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Impresso

Especial
050200138-0/2001-DR/RJ
CREA-RJ

CORREIOS

em revista Nº 46 OUTUBRO 2004

PILOTANDO UM NOVO TEMPO


Revolução tecnológica muda perfil do profissional, que agora precisa de visão
multidisciplinar, criatividade e domínio dos modernos recursos digitais

Pólo de
informática
da região
serrana
em revista
SEM SAIR DO TRILHO
Retrofit: neologismo empregado, ensino não está acompanhando o
geralmente, para definir algum tipo número de inscritos no ensino fun-
de revitalização. Tem origem na ex- damental e médio (ameaças). Só nos
pressão latina retro (voltar no movi- últimos 11 anos, segundo o IBGE,
mento) e na palavra fit, do inglês, quase 10 milhões de pessoas a mais
que significa ajuste, revisão, adap- foram alfabetizadas, efetivo maior do
tação. No Brasil, especialmente nas que a população de Portugal.
grandes cidades, o termo ganha O lado perverso é que, apesar do
mais valor do que nunca. A recupe- “canudo”, um bom percentual des-
ração que se exige nem sempre re- ses alunos ingressará nos cursos de
quer a destruição do que já se reali- graduação com sérias dificuldades
zou, mas, antes, uma retomada de para compreender até mesmo ins- comprovação, com fé pública, da
ações que ficaram incompletas na truções básicas, o que já é percebi- expertise dos profissionais. Vital! É
história recente. O Rio de Janeiro e do hoje nas empresas. Não é coin- um ponto de apoio, um suporte de
a comunidade tecnológica, não por cidência que a nota brasileira no Ín- informações, um filtro de conveni-
acaso, representam ícones negativos dice de Desenvolvimento Humano ência. Público, notório e qualifica-
nos quesitos índices de remuneração (IDH), da ONU, seja tragada para o do. Criamos o Atestado de Con-
e qualificação. As relações entre pro- fundo em função de insuficiências na formidade, um documento diferen-
dução, trabalho e moeda vergam em educação (fraquezas). ciado, para valorizar empresas com
um painel de desequilíbrio: carga tri- Qualificar mão-de-obra para perfil de regularidade, quanto a sis-
butária em níveis galáticos, índices uma economia competitiva abre temas internos, equipamentos e
baixos de produtividade, problemas novas oportunidades e sabemos material humano (oportunidades).
de motivação, custos operacionais disso. Estamos investindo para O Crea-RJ vem ajustando ne-
estrangulados, obsolescência dos amortecer essa realidade. Criamos cessidades organizacionais, estabe-
equipamentos, contas públicas em o Programa Progredir, de quali- lecendo sua própria revisão de tra-
colapso e dificuldades na captação ficação e treinamento; o Progra- jetória, reposicionando sua locomo-
de divisas configuram um cenário ma de Incentivo aos Estudantes, tiva para o trilho da agilidade e da
nada confortável, contrapondo tudo estreitando a distância entre o mun- credibilidade. Não há espaço para
que o se deseja: qualidade de vida, do do trabalho e o banco de esco- rivalidades nem disputas ocasionais,
respeito aos recursos naturais, res- la, envolvendo, inclusive, capaci- é momento para a soma de esfor-
ponsabilidade social e desenvolvi- tação inicial para o Primeiro Em- ços, pois somos todos instrumentos
mento sustentável. prego Tecnológico. de transformação da sociedade, no
Crea em Revista aborda algu- A Anotação de Responsabilida- mais amplo sentido da palavra: a
mas dessas questões, procurando de Técnica (ART) é outro ponto im- intervenção renovadora, o empre-
trazer à cena a inteligência, a criati- portante. Trata-se de um recurso de go de soluções simples, a melho-
vidade e a capacidade de reação capacitação, um fator de garantia ria, a eficiência. O Crea pensa as-
dos nossos profissionais. Educação, (forças), protegendo da concorrên- sim, age assim e conta com você!
empregabilidade e renda caminham cia predatória (ameaças) e evocan-
juntos e, para o desenvolvimento, do um mínimo de credibilidade. ENGº REYNALDO BARROS
fica o alerta: a curva qualidade do O Acervo Técnico representa a Presidente

3
em revista
INSPETORIAS DO CREA-RJ em revista
Angra dos RReis
eis Miguel PPereira
ereira
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Nova FFriburgo
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Campo Grande Telefax: (24) 3354-6233 / (24) 3355-0452 Engenheiro Mecânico
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Duque de Caxias Telefax: (21) 2742-7179 / (21) 2643-5288
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vançado de PPetrópolis
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Todas as Inspetorias que estão sem o horário de atendimento discriminado funcionam das 9 às 18h.
em revista
SUMÁRIO
FISCALIZAÇÃO 07 Crea-RJ propõe “habite-se renovável”
para tornar ruas da cidade mais seguras

AGRONOMIA 08 Leis incentivam agroecologia


e cooperativas

CAPA 10 O desenvolvimento científico-tecnológico,


a Educação e as exigências do mercado

TRANSPORTE 17 Transporte é engenharia


RESPONSABILIDADE
SOCIAL 20 Furnas: prata da casa no trabalho social

LEGISLAÇÃO 22 O engenheiro químico no Crea

AGRIMENSURA 25 Agrimensura: demarcando atribuições

ARTIGO TÉCNICO 26 Um projeto habitacional eco-eficiente


MERCADO
DE TRABALHO 30 O pólo de informática na região serrana

TECNOLOGIA 33 De onde vim? Para onde vou?


O GPS responde

5
em revista
Coluna
dos leitores

Todas as contribuições de profissionais e leitores de Crea


em Revista são muito bem-vindas. Como toda publica-
ção, temos limitações, portanto, é recomendável que o
colaborador mantenha contato prévio com os editores
para conhecer os espaços disponíveis. Além disso, para
uniformizar as contribuições encaminhadas elas são
submetidas à Comissão Editorial do Crea, que dá a pa-
lavra final sobre a oportunidade da publicação.

Infoco
Tenho recebido o boletim digital do
Crea-RJ e fico muito satisfeito pela
Linha editorial qualidade das informações e re-
Escrevo para parabenizar a equipe gularidade do boletim editado. Parabenizo e faço
da Revista do Crea, por sua nova votos de mais e melhores ações de divulgação de
linha editorial e pelo brilhante arti- nosso Conselho.
go sobre as Prateleiras de Luz, das arquitetas Wânia, Celso Graminha
Patricia e Sabrina. (...) Sucesso aos editores e às cole- (por e-mail)
gas arquitetas.
Paulo Roberto Lopes do Nascimento
Engenheiro Eletricista Especialista
Web rádio
em Eficiência Energética em Edificações
Com muita satisfação, ouvindo a
rádio do Crea-RJ, deu-me vontade
de cantar que nem galera nas ar-
quibancadas da vida: “Poeira, levantei poeira”... Por quê?
Danos nas Construções Pois estamos em Nova Delhi, parceiros. Ora pois pois!
Agradeço ao Crea-RJ pela oportu- Bene Rodrigues
nidade de assistir ao Curso Danos (da Índia, por e-mail)
nas Construções, Práticas e Con-
ceituações, ministrado pelos brilhantes colegas Antero
Jorge Parayba e Adriana Rôxo Nunes de Oliveira, que
foi de grande proveito para mim, tanto profissional- Web rádio
mente quanto pelos contatos mantidos com outros en- Andei vendo a página do CREA-RJ.
genheiros e arquitetos. Caiu como uma luva nesta fase Caramba! Vocês têm até uma rá-
de retomada de perícias. Meus agradecimentos ao pre- dio lá no site!
sidente Reynaldo e aos demais dirigentes. Carlos Marangon - Curitiba/PR
José Henrique de Oliveira Campos Engenheiro de Segurança
Engenheiro Civil (por e-mail)

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em revista
FISCALIZAÇÃO

O risco que CREA-RJ PROPÕE


“HABITE-SE RENOVÁVEL”

vem do céu
PARA TORNAR RUAS
DA CIDADE
MAIS SEGURAS

C onstantes acidentes provo-


cados por quedas de ob-
jetos ou mesmo pedaços
de fachadas de prédios têm torna-
do IPTU, conforme o grau de con-
servação e manutenção desses pré-
dios”, afirmou o presidente do Crea,
engenheiro Reynaldo Barros. O “re-
licenciamento” resultará em melho-
do a vida dos pedestres do Rio uma
constante aventura. Em setembro, ria do visual das cidades e maior
em menos de cinco dias, ocorreram transparência nos negócios imobi-
dois acidentes (um no Centro e ou- liários e nas atividades de seguro.
tro em Vila Isabel) por causa da má Relicenciamento: maior precisão na
avaliação de imóveis
conservação das fachadas. Em um Crea alerta sociedade
deles, uma pessoa ficou ferida. Esse Cada vez mais comum, esse tipo metro que compreende da Praça XV
foi um dos motivos que levaram o de problema chamou a atenção até à Rua Uruguaiana, onde há prédi-
Crea-RJ a elaborar o projeto do da imprensa internacional. O jor- os que datam do período colonial
Habite-se Renovável, que será nal Los Angeles Times publicou a até a primeira república (1500 –
apresentado ao prefeito reeleito da matéria “Dispatch from Rio de Ja- 1930), relíquias arquitetônicas que
capital do estado. neiro”, onde abordou a questão dos fazem parte da história da cidade,
A proposta consiste na renova- inúmeros “objetos que caem do céu muitas já tombadas pelo Patrimô-
ção a cada dez anos dos licencia- azul maravilhoso da cidade”. nio Histórico Cultural. Um dos
mentos de edificações com mais de A matéria relata que pedaços de exemplos da busca pela preserva-
20 anos. O habite-se visa garantir construções antigas e ferramentas ção é a restauração das Casas
maior segurança das construções pesadas têm caído e machucado pe- Casadas. A construção, de 1874,
civis que se deterioram com a ação destres, danificando patrimônios e localizada em Laranjeiras, represen-
do tempo e acabam provocando atrapalhando o trânsito da cidade. ta o estilo de moradia multifamiliar,
acidentes “Ninguém quer imputar O Crea-RJ alertou a sociedade, conceito muito comum no Rio do
riscos à sua família. As vistorias pre- em novembro de 2003, ao identifi- século XIX.
ventivas diminuirão os acidentes e car 500 prédios em péssimo esta- Uma das propostas da prefeitu-
ao mesmo tempo irão valorizar cor- do e que ameaçavam a segurança ra para a recuperação e construção
retamente imóveis bem conserva- das pessoas e de seus moradores, de imóveis no Centro do Rio é o Pro-
dos. A prefeitura, inclusive, pode cri- sendo que um deles desmoronou. grama Novas Alternativas. Ele bus-
ar faixas diferentes para cobrança A Secretaria Municipal de Urbanis- ca principalmente incentivar o uso
mo ressaltou que a conservação das misto dos prédios (moradias associ-
edificações é responsabilidade do adas a comércio e serviços). O pro-
proprietário do imóvel, cabendo à grama já recuperou o primeiro cor-
Secretaria apenas verificar se o tiço do Brasil, situado à rua Senador
mesmo é legalizado ou não. Pompeu. Todo movimento pela res-
tauração dos prédios, aliado ao
Construções Antigas Habite-se Renovável, não só trans-
A maioria dos imóveis do Cen- forma a cidade em um lugar mais
tro tem mais de 50 anos, muitos bonito, mas também em um lugar
Desgaste e má conservação: riscos passam de 100. É o caso do perí- mais seguro para viver. (B.R.) !

7
em revista
AGRONOMIA

Leis incentivam
agricultura e cooperativas

I
Marizilda Cruppe / Ag. O Globo

ncentivar a agricultura orgânica,


a formação de cooperativas agrí-
colas, construir um entreposto
pesqueiro no município de Niterói e
garantir o fornecimento de energia
elétrica na área rural. Estes projetos
pretendem incentivar a agricultura no
Rio de Janeiro, uma atividade im-
portante na esfera econômica do
estado. Segundo a secretaria de
Agricultura, Abastecimento, Pesca e
Desenvolvimento do Interior, o esta-
do terá em 2004 uma safra recorde
de cana-de-açúcar, com colheita de
6,3 milhões de toneladas. Um au-
mento significativo em comparação
com a safra de 1998, que foi de 2,9
milhões de toneladas.
Para garantir o desenvolvimen-
to sustentável, aliando a atividade
produtiva à conservação ambiental,
o projeto de lei nº 3199/2002,
aprovado em segunda discussão
pela Assembléia Legislativa do Rio
de Janeiro, incentiva a agricultura
orgânica. No Brasil, atualmente, o
uso de defensivos agrícolas como
herbicidas, fugicidas e inseticidas al-
cançam vendas anuais de R$ 2,5
bilhões. De autoria do deputado
Carlos Minc (PT), o projeto prevê
que os órgãos de fomento deverão
disponibilizar para a comercializa-
ção e uso, produtos e métodos al-
ternativos de melhoria da fertilida-
de do solo e de controle de pragas,
Os grãos do broto tais como o uso de agentes bioló-
de trigo são usados gicos, biofertilizantes líquidos, cal-
em saladas e
as folhas para
das, extrato de plantas, óleos e fe-
o suco de clorofila romônios, que serão certificados

8
em revista
NO BRASIL, ATUALMENTE, O USO DE AGROTÓXICOS,
COMO HERBICIDAS, FUNGICIDAS E INSETICIDAS
ALCANÇAM VENDAS ANUAIS DE R$ 2,5 BILHÕES

pela Pesagro e Embrapa. O objeti- utilizam a energia elétrica para cap- do, devido à poluição e à pesca pre-
vo é desburocratizar o uso destes tação e bombeamento de água, pro- datória”, afirmou Mário Lúcio.
produtos que não agridem a saúde tegendo os agricultores de perda Cooperativa agrícola
da população e o meio ambiente. total da produção. O projeto de lei Já o projeto que autoriza o Po-
Segundo o engenheiro agrônomo nº 735/2003 está em tramitação nas der Executivo a criar o Programa Es-
Mario Lúcio Machado Melo Júnior, comissões técnicas da Alerj e deve pecial de Apoio à Formação de Co-
inspetor do Crea em Resende e téc- ser votado ainda este ano. O parla- operativas Agrícolas pretende
nico da Empresa de Assistência Téc- mentar também é autor da emenda incentivar a produção, barateando
nica e Extensão Rural (Emater), a apresentada ao orçamento do esta- os custos de insumos e, conseqüen-
agricultura orgânica já vem se de- do de 2004 que prioriza o desen- temente, provocar a redução do pre-
senvolvendo há 20 anos no Rio de volvimento do comércio da piscicul- ço dos produtos no varejo. O enge-
Janeiro. “Os agricultores desenvol- tura e seus derivados em Niterói, nheiro agrônomo Mário Lúcio aler-
vem a agricultura orgânica porque através da construção de um termi- ta que para uma cooperativa agrí-
têm uma concepção ecológica da nal pesqueiro na região. O deputa- cola sobreviver, o agricultor tem que
atividade. A lei contempla uma re- do acredita que o entreposto pes- ter visão empresarial e saber, princi-
alidade”, ressaltou. queiro será importante não só para palmente, conciliar a agricultura de
a melhoria da qualidade do pesca- base com a atividade gerencial. “São
Protegendo o agricultor do, como também para a geração poucas as cooperativas agrícolas
Outro projeto, de autoria do de- de empregos. “A piscicultura é uma que prosperaram. A administração
putado estadual Comte Bittencourt atividade promissora. Temos visto não profissional prejudica a empre-
(PPS), responsabiliza economica- várias fazendas sustentáveis, que pre- sa, que tem que cumprir a legisla-
mente a Agência Nacional de Ener- servam o ambiente. Acredito que o ção como qualquer outra”, ressal-
gia Elétrica e as demais empresas terminal vai ser muito importante, tou. O projeto, de autoria da depu-
do setor, em caso de suspensão, principalmente porque o peixe é um tada Andréia Zito (PSDB), foi apro-
corte ou “apagão”, pelos prejuízos alimento que freqüenta o prato do vado pela Alerj, mas foi vetado pela
causados às culturas de animais e brasileiro. A piscicultura surge como governadora Rosinha Garotinho. Os
vegetais, beneficiadoras, agroindús- alternativa, já que o volume de car- deputados irão decidir se rejeitam ou
trias e todos os estabelecimentos que dumes nos oceanos está diminuin- não o veto. (M.O.) !
Marizilda Cruppe / Ag. O Globo

Broto de feijão Moyash orgânico

9
em revista
C A PA

O desenvolvimento
científico-tecnológico e seus reflexos na Educação

e da fábrica para os seus forne-


cedores, aliada à automação, tor-
nou possível produzir competitiva-
mente diferentes produtos, em
quaisquer quantidades, melhor e
mais barato, atendendo cada vez
mais aos desejos do usuário do
bem produzido. Adicionalmente,
é preciso entender que o progres-
so tecnológico, além de causar
profundas alterações no modo de
produção de bens e de serviços,
modifica, em conseqüência, a dis-
tribuição e a qualificação da for-
ça de trabalho(1). Profissões sur-
gem e desaparecem em curto tem-
po; qualificações para postos de
trabalho são exigidas e, em segui-
da, descartadas, ou seja, as tra-
jetórias profissionais são, em gran-
de parte, imprevisíveis.
Com a “globalização” dos
mercados e da produção, passou
a ocorrer, instantaneamente, a
busca universal dos consumido-
res pelos mesmos bens e serviços.
No caso das indústrias, estas pas-

O
saram a ter que dominar as tec-
rápido desenvolvimen- do a Terceira Revolução Tecnoló- nologias que as colocassem con-
to tecnológico da mi- gica ou Industrial. Exemplo mar- tinuamente na competição glo-
croeletrônica, da infor- cante é a engenharia industrial, bal. Como conseqüência dessa
mática e da automação e o expo- que sofreu, e que continua sofren- convergência sobre o domínio e
nencial crescimento das suas apli- do, profundas alterações, tanto na uso das mesmas tecnologias, os
cações afetaram de tal maneira as sua concepção e na sua opera- produtos passaram a diferenciar-
qualificações exigidas para o tra- ção, quanto no seu relacionamen- se na competição não só pelo
balho, o acesso às informações, to com os serviços correlatos. A design, preço e pela qualidade,
a organização e o funcionamento possibilidade atual proporcionada mas pelos serviços complemen-
do setor produtivo, as relações so- pelos meios eletrônicos, permitin- tarmente oferecidos (financia-
ciais e as políticas governamen- do um fluxo de informações ins- mento, troca, manutenção, assis-
tais, que se admite estarmos viven- tantâneo do cliente para a fábrica tência etc).

10
em revista
Por Waldimir Pirró y Longo

Eng. Metalúrgico, M.E., Ph.D., L.D,


Professor Titular da UFF

Educação: ensino superior, aos jovens na faixa Brasil. De fato, estudos recentes(3)
novas necessidades etária de 18 a 24 anos: apenas 10% mostram que, com o acréscimo de
Desta importante constatação, daquela faixa etária, ou 1,3% da apenas 15% dos recursos usual-
deduzem-se novas exigências edu- população total do país, o que equi- mente aplicados no sistema de en-
cacionais: a força de trabalho na- vale à cerca de metade do índice sino superior como um todo, é pos-
cional precisa estar psicologica e da Bolívia, de um terço da cobertu- sível, em princípio, dobrar o núme-
culturalmente preparada para atu- ra do Chile. Significa, ainda, que o ro de alunos atendidos pelas uni-
ar mundialmente, dotada de novas país apresenta uma das piores ta- versidades públicas, atendendo a
habilitações gerenciais. xas mundiais, sendo que, na Amé- um público-alvo que vive longe dos
A realidade até agora descrita, rica Latina e Caribe, somente está grandes centros urbanos ou que
permite afirmar-se que são cada vez em pior situação o Haiti. Tal fato é não dispõe de tempo, nos turnos
maiores e mais elevadas as qualifi- gravíssimo e, ao mesmo tempo, um usuais de oferta de cursos, por es-
cações exigidas para os postos de paradoxo, pois o Brasil é uma das tar trabalhando.
trabalhos em qualquer dos setores maiores economias mundiais, dis-
de produção, fato que coloca uma pondo de um dos maiores sistemas Sugestões para o ensino nas
grande pressão sobre as necessida- educacionais do planeta e um sis- áreas tecnológicas(4)
des educacionais das populações. tema de pós-graduação de excelen- Especificamente, quanto ao en-
É óbvio e desnecessário enfatizar te qualidade. sino profissional tecnológico, há que
que a capacidade científica e tec- se levar em consideração que, em-
nológica nacional é absolutamente bora os fundamentos específicos de
REVOLUÇÃO
dependente de nível educacional cada área, lastrados por sólido em-
adequado da população. Educa- TECNOLÓGICA basamento científico e matemático,
ção, ciência e tecnologia estão inti- MODIFICA são e continuarão a ser o núcleo
mamente relacionadas. QUALIFICAÇÃO central do preparo intelectual dos
Evidentemente, para a geração DA FORÇA DE TRABALHO profissionais, estes agora trabalham
e uso das modernas tecnologias, a E TORNA TRAJETÓRIA num ambiente complexo, mutável
formação universitária deve ser pri- com grande rapidez, e no qual suas
PROFISSIONAL
morosa nos níveis de graduação e realizações são às vezes limitadas
pós-graduação, sendo esta exigên-
IMPREVISÍVEL mais por considerações sociais do
cia um item central na política cien- que pela capacidade técnica.
tífica e tecnológica integrante das Apesar da complexidade envol- Tecnólogos atuam decisiva-
estratégias nacionais ou regionais vida na montagem e execução do mente sobre o condicionamento
de desenvolvimento. sistema necessário à prática da mo- do espaço físico apropriado para
No que diz respeito ao ensino dalidade ensino à distância, esta a vida humana. Isto faz com que
superior, a situação brasileira é la- apresenta um enorme potencial de estes sejam agora expostos a uma
mentável. Segundo estatísticas que democratização do acesso ao ensi- gama mais ampla de atividades
constam de Relatório da Organiza- no superior de qualidade, o que durante sua vida profissional.
ção das Nações Unidas(2), o Brasil vem sendo comprovado pelas diver- Como conseqüência sua educa-
é o país da América Latina com o sas experiências bem sucedidas no ção deve levar em consideração
menor índice de atendimento, no exterior e, mais recentemente, no os contextos social, econômico e

11
em revista
Ag. O Globo
Ag. O Globo

Homem, máquina e eletrônica:


convergência O profissional deve estar preparado para gerenciar complexos empreendimentos

político, envolvidos na prática pro- pe, gerenciar complexos empre- face ao vertiginoso avanço das
fissional. O novo profissional deve endimentos que podem envolver tecnologias, crescentemente
ser preparado para raciocinar e muitos indivíduos, mas também apoiadas em aplicações de des-
agir sem fronteiras, o que exige do uma empresa de uma só pessoa: cobertas científicas.
mesmo o entendimento de outras eles mesmos. Finalmente, devem A partir da definição do per-
culturas, principalmente idiomas e ter a consciência de que jamais fil genérico do profissional a
ambiências nas quais poderá estarão “formados”. Deve estar ser produzido, com base na
ocorrer a produção. claro que o futuro profissional, compreensão do cenário cien-
Adicionalmente, eles devem imediato e longínquo, depende tífico e tecnológico descrito,
ser empreendedores e estar pre- de sua capacidade de atualiza- foram formuladas as sugestões
parados para trabalhar em equi- ção contínua de conhecimentos para o ensino. !

Propostas de Conteúdo
Enfatizam aspectos do embasamento intelectual desejado, e que serão traduzidos, na sua grande maioria, pelas ementas das disciplinas:
! Forte embasamento em ciências e matemática - Imprescindível que seja de alta qualidade, tratando-se do ponto central da formação intelectual do
profissional. São fundamentais para o desenvolvimento da capacidade de abstração.
! Nem politécnica, nem especialista: formação personalizada - Nem saber um pouco de tudo, nem tudo de quase nada. Deve-se oferecer uma formação
multidisciplinar aprofundada obedecendo a vocação de cada um, através de oferta de amplo leque de disciplinas. Os modernos recursos tecnológicos
educacionais, muito utilizados em EAD (Ensino à Distância), permitem viabilizar uma formação “sob medida”.
! Domínio das facilidades oferecidas pela informática associada ou não às comunicações eletrônicas - Ferramentas fundamentais para a prática
profissional de todas as áreas tecnológicas, desde a busca de informações, passando pelo cálculo, desenho, arquitetura e projeto, até o acionamento de
sistemas complexos de produção automatizada.
! Domínio de línguas mais usuais - Obviamente, a proficiência em inglês é mandatória.
! Visão humanística diante da profissão e dos interesses da sociedade - Capacidade de entender e de equilibrar direitos e responsabilidades.

12
em revista
Propostas Pedagógicas
Práticas pedagógicas que deverão ser utilizadas para o desenvolvimento do perfil definido:
! Aprender a aprender - Trata-se da mudança de enfoque pedagógico mais importante para enfrentar a ameaça de obsolescência prematura advinda da
dinâmica atual da evolução científica e tecnológica. O futuro profissional deverá “aprender a aprender sozinho”. Como conseqüência, aquilo que o aluno pode
ler, entender e/ou deduzir, não deverá ser exposto pelo professor. Além do uso de material impresso e o incentivo ao uso das bibliotecas como fontes de
informação, recomenda-se o uso de meios eletrônicos complementares de ensino, manuseados individualmente pelo aluno na busca de conhecimentos
(vídeo, CD-Rom, internet, etc.).
! Avançar no desconhecido - É fundamental que o futuro profissional seja bem familiarizado com a metodologia racional utilizada na pesquisa e no
desenvolvimento experimental, e com a ambiência científica e tecnológica (seminários, revistas, redação técnico-científica, ética, valores, tradições, sistemas
de informações, propriedade intelectual, etc.). Bolsas e estágios de iniciação científica ou tecnológica são valiosos instrumentos utilizados nesse processo.
! Saber fazer (com criatividade e ousadia) - Estudar, pesquisar, projetar, produzir. O profissional deve ser preparado para “fazer”, sempre que possível,
inovando. Ele deve ser desafiado a “fazer” na escola e/ou no setor produtivo (estágio supervisionado).
! Evitar excessiva compartimentação do conhecimento e de suas aplicações - A natureza é complexa e, portanto, “multidisciplinar”. Nós é que compar-
timentamos o conhecimento e criamos departamentos e disciplinas excessivamente estanques. Deve-se ensaiar novas maneiras de estudar, entender os
fenômenos, suas aplicações e implicações. Dotar o futuro profissional de visão sistêmica.
! Capacidade gerencial e empreendedora - O profissional a ser graduado deve ter a capacidade de identificar oportunidades, juntar meios de naturezas
diversas ( humanos, materiais e financeiros), organizá-los e empregá-los eficientemente para criar e produzir. Ele deve “fazer acontecer”. Para tanto deve
ter liderança e familiaridade com o trabalho em equipe.

Propostas Complementares
Diretrizes gerais que não se enquadram nas categorias anteriores:
! Fim de “formatura” - Deve ficar claro que a chamada “formatura” não tem o significado expresso pela palavra. Deve ser encarada como um acontecimento
social que marca a desvinculação do cidadão da escola e o início do seu vôo solitário. Em áreas tecnológicas não há mais formação terminal. Defende-se,
aqui, a proposição que os “formandos” não deveriam ser “desligados” das suas escolas. Ao contrário, deveriam permanecer “matriculados” nelas para
sempre, e para a ela voltarem, periodicamente, quando necessário.
! O professor também é um estudante - O professor é um estudante normalmente mais velho e, necessariamente, mais experiente que seus alunos. Ele
também deve ter presente que nunca estará “formado”. Todos professores devem ser estimulados a estudar, produzir intelectualmente e não perder contato
com a prática da sua especialidade. Oportunidades para tal deverão ser oferecidas.
! Intransigência com a qualidade - Diretriz geral para todas as atividades da escola e que deve ser transmitida aos futuros profissionais. Na competição local
e global, não basta ser bom, é preciso ser ótimo.
! “Legitimar” conhecimentos - O sistema educacional formal não tem o monopólio do conhecimento. Hoje, conhecimentos úteis podem ser adquiridos fora
do sistema formal, graças aos veículos modernos de circulação de informações. A escola deverá não só fomentar a busca de conhecimentos onde eles
estiverem disponíveis, mas, também, aceitá-los oficialmente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(1) LONGO, W.P., “A visão internacional e os institutos de pesquisa”, Longo, W.P., Anais do Congresso ABIPTI 2000 da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica,
p. 21 a 36, Fortaleza, 2000.
(2) O.N.U., “Novas tecnologias e desenvolvimento humano”, Relatório, 2001.
(3) Consórcio CEDERJ, “Planejamento Orçamentário 2002”, Rio de Janeiro, 2002.
(4) LONGO, W.P., “Educação tecnológica no mundo globalizado”, Revista Engenharia Ciência e Tecnologia, UFES, ano 3 ed.14, p. 14 a 20, Vitória/ES, 2000.

13
em revista
C A PA

Cursos seqüenciais
na área tecnológica
1. ASPECTOS DOS CURSOS

Alexandre Durão / AJB


SEQÜENCIAIS
Os cursos seqüenciais constitu-
em uma nova modalidade de edu-
cação de nível superior, criada pela
LDB, visando a suprir lacunas e abrir
novas oportunidades na área do
ensino superior. Essa forma inova-
dora tem servido para propiciar uma
maior qualificação da mão-de-obra
do profissional brasileiro, particular-
mente, nas áreas de saber ainda não
abrangidas pelos cursos de gradua-
ção tradicional. O surgimento que
vem ocorrendo em todo o território
nacional, notadamente das Institui-
A demanda pelo ensino superior exige a criação de cursos específicos
ções de Ensino Superior – IES, de
caráter privado, conferindo diplomas
de nível superior, num curto interva- surjam cursos jamais imaginados perada em um curso de gradua-
lo de tempo, cerca de 2 (dois) anos, dentro do formato dos cursos tradi- ção tradicional e não se pode dei-
deverá ter um grande crescimento cionais de graduação. xar que esse tipo de curso envere-
nos próximos anos, em função de de por caminhos que logram a se-
peculiaridades do perfil da maioria rem comparados com apêndices
dos estudantes brasileiros, de baixa FLEXIBILIDADE DESSA de um curso de graduação. Os
renda per capita1 . Note que muito MODALIDADE DE cursos seqüenciais devem atender
embora seja comum colocar que FORMAÇÃO PERMITE demandas específicas do merca-
estes cursos são de curta duração, O SURGIMENTO do e, por isso mesmo, se permiti-
na realidade é o mercado que exige rem a ter um tempo de duração
DE NOVAS PROFISSÕES
cursos com esta duração. mais curto. Por outro lado, alguns
A flexibilidade na concepção desses cursos podem vir, no futu-
dessa nova modalidade de curso Os cursos seqüenciais devem ro, a dar origem a novos cursos
superior tem permitido que sejam atender as diretrizes básicas que de graduação, quando da solidi-
criadas novas profissões, propician- nortearam a sua criação e não se ficação de novas profissões e da
do ao país enfrentar a grande com- permitirem reproduzir aquilo que necessidade de adicionar maiores
petitividade da nova economia foi, no passado, a Engenharia habilidades e competências a esse
mundial. De fato, as novas deman- Operacional, ou seja, um subpro- novo profissional. Além disso, es-
das sociais, no mundo atual, por duto do engenheiro “pleno”. Além ses cursos seqüenciais apresentam
maior qualificação profissional, em disso, a crescente demanda por como pontos positivos a sua du-
áreas tecnológicas2 e de gestão nos esse nível de educação superior ração específica, cerca de dois
serviços terciários, farão com que não deve ser baseada naquela es- anos, e conseqüentemente a eco-

14
em revista
nomia de tempo e de dinheiro, e “curso seqüencial de análise de sis- ção reconhecidos; está dispensado
principalmente, a capacitação e a temas” ou de “curso seqüencial de de obedecer ao ano letivo regular,
entrada antecipada no mercado jornalismo”, pois esses são cursos mas estão sujeitos às normas ge-
de trabalho. de graduação plena, tradicionais, rais dos cursos de graduação, tais
que conduzem a diplomação de como, verificação de aprendizagem
2. NATUREZA DOS CURSOS graduado e a profissão regulamen- e de freqüência; sua proposta cur-
SEQÜENCIAIS tada por lei. ricular, carga horária e prazo de
Segundo a Secretaria de Ensino O curso seqüencial que pode ser integralização serão estabelecidos
Superior do Ministério de Educa- oferecido é em algum campo de pela própria instituição. Esses cur-
ção3 , “os cursos seqüenciais são saber destas áreas de conhecimen- sos conduzem a um Certificado de
considerados uma modalidade do to (jornalismo e análise de sistemas), Curso Superior de Complementa-
ensino superior em que o aluno, desde que a denominação não ve- ção de Estudos, a ser expedido pela
após ter concluído o ensino médio, nha a confundir-se com aquelas própria instituição, atestando que o
poderá ampliar os seus conheci- exclusivas das habilitações que as aluno adquiriu conhecimentos em
mentos ou sua qualificação profis- áreas de conhecimento já têm nos determinado campo do saber, sua
sional, freqüentando o ensino su- cursos de graduação, melhor dizen- carga horária e data de conclusão.
perior, sem necessariamente ingres- do, não pode ter nomes já patente- Os candidatos devem ser portado-
sar em um curso de graduação”. ados ou consagrados nas áreas de res de certificado de ensino médio
conhecimento. e atender aos requisitos de ingres-
Como exemplo, podemos ter so estabelecidos pela instituição.
SEQÜENCIAIS ATENDEM denominações válidas para cursos
DEMANDAS ESPECÍFICAS seqüenciais do tipo: “Curso Seqüen- Formação específica
DO MERCADO E, cial de Gestão de Obras Civis” ou Os Cursos Seqüenciais de For-
POR ISSO, TÊM MENOR “Curso Seqüencial de Instalações mação Específica, conhecidos tam-
Elétricas Automatizadas”. bém como Cursos Seqüenciais ou
TEMPO DE DURAÇÃO
Cursos Politécnicos, são sempre de
TIPOS DE CURSOS destinação coletiva e estão sujeitos
Eles podem ser feitos antes, ao SEQÜENCIAIS aos processos de autorização6 e re-
mesmo tempo ou depois de um Os cursos seqüenciais podem conhecimento7 com procedimentos
curso de graduação. Esses cursos ser de dois tipos, nomeadamente: próprios. Estão sempre vinculados
não devem ser entendidos como de complementação de estudos ou a um curso de graduação reconhe-
abreviação da graduação, mas de formação específica. cido na sua área de conhecimento.
como uma alternativa de formação A carga horária não pode ser infe-
superior. São cursos definidos por Complementação de estudos rior a 1600 horas, a serem integra-
campo de saber4 , enquanto os cur- Os Cursos Seqüenciais de Com- lizadas num prazo igual ou superi-
sos de graduação são oferecidos plementação de Estudos, com des- or a 400 dias letivos, nestes incluí-
por área de conhecimento5 e suas tinação individual ou coletiva, con- dos os estágios ou práticas profissi-
habilitações. Assim, por exemplo, duzindo a certificado, podem ser onais ou acadêmicas, muito embo-
não se admite oferta de cursos se- oferecidos por instituição de ensino ra esteja dispensado de obedecer
qüenciais sob denominação de com um ou mais cursos de gradua- ao ano letivo regular. Os critérios

15
em revista
gerais de freqüência e aproveita- bacharel, nem licenciado, nem tec- te, tem ficado à margem do pro-
mento são os mesmos do curso de nólogo, nem possui qualquer título cesso dos concursos públicos.
graduação. Esse tipo de curso for- consagrado com representação de
nece ao aluno um Diploma de Ní- “status social”, recebendo “apenas” 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
vel Superior diferentemente dos cur- um diploma de profissional de nível A experiência adquirida ao longo
sos anteriores, que conferiam ape- superior o que o deixa, muitas ve- desses anos por meio dos cursos se-
nas Certificados. zes, numa subjetiva condição de qüenciais mostra nitidamente que ha-
Os estudos realizados nesse menos qualificado que um estudan- verá uma redução de novos cursos
tipo de curso, a critério da institui- te graduado. na área tecnológica nesse novo am-
ção, poderão ser aproveitados pelo Os próprios órgãos públicos biente institucional de ensino. As ra-
aluno que vier a ingressar no cur- ainda desconhecem este novo zões que nos levam a essas conclu-
so de graduação em que as disci- tipo de profissional, haja vista que sões são de várias naturezas. Do pon-
plinas aprovadas integrem ou se- os editais para concurso público to de vista das IES, temos problemas
jam equivalentes ao do curso pre- não citam esses casos como con- de evasão, inadimplência e concor-
tendido. Os diplomados nestes dição aceitável para inscrição dos rência, que as levarão fatalmente a
cursos seqüenciais têm acesso, in- candidatos quando de concursos buscarem novas formas e caminhos
clusive, aos cursos de pós-gradu- de nível superior. Assim, o diplo- para sua própria sobrevivência. Do
ação lato sensu8 , mas não terão ma de curso seqüencial de nível ponto de vista de exercício profissio-
acesso aos programas de pós-gra- superior é ainda desconhecido nal, os Conselhos de classe não têm
duação stricto sensu9. até mesmo dos órgãos públicos. dado uma atribuição a esses novos
Além disso, os próprios órgãos de profissionais que os estimulem a ter
3. ASPECTOS POLÊMICOS classe e Conselhos profissionais grandes oportunidades de inserção
Neste item citamos alguns dos ainda não se manifestaram sobre no mercado de trabalho. Assim, ha-
aspectos polêmicos envolvendo a o assunto, regulamentando as verá um deslocamento desses cursos
questão dos cursos seqüenciais, tais novas profissões e a habilitação para os cursos superiores de tecno-
como: o curso seqüencial ou poli- para o exercício profissional. logia, como já vem ocorrendo no
técnico confere ao estudante um di- Com isso, o possuidor de diplo- estado de São Paulo.
ploma de nível superior; entretanto ma de nível superior, em curso de
ele não é tido como graduado, nem formação específica, normalmen- Câmara de Engenharia Elétrica

01
52% da população com renda de dois salários mínimos
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 02
Como exemplo, desenvolvimento de softwares e gestão imobiliária.
03
http://www.mec.gov.br/
CES, Câmara de Educação Superior. Portaria No 971/97. Brasília, 1997.
04
Parecer CES/CNE No. 968/98
05
Compreendem as ciências matemáticas, físicas, químicas e biológicas,
CES, Câmara de Educação Superior. Parecer No 968/98. Brasília, 1998. geociências, ciências humanas sociais.

CES, Câmara de Educação Superior. Resolução No 01/99. Brasília, 1999.


06
Exceto instituições que tenham autonomia universitária, mas devem in-
formar através de resolução ou Ato de Conselho Superior que aprovou a
CNE, Conselho Nacional de Educação. Resolução N 3/99. Brasília, 1999.
o criação do curso.
07
Portaria MEC No. 6123 12/4/1999.
LDBE, Lei de Diretrizes e Base para Educação. Lei No 9.394. Brasília, 1996. 08
Artigo 2o da Resolução CNE No. 3/99
09
Artigo 44 da LDBE

16
em revista
TRANSPORTE
Por Marcus Quintella

Transporte Eng. Civil - Doutor em


Engenharia de Produção
pela COPPE/UFRJ,

é engenharia
Prof. da FGV e do IME.
Inspetor do CREA-RJ
na Barra da Tijuca

praticamente não possui rodovias.


Antonio Lacerda / AJB

Esta assertiva pode ser facilmente


comprovada pela extensão de nos-
sa malha rodoviária pavimentada,
de 165 mil quilômetros, que cor-
responde a menos de 10% do total
das rodovias do país. Os Estados
Unidos possuem uma malha com 5
milhões 169 mil quilômetros de ro-
dovias pavimentadas, ou seja, 31
vezes maior que a brasileira, e a
França, com 6,5% da superfície do

E
Brasil, possui 738 mil quilômetros
m 1926, sob o lema “gover- A nossa rede ferroviária possui de rodovias.
nar é construir estradas”, Wa- apenas 29 mil quilômetros de ex- Além disso, apenas 20% das
shington Luís assumiu o gover- tensão, contra 162 mil dos EUA e rodovias brasileiras podem ser con-
no brasileiro construindo duas impor- 73 mil do Canadá, países do mes- sideradas boas ou ótimas. As es-
tantes rodovias, a Rio-Petrópolis, que mo porte territorial do Brasil. Já a tradas restantes apresentam preca-
leva o seu nome, e a Rio-São Paulo, Argentina, três vezes menor que o riedade contundente, com pavimen-
que leva o nome de outro ex-presi- Brasil, possui 36 mil quilômetros de tos em notória decomposição, si-
dente, Eurico Gaspar Dutra. ferrovias. Em termos produtivos, os nalizações inexistentes, gerencia-
Desde então, a matriz de trans- EUA transportam 14 vezes mais que mento de tráfego ineficaz, traçados
portes brasileira vem apresentan- o Brasil e o Canadá 2 vezes e meia. perigosos e não contam com poli-
do um desequilíbrio histórico a fa- A velocidade média de nossos trens ciamento adequado, sendo palcos
vor do modo rodoviário. Tal dese- não passa de 25 km/h, contra os de emboscadas, assaltos e aciden-
quilíbrio pode ser constatado numa 80 km/h dos trens americanos. tes. Em conseqüência desse lamen-
simples comparação com as ma- tável quadro, todos os dias ocor-
trizes de transporte de dois impor- NÃO HÁ COMO rem cerca de 720 acidentes nas
tantes parceiros comerciais do Bra- NEGAR QUE VIVEMOS rodovias pavimentadas do país,
sil, a China e os Estados Unidos. NUM PAÍS QUE provocando a morte de 35 pessoas
Enquanto que nos Estados Unidos por dia e deixando 417 feridos, dos
PRIORIZA O MODO quais 30 morrem posteriormente em
33% do transporte de carga é rea-
lizado por rodovia e 44% por fer- RODOVIÁRIO, MAS decorrência do acidente. São qua-
rovia, na China, os modos ferrovi- QUE PRATICAMENTE se três mortes por hora, em média,
ário e aquaviário respondem por NÃO POSSUI ou uma morte a cada vinte minu-
87% do mesmo tipo de transporte. RODOVIAS tos. Em resumo, são mortas, em
Em contraposição, no Brasil, as média, 24 mil pessoas por ano, em
rodovias são responsáveis por 65% Desta forma, não há como ne- razão de acidentes nas estradas,
das cargas transportadas e as fer- gar que vivemos num país que pri- que corresponde a 182 aviões
rovias por apenas 20%. oriza o modo rodoviário, mas que Boeing 737, lotados. Na realida-

17
em revista
Willian de Moura / Agência O Globo

TODOS OS DIAS OCORREM


CERCA DE 720 ACIDENTES NAS RODOVIAS
PAVIMENTADAS DO PAÍS, PROVOCANDO
A MORTE DE 35 PESSOAS POR DIA

de, trata-se de um exemplo de des- ma-se que a logística no Brasil seja breza vai muito além do Programa
leixo com o dinheiro do contribuin- 70% mais cara do que nos Estados Fome Zero, pois dependerá da von-
te e de malversação do patrimônio Unidos. Estudos mostram que o Bra- tade política em ações que garan-
público, principalmente por parte da sil tem a desprezível participação de tam à população acesso às clássi-
classe política. menos de 1% no comércio mundi- cas necessidades humanas básicas,
Apesar dos desanimadores nú- al. Tal fato pode ser atribuído em que compreendem educação, saú-
meros apresentados acima, o trans- grande parte, à falta de investimen- de, nutrição, água, saneamento e
porte rodoviário é considerado o ali- tos no transporte ferroviário e na habitação. Nesse contexto, deve-se
cerce do progresso e do desenvolvi- modernização dos portos. incluir o transporte como uma das
mento do país. Contudo, o escoa- Analisando somente este cená- necessidades humanas básicas,
mento das exportações e produções rio, torna-se óbvia a necessidade de uma vez que os deslocamentos
industrial e agrícola brasileiras fica- uma mudança radical em nossa casa-trabalho, casa-escola e casa-
rá comprometido nos próximos anos atual matriz de transportes de car- lazer, o acesso a hospitais, a che-
e o tão esperado espetáculo do cres- gas, para que possamos atender as gada dos alimentos à população,
cimento poderá sofrer um atraso demandas futuras e garantirmos o o escoamento das produções agrí-
considerável. Como exemplo, a pro- desenvolvimento e crescimento sus- colas e industriais e a comercializa-
dução atual de soja, na casa dos tentado do país. A melhor solução ção de produtos e serviços depen-
52 milhões de toneladas, passará seria a utilização mais racional dos dem fundamentalmente de alguma
para 120 milhões de toneladas, em demais modos de transporte, ferro- modalidade de transporte.
2006, e terá de ser transportada viário, aquaviário, dutoviário e ae- O transporte é um fator de ex-
pelas mesmas rodovias e ferrovias roviário, e dos sistemas intermo- trema relevância para a melhoria de
que hoje são utilizadas, caso não dais, ou seja, os terminais rodo-fer- vida das pessoas e deveria sempre
haja novos investimentos em infra- roviários e portuários, os centros de ser privilegiado nas ações de com-
estrutura de transporte. Fica fácil distribuição, os armazéns gerais e bate à pobreza, pois é o único ser-
imaginar os quilométricos estaciona- os aeroportos, com investimentos viço que participa de todas as ativi-
mentos de caminhões nas margens imediatos para proporcionar aos dades da sociedade e afeta as pes-
das rodovias, a falta de capacidade produtores, às indústrias e à socie- soas todos os dias. Além disso, mais
das ferrovias e a conseqüente perda dade uma logística de primeiro de 75% dos brasileiros residem em
de competitividade de nossos pro- mundo. áreas urbanas, onde ocorrem cer-
dutos no mercado externo, sem con- ca de 60 milhões de viagens diari-
tar os custos intangíveis para a soci- Investimento em amente, em decorrência dos locais
edade como um todo. transporte público de moradia, de trabalho e de lazer
A magnífica safra brasileira de Certamente, a tão sonhada er- estarem cada vez mais separados
grãos sofre problemas logísticos e radicação da pobreza em nosso espacialmente entre si. As cidades
é quase toda transportada por ca- país não dependerá apenas das brasileiras de médio e grande por-
minhões, de forma perigosa, lenta obras para o melhoramento da in- tes carecem de metrôs, trens subur-
e cara, além de ser embarcada para fra-estrutura do transporte de car- banos ou veículos leves sobre tri-
o exterior em portos com altos cus- gas, mas também dos investimen- lhos, desde que planejados de for-
tos de movimentação e com graves tos em transporte público de me- ma racional e integrados aos de-
problemas de infra-estrutura. Esti- trôs e trens. A erradicação da po- mais modos de transporte e com

18
em revista
A MALHA RODOVIÁRIA
PAVIMENTADA, DE 165
MIL QUILÔMETROS,
CORRESPONDE
A MENOS DE 10%
DO TOTAL DAS
RODOVIAS DO PAÍS

Roberto Stuckert Filho / Agência O Globo


política tarifária adequada ao po- Independentemente da aprova-
der aquisitivo da população. ção das Parcerias Público-Privadas
A efetiva erradicação da pobre- (PPPs), encontra-se em prática no
za no Brasil deve começar pela im- país, desde o início das privatiza-
plementação de projetos de trans- ções, por volta de 1996, uma mo-
portes que produzam reais benefí- dalidade de financiamento de gran-
cios sociais, econômicos, ambien- des projetos, denominada Project
tais e humanos para toda a popu- Finance, como forma de facilitar as
lação, de forma que suas finalida- concessões rodoviárias, as constru-
des precípuas sejam atingidas: des- ções de usinas hidrelétricas e as Escoamento da produção de soja, que vai
dobrar até 2006, pode ficar comprometido
locar seres humanos de forma eco- explorações de campos petrolíferos, por falta de infra-estrutura
nômica, rápida, segura, confortá- com a participação da iniciativa
vel e saudável. privada. O Project Finance clássi-
Os poderes públicos responsá- co, extremamente raro, é uma for- te o lucro social, ou seja, os benefí-
veis pelas políticas de transporte ma de engenharia financeira sus- cios para a sociedade como um
deveriam pensar seriamente em tentada contratualmente pela cer- todo, e a iniciativa privada deverá
modificar a matriz de transportes teza do fluxo de caixa do projeto. perseguir o lucro financeiro e a cri-
em nosso país, para que as mo- No caso dos transportes, de carga ação de valor para seus acionistas.
dalidades de transportes urbanos, e de passageiros, uma boa solução Em última análise, governar não
regionais e de carga sejam mais seria a adoção do modelo Built, é somente construir estradas, mas
equilibradas, possam ser sólidos Operate and Transfer - BOT, isto é, construir um sistema de transportes
pilares de nosso crescimento eco- a iniciativa privada constrói um de- multimodal eficiente, eficaz e equili-
nômico sustentado e contribuam terminado sistema de transporte, brado e promover condições para a
efetivamente no combate à pobre- recebe a concessão para operá-lo iniciativa privada participar desse
za. Diante da magnitude do pro- por 25 ou 30 anos e depois trans- grande projeto, com uma legislação
blema, a solução deveria ter por fere tudo para o poder concedente, tributária justa, linhas de financia-
base um plano plurianual de re- o Estado. Na prática, trata-se de mento dentro dos padrões interna-
cuperação, duplicação e conser- uma parceria entre Estado e inicia- cionais, estabilidade econômica e
vação de rodovias, construção e tiva privada, uma vez que os pode- garantia de cumprimento dos pla-
reativação de ferrovias e hidrovi- res públicos estão sem capacidade nos de governo e de continuidade
as e a construção de dutovias, de investir e as empresas precisam administrativa no longo prazo. Tudo
cujos financiamentos teriam por de trabalho. Assim, o Estado entra- isso envolverá, obrigatoriamente, a
base a correta destinação dos im- ria com uma parte do investimento, excelente engenharia nacional, em
postos pertinentes, os bancos de com recursos do erário, do BIRD ou todas as suas especialidades, geran-
fomento ao desenvolvimento, a do BNDES, por exemplo, e a inicia- do empregos, movimentando o co-
expansão das concessões privadas tiva privada entraria com o restan- mércio e a indústria, revitalizando as
e a utilização do modelo de par- te, com recursos próprios e/ou de empresas de consultoria, incremen-
ceria público-privada, ainda em- terceiros. Ambos parceiros estarão, tando a construção civil e valorizan-
brionário e em aprovação no Con- certamente, visando o lucro, sendo do os profissionais de engenharia,
gresso Nacional. que o Estado deverá almejar somen- arquitetura e agronomia. !

19
em revista
RESPONSABILIDADE SOCIAL

Furnas: prata da casa


no trabalho social

“E sta iniciativa do Crea em


premiar com um Selo as
instituições que partici-
pam de projetos sociais é um estí-
mulo para as empresas”, afirma a
social, política pública e elabora-
ção de projetos sociais. Além dis-
so, existem os projetos feitos
por técnicos de Furnas em parce-
ria com outras empresas, com ins-
ra Química Lisangela da Costa
Reis, “a iniciativa do Crea é lou-
vável porque pode estimular ou-
tras empresas a continuarem em-
preendendo novos projetos e ações
superintendente de responsabilida- tituições e órgãos governamentais que beneficiem pessoas e comuni-
de social de Furnas, Gleyse Maria e não governamentais. Além dos dades que têm poucas oportunida-
Couto Peiter. Segundo ela, as em- 36 projetos dos empregados volun- des de transformar sua realidade,
presas precisam cumprir seu papel tários, estão em andamento 30 contribuindo assim para a diminui-
social porque hoje não podem so- outros. São ações cujo objetivo é a ção das desigualdades na nossa
breviver se não contribuírem com o geração de trabalho e renda, a ca- sociedade”, frisa.
desenvolvimento social da comuni- pacitação de jovens para o merca-
dade onde estão inseridas. “Furnas, do de trabalho, a segurança SELO CREA-RJ
há 11 anos, já se mostrava uma alimentar e o desenvolvimento sus-
ESTIMULA NOVOS
empresa preocupada com as ques- tentável das comunidades próximas
tões sociais”, diz. aos empreendimentos de Furnas.
PROJETOS
A maior parte dos proje- EM EMPRESAS
tos sociais de Furnas é elaborada Jovens Aprendizes
por empregados voluntários que Para a técnica da área de res- Um dos trabalhos de Furnas
são capacitados em diagnóstico ponsabilidade Social, a engenhei- que teve grande sucesso foi o pro-

Horta comunitária
implantada por Furnas
Aluísio de Souza / Arquivo Furnas

20
em revista
Alguns projetos sociais

!
Tom do Pantanal
Projeto de educação ambiental e musical para escolas do ensi-
no fundamental utilizando-se a obra do maestro Tom Jobim que
ressalta a natureza brasileira. O Tom do Pantanal nasceu do Tom
da Mata, de preservação da Mata Atlântica, já realizado, e gerou
jeto “Jovens Aprendizes”. Reali- o Tom da Amazônia, que ainda está em desenvolvimento. Tem a
zado em parceria com a prefeitu- Previsão de atingir 300 mil alunos de escolas públicas de Goiás,
ra de Aparecida de Goiânia, Amazonas, Tocantins, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do
em Goiás, capacitou 720 jovens Sul e Distrito Federal.
em diversas funções da cons-
trução civil. Como parte do apren-
dizado, esses jovens ajudaram a !
Aldeia da Cidadania
construir três centros culturais e Projeto realizado em parceria com prefeituras e órgãos de gover-
quatro quadras esportivas em es- nos estaduais que proporciona acesso da população de baixa
colas públicas da cidade. Além dos renda de diversas comunidades a serviços gratuitos nos cam-
jovens capacitados, o benefício se pos da saúde, educação, cultura e cidadania com emissão de
estendeu para mais de quatro mil documentos, atendimento médico e odontológico, orientação ju-
alunos das escolas da cidade. rídica básica, assistência social, corte de cabelo, palestras sobre
Antes eles não contavam com lo- saúde, educação e meio ambiente.
cais para atividades esportivas e
culturais nas escolas. Centros !
Mais Cidadania, mais energia
culturais foram construídos com
Projeto realizado em parceria com a Secretaria Especial de Direi-
sala de leitura, sala de informática
tos Humanos da Presidência da República e com prefeituras, de
e mais uma para múltiplas ativida-
fortalecimento e criação de Conselhos Tutelares em 86 municípi-
des, além de banheiro feminino e
os situados nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais,
masculino. O grande problema
Rio de Janeiro e São Paulo.
enfrentado foi a dificuldade de in-
clusão de jovens recém-saídos da
prisão, pois a adaptação desses !
Hortas comunitárias
adolescentes ao grupo foi dificul- Implantação de hortas orgânicas em terrenos da empresa com
tada pela presença de agentes po- os produtos distribuídos a famílias carentes de comunidades pró-
liciais, o que ocasionou a retirada ximas. O projeto também realiza palestras sobre nutrição e me-
dos jovens do projeto. (T.L.) ! lhor aproveitamento dos alimentos. A empresa já criou 10 hortas
comunitárias.
Arquivo Furnas

!
Espaço Cultural
Em 2003 foi inaugurado o Espaço FURNAS Cultural, uma gale-
ria de exposições de artes plásticas - escultural, gravura, foto-
grafia e pintura - localizada na sede da empresa, no Rio de
Janeiro. Além de apresentar o trabalho de artistas consagrados,
o Espaço divulga também a obra de novos talentos e exibe mos-
tras de cunho social, como a exposição Olhares do Morro, com
fotografias de moradores
Aulas da capacitação de conselheiros
tutelares em São José da Barra (MG)

21
em revista
LEGISLAÇÃO

O engenheiro químico
no Crea
Diz ele:
Agência O Globo

“... A Secretaria de Estudos Es-


peciais deste Ministério, por sua vez,
após fundamentado Parecer, assim
concluiu: quanto aos profissionais:
os engenheiros, com especialidade
em Química, inscrevem-se no CREA
e os egressos das Escolas de Quí-
mica inscrevem-se no CRQ...”
O parecer mencionado confirma
a Resolução nº 48/76, corroborada
pelas conclusões do parecer 4.807/
As oportunidades vêm crescendo para o setor de Engenharia Química
75, homologado pelo Sr. Ministro da
Educação e Cultura, que definiu as
áreas de habilitação da Engenharia,
1. O profissional é engenheiro quí- CREA porque ele é, primordialmen- elencando-as, inicialmente, como:
mico e não somente químico. An- te, um Engenheiro, formado pela civil, eletricidade, mecânica, meta-
tes de ser químico é engenheiro, escola de Engenharia. Como tal, não lúrgica, minas e química.
sendo a química, no caso, uma mo- pode equiparar-se ao Químico, di-
dalidade da engenharia, portanto, plomado por escola ou curso de 3. Para bem situar a questão é ne-
é o CREA o fiscalizador das ativida- Química. Se se pretende que o En- cessário que se fixe bem o con-
des por ele desenvolvidas. genheiro Químico esteja obrigado ceito do que venha a ser o Enge-
A Lei nº 5.194, de 24 de dezem- a registro no Conselho de Química, nheiro Químico em contraste com
bro de 1966, que regula o exercício ex vi da Lei nº 2.800, tenho como o Químico.
das profissões de Engenharia, Arqui- certo que essa situação foi modifi- A esse respeito, ninguém melhor
tetura e Agronomia, revogou todas cada pela Lei nº 5.194, que é pos- do que os próprios engenheiros quí-
as disposições anteriores, inclusive terior e sujeita todos os Engenheiros micos para bem caracterizar a sua
a Lei nº 2.800, de 16/06/56, a cha- – qualquer que seja a sua modali- profissão. São deles, através de sua
mada Lei dos Químicos, no tocante dade ou especialização – à discipli- Associação Profissional dos Enge-
às disposições que conflitavam com na exclusiva do CONFEA”. nheiros Químicos do Estado do Rio
a mesma, conforme determina o Grande do Sul, essas afirmativas:
parágrafo 1º do art. 2º da LICC (De- 2. Impende ser transcrito parte do “
A diferença entre um Químico e
creto-Lei nº 4.657/42). despacho exarado pelo Exmo. Sr. um Engenheiro Químico é mundial-
Neste sentido, vale destacar o Ministro Almir Pazzianoto Pinto, mente reconhecida, e se não fosse
entendimento do ex-ministro do Su- aprovando o Parecer nº 86/86, assim como se justificaria a existên-
premo Tribunal Federal, Oswaldo onde, através de transparência cia de cursos de formação de um e
Trigueiro, em parecer concedido ao cristalina, é definida a competên- outro profissional? Bastaria então um
CONFEA, em 09/09/83, que diz: cia de cada um dos Conselhos em único curso superior de química.
“Entendo que o Engenheiro Quí- questão, não permitindo a “op- Evidentemente ambas as profis-
mico está obrigado ao registro no ção” entre eles. sões são da mais alta importância,

22
em revista
NÃO HÁ DUVIDA NEM RAZÃO
PARA OBJEÇÕES:
O REGISTRO DO ENGENHEIRO
QUÍMICO É NO CREA

mas é mister que se note a diferen- ríamos a do American Institute of Brasil, definido pelo Conselho Fede-
ça nas atividades profissionais. En- Chemical Engineers (AICHE): “É a ral de Educação – CFE – através da
quanto o Químico atua em escala aplicação dos princípios das ciên- resolução nº 48 de 27.04.76, na
de laboratório tanto no controle de cias físicas e químicas, bem como qual fixou os conteúdos mínimos e a
qualidade quanto na pesquisa de da economia e das relações huma- duração dos cursos de graduação
novos “compostos”, identificando nas no desenvolvimento dos proces- em Engenharia e definiu suas áreas
suas condições ótimas de obten- sos pelas quais a matéria sofre e habilitações. A saber, foram consi-
ção, bem como no acompanha- transformações do estado físico, de deradas pela citada resolução seis
mento de processos químicos pro- composição química e de conteú- (06) áreas de conhecimento na En-
dutivos, o engenheiro químico tem do energético”. genharia: Civil, Elétrica, Mecânica,
a seu encargo a fabricação, em Há, no entanto, quem proponha Metalurgia, Minas e Química. Tam-
escala industrial, visando a obter algo mais completo: “A Engenharia bém definiu que cada uma destas
o melhor produto, com o melhor Química é o ramo da Engenharia áreas abrigará cursos afins. Por
preço. Mas esta não é sua única e que trata de conceber, projetar, fa- exemplo, na área da Química: En-
muito menos fundamental função. zer construir e operar equipamentos genharia Química; Engenharia de
Cabe também ao Engenheiro destinados a reproduzir, em escala Alimentos; Engenharia de Produção;
Químico o desenvolvimento de pro- econômica, os processos controla- Engenharia de Materiais (cerâmicas
cessos, não exclusivamente indus- dos de transformação de matéria em e poliméricos)”.
triais, onde a aplicação das ciênci- sua composição, estado físico e/ou
as físicas e químicas, bem como da conteúdo energético”. (“Engenharia 5. Caracterizando, de maneira ca-
economia e das relações humanas, Química: Legislação, Ensino e Mer- bal, o conceito ontológico do que
determinarão a melhor condição de cado de Trabalho”, trabalho elabo- seja o Engenheiro Químico, o Pro-
geração de um determinado bem rado pela Associação Profissional fessor Hely Lopes Meirelles assim já
(Engenheiro de Processos). Deve, dos Engenheiros Químicos do Rio indicou:
para isso, considerar os fatos locais Grande do Sul, publicado no Bole- “Consultando a literatura aliení-
e técnicos disponíveis, bem como tim Informativo do CREA-PR, nº 45 gena especializada, verificamos que
ainda a alteração do processo por – fevereiro de 1981). o objeto precípuo da Engenharia não
opções estudadas ante um fato é a atividade química propriamente
novo no mercado. Para exercer esta 4. Na mesma seqüência de racio- dita, mas o planejamento, constru-
função o Engenheiro Químico pos- cínio são os próprios engenheiros ção e operação de equipamentos e
sui uma sólida formação em mate- químicos quem se consideram En- instalações a ela destinados.
mática, física pura e aplicada, físi- genheiros e, portanto, vinculados à Na esteira desse conceito, o Prof.
co-química, fenômenos de transpor- Lei nº 5.194/66, face à própria fi- A. B. Neuman, autor do pequeno
tes, operações unitárias, cálculos de losofia do ensino da Engenharia estudo que ilustra o citado verbete
reatores, processos industriais, ma- Química. Dizem eles: da Encyclopedia of Chemical Tecno-
teriais, planejamento e projetos in- “Outro aspecto importante, que logy, adverte que as verdadeiras ba-
dustriais, além de ciências econô- deve ser lembrado para podermos ses científicas do engenheiro quími-
micas e administrativas. diferenciar perfeitamente a Quími- co são a matemática e a física, pois
Entre as muitas definições atri- ca da Engenharia Química, é a filo- o seu trabalho pouco ou nada tem
buídas à Engenharia Química cita- sofia do Ensino da Engenharia no a ver com as reações químicas.

23
em revista
Agência O Globo
Mercado de trabalho: à procura de quadros técnicos

No mesmo sentido, o Prof. Crea- bre a profissão de químico e dá Tais engenheiros só devem regis-
mer, no prefácio de sua monumen- outras providências”. trar-se em Conselho de Química
tal obra, em doze volumes, Chemi- A lei em tela se refere tão só às quando desenvolverem atividades
cal Engineering Practice, reconhe- atividades químicas que sejam rea- como “químicos”, portanto atividades
cendo ser grande o número de pes- lizadas em escala reduzida e prati- em pequena escala. As atividades in-
soas que ainda não percebeu que cadas, portanto, em laboratórios dustriais da engenharia química, pelo
o relacionamento essencial da en- químicos, sem finalidade industrial. vulto dos processamentos químicos,
genharia química é com a física Na Lei nº 2.800/56, o legisla- eletromecânicos e térmicos envolvi-
aplicada. dor também situou, em seus arti- dos, fogem da alçada dos químicos,
Como se vê desses conceitos, o gos 22 e 23: pois passam para o campo da ação
chemical engineer não planeja, nem “Art.22 – Os engenheiros quí- dos engenheiros químicos. Na pró-
controla as reações químicas, e mui- micos registrados no Conselho Re- pria Lei nº 2.800/56 nada consta que
to menos o seu produto final, mas gional de Engenharia e Arquitetu- nos CRQs se devam registrar enge-
tão somente a aparelhagem, em sen- ra; nos termos do Decreto Lei nº nheiros químicos ou as indústrias que
tido amplo (plant), indispensável a 8.620, de 10 de janeiro de 1946, dependerem da engenharia química.
essas atividades em nível industrial”. deverão ser registrados no Conse-
lho Regional de Química, quando 8. Enquanto isso, a Lei nº 5.194, de
6. Diante de tantas afirmativas ca- as suas funções como químico, as- 24 de dezembro de 1966, como tam-
bais de que o Engenheiro Químico é sim o exigirem”. bém o Decreto lei nº 8.620, de 10 de
um Engenheiro e não um Químico “Art. 23 – Independentemente de janeiro de 1946, situam claramente as
não cabe mais dúvida em se poder seu registro no Conselho Regional atividades dos engenheiros das dife-
afirmar, com absoluta certeza, que a de Engenharia e Arquitetura, os rentes modalidades, como também
Lei nº 5.194/66 derrogou a Lei nº Engenheiros Industriais modalidade das indústrias em que eles emprega-
2.800/56, como afirmado pelo ex- Química deverão registrar-se no rem os seus conhecimentos técnicos.
ministro Oswaldo Trigueiro, passan- Conselho Regional de Química, Pelo Decreto-Lei nº 8.620, com
do tal Lei nº 5.194 a regular o exer- quando as suas funções como quí- base em seu art.16, passou a caber
cício profissional de todos os enge- mico assim exigirem”. aos Conselhos de Engenharia disci-
nheiros, assim conceituados todos Pelos artigos citados, verifica- plinar as atividades dos Engenheiros
que possuem título de Engenheiro se que a Lei nº 2.800/56 define Químicos e pela Lei nº 5.194/66
Químico, e que, obrigatoriamente, claramente que as atividades re- continuou na alçada dos CREAs o
cumprem o currículo mínimo fixado sultantes dos serviços dos Enge- registro dos Engenheiros de todas as
pelo Conselho Federal de Educação nheiros Químicos devem ser da modalidades, incluindo a dos Enge-
previsto na sua Resolução nº 48/76. competência dos Conselhos de nheiros Químicos.
Engenharia; pois ela mesma deter- Em face do exposto, fica demons-
7. Os CRQs têm suas finalidades mina que eles devem registrar-se trado que os Engenheiros Químicos
regidas pela Lei Federal nº 2.800, no CREA e, conseqüentemente, devem registrar-se nos CREAs, sen-
de 18 de junho de 1956, cuja também nele deverão ser registra- do insubsistente a reclamação dos
ementa dispõe, somente: das todas as atividades que depen- Conselhos de Química. !
“Cria os Conselhos Federal e derem do emprego dos seus co-
Regionais de Química, dispõe so- nhecimentos técnicos. Câmara de Engenharia Química

24
em revista
ARTIGO TÉCNICO

Construção sustentável:
um projeto habitacional eco-eficiente

A habitação com qualida-

Agência O Globo
de é uma necessidade
que deve ser satisfeita
sem comprometimento dos ecossis-
temas existentes. A consciência
quanto à finitude dos recursos na-
turais e à degradação ambiental fo-
mentada pela construção civil vêm
despertando preocupação, princi-
palmente devido ao déficit habita-
cional de 5,4 milhões de novas ha-
bitações. A questão ambiental atre-
lada à gestão empresarial é vista
hoje como necessidade de sobrevi-
vência dentro de um mercado com-
petitivo e como forma de sobrevi- Obras: processos devem ser executados com planejamento prévio
vência do planeta com seus ecos- para minimizar o desperdício de material
sistemas e ciclos de renovação pre-
servados. Dessa forma, propõe-se, não é diferente, o que mudou é o mente devido à vultuosidade dos re-
através de metodologia explorató- aumento de facilidades desenvolvi- cursos necessários para reverter este
ria com pesquisa bibliográfica, cri- das ao longo dos anos, através de quadro, com obras freqüentemente
térios de planejamento de empre- tecnologias que se aliaram às ne- insatisfatórias em nível de desempe-
endimentos habitacionais voltados cessidades do homem. Até este mo- nho. É necessária a adoção integra-
para a construção sustentável, apre- mento, não havia vislumbre de pro- da de medidas preventivas, que con-
sentam-se pautados na ecoeficiên- blemas, porém o que antes parecia siderem, além do próprio empreen-
cia técnica e de gestão do empre- solução, hoje já se sabe, pode oca- dimento, os impactos ambientais que
endimento. Contribui para o esta- sionar grandes impactos ambientais. extrapolam a área de intervenção e
do da arte na Construção Susten- A habitação com qualidade é os aspectos sociais envolvidos.
tável, dedicando-se a caracterizar uma necessidade que deve ser sa- Paralelamente a este cenário
e a dar relevância sob o ponto de tisfeita sem comprometimento dos há uma nova perspectiva que vem
vista ambiental, social e econômi- ecossistemas existentes, levando as se firmando e moldando o com-
co ao empreendimento, configuran- empresas a assumirem uma postu- portamento do empresariado. A
do sua eco-eficiência. ra ética de valorização do meio questão ambiental atrelada à
ambiente. A qualidade caracteriza- gestão empresarial é vista hoje
A busca por abrigo se a partir da definição da deman- não como modismo, mas como
A necessidade de abrigar-se re- da, configurada no projeto através necessidade de sobrevivência
monta de longa data, desde a pré- da satisfação dos aspectos sociais, dentro de um mercado competi-
história que o homem se esconde em econômicos e ambientais. tivo e uma sociedade mais aten-
cavernas para proteger-se dos seus Medidas corretivas mostram-se ta aos seus direitos como consu-
agressores e das intempéries. Hoje onerosas financeiramente e social- midores e cidadãos.

26
em revista
Leila Chagas Florim,
Msc Universidade Federal Fluminense
Osvaldo Quelhas,
D.Sc. Universidade Federal Fluminense

Propostas para ais de construção e na execução de perdícios durante o uso de matéri-


a eco-eficiência obras; moradia de melhor qualida- as-primas, entre outras ações.
Diante do quadro geral das con- de; redução dos custos através da O cuidado com o meio ambi-
dições na indústria da construção redução dos desperdícios de mate- ente deve se manifestar em todas
civil e como forma de contribuição rial e melhoria na qualificação das as fases de um empreendimento,
para a Política Habitacional Eco- construtoras; modernização tecno- principalmente na fase de planeja-
eficiente, caracterizando a constru- lógica e gerencial através do forta- mento. Este módulo é considerado
ção sustentável, necessária à pre- lecimento da infra-estrutura labora- como o mais importante por ser o
servação do meio ambiente, são torial e de pesquisa para desenvol- início do ciclo, desencadeando todo
propostas as seguintes linhas de vimento tecnológico; qualificação o processo referente à construção
ação a serem estruturadas: de recursos humanos e satisfação do empreendimento habitacional,
do cliente. erros cometidos nesta fase acarre-
! Implantar um sistema de ges- tam prejuízos ambientais, econômi-
tão da qualidade pertinente com ! Implantação de uma metodo- cos e sociais futuros.
as características do setor da logia de trabalho na qual sejam Atenção especial deve ser diri-
construção civil consideradas todas as fases do gida à fase de uso, operação e
O Programa de Qualidade e empreendimento. manutenção, fazendo com que haja
Produtividade conhecido como A sustentabilidade de um empre- incremento na vida útil dos ambi-
PBQP-H (Programa Brasileiro de endimento está comprometida com entes construídos através de uma
Qualidade e Produtividade no Ha- aspectos econômicos, sociais e am- visão preventiva. A avaliação de
bitat), é o mais indicado por envol- bientais, devendo levar em consi- desempenho de ambientes constru-
ver todas as etapas da cadeia pro- deração desde a definição da de- ídos promove a ação (ou a inter-
dutiva configurada nos seus seis manda, na fase de planejamento, venção), de maneira a gerar me-
programas desenvolvidos (Qualifi- até a manutenção na fase de uso e lhoria da qualidade de vida dos
cação de Empresas de Serviços e ocupação. Os processos devem ser usuários do ambiente construído, e
Obras, Qualificação dos Materiais executados conforme planejamen- produz informações na forma de
de Construção, Autogestão na to prévio, fruto de projetos arquite- banco de dados, gerando conheci-
Construção, Sistema Nacional de tônicos feitos de maneira a minimi- mento sobre o ambiente e as rela-
Aprovações Técnicas, Qualidade zar o desperdício de material e con- ções ambiente-comportamento.
dos Laboratórios e Formação e Re- seqüente produção de sobras. Uma vez caracterizado os pro-
qualificação Profissional), aumen- Propõe-se o uso da ferramenta cessos atuantes no meio ambiente
tando a competitividade do setor, chamada Produção Mais Limpa e os impactos provenientes dos pro-
incluindo a modernização técnica (P+L), que implica em evitar (preve- cessos tecnológicos que compõem
e gerencial das empresas. nir) a geração de resíduos. Estes são o empreendimento, em suas diver-
O PBQP-H proporciona ganhos gerados a partir da fase de constru- sas fases, propõem-se instrumentos
em toda a cadeia produtiva, geran- ção, afetando o meio-ambiente e de gestão ambiental.
do benefícios como: aumento da exaurindo seus recursos. Dessa for-
qualidade nos produtos; ganhos em ma, aprimora-se a eficácia dos pro- ! Utilização de Sistemas de Ges-
produtividade pela melhoria nos cessos, visando a redução ou elimi- tão Integrada (SGI) ao empreen-
processos de produção de materi- nação da geração de resíduos e des- dimento.

27
em revista
Nononono nonono
A SUSTENTABILIDADE
DE UM EMPREENDIMENTO
ESTÁ COMPROMETIDA
COM ASPECTOS ECONÔMICOS,
SOCIAIS E AMBIENTAIS

É necessária a adoção integra- rando consistência, através do uso tais (ISO 14000) para dentro dos
da de medidas preventivas, que de ferramentas (normas e diretrizes) empreendimentos habitacionais,
considerem, além do próprio em- de gestão voltadas para a qualida- normalmente com sua gestão da
preendimento, os impactos ambien- de (PBQP-H), meio-ambiente qualidade já implantada (ISO
tais que extrapolam a área de inter- (ISO14001), higiene, saúde e se- 9000), é altamente desejável na
venção e os aspectos sociais envol- gurança (BS8800, futura medida em que as normas são
vidos. Tais medidas podem ser efe- ISO18000), responsabilidade social compatíveis e complementares.
tivadas, para cada fase do empre- com foco na contabilidade, audito- Dessa forma, reduz-se o desper-
endimento, por meio de instrumen- ria e relato social e ético (AA1000) dício e a geração de resíduos, in-
tos de planejamento e gestão am- e direitos básicos dos trabalhado- crementando a qualidade dos pro-
biental, os quais surgiram e vêm se res (SA8000). Através de ações pró- dutos e processo, maximizando a
desenvolvendo no bojo da evolu- ativas, pretende-se prevenir ao in- competitividade no setor.
ção da abordagem da questão vés de remediar danos ambientais, Propõe-se, para dar continuida-
ambiental, e cujos princípios e pro- gerando qualidade de vida a cus- de ao presente tema desenvolvido, o
cedimentos têm sido crescentemente tos cada vez menores, trabalhando- estudo referente ao ambiente cons-
adotados em diversos países. se através da interdisciplinaridade truído, através de mecanismos de
A responsabilidade social em- caracterizada por aspectos sociais, controle de qualidade, tendo em vis-
presarial é um tema de grande re- ambientais e econômicos; ta o atendimento das necessidades
levância nos principais centros da De modo a conjugar padrões de seus usuários. É este que irá de-
economia mundial. Normas e pa- técnico-construtivos condizentes com tectar eventuais problemas no decor-
drões certificáveis relacionados es- melhores condições ambientais a um rer de sua vida útil, exigindo, se ne-
pecificamente ao tema da respon- preço acessível à população de bai- cessário, maior freqüência de manu-
sabilidade social, como as normas xo poder aquisitivo, considerando- tenção de partes ou do todo, e, até
AS 8000 (relações de trabalho) e se também os aspectos sociais, im- mesmo a reposição ou eliminação
AA 1000 (diálogo com partes inte- põe-se o desafio da contribuição daquele produto, caso se verifiquem
ressadas), vêm ganhando crescen- tecnológica. Esta deverá se manifes- problemas relativos a saúde, insalu-
te aceitação. tar por intermédio de uma aborda- bridade ou risco de vida. Este con-
A criação de “Indicadores” (soci- gem ambiental integrada corretiva e, texto reduz a vida útil do ambiente
ais, econômicos, qualidade e ambi- principalmente, preventiva. construído e deteriora as relações
entais), normas e padrões fazem par- humanas no espaço. Faz-se neces-
te do esforço em disseminar a res- O desafio social sário reavaliar de forma científica toda
ponsabilidade empresarial no Brasil. Os benefícios para o setor da esta produção no sentido de reali-
Ao mesmo tempo em que servem de habitação, sob o ponto de vista da mentar futuros projetos semelhantes,
instrumento de avaliação para as eco-eficiência. são impactantes, na elaborar manuais de projeto, cons-
empresas, reforçam a tomada de medida em que o setor da constru- trução e manutenção de edifícios,
consciência dos empresários e da ção civil é o maior consumidor de além de complementar e atualizar
sociedade brasileira sobre o tema. matéria-prima e gerador de resídu- códigos de edificações, recomenda-
Dessa forma, propõe-se um Sis- os. Adotar um sistema de gestão ções técnicas e normas específicas
tema de Gestão Integrada (SGI), integrada, de maneira a levar em sobre o assunto, minimizando possí-
eliminando redundâncias e assegu- consideração os aspectos ambien- veis impactos ambientais. !

28
em revista
MERCADO DE TRABALHO

O pólo de informática
na serra

Escola de Engenharia da UCP busca


adequar ensino às exigências do mercado

A lgo de novo acontece na


região serrana do Rio de
Janeiro. E não são as ca-
minhadas ecológicas pelas belezas
locais, nem uma nova exposição no
de Computação Científica (LNCC),
do Ministério da Ciência e Tecnolo-
gia, que promove o ensino e esti-
mula a criação avançada no cam-
po da informática, formando diver-
no de 70.000 m2, localizado no
bairro Quitandinha, a 35 minutos
do Aeroporto Internacional do Ga-
leão e 50 minutos do centro da ci-
dade do Rio de Janeiro. Porém, não
Museu Imperial de Petrópolis ou o tu- sos profissionais e alunos. é o único motivo da escolha.
rismo que lota as cidades de clima Segundo o professor Wagner Vi-
frio no inverno e ameno no verão. Potencial tecnológico eira Leo, coordenador de Sistemas
De uns anos pra cá, a região A escolha de Petrópolis como e Redes do LNCC, Petrópolis foi es-
serrana vem se destacando como sede do LNCC pode até ser expli- colhida pelo potencial tecnológico
grande pólo tecnológico. Um exem- cada pela localização da cidade. que a cidade apresenta em termos
plo disso é o Laboratório Nacional O laboratório dispõe de um terre- de infra-estrutura, incentivos fiscais

30
em revista
PROJETO PETRÓPOLIS-TECNÓPOLIS
ESTIMULA INTERCÂMBIO ENTRE SETOR
PRODUTIVO E UNIVERSIDADE

e capital humano. “O LNCC tem otecnologia, metrologia e hardwa- tecnologia, como é o caso do Cen-
como estratégia a qualificação de re e empresas do setor tradicional. tro de Terapia Celular, ligado à pes-
recursos humanos e a parceria com Com mais de cinco anos em quisa com células-tronco. Além dis-
as empresas em desenvolvimento andamento, o projeto tem chama- so, surgiram duas associações que
tecnológico. E por isso escolheu a do a atenção de muitos profissio- congregam empresas de tecnologia,
cidade como sede”, afirma. nais e empresas. “Temos recebido o Grupo de Empresas de Tecnolo-
Porém, o desenvolvimento do várias consultas de profissionais in- gia de Petrópolis e a Associação de
pólo de informática da região serra- teressados em trabalhar aqui. Um Empresas de Alta Tecnologia para a
na não está somente nas mãos do fato curioso é que muitos deles fo- Exportação e Software”, conta.
laboratório. Considerado referência ram formados aqui, estão traba-
nacional em tecnologia, o projeto lhando no Rio, mas querem voltar. Dinamizando o ensino
Petrópolis-Tecnópolis, criado em Ao mesmo tempo, empresas daqui O atrativo mercado de trabalho
1999 pela Prefeitura Municipal de vão procurar profissionais na capi- não ganha somente a atenção de
Petrópolis, vem chamando a aten- tal. O projeto Petrópolis-Tecnópolis profissionais e empresas, mas tam-
ção de inúmeras empresas. Estimu- é, entre outras coisas, o espaço para bém das faculdades da região. Um
lando a ligação entre universidades estas duas partes se encontrarem”, dos cursos que ajudaram a viabili-
e setor produtivo e tendo como o diz Francisco Nóbrega, presidente zar projetos como o Petrópolis-Tec-
objetivo a troca de informações en- do Conselho Gestor do Projeto Pe- nópolis foi o de Ciência da Com-
tre quem gera e produz conhecimen- trópolis-Tecnópolis. putação, criado em meados dos
to, o projeto, junto com o LNCC e Segundo ele, estes profissionais anos 80 pela Universidade Católi-
as faculdades de formação tecnoló- possuem muitas coisas em comum, ca de Petrópolis (UCP). Nos cursos
gica da região serrana, são os prin- mas não há um perfil único que oferecidos atualmente, a universi-
cipais elementos que formam o pólo possa ser traçado. E para aqueles dade atualizou o currículo para aco-
de informática mais importante do que se interessam em ingressar no modar o conteúdo de Engenharia
Estado do Rio de Janeiro. mercado de trabalho através de de Software. Recentemente, a Uni-
concursos, é necessário “possuir versidade Estácio de Sá e a Funda-
Vocação identificada uma boa formação teórica em cur- ção Arthur Sá Earp Neto também
A criação do projeto Petrópolis- sos, com currículo atualizado, faci- passaram a oferecer cursos de in-
Tecnópolis só foi feita após serem lidade de aprender novas tecnolo- formática na região.
notadas, através de pesquisas rea- gias e ferramentas, e estar antena- Se há, por enquanto, a carên-
lizadas pela Firjan e pelo Sebrae, a do com as tendências do setor, em cia de profissionais qualificados na
qualificação profissional e a voca- permanente evolução”, diz. região, para Airton Vieira Júnior,
ção econômica da cidade. Segun- O surgimento de novas empre- diretor da Faculdade de Informáti-
do a pesquisa, só assim seria pos- sas na região também é outro fenô- ca da Universidade Católica de Pe-
sível criar um núcleo de troca de meno verificado por Nóbrega. Se- trópolis, esta ausência só poderá ser
informações sobre tecnologia e co- gundo ele, nos últimos meses, vári- preenchida com ensino consisten-
nhecimento. Dividido em cinco áre- os empreendimentos se instalaram te. “Com relação à Informática, te-
as, nomeadas de Tecnopólos, o pro- na cidade por conta do projeto. mos carência de mão de obra qua-
jeto abrange os seguintes setores: “Não só na área de tecnologia da lificada em algumas áreas, o que
computação, telecomunicações, bi- informação, como também em bio- demonstra a importância de uma

31
em revista
Como é o LNCC
Com linhas de pesquisa
baseadas na computação ci-
entífica, modelagem compu-
Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) tacional de biossistemas, bi-
oinformática e o controle e
filtagem de sistema dinâmi-
formação sólida do aluno, desde a Para a professora Gisele Maria Ri- cos, o LNCC é composto das
base teórica até o ensino específi- beiro Vieira, diretora da Escola de seguintes atividades: mode-
co”, comenta. Engenharia da UCP, devido às trans- lagem computacional em en-
Para ele, a criação de projetos formações da sociedade, o aluno genharia, Pós-graduação em
como o Petrópolis-Tecnópolis será precisa ter “domínio sobre a ciên- modelagem computacional,
um dos fatores principais de gera- cia, técnica, instrumentos e consci- modelagem computacional
ção de renda e emprego nos próxi- ência da realidade regional, nacio- para a indústria do petróleo,
mos anos. “Principalmente pelo tipo nal e internacional”. Não somente computação paralela e dis-
de indústria que estamos propon- isso. Para ela, “o profissional deve tribuída, centro de modela-
do: uma indústria limpa e baseada apresentar uma boa formação hu- gem do sistema atmosfera-
em capital intelectual”, completa. mana e social, sem comprometer a terra-oceano, modelagem
Segundo Airton, o projeto da formação de sólidos conhecimen- computacional nas ciências
prefeitura visa a criar novos postos tos técnicos e científicos”. biomédicas, Laboratório de
de trabalhos e um programa contí- Se, por um lado, o desenvolvi- Bioinformatica, Rede GEO-
nuo de atração de novas empresas. mento do pólo de informática anda MA, Centro Nacional de
E os motivos para a comemoração trazendo diversas empresas de tec- Computacional de Alto De-
são muitos: “Atualmente, Petrópolis nologia para a região serrana, “fal- sempenho (CENAPAD), Siste-
é a única região do país que tem tam incentivos fiscais para as em- ma Nacional de Computa-
dois centros de tecnologia instala- presas povoarem os condomínios ção de Alto Desempenho (SI-
dos, sendo um da Microsoft e outro industriais e a proliferação de incu- NAPAD) e Tecnologia da In-
da IBM. Temos a UCP, com um cur- badoras de empresas, visando, prin- formação e Comunicação.
so de computação com 19 anos de cipalmente, a disponibilidade do
existência que já formou mais de gás natural para 2005”, completa.
800 profissionais, o laboratório de Mas se há, de fato, a evasão de
pesquisa do Ministério de Ciencia indústrias, a procura pelo curso de genharia da universidade, apresen-
e Tecnologia (LNCC), algumas in- engenharia vem invadindo as uni- tando exatamente a palestra sobre
cubadoras de empresas e a presen- versidades. “Os cursos de maior o primeiro emprego”, conta o en-
ça do Parque Tecnológico da Ma- procura, hoje, são os de Telecomu- genheiro mecânico Alexandre
rambaia”, enumera. nicações e Engenharia Mecânica. Sheremetieff, diretor do Crea-RJ e
O curso de Engenharia representa professor da UCP.
As exigências da formação um percentual importante com re- A região serrana continua sen-
Para atender às exigências do lação ao número de alunos da Uni- do um das principais atrações do
mercado – cada vez mais informa- versidade. E tem aumentado a cada Rio de Janeiro quando o assunto é
tizado – a Escola de Engenharia da ano”, afirma. turismo. Mas, hoje, além do ótimo
UCP, que iniciou suas atividades em As perspectivas são animado- clima, das inúmeras pousadas e
1961 com o curso de Engenharia ras e soma-se a elas o esforço do restaurantes, a região ganha uma
Industrial (atual Engenharia Mecâ- Crea-RJ na aproximação entre es- nova marca registrada: a de princi-
nica) e Engenharia Elétrica, preten- tudantes e empresas. “Recentemen- pal aglutinadora das novidades,
de formar profissionais capazes de te, o presidente Reynaldo Barros estudos e criações da área tecno-
acompanhar todas estas mudanças. esteve conosco na Semana de En- lógica. (P.C.) !

32
em revista
T E C N O LO G I A

De onde vim
e para onde vou? O GPS responde

A cordar num dia de sol,


pegar a bicicleta e explo-
rar uma bela trilha des-
conhecida sem a preocupação de
conseguir ou não voltar. Isso sem
Global, uma tecnologia amplamen-
te utilizada no mundo e no Brasil
há vários anos, funciona por meio
de 24 satélites posicionados a cer-
ca de 20 mil quilômetros acima da
pamento foi concebido sob o
nome “NAVSTAR Project”, como
uma alternativa aos sistemas de
rádio-navegação baseados em
terra e aos inerciais.
usar mapa, bússola ou qualquer terra, em quatro órbitas circulares, Como outros sistemas de rádio-
referência no caminho, como mar- com um ângulo de inclinação de navegação, todos os satélites envi-
cas em árvores, placas ou grandes 55 graus e um período de 12 ho- am seus sinais de rádio exatamente
pedras. Como guia, o ciclista aven- ras. Os satélites estão em órbitas ao mesmo tempo, permitindo ao
tureiro pode ter apenas um apare- espaçadas de tal forma que, em receptor avaliar a diferença entre a
lho do tamanho de um telefone ce- qualquer momento, pelo menos seis emissão e a recepção. A hora-pa-
lular, no qual ele digita as coorde- satélites estejam disponíveis à utili- drão dos satélites é altamente pre-
nadas do ponto ao qual ele deseja zação do usuário, transmitindo con- cisa, porque cada um deles possui
chegar e segue as setinhas com as tinuamente através de ondas de rá- um relógio atômico, ou seja, usa
indicações da direção correta. dio informações em três dimensões: as oscilações de um átomo como
Tamanha facilidade, que re- latitude, longitude e altitude. referência de tempo. É a referência
mete a desenhos animados ou fil- de tempo mais estável e exata ja-
mes futuristas, já é muito mais Em 1995, liberado para civis mais desenvolvida.
que realidade. Criado pelo Departamento de Declarado como passíveis de
O GPS – Global Positioning Sys- Defesa dos Estados Unidos, no iní- operacionalização por civis em
tem ou Sistema de Posicionamento cio da década de 60, este equi- 1995, os aparelhos tinham dois ti-

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em revista
pos de precisão disponíveis. O pri- cos dos percursos. Mais que isso, quem deseja se locomover de car-
meiro, voltado para o uso militar acoplado aos outros equipamentos ro por estradas ou dentro de cida-
dos Estados Unidos, possuía uma de navegação da embarcação, o des sem perder o rumo.
margem de no máximo 15 metros equipamento pode ser programa- “Com o sistema municiado pe-
de erro. Já os dados liberados para do para, sozinho, conduzir o barco las informações do arruamento local,
o uso geral sofriam de um erro arti- ao seu destino final. pode-se determinar o ponto de parti-
ficial chamado de “disponibilidade da e chegada e o aparelho apresen-
seletiva”, que empregava uma mar- Cruzando dados tará a melhor opção de rota naquela
gem de erro quase dez vezes mai- Entretanto, segundo o geólogo hora. Além disso, caso seja tomado
or. Mas em 2000, os dispositivos do Instituto Nacional de Pesquisas algum caminho diferente do indica-
que propositalmente interferiam na Espaciais (Inpe), Paulo Roberto do, o GPS informará o condutor de
precisão dos cálculos foram retira- Martini, o GPS não pode levar uma que ele devia ter entrado em outra
dos, proporcionando igual acuida- pessoa a algum lugar se ela não rua e não naquela e ainda dirá como
de a todos os usuários. souber para onde quer ir. “Se você ele pode fazer para resgatar o cami-
sabe para onde vai, pode colocar nho correto anteriormente calculado”,
um ponto de chegada e programar diz Paulo Martini.
SATÉLITES A 20 MIL o aparelho para levá-lo. Mas se não Usuário do GPS em seus mo-
QUILÔMETROS ACIMA souber, não adianta GPS”, afirma mentos de lazer, o geólogo ressal-
DA TERRA GARANTEM Martini. Isso significa que o apare- ta ainda a importância da utiliza-
LOCALIZAÇÃO PRECISA lho precisa estar previamente “abas- ção do GPS no dia-a-dia de tra-
PARA QUEM USA tecido” com as informações neces- balho de profissões da área tec-
sárias para a utilização. Ou seja, nológica e especificamente do
A TECNOLOGIA
como o sistema se baseia no cru- manejo do aparelho em suas ativi-
zamento dos dados de latitude, lon- dades no Inpe. “No meu trabalho,
Além de ciclistas, esportistas de gitude e altitude é necessário que o voltado para a área de sensoria-
diversas modalidades vêm usando usuário possua as referências geo- mento remoto, o uso do GPS já faz
a tecnologia do GPS para facilitar gráficas de seu destino. Mas esse parte de nossa rotina. Seja para
suas práticas, sejam elas realizadas conhecimento, que pode parecer coletar dados de campo, seja para
profissionalmente ou apenas como muito específico ou complicado tornar precisas as imagens coleta-
lazer. Velejadores, por exemplo, para o usuário comum, pode ser das ou mesmo para fazer com que
podem contar com a leitura dos 24 encontrado facilmente desdobrado esses dados sejam acoplados a es-
satélites para dar conta de mais de em centenas de softwares e sites na sas imagens, o uso do GPS é fun-
80% da superfície do planeta. O internet. É possível baixar para o damental. Ou seja, para cada me-
cruzamento das informações refe- GPS, além de diversas outras infor- dida desse levantamento, de cunho
rentes ao posicionamento e ao pon- mações, arquivos com mapas intei- geológico ou hidrológico, ou en-
to de chegada de quem está nave- ros de cidades, estados e países que tão em ações voltadas para a agro-
gando oferece, assim, a melhor rota podem facilitar o uso diário por nomia ou agrimensura, o GPS é
a ser seguida, levando em conside- parte de pessoas leigas em dados usado para mostrar exatamente de
ração as distâncias, as condições de georeferenciamento. Essa pode onde foram tiradas essas medidas”,
climáticas e os acidentes geográfi- ser uma utilização simples para finaliza. (V.M.) !

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em revista
Notas

Arnaldo Niskier será homenageado pelo Crea-RJ em festejos por Zumbi


O Crea-RJ participa do evento organizado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro “Dias de Zumbi, a África está por aqui”, em novembro, mês da Consciência Negra.
O Espaço Cultural do Crea-RJ irá sediar duas exposições: “Arquitetura de Encantamento” e “A Casa da Flor”, de Gabriel Joaquim dos Santos, e “Negros do BrasiL” do artista plástico
Maurizio Ferri. Nos dias 3 e 4 de novembro, no auditório do CREA-RJ, será realizada a “Conferência Estadual Hierarquia e Contemporaneidade das Religiões de Matriz Africana”.
No dia 29 de novembro será a entrega do Prêmio Lélia Gonzáles, destinado a negros que se destacaram em vários setores, no Teatro João Caetano.
O presidente do CREA-RJ, engenheiro Reynaldo Barros, vai entregar uma placa especial ao secretário estadual de cultura Arnaldo Niskier

Dia da Árvore Espaço Cultural do Crea-RJ decora


Foi lançado em comemoração ao Dia da Árvore, no au- o Programa Fantástico
ditório do Crea-RJ, o vídeo “O Caminho das Águas” de Cecí- O Crea-RJ decorou o cenário do programa Fantástico, da Rede Globo,
lia Lang. O foco do trabalho é a permeabilização do solo para no domingo de 17 de outubro, com as peças da exposição Vestígios, da
reduzir enchentes e suas conseqüências. O documentário sugere artista plástica Bia Finkielsztejn, consagrando as iniciativas do Conselho
novas reflexões para tratar a questão nos espaços urbano e rural, de apoio à cultura. O Espaço Cultural do Crea está aberto diariamente e a
individual e coletivo. visitação é gratuita.

Selo de Responsabilidade Lançado Prêmio


Social do Crea-RJ tem Geologia do Estado do
prazo prorrogado Rio de Janeiro 2004
O Selo, que vai distinguir as empresas da área A cerimônia, no auditório do Crea-RJ, contou com a presença do
tecnológica que promovem ações sociais, ganhou em presidente do Conselho, Reynaldo Barros, do engenheiro Wagner Victer,
prazo extra. Agora, as empresas que desenvolvem iniciativas em prol da aplica- secretário estadual de Energia, Indústria Naval e do Petróleo, do Geólo-
ção responsável do Estatuto da Cidade, da Agenda 21 e do 1º Emprego Tecno- go Flávio Erthal, presidente DRM-RJ, do Prof. Benedicto Rodrigues, pre-
lógico terão até o dia 15 de novembro para enviar suas inscrições. O Formulário sidente da APG, do Geólogo André Monsores, presidente da ABAS-Rio e
de Apresentação de Projetos está disponível na sede do Conselho, nas inspetori- do Prof. Geólogo André Calixto, coordenador da Câmara de Geologia e
as e no site do Crea, em www.crea-rj.org.br. Minas do Crea-RJ, entre outros presentes.

Posse da nova diretoria da AENFER Crea disponibiliza consulta


O Crea-RJ participou da posse da nova diretoria da AENFER, Associação de de profissionais e empresas
Engenheiros Ferroviários e da entrega da Condecoração Engenheiro Paulo de Agora, você já pode verificar no site do Crea a situação cadastral das em-
Frontin, no auditório da RFFSA. A engenheira Isabel Cristina Junqueira de An- presas e dos profissionais registrados. Ao digitar nome, CPF ou CGC, o internau-
dréa fez a passagem do cargo para a Engenheira Clarisse Maria de Aquino ta obtém acesso às informações sobre o profissional ou empresas, a modalidade
Soragge que atuará no biênio 2004/2006. Pela primeira vez uma mulher é em que estão inscritos, e as informações relativas ao quadro técnico e responsa-
sucedida por outra na direção da entidade. bilidade técnica . Tudo rápido, gratuito e fácil.

35
em revista
ESSA É A FORÇA DO NOSSO CONSELHO
ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL DOS FACULDADE DE ENGENHARIA
ENGENHEIROS FLORESTAIS DO E.R.J. - DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
ASSOCIAÇÕES APEFERJ INSTITUIÇÕES RIO DE JANEIRO - UERJ
Tel.: 2509-6177 R: 102 Tel.: 2587-7100 (geral)
DE CLASSE e-mail: apeferj@hotmail.com DE ENSINO Telefax: 2254-2619
REGISTRADAS
CLUBE DE ENGENHARIA - CE ESCOLA DE ENGENHARIA
NO CREA-RJ Tel.: 2509-6177 DA UNIVERSIDADE FEDERAL
UNIV. VEIGA DE ALMEIDA - UVA FLUMINENSE - UFF
INSTITUTO DE ARQUITETOS DO Tel.: 2574-8800 - Fax: 2568-2165 Tels.: 2722-3137 / 2718-8487
BRASIL - DEPARTAMENTO DO R.J. - Fax: 2717-4446
ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS IAB-RJ CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO
E ARQUITETOS DE NOVA FRIBURGO - Tels.: 2544-1008 / 2533-9514 TECNOLÓGICA “CELSO SUCKOW ESCOLA DE ARQUITETURA
AEANF e-mail: iabrj@ism.com.br DA FONSECA” E URBANISMO DA UNIVERSIDADE
Telefax : (24) 2522-8969 Tel.: 2569-3022 - Fax: 2568-2973 FEDERAL FLUMINENSE - UFF
INSTITUTO DE ENGENHARIA Tel.: 2620-8080 - Fax: 2717-4342
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA LEGAL - IEL ESCOLA DE ENGENHARIA
DE ENGENHEIROS CIVIS - ABENC-RJ Tels.: 2224-4338 / 2509-6177 R: 126 INDUSTRIAL METALÚRGICA ESCOLA DE ENGENHARIA
Telefax : 2201-7049 e-mail: contato@iel-rj.com.br DE VOLTA REDONDA - UFF DA UNIVERSIDADE FEDERAL
e-mail: abenc.rj@unisys.com.br Telefax: (24) 3342-2825 DO RIO DE JANEIRO - UFRJ
SINDICATO DOS ARQ. E URBANISTAS Tels.: 2280-9493/7543/7593
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DO RIO DE JANEIRO - SARJ FACULDADE DE ARQ. E URBANISMO Reitoria: 2290-2112
ENGENHEIROS ELETRICISTAS - ABEE Tel.: 3684-5556 - Fax: 2544-6983 DAS FACULDADES INTEGRADAS SILVA Fax: 2260-1092 / 2590-0441
Tel.: 2507-1995 - Fax: 2242-5481 E SOUZA (Gabinete fax nº 2260-7750)
SINDICATO DOS ENGENHEIROS Telefax: 2260-8891 / 2573-0290
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PONTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FACULDADE DE ARQUITETURA
E ESTRUTURAS - ABPE SENGE-RJ FACULDADES INTEGRADAS E URBANISMO DA UNIVERSIDADE
Tel.: 2531-2154 - Fax: 2531-1725 Tel.: 2532-1398 - Fax: 2533-3409 GERALDO DI BIASE - FERP - FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ
e-mail: sengerj@alternex.com.br UNIDADE - VOLTA REDONDA Telefax: 2590-1992
ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS Tels.: (24) 3347-4530/4100 Diretor: 2290-2112 - R: 2721
AGRÔNOMOS DO E.R.J. - AEARJ SINDICATO DOS ENGENHEIROS DE
Tel.: 2532-1398 (P/FAVOR) VOLTA REDONDA - SENGE-VR FACULDADES INTEGRADAS INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
e-mail: aearj@bol.com.br Telefax: (24)3343-1606 GERALDO DI BIASI - FERP - DA UNIVERSIDADE FEDERAL
NIDADE - NOVA IGUAÇU DO RIO DE JANEIRO - UFRJ
ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS SOCIEDADE DOS ENGENHEIROS Tel.: 2768-9726 Tel.: 2598-9405 - Fax: 2598-9474
FERROVIÁRIOS - AENFER E ARQ. DE NOVA IGUAÇU - SEANI e-mail: igeo@igeo.ufrj.br
Tels.: 2221-0350 / 2221-7218 Telefax : 2668-3082/2669-3166 FACULDADE DE ENGENHARIA
DO CENTRO UNIVERSITÁRIO INSTITUTO DE AGRONOMIA
ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS SOCIEDADE DOS ENGENHEIROS AUGUSTO MOTTA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL
DA ESTRADA DE FERRO LEOPOLDINA - E ARQUITETOS DO E.R.J. - SEAERJ Tel.: 2560-4636 - Fax: 2564-2244 DO RIO DE JANEIRO - UFRRJ
AEEFL Tel.: 2205-6797 - Fax: 2556-8705 Tels: 2682-1210/1220 R. 300 /
Tels.: 2273-1647 / 2243-8439 e-mail: contato@seaerj.org.br UNIFOA - CENTRO UNIVERSITÁRIO 2682-1353
DE VOLTA REDONDA Reitoria: Fax: 2682-1120
ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS DE ASSOCIAÇÃO DE ARQUITETOS FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA - FOA Tels.: 2682-1080 / 26821090
VOLTA REDONDA - AEVR E ENGENHEIROS DA REGIÃO Tels.: (24) 334O-8400 / 3346-8225
Telefax: (24) 3342-4870 DOS LAGOS - ASAERLA INSTITUTO DE FLORESTAS
Telefax: (22) 2645-6524 FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DA FUNDAÇÃO TÉCNICO-EDUCACIONAL DO RIO DE JANEIRO - UFRRJ
ENGENHEIRAS E ARQUITETAS - ABEA SOCIEDADE DE ENGENHARIA DE SOUZA MARQUES Tels.: 2682-1210/1128
Tel.: 9953-4984 SEGURANÇA DO E.R.J. - SOBES-RIO Tel.: 3390-6365 - Fax: 3390-4528
Telefax: 2242-2278 INSTITUTO DE TECNOLOGIA
ASSOCIAÇÃO FLUMINENSE DE e-mail: sobesrio@sobes.org.br CURSO DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL
ENGENHEIROS E ARQUITETOS - AFEA E URBANISMO DO INSTITUTO DO RIO DE JANEIRO - UFRRJ
Telefax: 2711-9138 ASSOCIAÇÃO DOS TÉCNICOS METODISTA BENNETT Tels.: 2682-1210/1865
e-mail: afea@nitnet.com.br DA LIGHT - ATEL Tel.: 2557-1001 - Fax: 2205-9159 Fax: 2682-1120/1865
Telefax: 2211-7329 e-mail: imb@bennett.br
ASSOCIAÇÃO FLUMINENSE DE e-mail: atel@atel.org.br CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
ENGENHEIROS DE MINAS - AFEM INSTITUTO MILITAR E TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE
Tel.: 2507-8017 - Fax: 2509-3742 ASSOCIAÇÃO DOSENGENHEIROS DE ENGENHARIA - IME GAMA FILHO
E ARQUITETOS DE ANGRA Tel.: 2546-7080 - Fax: 2546-7109 Tel.: 2599-7272 - Fax: 2591-4448
ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL DOS DOS REIS - ASSEAR
GEÓLOGOS DO E.R.J. - APG-RJ Telefax: (24) 3365-2135/3600 CENTRO TÉCNICO CIENTÍFICO CENTRO DE ARQUITETURA E ARTES
Tel.: 2507-8136 - Fax: 2541-2442 DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE DA UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA
NÚCLEO REGIONAL RJ CATÓLICA - PUC-RJ Tels.: 2551-5542/1949
ASSOCIAÇÃO NORTE FLUMINENSE DE DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE Tels.: 2529-9322/9343/9344 (Gabinete da Reitoria)
ENGENHEIROS E ARQUITETOS - ANFEA METEOROLOGIA - SBMET Fax: 2551-6446
Tel.: (22) 2723-4111 Tel.: 2524-7043/7890 ESCOLA DE ENGENHARIA
DA UNIVERSIDADE CATÓLICA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
ASSOCIAÇÃO PETROPOLITANA DE ASSOCIAÇÃO DUQUECAXIENSE DE PETRÓPOLIS - UCP E TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE
ENGENHEIROS E ARQUITETOS - APEA DE ARQUITETOS E ENGENHEIROS - Tels.: (24) 2237-5062 - 2237-7112 SANTA ÚRSULA
Tel.: (24) 2235-7989 ADAE R: 205 (Secret.) - Fax: (24) 2237-7112 Tels.: 2551-5542/1949
e-mail: apea@hotmail.com.br Tel.: 2671-9652 e-mail: escegn@inf.ucp.br (Gabinete da Reitoria)

36
em revista
NOVOS PROFISSIONAIS SEJAM BEM VINDOS

NÍVEL SUPERIOR • ARQUITETOS E URBANISTAS Kelly Cristina da Silva Fernandes Marcio da Silva Rocha
Alessandra Carralas Queiroz de Leão Luciana Soares Monteze Marcos José da Silva
• ENGENHEIROS AGRÔNOMOS Carolina Ferreira Seixas Marcelo Martins Silva Michelle Silva dos Santos
Giovanni Antonio Granato Rodrigues Deise Martins Goes Marcelo Monteiro Miguel Nazareno Penha da Silva
Raul Fábio Ferreira do Nascimento Edileni Ribeiro G. de Souza Mafra Marcio de Souza Correa Paulo Henrique Rodrigues Bomfim
Eliana da Costa Souza Marco Antonio de Oliveira Ribeiro Paulo Vitor Macedo Settinieri
• ENGENHEIROS CIVIS Erinaldo Silva Ribeiro Marina Tome Lima Renato Souza Moura
Albert Einstein O. D. de Andrade Fabio da Matta dos Santos Rafael Cruz Stirling Rodrigo Lopes da Silva
Eduardo Ribeiro Kaiser Genuíno de S. Magalhães Júnior Sérgio Gustavo do Couto Reis Tarcisio Castanon Alvarez
Marcus Vinicius de o Rocha Campos Livia Campelo Dahbar Washington Luis Alves Santos
Michel Scapini de Carvalho Lucia Helena Ribeiro da Silva Willian Bruno Mello Gonzales • TÉCNICA EM INFORMÁTICA
Paulo José Café Ribeiro dos Santos Marcos Vinicius Franco Andrea Abade Pereira Moura
Mariana Souza Pires de Amorim • TÉCNICOS EM EDIFICAÇÕES Denis Augusto Martins da Silva
• ENGENHEIRO DE COMPUTAÇÃO Rodrigo Valente de Sá Alexandre Augusto O. Fernandes
Cláudio Henrique Franco Gomes Thiago Lopes Ferreira Andre Ferraz da Silva • TÉCNICO AGRÍCOLA
Raquel da silva Ferreira Débora Lopes Ferreira Deusimar Ferreira de Freitas
• ENGENHEIRO ELETRÔNICO Susana Ferreira de Faro Deise Barros Bastos
Tiago Villela Hosken Igor de Azevedo Souza • TÉCNICO EM ELETROMECÂNICA
• GEÓGRAFOS João Carlos Pinto Batista Sérgio da Silva Severino
• ENGENHEIROS ELETRICISTAS Robson Monteiro dos Santos Julio Cezar dos Santos Rodrigues
Alecsander Antunes Ferreira Silmar de Oliveira Barcelos Michele de Sousa Rezende • TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
Ciro Ferreira Aragão Vera Lucia dos Santos Lima Renata Ribeiro de Souza Julio Cesar Martins
Cesar Luis Vilar Alves Ricardo Pereira Santos
Eugenio Fredericci Simões • GEÓLOGOS Ualace Cabral Figueiredo • TÉCNICOS EM TELECOMUNICAÇÕES
Fabiana Martins da Silva Daniela Blauzutti Rangel Moreira Alexandre Rodrigues Lourenço
Fernanda Maria Zangerolame Zaque Alves de Araujo Junior • TÉCNICOS EM MECÂNICA Arthur Kingston da Silveira Netto
Fernando Santos de Andrade Adilson de Sá Nunes Fabiano da Hora Medeiros
Gustavo de Oliveira Leite • TECNÓLOGO EM SISTEMAS Dyogo Leonardo de Souza Oliveira Ione Rodrigues
Leonardo Lima dos Santos DE COMUNICAÇÃO SEM FIO Getulio Souza Rezende Ivan Luis Vieira de Almeida
Leonardo Lyra Pessoa Antunes Marcos Paulo Costa de Souza João Carlos Modesto Ferreira Jefferson Mont’mor da Silva
João Paulo dos Santos Pereira Luciana Oliveira dos Santos
• ENGENHEIROS MECÂNICOS Jones da Silva Nogueira Marcelo Candido do Nascimento
Fabio de Almeida Costa Jorge Luiz do Nascimento Portela Marcelo da Silva Ramirez
Felipe Ivam Carneiro Sibucs NÍVEL MÉDIO José Alexandre da Silva Neto Marcelo Gonçalves dos Santos
Iris Pereira Santos José Valdeci de Moura Marcelo Pereira de Sousa
Joanes Silva Dias • TÉCNICOS EM ELETRÔNICA Klaus Caldas Hatje Marcio Almeida Pereira
Julia Gomes Azara de Oliveira Adão Manoel Miller Luciano Ezequiel dos Santos Maristela Fabricio dos Santos
Leonardo Martins Barbosa Alan da Cunha Silva Ricardo Eugenio Araujo da Cruz Raphael Barros Maia
Luciano Gusmão Borges Alberto Rickes Lima Cavalcanti Ronaldo de Carvalho Sergio Ribeiro da Costa Junior
Marcelo de França Cordeiro Alessandro Sant ’anna Martins Tiago Hilario Ribeiro de Amorim Viviane Augusto Hasegawa
Vinícius Ruch W. Guimarães Anderson Alves da Silva Valnei Gomes da Silva Viviane Cruz Sales Boucas
Artur Duarte da Silva Vinícius Marins G. J. de Oliveira Wagner Mariano do Nasciment
• ENGENHEIROS ELETRÔNICOS Artur Sant ’ana da Costa
Igor Forain de Sá Freire Aurelio Arruda dos Santos • TÉCNICOS EM ELETROTÉCNICA • TÉCNICO AGRIMENSURA
Tiago Villela Hosken Bruno da Silva Batalha Alexandre Regis da Silva Thiago Dala Paula Santos
Carlos Eduardo Braga Costa Alexsandre da Silva Vasconcelos
• ENGENHEIROS METALÚRGICOS Carlos Roberto Martins de Araujo Anisio Florencio de Oliveira • TÉCNICOS EM TELECOMUNICAÇÕES
Fabio Sant ’anna Pinto Edi Marques de Araujo Antonio Gabriel Marques Muller Alex Barros Toledo
Mauricio de Jesus Noronha Eduardo dos Santos Barreto Bernardo Nunes de Oliveira Brito Deyse Dias de Freitas
Elcio de Oliveira Moraes Carlos E. Fernandes de Carvalho Dilson F. de Vasconcellos Júnior
• ENGENHEIROS DE PRODUÇÃO Fabiano Lopes Domingues Davi Tojeiro de Souza Flávia de Queiroz Carvalho
Guilherme Marins Pessanha Fabio da Silva Rodrigues Edvaldo Pereira Filho Frederico Augusto Almeida de Souza
Jorge Eduardo G. de Castro Fabio Neiquejman Malizia Érico de Sá Barros Gisele de Souza Macedo dos Santos
Manoella Rodrigues Teixeira Fagner Faccion Caldas Fábio Alessandro Sampaio Vieira Jaiciley de Souza Freitas
Gabriel Chrispim Nacimento Leal Fábio da Silva Corsino João Batista M. de B.dos Santos
• ENGENHEIRO NAVAL Genebral Mathias da Silva Filho Hudson Mota de Oliveira Jorge Carlos Santos de Jesus
Marcio Soares Pinheiro Gilson Luiz Francisco da Silva Jorge Alexandre de Andrade José Luiz Malaquez Castillo
Gislaine Camargo de Rezende Jorge Henrique Tavares de Melo Luciana dos Santos da Silva
• ENGENHEIRO CARTÓGRAFO Gláucio Roberto da Silva José Gerson Martins da Silva Jorge Martins Pereira Júnior
Walter Humberto Subiza Pina Glauco Costa Barcellos Junior José Ribamar Almeida Vieira Jose Alejandro Isihuchi Gonzales
Higor Escossia Gonçalves Lúcio Marcos de Souza Rodrigo Vianney Gonçalves
• ENGENHEIRO DE OPERAÇÃO Jefferson Mont ’mor da Silva Luiz Claudio Freitas Antonio Válter de Vasconcellos Diniz
Claudio Luiz Silveira da Silva Josias Pereira de Lima Marcelo Barros Casse da Silva Verônica da Silva Figueiredo

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em revista
AGENDA

Cursos e eventos
Todos os cursos ministrados com parceria do Crea ou em suas dependências, obrigatoriamente,
concedem descontos para profissionais em dia com suas obrigações.

AVALIAÇÕES E PERÍCIAS
O Crea-RJ e a AEFE (Associação de
Ex-Alunos da Escola de Engenharia FÓRUM DE
da UFF) realizarão no dia 16 de EDUCAÇÃO
4º SEMINÁRIO NACIONAL novembro, no auditório do Conse- PARA O
DE MINERAÇÃO lho, o curso de extensão em Enge- TRÂNSITO
O Seminário Nacional de nharia de Avaliações e Perícias Ju- Será realizado, de 16 a 17
Mineração, Meio Ambiente e diciais, sob a coordenação do pro- de novembro, o Fórum Sobre
Qualidade de Vida realiza a fessor Paulo Cézar de Magalhães Educação para o Trânsito e
sua quarta edição, pela pri- Bastos, chefe de Deptº de Engenha- Municipalização do Trânsito,
meira vez, no Rio de Janeiro. ria da UFF, com novo programa no Teatro da UFF - Rua Mi-
O evento acontece entre os atendendo as recomendações da guel de Frias, 9 - Icaraí - Ni-
dias 17 a 19 de novembro, nova norma ABNT 14653-1/2. terói – RJ. O evento integra
no Crea-RJ, e tem como ob- O curso tem carga horária de 51 as Comemorações da Sema-
jetivo ampliar o debate sobre horas e tem vagas limitadas. O in- na Nacional do Trânsito e
as perspectivas dos setores vestimento, já incluído todo o mate- contará com exposição de
mineral, petróleo, gestão ter- rial didático é de R$ 900,00 à vista materiais e equipamentos.
ritorial e hídrica. Dentre os ou 05 parcelas mensais de R$ Inscrições: Associação dos
assuntos que serão aborda- 196,00. Inscrições e informações: Ex-Alunos da Escola Flumi-
dos no Seminário, estão o se- Crea-RJ (2206-9662 ramal: 159 nense de Engenharia – AEFE
tor mineral como vetor de de- com Sheila) / Escola de Engenharia (tel: (21)2613-5221 - Fax:
senvolvimento, o desafio das da UFF (2629-5515 / 2629-5516 (21)2622-4141
empresas do setor mineral e / 2629-5517 – Jussara ou Arlei) / e-mail: a-efe@uol.com.br)
de petróleo e o apoio a pe- www.engenhariadobrasil.com
quenas e médias empresas
do setor. Mais informações:
CURSOS PROGREDIR
(21) 2206-9662 ramal 159.
Introdução à Legislação
Urbanística e Edilícia
CORAL DO CONSELHO 9 de novembro - 18h às 20h
O Coral Crea-RJ, sob a regência do UGF - Unidade Downtown
maestro Ricardo Szpilman, participa METEOROLOGIA Barra da Tijuca
do Encontro de Corais do Clube Na- Será realizado, de 8 a 12 de
val (Centro - RJ), no dia 17 de no- novembro, o III Encontro de Engenharia de Avaliações
vembro, às 20h30. E se apresenta, Meteorologia do Rio de Ja- e Perícias Judiciais
também, no dia 8 de dezembro, do neiro. Este ano, além dos de- Período: 5, 6, 12, 13, 19, 20,
Encontro de Corais do Coral Avare- bates técnicos, será comemo- 26 e 27 de novembro sexta-
té - Cedim Centro – RJ. rado o aniversário de 40 feira de 18h às 22h - sábado
Anos do Curso de Meteoro- de 8h às 17h.
ENGENHARIA logia na UFRJ e empossada Local do curso: Pça Marcílio
DE SEGURANÇA a Diretoria Nacional da So- Dias, 43 sobreloja - Paissan-
Está marcado para o dia 26 de no- ciedade Brasileira de Meteo- du - Nova Friburgo.
vembro o XI Encontro de Engenha- rologia. O evento acontece
ria de Segurança do Trabalho. no auditório do 5º andar do Informações:
O evento acontece no auditório do Crea-RJ (rua Buenos Aires, (21) 2206-9662 r:706
5º andar do Conselho (rua Buenos 40), das 8h às 19h. Vagas Limitadas!
Aires, 40), das 9h às 19h.

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