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espaço

solidario
Obra Diocesana de Promoção Social
Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

pessoas a sentirem pessoas


Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 

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 Obra Diocesana de Promoção Social

Dia da Obra
2007

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Sumário

Ficha Técnica

Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Belmiro Teixeira, Manuel Amial
Direcção/Redacção: Manuel Pereira Amial
Propriedade/editor: Obra Diocesana de Promoção Social
Colaboradores Nesta Edição
Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, Andreia Vasconcelos, Aurora Rouxinol, Bernardino Chamusca, D. Manuel Clemente, João Pratas,
Margarida Aguiar, Maria Amélia Rothes, Maria Teresa Souza-Cardoso, Maria Teresa Carvalho Lobão, Mónica Taipa Carvalho,
Padre Dr., Américo Aguiar, Padre Lino Maia, Pedro Rothes , Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso, Susana Carvalho
Gráfica - CLARET, Companhia Gráfica do Norte, www.graficaclaret.com
Periodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706;
Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas,
Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da Juventude
Sede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO

Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; URL E.S.: www.odps.org.pt/espacosolidario.html; Mail: c.adm@odps.org.pt; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555

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 Obra Diocesana de Promoção Social

Manuel Amial
Editorial
Um “Espaço Solidário” renovado é o nosso desiderato para um novo man-
dato do Conselho de Administração.
Um veiculo de informação do trabalho solidário e de apoio social que a
Obra Diocesana vai fazendo apoiando os mais fragilizados e desprotegidos da
nossa sociedade.
Um espaço de comunicação, de troca de experiências, de valorização do
voluntariado, de incentivo à cidadania, tão importante numa sociedade que parece
esquecer os mais débeis e desfavorecidos da sorte.

Um eco de espaço de inclusão social!


Um meio de irradiação da mensagem do Evangelho!
Um exemplo de cidadania!

O “Espaço Solidário” passará a ter publicação trimestral, devendo ser pu-


blicado no último mês do trimestre.
A participação dos nossos colaboradores deverá chegar à nossa redacção
até ao último dia do segundo mês do trimestre.
Abraçamos com entusiasmo a tarefa de voluntariado da redacção deste
Boletim, porque acreditamos na sua importância para a vida e para a imagem da
Obra, uma instituição com grande responsabilidade social.

Oxalá Deus nos ajude nesta tarefa!

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Mensagem
D. Manuel Clemente

Uma pequena mensagem


para um grande desígnio.

É grande, realmente, o objec-


tivo da Obra Diocesana de Promoção
Social, lembrado em cada edição do
seu Espaço Solidário. Trata-se de exprimir
em atitudes concretas a solicitude da Igreja
Diocesana do Porto pela melhoria da vida e da
saúde física, mental e espiritual da população da
cidade e além dela.

Trata-se, como Obra da Igreja de Cristo, de


exprimir em gestos de solidariedade e paz o Espírito
evangélico de fraternidade consequente e activa. Trata-
se – como noutras expressões eclesiais coincidentes – de
dizer com “obras”, no meio de tantas urgências sociais e
humanas: a Igreja do Porto está aqui!

Por isso a minha Mensagem só pode ser de conforto e


alento a todos os que nos diversos centros da Obra Diocesa-
na de Promoção Social dão diariamente o rosto e continua-
mente o coração ao seu desígnio.

E uma palavra amiga, de solidariedade e companhia, a


todos os leitores do Espaço Solidário e amigos da Obra Dio-
cesana.

Juntos conseguiremos!

+ Manuel Clemente, Bispo do Porto

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 Obra Diocesana de Promoção Social

Momento do Presidente

Américo Ribeiro
Presidente do Conselho de Administração da ODPS

Dois olhares complementares numa acção convergente.


Boas práticas no Serviço à Pessoa

A convergência de uma acção e apela para que as pessoas se organizem, por forma a apoiar e a estimular,
integradora – Experiências revelado- energicamente, organizações empreendedoras e as conduzam na criação de
ras redes de apoio à sua volta, viabilizando uma maior força no combate aos proble-
Todas as acções, levadas a mas sociais.
efeito pelo homem, que contribuam O cenário presente revela que os factores que geram encargos para a
para o bem-estar social e comunitário Segurança Social têm vindo a agravar-se e a provocar acréscimos de despesa
são sempre necessárias e apreciá- muito superiores aos acréscimos regulares de receitas.
veis! O número de pensionistas cresce mais depressa que o número de bene-
Muito mais se tornam quando ficiários activos.
se revestem de sentido de missão e O número médio de anos de esperança de vida dos pensionistas;
espírito de servir os outros! A falta de emprego;
A sociedade não pode ser vista A pobreza;
apenas com os olhos, é preciso vê-la A exclusão social;
também com o coração e esta visão Dramas pessoais e muitos outros agentes solicitam, com urgência, que
ponderada, reflexiva, implica estar todas as forças possíveis se convirjam, todos os braços se reúnam, num dar as
atento ao que se passa à nossa volta! mãos, solidariamente e com determinação, para que a situação presente, que
O homem como ser social e so- tende a agravar-se, perante a lógica que se perspectiva, possa ser enfrentada
ciável faz parte integrante de uma co- com alguma serenidade e sejam diluídas as marcas mais austeras.
munidade, de uma sociedade. Essas forças cooperantes, com visão futurista e decorrentes acções efica-
Tem direitos e deveres; zes, num novo rumo, assumirão um indispensável compromisso, que congregue
Está e sente-se protegido, mas autarquias, organizações, a sociedade civil, clubes de serviço humanitário e ins-
também tem de proteger: é a reciproci- tituições de solidariedade para gerarem valor social na acção colectiva.
dade inata, mas consciente e grata. Não se pode confiar apenas no Estado para resolver os múltiplos proble-
É grande a responsabilidade mas.
neste sector, pois ele difunde-se em Todos serão poucos para ajudar.
várias vertentes, incluindo a ecológica, É preciso mobilizar as boas vontades, projectar, organizar, desenvolver e
que pode expandir-se, desde o am- monitorizar serviço adequado e qualificado para haver o salto requerido.
biente natural até à palavra e comuni- Neste campo a Igreja realiza muito, mas, certamente, poderá melhorar e
cação. ampliar a dádiva, pois o seu poder, saber e espiritualidade adjudicam-lhe grande
O homem para exercer a ci- valia, peso, possibilidade e protecção.
dadania solidária tem de intervir nela, Esta união tem de arrogar alguma responsabilidade social e intervir na
livre, mas activamente. realidade concreta, objectivando, legitimando e promovendo os direitos humanos
O desajustamento em que se dos mais fragilizados e desprotegidos nos vários quadrantes da vida.
encontra o nosso sistema de protecção Com isto podemos entender que a comunidade é o ambiente de realiza-
social, face à mutável realidade econó- ção tanto da cidadania, como do impacte do comprometimento e envolvimento
mica e social que nos envolve, sugere com a causa social.

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A intervenção para ser a que menteira tem operado as Instituições ganiza um recurso social precioso na
surte o efeito certo, visando minorar ou Particulares de Solidariedade Social, cidade do Porto.
resolver o problema social, tem, primei- (as IPSS), as quais actuam nas várias Segundo Sua Reverendíssima,
ramente, que o compreender e o situar. comunidades, possibilitando respos- D. António Ferreira Gomes, Bispo do
Identificar o que vem a ser a necessi- tas sociais necessárias e prementes, Porto na altura, foi criada a pedido da
dade básica não satisfeita do colectivo de natureza diversa, que o Estado ja- Câmara Municipal, na intenção, talvez,
em questão. mais, por si só, poderia conseguir com de completar social, ética e cultural-
A necessidade básica é defini- semelhante dedicação, afecto e sensi- mente os trabalhos de fomento e reco-
da, como bem se sabe, por toda a fun- bilidade. nhecimento habitacional da cidade em
ção humana que preserve a vida, des- Actuam como grandes ben- relação aos mais carecidos.
de a alimentação, educação, trabalho, feitores, apoiando em duas vertentes: Em 1964, a Diocese criou a
saúde, habitação, descanso… criando postos de trabalho, e prestan- Obra no propósito de serviço às comu-
Os problemas sociais que avul- do auxílio aos grupos sociais mais fra- nidades humanas mais humildes ten-
tam, dia a dia, resultam da ausência de gilizados: crianças e jovens em risco, do por objectivo promover e orientar
solução no campo das necessidades idosos, enfermos, pessoas portadoras os trabalhos que visem a formação e
básicas de uma comunidade, estando, de deficiência, enfim, oferecendo ser- valorização social das mesmas, cola-
estritamente, relacionados com o de- viços, sorrisos, palavras, gestos, cari- borando na resolução dos seus proble-
senvolvimento local, dado que este é nho num encontro solidário. mas em ordem à promoção integral da
substância da causa social. As IPSS fazem apelo à Socie- pessoa.
Nas grandes centralidades ur- dade Civil, aos Amigos, às Ligas de Na prossecução dos seus ob-
banas, onde abunda o franco desen- Amigos organizadas ou em vias de le- jectivos, a Obra Diocesana de Pro-
volvimento, paradoxalmente, surge galização, ao Voluntariado, aos Clubes moção Social procura ter presente a
elevado número de casos problemáti- de Serviço Humanitário… a todos, pois necessidade de desenvolvimento das
cos, enleados, tantas vezes, em exten- torna-se urgente uma força revigorada, populações e a sua participação activa
sas teias complexas. impregnada de espírito de servir e de na resolução dos próprios problemas;
Os indicadores são bem claros: missão solidária para agir, quotidiana- O espírito de convivência e so-
o poder protector estatal não é compa- mente, sobre a misteriosa e maravilho- lidariedade social como FACTOR deci-
tível com as necessidades existentes, sa realidade da vida humana. sivo do trabalho em comum;
é insuficiente. Uma equipa coesa, bem es- A natureza da pessoa e o res-
A causa social é a essenciali- truturada, articulada e animada pro- peito pela sua dignidade e liberdade.
dade do desenvolvimento local e da duzirá um admirável labor qualificado O seu campo de acção reúne
solidariedade humana em busca de em benefício da vida, na qual se fun- tarefas específicas conducentes à pro-
soluções, criativas e eficientes, para os damentam todos os outros direitos da moção humana do meio, constituindo
problemas sociais gerados nos diver- pessoa. para esse fim equipas de trabalho pre-
sos segmentos da sociedade. O direito primordial àquilo que paradas técnica e humanamente, tanto
Intrínseca a este contexto surge é necessário para o cuidado da saúde quanto possível, e devidamente quali-
a responsabilidade social: como resul- e qualidade de vida tem de se tornar ficadas.
tado da manifestação da solidariedade efectivo para cada homem, prescin- A Obra Diocesana não tem fins
humana no campo do desenvolvimento dindo da sua posição social e econó- lucrativos.
local. mica. No momento presente presta
Neste pressuposto, toda a Felizmente que abundam, pelo serviço a cerca de 2800 utentes espe-
energia solidária e cívica tem espaço País fora, espantosos exemplos nas ciais, dadas as suas características,
abundante, requisitado, desejado e dá Boas Práticas no serviço à Pessoa. que não se ficam apenas pela carência
foco e sustentabilidade às mais amplas O que me toca de perto e me económica, chamando a si outras, ain-
e diferenciadas acções/realizações/ini- envolve, de corpo e alma, pois assume da mais graves, distribuídos pelos 12
ciativas, que mobilizem parceiros para forte carga afectiva na minha vida, é a Centros Sociais, que abarca, situados
descobrir, estudar, e agir, concreta- Obra Diocesana de Promoçâo Social nos pontos mais contingentes da cida-
mente, na sua área de acção. (ODPS). de, apoiando o público que habita nos
Notável e diversificada se- Esta Instituição (uma IPSS) or- Bairros Camarários:

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 Obra Diocesana de Promoção Social

Carriçal, Cerco do Porto, Fonte díveis na gestão, no prosseguir da sua O Lema deste mandato (trié-
da Moura, Lagarteiro, Machado Vaz, caminhada. nio de Janeiro de 2005 a Dezembro
Pinheiro Torres, Rainha D. Leonor, Re- O Empreendedorismo Social, de 2007) foi e continua até ao final de
gado, Pasteleira, S. João de Deus, S. que diz respeito ou se integra nas Ins- mandato a ser:
Roque da Lameira e S. Tomé. tituições sem fins lucrativos, e à luz da QUALIDADE, CHAVE DO FU-
Cada Centro Social aglutina as experiência que vivo na Obra Diocesa- TURO!
valências: na tem que apostar, essencialmente, na Os valores:
Creche, Pré-Escolar, ATL, no INOVAÇÃO, na MOTIVAÇÃO e CONS- Qualidade; Inovação; Coope-
apoio à Infância; CIALIZAÇÃO dos seus Colaborado- ração; Empenhamento; Compromis-
Centro de Dia, Centro de Con- res, na INICIATIVA, na QUALIDADE e so; Transparência; Responsabilidade
vívio e Apoio Domiciliário, de auxílio à no Recrutamento e Gestão de Recur- e Personalização constituíram outra
Terceira Idade e ainda ajuda, com os sos, através de estratégias e acções, medida dinâmica promotora que cau-
serviços de Psicologia Clínica, jovens, envolvendo parceiros empenhados, sou forte envolvimento e trouxe muitos
adolescentes e outros, em situação de que viabilizem a sustentabilidade da benefícios.
risco. Instituição e a consecução dos seus Estas palavras, cheias de
Os serviços diferenciados são objectivos consubstanciados ou iden- conteúdo, foram objecto de estudo,
operacionalizados, realizados e moni- tificados em benefício social. análise, discussão, exploração e inte-
torizados por 410 Colaboradores, me- O Conselho de Administração riorização, por parte de todos os cola-
diante as suas funções e responsabi- da ODPS, ao qual eu me incluo, de- boradores e tiveram a sua repercussão
lidades. sempenhando as funções de Presiden- junto dos utentes.
Eles são o “MOTOR” dos re- te, foi constituído por três elementos ao É muito importante apostar
sultados que se desejam, do sucesso longo deste último triénio, que ofere- numa Formação exigente e ajustada
pretendido, o qual é tão abrangente e cem o seu trabalho, com gratuidade e para desenvolver a profissionalidade
diversificado que deixa sempre dúvi- amor, não obstante as suas exigentes competente com o cariz humano e so-
das e reservas. profissões e tratar-se de um encargo lidário.
O Bem que se opera, que se bastante penoso, muitas vezes: a ges- Configura um retrato comoven-
concretiza: tão de uma Instituição desta enverga- te e, ao mesmo tempo, comprometedor
• Como está a ser realizado? dura. ver, meditar e sentir sobre tanto cari-
• Atinge as proporções recla- Porém, o cunho do fazer solidá- nho, ternura, dedicação, compreensão,
madas? rio, em prol da torrente de transforma- solicitude amorosa, sorriso, atenção,
• Dá cobertura satisfatória ou ção social, dá muita alegria, torna-se peculiar contacto humano… que os
abundante às necessidades premen- gratificante e actua como móbil para colaboradores, concedem, diariamen-
tes? se olhar em frente e nunca recuar. te, aos enfermos, aos idosos, aos infe-
• Corresponde aos interesses, A isto acrescenta-se, com gran- lizes, às crianças, aos que transportam
às pretensões e às características so- de ênfase, a protecção e força do Se- consigo inclinação para os comporta-
licitadas? nhor Jesus. mentos desviantes e encontram ali um
• É construtor da valorização Neste entendimento e nesta refúgio e algum sol de esperança!
requerida, na hora certa e dentro das linha, para que a acção humanitária Um olhar, dois olhares… reflec-
circunstâncias em que decorre? e solidária que a Obra Diocesana de tidos na verdadeira riqueza e beleza
• Actua com a resposta ade- Promoção Social desenvolve, junto dos do Amor ao Próximo!
quada? seus queridos utentes, seja, dentro Um olhar, dois olhares que en-
• As metodologias providen- dos limites próprios, a melhor, o Con- corajam o sublime princípio da soli-
ciaram os meios e os fins certos? selho de Administração lança múltiplas dariedade humana, que muda rumos
Estas e muitas outras questões ideias, estratégias, metodologias que e alarga alcances em benefício da
ressaltam a cada momento. façam incentivar, mobilizar, gerar inicia- Vida, da Harmonia, da Justiça e do
É, inerentemente, difícil mensu- tiva, nos responsáveis dos diferentes Bem-Estar!
rar a geração do seu valor, mas permi- sectores por forma a fazê-los produzir
te efectuar um balanço, uma reflexão, com consciência, responsabilidade e
uma avaliação … e eles são imprescin- eficiência.

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Mensagem Quaresmal de 2008

Sejamos mais livres, IN LUMINE TUO

na única liberdade
D. Manuel Clemente
do bem! Bispo do Porto

Estimados diocesanos exercitamos e só seremos livres quando dum Fundo Social Diocesano. São vários
nos resumirmos ao necessário. Quando os pedidos que me chegam para apoiar
Tomemos a Quaresma como ela “escolhermos a melhor parte” e quando esta ou aquela acção sócio-caritativa,
nos é oferecida. Oferecida pela Igreja, “procurarmos antes de mais o reino e com relevo para tudo quanto defenda e
na Palavra escolhida para a Liturgia a sua justiça”. Aliás, só assim virá tam- promova a vida, da concepção à morte
dominical e ferial, tão bem escalonada bém o “acréscimo”. natural. Sabendo que, em todo o arco
para conduzir os catecúmenos e re- Rezemos e jejuemos então, da existência humana, há muita digni-
conduzir os fiéis à celebração pascal. dando mais atenção a Deus e menos dade a defender em todos e cada um,
Oferecida no mais insistente convite à lugar aos consumos. Com isto seremos quando não faltam infelizmente graves
conversão e à penitência, em geral e decerto mais caridosos, porque a cari- obstáculos a ela: das dificuldades per-
sacramentalmente activadas. Oferecida dade só cresce em corações disponí- sistentes em constituir e manter a vida
também nas manifestações para-litúrgi- veis. Disponíveis para Deus e para os familiar ou uma velhice acompanhada,
cas e da piedade cristã, própria deste outros, libertos pelo e para o amor mais às carências graves de subsistência ou
tempo e tão sugestivas, com relevo autêntico. Pascais, em suma, como o realização profissional, aos problemas
para a Via-Sacra. seremos no final deste tempo litúrgi- de integração social e económica de
Seja a Quaresma um tempo co, feito existencial e realista. Sejamos muitos emigrantes, aos tráficos inomi-
mais atento ao nosso Deus, que mui- mesmo exemplares e proféticos, não náveis de droga e prostituição… Com o
to nos dirá no “deserto” que fizermos, desperdiçando as coisas nem esgotan- resultado da nossa renúncia quaresmal,
mesmo por entre as ocupações do dia a do os recursos: isso mesmo definirá o caríssimos diocesanos, poderemos co-
dia. Exactamente para que a vida não fi- nosso exercício quaresmal. laborar melhor com todas as iniciativas
que árida e desgastante, aproveitemos É tão simples verificá-lo, no válidas, eclesiais ou outras, que visem
a Quaresma para escolher Deus como exemplo de Jesus. Sem nada de farisai- debelar tais males. É o que vos propo-
fonte e a oração como alento. co ou petulante, deu todo o tempo ao nho agora, garantindo que vos darei
Acompanhemos Jesus, que nos Pai e toda a disponibilidade aos outros. conta dos contributos recebidos e do
acompanhou a nós, ensinando-nos a Sabia conviver e festejar, mas o cora- destino que tiverem. Podereis entregar
escolher o Pai e a sua vontade, mais ção estava-lhe seguro e sereno n’Um só as vossas ofertas pecuniárias aos vos-
do que a qualquer outro apego. Foi as e num único modo de ser para todos. sos párocos ou directamente à Diocese,
nossas tentações que Ele venceu, do O Espírito o ungia a Ele, o Espírito nos até à próxima Páscoa.
materialismo às aparências e à sede conduzirá a nós, nesta Quaresma de Com tudo isto a celebraremos
de poder. Seleccionemos mesmo o 2008. É exactamente para isso que ela certamente mais, ou seja, mais incluída
que concretamente nos impede agora, nos é oferecida. na oferta que Cristo faz de si mesmo ao
como pessoas e comunidades, de es- Para nos oferecermos com ela, Pai; mais solidários, como oferta que o
tar mais com Cristo no Pai, com a vida ao serviço de Deus e do próximo. Com Pai faz de todos nós, em Cristo, para a
na fonte, com o coração em Deus: esse mais silêncio, ganharemos na escuta, salvação do mundo, a começar pelo mais
mesmo exame de consciência nos indi- acolhendo a Palavra que nos fará seu próximo de cada um; e mais imersos na
cará o mal e a cura! eco. Do que partilharmos ganharemos caridade universal do Espírito. Mais livres,
Nisto nos ajudará o jejum. Um todos, pois “há maior felicidade em dar em suma, na única liberdade do bem!
jejum que nos faça mais frugais e só- do que em receber”. Convosco, sempre,
brios, para fortalecermos a nossa liber- Ouvidos os Vigários da nossa + Manuel Clemente, Bispo do Porto
dade, na suficiência do essencial. Na Diocese, proponho-vos uma renúncia (Quarta Feira de Cinzas, 6 de Fe-
verdade, só nos convencemos do que pecuniária, que permita a constituição vereiro de 2008)

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10 Obra Diocesana de Promoção Social

ODPS - Retrospectiva

ANO 2005
Ano da VITALIDADE e do RENASCIMENTO

Introdução

O Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS) durante o Exercício de 2005, ano
do início de funções, teve como primeira linha implementar e incutir em todos os Colaboradores que a Qualidade seria a
aposta forte e que a Chave do Futuro passaria pela Qualidade.
Foram delineadas diversas acções no sentido de se criar rigor, exigência, diálogo entre todos, incentivar à diminui-
ção do absentismo, introdução do espírito de cultura de pertença, sentido de profissionalismo elevado, motivação, novos
métodos de trabalho, introdução de processos para um maior controlo de receitas e despesas, obtenção de planificação
atempada no sector da Educação, dinamização do Sector da Terceira Idade, incentivo à afectividade e espírito de família.
Criaram-se incentivos e processos para que as Responsáveis dos Centros Sociais tivessem uma maior intervenção e
uma capacidade de liderança mais activa, com maior liberdade, mas, acima de tudo, com uma enorme responsabilidade.
O Conselho de Administração proporcionou a todos os Colaboradores um maior diálogo, onde a sinceridade, a
lealdade, a cooperação, o entusiasmo e o espírito de grupo tinham que estar sempre patentes.
O Ano 2005 foi o ano da VITALIDADE e do RENASCIMENTO da Obra Diocesana de Promoção Social.
Que o futuro Ano 2006 seja o ano da CONFIRMAÇÃO e da CONSOLIDAÇÃO de uma “nova” ODPS.

Iniciativas/Actividades

− Criação do Organigrama da Sociais e Serviços Centrais. dos a fim de serem trocadas ideias e
ODPS. − Realização de reuniões pe- criadas parcerias.
− Envio de cartão de felici- riódicas com todas Responsáveis dos − Foi realizado um Rastreio da
tações a todos os Colaboradores e Centros e Directores de Serviço. Massa Óssea, com sessão de escla-
membros dos Corpos Sociais na pas- − Foi criado um Gabinete de recimento, no Centro Social da Paste-
sagem do aniversário natalício. Atendimento e Acompanhamento a leira e com o apoio técnico da Asso-
− Fornecimento de novo ves- Jovens e suas Famílias no Centro So- ciação Portuguesa de Osteoporose.
tuário, adequado às respectivas fun- cial de S. Tomé. − Atribuição de vestuário/pó-
ções, a todos os Colaboradores. − Foram nomeados Juízes los a todas as crianças que benefi-
− Introdução do cartão iden- Sociais para o Tribunal de Família de ciam dos serviços da ODPS.
tificativo, com nome e foto, para todo Menores do Porto. − Foram criados Regulamen-
o Pessoal. − Concedeu-se lembranças a tos Internos para a Creche, ATL, Cen-
− Colocação de placas identi- todos os colaboradores que comple- tro de Dia, Centro de Convívio e Apoio
ficativas em todos os Espaços onde a taram 25 Anos de serviço na ODPS. Domiciliário.
ODPS exerce a sua actividade (Cen- − Foi criado o Prémio de An- − Participação no “Dia Mun-
tros Sociais, Armazém, Lavandaria e tiguidade a todos os Colaboradores dial do Idoso” organizado pela Câma-
Serviços Centrais). que tivessem 35 Anos ou mais de ra Municipal do Porto com a presença
− Montagem de Livro de Pon- serviço na ODPS. de 600 utentes.
to informático Instalação de Out-Do- − Foram colocadas fotos do − Realização de Rastreio Au-
ors identificativos/publicitários nos Senhor Bispo do Porto juntamente ditivo para todos os Utentes e Cola-
Centros Sociais Pasteleira, Rainha D. com crucifixos em todos os espaços boradores patrocinado pela Empresa
Leonor, Regado e S. Tomé, no Arma- públicos da ODPS. GAES.
zém e na Lavandaria Central. − Realizou-se um almoço con- − Organização do 1º. “DIA DA
− Implementação do Livro de vívio com todos os Senhores Párocos OBRA” com a participação de todos
Reclamações em todos os Centros da área onde estamos implementa- os utentes (crianças e idosos) onde

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Protocolo com a Câmara Municipal Formação
do Porto:
se juntaram mais de 3000 pessoas no Foram realizados as seguin-
Pavilhão Rosa Mota. − Concluídas as obras e ben- tes Acções de Formação:
− Sugerida a realização de feitorias propostas pelo Conselho de − Gestão e Organização de
almoços ou jantares nos Centros So- Administração à CMP no Centro So- Cantinas – Cozinheiras;
ciais, com os Colaboradores, a fim de cial de Machado Vaz. − Noções Básicas de Infor-
serem colhidas ideias e sugestões e − Pinturas interiores, exterio- mática;
colocar o Conselho de Administração res e obras de beneficiação/remo- − Práticas de Desenvolvimen-
mais próximo dos Colaboradores. delação no Centro Social Rainha D. to Adequadas;
− Efectivação da 1ª. Reunião Leonor, incluindo a substituição dos − Desenvolvimento e Estimu-
Geral com todos os Colaboradores pavimentos da Creche e do Jardim lação Infantil;
da ODPS, no Seminário de Vilar, para de Infância. − Inovar as Práticas II
delineação de objectivos, metas e in- − Renovação total do edifício
trodução em cada um uma vivência do ATL do Centro Social de Rainha D. Equipamento

maior da nossa Instituição. Leonor. − Substituição de todo o mo-


− Negociação efectuada com biliário existente nos Centros Sociais
a Câmara Municipal do Porto para a a fim de ser proporcionada uma maior
cedência de instalações para o ATL Da Responsabilidade da ODPS: Qualidade aos Utentes e Pessoal
dos Centros Sociais de S. Roque da − Substituição de toda a caixi- − Criação e implementação
Lameira e do Lagarteiro. lharia de madeira por alumínio lacado de uma VPN (Virtual Private Network)
− Inauguração das novas ins- no Centro Social do Regado (Infância, para comunicação de dados intra
talações do Armazém, Lavandaria ATL e Terceira Idade). ODPS.
Central e Central de Costura em Er- − Pinturas interiores e exte- − Informatização e centraliza-
mesinde. riores nos Centros Sociais de Car- ção do processamento de recibos de
− Organização do Passeio riçal, Fonte da Moura, Lagarteiro, Utentes.
Anual com todos os colaboradores e Regado, S. Roque da Lameira e S. − Aquisição de Colunas de
com a participação do Senhor Bispo Tomé. Ar Fresco para todos os Centros So-
do Porto. − Colocação de novas telas ciais.
− Realização da Ceia de Reis. nos telhados dos Centros Sociais de − Compra de três viaturas de
− Implementação da Lavan- Carriçal, Cerco do Porto (3ª. Idade), 9 (nove) lugares para o Apoio Domi-
daria Central. Pasteleira, Regado, S. Roque da La- ciliário nos Centros Sociais do Cerco
− Início dos contactos para a meira e S. Tomé. do Porto, Machado Vaz e Regado.
edição do LIVRO SOBRE A HISTÓRIA − Substituição dos estores
DA ODPS. nos Centros Sociais do Regado e S. Diversos

− Participação e presença Roque da Lameira. − Criação do Gabinete de Psi-


nos funerais dos Colaboradores e − Renovação de instalações cologia.
respectivos familiares directos. eléctricas nos Centros Sociais Carri- − Visita a todos os espaços
− Participação na actividade çal, Cerco do Porto (Infância) e La- onde a ODPS está implementada.
“Arca de Natal” promovida pela Câ- garteiro.
mara Municipal do Porto. − Construção de um furo arte- Porto, 31 de Dezembro de 2005
− Obras/Melhoramentos siano na Lavandaria Central. O Conselho de Administração

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12 Obra Diocesana de Promoção Social

ODPS - Retrospectiva

ANO 2006
Ano da CONFIRMAÇÃO e da CONSOLIDAÇÃO

Introdução

O Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS) durante o Exercício de 2006 conti-
nuou por dar continuidade ao seu lema de Qualidade – Chave do Sucesso.
Com os Colaboradores foram promovidas iniciativas e acções no sentido de aumentar os índices de motivação e
qualidade dos serviços e incentivou a um maior sentido de responsabilidade e criatividade nos Quadros da ODPS.
Através de reuniões de trabalho, acções de formação, actividades recreativas, participação em acções curricula-
res nos Centros Sociais, aproximação a todos os colaboradores, etc. tem vindo a criar um espírito de família, de confiança,
de entusiasmo, de profissionalismo, de cooperação, de solidariedade, de amor ao próximo e de sentido de pertença para
que seja prestado um melhor serviço a todos os Utentes.

Iniciativas/Actividades

- Participação e presença nos - Foi criada a LIGA DOS AMI- - Levou-se a efeito mais um
funerais dos Colaboradores e de fa- GOS da ODPS. “DIA DA OBRA” com actividades re-
miliares dos Colaboradores. - Efectuou-se o PASSEIO ANU- alizadas pelos Utentes de todos os
- Ao longo de 2006 e no sen- AL com o Conselho de Administração, Centros Sociais. Esteve presente Sua
tido de criação de espírito de família Conselho Fiscal e Colaboradores. Par- Reverendíssima, D. António Carrilho,
e aproximação aos Colaboradores ticiparam 295 pessoas. Esteve pre- Bispo Auxiliar do Porto.
foram realizados almoços e jantares sente no jantar o Presidente da Cari- - Participação com todos os
nos Centros Sociais com o Conselho tas, Prof. Dr. Eugénio da Fonseca. Centros Sociais na actividade “ARCA
de Administração e Directores de - A Liga dos Amigos da ODPS DE NATAL” levada a efeito pela Câ-
Serviços. concretizou um Passeio a Fátima, mara Municipal do Porto.
- Foi editado o Boletim Infor- com a participação numa Celebração - Realizou-se a 1ª. Festa de
mativo da ODPS denominado “Espa- Eucarística, para todos os Idosos da Natal para os Filhos dos Colaborado-
ço Solidário”. ODPS, com a presença do Presidente res com um espectáculo recreativo
- Realizou-se a CEIA DE REIS da CNIS, Ver. Padre Lino Maia. e com a entrega duma lembrança a
onde participaram cerca de 340 co- - Foram editados 10.000 cada um.
laboradores e com a presença do exemplares do Folheto/Desdobrável
Governo Civil, Câmara Municipal, Se- onde se divulga a ODPS e os seus Obras/Melhoramentos
gurança Social, Juntas de Freguesia, serviços com o apoio da Liga dos Protocolo com a Câmara Municipal
do Porto:
Párocos, Banco Alimentar e outros Amigos.
convidados. No total estiveram pre- - Participação no DIA DOS Concluídas as obras e benfei-
sentes 390 pessoas. AVÓS, promovido pela Junta de Fre- torias propostas pelo Conselho de Ad-
- Promoveu-se a 1ª. Activida- guesia de Cedofeita e Câmara Munici- ministração à CMP nos seguintes Cen-
de Desportiva com os Colaboradores pal do Porto, com a presença de cerca tros Sociais – Cerco do Porto (Terceira
da ODPS com a realização dum jogo de 500 Utentes (Idosos e Crianças). Idade), Carriçal, Regado (Infância e
de futebol de salão onde participa- - Realizou-se o 1º. Rally Paper Terceira Idade), S. Roque da Lameira
ram elementos do Conselho de Admi- da ODPS destinado a Colaboradores, (Infância e Novas Instalações para o
nistração. Fornecedores, Familiares e Amigos ATL) e Rainha D. Leonor.
- Foi criada a página de qua- com a obrigatoriedade de passar por Arrecadação do Centro Social
lidade e de informação da ODPS na todos os Centros Sociais. Estiveram de Machado Vaz.
Internet (www.odps.org.pt). presentes cerca de 200 pessoas.

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Da Responsabilidade da ODPS:

- Finalização das obras ne- - Compra de equipamento in- - Conclusão da centralização


cessárias à abertura do Armazém, formático. das lavandarias, com o encerramen-
Central de Costura e Lavandaria; - Compra de diversos equipa- to das últimas unidades nos Centros
- Conclusão das obras de re- mentos audiovisuais. Sociais e sua transferência para a La-
novação no Centro Social da Pastelei- - Centrais Telefónicas e Alar- vandaria Central.
ra (Infância). mes para alguns Centros Sociais. - Descentralização do serviço
- Remodelação e Pintura inte- - Fornecimento de pólos de de Cabeleireiro de modo a prestar
riores no Centro Social do Cerco do verão para os Utentes da Infância e apoio a mais três Centros Sociais e a
Porto (Infância). do ATL. um maior número de Utentes.
- Início das obras de renova- - Visita de Sua Reverendíssi-
ção do Centro Social de São João de Diversos ma D. Armindo Lopes Coelho, à data
Deus. - Reuniões de Trabalho men- Bispo do Porto a seis Centros Sociais
sais com os Directores de Serviço e da ODPS, com inauguração oficial
Formação Responsáveis de Centro. das instalações do ATL de Rainha D.
Foram realizados as seguin- - Reunião de Trabalho com Leonor e de São Roque da Lameira.
tes Acções de Formação: Auxiliares de Acção Directa.
- Gestão e Organização de - Reunião Geral com todos os Porto, 31 de Dezembro de 2006
Cantinas – Cozinheiras; Colaboradores da ODPS, cuja partici- O Conselho de Administração.
- Organização, Métodos e pação foi de 95%.
Princípios – Administrativos; - Resolução de diversos pro-
- Apoio Domiciliário a Idosos cessos movidos por colaboradores
– Auxiliares de Acção Directa. junto do Tribunal de Trabalho.
- Institucionalização do Pré-
Equipamento mio de Antiguidade.
- Aquisição de diverso mo- - Início do processo de Certifi-
biliário para as áreas administrativa, cação do Sistema de Gestão da Qua-
infância e terceira idade em alguns lidade da ODPS.
Centros Sociais.
- Aquisição de berços e col-
chões para os berçários da Institui-
ção.
- Substituição de diversos
aparelhos de aquecimento e ventila-
ção em vários Centros Sociais.
- Obtenção de diverso equi-
pamento para as cozinhas.
- Renovação de loiça e talhe-
res nos diversos Centros Sociais.
- Compra de diversos carros
de limpeza e para o lixo.

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14 Obra Diocesana de Promoção Social

ODPS - Retrospectiva

ANO 2007
Ano da QUALIDADE e da AFIRMAÇÃO

Introdução

O Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS) durante o Ano de 2007 perspec-
tivou o reforço dos lemas dos exercícios anteriores: Qualidade – Chave do Futuro e Qualidade – Chave do Sucesso,
passando a implementar e incutir em todos os Colaboradores da ODPS que na nossa Instituição existem PESSOAS A
SENTIREM PESSOAS.
A visibilidade da ODPS para a comunidade será um dos grandes objectivos do Conselho de Administração não
só através do nosso Site e do Espaço Solidário, mas também pela grande esperança que mantemos no desenvolvimento
criativo da Liga dos Amigos.
Uma das grandes metas que este Conselho de Administração se propõe vir a concretizar será a possibilidade de
ser criada o CENTRO DE NOITE no Edifício 21, na Rua do Rosário, nesta cidade.
A estabilidade, a consolidação, o sentido de pertença, a dedicação, o profissionalismo e o sentido de responsa-
bilidade são desafios que permanentemente colocamos a todos os profissionais que exercem a sua actividade na ODPS
e, por isso, temos vindo a manter actividades recreativas com o sentido de cada vez mais se criarem laços de família, de
espírito de grupo, de estímulo e motivação em todos eles.
Neste ano de 2007 o Conselho de Administração e a Direcção de Recursos Humanos e Jurídicos promoveram
Reuniões de Trabalho por categorias profissionais a fim de serem criadas condições de abertura ao diálogo, de críticas
construtivas, de aparecimento de formas e atitudes para melhoria da qualidade de serviços, de fazer sentir a cada Co-
laborador a sua importância no sucesso da Instituição e, ao mesmo tempo, reforçar os índices do profissionalismo, da
responsabilidade, da confiança e do amor ao próximo.

Iniciativas/Actividades

- Realizou-se, como habitu- - Realizou-se o PASSEIO - A fim de assinalar o Dia Mun-


almente, a CEIA DE REIS onde par- ANUAL com o Conselho de Adminis- dial do Idoso levou-se a feito a Cele-
ticiparam 400 pessoas, das quais tração, Conselho Fiscal e Colabora- bração de Eucaristia, na Sé do Porto,
350 eram colaboradores e onde es- dores. Participaram 300 pessoas. presidida por Sua Reverendíssima
tiveram presentes diversas Entidades - Promoveu-se a 1ª. Activida- D. Manuel Clemente e concelebrada
Civis, Religiosas e personalidades de Desportiva Feminina na história da por diversos Padres. Todos os Idosos
da sociedade portuguesa, onde se Instituição e que estiveram a presen- possíveis estiveram presentes nesta
realça a presença da Exma. Senhora tes 160 pessoas, incluindo membros iniciativa.
Doutora Maria Barroso. do Conselho de Administração. - Lançamento do Livro da His-
- Reuniões de trabalho para a - A ODPS esteve presente nas tória da ODPS realizado pelo Exmo.
concretização da Certificação do Sis- Comemorações do DIA DOS AVÓS Senhor Doutor Bernardino Chamus-
tema de Gestão e Qualidade. promovidas pela Junta Metropolitana ca, anterior Presidente do Conselho
- Com o apoio da Liga dos Ami- do Porto com a participação de 150 de Administração da Instituição.
gos da ODPS realizou-se o 1º. Jantar Utentes. - Realizou-se mais uma Reu-
de Beneficência, no Porto Palácio Ho- - Efectuou-se pela 3.ª vez nião Geral com todos os Colaborado-
tel, onde participaram 400 pessoas de consecutiva o DIA DA OBRA com ac- res no Seminário de Vilar.
diversos localidades do País. Refira-se tividades apresentadas pelos Utentes - Promoveu-se a 2º. Festa de
que participaram nesta Jantar 50 Cola- de cada Centro Social. Esteve pre- Natal para os filhos dos Colaborado-
boradoras da ODPS. O resultado líqui- sente Sua Reverendíssima D. Manuel res com espectáculo recreativo e en-
do desta iniciativa foi de €11.300,00. Clemente, Bispo do Porto. trega de lembrança a cada criança.

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- Iniciaram-se os preparativos - Parceria feita com a Empre- da nossa Instituição a visita gratuita
para a CEIA DE REIS. sa Formadora “EGOR” que conce- àqueles espaços.
- Reactivação do estatuto de deu gratuitamente Formação em re- - Efectivou-se um Rastreio
associada à Rede Europeia Anti-Po- gime de Indoor e Outdoor para todos Oral proporcionado a 160 crianças
breza (REAPN). os quadros da Instituição (Directores do Centro Social do Carriçal promo-
- Participação nas iniciativas de Serviço, Responsáveis de Centro vido por dois alunos do 5º. Ano de
da Rede Social - Conselho Local de e Psicóloga). Medicina Dentária da Faculdade Fer-
Acção Social do Porto. nando Pessoa.
- Participação no Contrato Equipamento - Concretizou-se uma parce-
Local de Desenvolvimento Social de - Melhoria contínua do equi- ria com o Serviço de Oftalmologia
Aldoar. pamento informático e audiovisual. do Hospital de São Sebastião, de
- Celebração de um Acordo - Renovação/substituição das Santa Maria da Feira, da qual, foi fei-
de Colaboração com a Faculdade de telas publicitárias instaladas nos Cen- to um Rastreio de Ambliopía a todas
Educação e Psicologia da Universi- tros Sociais de Pasteleira, Rainha D. as crianças entre os 3 e 5 anos da
dade Católica Portuguesa relativo ao Leonor, Regado, São Tomé e Arma- ODPS. Serão beneficiadas cerca de
Serviço Comunitário zéns de Ermesinde. 650 crianças.
- Instalação de um telemóvel - Realizou-se um projecto
Obras/Melhoramentos em todas as viaturas afectas ao Ser- de Saúde Oral – Dentes Saudáveis,
Protocolo com a Câmara Municipal viço de Apoio Domiciliário. Crianças Felizes orientado por um
do Porto:
- Aquisição de material didác- aluno do 5º. Ano de Medicina Den-
Iniciaram-se as Obras de re- tico. tária da faculdade Fernando Pessoa.
qualificação/aumento do Centro So- Usufruíram deste projecto cerca de
cial de Fonte da Moura. Diversos 700 crianças.
- O Conselho de Administra-
Da Responsabilidade da ODPS: ção decidiu passar a realizar a Cer- Porto, 31 de Dezembro de 2007
Concretização das obras de tificação Legal das Contas desde o O Conselho de Administração
melhoramentos nos interiores do Cen- Ano 2006, inclusive.
tro Social de São João de Deus. - Foi criado o Conselho Técni-
co da ODPS.
Formação - O Conselho de Administra-
- Estabelecida parceria com ção esteve presente no Roteiro para a
a Fundação Porto Social, através do Inclusão Social, em Santarém, a con-
Programa URBAN, a fim de serem vite de Sua Excelência o Presidente
proporcionadas diversas Acções da República, Senhor Professor Dou-
de Formação para as diversas ca- tor Aníbal Cavaco Silva.
tegorias profissionais existentes nos - Concretizaram-se parcerias
Centro Sociais de Cerco do Por- com o Museu Nacional de Soares dos
to, Lagarteiro, Machado Vaz, São Reis e Fundação Dr. António Cuper-
Roque da Lameira e São João de tino de Miranda proporcionando a
Deus. todos os Utentes e Colaboradores

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16 Obra Diocesana de Promoção Social

Ana Rita Mota

Formação outdoor no Caramulo


- Parceria com a Empresa “EGOR Consulting”

“Missão União”
A EGOR Consulting concedeu, o espírito de grupo, favorecer o com- safios do Caramulo Actividades de
gratuitamente, à Obra Diocesana de promisso conjunto em torno do sentido Animação, Limitada com a excelente
Promoção Social a concepção de uma de missão, consolidar competências intervenção do Capitão Pedro Vieira e
Acção de Formação, para 20 partici- de liderança e resolução de problemas a sua Equipa.
pantes, com o objectivo de através da e incentivar a identificação e o sentido Esta primeira Acção de Forma-
utilização de métodos não-expositivos, de pertença. ção foi direccionada para os Directores
em que o monitor assume o papel de Os profissionais da Egor Con- de Serviço, Técnicas de Serviço Social
facilitador, apelar à troca de experiên- sulting, Senhores Doutores Lúcio (Responsáveis dos Centros Sociais) e
cias e à partilha de conhecimento entre Lampreia e Ricardo Quartin, foram os Psicóloga, onde foram acompanhadas
os participantes. responsáveis pela orientação desta pelos membros do Conselho de Admi-
Fundamentalmente foi uma For- actividade. nistração.
mação que visava fomentar a coopera- Como cooperantes com a O fim-de-semana de 19 a 21
ção e o trabalho em equipa, promover EGOR Consulting estiveram os De- de Outubro, na Serra do Caramulo, foi

Testemunhos

“… esta iniciativa superou as mi- colocadas na comunicação, quer ao nível cação com os valores da Obra Diocesana
nhas expectativas iniciais. da forma de tratamento, quer na pouca e a compreensão de como se aplicam às
Admirei também as dicas sobre assertividade existente na comunicação nossas práticas profissionais”.
assertividade. Tenho noção que essa é entre todos, quer na falta de lideranças
uma falha minha e gostei de saber como eficazes, “tranquilas” e convergentes”. “Importante agora é conseguir-
posso contornar esse defeito.” mos aplicar nos nossos Centros e entre
“Trabalhar os Valores da Obra Dio- os Centros os ensinamentos transmitidos
“…a formação foi um sucesso, cesana, reflectindo sobre o seu verdadeiro na formação, como a importância da co-
muito enriquecedora, muito bem organi- significado, foi uma tarefa que nos fez ma- municação clara e objectiva e sabermos
zada”. terializar um conceito por vezes mais abs- ouvir os outros, pois de onde menos es-
tracto, dando maior sentido aos mesmos”. peramos poderão vir as melhores ideias
“Fiquei também com uma noção e só ouvindo todos os elementos é que
bastante clara das limitações do grupo “A Formação Outdoor gerou moti- fazemos um verdadeiro trabalho em
de trabalho, que passam pelas barreiras vação e dinâmicas que facilitam a identifi- equipa”.

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o local escolhido para decorrer esta ceiros e autoconfiança. Jogos em que, sobre o seu verdadeiro significado.
formação cuja missão foi a “UNIÃO: por vezes, as equipas foram confronta- Foi uma actividade bastante
COMUNICAÇÃO E TRABALHO DE das com vários obstáculos, e que, em produtiva, uma vez que aliamos ao
EQUIPA”. conjunto, tiveram de procurar soluções aumento do conhecimento, laços de
Num contexto descontraído, cli- para os ultrapassar. afectividade e maior união entre os
ma leve e boa disposição desenvolve- Este trabalho foi sustentado por participantes.
ram-se dinâmicas de grupo (Outdoor), uma boa componente teórica, trabalha-
com jogos de carácter essencialmente da em contexto de sala de reuniões (In-
lúdico, mas com uma forte componen- door). Reflectiu-se sobre os efeitos da
te de interacção grupal, onde foram comunicação assertiva, na importância
trabalhados, entre outros aspectos, a de inovarmos a nossa intervenção, e
coordenação, comunicação, incentivo, entre outros assuntos, trabalhamos os
espírito de grupo, confiança nos par- valores da Obra Diocesana, reflectindo

“A paisagem deslumbrante, alia- boa qualidade, que tive…” “Tudo o que nos foi transmitido
da ao calor humano sentido, entusiasmo veio fazer reflectir-me nas minhas atitudes
e boa disposição, numa doação sem limi- “Foi realmente muito bom, mui- e procurar esta nova postura e motivação
tes, foram os ingredientes duma experi- to enriquecedor, quer do ponto de vista no meu dia a dia Institucional de forma a
ência excepcional…” profissional e também do ponto de vista potenciar capacidades, relacionamentos
pessoal”. positivos e assertivos”.
“Apesar do cansaço sentido pela
falta de tempo livre para o descanso que “O confronto com situações para “… Deu-me a oportunidade de
a formação não permitiu, foi interessante resolver no terreno, tornou-se uma apren- aprender a comunicar de forma mais
viver e experimentar a aprendizagem ac- dizagem prática importante. Dois dias em efectiva e assertiva. Ajudou-me a pensar
tiva constante e sempre presente…” movimento numa reflexão/acção expe- e a tentar delinear um plano para melho-
rencial de dinâmicas grupais. rar a produtividade da equipa.”
“… em 30 anos de serviço … foi o “Cada ser é único” e importante
curso mais belo, mais gratificante, de tão em qualquer equipa”. AJCR

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18 Obra Diocesana de Promoção Social

Mónica Taipa de Carvalho


João Miguel Pratas

Expo-Solidariedade

Nos passados dias 25, 26 e 27 cidadãos. Conseguiu-se uma melhor e sana fez-se através das três vertentes
de Outubro, decorreu, no Parque de maior divulgação da realidade do sec- acima referidas.
Exposições de Paços de Ferreira, a tor social e o do que de melhor se pro- A nível da exposição, a Insti-
Expo-Solidariedade. duz em cada instituição. tuição esteve representada através de
Este certame foi organizado A Expo-Solidariedade teve três um stand de 36 m². Este espaço estava
pela União Distrital das Instituições vertentes estruturais: dividido em várias áreas. Numa primei-
Particulares de Solidariedade Social ra zona era possível apreciar e adquirir
– Porto (UDIPSS), em parceria com a • Exposição: de trabalhos, ex- um vasto leque de trabalhos executa-
Mediaplus, tendo como objectivo reu- periências, serviços e práticas sociais dos pelos nossos utentes (crianças e
nir, num só espaço, diversas organiza- desenvolvidos pelas instituições so- idosos). Uma outra zona estava desti-
ções do terceiro sector. ciais participantes, e característicos da nada à divulgação da Obra, através de
Com esta iniciativa pretendeu- acção solidária desenvolvida; vários suportes, sendo inclusivamente
se incentivar e dinamizar o intercâm- • Debates: sobre várias ques- possível aceder online ao nosso site na
bio institucional, social e cultural entre tões de interesse para a actualidade Internet. Finalmente, existia uma área
as várias instituições participantes no social; destinada ao acolhimento do visitante,
evento. Importante foi também a parti- • Animação: a cargo dos vários onde era possível a troca de impres-
lha com os parceiros sociais, no senti- grupos de animação das instituições, sões e experiências sobre a acção so-
do da contínua aprendizagem e poste- constituindo uma montra das compe- cial da Instituição.
rior compromisso ao desenvolvimento tências e iniciativas culturais do tercei- Beneficiando de uma localiza-
e qualificação dos serviços e das ac- ro sector. ção estratégica, o stand da Obra Dio-
ções dirigidas à sociedade e aos seus A participação da Obra Dioce- cesana foi apreciado por um grande

Mensagens do Livro de Visitas

D. MANUEL CLEMENTE Bispo do Porto Professor FRANCISCO CARVALHO Dra. TERESA CARVALHO CENTRO
“Pela presença da “nossa” Obra GUERRA SOCIAL PASTELEIRA
Diocesana nesta iniciativa e pelo vosso “Conheço ainda mal a Obra Dio- “Orgulho-me de pertencer a uma
trabalho de todos os dias. Muitos para- cesana, mas por aquilo que me tem sido obra que tem sempre inovação.
béns!” dado ver, não tenho palavras para enal- Temos de continuar e de certeza
tecer a caridade autêntica que ao longo continuamos sempre com o mesmo entu-
Prof. Dr. ARTUR CARVALHO BORGES das horas, dos dias, das semanas devem siasmo. Estamos de parabéns.”
UDIPSS fazer em prol do outro.
“Parabéns. É uma Instituição de Só Deus vos pode agradecer. BENILDE RIBEIRO FERREIRA CENTRO
referência na UDIPSS/PORTO. Bem hajam.” SOCIAL CARRIÇAL
Obrigado pela presença.” “Parabéns para a obra da qual
eu me orgulho de trabalhar e força para
muitos eventos como este.”

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número de visitantes, que incluíram vá- boradores da Instituição que idealizou, A nível da vertente animação,
rias personalidades ilustres: D. Manuel montou e acompanhou este espaço. a Obra Diocesana esteve representa-
Clemente, Bispo do Porto e Patrono da Na área dos debates, foi pos- da em dois momentos. Na abertura da
Instituição; D. Jorge Ortiga, Arcebispo sível assistir a diversas palestras, por Exposolidariedade actuou o grupo de
Primaz; Prof. Doutor Francisco Carva- parte de destacadas figuras ligadas ao ginástica infantil do Centro Social do
lho Guerra, Comissário da Exposolida- terceiro sector. No primeiro dia deste Cerco do Porto, tendo apresentando
riedade e cronista desta publicação; evento, o Presidente da Obra Dioce- três números artisticamente executa-
Prof. Artur Carvalho Borges, Presidente sana, Américo Ribeiro, foi moderador dos para a comitiva que acompanhava
da UDIPSS. do painel “Justiça Social e Caridade a inauguração oficial do espaço. No úl-
O sucesso deste stand esteve Cristã – O Papel do Estado e da Igreja timo dia, o grupo de danças e cantares
intimamente ligado ao profissionalismo, no combate à exclusão social”, em que do Centro Social da Pasteleira animou
empenho, dedicação e cooperação foram oradores o Prof. Doutor Adriano o espaço da feira com vários números
demonstrados por um grupo de cola- Moreira e o Padre Carlos Galamba. do nosso cancioneiro popular.

DRA. FÁTIMA LEITE CENTRO SOCIAL de de Jesus Cristo seja vivida por muitos. Padre CARLOS GALAMBA, Casa do
PINHEIRO TORRES Bem hajam.” Gaiato
“A obra é extraordinária. É o pavi- “A Obra Diocesana de Promo-
lhão mais bonito. Estamos de parabéns.” D. JORGE FERREIRA DA COSTA ORTI- ção Social tem uma responsabilidade
GA ARCEBISPO PRIMAZ grande: Honrar o pensamento do Bispo
UTENTES 3ª IDADE CENTRO SOCIAL “A Igreja cresceu e cresce atra- ao tempo da sua fundação, o Senhor D.
PINHEIRO TORRES vés do amor e só este manifesta Deus à Antonio Ferreira Gomes que distinguimos
“Muitos parabéns! Muita força Humanidade. na acção social os papéis da Igreja e do
sempre para continuar! Agradeço, em nome da Igreja, o Estado. A este pertencem a Assistência,
trabalho realizado e peço que continuem à Igreja a Caridade.
PE. JOSÉ MANUEL FERREIRA, VIGÁ- com novo ardor e entusiasmo.” Que Esta seja a tónica da acção
RIO EPISCOPAL e cuidem da sua visibilidade.
“Parabéns pela grande Obra Dio-
cesana que muito faz para que a carida-

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20 Obra Diocesana de Promoção Social

Apresentação do Livro

Bernardino Chamusca

“Obra Diocesana, 40 anos de Promoção Social”

No final da tarde do dia 30 de Porto, Drª Maria Barroso Soares, Prof. Um desafio vencido
Outubro de 2007, o auditório do Mu- Daniel Serrão, P. Lino Maia, P. Agos- O Presidente do C. A. da Obra
seu Nacional de Soares dos Reis, no tinho Jardim, P. Correia Fernandes, agradeceu, “reconhecidamente, ao
Porto, praticamente encheu no acto P. Domingos Oliveira, Cón. Fernando autor que, estabelecendo uma intensa
de apresentação do livro que narra a Milheiro, Frei Bernardo Domingues, P. ligação afectiva com a ODPS, acedeu
história da ODPS, “Obra Diocesana 40 José Baptista, P. António Martins e Drª e prontificou-se a levar por diante o de-
anos de Promoção Social”, da autoria Maria João Vasconcelos (directora do safio” de redigir e publicar este livro.
de Bernardino Chamusca (advogado e Museu), entre outras., além de antigos De seguida, Bernardino Cha-
ex-Presidente da ODPS), numa sessão dirigentes, responsáveis dos Centros musca dirigindo-se aos convidados re-
presidida pelo Bispo do Porto, D. Ma- Sociais e muitos colaboradores da cordou os anteriores dirigentes da ODPS
nuel Clemente, que também prefaciou ODPS. presentes (Dr. João Alves Dias, Dr.ª Ma-
a obra. A primeira palavra coube ao ria Elisa Acciaiuoli Barbosa, Dr. Paulo
Entre as personalidades pre- Presidente do C.A. da ODPS, Américo Cunha, bem como a Dr.ª Maria Angélica
sentes destacamos D. Manuel Martins, Ribeiro, que viu assim concretizar-se A. Castro Henriques), e expressou par-
Matilde Alves (vereadora da Câmara M. mais um projecto significativo para a ticular agradecimento a D. Manuel Cle-
Porto), Luís Cunha (Segurança Social), Instituição, num momento de “timbre mente. Dedicou, publicamente, o livro a
o Comandante Metropolitano da PSP - singular para todos nós.”Agradeceu a D. Armindo Lopes Coelho, Bispo Emérito
presença de todos numa “data memo- do Porto mencionando que “é um acto
rável na vida da ODPS” e sublinhou os de justiça, não só porque, enquanto res-
sentimentos de «alegria, partilha, con- ponsável maior pela Obra Diocesana, se
gratulação, dedicação, comemoração, empenhou pessoal e fortemente na nor-
reconhecimento, gratidão, recordação, malização da vida da Instituição, como
divulgação, trabalho, vivência», «que inaugurou, com a sua presença frequen-
hoje têm especial lugar neste acon- te junto dos colaboradores e utentes da
tecimento, que marca mais uma data ODPS, uma nova era no relacionamento
memorável na vida da Obra Diocesana do Bispo com a Obra”.
de Promoção Social.» Segundo Bernardino Chamus-
Américo Ribeiro referiu ainda ca o livro não é “uma obra de história
que o livro «conta, comunica, des- no sentido científico do termo”; é, an-
creve, dá melhor a conhecer uma tes, uma “crónica quase jornalística
realidade nascida há mais de quatro dos factos mais relevantes e mais inte-
décadas e que, desde então, nunca ressantes» que foi encontrando no ar-
mais parou de oferecer serviço gera- quivo da Obra, é como que “a primeira
dor de Bem aos mais precisados, dei- cavadela na história multifacetada” da
xa exemplo, deixa referência, deixa Instituição, deixando um desafio à sua
proximidade, legado e reflexão, para continuidade, na perspectiva do apro-
além de integrar uma nota relevante fundamento das etapas e métodos de
chamada cultura!» intervenção social da ODPS.

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Para terminar a sessão, D. Ma- tem muita história vivida e agora é altu- dino Chamusca ofereceu o exemplar
nuel Clemente, não querendo compa- ra de começar a ser contada.” número um ao neto, Henrique, “espe-
rar o autor a S. Lucas (que escreveu Segundo o Bispo do Porto, o rando que ele venha a ser, no futuro,
os “Actos” da Igreja inicial), referenciou relato “esclarece a ideia que presidiu também número um como homem!”
que, como os evangelistas, ele quis dar à Obra, quais as fases por que foi pas- Antes de dar por encerrada a
testemunho da obra feita” e apontou a sando e as vicissitudes que ultrapas- sessão, o Presidente do Conselho de
“formação sistemática” do livro, dada sou, mas também identifica a Obra em Administração da Obra Diocesana,
“a mestria do autor, que só é possível termos de presente e futuro. É uma obra Senhor Américo Ribeiro, num gesto de
com a sua formação e com o seu co- já com muita consistência no trabalho gratidão e reconhecimento, procedeu
nhecimento dos factos”. feito e pode dizer: ‘é isto’; pode dizê-lo à entrega de um ramo de flores à Espo-
Temos assim “alguns actos e à cidade e à sociedade portuense.” sa do autor do Livro, Exma. Senhora D.
alguns apóstolos que desenvolveram D. Manuel Clemente referiu ain- Maria Júlia Almeida Pinheiro e à Exma.
a sua acção, ao longo de 40 anos, na da que “uma das coisas que a Obra Directora do Museu Soares dos Reis,
Cidade do Porto”, numa Obra que “não mostrou e mostra é que a acção social Dra. Maria João Vasconcelos.
precisa de se celebrar num dia, por- da Igreja não está absolutamente de- Finalizou com a oferta ao Autor
que celebra em todos os dias da sua pendente dos sacerdotes. Há padres do Livro, Exmo. Senhor Dr. Bernardino
vida”. que, desde o princípio, acompanham a Chamusca, do PIN em ouro da Obra
Em declarações a «O Primeiro Obra, mas ela é, em grandíssima par- Diocesana de Promoção Social.
de Janeiro», o Bispo do Porto valorizou te, uma obra laical.” Um momento único, pleno de fe-
o trabalho de 40 anos da Obra, que “já Num gesto simbólico, Bernar- licidade e repleto de partilha e amizade!

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22 Obra Diocesana de Promoção Social

Mensagens de Agradecimento pelo Livro “Odps 40 Anos”


D. Carlos A. Moreira Azevedo Abel Ferreira Ribeiro Uma Historia sofrida, com um per-
Bispo Auxiliar de Lisboa “…na sua pessoa felicitar todos curso de contrariedades e êxitos como é
“…vou acompanhando o trabalho quantos consigo trabalham nessa muito normal nos pequenos grandes projectos
social desenvolvido e só me alegro com a prestigiada Instituição, em que o meu bom que visam a gratuidade do cuidado aos
qualidade dos serviços e desejo cada vez amigo, tão dignamente e superiormente mais necessitados.
mais coragem para atender às novas reali- dirige. Benditos os pés dos Mensagei-
dades com olhos de longa esperança.” …“Obra Diocesana 40 anos de Pro- ros, que atravessam as Montanhas da
moção Social”. Que espelha bem o mérito Vida, para anunciar Boas Novas de Soli-
Dr. José Pedro Aguiar-branco
das vossas acções e da grande dinâmica dariedade e de Paz!
Presidente da Assembleia Municipal do Porto
que imprimem às vossas actividades e que Benditos os que não fazem dis-
“…aproveito para saudar V. Exa.
acarinham com uma ternura visível merecen- cursos de humanização mas preferem
pela iniciativa agora concretizada e que
do todo o nosso Maior respeito e apreço. fazer da vida dadiva constante pelo ser
constitui um importante testemunho da
Fazer tanto e tão bem é obra!...” humano qualquer que seja.
magnifica obra realizada por essa Institui-
Benditos os que com a vida falam
ção de referencia na acção social…” Pe. Marcelino Antonio da Cunha Ferreira
eloquentemente da fé e do serviço gratui-
“…Faço votos para que continue tão
D. António Montes Moreira to quando está em causa o Bem e mais
meritória acção em favor de quem precisa…”
Bispo de Bragança-Miranda vida para a vida dos mais frágeis.
“…A reconstituição das quatro Prof. Doutor Joaquim Azevedo Benditos os que passam pela ter-
décadas de vida desta instituição revela Presidente do Centro Regional do Porto ra deixando-a mais rica por cada semen-
a amplitude da acção desenvolvida junto da Universidade Católica Portuguesa te lançada com amor!
das comunidades mais desfavorecidas da “Agradeço a magnifica obra que Benditos os Cristãos que se em-
cidade do Porto e dá testemunho do dina- teve a enorme amabilidade de me enviar penham em fazer brilhar o rosto da igreja
mismo da pastoral sócio caritativa dessa e que retrata de forma exemplar a Historia deixando marcas de evangelho no cami-
Diocese. da Vossa Instituição. nhar da historia!
O livro não tem apenas valor histó- O trabalho desenvolvido pela Alegrai-vos! Os vossos nomes
rico. O conhecimento do trabalho realiza- Obra Diocesana é de louvar e, por isso, estão escritos no Livro da Vida!
do até agora servirá de estímulo para con- desejo os maiores sucessos na vossa tão Parabéns! Deus seja bendito!”
tinuar no futuro o mesmo empenhamento dedicada actividade.”
Dr. Alberto Lima
ao serviço dos outros…”
Maria do Céu Ramos (Secretaria Geral) Presidente Junta Freguesia Lordelo do Ouro
Dra. Maria Amélia Cupertino de Miranda Fundação Eugénio de Almeida “…saudações pelo trabalho de-
Duarte de Almeida “…o envio do livro Obra Diocesana senvolvido pela Instituição…”
Presidente do Conselho de Administração 40 Anos de Promoção Social, de Bernardi-
Pe. José Paulo de Sousa Teixeira
Fundação Dr. António Cupertino de Miranda no Chamusca, …vem enriquecer o Centro
Casa Paroquial de Arouca
“…o envio da publicação “Obra de Documentação desta Instituição.”
“…expressar a minha profunda
Diocesana 40 anos de Promoção Social”,
D. José Francisco Sanches Alves gratidão à Obra … pela Caridade do seu
aproveitando a oportunidade para o felici-
Bispo de Portalegre-Castelo Branco agir.”
tar pelo excelente trabalho que tem vindo
“…espelha a dedicação. O servi-
a realizar.” D. Maria Filomena Ataide Andrade 
ço social e progresso de obra tão meritória
Ex-Membro CA ODPS
Dr. Orlando Monteiro Silva a favor dos que mais precisam.”
“…Obra marcante sobre a ODPS,
Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas
Arquidiocese de Braga estou certa que será um referencial para
“…a oferta do livro “Obra Dioce-
“Parabéns pela obra e um sincero quem deseja saber o que ela foi e é e
sana 40 anos de Promoção Social” o qual
obrigado por quanto a “Obra Diocesana” re- a importância que teve e tem para esta
mereceu a minha melhor atenção e apre-
aliza. Temos de mostrar o amor de Deus…” cidade e quanto a Igreja Diocesana se
ço, e que passara a fazer parte da biblio-
Dra. Eugénia Aguiar-Branco Figueiredo preocupa com as gentes de parcos re-
teca da Ordem dos Médicos Dentistas.”
Fund. Eng. António de Almeida cursos…”
Dr. Manuel de Lemos
“…um precioso registo da solida- Dr. Paulo Cutileiro
Presidente do Secretariado Nacional da
riedade levada a cabo pela prestigiada Sociedade de Advogados
União das Misericórdias Portuguesas
instituição…” “…pela escrita do Dr. Bernardino
“…muito agradeço o exemplar
CONFHIC - Irmãs Franciscanas Hospita- Chamusca, percorrer vidas de muita gen-
do livro “Obra Diocesana 40 anos de Pro-
leiras da Imaculada Conceição te, muitos sonhos concretizados e genuí-
moção Social” da autoria de Bernardino
“…magnifica obra de Bem Fazer nos exemplos de caridade.”
Chamusca, e que reproduz toda a Historia
dessa ilustre Instituição.” que nos chegou.

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P. Lino Maia

Obra Diocesana
Que Futuro?
Inquestionavelmente, sendo Porto de hoje é um coração urbano contribuir para que a solidão seja me-
mais da cidade do Porto que de âm- cansado e algo adormecido, com nos sentida e os bairros sociais sejam
bito diocesano, a Obra Diocesana de uma população bem mais envelheci- mais comunidades harmoniosas e in-
Promoção Social é uma grande e im- da e ainda bem mais concentrada na tegradoras. Claro que não pode ser o
portante Instituição de Solidariedade. tal “periferia interna da cidade”. único agente: terá de captar mais aten-
E, mais do que qualquer outra, pela E, portanto, o Porto é hoje ções, também autárquicas, até para
actividade que desenvolve particular- uma cidade com novos problemas que o meio ambiente, tantas vezes de-
mente em muitos dos bairros sociais que são desafios novos para a Obra preciado e, desse modo, estimulador
da cidade, está bem presente na vida Diocesana. de desagregação, seja uma prioridade
do Porto. Fiel à sua matriz e aos seus integradora, pois é bem claro que a
Aliás, a sua génese está inti- princípios, sentindo-se desafiada, a pessoa também é a sua circunstância.
mamente associada à disseminação Obra também encontrará engenho Mas há novas experiências a
de bairros sociais, particularmente e arte para enfrentar tais desafios e abraçar. A dos cuidados continuados
erguidos naquilo a que se poderia ser, como então, sinal de inovação no é uma delas. Outras, porém, se per-
chamar “a periferia interna da cida- mundo da solidariedade e das res- filarão como imediatas. A aposta em
de”. E tendo-se fixado bem aí, coe- postas sociais. centros comunitários, de acolhimento
tânea com eles, a Obra associou a E quais serão esses desafios e de encaminhamento, aí está à es-
sua história à história deles e iden- que se perfilam no horizonte da Obra pera que a abracem. Há reagrupa-
tificou-se solidamente com as suas Diocesana? mentos familiares a tentar, há acom-
populações, predominantemente É evidente que a Obra deve panhamentos a desempregados de
com profundas raízes cristãs. Com continuar a fazer o que faz e como eterna, longa ou curta duração por
um crescimento indissociável de po- o faz, porque é aquilo que é: institui- fazer, há acolhimentos para integrar
pulações plurais, a Obra Diocesana, ção diocesana e eclesial, cristã, de ou encaminhar, há competências a
na verdadeira acepção da palavra, solidariedade social, criada para os descobrir ou validar, há actividades
enquanto promotora social que foi, bairros da cidade. E deve fazer o que económicas de desenvolvimento por
e é, tem sido vista por muitos como faz com visibilidade, sem receio, até recuperar ou incrementar, há uma op-
inultrapassável e proficiente labora- para continuar a ser sinal num mundo ção pela educação integral a ousar...
tório de inovadoras experiências em carecido de emissários de valores. Serão respostas que o actual
respostas sociais. A sua marca per- Há problemas que não sendo modelo de cooperação, que privilegia
dura bem viva em muitas dessas res- novos, hoje têm nova intensidade ou as respostas típicas, ainda não con-
postas, hoje típicas, que estão ampla- acuidade. Sem pretender enunciá-los templa. Para a Obra Diocesana, porém,
mente disseminadas pelo país. todos, entre esses, estarão, por exem- não há desafios impossíveis, ela que
O Porto dos primeiros tempos plo, os relacionados com alguma mar- foi pioneira em respostas que equacio-
da Obra é um Porto diferente do Porto ginalidade, delinquência e solidão. nou, implementou e difundiu e que hoje
de hoje. Como então, a cidade é cora- Particularmente nos bairros sociais. figuram como respostas típicas.
ção que incorpora, pólo que impulsio- Fiel à sua história, a Obra Dio- As respostas sociais típicas
na e centro que cataliza. Mas se ain- cesana poderá aqui ousar apostar. de amanhã serão as respostas que a
da incorpora, impulsiona e cataliza, o Nem tudo solucionará, mas poderá Obra Diocesana hoje abraçar...

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24 Obra Diocesana de Promoção Social

Mónica Taipa de Carvalho


João Miguel Pratas

Parceria com a Fundação


Dr. António Cupertino de Miranda

A parceria

Em Maio deste ano, começou mais uma parceria institucional da Obra Dio- teve início uma série de visitas à FACM,
cesana, desta vez com a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda (FACM). que se prolongam até à presente data
Após contactos iniciais entre os Conselhos de Administração das duas e que têm permitido que todos os
entidades, foi possível encetar um programa de visitas guiadas ao Museu do Centros Sociais, bem como todos os
Papel Moeda e à Exposição Dinheiro e Transportes. Para a concretização desta utentes tenham o privilégio de conhe-
parceria foi fundamental todo o carinho, apoio e empenhamento da Sr.ª Dr.ª Ma- cer este fantástico espaço de cultura
ria Amélia Cupertino de Miranda Duarte de Almeida, Presidente do Conselho de e lazer.
Administração da FACM. Para o êxito destas visitas foi
A parceria teve início formal no dia 18 de Maio, Dia Internacional dos fundamental toda a dedicação, sim-
Museus. Nesse dia, os utentes da Obra Diocesana foram convidados a associa- patia e conhecimento dos membros
rem-se a este comemoração, visitando uma exposição de automóveis antigos, do Serviço de Educação, designada-
onde foi possível conhecer histórias curiosas e alguns dos segredos destas pre- mente a Dr.ª Sofia Lage e o Sr. Pedro
ciosidades sobre rodas. Pimenta.
Depois deste magnífico dia, repleto de alegria para os nossos utentes,

A Fundação Dr. António Cupertino de Miranda

O instituidor da Fundação, Dr. António Cupertino de Miranda, nasce em jardins, que acolhe o Museu, o Centro
Famalicão no ano de 1886. Em 1912 emigra para o Brasil onde foi professor, jorna- de Congressos e Exposições e o Res-
lista e correspondente do Banco Português do Atlântico. Regressa a Portugal em taurante.
1948. Em 1964 toma a decisão de instituir uma Fundação, cujo principal objectivo Em 2003 abriu uma nova área
era o de ser um parceiro activo no panorama educacional e cultural do país. de exposição – O Dinheiro e os Trans-
Em 1974, com a nacionalização da Banca. a Fundação sofre um duro portes – integrando uma importante
revés quando encerra. Em 1981 a Fundação renasce, e a criação do Museu de colecção de miniaturas de carros,
Papel Moeda surge de uma proposta apresentada pelo seu administrador, Alber- comboios e aviões, que explora a re-
to Correia de Almeida, de expor ao público uma colecção de papel fiduciário. O lação histórica dos transportes com
Museu surge, assim, como núcleo diferenciador, com o investimento numa colec- o dinheiro. Privilegia a construção do
ção única, rara, e dedicada a uma temática muito inovadora em Portugal. Através conhecimento numa perspectiva inte-
da colecção exposta, descobre-se a história do dinheiro em Portugal, desde o ractiva, recorrendo a diversos tipos de
século XVII até à actualidade. tecnologias para contextualizar os ob-
As actuais instalações da FACM localizam-se na Avenida da Boavista, em jectos expostos.
frente ao Parque da cidade. Trata-se de um edifício moderno, amplo, rodeado de

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A parceria A Fundação Dr. Antó-
nio Cupertino de Mi-
randa

Visita do Centro Social de Rainha D. Leonor . Crédito: RDL

As opiniões

“As crianças gostaram imenso da a moeda e o papel moeda. Ganharam a “As actividades que foram pro-
visita. Apesar de ainda não terem noção sua primeira nota impressa com as suas postas ao grupo são desenvolvidas de
do dinheiro ficaram bastante entusiasma- caras. Toda a visita foi interessante.” uma forma muito original e motivadora.
das por terem de “comprar” as activida- Rosa Maria Seabra, Responsável Foi muito interessante!”
des, e terem o seu próprio dinheiro, os dos Centros Sociais do Carriçal e de São Sara Cardoso, Responsável do
“Cupertinos”. Através do filme consegui- Tomé Centro Social de Fonte da Moura
ram perceber porque surgiu o dinheiro,

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26 Obra Diocesana de Promoção Social

Rastreio de Ambliopia
Foi utilizado um método, inicia-
do nos Estados Unidos da América,

rastreio
cientificamente testado e de grande fi-
delidade. Os resultados do rastreio se-

visual
rão avaliados por um Oftalmologista do
jardins de inf‚ncia
crianÁas dos 3 aos 5 anos Hospital São Sebastião, especializado
neste método.
pesquisa de factores ambliogÈnicos A todas as crianças em que
seja detectada alguma alteração será
marcada uma consulta de Oftalmologia
no Hospital da área de residência.
Durante os meses de Outubro
e Novembro de 2007, em parceria com
o Serviço de Oftalmologia do Hospi-
tal São Sebastião, de Santa Maria da
ano lectivo 2007/2008

OrganizaÁ„o:
Feira, após contactos havidos entre o
Presidente do Conselho de Administra-
ção, Senhor Américo Ribeiro, e o Exce-
lentíssimo Director do Serviço daquele
Hospital, Senhor Professor Salgado
Borges, foi proporcionado, durante
nove semanas, o Rastreio de Amblio-
pía a 453 (quatrocentos e cinquenta e
três) Utentes.
Este rastreio foi superiormente
liderado pela Técnica do Serviço de
Oftalmologia, Senhora Doutora Líbânia
Dias, que ao longo daquelas semanas
constatou a realidade da Obra Dioce-
sana de Promoção Social percorrendo
um a um os nossos Centros Sociais.
Foi uma actividade coroada de
Uma das missões com metas/objectivos deste Conselho de Administra- êxito tendo pela parte dos Colaborado-
ção e que tem vindo a concretizar-se no mandato constitui as diversas parcerias res da Obra Diocesana um acolhimen-
conseguidas tanto a nível cultural como a nível da saúde. to excelente, no qual, se demonstrou,
A situação concorre para o bem-estar dos nossos Utentes e também é uma mais uma vez, o empenhamento que
forma inequívoca de proporcionar melhor qualidade de vida, evolução cultural, ocu- este Conselho de Administração tem
pação de tempo e, fundamentalmente, preocupação com a saúde dos mesmos. vindo a proporcionar aos Utentes da
A Ambliopía (“olho preguiçoso”) é uma diminuição da visão. Pode ser pro- nossa Instituição.
vocada por: Cabe-nos aqui dirigir uma pala-
vra de agradecimento e reconhecimen-
Estrabismo (“trocar os olhos”); to ao Exmo. Senhor Professor Salgado
Miopia (“ver mal ao longe”); Borges pelo empenhamento, entusias-
Hipermetropia (“ver mal ao perto”); mo e disponibilidade demonstrados no
Anisometropia (“diferença entre os olhos”). sentido de levar a efeito esta activida-
de, que, naturalmente, confirmou INO-
O objectivo deste Rastreio foi a detecção de alterações que possam con- VAÇÃO à Obra Diocesana.
duzir, caso não sejam tratadas, a uma diminuição irremediável da visão das crian- AJCR
ças no futuro.

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Maria Teresa Carvalho
Técnica de Serviço Social
CS Pasteleira

Histórias para pensar e Reflectir

Ao fazermos uma análise e até Ouvimos frequentemente “…ele


reflexão relativamente aos idosos que está muito bem, nem merecia tanto…
têm Serviços de Apoio Domiciliário, foi muito mau para mim…”.
deparamo-nos com uma realidade sa- Acamados, estes pagam agora
tisfatória: a grande maioria dos nossos pela vida difícil que deram aos seus/
utentes não só têm, como vivem com suas companheiros/as.
a família. Se é uma realidade, que mui-
Infelizmente este facto nem tas famílias se demitem do seu papel
sempre se traduz na existência efecti- e são omissas ou mesmo negligentes,
va de apoio familiar. também é verdade que outras não o
É pertinente distinguir dois ti- são e interessam-se, muito embora,
pos de situações: se encontrem impedidos de prestar o
Idosos que apesar de viverem apoio desejável.
com as suas famílias partilham apenas Existem dois aspectos a que
o mesmo tecto. Muitas vezes o interes- estamos atentos: as famílias que traba-
se e a preocupação demonstrados pelo lham e não têm disponibilidade, famí-
familiar não correspondem à realidade. lias que também são idosas e, frequen-
Basta entrarmos no quarto do utente, temente, incapazes de prestar o apoio
que se encontra acamado para perce- requerido.
bermos facilmente que esta não tem A solidão e carência afectiva
acesso a um televisor ou qualquer outro são generalizadas apesar da existência
entretenimento, referindo, muitas vezes, ou não de família. Não é de estranhar
que a única distracção são as vistas de que relativamente aos serviços por nós
uma janela quando ela existe. prestados os reconheçam, habitual-
Trata-se de famílias que, ape- mente, como único meio de afecto.
sar de estarem presentes, são ausen- A qualidade de vida dos nos-
tes. Não cuidam do idoso nem forne- sos utentes têm de passar, necessa-
cem os meios necessários para que tal riamente, por uma postura presente
aconteça. destes familiares tentando, com muito
São utentes que permanecem tacto, sensibilizar e responsabilizar as
com a mesma fralda, que a Ajudante mesmas, bem como colmatar, dentro
de Acção Directa lhes colocou de tar- das nossas possibilidades as falhas
de até ao dia seguinte. dos que na realidade não podem.
Verificamos, muitas vezes, que
as atitudes de desinteresse ou negli- Histórias para pensar e reflectir!
gência por parte dos cônjuges visam
mesmo, penalizar o utente.

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28 Obra Diocesana de Promoção Social

Bernardino Chamusca Maria Amélia Pedro Rothes

Um obreiro Servindo
Faça-se Justiça! e partilhando
Há palavras que não se po- Este tema de reflexão remeteu-nos de imediato ao Evangelho.
dem ignorar. “…Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo e quem
Ao Dr. João Alves Dias, ‘obrei- quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos. Pois tam-
ro da primeira hora’, agradeço as bém o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir
atenções que tem para comigo e o e dar a sua vida em resgate por todos.”
e-mail que me enviou. Por elementar (Marcos 10, 42-45)
dever de justiça, aqui deixo a sua con-
tribuição para uma melhor leitura da “Eu estou no meio de vós como aquele que serve”
história da “Obra”. (Lucas 22, 27)
Citando:
“Que bom foi ler o seu livro,” A exigência está bem explícita: estar ao serviço dos outros.
onde se sente “o palpitar do coração As Obras de Misericórdia dão-nos mais um sinal de alerta.
de uma Obra que nasceu, cresceu e … “Dar de comer a quem tem fome.
vive do coração entusiástico dos seus Vestir os nus.
obreiros.” Visitar os doentes e os presos”…
“No que se refere à Direcção
da Obra no período de 1971 a 1974”, E recordamos os versículos de um cântico que nos perturbou.
(...) “posso afirmar que, de 1971 a Quando, Senhor, se eu nunca Te encontrei?
1974, a Direcção da Obra Diocesana “Eu tinha fome, e deste-Me alimento.
era assim constituída: D. Maria Elisa Quando Senhor, se eu nunca Te encontrei?
Acciaiuoli Barbosa, presidente, Dr. Sil- “Eu tinha sede e tu Me saciaste.
va Ramos, secretário, Dr. Silva Carnei- Quando, Senhor, se eu nunca Te encontrei?
ro, tesoureiro, Dr. Sá Carneiro, vogal,
Arqº Fernando Távora, vogal. Mas o Irmão com fome, excluído, oprimido e encarcerado está lá e es-
pera por nós.
Sacerdote Responsável, Pe. Um programa de vida? Pelo menos um ideal certamente bem difícil de
João Alves Dias.” atingir. Mas é gratificante sabermos que há quem o leve até às últimas conse-
O advogado D. Silva Carneiro, quências e há quem, pelo menos, paute a sua vida por esse ideal.
que o Senhor D. António conheceu, A Obra Diocesana de Promoção Social dá esse testemunho. Os seus
antes do seu exílio, como aluno no Se- membros lá vão, a “partilhar”: o pão que atenuará a fome, mas muito mais difícil
minário da Sé, transitou da direcção o seu tempo e, mais importante ainda, a Palavra e o Amor que vão dar de uma
anterior para a Direcção de 1971. forma gratuita.
O Dr. Silva Ramos, se a me- Então, lembramo-nos dos Discípulos de Emaús que reconheceram Jesus
mória não me atraiçoa, era formador Ressuscitado no “partir do pão”. Que pena que nem sempre nos possam reco-
em Economia e marido da D. Maria do nhecer como cristãos nesta partilha.
Carmo Ramos que foi assistente so- Continuem com Fé e Esperança. Estaremos convosco, na retaguarda, é
cial coordenadora da Obra.” certo, mas, pelo menos, pela oração.

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Andreia Vasconcelos

Festa de Natal
para os filhos dos Colaboradores

No dia 9 de Dezembro de 2007 viveu-se mais um momento feliz na família


da Obra Diocesana, desta vez com a Festa de Natal preparada para os filhos dos
Colaboradores.
Naquele dia, quem brilhou foram as crianças e, por isso mesmo, a colori-
da recepção com balões adivinhava uma tarde repleta de encanto e magia.
Não faltou o Pai-Natal (Sr. Américo Ribeiro e Sr. Rui Cunha), nem mesmo a
Mãe-Natal (Dra. Helena Costa Almeida).
A abertura foi feita pelo Presidente do Conselho de Administração (CA),
Sr. Américo Ribeiro, dando as boas-vindas a todos os presentes, em especial às
crianças que se encontravam no Auditório.
Sentiu-se a satisfação no sorriso e nos olhares encantados de todos, os
meninos e as meninas, que ajudaram na animação dessa tarde com natural es-
pontaneidade.
O Presidente, visivelmente satisfeito e emocionado, transmitiu o orgulho
com que o Conselho de Administração acolhe este tipo de iniciativas, no sentido
de poder proporcionar a todos os seus colaboradores momentos felizes, de par-
tilha, de afecto e de disponibilidade.
Seguiu-se a actuação da Fanfarra “Os Luizinhos”, constituído por 15
crianças, tendo também sido o grupo a encerrar o espectáculo.
Como não podia deixar de ser, não faltaram os palhaços. Pirolito e Boli-
nhas fizeram as delícias de miúdos e graúdos, num espectáculo onde marcou
presença a magia, as trapalhices habituais e o Teatro de Fantoches.
A alegria difundia-se enchendo o clima e não foi possível, a certa altura,
fazer permanecer as crianças nos seus lugares. Correram para a frente do palco,
participando activamente e dando ainda mais emoção a esta tarde magnífica.
Eis então, que chega o momento alto da tarde, a distribuição dos pre-
sentes!
O encanto com que cada criança recebia o seu presente, irradiou máxima
felicidade pelo auditório, tornando ainda mais gratificante, todo o esforço e empe-
nho daqueles que contribuíram na organização desta Festa.
O Senhor Presidente, não pôde, no entanto, deixar de referir alguma frus-
tração pela ausência de cerca de 40 crianças nesta festa, que foi organizada
com tanto carinho, demonstração de deselegância com os seus filhos ao não
dar-lhes a oportunidade de viver este momento, pensado e criado especialmente
para eles.
A Festa terminou deixando inculcado no ser de cada um o sentimento da
Amizade envolto em alegria.

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30 Obra Diocesana de Promoção Social

Um Relato
Parece que já não existo …

Dona Celeste (nome fictício)


tem 94 anos, enviuvou muito cedo. Fi-
cou com 3 filhos. Um emigrou, outro vive
na periferia da cidade, outra vive com o
marido na casa de Dona Celeste, são
reformados, com cerca de 70 anos.
O genro é doente, recorre
Teresa Carvalho Susana Carvalho aos médicos com frequência, sempre
acompanhado da esposa. A Dona Ce-
leste sofre de diabetes.

O Centro Social da Pasteleira Enquanto se lhe faz a higiene e


alguns minutos após esta, ela conversa:
Apoio Domiciliário - … já viu … já não valho nada
… tofdos mandam em mim … Quando
tinha dinheiro … todos se chegavam,
A para do acompanhamento dia seguinte. Verificamos muitas ve- agora …. ninguém aparece, … mas
das visitas de voluntários aos idosos zes que as atitudes de desinteresse também dei o ouro … o meu filho mora
em domicílio, temos efectuado visitas ou negligência por parte dos cônjuges longe, mas não muito, podia vir cá …
no sentido de auscultar a situação dos visam mesmo, penalizar o utente. Ouvi- mas não vem …”
utentes, prestar apoio psico-social e mos frequentemente “… ele está muito - Estes que vivem aqui, é como
avaliar a satisfação relativamente aos bem, nem merecia tanto, … foi muito se não estivessem, deixam-me sozinha

mau para mim …”. Acamados, estes todo o dia e quando aparecem feham-se
serviços prestados.
no quarto. Ouço às vezes dizerem … já
Ao fazermos uma análise dos pagam agora pela vida difícil que de-
cá não devia estar … só atrapalha … já
idosos que têm Serviços de Apoio Do- ram aos seus/suas companheiros(as).
passou da data … Eu bem peço a Deus
miciliário, deparamo-nos com uma re- . Se é uma realidade que muitas
que me leve, mas Ele não me ouve …
alidade satisfatória: a grande maioria famílias se demitem do seu papel e são
- Trabalhei muito para criar os
dos nossos utentes não só têm, como omissas ou mesmo negligentes, tam- meus filhos, par que nada lhes faltasse
vivem em família. Infelizmente este fac- bém é verdade que outras não o são … dei-lhes amor e carinho … mas eles
to este facto nem sempre se traduz na e se interessam, muito embora, se en- …
existência efectiva de apoio familiar. contrem impedidos de prestar o apoio - Precisava de ir ao médico ver
Gostaríamos de distinguir dois desejável. Existem duas situações a esta boca (mostra os poucos dentes to-
tipos de situações: que estamos atentos. As famílias que dos cariados) já nem posso comer …

. Idosos que apesar de viverem trabalham e não têm disponibilidade. e estas pernas tão inchadas! … Bem
peço … mas ninguém me ouve … têm a
com as suas famílias partilham apenas Famílias que são elas também idosas
vida deles …Vivem comigo mas não fa-
o mesmo tecto. Muitas vezes o interes- e muitas vezes incapazes de prestar o
lam comigo … é como se eu não fosse
se e preocupação demonstrado pelo apoio necessário.
ninguém … parece que já não existo …
familiar não correspondem à realidade. A solidão e carência afectiva
...
Basta entrarmos no quarto do utente é generalizada apesar da existência
que está acamado para percebermos ou não de família. Não é de estranhar Um dia em que as pernas es-
que este não tem acesso a uma tele- que relativamente aos serviços por nós tavam mais infeccionadas chamamos o
visão ou qualquer outro entretenimen- prestados os reconheçam muitas ve- INEM que transportou a Dona Celeste
to, referindo muitas vezes que a única zes como o único meio de afecto. ao hospital.
distracção são as vistas de uma janela A qualidade de vida dos nos- Avisamos a família. Esta comen-

quando ela existe. sos utentes tem de passar necessa- tou “grande coisa … o médico o que
disse é que era do pó das pulgas …
São famílias que apesar de riamente por uma postura presentes
julgavam que estava muito mal”.
estarem presentes, são ausentes, não destes familiares tentando com muito
O trabalho tem ido no sentido
cuidam do idoso nem fornecemos tacto sensibilizar e responsabilizar as
de sensibilizar a família, para uma maior
meios para que cuidem do mesmo. mesmas, bem como colmatar dentro
atenção á Dona Celeste, o que se torna
São utentes que permanecem com a das nossas possibilidades as falhas difícil porque é raro encontrá-los; por
mesma fralda que a Ajudante da Ac- dos que na realidade não podem. outro lado, termos em conta que tam-
ção Directa colocou de tarde até ao bém eles são pessoas de idade …

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Sara Cardoso
Técnica de Serviço Social
CS Fonte da Moura

Nós por dentro...

“Ser velho não é o contrário de ser jovem. Envelhecer é simplesmente passar para uma nova etapa da
vida, que deve ser vivida da maneira mais positiva, saudável e feliz possível. É preciso investir na velhice
como se investe nas outras faixas etárias” (Zimerman, 2000).

É com este pensamento e com muitas vezes, para além do que está as experiências por que passaram ao
o lema “Pessoas a sentirem Pessoas” contratualizado. longo da sua vida. Fazem-no com um
que a Obra Diocesana tem investi- É o caso de duas irmãs, sendo brilhozinho nos olhos, relembrando os
do num Serviço de Apoio Domiciliário apenas uma utente da nossa Institui- bons tempos passados. E precisam de
(SAD) com qualidade, a pensar no ou- ção. Há algum tempo atrás, esta utente ouvintes. Num mundo em que todos
tro, a pensar nos nossos idosos. foi hospitalizada, deixando a irmã com andamos demasiado preocupados
O SAD pretende ser um serviço mais de 90 anos sozinha durante várias com o dia-a-dia, por vezes esquece-
de apoio à terceira idade, com o objec- semanas. mo-nos de como é importante apro-
tivo de melhorar a qualidade de vida e Apesar de não termos nenhu- veitar o tempo com todos os de quem
bem-estar dos idosos nesta etapa final ma responsabilidade nos cuidados gostamos. Em particular, devemos dar
das suas vidas, bem como prolongar a básicos com esta idosa, foi-nos solici- atenção aos mais velhos, aqueles que,
permanência do idoso na sua própria tado um apoio não ao nível dos servi- de acordo com a lei da vida, menos
casa, no seu meio, atendendo à sua ços, mas ao nível humano. Então, não tempo teremos para conviver.
dignidade pessoal e favorecendo a au- podendo recusar este pedido por uma Daí a importância do SAD.
tonomia. questão de solidariedade para com
Todos ambicionamos e temos o próximo, continuamos a visitar esta
o direito de envelhecer com qualidade senhora como fazíamos habitualmen- Os idosos precisam de
e QUALIDADE é um dos objectivos da te à irmã. De facto, também ela ficou nós! Precisam de interlocu-
nossa Instituição. ligada, emocionalmente, às nossas tores atentos que os ouçam,
Neste sentido, o nosso SAD Ajudantes de Acção Directa, pois em
para que se sintam amados,
leva a casa de cada idoso que apoia, cada visita são elas as transmissoras
acompanhados e compreen-
os serviços de alimentação, higiene de um sorriso, de um olhar afectivo e
didos.
pessoal, tratamento de roupa, limpeza diligente quebrando a solidão a que os
da habitação e aquisição de bens e idosos estão sujeitos.
serviços. Acima de tudo pretendemos Isto é a prova de que também
levar um carinho, um sorriso, uma pa- as famílias beneficiam do nosso apoio, É assim que, diariamente, im-
lavra amiga a quem mais dela necessi- não apenas instrumental, mas acima buídos de espírito de família e solida-
ta…todos nossos utentes. de tudo um apoio humano, solidário, riedade procuramos dar o máximo de
Diariamente confrontamo-nos emocional… atenção a estes utentes, ouvindo e en-
com situações difíceis, às quais não Os idosos necessitam de ajuda tendendo-os, melhorando o tempo que
podemos ficar indiferentes e tentamos emocional. Em geral, gostam de par- lhes resta e, consequentemente, au-
dar resposta com os nossos serviços, tilhar as suas vivências, contando-nos mentando-lhes a QUALIDADE de vida.

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 31

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32 Obra Diocesana de Promoção Social

Maria Teresa de Souza-Cardoso

Infância
Fazer a diferença

Todos sabemos a enorme im- sada, mas caminhando para atingir todo o seu esplendor de forma segura, de
portância do conhecimento da História, forma clara e marcante.
nomeadamente da História das Institui- E o “golpe de asa”, necessário para conseguir mostrar a realidade da
ções, pois só conhecendo o passado, Obra, tal como ela hoje se apresenta, está a ser, finalmente, dado:
se pode melhorar o presente e prepa- - Instituição que, em todas as suas valências, presta serviços de quali-
rar o futuro. dade muito superior, a muitas outras, particulares ou públicas que, porventura,
Sei, contudo, ter a Obra Dio-
cesana de Promoção Social, a “nossa
Obra”, adquirido já um estatuto e uma
proeminência tais, que me permitem
começar o meu testemunho sem ne-
cessitar de resumir a história da Obra,
pois todos os que lerem este artigo a
conhecem já seguramente.
A “nossa Obra” atingiu, nos
últimos anos, toda a sua maturidade,
encontrando-se, agora, com excelen-
tes alicerces para, pondo em prática,
de forma verdadeiramente eficaz, os
seus Valores, de Cooperação, de Em-
penhamento, de Transparência, de
Responsabilidade, de Personalização,
de Inovação, de Compromisso e de
Qualidade, prestar serviços, a toda a
comunidade, verdadeiramente de ex-
celência.
Sempre que ouço Ravel e,
particularmente, uma das suas empol-
gantes sinfonias, lembro-me da “nossa
Obra”, e sorrio; e sorrio com agrado,
pois sinto o mesmo ritmo lento e
discreto, inicial, que vai crescendo gra-
dualmente, sempre de forma compas-

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Educativa, que, ao chegar à sala no
dia do seu aniversário, deparou com
um bolo com velinhas, a sua cadeira
toda bonita e enfeitada e as crianças
tão felizes e contentes a cantarem-lhe
os parabéns, que pôde ensinar aos
seus meninos que também se chora
de alegria.
Crianças muito pobres que
nunca tiveram um livro ou um presente,
e que passam a tê-los de forma verda-
deiramente desinteressada! Crianças
que não tendo Pais presentes, são tra-
tadas pelas suas responsáveis como
verdadeiros filhos, muitas vezes fre-
quentando as suas casas e partilhando
dispõem de recursos muito superiores. alegrias e momentos de felicidade, tão
No nosso dia-a-dia, vamo-nos deparando com muitos casos dramáticos indispensáveis a um crescimento dig-
que, com um verdadeiro espírito de voluntariado, vamos minorando e resolvendo, no e saudável! – Este é o dia a dia da
muitas vezes com a ajuda sincera e amiga de toda a comunidade, também dos “nossa Obra”.
nossos familiares e, seguramente, com a orientação e inspiração de Deus. Por outro lado, vamos propor-
Posso, assim, seguir o conselho de Padre António Vieira – e curiosa coin- cionando às nossas crianças um nível
cidência, nascido no mesmo dia da Obra, 6 de Fevereiro –, quando nos dizia que, de conhecimento, um entrosamento
dado as pessoas aprenderem mais com os olhos do que com os ouvidos, há que com a nossa cultura e com os nossos
ensiná-las mais com o exemplo do que com os conselhos. valores, seguramente significativo no
Casos como o da criança com paralisia cerebral, oriunda de uma família panorama educativo português.
de fracos recursos económicos, com a parte motora afectada de forma global, Deslocações ao Visionarium
totalmente dependente do adulto, e que frequenta um dos “nossos Centros”. Esta em Santa Maria da Feira, permitindo
criança teve de tal forma o apoio, o carinho e a atenção das pessoas a quem desenvolver a área do conhecimen-
cabia “sentirem-na” que, conseguindo verificar que reagia a estímulos lumino- to do mundo, ao Castelo e Paço dos
sos, permitiram que pudesse iniciar um tratamento gracioso, que passasse a ser Duques, em Guimarães, ao Castelo de
apoiada por uma terapeuta da fala, por uma terapeuta ocupacional, uma psicó- Santa Maria da Feira, às exposições de
loga, uma educadora especializada e ainda, por um programa de hipoterapia. Salvador Dali, de Leonardo da Vinci, à
Hoje, é para todos gratificante constatar pequenas conquistas diárias, como a de Fundação Cupertino de Miranda, a Mu-
já conseguir levar uma bolacha à boca com a intenção de a comer! – “Pessoas, seus como o Soares dos Reis, Amadeo
verdadeiramente, a sentirem pessoas”. de Souza-Cardoso, em
Como o de uma criança que frequenta um dos “nossos Centros”, que é Amarante, a visitas ao Ocea-
muito especial, pois para além de ser uma menina muito simpática, muito curiosa, nário e Palácio de Belém, em Lisboa,
adorar ouvir música e adorar dançar, é invisual. sempre que possível de forma gra-
Naturalmente, tem todo o apoio e carinho das suas responsáveis. Mas o ciosa, são exemplos vivos da Obra a
facto a realçar em relação a esta menina, é a forma como todos os meninos e me- transmitir a cultura e os valores neces-
ninas a tratam: todos a ajudam a brincar, são incansáveis no apoio que lhe dão, sários ao completo desenvolvimento
nas tarefas que possa ter dificuldades… enfim, “pessoas pequeninas a sentirem das nossas crianças.
pessoas”. Mas é forçoso realçar que os
E o de uma criança que, tendo frequentado um dos “nossos ATL’S”, tocou diferentes colaboradores desses Or-
de tal forma a sua Professora, pela sua docilidade, pela sua vivacidade, pelo seu ganismos, por todos nós fruídos, lem-
empenho, que foi a dama de honor do seu casamento. Hoje ela é uma Mulher rea- brar-se-ão, sem dúvida, da Obra Dio-
lizada e feliz, em boa parte, seguramente, devido à passagem pela “sua Obra”. cesana: “ - Ah, sim, sim, é a Instituição
Outra história que vale a pena nomear é a de uma Ajudante de Acção daquelas crianças tão interessadas

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 33

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34 Obra Diocesana de Promoção Social

e bem comportadas. São o exemplo às minhas crianças, no dia 6 de Fevereiro, que a Obra estava de parabéns, pois
para muitas escolas…!” fazia anos nesse dia. Naturalmente, com a curiosidade própria das suas idades,
Incentivando a arte, as letras e todos quiseram logo saber quantos anos a Obra fazia. Mal souberam a sua idade,
as ciências, está a Obra a formar crian- os comentários foram de preocupação geral:
ças e jovens para a vida; tendo sem- “- Tantos anos! Está quase a morrer!”
pre presente o respeito, a confiança, a “- Não pode ser senão não temos para onde ir! Os nossos pais não podem
amizade e o amor, estamos a ensinar trabalhar e não temos ninguém que nos ensine e nos mostre coisas bonitas!”
cidadania. “- E os velhinhos? Ficam sem ter para onde ir!”
A “nossa Obra” está sempre E os comentários preocupados e ansiosos sucederam-se permitindo en-
de braços abertos para poder ajudar tão que lhes fosse contada a História da Obra Diocesana que de tal forma entu-
todas as crianças e jovens nesta mara- siasmou as crianças, por saberem ser também delas esta grandiosa e promissora
vilhosa aventura que é viver. Instituição, que só descansaram, quando lhes foi prometida uma visita aos diver-
É pois a “nossa Obra” uma Ins- sos Centros e à Sede (o nosso famoso e carinhoso 14) da que é verdadeiramente
tituição ímpar a “cuidar do outro”, pos- “a nossa Obra”!
sibilitando às crianças e jovens uma Se a Torre dos Clérigos é o monumento “Ex-Libris” da nossa cidade do
aprendizagem de verdadeira qualida- Porto, a Obra Diocesana é, sem dúvida, o Ícone das suas Instituições, tendo já
de e aos idosos a qualidade de vida formado durante os seus vetustos 44 anos, milhares e milhares de nossos con-
que merecem. cidadãos, já de várias gerações, que referenciam a “sua Obra” com amor e sau-
Por último, não podia deixar de dade. E o mais gratificante é constatar que, aqui chegados, olhamos a Obra e
relatar um delicioso episódio: vemo-la jovem e pujante, inovadora e cheia de vida, perspectivando um futuro, a
Na área da Reflexão, transmiti todos os títulos, risonho e promissor.

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Mónica Taipa de Carvalho João Miguel Pratas

Mealheiro - Árvore de Natal


Na passada época natalícia, o Porto teve uma nova estrela
– a árvore de Natal do Millennium BCP. Como já vem sendo hábito
nesta quadra, o maior banco privado português ofereceu à cidade
a maior árvore de Natal da Europa. Com 76 metros de altura e
repleta de milhares de lâmpadas, esta estrutura iluminou o Natal
de todos os portuenses.
No âmbito da sua política de responsabilidade social,
o Millennium BCP conjugou esta iniciativa com o apoio a uma
instituição de solidariedade social. Assim, em parceria com
a Câmara Municipal do Porto (CMP), através da Fundação
Porto Social (FPS), o Banco escolheu a Obra Diocesana de
Promoção Social como beneficiária desta campanha.
Nas palavras de Matilde Augusta Alves, vereado-
ra da CMP e Presidente do Conselho de Administração
da FPS, esta foi “uma iniciativa paradigmática daquilo
que pode ser a participação de uma entidade privada
no trabalho social e de solidariedade”, reconhecendo
a ODPS como “um dos mais relevantes interventores
sociais da cidade”.
Esta parceria traduziu-se numa cam-
panha de recolha de fundos. Para o efeito, foi
instalado junto à árvore um grande mealheiro,
onde cada um pôde depositar o seu donativo,
ajudando desse modo a nossa Instituição, em
prol da população mais necessitada da ci-
dade do Porto. No final desta campanha,
o contributo deste mealheiro ascendeu a
cerca de 3000 euros.
Para além do donativo mo-
netário, e na sequência do empenho
do Millennium BCP e da FPS, fomos
também beneficiados com um do-
nativo de centenas de brinquedos
destinados às crianças da Obra
Diocesana. Este donativo, cujo
valor ultrapassou a dezena de
milhar de euros, irá perpetuar
o espírito natalício ao longo
dos restantes onze meses do
ano.

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 35

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36 Obra Diocesana de Promoção Social

Manuel Amial
Vogal do Conselho de Administração

Ceia de Reis 2008

No passado dia 12 de Janeiro na Quinta de São Salvador, em Vila Nova de Gaia, realizou-se a tradicional Ceia de
Reis da Obra Diocesana, congregando Colaboradores da Obra, Entidades Religiosas e Civis, membros dos Órgãos Sociais
e Amigos.
D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, aproveitou a altura para empossar os novos corpos gerentes para o triénio
2008-2010 da “Obra Diocesana de Promoção Social”, uma instituição particular de solidariedade social afecta à Igreja e que
gere um número assinalável de centros de apoio social na cidade do Porto.
Ficaram a constituir o Conselho de Administração da Obra o Presidente Américo Ribeiro, a secretária Helena Maria
Gomes Costa Almeida, o tesoureiro Rui Manuel da Silva Álvares da Cunha, os Vogais Belmiro Fernando Carneiro Marques

Aspecto Geral da Ceia de Reis

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Teixeira e Manuel Pereira Amial e o Assistente Eclesiástico Padre Lino Maia.
O Conselho Fiscal na altura também empossado ficou constituído pelo Presidente Gabriel Maria Fernandes Areal
Rothes e pelos Vogais Maria Isabel Ramos Teixeira Torres Pires e Maria Carmen Aires Mesquita Vieira Ferreira.
Na sua intervenção inicial o Presidente do Conselho de Administração da Obra Diocesana, Américo Ribeiro, que
transitou do mandato anterior, saudou e agradeceu a presença generosa e solidária de todos, num sinal de grande apreço
pelo trabalho de promoção social que vem sendo realizado pela instituição.
Depois de referir que a Obra Diocesana é o “ex-libris da Igreja na área social” e que “o Estado conta com este
centro de benfeitoria que contribui de forma expressiva para o bem estar e qualidade de vida dos cidadãos mais desfa-
vorecidos, mais carecidos, como sejam as crianças, os jovens em situação de risco, as famílias desagregadas, os doen-
tes, os idosos, os abandonados, os pobres…”, Américo Ribeiro enumerou uma série de carências que importa superar
para melhorar as prestações de serviços, como a criação de um Lar de Idosos, uma área de Cuidados Paliativos, requali-
ficação de alguns espaços físicos, criação de sala de informática, tudo com o objectivo de servir melhor a comunidade.
Durante a cerimónia houve:
. Um espaço de reconhecimento dirigido à Dra. Matilde Alves, Vereadora do Pelouro da Habitação e Acção Social
da Câmara Municipal de Porto;
. Um espaço de gratidão aos nove colaboradores da Obra com 25 anos de serviço;
. Um espaço de agradecimento à Dra. Inês Santos, quadro aposentada da Segurança Social;
Ao benemérito Senhor Manuel Gonçalves;

D. Manuel Clemente e Pe. Lino Maia com C.A. Colaboradores com mais de 25 anos de serviço

D. Manuel Clemente D. Manuel Clemente Benemérito


Presidente do C.A. e Dra. Matilde Alves e Conselho Fiscal Dr. Manuel Gonçalves

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 37

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38 Obra Diocesana de Promoção Social

Ao Chefe de Cozinha Senhor Hélio Loureiro; e à empresa Moreira & Carneiro, Lda. pelo apoio dado à Obra Dioce-
sana durante o ano findo.
No período de intervenções usaram da palavra o Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solida-
riedade Padre Lino Maia;
O Senhor Director Adjunto do Centro Distrital de Segurança Social do Porto Dr. Luís Vale;
A Senhora Vereadora da Câmara Municipal do Porto Dra. Matilde Alves e
A Senhora Governadora Civil do Porto Dra. Isabel Oneto, tendo todos tido palavras de apreço e reconhecimento pelo
trabalho extraordinário que vem sendo realizado pela Obra Diocesana.
A encerrar, o Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, agradeceu a disponibilidade dos membros que foram empossa-
dos nos cargos gerentes da Obra Diocesana e também aqueles que terminaram as suas funções.
Este exemplo de voluntariado às causas sociais, doando o seu tempo e o seu trabalho de forma generosa, é um
exemplo de cidadania que foi bem enfatizado por D. Manuel Clemente.
Também não esqueceu o trabalho empenhado e competente que vem sendo desenvolvido pelos colaboradores da
Obra tornando-a uma instituição querida, credível e respeitada no seio da comunidade que serve.
Palavras ainda de alerta ao Estado lembrando que a Igreja está a fazer um trabalho social de substituição e que por
isso a Obra Diocesana deve merecer o respeito e o apoio das entidades oficiais que superintendem nesta área.
Para além das entidades já referenciadas estiveram também presentes neste evento os Bispos Auxiliares do Porto
D. João Miranda e D. António Taipa, a Doutora Maria Barroso, o Presidente da União Distrital das Instituições Particulares

Chefe Hélio Loureiro Gerente da Firma Moreira & Carneiro, Lda.

Dr. Luís Vale Dra. Matilde Alves Pe. Lino Maia

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de Solidariedade Social Prof. Artur Carvalho Borges, a Directora Executiva da Fundação para o Desenvolvimento Social
do Porto Dra. Margarida Fernandes, a Directora do Museu Soares dos Reis Dra. Maria João Vasconcelos, o Representante
da Fundação Cupertino de Miranda Pedro Pimenta, o Presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza Padre Agostinho Jardim,
o Presidente da Caritas em Portugal Prof. Dr. Eugénio da Fonseca, o Director da Voz Portucalense Dr. Manuel Correia Fer-
nandes, o Chanceler da Diocese do Porto Cónego Dr. José Maria Fabião, O Vigário Geral da Diocese Padre Dr. Américo
Aguiar, o Prof. Dr. Carvalho Guerra cronista do “Espaço Solidário”, o ROC da Instituição Dr. José Neiva Santos, diversos
representantes de Juntas de Freguesia, párocos e vários beneméritos da Obra Diocesana.
Um evento que marcou neste início do ano a vida desta Instituição Particular de Solidariedade Social, fundada em
1967, e que no passado dia 30 de Setembro do ano findo lançou, no Museu Soares dos Reis, um livro comemorativo dos
seus 40 anos de vida ao serviço da cidade da autoria do Dr. Bernardino Chamusca, seu anterior Presidente do Conselho
de Administração.
A «Obra Diocesana de Promoção Social» é uma Instituição Particular de Solidariedade Social criada em 1964 por D.
Florentino de Andrade e Silva, Administrador Apostólico da Diocese do Porto, para responder a necessidades das pessoas
e comunidades dos Bairros camarários do Porto, consideradas na altura muito urgentes pela própria Câmara Municipal,
pela Direcção Geral de Assistência e pelo Instituto Superior de Serviço Social.
Da responsabilidade da Diocese, a Obra sempre cuidou das pessoas independentemente da sua raça, credo ou
religião e tem procurado consciencializar as comunidades das suas necessidades mas também das potencialidades para
conseguirem uma melhoria das condições de vida das pessoas e a sua promoção social.

Dra. Isabel Oneto D. Manuel Clemente

Dra. Maria Barroso Soares Dra. Inês Santos

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 39

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40 Obra Diocesana de Promoção Social

Centro Social São Roque da Lameira


“Tendo a Obra como Missão” vendo necessidade de uma actualiza-
Aurora Rouxinol Cuidar o Outro”, contribuindo de forma ção permanente.
Técnica de Serviço Social
São Roque da Lameira solidária para a melhoria da qualidade Com a política desenvolvida
de vida das pessoas e comunidades, pelo Conselho de Administração, hoje
todos nós colaboradores do Centro So- é possível não só trabalhar na qualida-
cial São Roque da Lameira, tentamos de, mas também na partilha e respon-
O bairro de S. Roque da Lameira começou a
criar um clima de bem estar e segu- sabilização de todos os intervenientes.
ser construído em 1958, estava enquadrado na Pa-
róquia de Pedrouços e foi inaugurado em Outubro rança na criança, contribuindo a nível Motivar de forma a que tudo seja feito

de 1961 pelo Presidente da República, Almirante físico, psiquico, intelectual, afectivo e com qualidade, mas acima de tudo,
Américo Tomás. social da mesma. com amor e respeito pelo outro, pen-
Em 1965 foi constituída uma associação de- Estou na O.D.P.S. há 25 anos, sando no bem estar de todos.
signada como «Obra dos Rapazes» e em 1966, sob tendo-me sido proporcionado momen- Cada vez mais e pensando no
auspícios da Obra dos Bairros’, foi inaugurado um tos bons e outros menos bons, como futuro, o trabalho em equipa deve ser
posto de enfermagem e salas de estudo. tudo na vida, mas acima de tudo, tem uma constante, feito com a maior de-
O «JN», de 04/04/1966 referia a inaugura-
sido importante o contacto humano e dicação, motivação e empenho, que
ção do “Centro de Convívio”.
social de quem me rodeia. visem não só a inovação mas também
No ano de 1968 são criadas «diversas co-
Trabalhar nestas comunidades a eficácia.
missões que haveriam de constituir o Centro Social
nem sempre é fácil, mas torna-se muito Termino louvando o Conselho
de S. Roque da Lameira: Centro de Convívio, Pos-
to de Enfermagem, Obra das Crianças, Obra das
gratificante, podermos de certa forma de Administração, por criar melhores

Raparigas, Obra dos Rapazes» (cf. carta do C. S. contribuir para a promoção e valoriza- condições quer aos utentes, quer aos
S.Roque de 17.05.1968) ção da pessoa humana, sendo tam- colaboradores, e que continue com o
Em 1974, o Bairro «tem cave adaptada a bém possível crescer como “Pessoa”, mesmo espírito dinâmico e empreen-
Jardim Infantil. Tem mais uma cave a todo o compri- sentindo-me realizada, quer a nível dedor, enaltecendo cada vez mais o
mento do Bloco e terreno» profissional, quer a nível individual, ha- valor da instituição.”
As obras do novo Centro Social tiveram iní-
cio em 1979 e a inauguração, com a presença do
Primeiro Ministro, Dr. Francisco Sá Carneiro, ocorreu
“Quando entrei a intenção não era ficar muito tempo e já cá me encontro
05 de Julho de 1980.
há 40 anos, porque o meu sonho era trabalhar com crianças.
O trabalho com a Creche iniciou em 1982,
Sinto-me realizada e feliz e ainda bem que não desisti porque consegui
abrindo também nesse ano o serviço de Apoio Do-
miciliário e do Centro de Dia.
concretizar esse sonho. Fico conte nte por ver o caminho que a instituição tomou.

Em Julho de 1997, o ATL (como o Centro de Faço votos para que a O.D.P.S. continue a crescer e a desenvolver-se. Que o seu
Dia) foi integrado na ‘Casa das Glicínias’. lema permaneça em ajudar os outro, pensando no bem-estar de todos.”
O Centro foi visitado em Fevereiro de 2003
por D. Armindo Lopes Coelho e pelo Governador Ci- Maria Augusta Marques Lobo Aguiar
vil do Porto, Dr. Manuel Moreira, e em Setembro de Ajudante de Acção Educativa
2007 por D. Manuel Clemente, Bispo do Porto

Ajudante Acção Educativa 10


Trabalhador Auxiliar 3 CRECHE 39
Enfermeira 1
Técnico Serviço Social 1
Educadora Infância 5 PRÉ-ESCOLAR 61
Ajudante Cozinheira 1
Professor 1
Cozinheira 1 ATL 40
Educador Social 1
Escriturário 1

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Rosa Maria Seabra
Técnica de Serviço Social, Responsável
dos Centros Sociais S. Tomé e Carriçal

Centro Social S. Tomé Em 1992, quando a ODPS era presidida pelo


Dr. Paulo Cunha, foi adquirido um terreno na Rua de
Ao expressar, o que sinto enquanto obreira nestes 18 anos de actividade S. Tomé, ao lado do bairro do Carriçal, embora só em
profissional ao serviço da O.D.P.S., relembro de imediato o meu 1º. Dia de con- Agosto de 1998 se dê conta, segundo a Imprensa,
tacto com os utentes, com as colaboradoras, em suma, com o meio envolvente da construção de uma «estrutura polivalente, onde
que urgia assimilar. abrirá um «Centro (que) estará pronto no próximo
E, era tão grande a ânsia de aprender… o sentido da palavra Dádiva. Para ano e vai apoiar idosos e jovens de Paranhos», com
mim, esta é a definição do “ser uma obreira” e o sentido de missão da O.D.P.S. capacidade para cerca de 150 utentes.

neste seu percurso de 40 anos ao serviço da população mais desfavorecida da O empreendimento inclui um Centro de Dia
e de Convívio para a Terceira Idade, um ATL e um
cidade.
espaço para jovens, bem como apoio domiciliário a
idosos e prestação de serviços, entre os quais cozi-
Para todos nós que fazemos parte desta Instituição, é sem dúvida uma
nha e lavandaria.
experiência enriquecedora, ma medida que promove uma constante aprendiza-
Em Setembro de 1999 foi assinado entre a
gem focada em “Pessoas a sentirem Pessoas”. E esta (aprendizagem) tem sido o Câmara do Porto e a ODPS o auto de cedência do
grande contributo do actual Conselho de Administração. Centro cuja construção se concluiu em finais desse
ano, perspectivando-se a inauguração para Janeiro
de 2000.
Nesta data o Centro acolhia 20 idosos, o
apoio domiciliário cerca de 60 idosos, e os jovens,
Na minha curta caminhada profissional venho conquistando elevados ní- dos 14 aos 25 anos, eram já 55, dispondo de bi-
blioteca, salas de estudo, fotografia, informática e
veis de satisfação pessoal e profissional, graças às pessoas e ao notável espírito
acompanhamento psicossocial.
de apoio que encontrei na O.D.P.S.
Também a valência de «Apoio Domiciliário e
Torna-se contagiante este espírito de cooperação e empenhamento que
Centro de convívio para idosos» funcionava em ple-
recebemos e transportamos. Todos os colaboradores da ODPS assumem o com-
no, proporcionando alimentação, roupas, higiene,
promisso de brindar os utentes com afecto e carinho, acima de tudo demonstrar- conforto pessoal e apoio diversificado, enquanto o
lhes que podem sempre contar com uma palavra amiga. Centro de Convívio acolhia um número significativo
A vida é mais sorridente na ODPS! de idosos.
Em curso (2007) está o projecto CAFAP
Ana Margarida – Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Pa-
Escriturária dos C.S. S. Tomé e Carriçal rental (jovens, crianças, famílias), uma resposta so-
cial, desenvolvida e vocacionada para o estudo e
prevenção de situações de risco social.
Ajudante Acção Directa 12
CENTRO DE DIA 30
Escriturário 1
Psicólogo 1
CENTRO CONVÍVIO 10
Ajudante de Cozinha 2
Técnico de Serviço Social 1
APOIO DOMICILIARIO 74
Trabalhador Auxiliar 3
Cozinheira 1
Educador Social 1

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 41

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42 Obra Diocesana de Promoção Social

Donativos

Donativos de 27/09/07 a 05/03/08


Descrição Contribuição Descrição Contribuição
A.A.M.J. Padaria Pastelaria, Lda. 500,00 € José Armando Oliveira Dias Ferrinha 180,00 €
AAPN 18,00 € José Barros Pereira Silva 25,00 €
AAPS 20,00 € Logicomer - Gestão e Recuperação Créditos, S.A 10,00 €
Abel Ribeiro - Electrodomésticos e Mobílias, Lda. 250,00 € Luís Pedro Carvalho Martins 25,00 €
Álvaro de Pinho Ferreira Dias 125,00 € MACM 12,00 €
AMM 120,00 € MAJ 24,00 €
Ana Valente 5,00 € Manuel Ferreira Gonçalves 3.000,00 €
André Cardoso 1,00 € Manuel Gomes de Sousa & Compª ,Lda 100,00 €
Animécio Abranches Ferreira Maia 100,00 € Maria Helena P. Silva Torres 25,00 €
Anónimo 21,00 € Márcia Teixeira 5,00 €
Anónimo 120,00 € Maria Azalia Pires da Silva Carlos 10,00 €
APGC 24,00 € Maria Clotilde Valente Milhomens 150,00 €
Aquario-Comércio de Electronica, Lda 150,00 € Maria das Boas Novas 600,00 €
Arca de Natal - Venda de produtos 157,40 € Maria Emilia Pinto Andrade 10,00 €
Ariana Fernandes 2,00 € Maria Gentil Machado Correia 10,00 €
Arvore de Natal - Mealheiro 2.945,67 € Maria Leonor Moutinho 25,00 €
Carla Fernandes 5,00 € MCANM 25,00 €
Carlos A.N.F Vasconcelos 10,00 € MFSVQ 50,00 €
Carlos Daniel Loio Lopes 5,00 € MJP 992,60 €
Centro Pinheiro Torres - Mealheiro 216,45 € MMCM 20,00 €
Dr. Armando José Fonseca Pinto 60,00 € MMR 100,00 €
Dr. Celestino Oliveira Martins Portela 100,00 € Moreira & Carneiro, Lda. 2.700,00 €
Dr. Mário Meneses 50,00 € MPPS 18,00 €
Dr.Carlos Fernando Vieira da Silva Torres 500,00 € Palmira Leitão Conceição Santos Pereira 15,00 €
Drª. Maria Helena V.P. Silva Torres 250,00 € Paulo Gomes 5,00 €
Dulcino Luis Sousa Marafuta 25,00 € Pe. Albino de Almeida Fernandes 50,00 €
Eduardo Francisco de Jesus Xavier 100,00 € Rufino Marques Ribeiro 100,00 €
Estevão Gomes de Araújo 700,00 € Sérgio Rafael Azevedo Teixeira 2,00 €
Exposolidariedade - Venda produtos 1.516,80 € Soluções Design e Decoração, Lda 250,00 €
Flora Rodrigues 5,00 € Talhos Bisonte, Lda. 140,50 €
Horácio Magalhães, Lda. 500,00 € Talhos Bisonte, Lda. 1.000,00 €
IFCP 24,00 € Teresa Coelho 5,00 €
JFF 24,00 € Vânia Susana Sousa Trindade 10,00 €
JJCL 20,00 €

Obra Diocesana

Plano de Actividades 2008


Data Actividade
01.Março.2008 Actividade Desportiva – Futebol Masculino
12.Abril.2008 Reunião Geral de Colaboradores
10.Maio.2008 Jornadas do Secretariado Diocesano Pastoral Social e Caritativo
17.Maio.2008 Rally Paper
Maio.2008 Jantar de Beneficência (a confirmar)
21.Junho.2008 Passeio Anual dos Colaboradores
05.Julho.2008 Actividade Desportiva – Futebol Feminino
19.Julho.2008 Dia da Obra
27.Setembro.2008 Festa da Solidariedade - CNIS
01.Outubro.2008 Dia do Idoso - Missa na Sé Catedral
07.Dezembro.2008 Festa de Natal dos Filhos dos Colaboradores
10.Janeiro.2009 Ceia de Reis

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Liga dos Amigos da Obra Diocesana

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Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 43

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44 Obra Diocesana de Promoção Social

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