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1. INTRODUÇÃO
O que trataremos aqui, entretanto, são das carreiras que estão à disposição do
engenheiro químico, dentro das quais ele poderá até ter uma das especializações acima
citadas.
Selecionamos dez destas carreiras, que nos parecem as mais promissoras no caso
brasileiro:
1. Pesquisa e desenvolvimento;
2. Engenharia de processo;
3. Engenharia de projeto;
4. Operação de plantas industriais;
5. Gerência técnica;
6. Consultoria industrial e em outras áreas;
7. Serviço público;
8. Vendas e marketing;
9. Serviços técnicos para clientes;
10. Atividade legal.
É necessário que fique claro que estas dez atividades citadas, de modo algum esgotam
as possibilidades profissionais do engenheiro químico. Deve-se mencionar que os
engenheiros químicos podem também fazer carreira em áreas como: a engenharia de
manutenção, a engenharia biomédica, administração geral, engenharia nuclear,
instrumentação e controle, engenharia de custos, engenharia de compras, previsão
tecnológica e educação.
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2. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
Pesquisa de aplicações estuda novos usos para produtos ou equipamentos. Por ex-
emplo, estudar as possíveis vantagens de substituir uma filtração, num processo, por uma
centrifugação.
De uma maneira geral, podemos dizer que a pesquisa, em qualquer de suas formas,
tem por objetivo a busca de um novo conhecimento científico ou técnico, na área da
engenharia química, enquanto o desenvolvimento consiste nos estudos e trabalhos feitos para
tornar exeqüível, do ponto de vista prático, o que foi constatado na pesquisa.
Mas, muitas vezes, características pessoais são até mais importantes que os conheci-
mentos e a boa formação acadêmica. Entre estas características pessoais podemos citar: a
curiosidade, natureza inquisitiva, originalidade de pensamento, habilidade de planejar e
paciência para conduzir trabalho sistemático.
3. ENGENHARIA DE PROCESSO
O projeto de um novo processo, seja uma planta química ou uma refinaria de petróleo
ou o que for, exige um grande número de engenheiros, especializados em muitos campos
diferentes que trabalharão juntos talvez, por um ou dois anos num mesmo projeto. Outros
engenheiros construirão a planta e ainda outros a operarão, talvez por vinte ou trinta anos, até
que fique obsoleta. Entretanto, as decisões básicas tomadas pelo engenheiro de processo que
trabalhou uma fração deste tempo, serão sentidas o tempo todo.
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O que caracteriza um bom engenheiro de processo? A engenharia de processo começa
com a aplicação de conhecimentos de operações unitárias, mecânica de fluidos, transferência
de calor e termodinâmica. Mais do que qualquer outro campo na engenharia química, ela faz
uso completo de tudo o que se estuda no curso na universidade. Para progredir, nesta área,
entretanto, são necessárias outras habilidades: comunicação oral e escrita são essenciais pois
o engenheiro de processo sempre trabalha em equipe e em contato com superiores que tomam
decisões.
O trabalho na área da engenharia de processos pode ser uma ótima base para o
progresso em outras áreas de maior responsabilidade e maior remuneração, como por
exemplo gerências técnicas, consultoria etc. É muito comum engenheiros de processo se
dedicarem a vida toda a esta atividade e após a aposentadoria continuarem como consultores,
trabalhando independentemente, mas ainda, entusiasmados com os novos desafios que
aparecem diariamente.
4. ENGENHARIA DE PROJETO
Outras atividades:
Desenvolvimento de diagramas de tubulações de processo e instrumentação
(P&ID);
Detalhamento do projeto dos equipamentos de processo;
Listagem das especificações e requisitos para os equipamentos de processo;
Montagem das tabelas comparativas de preços de fornecedores;
Avaliação das tecnologias competitivas na sua área de responsabilidade;
Supervisão do início de operação e assistência ao pessoal de operação.
No Brasil esta atividade é muitas vezes atribuída aos engenheiros mecânicos. Mais re-
centemente, seguindo uma tendência que ocorre nos países mais adiantados, começou
também no nosso país o emprego de engenheiros químicos nesta área. Há vantagens nesta
substituição porque faltam aos engenheiros mecânicos, conhecimentos que permitem um
melhor entendimento com o engenheiro de processo, que é quem realmente idealiza o
processo.
Muitos engenheiros químicos passam toda a sua vida profissional nesta atividade, por
opção. É uma carreira que satisfaz a muitos profissionais.
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Que recompensas tem estes engenheiros? Depende do comportamento do engenheiro.
Se ele tiver as qualidades enumeradas acima, saúde e vontade de trabalhar, naturalmente ele
se transforma em uma peça muito importante para o seu empregador e em consequência será
bem remunerado. Caso contrário, será rapidamente substituído. Nesta carreira, geralmente,
não se tolera incompetência. Mas aqui, a competência está muito ligada às qualidades
pessoais. É comum, engenheiros químicos que não foram muito bons estudantes terem
sucesso nesta carreira, justamente por ela não depender, essencialmente, dos conhecimentos
de engenharia.
6. GERÊNCIA TÉCNICA
É uma posição almejada pela maioria dos engenheiros químicos. Quase todos
gostariam de, no final de sua carreira estar nesta posição.
Pode-se atingir esta posição a partir de muitas das carreiras anteriormente descritas e
que ainda vamos descrever. Nunca se começa a atividade profissional nesta carreira, mas em
outra, onde é necessário o sucesso e acumular experiência.
7. CONSULTORIA
Tal como o gerente técnico, o consultor sempre vem de uma outra carreira onde
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obteve sucesso. Não só o sucesso, mas também um amplo círculo de pessoas, técnicos,
gerentes, empresários, etc., com conhecimento deste sucesso.
Em nenhuma outra das carreiras abertas ao engenheiro químico é tão necessário ser
conhecido e ter bom conceito.
Quem contrata consultores? Todas os tipos de empresas que atuam na área da engen-
haria química. Todas tem, invariavelmente, problemas que seus próprios engenheiros tem
dificuldades de resolver e a contratação de um consultor é a saída lógica.
8. SERVIÇO PÚBLICO
Que características deve ter o engenheiro químico para trabalhar para o governo ? É
claro que os conhecimentos técnicos devem ser compatíveis com a atividade que será
exercida. Algumas características pessoais, entretanto, são desejáveis.
O governo, via de regra não funciona com a mesma eficiência que a indústria. As
decisões são mais lentas, as aquisições dependem de concorrências demoradas, há muita bu-
rocracia, os salários são mais baixos etc. Há muitos engenheiros que, simplesmente, não
suportam trabalhar neste tipo de ambiente.
9. MARKETING E VENDAS
Os bens podem ser bens materiais, como por exemplo produtos químicos, equipamen-
tos, etc., ou os chamados bens intangíveis, como por exemplo, informações, tecnologia,
dados técnicos, etc.
Pela definição vê-se que se pode fazer marketing e vendas de qualquer tipo de bem,
mas, de que tipo de bem se pode ocupar um engenheiro químico, dentro de sua profissão?
Quem atua nesta área está na linha de frente de sua firma, pois tudo que é produzido
deve ser, finalmente, vendido. O engenheiro deve ter certas qualidades pessoais para atuar
nesta área. Nem todo o mundo tem qualificações para vendas. Bom relacionamento pessoal,
paciência, perseverança, são alguns atributos desejáveis. Nas vendas técnicas, entretanto, o
que mais pesa são os conhecimentos profundos do vendedor a respeito do bem que está
vendendo.
Quem emprega engenheiro de marketing e vendas? Todas as firmas que atuam na área
da engenharia química, desde firmas de engenharia até operadores de processo.
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Recompensas ? Normalmente muito boas. Os engenheiros de vendas tem, via de
regra, muito acessos as altas administrações das empresas e suas opiniões são seguidas. Tem
muito poder nas empresas (às vezes, para desespero dos engenheiros de produção). É óbvio
que tudo isto resulta em ótimas remunerações.
Esta é uma carreira não muito usual, mas de capital importância em certas indústrias.
É altamente especializada e requer uma ampla gama de habilidades.
O engenheiro nesta carreira deve ser uma espécie de “pau para toda obra” e deve ser
mestre em todas elas. Ele tem o suporte técnico de sua empresa, naturalmente, mas como tem
sempre que tomar decisões na hora, em face da situação encontrada, ele deve ter um profundo
conhecimento do produto que foi vendido. Um fracasso aí é fatal para sua firma.
No primeiro caso temos o engenheiro servindo como consultor junto aos órgãos
legislativos do governo, na elaboração de leis sobre regulamentação industrial, meio
ambiente, segurança etc. Temos também a atuação como perito junto à justiça em questões
das mais variadas, envolvendo assuntos que digam respeito à engenharia química. A atuação
nestes casos é através de pareceres técnicos.
A grande maioria destes trabalhos envolvem tecnicalidades que vão bem além da
compreensão e do discernimento dos advogados com uma simples formação em direito. Nos
Estados Unidos, cerca de 15% dos advogados tem também cursos de engenharia. São
advogados-engenheiros muito solicitados em casos específicos, que trabalham para grandes
empresas ou até mesmo como profissionais liberais. São altamente bem remunerados e fazem
uma carreira altamente recompensadora em termos intelectuais.
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