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Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial foi um marco na história da humanidade. Foi a primeira


guerra do século XX e o primeiro conflito em estado de guerra total – aquele em que
uma nação mobiliza todos os seus recursos para viabilizar o combate. Estendeu-se de
1914 a 1918 e foi resultado das transformações que aconteciam na Europa, as quais
fizeram diferentes nações entrar em choque.

Imperialismo:
O Imperialismo estava ligado a dois fenômenos:

1. Investimento de capital no estrangeiro


2. Domínio econômico de um país sobre o outro

Os países imperialistas colonizaram vastas regiões na África e na Ásia e justificaram


as suas ações baseadas no racismo (“raça branca merece dominar as
demais”), etnocentrismo (“brancos civilizados levam progresso aos povos
primitivos”), darwinismo (“nações mais fortes sobrevivem e mais fracas, não”). No
começo do século XX, a indústria alemã estava ultrapassando a inglesa. Tanto alemães
quanto ingleses não queriam competir no mercado e para acabar de vez com a
concorrência, seus governos decidiram que uma guerra seria muito bem-vinda. Porém,
era preciso convencer o povo de que não havia outra saída. Para tal “serviço de
convencimento”, a imprensa foi fundamental, e cada país usava os jornais para tentar
destruir moralmente o outro. Em 1871, a Alemanha se tornou um país unificado,
essa unificação se completou depois que os alemães derrotaram a França na Guerra
Franco-Prussiana. Como consequência, a França foi obrigada a entregar a região
de Alsácia-Lorena, fato que levou os franceses a quererem vingança.

A morte de Francisco Ferdinando:


Em 1908, a Áustria anunciou a anexação da Bósnia-Herzegovina, contrariando os
interesses sérvios e russos. A fim de mostrar uma boa relação entre os novos súditos, o
herdeiro do trono Austríaco, o arquiduque Francisco Ferdinando, fez uma visita à
região junto com sua esposa, em 28 de junho de 1914. Neste dia, um estudante bósnio
assassinou Francisco Ferdinando e sua esposa, em Sarajevo, capital da Bósnia. Esse
duplo assassinato foi o pretexto para a explosão da Primeira Guerra Mundial que
durou até 11 de novembro de 1918.

Fases da Primeira Guerra Mundial:

→ Guerra de Movimento

A primeira fase ocorreu de agosto a novembro de 1914 e ficou conhecida como


a guerra de movimento, quando a Alemanha realizou ataques agressivos contra a
França. Os alemães invadiram a Bélgica, derrotaram os franceses e caminharam rumo
a Paris. Logo de imediato, a capital e o governo francês foram transferidos para a
cidade de Bordeaux, e os franceses conseguiram conter os ataques dos alemães, que
recuaram a ofensiva em setembro de 1914. Na primeira fase da guerra, a política
de alianças  já estava praticamente consolidada, mas alguns países ainda fecharam
acordos, o que desencadeou a formação dos dois blocos inimigos durante a segunda
fase da guerra: a Tríplice Entente, formada pela França, Bélgica, Grã-Bretanha,
Rússia, EUA, entre outros; e a Tríplice Aliança, composta pela Alemanha, Áustria-
Hungria, Turquia e Bulgária.

→ Guerra de Posições

A segunda fase da Primeira Guerra Mundial aconteceu de novembro de 1914 a março


de 1918. Essa fase ficou conhecida como a Guerra de posições, época em que
ocorreram as maiores estratégias militares (os avanços dos exércitos custavam
milhares de vidas). Nesse momento, teve início a chamada guerra de trincheiras,
quando os exércitos enterraram-se em valas com a finalidade de proteção. A entrada
dos Estados Unidos  na Primeira Guerra Mundial ocorreu durante a segunda fase. Os
principais motivos da entrada dos EUA no conflito foram a promessa de apoio aos
países europeus que compravam mercadorias das indústrias norte-americanas (a
neutralidade ficou difícil) e os ataques dos submarinos alemães à marinha mercante
dos EUA. No dia 6 de abril de 1917, os norte-americanos declararam guerra à
Alemanha. Outro fato importante dessa fase foi a saída da Rússia, em 1917, da
Guerra, em razão da Revolução Socialista Russa. Em tal momento, a Tríplice Aliança
havia ganhado dois aliados, a Bulgária e a Turquia; e a Tríplice Entente teve a adesão
da Romênia, Portugal, Japão, Argentina e Brasil.

→ Ofensivas de 1918

As ofensivas de 1918 constituíram-se como a terceira fase da Primeira Guerra


Mundial. Novas armas bélicas foram utilizadas no conflito, além do uso de tanques e
aviões de caça para bombardeios e também a chegada de um grande contingente de
soldados norte-americanos (aproximadamente 1,2 milhão de soldados). A entrada dos
EUA reforçou a capacidade bélica da Entente, entretanto, a saída da Rússia possibilitou
a invasão da Itália e da França pela Alemanha. A força bélica da Tríplice Entente
conseguiu vitórias fundamentais sobre a Tríplice Aliança em territórios franceses. No
final de 1918, a Alemanha não tinha mais possibilidade de vencer a guerra, e a
população alemã forçou o imperador Guilherme II a abdicar do trono. Posteriormente
foi instalada a república na Alemanha e decretada a sua derrota militar. A Primeira
Guerra Mundial matou cerca de 8 milhões de pessoas e incapacitou aproximadamente
20 milhões.

Tratado de Versalhes:

O Tratado de Versalhes foi assinado no dia 28 de junho de 1919 e ficou conhecido por


ser o principal dos tratados de paz assinados após a Primeira Guerra Mundial. Esse
documento foi subscrito pelas potências que formavam a Tríplice Entente e
pela Alemanha. Foi considerado pelos historiadores como a “paz dos vencedores”,
uma vez que as nações que venceram o conflito impuseram termos duríssimos à
Alemanha. O tratado que selou a paz entre as nações da Tríplice Entente e a Alemanha
foi acordado na Conferência de Paz de Paris, a qual foi iniciada em 18 de janeiro de
1919. O artigo 231 declarava que a Alemanha reconhecia ser a única responsável por
ter causado a guerra. Assim todos os prejuízos que foram resultados do embate,
dentro do tratado, eram culpa dela, uma vez que deu início às hostilidades. O artigo
232, por sua vez, exigia que a Alemanha fosse responsável por indenizar os países
aliados (Reino Unido e França) por todas os prejuízos, embora esses reconhecessem
que os alemães não ti condições financeiras para isso. Outras determinações
importantes do Tratado de Versalhes foram:

Imposições territoriais

Os alemães sofreram inúmeras punições territoriais com o Tratado de Versalhes. A


começar pelas colônias alemãs, que foram todas repassadas a ingleses ou franceses.
Além de perderem suas colônias, os alemães tiveram de:

 Devolver a Alsácia-Lorena para a França. Os alemães haviam conquistado essa


região dos franceses na Guerra Franco-Prussiana;
 Entregar Eupen, Malmédy e Moresnet para os belgas;
 Entregar Sarre ao domínio internacional e permitir que os franceses
explorassem as minhas de carvão daquela região;
 Aceitar que parte de seus territórios orientais fosse tomada, dando origem à
Polônia;
 Aceitar que Danzig passasse para o domínio internacional;
 Entregar Memel à Lituânia;
 Entregar Schleswig à Dinamarca.

Outras imposições

Outras imposições que os alemães tiveram de aceitar foram: a proibição de


possuírem marinha e aviação de guerra; possuírem artilharia pesada; promoverem o
recrutamento militar; e terem um exército com mais de 100 mil soldados. Por fim,
a Renânia, na fronteira da Alemanha com Bélgica e seria desmilitarizada
permanentemente. A última das determinações à Alemanha refere-se à indenização
de guerra. Foi determinado o pagamento de 20 bilhões de marcos-ouro, mas, pouco
tempo depois, franceses e ingleses estavam exigindo mais de 200 bilhões de marcos-
ouro dos alemães. O Tratado de Versalhes teve inúmeras consequências. Ele foi
recebido na Alemanha com desacato e foi considerado uma afronta ao país. As
principais consequências desse documento histórico foram:

 Instalação de uma forte crise econômica que se arrastou na Alemanha até


meados da década de 1930 e foi responsável por uma crise de hiperinflação;
 Crise na política que marcou a República de Weimar;
 Surgimento de grupos paramilitares com ideais radicais;
 Fortalecimento de teorias conspiratórias;
 Fortalecimento do autoritarismo que resultou no surgimento do Partido
Nazista.

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