotógrafo e educador fí-
sico, ele registrou a Dudinha, a filha
adotiva que não vive com ele, acari-
ciando o meigo Koda, seu mascote
e companheiro que estava desapa-
recido quando ele enviou a imagem.
O retrato, fiel à proporção áurea, re-
vela um momento nico de ternura
e serenidade no olhar da menina. A
iluminação foi feita com flash.
Agosto 2017 • 21
REVELE-SE
A médica Sônia Almeida fotografa newborn há três anos: acima, uma produção com o bebê João Victor que teve manipulação digital
Um newborn
muito especial
Sônia Almeida, médica obstetra e fotógrafa, registra pela primeira
vez um bebê com Síndrome de Down. Acompanhe
POR BRENDA ZACHARIAS
N
o est dio aconchegante no mia do cromossomo 21. A fotógrafa, descoberta nos exames pré-natal.
bairro de Alphaville, em Ba- que também é médica obstetra há 28 A família de João Victor descobriu a
rueri, na Grande São Pau- anos, se concentra no manuseio da condição somente depois do parto.
lo, a mineira S nia Almeida, criança para um ensaio muito espe- E a essa notícia inesperada soma-
51 anos, prepara o peque- cial a escassez de ensaios com be- ram-se os dias longe do bebê, que
no João Victor para as pri- bês portadores da Síndrome de Do- ficou na UTI para confirmar a sín-
meiras fotos da sua vida. Com ape- wn no mercado é uma realidade. drome. Foi a avó do bebê, pacien-
nas 19 dias, a criança estava somen- A médica-fotógrafa credita es- te de S nia Almeida, que indicou a
te há dois fora do hospital, onde pas- se fator ao período pelo qual os pais fotógrafa como forma de encerrar
sou por uma bateria de exames pa- passam “anestesiados” com a in- o ciclo de apreensão e distância, e
ra confirmar que nascera com trisso- formação, que muitas vezes não é dar as devidas boas-vindas para a
Agosto 2017 • 25
PORTFÓLIO DO LEITOR
Agosto 2017 • 27
Fo o raFia de Na ure a
Como fotografar
cachoeiras
Registrar quedas-d’água parece fácil, mas não é. Há aspectos técnicos e práticos
que precisam ser dominados para que a foto seja de nível profissional. Veja quais
T
Por VITOR MARIGO
odo fotógrafo que curte natureza ou tanto como um tibum em águas claras ou
paisagens com certeza já se depa- aquela cascata massageando o trapézio su-
rou (ou vai se deparar) com a vonta- perior. Faz bem para o estresse, para a vi-
de de fazer um clique bem-feito de da e para o arquivo de fotos. Aqui, vou contar
uma cachoeira. Neste Brasil ma- para você muito do que sei e aprendi em cer-
ravilhoso e gigantesco, dados não ca de dez anos vestindo apenas uma sunga
confirmados estimam que exista em torno na hora de fotografar.
de um zilhão de lindas quedas-d’água. Se- Para começar, não se esqueça de um
ja profissionalmente ou em viagens de lazer, grande amigo e aliado: o filtro polarizador.
poucas coisas refrescam e renovam a alma Você já tem um? Pode parecer brincadeira,
mas essa fina peça à frente da lente mais atraente e agradável. Na práti- ele é capaz de eliminar os raios po-
é indispensável na fotografia de ca- ca, revela as pedras no fundo do rio, larizados da cena enquadrada, re-
choeiras e paisagens. É também um o azul da água do mar e um verde velando assim o que há sem os re-
dos poucos filtros que não podem mais intenso na floresta, ao eliminar flexos claros. Se você já usou óculos
ser simulados no Photoshop, já que o reflexo da água e o brilho das fo- escuros polarizados, viu como tudo
causa uma mudança dramática no lhas. O efeito também é forte no azul fica mais interessante através deles.
resultado da imagem. Em inglês, é do céu, que se torna mais profundo O efeito na fotografia é o mesmo.
conhecido como Polarizing Filter ou em contraste com as nuvens bran- Você também vai notar que o po-
CPL (Circular Polarizer). E o que ele cas. E por que isso ocorre? larizador é “escuro”, e não transpa-
é capaz de fazer por você? A luz do sol, ao refletir em cer- rente como um filtro UV. Portanto,
O polarizador elimina reflexos e tas superfícies, se torna polarizada. ele normalmente rouba entre 1.5 e 3
satura as cores, deixando a imagem Quando você usa o filtro polarizador, stops de luz, dependendo do mode-
Veja a diferença entre não usar o polarizador (à esq.) e usar o filtro, que elimina os reflexos na água, entre outras vantagens
agosto 2017 • 35
Fo o raFia de Na ure a
frame. É uma ótima variação entre tes de kit começam em 18 mm, co- câmera em situações que você en-
grande angular e meia-tele, e sem- mo a básica 18-55 mm ou a zoom contre pouca luz e/ou precise de lon-
pre resolveu minha vida. O sensor da ampla 18-200 mm. Elas não resol- gas velocidades de exposição. Com o
câmera cropada com 24,2 MP sur- vem o caso da grande angular, pois a tripé é possível abusar da profundi-
preende, em especial quando usa- 18 mm equivale a uma 27 mm em 35 dade de campo fechando o diafrag-
do com a lente full frame, resultando mm, embora permita alguns bons ma para f/16, por exemplo – o que re-
em nitidez máxima do sensor. cliques mais fechados. sultaria em baixa velocidade para se
Se sua câmera é full frame, bus- clicar com a câmera na mão. Tam-
que uma lente que comece por vol- O TRIPÉ bém com ele você consegue fotos níti-
ta de 14 mm a 16 mm. Gosto da 16- Acessório praticamente obriga- das de cachoeiras enquanto a água se
35 mm, pois permite a rosca de po- tório, o tripé não pode ser esqueci- movimenta e cria aquele efeito leitoso.
larizador. Com qualquer outra que do. Nunca vou para cachoeiras sem Existem os mais variados mo-
se inicie acima disso, você vai sen- o meu. Escrevo “praticamente”, pois delos disponíveis no mercado, des-
tir falta de grande angular. Caso sua quero acrescentar que boas fotos de pequenos e portáteis até os gran-
câmera seja cropada, busque uma podem ser feitas sem ele. Mas é de- des e difíceis de carregar. A regra é
lente que comece em 10 mm, como le que vou tratar agora. simples: quanto maior e mais pe-
a 10-24 mm ou a 10-18 mm. As len- A principal função é estabilizar a sado, mais estável. Contudo, co-
mo muitas vezes cachoeiras envol-
vem pegar trilhas na floresta, procu-
luísa israel
PARÂMETROS
Para que você entenda melhor o
tema, vou separar a fotografia de ca-
choeira em duas categorias: mui-
agosto 2017 • 37
5s 1s 1/2s
A diferença do efeito leitoso entre a velocidade de 5s e a de 1/2s é muito pequena, quase imperceptível, como se vê acima
uma foto nítida daí. Não é o ideal, mas xei um minuto de exposição” e qua- fícil para o modelo ficar parado muito
já me quebrou alguns galhos. se chorei. Note que em cachoeiras a tempo. Peça para que ele fique imó-
Cachoeiras cercadas de flores- água se move rapidamente na verti- vel e faça algumas opções para ga-
ta são boas oportunidades para vo- cal, caindo de cima para baixo. Com rantir que uma imagem saia boa. Ca-
cê explorar o enquadramento. Pro- menos de um segundo, você já con- so não haja ninguém no enquadra-
cure por plantas interessantes, ga- segue belos efeitos. mento, recomendo velocidades entre
lhos submersos, folhas secas, pe- Veja a sequência de fotos nes- 1 e 5 segundos de exposição.
dras no fundo do rio e outros ele- ta página. Observe que entre 1/2s
mentos para usar a seu favor. Tente (meio segundo) e 5 segundos a di- OS ESCUROS FILTROS ND
entender o caminho que a água faz. ferença é muito pequena. Ou se- O filtro de densidade neutra (de
Muitas fotos boas contam a história ja, com meio segundo de exposição, Neutral Density, em inglês), as-
do percurso do rio. Não tenha medo você já consegue um bom efeito lei- sim como o polarizador, é colocado
de molhar um pouco o tripé e cuida- toso em cachoeiras verticais. A par- à frente da lente, normalmente por
do para não escorregar. tir de 1/10s e velocidades mais rápi- sistema de rosca. Raramente são
das (1/20s, 1/30s...) é que realmente necessários na fotografia geral, mas
O TAL EFEITO LEITOSO se perde o efeito leitoso. frequentemente são úteis em fotos
Para atingir aquele belo efei- Também é importante se pergun- de paisagem e quando se trata de
to leitoso da água em movimento é tar: estou fazendo uma foto com ou cachoeiras. O objetivo desse aces-
preciso de longas exposições. Mas sem pessoa(s)? Quando há alguém sório é um só: deixar entrar menos
o que ainda não é claro para mui- posando na foto, você precisa usar luz através da lente.
tos é o quão longa a exposição pre- velocidades mais rápidas, como 1/2s Em cachoeiras com muita luz,
cisa ser. Já ouvi gente dizendo “dei- ou no máximo um segundo, pois é di- por mais que a gente feche o dia-
agosto 2017 • 39
Fo o raFia de Na ure a
itor Marigo
máxima, use apenas filtros ND fixos.
Por fim, evite clichês e seja cria-
tivo. O simples fato de ter uma água
fragma e abaixe o ISO, muitas ve- segundo) quando coloco o filtro ND. leitosa e uma pessoa na foto não faz
zes a velocidade continua acima do Outra medição que tenho com fre- dela uma boa foto. Busque enqua-
ideal para obter o efeito leitoso. Ao quência em cachoeiras de Mata Atlân- dramentos interessantes, bons ele-
usar um filtro ND com a câmera no tica é algo em torno de 1/15s. Colo- mentos para composição, e oriente
tripé, você pode perder luz suficien- cando o filtro ND, consigo transformar seu modelo a ficar onde você quer.
te para atingir a velocidade e o efei- o clique em 8 segundos de exposição. Lembre-se também de que fotos
to desejados. Veja na tabela nesta pá- Você vai encontrar os termos boas de cachoeira não precisam ser
gina como a velocidade se comporta ND2, ND4, ND8 etc. Para facili- em longa exposição. O efeito leitoso
em relação à variação de stops de luz. tar a compreensão, saiba logo que muitas vezes distancia a imagem da
Tenho um ND200 da Hoya que per- o ND2 perde 1 stop de luz, o ND4 realidade. Uma boa foto de um po-
de aproximadamente 7 stops de luz. O perde 2 stops, o ND8 perde 3 stops, ço feita em 1/50s pode passar mais
que quer dizer que uma foto com mui- o ND16 perde 4 stops, e assim por refrescância e ser mais convidativa a
ta luz nas Cataratas do Iguaçu que es- diante. O filtro pode ser usado em entrar na água do que uma foto feita
tá medindo 1/250s cai para 1/2 (meio conjunto com o polarizador, um com 2 segundos.
F
otografar pessoas com qualidade profissional nem
sempre significa a necessidade de usar um estúdio,
parafernálias caras e esquemas de iluminação mira-
bolantes. Logicamente, tem como fazer muita coisa
bacana com isso, porém, com a luz natural gratuita e
disponível para todos (e alguns improvisos) é possível
criar retratos e books no próprio quintal ou garagem de casa.
O fotógrafo Brasilio Wille, que também estará no evento
Vivência com Fotografe, colocou em prática sete maneiras di-
ferentes de usar a luz do sol para fotografar uma modelo – e
que você pode aplicar em retratos gerais e ainda em books de
gestantes, crianças, adolescentes e famílias. O experiente fo-
tógrafo usou acessórios básicos, como tecidos, espelhos, re-
batedor e difusor, para criar os sets. Escolheu a objetiva fixa 85
mm e a zoom 28-200 mm, mas lembra que também funciona
se você tiver uma 50 mm ou a 18-135 mm. Confira.
agosto 2017 • 43
DICAS PROFISSIONAIS
LUZ DIRETA
E DIFUSA
P ara este set, a parede branca do
quintal foi utilizada como fundo.
O dia em que a produção foi feita al-
ternou entre sol e períodos nublados.
A imagem ao lado foi captada em um
rápido momento em que as nuvens
encobriam o sol. Perceba como as
sombras são mais amenas.
Outro ponto interessante nes-
ta foto é que o piso acinzentado do
quintal serviu como um grande re-
batedor para a cena, reproduzin-
do rebatida de luz neutra na pele
da modelo. O guarda-chuva, além
de ser um item de interação com a
modelo, tornando-se ponto interes-
sante na composição da cena, serviu
também para ajudar a amenizar a
incidência da luz e atenuar as som-
bras no rosto da garota.
A dica de ouro é começar o en-
saio oferecendo à pessoa algo com
que ela possa interagir e que seja in-
teressante para agregar à produção.
As pessoas que não estão acostuma-
das a posar para fotos de nível profis-
sional tendem a ficar mais tímidas no
início do ensaio e vão se soltando no
decorrer da sessão de fotos.
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
agosto 2017 • 45
DICAS PROFISSIONAIS
lu iNdire a Na soMbra
E sta configuração foi criada a par-
tir de um fundo feito com tecido
usado para revestir sofá. É uma esco-
de roupas, contam com tramas mais
fechadas, o que evita que a luz de trás
escape facilmente para a frente.
desde que você saiba como coorde-
nar as cores e as estampas com a
produção da roupa da pessoa.
lha de improviso para fotografar. Es- Esticado sobre um suporte de Neste exemplo, Brasilio mon-
ses tecidos, além de serem encon- fundo fotográfico de estúdio com a tou o set à sombra, afastando a mo-
trados em dimensões maiores em ajuda de prendedores, o fundo pro- delo cerca de 2 metros do fundo pa-
relação aos tecidos para fabricação porcionará um resultado agradável ra ajudar no desfoque traseiro da ce-
na. Veja na foto de making of que há
uma parede branca na lateral direita.
Ela foi usada para rebater a luz do sol
na pele e uniformizar as sombras na
modelo retratada.
FICHA TÉCNICA
agosto 2017 • 47
DICAS PROFISSIONAIS
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
agosto 2017 • 49
DICAS PROFISSIONAIS
FICHA TÉCNICA
difusor e rebatedor
acertar na
composição
O grande objetivo de uma foto é chamar a atenção do
observador. Por isso, todos os recursos devem ser usados
para atingir essa meta. Conheça alguns deles
Por José de AlmeidA
E
xceto em casos de flagrantes ou textura são artifícios que podem ser apro-
em algumas coberturas de fotojor- veitados em várias situações.
nalismo, pensar na composição de O ideal é que o fotógrafo passe a obser-
uma cena é o primeiro passo pa- var com mais atenção elementos que pos-
ra que a imagem captada chame sam agregar valor ao seu olhar, pois qua-
a atenção do observador. Além de se tudo ao redor pode ser fotografado e re-
harmonizar os elementos no quadro com presentado por uma imagem. Em muitos
base em regras para compor (veja na edi- casos, a composição com linhas, formas e
ção 250), outros recursos podem ser usa- texturas pode ser a base para referências,
dos para que a foto seja algo mais próxi- como a regra dos terços ou o rácio de Fibo-
mo de uma manifestação artística, e não nacci (conforme explicado na edição 250),
um simples registro. Linhas, formas, fun- excelentes alternativas para a organização
do, iluminação, espaço, profundidade e de elementos no quadro fotográfico.
agosto 2017 • 53
DICAS TÉCNICAS
agosto 2017 • 55
Fotos: Shutterstock DICAS TÉCNICAS
As silhuetas em contraluz
são o jeito mais comum
EXPLORE A FORMA reto da luz, da objetiva, do ângulo e da ma-
Dar mais atenção às formas pode ser neira como o fotógrafo compõe o quadro.
de trabalhar com as
formas; abaixo, forma uma maneira de driblar o limite bidimen- Esse cuidado é fundamental para passar
e textura se unem em sional na fotografia. O contorno dos ele- a sensação de tridimensionalidade, esca-
uma foto de culinária mentos deve ser ressaltado com o uso cor- pando de planos achatados, espaços mal
resolvidos e composição desorganizada.
Um fundo simples, que destaque o te-
ma no primeiro plano, sem distrações ou
distorções, é um dos truques mais co-
muns para conseguir valorizar as formas
de um elemento. Um dos temas mais cor-
riqueiros para esse efeito são as silhuetas.
O escuro em contraponto ao claro, com
formas que possam ser identificadas, é de
extrema eficiência para atrair o olhar do
observador. Basta uma boa composição.
Contudo, o jogo de primeiro e segundo
planos precisa ser mais equilibrado quan-
do o tema não é apenas um elemento pre-
to (ou bem escuro) na contraluz, como a
silhueta. Nesse caso, entra a iluminação,
que deve fazer com que as formas do te-
ma pareçam tridimensionais. Cabe ao fo-
tógrafo trabalhar com o contraste de for-
ma controlada, para que as sombras au-
xiliem na definição do tema ou mostrem a
agosto 2017 • 57
DICAS TÉCNICAS
Fotos: Shutterstock
Parece arte abstrata, mas são texturas rochosas banhadas de luz encontradas no Antelope Canyon, no Arizona, EUA
do se trabalha com foco seletivo, ou composição. A exploração da textura ESPAÇO A SER OCUPADO
seja, focalizar apenas uma peque- muitas vezes remete a uma imagem Quando o fotógrafo define o te-
na porção do detalhe e deixar o res- abstrata, em que o que importa é o ma, precisa também pensar no es-
to desfocado. efeito que se obtém com a variação paço que ele ocupará no quadro fo-
Superfícies ásperas geralmen- de cores e desenhos formados ale- tográfico. Há uma série de fatores
te pedem uma luz direta e forte que atoriamente. A boa composição des- que definem isso: a distância da len-
ressalte, por exemplo, os veios de ses elementos é que atrairá o olhar. te com relação ao objeto, o ponto de
uma rocha, as estrias de uma folha,
os nós de uma tábua de madeira ou
a rugosidade de uma casca de ár-
vore. Também é possível usar uma
luz lateral para destacar rugas de
um rosto, a sinuosidade de um con-
junto de dunas ou as saliências de
um rochedo.
Já o claro/escuro pode ser apro-
veitado em condições de luz mais
baixa e abrangente para provocar
contrastes fortes entre áreas ilu-
minadas e à sombra, como o inte-
rior de uma caverna, folhas secas
amontoadas, a palma de uma mão
em close ou um velho e rústico por-
tão de tábuas de madeira.
Mesmo as superfícies lisas, co-
mo metal e vidro, podem ter a tex-
tura explorada em macro ou em clo-
se com reflexos bem posicionados na A composição minimalista explora espaço, formas, textura e linhas nesta imagem
agosto 2017 • 59
Ne cios Fo o raFia
Expert em fotopublicidade, Richard Cheles pretende mostrar ao vivo como fazer esta foto no evento Vivência com Fotografe
U
m segmento sofreu mais do que os vida de um fotógrafo publicitário virou um su-
outros quando a era digital na fotogra- plício. Mas há exceções. Uma delas é Richard
fia se consolidou: o publicitário. Gran- Cheles, fotógrafo autodidata com 14 anos
des nomes da área, que outrora eram de experiência na área e que recentemen-
pagos a peso de ouro, viram os traba- te inaugurou um novo estúdio, com 400 m2,
lhos minguarem e os valores de re- em São Caetano do Sul, na Grande São Pau-
muneração baixarem radicalmente. Muitos lo. Cheles, 37 anos, diz que ainda existe bas-
estúdios fecharam, câmeras de médio for- tante trabalho no mercado. Entretanto, os or-
mato da era do filme (como a icônica Hassel- çamentos vêm sofrendo uma forte redução.
blad) passaram a decorar prateleiras de lojas Há muitos profissionais disputando o mesmo
de equipamentos usados a preços convidati- espaço, fazendo com que o cliente busque os
vos e o glamour do setor virou fumaça. Adi- que oferecem preço mais atrativo.
cionando a isso a atual crise na economia, a “De fevereiro de 2017 em diante perce-
Cheles, que já foi designer gráfico, está no mercado de fotografia há 14 anos e dá dicas de estratégias contra a crise
agosto 2017 • 63
Ne cios Fo o raFia
SEMPRE ALERTA
Uma das medidas adotadas por
Cheles para manter o estúdio sem-
pre ativo na captação de novos tra-
balhos é a ação do contato constan-
te com o cliente. “Isso evita que ele
suma de vista e que o fotógrafo caia
Em tempos turbulentos, é importante manter uma rede de contatos na área no esquecimento”, ensina. Ligar,
de publicidade e fazer com que seus trabalhos possam ser sempre vistos mandar mensagem, fazer uma visi-
agosto 2017 • 65
Ne cios Fo o raFia
curando agências pequenas e mé- Um simples retrato de família pode ca que essas pessoas precisam ser
dias, assim como parceiros. A ideia é levar a um trabalho maior. Alguém ricas financeiramente, e sim abas-
incluir na rede contatos desde pes- naquela foto pode ser dono de um tadas de sabedoria”, diz o fotógrafo.
soas que possam ter participado de negócio e um dia precisar de um fo- Parcerias com influenciadores da
um curso com você até donos de es- tógrafo para fazer publicidade. mídia, como blogueiros e personali-
tabelecimentos comerciais. “Uma dica de sucesso é procurar dades, são outra estratégia interes-
Ninguém deve ser menospreza- se cercar de pessoas vencedoras, e sante de exposição para o fotógrafo,
do, assim como nenhum trabalho. que são referências. Isso não signifi- desde que a postagem seja feita pelo
formador de opinião e que a troca seja
saudável para ambas as partes.
MOEDA DE TROCA
Com a crise afetando todos os
segmentos da economia, as tran-
sações por meio de permuta têm
atraído cada vez mais interessados.
Além de manter os negócios aque-
cidos, esse sistema de pagamen-
to via troca pode conquistar clien-
tes, assim como ser um diferencial
na área de fotografia para a aber-
tura de novos negócios, já que as
pessoas podem usufruir do servi-
ço e depois se tornar consumidores
efetivos do trabalho, pagando futu-
ramente em dinheiro.
Mas há uma questão: vou tro-
car meu serviço de fotografia com
o quê? A série de possibilidades é
Novos nichos de mercado, como o de cervejas artesanais, podem ser explorados grande: para adquirir produtos e ser-
OUTROS RECURSOS
Richard Cheles lembra que as
turbulências econômicas atualmen-
te vividas no Brasil não fazem parte
do cenário do exterior. É aí que mui-
tos fotógrafos de publicidade preci-
sam enxergar no mercado externo
novas possibilidades de negócios.
Uma maneira de atrair parceiros
e clientes estrangeiros é ter uma
conta na rede virtual de relações
O fotógrafo Richard
Cheles produz fotos para
a divulgação de Matheus
Donaire, campeão
de fisiculturismo
agosto 2017 • 67
Ne cios Fo o raFia
“Vale a pena postar making ofs, tex- ilustradores e retouchers interessa- tante ter sempre um site atualizado,
turas, imagens do antes e depois e dos em trabalhar com minhas fotos um investimento no Google AdWor-
usar o recurso para criar coleções e estou avaliando”, conta. ds, uma conta no Instagram e uma
de referências. Outro uso é captar Além da rede de relacionamen- Fanpage. Fora isso, o bom e velho
parceiros. Já recebi propostas de tos, o especialista diz que é impor- portfólio impresso ainda é parte es-
sencial da estratégia. Com a explo-
são de ofertas de álbuns fotográficos
no mercado, eles são boas opções
Fotógrafo é embaixador da marca Sony para quem deseja algo sofisticado e
do Grande ABC e São Paulo, atendendo
versátil para apresentar aos clientes.
Autodidata com 14 anos de
experiência, o ex-designer gráfico Richard também a clientes de outros Estados, A dica de Cheles é preparar algo
Cheles, 37 anos, mantém um estúdio tanto em estúdio ou viajando até eles. com fotos de qualidade, mesmo que
próprio em São Caetano do Sul, na Grande Cheles inaugurou recentemente um sejam poucas: é melhor ter uma fo-
São Paulo. Especializado em fotografia novo estúdio com área de 400 m2. Lá,
são produzidas imagens de splashes, to impactante do que 20 medianas.
de publicidade, ele tem como clientes
várias agências de publicidade e empresas culinária, produtos complexos, joias, “Peça a ajuda de alguém com uma
entre outros. Além disso, ele ministrou boa percepção para ajudar na esco-
aulas de Fotografia no Pronatec, lha das fotos. E evite mostrar mui-
programa do governo federal em São
Caetano, e dá diversas palestras. Em tas fotos da mesma sessão. Menos
2017 recebeu um convite da Sony para é sempre mais”, recomenda.
ser um dos embaixadores da marca no Em momentos de crise, é preciso
Brasil ao lado de outros grandes nomes
da fotografia. Também foi convidado pela
menos lamentação e mais ação, diz
Editora Europa para palestrar no evento Cheles. Deve-se investir em aprendi-
Vivência com Fotografe – ele mostrará zado técnico, ler livros e revistas para
ao vivo como produzir uma foto de se manter atualizado e aprender coi-
comida para uma campanha publicitária.
Para saber mais sobre o fotógrafo, sas novas, sempre. A fotografia publi-
acesse: www.rcheles.com.br. citária sofreu uma forte retração, mas
não acabou. O mercado está aí.
A
Modelo APS-C EOS 77D é uma câmera dire- com tecnologia Dual Pixel AF (que fo-
de 24 MP filma cionada a um público entusias- caliza em live view de maneira rápida
em full HD, tem ta e que, na linha da Canon, se e precisa), monitor de 3 polegadas ar-
situa entre a Rebel T7i (anun- ticulado e sensível ao toque, flash em-
monitor articulado ciada no mesmo dia) e a EOS butido, conexão Wi-Fi e capacidade de
e touchscreen, 80D (lançada em 2016). Em al- filmar em full HD. As diferenças ficam
conexões Wi-Fi e guns mercados, ela também leva o no-
me de EOS 9000D, o que ajuda a enten-
nos detalhes, que podem até dificultar
a escolha por uma delas...
Bluetooth embutidos e dê-la como a real sucessora da Rebel A 77D difere pouca coisa da T7i (tal-
um corpo compacto, T6s, chamada de EOS 8000D em alguns vez fosse melhor chamá-la de T7s).
países. Essa bagunça nos nomes se re- Elas têm um corpo bem compacto,
de boa pegada, mas flete nas especificações das câmeras: com ótima pegada, mas não tão resis-
não tão resistente todas elas têm sensor APS-C de 24 MP tente quanto a 80D (a única com prote-
agosto 2017 • 71
TESTE
DSLR
CONEXÕES LATERAIS
As entradas para controle
remoto e microfone ficam MODOS DE OPERAÇÃO
sob tampas separadas das O disco de seleção tem
conexões HDMI e USB opções padrão de cenas
e filtros criativos, mas
nenhum personalizado
MONITOR ARTICULADO
A tela sensível ao toque
não traz novidades, tem
boa definição e resposta
rápida ao comando
LCD SUPERIOR
Esse item é bem-vindo,
aproximando a câmera
dos modelos mais
avançados da Canon
CARTÃO SOLITÁRIO
A EOS 77D tem apenas
uma entrada para
cartões de padrão SD
ÓTIMA
ABERTURA
bilitando usar um tablet como mo- MAIS NÍTIDA 68%
nitor externo, por exemplo. Como
f/8
BOA
os arquivos de vídeo gerados pela
77D são muito compactados (IPB
em 50 mm
ou IPB leve), a transferência de ar- MÉDIA
2.720 lw/ph
quivos para o dispositivo conecta-
BAIXA
Avaliação final
10%
Mesmo com perfil neutro, a 77D
FIDELIDADE CROMÁTICA satura as cores em torno de 10%, na
SATURAÇÃO MÉDIA DE média de outras câmeras da Canon
O QUE SE DESTACA
Sensor de 24 MP com Dual Pixel CMOS;
filma em full HD; autofoco com 45 ALCANCE DINÂMICO
pontos; Wi-Fi e Bluetooth embutidos; JPEG RAW
ISO 3.200
DESEMPENHO redução de ruído
20/25
QUALIDADE DE IMAGEM
22/25 Quanto mais alta a curva,
CUSTO-BENEFÍCIO mais ruído há na imagem
17/20
METODOLOGIA DO TESTE: Fotografe usa o software Imatest em seus testes com câmeras e lentes. Confira os
TOTAL 87/100 parâmetros adotados nas avaliações em www.fotografemelhor.com.br/metodologiadostestes.
agosto 2017 • 75
ida de Fo raFo
Com o foco
nas emoções
O fotógrafo Alexandre Mazzo enfrentou a síndrome do pânico com sua câmera.
Desse desafio nasceu o trabalho Ressignificar, que não tem prazo para terminar
O
Por JOSÉ CARLOS FERNANDES
s detratores das poéticas contempo- lhor deixar quietas as almas tolas e se atirar
râneas costumavam dizer que nin- nas águas turvas mergulhadas por Alexan-
guém – com um mínimo de sanida- dre Mazzo – esse fotógrafo que se faz adulto
de – gostaria de ter um Anselm Kie- e prova das vertigens. Ele o faz na ponta dos
fer na parede da sala, sob o risco de pés e à beira do abismo.
se atirar pela janela. As más línguas, Mazzo não escolheu o pânico – o da sín-
incontinentes, usavam Kiefer como sinônimo drome e suas variações para o tema. O pânico
de tudo que é cinza e soturno, de modo a afir- é que o elegeu para Cristo. Não teve remédio
mar que o papel da arte é passar pó-de-arroz – passou pelo medo em escala Richter, pela
nas manchas roxas cunhadas pela vida. Me- tontura, cerrou as portas e o cenho, mas com
agosto 2017 • 77
ida de Fo raFo
Quem é
José Carlos Fernandes
Conhecido pelos amigos como
Zeca, José Carlos Fernandes, 52
anos, é jornalista no jornal Gazeta
Fotos: alexandre Mazzo
agosto 2017 • 79
LIÇÃO DE CASA
temas ilustrados pelo leitor
Adriano Kirihara
Pedra Chapéu do Sol, em Cristalina (GO), clicada pelo leitor Adriano Kirihara: conversão em P&B para dar mais ênfase ao céu
C
Fazer imagens omo o olho humano enxerga lação em laboratórios caseiros. Portan-
digitais em P&B não em cores, fotografar em pre- to, o primeiro passo para fotografar bem
to e branco não é algo óbvio. Os em P&B é justamente aprender a en-
se resume a registrar pioneiros da fotografia faziam xergar o mundo em tons de cinza, pre-
qualquer cena imagens monocromáticas não to e branco.
colorida e depois por escolha, mas porque as
primeiras emulsões não permitiam re-
O olho humano é sensível às co-
res, mas uma bela cena colorida pode
convertê-la. O olhar gistrar o mundo em cores. E, apesar da ser totalmente sem interesse quando
é fundamental para chegada do filme colorido, o P&B sem- passada para o P&B. Por isso, apren-
pre atraiu fotógrafos e admiradores de der a ver os tons e as nuances de cinza
a boa qualidade da fotografia tanto pelas qualidades esté- é essencial. E o ideal é prestar muita
foto. Confira ticas quanto pela simplicidade de reve- atenção na luz, nas texturas e nas for-
Acima, o leitor Wander Rocha explorou a textura de uma árvore no Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), fotografando
de baixo para cima; abaixo, o grupo de zebras bebendo água foi registrado na Tanzânia pelo leitor Flaubert Santos
Flaubert Santos
Agosto 2017 • 81
LIÇÃO DE CASA
O leitor Paulo Hopper
explorou com maestria
em P&B a cena do homem
trabalhando na fiação elétrica
NEGATIVO DIGITAL
O formato RAW, chamado por
muitos de negativo digital, oferece
grandes possibilidades nos acertos
no P&B. Permite ajustar de manei-
ra muito precisa o contraste e a lumi-
nosidade, assim como as camadas de
cores e o equilíbrio de branco, que têm
Paulo Hopper
Agosto 2017 • 83
LIÇÃO DE CASA
DILMA NOGUEIRA,
Como participar São J. dos Campos (SP)
3 Gostei da foto e da
composição. Uma longa
exposição de 25s com a
4 É uma foto
interessante, que conta
uma história e toca o
5 A iluminação é boa,
a exposição e a
composição também. Foi
6 Apesar de a moça estar
olhando para o alto, o espaço
em cima parece demasiado.
câmera no tripé, conforme observador. O ponto de providencial a escolha É uma questão de proporção
você informa, para captar a vista e a profundidade pelo preto e branco, o que o corte ao nível das coxas,
luz do luar sobre o mirante de campo reduzida são facilita a leitura da imagem, combinado com o formato
da Serra do Rio do Rastro. atraentes. O que faltou, enfatiza a textura da parede paisagem, passa uma sensação
Talvez a exposição devesse a meu ver, é uma atitude e evita que o fundo desvie de “esmagamento” da modelo.
ser mais longa para você mais legível e significativa a atenção. Contudo, só Além de abaixar um pouco a
conseguir mais luz na cena e das crianças para lamento que a senhora câmera, teria recomendado
uma melhor definição da lua finalizar a narrativa. esteja olhando para o pedir para a moça se posicionar
cheia, pois ela está coberta Equipamento: Canon EOS outro lado, e não na levemente mais para o lado
pelas nuvens. Dá para ver 70D com objetiva Canon direção da câmera, como esquerdo, em combinação com
um resto de céu azul, o que 24-105 mm o cachorrinho dela o olhar dela para o lado direito,
é ótimo para fotos noturnas. Exposição: f/4.5, 1/1.600s embaixo da cadeira. evitando assim a centralização e
Fundo preto fica sem graça. e ISO 200 Equipamento: Canon EOS trazendo mais dinamismo
Equipamento: Nikon D90 Rebel T5i com objetiva à imagem.
com objetiva Nikkor Canon 50 mm Equipamento: Canon
18-105 mm Exposição: f/1.8, 1/200s EOS 50D com objetiva
Exposição: f/4, 25s e ISO 100 Canon 50 mm
e ISO 200 Exposição: f/1.8, 1/400s
e ISO 100
3
4
5
6
Agosto 2017 • 87
RAIO X POR LAURENT GUERINAUD
10
11
12
13
14
Agosto 2017 • 89
RAIO X
LIANA DE LEONARDO MEDEIROS, DIOGO NUNES, BRUNO SOARES,
FREITAS ROCHA, Caieiras (SP) Taboão da Serra (SP) Além Paraíba (MG)
João Pessoa (PB)
15 A flor desfocada
no primeiro
16 Acredito que o
ângulo escolhido não
corresponde à ideia que
17 Em fotografia de
arquitetura, é muito
importante prestar bem
18 Foi necessário observar
bem a foto, com o
intuito de comentá-la, para
plano incomoda, pois você queria passar. Em atenção às linhas, à finalmente descobrir o tema. O
ela ocupa bastante mergulho (de cima para geometria, à perspectiva vagão de trem não se destaca
espaço e passa a baixo), o tema passa uma e à verticalidade/ o suficiente para captar a
sensação de esconder sensação de fraqueza e horizontalidade. Aqui, a atenção do observador, que
a cena fotografada. inferioridade. Para valorizar inclinação das escadas, não encontra interesse na
E a ausência de um melhor a criança, você imediatamente percebível imagem. Você deveria ter se
elemento de destaque deveria ter se abaixado, a por comparação com aproximado mais da grade
forte no fundo, que fim de fotografar na altura a borda do quadro, grudando a lente nela, ela
ajudaria o olhar a dos olhos dela. Além disso, incomoda. Além disso, sumiria totalmente, deixando
“pular” o desfoque, seria preciso deixar um teria recomendado o trem mais visível. Além
agrava a situação. espaço maior à esquerda, apontar a câmera um disso, outro ponto de vista,
Equipamento: Nikon evitando assim cortar pouco mais para baixo. que evitasse a sobreposição
D5200 com objetiva os dedos do modelo e, Assim, você incluiria do trem com o prédio branco,
Nikkor 18-55 mm sobretudo, acompanhando melhor a escada e permitiria igualmente destacá-
Exposição: f/5.6, 1/250s melhor a ação ao respeitar reduziria o espaço de céu -lo, formando o ponto de início
e ISO 250 a direção para a qual está vazio em cima. da leitura da foto.
apontando a câmera. Equipamento: Nikon Equipamento: Nikon
Equipamento: Fuji X10 com D3200 com objetiva D5200 com objetiva
objetiva Fujinon 28-112 mm Nikkor 18-55 mm Nikkor 18-55 mm
Exposição: f/2.2, 1/10s Exposição: f/7.1, 1/200s Exposição: f/5.6, 1/200s
e ISO 100 e ISO 100 e ISO 1.250
15 16
17
18
N
em tudo que é moda áudio estão ruins, alerta o especia- criadores do setor audiovisual em
em vídeo de casamen- lista Julian J. Ludwig. O termo au- início de carreira e como corrigi-
to precisa ser imedia- diovisual já diz tudo: imagem e som -los, com a opinião de profissio-
tamente incluído na de boa qualidade devem andar jun- nais especializados em videocli-
sua produção, principalmente se tos, e o conjunto é que faz com que pes, publicidade e produções inde-
você está começando a vida profis- o filme – seja de um casamento, um pendentes. Nesta edição, o foco é
sional. Também não há razão para clipe ou um curta-metragem – tenha voltado para as áreas de casamen-
supervalorizar equipamentos e dei- um nível profissional, capaz de ar- to e áudio. Samuel Rose, da NKG
xar de imprimir o seu estilo à pro- rancar elogios tanto de conhecedo- Filmes, e Julian J. Ludwig, da Jaca-
dução, ensina o filmmaker Samuel res do assunto quanto de leigos. randá Áudio, falam de suas experi-
Rose. Por outro lado, de nada vale Na edição 250 de Fotografe, a ências nos setores que dominam e
uma filmagem impecável se a cap- seção “Filmmaker” abordou os er- dão dicas pontuais para filmmakers
tação do som e a pós-produção do ros mais comuns cometidos por iniciantes evitarem problemas.
Agosto 2017 • 93
FILMMAKER / Consultoria profissional
O SEGURO DO BACKUP
Um evento social, seja ele um ca-
samento, uma festa de 15 anos, um
noivado ou um batizado, só acon-
tece uma vez. Todas as imagens são
únicas e extremamente importan-
tes para o cliente. Assim, é essen-
cial ter um fluxo de trabalho que ga-
ranta a proteção de todas as imagens, tas das mesmas imagens, “além dos
com diversas cópias dos vídeos. “O
backup é extremamente importante.
arquivos nos cartões, que ficam em
lugares fisicamente separados”, diz.
SAMUEL ROSE
Na NKG, descarregamos o cartão no Ao gravar cópias, é importante tam-
dia e tudo fica armazenado no com- bém observar a integridade dos ar- O filmmaker Samuel Rose
putador e em um HD somente de quivos para garantir que eles não fo- é um dos sócios da NKG Filmes,
backup do casamento”, informa Ro- ram corrompidos no processo. Por uma das primeiras produtoras
se. “Além disso, no dia do evento, fim, para a máxima preservação das brasileiras especializadas em vídeos
sempre mantemos os cartões cheios imagens, os cartões são formatados de casamento com abordagem
com quem os gravou, sem sobres- diretamente nas câmeras somente cinematográfica, com diversos
crever nenhum deles”, explica. trabalhos realizados em todas as
ao início do próximo evento, ofere-
regiões do Brasil, e também em países
Dessa forma, a equipe sempre cendo tempo suficiente para a con-
como México, Portugal, Itália e Estados
tem pelo menos duas cópias distin- ferência de todas as cópias.
Unidos. Além de trabalhar ao lado de
referências mundiais em filmes de
casamentos cinematográficos, como
Ray Roman e Joe Simon, Samuel
Rose também faz palestras em
eventos especializados no tema,
como a Wedding Select e Video Elite,
entre outros.
Samuel Rose com os companheiros Fábio Nagaguishi, Denise Machado e Márcio Nagaguishi
Agosto 2017 • 95
FILMMAKER / Consultoria profissional
Fotos: Shutterstock
DICAS DE JULIAN J. LUDWIG SOBRE ÁUDIO
PRÉ-PRODUÇÃO TABAJARA direcional para cobrir o deslocamen-
Pensar o áudio antes de partir to de atores, o uso de microfones de
para uma locação é fundamental. lapela em entrevistados e outros de-
Isso ocorre na etapa de pré-produ- talhes. “O segredo é tentar prever to-
ção, e serve para conhecer as con- dos os problemas de antemão, e não
dições de ruído do ambiente e para deixe para descobrir na hora”, ensina.
ter um planejamento detalhado da
quantidade de microfones e equi- ERROS TÉCNICOS BANAIS
pamentos necessários. Toda gravação audiovisual envol-
Assim, é possível escapar de pro- ve uma lista de itens que precisam ser
blemas comuns como a reverberação checados antes, durante e depois de
excessiva, algo que pode ser difícil de apertar o botão de REC da câmera.
corrigir na pós-produção – e que dá Iniciantes tendem a pular ou esque-
para ser evitado com o uso de mantas cer alguns detalhes essenciais. “Certi-
de som. No entanto, só é possível se o fique-se de que os seus equipamen-
filmmaker prever o problema na eta- tos estão funcionando apropriada-
pa de pré-produção. mente, sem mal contatos ou interfe-
Outra vantagem de conhecer a rências. Sai muito mais caro tentar ar-
locação de antemão é poder organi- rumar algo na pós-produção do que
zar a ordem do dia para evitar horá- gravar corretamente desde o início”,
rios de maior ruído, como a saída de afirma Ludwig.
crianças de uma escola próxima ou Ele alerta ainda para que não se
mesmo a hora do rush se a locação use um equipamento de baixa quali-
estiver em uma rua movimentada, dade, que compromete o resultado fi-
explica Ludwig. A pré-produção tam- nal do trabalho. Em áudio, é possível
Fazer um check list para verificar se tudo bém permite avaliar se será necessá- se preparar antecipadamente, gra-
está funcionando bem é fundamental rio empregar mais de um microfone vando versões de teste para avalia-
Agosto 2017 • 97
FILMMAKER / Consultoria profissional
Improvisar na captação
do som pode ter
consequências bem
negativas para o vídeo
Shutterstock
sp
A afinidade com os cães deu a Erwitt um olhar especial para flagrar cenas do cotidiano envolvendo humanos e os animais
Sinisia Coni
:: Data: até 30 de agosto de 2017
:: Local: Farol de Santa Maria, Rua Sete
BA de Setembro, s/n – Barra, Salvador
:: Informações: (71) 3203-8400
sp CÂMERAS
FOTOGRÁFICAS
DO FILME AO DIGITAL
Marcelo Masagão
Helcio Peynado
ANTILOGIAS RJ
A primeira biblioteca pública de São Paulo,
a Mário de Andrade, foi o objeto de estudo
do fotógrafo Marcelo Masagão, que frequen- :: Data: até 20 de agosto de 2017 E m comemoração ao aniversá-
rio da fotografia, no dia 19 de
tou e registrou o cotidiano do espaço durante :: Local: Biblioteca Mário de agosto, quando foi anunciada em
meses. A mostra reúne 25 fotos que brincam Andrade, Rua da Consolação, 94 – Paris a invenção do daguerreóti-
com a passagem do tempo nas figuras abs- Consolação, São Paulo po, o fotógrafo Helcio Peynado re-
tratas dos visitantes e empregados. :: Informações: (11) 3775-0002 cuperou algumas das câmeras de
sua coleção para fotografá-las em
seu estúdio. Foram escolhidas 67
ENTREELAS sp
câmeras, que foram agrupadas
Dielo Aliados
ATENÇÃO: para participar desta seção, envie a programação para a redação de Fotografe
Melhor até o dia 1o do mês anterior ao evento, pelo e-mail fotografe@europanet.com.br