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Execução de

Contrapisos
Condições para início do contrapiso
Preparo da base
Definição de níveis
Assentamento dos taliscos
Preparo da camada de aderência
Execução de mestras
Aplicação de argamassa
Acabamento superficial
Acabamento desempenado
Acabamento alisado
Após a execução

Condições para início do contrapiso


Preparo da base
Definição de níveis
Assentamento dos taliscos
Preparo da camada de aderência
Execução de mestras
Aplicação de argamassa
Acabamento superficial
Acabamento desempenado
Acabamento alisado
Após a execução

Manual de Revestimentos 1EXE CP


2EXE CP Manual de Revestimentos
Execução de
Contrapisos
Os procedimentos abordados a seguir têm como objetivo
a execução de contrapisos de pequena espessura, Preparo da base
fundamentados em uma dosagem racional de argamassa,
através da utilização de argamassa de consistência seca.

A execução do contrapiso exige que seja do tipo aderido, pois


desta forma trabalha em conjunto com a laje, sendo capaz de
suportar solicitações de maior intensidade.

Condições para o início do contrapiso

Para o início da execução dos serviços de contrapiso em um


dado pavimento deverão ser atendidas as seguintes condições:

• Conclusão da impermeabilização de áreas molháveis,


quando existir;
• É desejável que as alvenarias do pavimento estejam
executadas;
• É também desejável que as instalações elétricas e hidro-
sanitárias estejam concluídas;
• Que haja carência de 60 dias após a desforma definitiva
da laje do pavimento sobre o qual será executado o contrapiso;
• Existir o projeto de contrapiso;
• Ter sido redefinido o projeto de contrapiso (reprojeto)
considerando as reais condições de execução da base;
• Estar contratada a aquisição de argamassa industrializada
ou implantada a central de produção de argamassa no
canteiro, com previsão de aquisição dos materiais para
a sua produção.

Preparo da base

Antes da demarcação dos níveis do contrapiso acabado, pré-


definidos no projeto (etapa de reprojeto), deverão ser
observadas as seguintes condições:

• O ambiente deverá estar completamente limpo, sem a


presença de entulho, restos de argamassa ou outros
materiais aderidos à base. Caso o ambiente não esteja
em conformidade para o início do serviço, pode-se utilizar
o picão, a vanga ou ponteira e a marreta para a remoção;
• a base deverá estar isenta de pó e de outras partículas soltas,
que podem ser eliminadas utilizando-se vassoura dura;
• A superfície da base deverá estar isenta de óleo, graxa,
cola, tinta ou produtos químicos.

Manual de Revestimentos 3EXE CP


Definição de níveis

Após a completa limpeza do local, deverão ser definidos os


níveis do contrapiso, a partir do ponto-origem (que constitui
o nível de referência), utilizando-se o aparelho de nível ou
o nível de mangueira, observando-se os seguintes
Definição de níveis procedimentos:

1. Para o assentamento das taliscas com o aparelho de


nível, zerar o aparelho no nível de referência e, com
o auxílio da escala móvel, a talisca pode ser assentada
com a espessura definida no projeto. A utilização desse
equipamento permite precisão milimétrica na definição
da espessura do contrapiso, além de necessitar de um
único operário para a realização dessa atividade. Em
áreas molhadas com previsão de ralo para escoamento
de água, prever caimento mínimo de 1%.

2. Quando não se dispuser desse aparelho, a talisca deverá


ser assentada da maneira tradicional, empregando-se os
seguintes procedimentos:

• Inicialmente deve-se tomar o nível de referência da laje


no ponto origem, transferindo-o para a parede do
cômodo onde serão assentadas as taliscas, utilizando-se
para isto o nível de mangueira, observando-se que para
o desenvolvimento dessa atividade são necessários dois
operários;

• A partir da referência da parede, define-se o nível das


taliscas através da utilização de um metro articulado e
linha de nylon. No projeto de contrapiso deve ser
definida, além da espessura, a cota do contrapiso
acabado em função da referência adotada.

Transferência de nível para parede com “nível alemão”

4EXE CP Manual de Revestimentos


Assentamento das taliscas

Para o assentamento das taliscas deverão ser observados


os seguintes procedimentos:
• Limpeza dos pontos onde
serão assentadas as taliscas,
sendo previamente umide- Assentamento
cidos. A limpeza poderá das taliscas
ser feita com o auxílio de
uma broxa;

• Polvilhamento de cimento
para que se forme uma
nata, a fim de garantir a
aderência da argamassa
de assentamento das
taliscas à base, pois essa
Transferência de nível para parede com mangueira de nível argamassa ficará incorpo-
rada ao contrapiso quando
da sua execução;

• Assentamento das
taliscas nas posições
previamente definidas
pelo projeto, sendo que
as mesmas devem ser
constituídas por material
de pequena espessura,
como por exemplo, cacos
de ladrilho cerâmico
Estabelecimento de nível de talisca utilizando a referência de nível
previamente marcada na parede ou de azulejo.

Para o posicionamento das taliscas ao longo do perímetro do


ambiente em que será executado o contrapiso, deve-se
obedecer a disposição de projeto, que deverá levar em conta a
distância máxima de 3,0 m entre as mesmas, considerando-se
que a régua disponível para o sarrafeamento tenha
comprimento suficiente para alcançar as duas taliscas; caso
contrário, o espaçamento entre as taliscas deverá ser limitado
pelo comprimento da régua disponível.
Se as dimensões do ambiente forem superiores aos limites
anteriores, deve-se assentar taliscas ao longo da linha
média do comprimento ou largura do mesmo.
A argamassa para o assentamento das taliscas deverá ter
características idênticas à que será empregada no contrapiso,
ou seja, a mesma composição, dosagem e umidade.

Manual de Revestimentos 5EXE CP


O assentamento das taliscas deverá ser feito, de preferência, com
antecedência mínima de dois dias à execução do contrapiso.

Para o assentamento das taliscas utilizando o aparelho de nível,


basta que se tome a espessura do contrapiso previamente
definida, executando-a sobre a laje, com o auxílio da escala
Preparo da camada móvel. O assentamento auxiliado por esse aparelho permite
de aderência precisão milimétrica na espessura do contrapiso.

Preparo da camada de aderência

Espalhamento do cimento para formação da nata na ponte


Polvilhamento de cimento para formação de ponte de aderência de aderência

O preparo da camada de aderência deverá seguir os


seguintes procedimentos prá-definidos:

• Após a execução das taliscas e com a superfície


completamente limpa, a base deve ser molhada (lavada)
Nota
com água em abundância, preferencialmente no dia
Em função das dimensões usuais
anterior à aplicação da argamassa, removendo-se o
dos ambientes, o preparo da
excesso de água imediatamente após a lavagem que
ponte de ligação deverá ser
poderá ocorrer com até 1 dia de antecedência;
realizado por partes, para que a
nata de cimento não endureça
• Removida a água em excesso, inicia-se o preparo da
antes do lançamento da
ponte de aderência entre o contrapiso e a base.
argamassa de contrapiso.
A execução dessa camada consiste no polvilhamento
Assim, esse procedimento deve
de cimento com o auxílio de uma peneira, sendo imediata-
ter início nos locais de execução
mente espalhado com vassoura, criando uma fina película que
das mestras, tendo continuidade
permitirá a ligação entre a base e a argamassa semi-seca que
após estarem prontas.
será aplicada.

6EXE CP Manual de Revestimentos


Execução das mestras

A produção das mestras


deve ocorrer imediatamente
antes do lançamento da
argamassa para a execução
do contrapiso, não sendo Execução
necessário e nem mesmo das mestras
recomendado a sua prévia
execução. Os seguintes
procedimentos devem ser
realizados para a sua
execução:

• Após o preparo da camada


de ligação, deve-se
Espalhamento de argamassa para execução da mestra de piso preencher uma faixa no
alinhamento das taliscas
com a argamassa de
contrapiso, de maneira
a sobrepor o nível das
mesmas, utilizando-se
a enxada para o seu
espalhamento;

• Utilizando-se o soquete,
deve-se compactar, com
energia, a camada de
argamassa contra a base;

• Apoiando a régua de
alumínio sobre as
taliscas, deve-se “cortar”
a argamassa excedente
de modo a obter toda a
Compactação da argamassa para formação da mestra de piso faixa (mestra) de
argamassa no mesmo
nível das taliscas;

• Com as mestras
executadas, as taliscas
devem ser retiradas,
preenchendo-se com
argamassa o espaço
deixado e nivelando-o
com a régua metálica.

Sarrafeamento da argamassa para formação da mestra de piso

Manual de Revestimentos 7EXE CP


Aplicação da argamassa

Com as mestras e a camada


de aderência executadas
aplicar a argamassa de
contrapiso na superfície
Aplicação da restante, observando-se os
argamassa seguintes procedimentos:

• Lançar a argamassa sobre


a base de modo que, ao
ser espalhada, sobreponha
o nível das mestras,
quando a espessura total
do contrapiso não Lançamento de argamassa para execução do contrapiso
ultrapassar 30 mm.
No caso de espessuras
superiores, o espalha-
mento da argamassa
deverá ser feito em duas
ou mais operações
consecutivas, intercaladas
pela compactação das
camadas;

• Espalhada a argamassa,
a camada deve ser
compactada com energia,
empregando-se o soquete.
Se após a compactação,
a camada ficar abaixo do
nível das mestras, acres-
centar imediatamente Compactação da argamassa para execução de contrapiso
mais argamassa, compac-
tando novamente.

• Na seqüência, inicia-se o
sarrafeamento de toda a
superfície, empregando-se
para isso a régua metálica,
que deve estar apoiada
sobre as mestras em
movimentos de vaivém,
“cortando” a superfície
da argamassa até que seja
atingido o nível das
mestras, em toda a
extensão do cômodo. Sarrafeamento do contrapiso entre as mestras

8EXE CP Manual de Revestimentos


Acabamento superficial

A superfície do contrapiso
pode receber diferentes
acabamentos, em função
das características dos
revestimentos a serem Acabamento
empregados e do trânsito superficial
a que ficarão submetidos
antes da aplicação destes.
Os procedimentos para a
execução dos acabamentos
comumente utilizados são:

1. Acabamento desempenado:
Desempenamento fino do contrapiso em função da umidade de
aplicação da argamassa e
do tempo decorrido entre
a sua aplicação e o desem-
peno, pode ser necessário
borrifar água sobre a
superfície do contrapiso
para facilitar a operação de
desempeno.
Esse acabamento é
indicado nos casos em
que serão utilizados
revestimentos fixados
com dispositivos (tipo
parafusos ou cavilhas) ou
com argamassas colante.
Desempenamento grosso do contrapiso Este acabamento é obtido
com a utilização de
desempenadeira de madeira.

2. Acabamento alisado, comumente empregado quando


os revestimentos são fixados com adesivos à base de
resinas (colas de um modo geral), com espessura de
aplicação reduzida, pois proporciona superfície pouco
áspera. Também nesse caso é usual borrifar água sobre
a superfície do contrapiso para facilitar a operação de
alisamento. Este acabamento é obtido com a utilização
de desempenadeira metálica.

Independente do acabamento ser desempenado ou alisado, pode-


se ter a necessidade de execução do acabamento reforçado, o
qual deve ser utilizado quando o contrapiso ficará exposto por
longo período ou mesmo quando for executado antes das
instalações ou dos revestimentos de parede. Esse acabamento
pode ser obtido em conjunto com o acabamento desempenado
ou com o alisado, a partir dos seguintes procedimentos:

Manual de Revestimentos 9EXE CP


• Imediatamente após o sarrafeamento da superfície com
régua metálica, deve-se polvilhar cimento em quantida
de aproximada de 0,5 Kg/m2, empregando-se a peneira;

• Feito o polvilhamento, deve-se iniciar o desempeno


utilizando a desempenadeira de madeira. Nos casos em
Após a execução que a superfície do contrapiso apresentar-se muito
seca deve-se borrifar água para facilitar o desempeno.
Utilizando-se a desempenadeira em movimentos
circulares, o cimento polvilhado vai se misturando
à superfície da argamassa, constituindo uma fina camada
(2 a 3 mm) com elevada resistência mecânica. Este
acabamento é denominado desempenado reforçado;

• Nos casos em que se necessitar uma superfície mais lisa


pode-se fazer o alisado reforçado, obtido pela passagem
da desempenadeira de aço após o desempeno com
madeira, como no alisado comum. Não é necessário e
nem é adequado polvilhar mais cimento para efetivar
esta operação.

Nota Após a execução


Ao se realizar o acabamento
superficial do contrapiso, Após o acabamento superficial, recomendam-se ainda,
independente do seu tipo, deve- alguns cuidados:
se ter o cuidado de iniciá-lo
pelo lado oposto à parede que • A cura deverá ser feita em condições ambientes, já que
contém a porta e planejar a são contrapisos internos, estando portanto, protegidos
execução de modo a terminá- de ações agressivas do meio ambiente;
la na porta, evitando assim
caminhar sobre a argamassa • O contrapiso deverá ser isolado do trânsito de pessoas
fresca, sendo que este e equipamentos por pelo menos dois dias. Após este
deslocamento, quando neces- período, o trânsito de pessoas é permitido sobre tábuas
sário, deve ser feito sobre de madeira, mas, não recomendado;
pranchas.
• O trânsito de equipamentos não é recomendável até 28
dias após a execução;

• O prazo mínimo para a secagem do contrapiso é de 28 dias


e deve ser respeitado, evitando-se a colocação de
revestimentos, principalmente se forem suscetíveis à umidade.

10EXE CP Manual de Revestimentos

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