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RELAÇÕES ENTRE IMIGRAÇÃO E EDUCAÇÃO:

GALÍCIA E SANTOS (1895-1930)

KARIME MOUSSALLI ANTIGO1

RESUMO

A cidade de Santos tem uma grande importância histórica para o Estado de São Paulo e
para o Brasil, inúmeras pesquisas já foram realizadas no sentido de compreender temas
relacionados às áreas da economia, da história, da imigração e etc., no entanto, faz-se
ainda necessário produzir estudos na área da educação, especificamente na história da
educação. A partir desta constatação, pensar nos processos de educação e escolarização
voltadas aos imigrantes espanhóis, mais especificamente os galegos por serem maioria,
tornou-se uma forma de dar a esses aspectos maior visibilidade. Assim este artigo busca
abordar alguns aspectos ligados as ações educativas empreendidas nesta cidade com
relação às atividades promovidas pelo Centro Espanhol de Santos. Estas atividades de
caráter educativo se intensificaram nas primeiras décadas do século XX, tendo como
desdobramento a criação de uma escola para alfabetizar jovens e adultos, além da
organização de uma biblioteca que se configurava em um espaço de lazer e cultura.

1
Formada em Licenciatura Plena em História pela Universidade Católica de Santos (UNISANTOS).
Mestranda na área de Cultura, Filosofia e História da Educação pela Universidade de São Paulo (USP).
São Paulo - SP, Brasil. E-mail: moussalli.karime@gmail.com.
PALAVRAS-CHAVE: Santos, Galícia, Escolarização, Educação, Centro Espanhol
SANTOS E GALÍCA: UM MAR DE GENTE2

A vila de Santos, fundada no século XVI, mostra até o século XIX uma
fisionomia provinciana, cujo marasmo foi um pouco sacudido no século XVIII, quando
da exportação do açúcar. Sendo uma cidade litorânea, seu porto tem sido a mola
propulsora de seu desenvolvimento. Mas só o café do Estado de São Paulo e a
necessidade de aparelhar o porto para a exportação cafeeira fariam de Santos uma
cidade de imigrantes, graças às oportunidades profissionais que oferecia.Os estudos
apontam que a imigração foi um fenômeno forte no Brasil no final do século XIX
devido à crise na Europa, fazendo com que a circulação de pessoas se desse para todo o
mundo.
No caso do Brasil, muitos que chegaram via o Porto de Santos foram para outras
cidades de São Paulo e de outros Estados. Entretanto, o fato de Santos ter o porto, por
sua vez, fez com que muitos avaliassem em permanecer na cidade que poderia oferecer
muitas oportunidades, o que se revelou posteriormente, fazendo com que milhares de
imigrantes a escolhessem como um lugar para viver e trabalhar. De acordo com
Cánovas (2017, p. 54)

No período da grande emigração em massa, de cada dez imigrantes


desembarcados no Porto de Santos, oito deles destinavam-se as zonas
cafeeiras. Especula-se que, do restante, parte tenha permanecido na própria
cidade de Santos, burlando a fiscalização de desembarque.

Segundo Lisboa (2014), Santos, foi uma cidade que passou a ser conhecida
como a “porta de saída”, ou melhor, o “porto do café”. A entrada de imigrantes se
avolumou quando, em 1884, um projeto de financiamento integral dos custos da vinda
dos europeus foi aprovado em instâncias federais do governo brasileiro.
O autor, em conformidade com a citação acima vai mostrar que em um curto
período cronológico de cinco anos, mais precisamente de 1882 a 1887, valendo-se dos
benefícios que lhes foram concedidos, cerca de 62 mil imigrantes desembarcaram no

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Este título faz referência a obra de Wellington Teixeira Lisboa “MAR DE GENTE: CONTRIBUTOS
PARA A HISTÓRIA DAS MIGRAÇÕES. INTERNACIONAIS EM SANTOS/SP” a qual tanto me
ajudou na realização deste trabalho.

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porto de Santos, na sua maioria com destino às cidades do Oeste paulista, muito embora
um número significativo de estrangeiros tenha se fixado nessa faixa litorânea. Outros
estudos indicam, porém, como aponta Cánovas (2017) ao mencionar os dados da
Associação Comercial de Santos, que no período de 1882 a 1891 ingressaram pelo porto
de Santos algo próximo a duzentos mil imigrantes.
Lanna (1996, p. 169) afirma que “Países como Portugal e Espanha, [...] estavam
à margem do sistema [capitalista] e transformaram-se em exportadores de mão de obra
tal como nações que nunca desfrutaram de posições hegemônicas”. Desta forma,
portugueses e espanhóis constituíram a maioria dos imigrantes que passaram a residir na
cidade de Santos, que por sua vez estaria em período de grande expansão.
O Censo de 19133 indica que dos 88.967 residentes da cidade23.055 seriam
portugueses, ou seja, um quarto da população total, enquanto os 8.343 seriam espanhóis,
ou seja, pouco mais do que 9,% do total da população santista. Cánovas (2017) mostra
que durante os anos de 1913 até 1920 os espanhóis estiveram como o segundo maior
grupo de imigrantes na cidade, enquanto que em São Paulo, no mesmo espaço de tempo
tal posição pertencia aos italianos.
Antonio Eiras Roel (1992 Apud GABRIEL, 2006, p. 108), demonstra que no
período de 1836 e 1960, a emigração galega foi superior a 2 milhões de pessoas, o que
significa que dos 100% de espanhóis que saíram do país 39% eram de galegos. Esses
dados nos ajudam a perceber a importância e a magnitude da migração galega. Os dados
oficiais sobre a onda imigratória espanhola para o Brasil índica que foi a terceira do
ponto de vista numérica, depois da italiana e da portuguesa.
Em Santos, por sua vez, entre os espanhóis que desembarcavam e também que
permaneciam na cidade os galegos foram os que predominaram. Ao analisarem os
Livros de Receita e Despesas da Câmara, os Registros de Folhas de Pagamentos da Cia.
Docas, Listas de Bordo, Libros de Inscripción de Súbditos Españoles (pertencentes ao
consulado espanhol), Porta (2008) e Cánovas (2017) reiteram tal afirmação, além de
Biccas (2013) que, por sua vez, afirma que dos espanhóis residentes em Santos em

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Em 1914, foi publicada pela Prefeitura Municipal de Santos a obra Recenseamento da
Cidade e Município de Santos em 31 de dezembro de 1913, que faz parte do acervo do
historiador santista Waldir Rueda, transcrito por Carlos Pimentel estas informações
estão disponibilizadas no site Novo Milênio.
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1913, 78% eram galegos.
Dessa forma, esta pesquisa se insere no âmbito de uma história conectada,
considerando circulação de sujeitos, objetos culturais, idéiase modelos pedagógicos,
além de culturas, práticas escolares, processos de escolarização (a escola na relação com
a cidade, com a sociedade e etc.).
Gruzinski (1999, 2001, 2003) ao enveredar pelos estudos de trajetórias de
sujeitos anônimos e conhecidos que transitaram pelo novo e velho mundo, os definiam
como “passeur” ou “passador”, pois circulavam entre várias e diferentes sociedades e
culturas, extrapolando os limites até então colocados pelas fronteiras geográficas.Assim,
entrelaçando um jogo de escalas micro e macro estes passadores foram produzindo
sínteses a partir de diferentes representações sociais e históricas, traduzidas nas
apropriações e circulação de saberes, objetos e culturas. A fundamentação da análise
aqui proposta emerge dessas preocupações historiográficas, optando por uma história
conectada ancorada na circulação dos sujeitos, dos modelos pedagógicos e objetos
didáticos, enfim, das relações existentes entre os dois países e das apropriações
decorrentes em suas múltiplas escalasconforme propõe Vidal (2005).

UMA ASSOCIAÇÃO E UMA ESCOLA

Foi sob o lema “somos porque podemos e, podemos porque queremos”,


interpretado por Porta (2009) como a máxima do povo espanhol distante de sua terra
natal, que em 1º de janeiro de 1895 houve uma primeira reunião na rua Marquês de
Herval, 78. A reunião foi convocadapelo sócio que viria a ser detentor da matrícula
número 1, José ValeijeBorjarte publicada nos jornais Diário de Santos.
Estiveram presentes os que viriam a ser denominados, segundo o Livro de
Matrículas do Centro Espanhol de Santos, “sócios iniciadores”, além de José
ValeijeBorjart os senhores Segundo Lobariñas Fernandez4 (matrícula número 2), Evasio
Péres Rodriguez (matrícula número 3), Juan V. Borjart (matrícula número 4), José

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Em certas bibliografias e fontes, as grafias de alguns nomes e sobrenomes estão escritas de diferentes
formas. Em Dieguez (1990), por exemplo, vemos Fernández enquanto em Porta (2009) Fernandez. Já em
Cánovas (2017) vemos a grafia Fernandes e a explicação de que Peres e Rodrigues também apareceram
em outras fontes grafados com “z”, visto que a grafia nem sempre era regular.

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Pascual Gómez (matrícula número 5) e Eduardo Buri Parada (matrícula número 6). Este
homens eram, segundo Cánovas (2017), provavelmente galegos naturais de Pontevedra
e em sua maioria figuras que desfrutavam certas influências socioeconômicas devido ao
trabalho consolidado que exerciam no ramo comercial. Os sócios número um e quatro
seriam irmãos e assim como outros membros de sua família eram proprietários na
cidade.
José VaileijeBojart, detentor da matrícula de número um, era,
à época, proprietário do J.Bojart& Cia., comércio de gêneros alimentícios
localizado à rua Marques do Heval, 135. É provável que fosse galego de
Crecente, Pontevedra, a considerar o registro consular de seu irmão Juan
ValeijeBojart, de 1º de janeiro de 1899, radicado na cidade desde 1893 e
também do comercio. [...] Juan ValeijeBojart, o número quatro na hierarquia
dos sócios iniciadores do CE, era irmão de José ValeijeBojart [..] Conforme
informara em seu registro consular de 1º de janeiro de 1899, Juan, aos 28
anos se dizia “do comércio” e afirmava ter chegado em 1893. Outros
membros da família Valeije também eram proprietários na cidade, caso de
Manuel Peres Valeixo [sic], que, em 1899 possuía uma “casa de pasto” na rua
Marques do Herval, 133, aparecendo no mesmo ano também como o
proprietário de uma casa de gêneros alimentícios na rua Marques do Herval,
66. Sua participação foi ativa nos primeiros anos do CE, ocupando diferentes
cargos em sua diretoria (Cánovas, 2017, pág. 276,e 277).

Dessa forma podemos perceber tamanha influência exercida por essa família
proveniente da Galícia que em uma única rua, localizada no Centro de Santos, onde hoje
situa-se o bairro do Valongo, apenas com as informações trazidas por Marília Canóvas,
possuía três imóveis. Podemos supor que esta rua pudesse ter como maioria de
proprietários imigrantes galegos e ainda supor que esta família fosse proprietária de
mais imóveis como por exemplo o imóvel no qual foi marcada a reunião já que foi o
membro número um que a convocou.
A notoriedade dos sócios iniciadores não é exclusiva do detentor da matrícula
número 1, assim como tantos outros galegos se destacaram na cidade. Sobre tal
influência Cánovas evoca o Almach Santista de Sisino Patusca e Benedicto Ernesto
Guimarães para abordar as empreitadas de tais sócios.

Segundo Lobariñas Fernandes, o sócio iniciador número dois,


também era natural de Crecente, Pontevedra, e, não obstante tenha tido ativa
participação no CE, onde exerceu diferentes cargos [...]. Em seu registro de
30 de setembro de 1900, quando declarou ter 25 anos e estar há três anos na
cidade, apenas se dizia do comércio. Analisando registros posteriores, entre
os quais entre os quais alguns pertencentes a família Lobariñas, localizamos
outros registros que Segundo Lobariñas teria feito, em 1921, aos 45 anos,
declarando-se, então, proprietario [proprietário]. Evasio Perez Rodrigues, o

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sócio iniciador número três, provavelmente compusesse uma extensa família,
a família Perez Rodrigues, também de Pontevedra, cujas membros
encontramos como proprietários de estabelecimentos comerciais de diversos
portes na cidade, a partir de 1885. A maior parte dos indivíduos que
compunham esse ramo familiar eram oriundos de Crecente embora o próprio
Evasio não tenha realizado nenhum registro consular no período [...]. José
Pascual Goméz, o quinto sócio iniciador, também natural de Crecente,
Pontevedra, era proprietário da Pascual & Gómez & Cia, agência de
passagens na cidade de São Paulo, com filial em Santos, e anunciante no El
DiarioEspañol. Mais tarde, José e seu irmão Ramón viriam a trabalhar como
despachantes aduaneiros, e, provavelmente espelhando a projeção que
haviam alcançado no meio comercial da colônia, em 1913, José Pascual
Gómez seria indicado como secretário da comissão encarregada de fundar a
Câmara de Comércio em Santos [...]. Eduardo Buri Parada, o sexto elemento
no grupo dos sócios iniciadores do CE e igualmente natural de Crecente,
Pontevedra, se tornaria depois membro e presidente da SociedadadEspañola
de Repatriación. Não conseguimos identificar a que tipo de negócios se ele se
dedicava na cidade, mas, acreditamos que prosperara, pois em julho de 1913
retornava da Europa com a esposa “de sua viagem de férias”. Teve
participação ativa no CE, especialmente como secretário, até fins da segunda
década dos Novecentos (Cánova 2017, pág. 278 apud Patusca & Guimarães,
1899, pág. 118).

Tal influência é resultado do considerável número de galegos que vieram para a


cidade no período chamado “grande imigração” já que os galegos correspondem ao
grupo de maior número entre os espanhóis residentes na cidade.
Entretanto, enquanto alguns obtiveram grande notoriedade e sucesso em suas
empreitadas na cidade a grande maioria de imigrantes passou por grandes dificuldades.
Exatamente com a intenção de buscar apoio para enfrentar tais situações que a ideia da
fundação do Centro Espanhol teria sido aprovada por todos, que conclamaram pela
imprensa aos espanhóis residentes em Santos e seus arredores, para participarem de uma
reunião que seria realizada no dia 6 de janeiro na Rua Itororó número 25 para
nomearem uma Junta Diretiva Provisória.
Essa segunda reunião onde compareceram numerosos espanhóis, se inicia a
Sociedade sendo indicado para presidente da Junta Diretiva interinamente Manuel
Troncoso. Segundo o livro de memórias de 1895-1903, publicado em 1904, em seu
primeiro discurso Troncosoabordou anecessidade da Sociedade ter uma base sólida para
que não passe de mais uma tentativa como tantas outras, o que nos remete ao fato de
que várias das associações espanholas existentes em Santos e São Paulo tiveram que se
fundir a outras para continuar existir. Gitahy (1992) menciona que os espanhóis, além
do Centro Espanhol, em 1895, criaram a SociedadEspañola de Repatriación, em 1902, e

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a SociedadEspañola de Socorros Mútuos e Instrucción, em 1900. Tais instituições se
uniram no que hoje conhecemos como Centro Espanhol de Santos.
Da mesma forma ocorreu em São Paulo onde o Centro Español de São Paulo,
Casa de Galícia, HogarEspañol, Instituto Regional Valenciano, Centro Asturiano,
Circulo Cervantino, Casa de Espanha, Centro Andaluz, Grêmio Dramático
Hispanoamericano tiveram que se fundir na antiga Sociedade Española de Socorros
Mútuos de São Paulo, hoje denominada Sociedade Hispano Brasileira de Socorros
Mútuos, Instrução e Recreio sendo hoje, a única associação que resta da colônia
espanhola na capital paulista.
Inúmeras foram as associações criadas por espanhóis em todo o Brasil,e,
segundo Biccas (2010) uma característica comum a elas foi a fragilidade econômica,
devido ao pequeno número de associados.
No mesmo discurso, Troncoso refere-se à importância de reunirem fundos para a
aquisição de um solar para edificarem a Sociedade. São aceitas as propostas e no dia 13
de janeiro de 1895 com todos os membros da Comissão Iniciadora e demais membros
da Colônia Espanhola, batizam a Sociedade como "Casino Español" e elegem
a primeira diretoria:

Presidente: Manuel Troncoso


Vice-Presidente: Justino Flores Fernandez
Secretário: Geraldo Santiago Alvarez
Vice-Secretario: José V. Bojart
Tesoureiro: Juan Estevéz Martinez
Contador: José MaríaMolinos
Procuradores: AntonioVázquez Quintela, Manuel Alonso Fernandez, Felipe Vidal
Ribas
Vocales: Guillermo Linares,Eduardo Parada, Francisco Gimeno, José Rodriguéz Pérez,
Segundo Lobariñas, Juan V. Bojart, Francisco Gomez Fernandez, José Fernández
Domínguez, José Souto Dominguéz, Rufino Fernández, AntonioAraujo, Juan
AntonioCividades
Bibliotecario: José Pascual Gómez
Sindicos: Antonio Alonso Fernández, D. Miguel García, Miguel Vázquez

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O nome provisório de Casino Españollogo veio a mudar já que não condizia com
os objetivos iniciais de que aquela recém-criada sociedade viesse a ser um centro de
beneficência, apoio mútuo, recreação e educação.
Ainda de acordo com o mesmo livro de memórias, no dia 14 de março do mesmo
ano foi outorgada a escritura de compra e venda de um terreno de 50 m² de
comprimento por 15m² de largura situado na Rua Aguiar de Andrade no bairro do
Paquetá, pela quantia de 70:000$000 (réis) que com os gastos da escritura alcançou o
total de 7:647$200.
Em 2 de maio inauguram-se as obras de construção do edifício e para atender os
gastos da construção foi realizado um empréstimo por ações no valor de cinquenta mil
réis cada uma e foram lançadas 205 ações à venda.
Esses não seriam os únicos empréstimos contraídos, visto que o Centro Espanhol
contou com muitos donativos e auxílios de muitas pessoas dentre elas João Éboli que
atuou como médico na cidade de Santos, e segundo Dieguez (1990) atou sem
remuneração no Centro Espanhol. Cada pessoa que doavaera lembrada nas reuniões e
poderia receber algum título benemérito e foi assim que aos poucos o Centro Espanhol
foi se equipando, embora, como lembra Cánovas, tenha vivido sempre à beira de
colapso financeiro.
As dívidas e necessidades de empréstimo se intensificaram com a construção de
uma escola que buscava educar para o trabalho e para um possível retornoà Galícia e foi
junto com a fundação de tal escola que os objetivos iniciais do Centro começaram a
tomar forma, ou seja, a partir dela que pôde-se ver efetivamente o apoio mútuo que os
sócios tanto desejavam.
Para a investigação acerca da criação de instituições de escolarização e educação
por parte dos imigrantes espanhóis, galegos, nesta cidade é valido lembrar que a
categoria escolarização,queVidal e Biccas (2008) discutem como um fenômeno da
escolarização do social, articula-se à categoria cultura escolar por permitir descrever e
analisar os aspectos que caracterizam de maneira especial essas práticas educativas, tais
como os tempos, os espaços, os sujeitos, os conhecimentos e as práticas escolares.
Neste sentido, enfatiza-se que a percepção da escolarização como uma estratégia
instaurada pelo Estado, mas não apenas, pois também pode ser evidenciada como

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importante para atentar sobre os vários projetos educativos colocados em jogo por
movimentos ou grupos sociais (sociedades de socorros mútuos, movimento negro,
igreja católica, lojas maçônicas, migrantes, dentre outros) na produção de escolas, na
definição de modelos educacionais e no funcionamento de iniciativas em permanente
diálogo e negociação com os investimentos oficiais.
Muitos estudos, como a monografia de IsolinaDieguez intitulada “História do
Centro Espanhol e Repatriação de Santos (1895-1990)”, a tese de Elaine Veiga Porta
“Imigrantes espanhóis em Santos, 1880-1920”, a pesquisa de Diana Gonçalves Vidal
“Galícia e Brasil: tecendo histórias da Educação, (1871-1936)”, entre outros trabalhos
incluindo autores como ÉricaSarmiento, Marília D. K. Canóvas e Wellington Teixeira
Lisboa,citam a existência da escola do Centro Espanhol, mas pouco se aprofundaram
em relação a ela.
Embora pouco se saiba sobre a escola, como dito anteriormente, a documentação
nos permitiu saber por exemplo, que as discussões iniciam-se em 1902, mas a escola só
começou a funcionar em 1904. Com a ajuda da diretora responsável pelo acervo
particular do Centro Espanhol de Santos, Ana Maria Torres Alvarez, pude ter acesso aos
livros de Memórias do Centro Espanhol. O livro de “Memórias”do ano de 1903, mostra
um pouco do processo que precedeu o funcionamento oficial da escola.

En la sesión extraordinaria celebrada el día 26 de Julio, se registró el recibo


de un oficio del consocio D. Juan Bernils el que dio origen á las siguientes
deliberaciones: aprobar las bases y condiciones presentadas por el sr. Bernils,
bajo las cuales se encargaba de la dirección de la escuela social; nombrar una
Comisión, compuesta de 5 consocios, para adquirir los muebles y demás
objetos escolares, y reglamentos respectivos. [...] En la 19 de Agosto, se
procedió á la lectura y discusión del Reglamento Escolar presentado por la
Comisión al efecto nombrada, y se deliberó: realizar un espectáculo cuyo
producto seria aplicado á la adquisición de utensilios y muebles escolares, y
anunciar por medio de la prensa local y La Voz de España , de S. Pablo, la
apertura de las matriculas, para las aulas, inauguradas el 15 de septiembre.

Ainda sobre esta escola, há indícios de que foi fechada no final de 1907, uma
vez que, nos documentos consultados, não figuram mais informações sobre sua

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movimentação. Faz-se ainda necessário investigar se isto se deu e como foi o
encerramento desta atividade, uma vez que, não há menção nas Memórias do Centro
sobre este fato.
No entanto, não foi só por meio da escola que o Centro Espanhol se propôs a
educar, mas também por meio de uma riquíssima biblioteca além de outras atividades
que foram fundamentais para o ensino dos imigrantes que chegaramaSantos.Para além
da escola havia e há muitas formas de aprender, inclusive de aprender a cultura letrada.
Assim como diversas associações de trabalhadores foram um espaço privilegiado para
esse tipo de aprendizado entre meados do século XIX e início do século XX, o mesmo
aconteceu com as associações de caráter mutualistas como o Centro Espanhol.
Embora diversos autores, como Batalha (2010) por exemplo, reiterem a ideia da
dificuldade em definir o que seja uma associação mutualista, a definição de Nomelini
(2010) que retoma as palavras de DeLucca (1990) para caracterizar tais sociedades muito se
aproximam com as características do Centro Espanhol de Santos, visto que são tidas como
entidades que mediante contribuições mensais asseguravam aos sócios serviços
previdenciários como tratamento médico, auxílio a doentes, inválidos, velhos e viúvas.
Além disso a autora afirma ainda que apresentam outros benefícios, tais como,
festas, jogos, bailes, bibliotecas e palestras. As sociedades de socorros mútuos não são
apenas sociedades operárias, podendo ser organizadas pela Igreja, por empresas, por
bairros, por etnia ou por critérios mais amplos, impondo restrições de ordem política, moral
e religiosa para o ingresso.
Vidal e Biccas (2008) caracterizam a escolarização como um processo que vai
além da educação formal obtida por meio da escola estatal.
“Para nós, evidencia-se como importante atentar para os vários projetos
educativos colocados em jogo por movimentos e grupos sociais (movimento
negro, igreja católica, lojas maçônicas, imigrantes, dentre outros) na criação
de escolas, na definição de modelos educacionais e no funcionamento de
iniciativas em permanente diálogo e negociação com os investimentos
oficiais” (VIDAL & BICCAS, 2008, p. 28, 29 apud Costa, 2012, p.140).

Segundo a revista Centro Español y Repatriación de Santos, a história da


biblioteca do Centro Espanhol, por exemplo, começa com a sua própria fundação. Em
1895, com a proposta de criar uma sociedade de caráter educativo, beneficente e

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recreativo, o primeiro corpo diretivo já contava com um diretor bibliotecário, José
Pascual Gómez. Desde então, o Centro se empenhou em formar o acervo por meio de
solicitações formais ao Governo da Espanha, além de receber diversas doações de livros
que foram devidamente registradas nas atas das reuniões da Junta Diretiva.
As obras literárias, artísticas e cientificas visavam ao atendimento tanto dos
associados e interessados em geral como dos alunos e professores da escola que eles
intitulam como elementar. Por décadas a biblioteca ocupou a função de entretenimento e
instrução, não somente para os leitores e pesquisadores conhecerem a língua e cultura
da Espanha mas também para terem acesso aos diversos gêneros literários ou ainda para
se informarem sobre as notícias e conhecimentos específicos, uma vez que em seu vasto
acervo havia também as assinaturas de importantes publicações periódicas, inúmeros
livros técnicos, dicionários e enciclopédias temáticas. Da mesma forma, atividades
como o teatro e a dança espanhola também surgiram desde a fundação do Centro com o
mesmo intuito de levar para estes imigrantes integração, cultura e educação. Isso nos
mostra
Biccas (2013), que também teve acesso ao acervo particular do Centro Espanhol
de Santos, destaca que nos muitos livros de “Memórias” obtidos foram encontradas
informações relevantes, como por exemplo a definição de critérios para as matrículas.
Estas deveriam ser destinadas aos sócios, a seus filhos menores de 15 anos e maiores de
7 anos, facultando aos estrangeiros interessados que fizessem uma solicitação à junta
Diretiva. A autora também aponta que os alunos deveriam apresentar os documentos de
identidade e certificado de vacina e que a matrícula era gratuita para o curso primário.
Para os outros cursos, os alunos deveriam pagar uma taxa de 10$000 no ato da
inscrição. Os recursos financeiros advindos das matrículas deveriam ser revertidos para
a aquisição de objetos e materiais para a escola e para premiar os alunos classificados
pela frequência e bom comportamento.
Nas Memórias de 1905, 1906 e 1907, destacadas por Biccas (2013), aparecem
referências às atividades educacionais voltadas para adolescentes e adultos, com a
instauração de aulas noturnas e um desejo de criar uma escola diurna. As aulas noturnas
em Santos parece terem funcionado por 3 anos5. No primeiro ano contou com 41 alunos

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Algumas informações aqui coletadas reportam sobre o funcionamento de 1904, 1905 e 1906.

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(28 sócios e 13 não sócios), foram oferecidas matrículas para o ensino primário (22
alunos); debujo6 (18 alunos); castelhano (09 alunos); aritmética (08 alunos); francês (03
alunos); latim e geografia (1 aluno). As informações sobre o funcionamento de 1905
apontam que se matricularam 29 pessoas no curso de debujo (18 alunos); aritmética e
castelhano (15 alunos); primário (4 alunos); francês (3 alunos) e latim (1 aluno).
Apesar do balanço ser ainda bastante desfavorável devido à pouca procura e
frequência dos cursos oferecidos, figura na Memória de 1907 uma proposta, aprovada
na Assembleia dos sócios realizada no final de 1906, indicando a ampliação da secção
de instrução para os filhos dos sócios e não sócios, inaugurando aulas diurnas e
prevendo melhoramentos na escola noturna. Em 1906, no provávelúltimo ano de
funcionamento das aulas noturnas, estavam matriculados 53 alunos, distribuídos nos
seguintes cursos: debujo (37 alunos); aritmética (31); português e castelhano (13 alunos
em cada); primário (7 alunos) e latim (1 aluno).
Esta investigação apresenta muito mais perguntas que respostas, sobre as quais
aponto algumas hipóteses. Pode-se supor que, em relação ao encerramento das
atividades educacionais do Centro Espanhol, se deu por dificuldades financeiras, por
falta de alunos? Os cursos oferecidos não estavam atendendo as demandas dos alunos
para encontrar empregos? Pode-se levantar a hipótese de que, havendo muitas
oportunidades de emprego na construção civil e em marcenaria, este curso preparava
mão de obra para atuação nestes setores. Durante certo tempo alguns cursos, como o
primário, permaneciam vazios. Até o presente momento não há dados para qualificar
como o primário estava desenhado (supõe-se que ele se prestava a ensinara a ler e
escrever), entretanto existe a possibilidade da pouca procura para instrução em
primeiras letras estar associado ao crescimento do número de escolas públicas neste
período.
Outra questão que podemos inferir consultando as Memórias de 1907 ainda
destacadas por Biccas (2013), onde aparece pela primeira vez a idade dos alunos de 09
aos 34 anos, sendo que 32% na faixa etária de 9 aos 15 anos; 24% na faixa etária de 16
aos 20 anos; 12% de 21 aos 25 anos; 32% na faixa etária de 26 aos 30 anos e 12% na
faixa etária de 31 aos 35 anos, era que muitos adultos eram analfabetos e provavelmente

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Desenho.

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estavam à procura de aprender a ler e escrever para se candidatarem aos empregos
oferecidos na cidade. As escolas públicas primárias eram na maioria destinadas para
crianças e talvez seja por este motivo a grande procura de adultos. Isto mostra a
complexidade da questão, o que demandaria tratar o tema não só tomando a questão da
idade, mas entrecruzar escolarização e trabalho. A demanda pelo ensino primário
figurou como a maior (22 alunos) quando as aulas começaram a funcionar e depois a
procura caiu drasticamente (7 alunos). Esta queda pode estar associada ao fato que,
neste período foram criadas as escolas municipais noturnas para adultos.Podemos supor
que a diminuição da procura por este ensino e aumento da procura pela aritmética, pode
indicar a tentativa de um diferencial para trabalhar na área do comércio, atividade
profissional, que mais chamou a atenção dos espanhóis.
Para analisar a temática proposta é importante ressaltar as potencialidades e o
caráter inovador das misturas interculturais, que pode surgir da criatividade individual e
coletiva na reconversão de um patrimônio cultural. O procedimento, assim, confere
positividade as maneiras como os sujeitos que frequentam a escola ou outros espaços
sociais se apropriam das práticas educativas, deslocando a análise da crítica ao caráter
“incompleto” ou “contraditório” destas apropriações para o entendimento das razões
que as embasaram.
O desafio de uma história das práticas culturais e escolares é grande, e o sucesso
da empreitada, sempre parcial. No entanto, considerá-lo pode permitir entender as
múltiplas maneiras de fazer a escola e as diversas iniciativas educativas, constituídas
social e historicamente. Cabe ressaltar, como o fez Vidal (2005), que essa perspectiva de
análise somente se torna viável a medida em que combine a ênfase nos estudos de curta
duração a interpretações de médio e longo alcance. Assim, enquanto o detalhamento dos
acontecimentos cotidianos permite reconhecer o passado na sua singularidade, a
amplitude de abordagem possibilita perceber permanências e avaliar mudanças.

Considerações finais

Ao privilegiar as motivações para a criação do Centro, bem como o delineamento dos


projetos educacionais por eles empreendidos, os sujeitos tanto na articulação, como no

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funcionamento destas atividades e especificamente nas maneiras de escolarizarpôde-se
refletir sobre a dinâmica e o modo como se apropriaram do espaço, fazendo a mediação
entre os seus valores e padrões culturais. Entretanto é valido ressaltar que se trata de
uma pesquisa em andamento, visto que pretende ainda, como próximos passos da
investigação analisar mais a detidamente a escola do Centro Espanhol, identificando
sujeitos, currículo, práticas em relação as demandas e ao contexto econômico, social e
cultural de Santos e analisar a Biblioteca do Centro, identificando os objetivos,
atividades, acervo, frequência e etc, assim será possível entender melhor como se dava o
funcionamento das aulas e o papel que desempenhou a biblioteca.

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