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Platão, em A República
01. introduzindo..
as novas técnicas..
suas origens..
dogmático?!
Os termos usados por alguns teóricos para dar conta das experiências
vividas nesses documentários eram “sociodrama” e “psicodrama” (Da-Rin,
2004:153) embora o cientificismo que permeia estes termos, podemos supor,
possa gerar certa ambigüidade quanto ao que buscavam esses cineastas (Jean
Rouch já disse não acreditar nas ciências sociais, o que não era um
desmerecimento, mas um postulado sobre a subjetividade destas). No
entanto, depreendemos que o que se produzia tinha força semelhante a das
verdades psicanalíticas; eram verdades fílmicas. Aí, percebemos a
proximidade que estes filmes tinham com a ficção. É notável que muitos
textos preguiçosamente escritos sobre o Cinema Verdade, encontrados na
internet, sequer o situam na cronologia do cinema documentário, delegando
ao instrumental técnico a maior parte de seus comentários.
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Esta suposição se baseia no diálogo de Marceline e Jean-Pierre, seu amante,
notadamente nos comentários feitos por Rothman sobre este diálogo (Rothman, 1997:
82 )
ALVES, A.C., MACEDO, E.S., WURTS, E., ASSAD, M., GARCIA, P.P., VARGAS, R.M., Laguinho, Agosto, 2005.
Há ainda a cena em que uma moça loura da classe média francesa anda
por Saint-Tropez e conversa com o já citado Landry (ver acima), em que a
cordialidade entre os dois gerou desconfiança (para dizer o mínimo), como
veremos adiante. Nestes exemplos, percebemos que o Cinema Verdade era
uma experiência criativa e com uma forte dimensão auto-crítica. Os filmes
tornam possíveis situações únicas, como coloca Da-Rin, citando Comolli:
confusão de termos..
2
ROTHMAN, William. Documentary film classics. pp. 109.
ALVES, A.C., MACEDO, E.S., WURTS, E., ASSAD, M., GARCIA, P.P., VARGAS, R.M., Laguinho, Agosto, 2005.
3
FOUCAULT, Michael. A Ordem do Discurso.
ALVES, A.C., MACEDO, E.S., WURTS, E., ASSAD, M., GARCIA, P.P., VARGAS, R.M., Laguinho, Agosto, 2005.
documentário híbrido..
A equipe gravou por vários anos a realidade das irmãs, pedindo dinheiro
e cantando nas ruas de Campina Grande e como elas lidaram com o efeito
celebridade a partir do assédio de diversas mídias depois da exibição do curta-
metragem, que ganhou prêmios em festivais de cinema, resultando no convite
para apresentação num festival de música em Salvador.
4
GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Palavra e verdade na filofia antiga e na psicanálise. pp.
97
ALVES, A.C., MACEDO, E.S., WURTS, E., ASSAD, M., GARCIA, P.P., VARGAS, R.M., Laguinho, Agosto, 2005.
5
ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte Poética.
ALVES, A.C., MACEDO, E.S., WURTS, E., ASSAD, M., GARCIA, P.P., VARGAS, R.M., Laguinho, Agosto, 2005.
papo de bar..
Um argumento levantado foi de até que ponto um filme com forte teor
de espetacularização e uso híbrido de várias técnicas de documentário, criação
ALVES, A.C., MACEDO, E.S., WURTS, E., ASSAD, M., GARCIA, P.P., VARGAS, R.M., Laguinho, Agosto, 2005.
movimento estudantil, a passeata dos cem mil andou lado a lado aos
operários, que promoveram greves agressivas nas periferias de São Paulo e
Belo Horizonte.
A minissaia pode explicar muito bem os anos 60. Foi, sem dúvida
alguma, a década que mais refletiu os anseios dos jovens angustiados com a
6
triste experiência das Guerras da geração anterior. Liberdade – On the Road
– era a palavra de ordem. A geração beat, que se opunha à sociedade de
consumo, o psicodelismo, o pacifismo, o movimento hippie, o rock (o sexo e
as drogas)... foram manifestações que destacaram as figuras de Andy Warhol,
Vasarely, Saint Laurent, Catherine Deneuve, Twiggy, Beatles.. aqui, vimos a
Jovem Guarda de Roberto e Erasmo, Os Mutantes da Rita Lee, as canções de
protesto da Tropicália, entre muitos outros. No cinema, veio a Nouvelle Vague
na França, o Neo-Realismo na Itália e o “cinema de autor” no Brasil – o
Cinema Novo de Glauber.
6
On the Road é o título do livro de Jack Keurouac, de 1957. A temática principal é a
atmosfera norte-americana que influenciou movimentos de vanguarda na arte e no
comportamento da juventude nas capitais mundiais.
ALVES, A.C., MACEDO, E.S., WURTS, E., ASSAD, M., GARCIA, P.P., VARGAS, R.M., Laguinho, Agosto, 2005.
tentativa 1.0
1962
agora sim..
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Alusão a Carlos Reichenbach, ícone do cinema marginal paulista, cujo sobrenome é
equivalente ao de François.
ALVES, A.C., MACEDO, E.S., WURTS, E., ASSAD, M., GARCIA, P.P., VARGAS, R.M., Laguinho, Agosto, 2005.
e hoje, uh?
A idéia inicial dos dois diretores era fazer um filme apenas, que
retratasse as campanhas presidenciais dos dois candidatos que estivessem em
mais destaque na cena eleitoral – isto é, Lula e José Serra. A repentina
mudança de enfoque foi devido a uma conversa com Lula, quando o candidato
destacou a importância histórica de sua trajetória política.
o telejornal..
que tais temas eram proibidos e vetados pela Censura Federal. O Globo
Repórter tinha a direção de documentaristas importantes como Eduardo
Coutinho, Paulo Gil Soares e João Batista de Andrade. Por serem
independentes da Central Globo de jornalismo, os diretores possuíam mais
autonomia e liberdade de criação. No entanto, depois do documentário “Sete
dias em Ouricuri”, onde é mostrada a seca e a miséria no interior de
Pernambuco, o programa sofre retaliação da censura. Deixa de renovar nos
temas e na linguagem. E se aproxima cada vez mais do telejornalismo
tradicional.
07. referências
bibliográficas..
BERNARDET, Jean-Claude. Cineastas e Imagens do Povo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
COSTA, Antonio. Compreender o Cinema. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1989.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. 9ª edição. São Paulo: Edições Loyola, 2002.
GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Palavra e verdade na filosofia antiga e na psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1995.
LINS, Consuelo. O Documentário de Eduardo Coutinho – televisão, cinema e vídeo. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2004.
PEREIRA, Miguel e GOMES, Renato Cordeiro e FIGUEIREDO, Vera Lúcia Follain de. Comunicação,
representação e práticas sociais. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; Aparecida, SP: Idéias & Letras,
2004.
ROTHMAN, William. Documentary Film Classics. Cambrigde: Press Syndicate of the University of
Cambridge, 1997.
SALLES, João Moreira. "Sobre senadores que dormem". In: Revista Bravo! n°91, 2005, pp 28-32.
TEIXEIRA, Francisco Elinaldo. Documentário no Brasil – Tradição e Transformação. São Paulo: Summus
Editorial, 2004.
VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1998.
MAITRES-FOUS – www.maitres-fous.net
filmográficas..
“Crônica de um verão” (Chronique d´un été, 1960) – Jean Rouch e Edgar Morin
“Super size me – a dieta do palhaço” (Super size me, 2004) – Morgan Spurlock