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Ao fim de 1634, as obras foram concluídas e pode ser constituída a Abadia. Inicialmente a pequena capela
foi dedicada a São Bento, mais tarde, a pedido do Governador da Capitania de São Vicente, D. Francisco
de Sousa, foi alterado o patrono para Nossa Senhora de Montserrat e, em 1720, a capela passou a chamar
Nossa Senhora da Assunção, título que conserva até hoje.[5] Contudo, o conjunto era inicialmente muito
modesto, composto pela pequena e velha igreja e quatro celas.[6]
Em 1641, o mosteiro foi palco importante do episódio histórico conhecido como Aclamação de Amador
Bueno. Com o fim da União Ibérica, D. João, na época Duque de Bragança, foi coroado rei de Portugal.
Em São Paulo, um grupo de colonos - em grande parte castelhanos - quis que a Capitania não reconhecesse
o novo rei, e ofereceram o título de "Rei de São Paulo" a Amador Bueno. No entanto, este não quis aceitar
a oferta, refugiando-se no Mosteiro de São Bento para se proteger da fúria popular. Finalmente, com a
ajuda dos monges, os ânimos se acalmaram e D. João acabou sendo reconhecido pelos paulistas como o
novo rei de Portugal.[4]
A partir de 1650, a estrutura passou por uma grande ampliação, graças ao bandeirante Fernão Dias Pais,
conhecido como "caçador de esmeraldas". Em troca do apoio financeiro, os monges lhe concederam o
privilégio de após a sua morte ser sepultado na capela-mor da igreja do mosteiro, assim como seus parentes
e descendentes.[7] Até hoje seus restos mortais repousam na cripta da igreja.[8] Datam dessa mesma época
as imagens de barro de São Bento e Santa Escolástica, feitas por frei Agostinho de Jesus (c. 1600-1661) e
conservadas até a atualidade expostas no altar-mor da igreja.[9]
Na primeira metade do século XIX, uma lei do governo imperial determinou a extinção dos noviciados no
Brasil, impedindo a renovação dos velhos monges por religiosos mais jovens. A decadência inevitável
causada por essa lei fez com que se cogitasse a transferência do mosteiro ao tesouro público [9] Essa
causada por essa lei fez com que se cogitasse a transferência do mosteiro ao tesouro público. Essa
situação só foi revertida pela ação do abade D. Miguel Kruse (1864-1929), religioso alemão que renovou o
mosteiro. Em 1903, Kruse fundou o Colégio de São Bento, de
ensino secundário, e em 1908 ainda criou a Faculdade de
Filosofia, considerada a primeira do tipo no Brasil.[8]
Destacam-se ainda as esculturas dos 12 apóstolos da nave realizadas entre 1919 e 1922 pelo escultor e
pintor belga Adrien Henri Vital van Emelen (1868-1943), do Liceu de Artes e Ofícios. De 1921 data o
conjunto escultório localizado numa trave sobre a capela-mor, da autoria de Anton Lang (1875–1938).[9]
Por fim, o altar-mor em si é feito de mármore da região do Lago Maggiore na Itália.[9]
Santa Santa Ana, Santiago Paulo de Tarso,
Gertrudes, de de Van Maior, de de Van Emelen
Adrien Henri Emelen Van Emelen
Vital van
Emelen
São Pedro, de
Van Emelen
Relógio e órgão
Com a cobertura internacional gerada pelo interesse que a visita despertou, o Mosteiro ganha projeção, o
que pode desenvolver o turismo religioso e cultural na cidade.
Colégio e Faculdade
Em julho de 1900, se iniciou um novo período na história do mosteiro,
quando se deu início as obras do colégio (então chamado de ginásio),
que ficou pronto em 1903, contando, entre seus professores fundadores,
com Afonso d'Escragnolle Taunay. Após isso, em 1908, foi fundada a
Faculdade de Filosofia, que seria a primeira do Brasil e embrião da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, criada em 1946.[4]
A Faculdade de São Bento ainda hoje retém sua tradição educacional oferecendo curso de licenciatura em
filosofia, além de cursos línguas clássicas, como grego e latim.[17]
Além da loja anexa ao Mosteiro, há também um café avulso localizado no bairro dos Jardins, na Zona
Oeste de São Paulo.[18]
Biblioteca
O mosteiro abriga ainda uma biblioteca com mais de 100 000 títulos, alguns bem raros. Especula-se que
seja a mais antiga da cidade de São Paulo,[21] tendo início com os primeiros monges que chegaram em
1598.
O acervo contém 581 títulos publicados antes do século XIX, entre eles seis raros incunábulos. O mais
antigo é um Novo Testamento datado de 1496. Possui ainda, uma curiosa coleção de manuscritos
minúsculos, com menos de um centímetro de lombada, que contém uma passagem bíblica ou uma oração,
além de edições raras de livros que foram proibidos pela Igreja Católica.[22]
A aquisição dos livros pela biblioteca do Mosteiro se deu tanto pela compra, como também como herança
dos livros de uso pessoal dos próprios monges, que são incorporados ao acervo após o falecimento do
monge. Pressupõe-se que, no século XVIII, a biblioteca do Mosteiro também era um cartório e arquivo.[23]
O acesso ao acervo é restrito aos monges e alunos, mas pesquisadores e estudiosos podem solicitar uma
permissão especial.[22]
Ver também
Turismo na cidade de São Paulo
Ordem de São Bento
Bento de Núrsia
Mosteiro de São Bento (Sorocaba)
Basílica e Mosteiro de São Bento (Olinda)
Referências
1. Igreja do mosteiro de São Bento tem maior restauro em 1 século (https://veja.abril.com.br/bra
sil/igreja-do-mosteiro-de-sao-bento-tem-maior-restauro-em-1-seculo/amp/). Veja, 27 de julho
de 2014.
2. Omuro, Adriana. «Mosteiro de São Bento» (https://web.archive.org/web/20170427102338/htt
p://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/205-mosteiro-d
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do original (http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/
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3. Souza, Jorge V. A. (2011). Para além do Claustro: Uma história social da inserção
beneditina na América Portuguesa (1580-1690). (http://www.historia.uff.br/stricto/td/1330.pdf)
(PDF) (Tese de Doutorado). Universidade Federal Fluminense
4. Basílica Nossa Senhora da Assunção - Mosteiro de São Bento (http://www.arquisp.org.br/re
giaose/paroquias/mosteiros-igrejas-historicas-oratorios-da-regiao-se/basilica-nossa-senhor
a-da-assuncao-mosteiro-de-sao-bento). Portal da Arquidiocese de São Paulo.
5. Tavares, Cristiane (2007). Ascetismo e Colonização: o labor missionário dos beneditinos na
América Portuguesa (1580-1656). (http://www.poshistoria.ufpr.br/documentos/2007/Cristiana
tavares.pdf) (PDF) (Tese de Mestrado). Universidade Federal do Paraná
6. Mosteiro de São Bento (1598-1600) (http://www.aprenda450anos.com.br/450anos/vila_metr
opole/2-1_mosteiro_saobento.asp#) Arquivado em (https://web.archive.org/web/201208230
22436/http://www.aprenda450anos.com.br/450anos/vila_metropole/2-1_mosteiro_saobento.
asp) 23 de agosto de 2012, no Wayback Machine. no sítio São Paulo 450 anos
7. Arruda, Valdir (2007). Tradição e renovação: a arquitetura dos mosteiros beneditinos
contemporâneos no Brasil. (http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-140520
10-103415/pt-br.php) (Tese de Mestrado). Universidade de São Paulo.
doi:10.11606/D.16.2007.tde-14052010-103415 (https://dx.doi.org/10.11606%2FD.16.2007.td
e-14052010-103415)
8. Histórico do Mosteiro (http://mosteiro.org.br/o-mosteiro/) no sítio oficial
9. João Baptista Barbosa Neto, OSB. O Mosteiro de São Bento e a Arte Beuronense (http://bibl
iotecadomosteiro.com.br/o-mosteiro-de-sao-bento-de-sao-paulo-e-a-arte-beuronense/)
Arquivado em (https://web.archive.org/web/20120308145124/http://bibliotecadomosteiro.co
m.br/o-mosteiro-de-sao-bento-de-sao-paulo-e-a-arte-beuronense/) 8 de março de 2012, no
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13. YANG, Klency. A pintura beuronense na Basílica do Mosteiro Beneditino de São Paulo:
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22. Veiga, Edison (30 de março de 2016). «Os livros censurados do Mosteiro de São Bento» (htt
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23. Araujo, André (2008). Dos livros e da leitura no Claustro. (http://www.teses.usp.br/teses/disp
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08.tde-10022009-124405)
Ligações externas
«Página oficial» (http://www.mosteiro.org.br/)
Padaria do Mosteiro (http://padariadomosteiro.com.br/)
Faculdade São Bento (http://faculdadedesaobento.com.br/)
Colégio São Bento (http://colegiodesaobento.com.br/)
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