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Poesias de Ossian

Antologia das traduções em português

coordenação  Gerald Bär

Universidade Católica Editora


Índice

Prefácio 7

Agradecimentos 11

Parte I – Ossian na Europa


Howard Gaskill

A obra 15
As traduções 19
A atracção de Ossian 32
Bibliografia 50

Parte II – A recepção da Poesia Ossiânica em Espanha,


na América Hispânica, no Brasil e em Portugal
Gerald Bär

Ossian em Espanha e na América Hispânica 57


Ossian no Brasil 60
Ossian em Portugal 76
O Pré-Romantismo Português 76
A Recepção tardia de Ossian 81
Ossian no Pré-Romantismo Português 83
Ossian no princípio da época do Romantismo português 91
Conclusões 144
Bibliografia 148

Parte III – Antologia da poesia Ossiânica traduzida em português


Resto de uma tradução de Ossiã
José Bonifácio de Andrada e Silva (1825) 155
Dois Fragmentos de Fingal (Canto 1.º)
Bocage (1812) e Soares de Passos (1856) 156
Darthula. Poema traduzido ou imitado de Ossiano
Marquesa de Alorna (1844) 157
Fingal
Adelaide Prata (1867) 171
Colmal Paráfrase Ossiânica
Fagundes Varela (1865) 213
Oscar (Imitação de Ossian)
Almeida Garrett (1845) 216
Hymno ao Sol
Anón. (1818) 220
Ao Sol (Fragmento Do Poema De «Carthon»)
Soares de Passos (1856) 220
A espera desgraçada (Copiada de Ossian)
Joaquim Silvestre de Sousa (1839) 221
Colma (Fragmento dos Cantos de Selma)
Soares de Passos (1856) 222
Os Cantos de Selma
F. Octaviano (1872) 223
O Rapto D’Oithona. Poema d’Ossian
Luiz Ribeiro de Sottomaior (1861) 229
A Guerra de Caros (Traducção livre d’Ossian)
Luiz Ribeiro de Sottomaior (1851) 234
Oina-Morul
A. S. D. Gama (1852) 240
O Espirito de Loda
João Nepomuceno de Seixas (1856) 243
Colna-Dona (De Ossian)
Gervásio Lobato (1868) 245
Ossian, Fils de Fingal, Barde du 3e Siècle; Poésies Galliques,
Traduites sur L’Anglais de Macpherson, Par Letourneur.
Nouvelle Édition, vol. I, Paris: J. G. Dentu, 1810.

Prefácio

Há duzentos e cinquenta anos, em Junho de 1760, James Macpherson publicou o


seu primeiro texto ossiânico, nomeadamente os quinze Fragments of Ancient Poetry col-
lected in the Highlands of Scotland, and translated from the Galic or Erse Language (1760).
Em comparação com este precursor do Romantismo europeu, a recolha da
literatura popular de tradição oral começou relativamente tarde em Portugal. Um
dos primeiros empenhados neste campo foi Garrett, que em 1843 publicou o seu
Romanceiro – uma colectânea de histórias em verso. No século xix sucederam-se
ainda Adolfo Coelho com a obra Contos Populares Portugueses (1879) e Teófilo Braga
com os Contos Tradicionais do Povo Português (1883).
8  |  Prefácio

Tendo sido comprovado que os poemas atribuídos a Ossian tiveram uma influ-
ência maior na literatura pré-romântica, romântica e ultra-romântica portuguesa
do que assumido pela crítica do século xix e xx,1 justifica-se a publicação de uma
antologia destes textos traduzidos para o idioma português e publicados durante
o século XIX por vários autores em dispersas obras e revistas. Nesta edição os
textos são acompanhados por uma introdução de Howard Gaskill que enquadra
o fenómeno de Ossian no contexto histórico-literário europeu e por um estudo
que mostra a sua recepção e relevância na literatura portuguesa. Relativo à poesia
de Ossian deve-se mencionar que se encontra os temas do bardo em sinfonias de
Mendelssohn-Bartholdy, em cantos de Le Sueur, Schubert, Brahms e em óperas
de Méhul e Sobolewski. Também os Pink Floyd gravaram uma peça intitulada
“Fingal’s Cave” (1969). Jim Morrison sabia que o nome da sua banda de rock
estava relacionado com o livro de Aldous Huxley The Doors of Perception (1954),
cujo título vinha de uma frase de William Blake (The Marriage of Heaven and Hell).
Será que Morrison também estava consciente de que “Riders on the Storm” (The
Doors, 1971) tem uma forte carga ossiânica?
O impacto enorme das publicações de Macpherson nas literaturas e culturas
europeias inspirou igualmente quadros de Runciman, Ingram, Kauffmann,
Runge, Berthélémy, Gérard, Roussy Trionon e, finalmente, de Calum Colvin2,
que forneceu a imagem para a capa desta antologia. Para dar relevo a este interesse
não exclusivamente literário, mas também artístico, a edição vem com algumas
ilustrações de obras estrangeiras.
Em vez de apresentar uma edição bilingue e crítica em termos translatológicos,
optou-se por uma edição monolingue. Justifica-se este procedimento porque os

1
Cf.: Buescu, Maria Gabriela Carvalhão (2001) Macpherson e o Ossian em Portugal. Estudo
comparativo translatológico, Lisboa: Edições Colibri; Bär, Gerald (2004) “Ossian in Portugal”, in
Gaskill, Howard, (ed.), The Reception of Ossian in Europe, London, New York, NY: Thoemmes
Continuum, pp. 351-374; Buescu, Maria Gabriela (2005) “A Poesia Ossiânica em Portugal:
Estudo da sua Recepção Translatológica”, in Avelar, Mário (org.) Viagens pela Palavra: Livro de
Homenagem à Professora Maria Laura Bettencourt Pires, Lisboa: Universidade Aberta, pp. 227-240,
Bär, Gerald (2006) “A Citação na Tradução: O Caso de Werther e Ossian”, in Miguel, M.A.C.,
Moreira da Silva, E.J., et al. (org.), Actas do I Colóquio de Tradução e Cultura (Arquipélago – Línguas
e Literaturas Anexo III), Ponta Delgada: Universidade dos Açores 2006, pp. 52-66.
2
Colvin, Calum (2002) Ossian Fragments of Ancient Poetry, catálogo, National Galleries of
Scotland.
Poesias de Ossian  |  9

textos que serviram para as traduções não são da mesma edição e nem sempre em
inglês. Evitando assim a tentação inerente a uma edição bilingue de comparar a
versão portuguesa com um suposto ‘original’, o leitor poderia recorrer à edição The
Poems of Ossian and related works (ed. Howard Gaskill, Edinburgh University Press,
1996) para ter acesso à obra integral das publicações ossiânicas de Macpherson.
Infelizmente, ainda não existe uma tradução desta obra completa em português.
Os seguintes ensaios que precedem a antologia baseiam-se em parte em tex-
tos previamente publicados, nomeadamente "Ossian in Europe"3, “Ossian in
Portugal”4 e “Garrett e Ossian”5.

3
Gaskill, Howard (1994) "Ossian in Europe", Canadian Review of Comparative Literature 21:
643-78.
4
Bär, Gerald (2004) “Ossian in Portugal”, in Gaskill, Howard, (ed.), The Reception of Ossian
in Europe, London, (The Athlone Critical Traditions Series: The Reception of British Authors
in Europe), New York, NY: Thoemmes Continuum, pp. 351-374.
5
Bär, Gerald (2008) “Garrett e Ossian”, in Anglosaxonica. Revista do Centro de Estudos Anglísticos da
Universidade de Lisboa, Série II – n.º 26 – 2008, Lisboa: Edição Colibri, pp. 197-219.

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