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Noções de
Direito Penal
Livro Eletrônico
AULA ESSENCIAL 80/20
Noções de Direito Penal
Sumário
Douglas Vargas
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Noções de Direito Penal
Douglas Vargas
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2) Entre os demais crimes previstos no edital, crimes contra o patrimônio e contra a pes-
soa merecem destaque e possuem grande relevância temática;
3) Dentre os aspectos da parte geral do Direito Penal, merecem destaque os temas ine-
rentes ao fato típico e à tipicidade em si (tópicos da parte de Teoria do Crime), bem como o
assunto princípios.
É claro que não se deve desconsiderar a importância dos demais tópicos previstos no
edital. No entanto, a estatística apresentada é um bom norte para orientar o candidato sobre
o histórico da banca.
Diante dos pontos apresentados, nessa aula essencial você verá uma retomada dos prin-
cipais crimes (contra a administração pública, contra o patrimônio, contra a pessoa) bem
como tópicos de destaque quanto ao assunto teoria do crime e quanto ao assunto princípios.
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Princípios em Espécie
Princípio da Subsidiariedade
A aplicação do Direito Penal deve ser subsidiária, ou seja, somente quando as outras for-
mas de sancionar o indivíduo não forem suficientes.
O Direito provê diversas formas de controle social capazes de coagir o indivíduo, não ape-
nas as sanções penais. Nem sempre há necessidade de recorrer ao Direito Penal para sanar
determinadas situações.
Constituição Federal, Art. 5º, XXXIX – Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal.
Tem como principal objetivo limitar o poder do estado. A premissa é básica: para que o
Estado defina crimes e comine penas, deve editar uma lei, a ser aprovada pelo Congresso.
Obs.: Lembre-se: apenas a lei em sentido estrito, aprovada pelo Congresso Nacional, pode
ser utilizada para tal finalidade (criar crimes e cominar penas).
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Ponto chave!
Certo. Vamos passar agora ao estudo de outras funções do princípio da legalidade, que
são um pouco mais avançadas, mas que também são fáceis de entender e que você, como
bom candidato, deve conhecer. Vamos lá:
Por força do princípio da legalidade, é vedada a utilização de analogias que prejudiquem o
réu (as chamadas analogias in malam partem).
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Veja bem: Não se admite a criação de crimes ou a agravação da pena por meio dos costu-
mes. Mas é claro que os costumes, de forma geral, são fonte válida do Direito Penal, possuin-
do formas específicas de utilização.
O importante é que você saiba que há a vedação quanto à criação de crimes por tal fonte
do direito.
c) Não há crime sem lei CERTA.
Importante desdobramento do princípio da legalidade, o chamado princípio da taxativida-
de ou determinação veda a criação de tipos penais obscuros ou vagos. Tipos penais devem
ser CLAROS e não deixar margem de dúvidas, de modo que a população tenha a devida com-
preensão das condutas criminalizadas pelo legislador.
d) Não há crime sem lei NECESSÁRIA.
Por fim, verificamos uma influência do chamado princípio da intervenção mínima no pró-
prio princípio da legalidade: Quando se fala em direito penal, não se admite a criação de tipos
penais desnecessários.
Agora sim! Arrematamos todos os desdobramentos mais importantes do princípio da le-
galidade. Vamos fazer um esquema simples para consolidar o entendimento?
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Relembrando: só lei em sentido estrito pode criar crimes e penas. E como acabamos de es-
tudar, no Direito Penal, por força do princípio da legalidade, é vedado o uso da analogia em
prejuízo do acusado! Questão correta.
Certo.
Princípio da Fragmentariedade
Fragmentariedade x Subsidiariedade
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CF, art. 5º, XLV Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
Previsto na própria Constituição Federal, este princípio existe para evitar que as sanções
penais sejam executadas em face de terceiros.
Lembre-se: As únicas responsabilidades que podem ser transferidas aos herdeiros são as
de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens. E mesmo assim, essas últimas ficam
limitadas ao valor da herança que foi deixada.
Determina que apenas condutas que causem dano ou pelo menos perigo de dano podem
ser consideradas ilícitas pelo Direito Penal!
Existem quatro determinações relacionadas ao princípio da ofensividade, a saber:
• Vedar a incriminação de estados e condições existenciais;
− O indivíduo deve ser punido por seus atos – e não por simplesmente “ser” alguma
coisa.
• Não incriminação de condutas incapazes de causar dano ou perigo de dano a algum
bem jurídico;
• Vedar a incriminação de condutas que não excedam o próprio autor:
− Exemplo: Ninguém pode responder criminalmente por causar lesões corporais a si
próprio (autolesão).
• Proíbe a incriminação de atitudes internas, como por exemplo ter a ideia de cometer
um crime.
Condutas socialmente aceitas e adequadas não podem ser criminalizadas. Está é a premis-
sa do chamado princípio da adequação social.
Princípio da Humanidade
“É por força do princípio da humanidade que qualquer pena que desconsidere o homem como pes-
soa está proscrita”.
Rogério Greco – Direito Penal
O princípio da humanidade garante que os infratores da lei não sejam submetidos a penas
cruéis ou degradantes, o que causaria o desrespeito à dignidade da pessoa humana.
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A Constituição Federal, em seu Art. 5º, XLVII, trata sobre o tema, ao proibir penas:
• De morte, salvo em caso de guerra declarada;
• De caráter perpétuo;
• De trabalhos forçados;
• De banimento;
• Cruéis.
• Princípio da Proporcionalidade
Segundo o princípio da proporcionalidade, não basta aplicar a lei ao caso concreto para
que se atue com justiça. É necessário comparar a lesão causada pelo crime praticado e a
gravidade da sanção, para se garantir que a medida imposta ao autor é adequada.
Segundo Alberto Silva Franco, o princípio da proporcionalidade:
É o princípio que exige que se faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem
que é lesionado ou posto em perigo (gravidade do fato) e o bem deque pode alguém ser privado
(gravidade da pena).
Princípio da Insignificância
“Segundo o princípio da insignificância, que se revela por inteiro por sua própria denominação, o
direito penal, por sua natureza fragmentária, só vai aonde seja necessário para a proteção do bem
jurídico. Não deve ocupar-se de bagatelas. ”
Rogério Greco / Assis Toledo
O princípio da insignificância tem o poder de excluir o próprio crime, atuando sobre o pri-
meiro elemento deste: o fato típico.
A adequação entre o tipo penal e a conduta praticada é o que chamamos de tipicidade for-
mal. De uma forma simples, é a confirmação de que o comportamento do autor é compatível
com o que está escrito na norma penal.
Com isso, o Juiz já irá saber que ocorreu um fato formalmente típico. Mas não é possível
ainda dizer que existe crime. Isso porque o segundo passo, é verificar se houve a chamada
tipicidade material.
A tipicidade material, por sua vez, é a avaliação do desvalor da conduta e do prejuízo causa-
do. Ou seja: só existe tipicidade material se o ato praticado produzir um prejuízo RELEVANTE.
Confirmada a ausência da tipicidade material, não haverá o fato típico, e consequente-
mente... não haverá crime!
O princípio da insignificância atua sobre a tipicidade. Logo, se couber a sua aplicação, não
haverá crime, (a conduta se tornará atípica).
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Princípio da Culpabilidade
Culpabilidade diz respeito ao juízo de censura, ao juízo de reprovabilidade que se faz sobre a con-
duta típica e ilícita praticada pelo agente. Reprovável ou censurável é aquela conduta levada a
efeito pelo agente que, nas condições em que se encontrava, podia agir de outro modo.
A culpabilidade está relacionada ao conceito do chamado “homem médio”, que nada mais
é do que o se espera que um homem comum faria diante de determinada situação.
Entende-se dessa forma, que há um comportamento normal a ser esperado de uma pessoa.
Uma das consequências desse princípio é a vedação à chamada responsabilidade pe-
nal objetiva.
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Veja que aqui não há nada de muito novo, e que há uma correlação muito parecida entre
tal princípio e as consequências do princípio da lesividade que estudamos anteriormente.
Por fim, temos o princípio da individualização da pena, previsto no art. 5º, XLVI, da Cons-
tituição Federal:
Trata-se de princípio que cuida de que cada cidadão terá uma avaliação individualizada
sobre o fato criminoso praticado. Segundo a melhor doutrina, tal princípio se divide em três
fases, devendo ser observado tanto no momento da elaboração da norma pelo legislador,
quanto na imposição da sanção pelo juiz e até a própria fase da execução penal.
4. Teoria do Crime
Das Teorias sobre o Conceito de Crime
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Teoria Tripartite
Define-se crime como:
Culpabilidade
O Código Penal adota a chamada teoria normativa pura para definir a culpabilidade.
São Elementos da Culpabilidade:
• Imputabilidade: Capacidade de entender o caráter ilícito do fato praticado.
• Potencial Consciência da Ilicitude: O agente tem que praticar o fato sabendo, ou ao
menos tendo a possibilidade de saber que a conduta era ilícita.
• Exigibilidade de conduta diversa: A prática da conduta deve ser realizada numa situa-
ção regular, normal.
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Cogitação
Preparação
O autor começa a trabalhar para que possa iniciar a execução do delito. O autor busca
encontrar meios e locais que possibilitem lograr êxito no delito que está buscando cometer.
Via de regra, a preparação também não é punível – a não ser que o ato preparatório seja
um crime por si só!
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Execução
O agente inicia, de fato, a execução da conduta criminosa. A fase de execução pode re-
sultar na próxima fase (a consumação) caso o agente logre êxito na prática da infração penal
pretendida por ele, ou em uma tentativa (quando o agente não logra êxito por circunstâncias
alheias à sua vontade).
Consumação
Exaurimento
Embora em regra não seja listado como uma das fases regulares do iter criminis, o exau-
rimento é uma fase específica de algumas infrações penais, que após sua consumação, ainda
não sofreram o completo esgotamento de seu potencial lesivo.
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Conceito de Conduta:
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Nexo Causal
Tipicidade
Tipo Penal
• Estrutura da Norma incriminadora. Descreve o fato que o Direito Penal quer inibir;
• Composto de Preceito primário (fato) e secundário (Sanção).
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Modalidades de Culpa
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Crime Preterdoloso
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DICA
Para fins de prova, sempre percorra os seguintes passos: Pri-
meiro verifique se houve uma conduta HUMANA, VOLUNTÁ-
RIA e CONSCIENTE.
Após isso é que você deverá analisar se a ação foi DOLOSA
(intencional) ou CULPOSA (praticada por negligência, impru-
dência ou imperícia).
Excludentes de Ilicitude
• Legitima defesa
• Estado de necessidade
• Estrito Cumprimento do Dever legal
• Exercício Regular de um Direito
Legítima Defesa
Requisitos
• Agressão Injusta
• Atual ou Iminente
• Em defesa de direito próprio ou alheio
• Usando moderadamente dos meios necessários
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Excesso
• Ato praticado por agente que, inicialmente em legitima defesa, se excede nos atos des-
tinados à reprimir a agressão sofrida;
• Agente não está diante de uma injusta agressão, mas acredita que está, motivo pelo
qual acaba repelindo a agressão inexistente.
• É a legítima defesa praticada com excesso por um agente que não percebeu, de forma
justificável, que a injusta agressão já cessou.
Estado de Necessidade
• Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atu-
al, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Requisitos
• Agente atua amparado por um direito legalmente constituindo, não podendo ser res-
ponsabilizado por seus atos
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• Agente atua por ordem legal, cumprindo seu dever, também não podendo ser responsa-
bilizado pelos atos praticados.
Culpabilidade
Teoria da Culpabilidade
Imputabilidade
• É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incom-
pleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de en-
tender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Imputável
Inimputável
Excludentes de Imputabilidade
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• Menoridade
− Até completar 18 anos.
− Critério Biológico.
• Embriaguez Completa Acidental
− Proveniente de caso fortuito ou força maior.
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Trata-se, é claro, de assunto MUITO EXTENSO, de modo que iremos priorizar os crimes
mais cobrados e os detalhes que costumam despencar em provas, principalmente quanto
aos crimes contra a administração pública, contra a vida e contra a dignidade sexual.
Peculato-Apropriação
... Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo...
Entendendo as Modalidades
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O furto de uso não é punível no Direito Penal (Não existe o fato típico de furto de uso). O
peculato de uso, na mesma esteira, também não é um delito previsto no CP – mas pode en-
sejar responsabilidade por IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
Concussão
Art. 316 – Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Segundo o STJ (HC 54776/2014), se o funcionário público usar de violência ou grave ame-
aça para exigir a vantagem, haverá EXTORSÃO e não CONCUSSÃO. Esse entendimento do STJ
já foi objeto de prova por diversas vezes!
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Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Segundo a doutrina, a vantagem indevida não precisa ser necessariamente uma vanta-
gem financeira – embora essa seja a forma mais comum.
A conduta é parecida com a de corrupção passiva, visto que o agente também retarda ou
deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou o pratica contra disposição expressa de lei.
Entretanto, a diferença principal está na motivação do agente público: Ele infringe seu dever
funcional para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
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• Homicídio Funcional
− Quando praticado, no exercício da função ou em razão dela:
◦ Contra autoridade ou agente dos incisos 142 ou 144 da CF;
◦ Agentes do sistema prisional ou força nacional;
◦ Contra cônjuge, companheiro ou parente de até 3º grau;
• Homicídio Culposo:
− Quando praticado por:
◦ Negligência;
◦ Imprudência;
◦ Imperícia;
− Aumento de pena (1/3) quando o autor:
◦ Não observa regra técnica de profissão;
◦ Deixa de prestar socorro;
◦ Não procura diminuir as consequências de seus atos;
◦ Foge para evitar a prisão em flagrante.
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Elementares do Tipo:
• Coisa:
− Coisa é todo objeto de natureza corpórea.
− Pode ter valor financeiro ou sentimental.
• Alheia:
− Coisa pertencente a um terceiro;
− Coisa sem dono não serve como objeto de furto;
− Coisa perdida não caracteriza o delito do art. 155 e sim o do artigo 169, II;
− Coisa própria também não enseja o delito de furto.
• Móvel:
− A coisa deve ser passível de remoção;
− Energia elétrica, sinal de telefone e redes de água são coisas móveis por equiparação;
Furto de Uso
• Delito de furto se consuma no momento em que o autor remove a coisa (quando essa
passa para sua posse);
• A posse não tem de ser mansa ou pacífica;
• Aplica a teoria da amotio ou apprehensio.
Furto Privilegiado
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Noções de Direito Penal
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Furto Qualificado
Furto Privilegiado-Qualificado
• Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violên-
cia a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência;
• Destaca-se pela violência ou grave ameaça;
• Não admite a aplicação do princípio da insignificância;
• É um delito pluriofensivo;
Espécies de Roubo
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Consumação
Roubo Majorado
Roubo Qualificado
Latrocínio
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Noções de Direito Penal
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Roubo de Uso
Extorsão
Extorsão Majorada
Extorsão Qualificada
• Modalidade prevista no art. 158, § 2º, CPB: Aplica-se à extorsão praticada mediante
violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
− (Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem preju-
ízo da multa).
• Primeira das modalidades de extorsão que envolve a liberdade da vítima como parâme-
tro de discernimento de tipicidade.
• É conhecida como “sequestro-relâmpago”.
• Configura-se nos casos em que o crime é cometido mediante a restrição da liberdade
da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica.
• A pena, em regra, é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta
lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º,
respectivamente.
• Base legal: Art. 158, §3º, CPB.
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Noções de Direito Penal
Douglas Vargas
Extorsão Indireta
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Noções de Direito Penal
Douglas Vargas
EXERCÍCIOS
001. No que se refere à teoria do crime, é possível asseverar a conduta é ação ou comporta-
mento de qualquer espécie, não necessariamente um comportamento humano.
Na verdade, a conduta é uma ação ou comportamento humano. De outro modo, não há que se
falar em crime. É por esse motivo que um animal (como um cão) não comete crime – pois há
ataque, e não agressão. Lhe falta o fator humano para que se possa falar em conduta!
Errado.
002. Ainda sobre a teoria do crime, é correto afirmar que não existe presunção de ilicitude do
fato típico. Assim sendo, apenas excepcionalmente é que a prática de fato previsto na parte
especial do Código Penal será considerada um ato ilícito.
Na verdade, a regra é que a ilicitude é presumida. Se o fato é típico, em regra será também an-
tijurídico (ilícito), e apenas excepcionalmente (na presença de alguma excludente) é que não
haverá ilegalidade ou antijuridicidade.,
Errado.
003. A respeito da culpabilidade, o Código Penal, para a maioria da doutrina, adota a chamada
teoria normativa pura
004. Infração penal é gênero que, segundo a divisão tripartida, possui três espécies: Crime,
delito e contravenção. Este é o modelo adotado pelo Código Penal Brasileiro
De forma alguma. Não confunda a teoria tripartida sobre o conceito analítico de crime (como
fato típico, antijurídico e culpável) adotado pelo CP com a divisão tripartida da infração penal
(a qual não é adotada pelo nosso ordenamento jurídico.
No Brasil, adotamos a divisão bipartida, na qual crime é sinônimo de delito, e a infração penal
se divide apenas entre crimes e contravenções.
Errado.
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005. No que se refere às fases de realização do delito, não é possível, em nenhum caso, a pu-
nição de atos preparatórios em nosso ordenamento jurídico.
Muito embora em regra seja impossível realizar a punição de atos preparatórios para a prática
de uma infração criminal, é preciso lembrar da exceção: nos casos em que os atos prepara-
tórios constituem crime autônomo (como no caso do porte ilegal de arma de fogo) existe
possibilidade de punição.
Errado.
006. José estava na fazenda de sua tia, dona Vitimilda. Enquanto descascava uma laranja,
acabou dormindo em uma rede na varanda. Vitimilda, determinada a pregar um susto em
José, corre para acordá-lo com um grito.
Ao acordar, José acaba se assustando muito com a brincadeira de Vitimilda, e em ato reflexo
acaba movimentando seu braço e cortando o pescoço de sua tia, que vem a falecer em razão
dos ferimentos.
Nessa situação, é correto afirmar que José praticou o delito de homicídio culposo, pois não
teve a intenção de matar.
Na situação hipotética narrada não há CONDUTA por parte de José (que acabou praticando o
delito em um ato reflexo, involuntário). Assim sendo, não há que se falar em crime de homicí-
dio, mesmo na modalidade culposa.
Errado.
007. A legitima defesa putativa é aquela que ocorre quando o agente não se encontra diante
de verdadeira injusta agressão, mas acredita, em razão da situação de fato, que está diante
da justificante.
Exatamente! A diferença entre a legitima defesa real e a legitima defesa putativa está na exis-
tência da injusta agressão, sendo que no caso da descriminante putativa, o agente acredita
que está sendo agredido, quando na verdade, não está.
Certo.
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Douglas Vargas
009. A embriaguez pré-ordenada (aquela na qual o agente se embriaga para “criar coragem”
de cometer o delito) é causa de redução de pena em nosso ordenamento jurídico.
Pelo contrário! A chamada actio libera in causa aumenta a reprovabilidade do agente, que aca-
ba tendo sua pena agravada em razão da embriaguez!
Errado.
010. Jhonny, agente do Detran, decide subtrair rodas aro 20’ de um veículo apreendido no pá-
tio do órgão público. Haja vista que as rodas do referido veículo não são patrimônio público,
não há que se falar no delito de peculato, mas sim no delito de furto comum.
Uma vez que Jhonny utilizou de sua qualidade de funcionário público para subtrair as rodas
do veículo apreendido, está configurado o delito de peculato. A natureza do objeto subtraído
(se bem público ou particular) é irrelevante para a configuração do tipo penal.
Errado.
011. Se o funcionário público exige, para sim ou para outrem, em razão de sua função, vanta-
gem indevida, em tese configura-se o delito de concussão. Entretanto, segundo entendimento
emanado pelo STJ, caso o delito seja praticado mediante violência ou grave ameaça, a tipifi-
cação adequada é a de extorsão.
012. Se o agente público retarda a prática de ato de ofício por sentimento pessoal, em tese
praticará o delito de prevaricação. Entretanto, caso pratique a mesma conduta cedendo a pe-
dido ou influência de um terceiro, incorrerá no delito de corrupção passiva privilegiada.
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Exatamente isso. A motivação do agente ao retardar ou deixar de praticar ato de ofício (in-
fringindo seu dever funcional) é elemento constitutivo do tipo penal. Assim sendo, se a moti-
vação foi interesse ou sentimento pessoal ocorrerá o delito de prevaricação, enquanto que se
a motivação for um pedido ou influência de outrem, configura-se o delito de corrupção ativa
privilegiada.
Certo.
013. Atualmente, todo delito de homicídio praticado contra mulher será enquadrado como
feminicídio, independentemente da motivação do agente delitivo.
Muito cuidado. Na verdade, para que o homicídio seja caracterizado como feminicídio é ne-
cessário que seja praticado contra mulher em razão da condição de sexo feminino. Assim
sendo, nem todo caso irá configurar a qualificadora em questão.
Errado.
014. O chamado homicídio funcional pode ser praticado contra autoridade ou agente dos in-
cisos 142 e 144 da CF/88. Dessa forma, sempre que um agente delitivo praticar um homicídio
cuja vítima é Policial Civil do Distrito Federal, configurar-se-á a qualificadora.
Muito embora os Policiais Civis do DF incluam-se no rol de agentes públicos do art. 144 da
CF/88, a configuração da qualificadora do homicídio funcional depende da prática do delito
em razão da função ocupada pela vítima ou contra a vítima no exercício de sua função.
Errado.
De fato, essa é a previsão expressa contida no Código Penal. Outra hipótese de duplicação da
pena seria no caso de vítima menor (de 14 a 17 anos) ou de reduzida capacidade de resistência.
Certo.
016. O aborto possui três previsões legais, contidas entre os artigos 124 e 126 do Código Pe-
nal. Dentre essas condutas, no entanto, o sujeito ativo é sempre o médico ou responsável pela
prática das manobras abortivas.
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Na verdade, a conduta prevista no art. 124 do Código Penal tem como sujeito ativo a gestante,
a qual provoca o próprio aborto ou consente que um terceiro pratique as manobras abortivas.
Errado.
Furto
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º – Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Certo.
Isso mesmo!
Tal relação se dá por força do princípio da subsidiariedade. Algumas condutas consideradas
menos graves são subsidiárias de condutas mais graves (como é o caso do roubo, cujas ele-
mentares envolvem o furto e delitos como o constrangimento ilegal ou o de ameaça)
Certo.
Negativo! O delito de extorsão é classificado como FORMAL, e se consuma com a mera exi-
gência da vantagem indevida. Recebê-la ou não é mero exaurimento – o delito já estará
consumado!
Errado.
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Francisco ameaçou cortar a garganta das vítimas com um caco de vidro, caso elas gritassem
por socorro ou tentassem chamar a polícia. Ele então amarrou as vítimas, explodiu o cofre
localizado no andar de cima da casa e subtraiu as joias que encontrou. Essas joias foram
vendidas a Paulo, que desconhecia a origem do produto por ele adquirido.
Com base na situação hipotética apresentada, é correto afirmar que Francisco praticou o cri-
me de roubo.
Com certeza. Francisco subtraiu, mediante violência ou grave ameaça, coisa alheia móvel.
Incidiu, portanto, no crime de roubo. Se é qualificado ou não, é outra história – e como o
examinador não especificou que “Francisco praticou o delito de roubo SIMPLES”, a assertiva
está correta.
Roubo
Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência
a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Certo.
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GABARITO
1. E 8. C 15. C
2. E 9. E 16. E
3. C 10. E 17. C
4. E 11. C 18. C
5. E 12. C 19. E
6. E 13. E 20. C
7. C 14. E
Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).
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